EST-55
AEROELASTICIDADE
Triângulo de Collar
A E I SSA L C D R F B Z DSA DS VA: Força aerodinâmica Fenômenos Aeroelásticos
E: Força elástica F: “Flutter” I: Força inercial B: “Buffeting”
Z: Resposta dinâmica
Campos Relacionados L: Distribuição de carga V: Vibrações mecânicas D: Divergência
DS: Estabilidade dinâmica C: Eficiência de controle
R: Reversão do sistema de controle
DSA:Efeitos aeroelásticos na estabilidade dinâmica SSA: Efeitos aeroelásticos na estabilidade estática
Conceitos introdutórios – Parte I
• Análise matricial de estruturas
Os deslocamento devido a flexibilidade estão relacionados às forças como:
Supondo que a estrutura é linear
- matriz de rigidez, composta por coeficientes de
influência de rigidez. Cada coluna representa o conjunto de forças necessário para que o deslocamento ui seja unitário e uj sendo nulo quando i≠j.
{ }
F
i=
K
ij
{ }
u
j ijK
Análise matricial de estruturas
• Trabalho virtual realizado por uma força:
Energia potencial elástica
2 1 2 1 1 2 2 W F du F u K u u K u = ⋅ = ⋅ = = ⋅ ⋅ = ⋅ →
∑
Análise matricial de estruturas
• Na forma matricial:Note que diferenciando
refere-se a aplicação da equação de Lagrange:
{ } { }
{ } { }
{ } { }
{ }
1 1 2 2 1 2 T i i i i T i i j W F du F u u F W u F u U = ⋅ = ⋅ = ⋅ ⇒ = ⋅ ⋅ = →∑
Energia potencial elástica
i U x ∂ ⇒ ∂
(
)
i T U d dt x ∂ − ∂ T ∂ −(
)
j i i i U U Q F x x − ∂ = = = ∂ ∂Análise matricial de estruturas
• Consequentemente temos:
Note que:
Como a ordem de integração não altera o resultado, a matriz de rigidez deve ser simétrica
Os elementos diagonais devem ser positivos ou nulos, enquanto os demais não
ij j i i U K u F x ∂ = = ∂
∑
ij ji i j j i U U K K x x x x ∂ ∂ = = = ∂ ∂ ∂ ∂Análise matricial de estruturas
• Exemplo: construção da matriz de rigidez do sistema ao lado:
Note que os termos diagonais são sempre positivos, e que existe o acoplamento elástico (termos fora da diagonal) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
(
)
1 2 1 2 1 2 2 1 2 2 2 1 1 2 0 0 T F P K h a K h b M M K a h a K b h b K K K b K a P h M K b K a K a K b θ θ θ θ θ = − − − + = = + − − + = + − = − + ∑
∑
Análise matricial de estruturas
• Centro de cisalhamento e centro de torção – são exatamente a mesma coisa, é o ponto onde ao se aplicar uma força só existirá cisalhamento, ou seja não existirá nenhum momento aplicado. Se K1 = K2, e a = b, a origem O é o centro de torção;
• Este conceito é válido quando assume-se que a estrutura é linear;
• Em aeroelasticidade, a posição do centro de torção será determinante na caracterização da estabilidade estática e dinâmica do sistema
Conceitos introdutórios – Parte II
• Aerodinâmica básica
Definições básicas -> Geometria da um aerofólio
bidimensional, daqui por diante abreviado para 2D. c = corda b = ½ corda V = Velocidade de escoamento não perturbado. α α α α = ângulo de ataque
Parâmetros de similaridade
• Em aerodinâmica, define-se como parâmetros de similaridade:
• Em aeroelasticidade temos:
Frequência reduzida massa aparente Re V M a Vc ρ µ = → = → Número de Mach Número de Reynolds b k V ω = m2 b S µ πρ = V = vel. Escoamento a = velocidade do som ρ ρ ρ ρ = densidade µ µ µ µ =visc. dinâmica ω ω ω ω = frequência circular S = área
Parâmetros de similaridade
• O uso de parâmetros de similaridade garante o
efeito de escala dinâmica para comparações teórico experimentais.
• Se Reynolds e Mach forem similares entre dois corpos imersos em um fluido, que sejam
geometricamente similares, porém em escala diferente os parâmetros aerodinâmicos serão idênticos.
Sustentação e Momento
• Para calcular o momento,requer-se um comprimento de posição de referência; o o o o L L L M M M d L L L d d M M M d q S C q S C q S C q S cC q S cC q S cC α α α α α α α α = + = + = + = +
Coeficientes aerodinâmicos
• Coeficientes de sustentação e momento:Nota: é usual definir os índices de coeficiente de seções 2D em minúsculas.
- ângulo de ataque para sustentação nula
2 1 2 l l C V S ρ = 2 1 2 m m C V Sc ρ =
(
)
0 0 l l l l l l L iftd C
C
C
C
C
C
d
α αα
αα
α
α
=
⇒
=
+
=
−
0 Liftα
Transporte do momento
• Pode-se medir ou calcular o momento aerodinâmico em um determinado ponto e transporta-lo para outro ponto de interesse:
• Onde a e b são dois pontos distintos situados a
distâncias ha e hb do bordo de ataque em frações da corda “c”.
(
)
ma ma l a b
Centro aerodinâmico
• Por definição o centro aerodinâmico é o ponto sobre o aerofólio onde o momento aerodinâmico não varia com o ângulo de ataque.
• Para obter o centro aerodinâmico (ac), empregas-se a fórmula de transporte de momentos
0 ac m dC d
α
=(
)
ac m mb l ac bC
=
C
+
C h
−
h
Centro aerodinâmico
• Diferenciando em relação aα
α
α
α
: • Exemplo:(
)
0
ac m mb l ac b mb ac b ldC
dC
dC
h
h
d
d
d
dC
h
h
dC
α
= =
α
+
α
−
⇒
=
−
0,04
0,02
0,00
-0,02
C
m1/30,8
0,6
0,4
0,2
C
lCentro aerodinâmico
• Como os dados de túnel de vento acima comporta-se de forma linear,
• Para aerofólios finos em regime subsônico o centro aerodinâmico situa-se a uma posição a ¼ da corda aproximadamente.
(
)
1 3 1 3 1 3 0, 04 0, 02 0,10 0,8 0, 2 1 0,10 0, 2333 3 m l m ac l dC dC dC h h dC − − = = − = − = − =Centro de pressão
• Posição onde o momento aerodinâmico é nulo pois é o ponto de aplicação da resultante do
carregamento aerodinâmico distribuído sobre a corda.
• A sua posição pode ser determinada de:
• Note que a posição do Cp depende de
α
α
α
α
.1 3 1 3 1 3 1 0 3 1 1 0, 02 1 0, 4333 3 3 0, 2 3 xcp m m l xcp m m l xcp xcp l C C C h C C C h h C = + − = − = − ⇒ = + = + =
Porque o CA ao invés do CP?
• Embora o centro de pressão CP seja o ponto de aplicação daresultante aerodinâmica, a sua posição muda com a variação do ângulo de ataque.
• Por outro lado, o que não muda com o ângulo de ataque é a posição do centro aerodinâmico CA.
• Portanto, é razoável assumir como ponto de aplicação da resultante aerodinâmica a posição do centro aerodinâmico, uma vez que a
força aerodinâmica variará proporcionalmente ao ângulo de ataque ao mesmo tempo que momento aerodinâmico permanecerá
constante ou nulo (placa plana).
• Note que para o caso de um aerofólio fino, ou mesmo a
representação da seção de um aerofólio por uma placa plana a
posição do CA será aproximadamente e exatamente a ¼ da corda, respectivamente. e todo o momento atuante no aerofólio será
oriundo da sustentação multiplicada pela distancia do ponto de giro do aerofólio ao centro aerodinâmico a ¼ da corda.
• Note que para o caso da placa sem arqueamento, o momento aerodinâmico será nulo (Cmac0 = 0)
Mais definições...
• Asa finita (3D) Λ ΛΛ Λe=enflechamento do bordo de ataque (LE) A = área da asa b/2 (s/2) = ½ envergadura Cr = corda na raiz Ct = corda na ponta 2 ct cr s AR Aλ
= = afilamento alongamentoCorda média aerodinâmica (MAC)
• Corda de uma asa retangular com a, com a mesma área A, cujas características aerodinâmicas
(sustentação e momento de arfagem) são iguais a asa original.
( )
2 2 0 2 2 1 3 1 s MAC c y dy MAC crλ λ
λ
= + + = → +∫
Asa reta e afilada, e será
importante para adimensionalizar A frequência reduzida
Compressibilidade
• Os coeficientes aerodinâmicos bem como as suas derivadas dependem de efeitos de
compressibilidade;
• Este efeito é representado pela correção de compressibilidade conhecida também como correção de Prandtl-Glauert;
• Não só coeficientes, mas também a posição do centro aerodinâmico é alterada.
2
1
Inc l l ldC
C
C
d
M
α αα
=
=
−
Regime Transônico
“Transonic Dip” P re s s ã o d in â m ic a d e “ F lu tt e r” Número de Mach 1baixo amortecimento ponto crítico para “Flutter” (regime
transônico)
teoria linear
Introdução à
Aeroelasticidade Estática
Aeroelasticidade Estática
• Centro Elástico (CE): é o ponto para o qual uma força normal à corda é aplicada e a seção não
sofre torção, mas apenas flexão.
• Uma força aplicada fora do CE causa torção e flexão.
CE
AC - Centro Aerodinâmico
(Ponto onde o Momento Aerodinâmico não muda)
Eixo elástico Esforço aplicado
no eixo elástico (flexão)
Esforço aplicado fora do eixo elástico (torção e flexão)
Aeroelasticidade Estática
• Eixo Elástico: linha ao longo do
comprimento da semi-asa, formada pelos
pontos (CE) onde forças podem ser
aplicadas sem resultar em torção da
mesma.
L L C C α α ∂ = ∂ ( )x AC AC AC M = ⋅L x + M AC AC M M = C q S c⋅ ⋅ 0 = CP x M 4 AC c x ≅ 2 AC c x ≅
Escoamento subsônico (consegue-se o valor exato quando se aplica a teoria dos perfis finos).
Escoamento supersônico : L M c xac AC CP CE
Distribuição da sustentação
A resistência devido à rigidez torcional é a tendência de uma seção da asa em resistir à torção imposta pela seção adjacente. É representada pela
Mola Torcional (Kθ). Kθθθθ AC CE CP W L 75% Seção Típica Eixo Elástico
Seção mais representativa da asa. Em geral, é considerada a 75% da semi-envergadura da asa.
Esta seção depende da rigidez torcional ao longo da asa.
Kθθθθ AC CE L MAC α α α α e V Kθθθθ AC L MAC α α α α e V θ θθ θ Mθθθθ = Kθθθθ · θθθθ e - distância do CE ao AC α α α
α - ângulo de ataque inicial
θ θθ
θ - ângulo de torção elástica
Obs.: Geralmente o “Flutter”
ocorre antes que a
Divergência, exceto para asas com enflechamento negativo.
θ
θ K Le M AC + =(
α θ)
θ α qSe Kθ C qSc CM L AC + = ∂ ∂ + 0Em termos de coeficientes aerodinâmicos, tem-se:
Determina o quanto tem de torção, dependendo da velocidade. Então, ∂ ∂ − + ∂ ∂ = α α α θ θ θ L M L C K Se q cC C e K qS AC 1 0
Obs.: θ aumenta quando diminui o denominador. Denominador
nulo corresponde a condição de divergência.
∂ ∂ = α θ L D C Se K q
Pressão Dinâmica de Divergência (qD):
Que proporciona a divergência sobre um aerofólio. ∂ ∂ = α ρ θ L D C Se K V 2
O carregamento é alterado pela flexibilidade
Velocidade de Divergência (VD):
Velocidade em que ocorre a Divergência.
(
)
Total Rígida ElásticaL Total L L L C qS L + ∴ = + ∂ ∂ = α θ α 0
Para aumentar a VD: aumentar Kθ ; diminuir e; e reduzir o ρ (aumentar
o nível de vôo). Se e < 0, não existe a condição de Divergência.
Condição de divergência
• Note os termos que compõem a relação abaixo:
0 AC L M L qSeC qScC K qSeC α θ α α θ = + − “Rigidez Aerodinâmica” “Rigidez Estrutural” “Rigidez Aeroelástica”
A divergência é uma instabilidade independente da magnitude dos esforços (momentos), mas sim dependente da rigidez aeroelástica
Condição de divergência
“Rigidez Aerodinâmica” “Rigidez Aeroelástica” “Rigidez Estrutural”
Condição de divergência
• Graficamente: 2 LK
θ<
q SeC
α 1 LK
θ>
q SeC
αInfluência do peso
• O peso W, cujo ponto de aplicação é o CG, também tem
influência sobre a torção elástica, devido o momento negativo gerado por ele, resultando em
AC M + Le −Wd = Kθθ
(
0)
AC L M C C qSc α θ qSe Wd Kθθ α ∂ + + − = ∂ 01
AC L M LW
C
e
cC
qS
C
Se
d
K
q
K
θ θα
α
θ
α
∂
+
−
∂
=
∂
−
∂
Entretanto, note que a divergência independe desta “força externa”...
Acréscimo de sustentação
(
+)
+ = ∴ ∂ ∂ ∴ = + α θ θ α θ θ θ qScC K C Se K Le M AC M L AC 0 θ α θ α α C Kθ C C e c qSe L L MAC = ∂ ∂ + ∂ ∂ + 0= ângulo de ataque antes da torção elástica
0
α
Como ∂ ∂ = ∴ ∂ ∂ = α α θ θ L D L D C Se q K C Se K q Então obtém-se :
(
)
D q q L D LC
Se
q
C
qSe
−
=
+
⇒
∂
∂
=
∂
∂
+
1
1
0 0 0α
θ
α
θ
α
α
θ
α
que é a expressão que indica o quanto de sustentação se tem em relação à asa rígida.
D q q 0 0 α θ α + 1 0 0 0 α θ α + ≅ + = Rígida Elástica Rígida Efetiva L L L L 0 0 0, 8 0, 64 0, 3 D D V q V q α θ α = ⇒ = + ∴ ≅
então
L
Elástica≅
2
L
RígidaMas, com α0 = 5° ⇒ θ = 10° , e α0 +θ =15°
que está fora da faixa linear (tomar cuidado).
Sustentação Efetiva
Considerações adicionais
• A eficiência da sustentação modifica o desempenho da aeronave, e deve ser considerada no projeto;
• A superfícies de sustentação devem ser
dimensionadas considerando a flexibilidade;
• A redistribuição da sustentação move o centro de pressão de uma asa na direção da raiz, e para a frente (direção do BA);
• O estudo da estabilidade e controle da aeronave deve levar em conta os efeitos da flexibilidade.
Kθθθθ AC CE L MAC α α α α e V Kθθθθ AC L MAC α α α α e V θ θθ θ Mθθθθ = Kθθθθ · θθθθ e - distância do CE ao AC α α α
α - ângulo de ataque inicial θ - ângulo de torção elástica h - deslocamento vertical
Divergência Aeroelástica-2 GDL
+h Kh K h Kh = rigidez em translaçãoAC h M L e K L K h θ
θ
+ ⋅ = ⋅ = ⋅Sistema de duas equações a duas incógnitas:
Agrupando:
Equilíbrio de Momentos e Forças
(ref. CE)
(
0)
L h C qSα
θ
K hα
∂ + = ⋅ ∂ (
0)
AC L M C qScC qSeα
θ
Kθθ
α
∂ + + = ⋅ ∂ 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 1 1 0 0 0 1 0 1 AC AC h L L M h L L M L h L K h h qSC qSC qScC K e e K h h qSC qSC qScC K e e qSC K K K h qSeC K α α α α α α θ θ θ θ θ α θ θ α θ θ θ − − = + + − − − = + − 0 1 0 1 AC L M qSC qScC e K K α θ θ α − = + Na forma matricial:
Equilíbrio de Momentos e Forças
(ref. CE)
0 1 1 1 1 0 1 1 1 0 0 1 AC L L h h h L h L L L L M qSC qSC K K K K K K qSC qSeC qScC qSeC K K qSeC qSeC K K h e K K α α α α α α α θ θ θ θ θ θ θ θ α θ − − − = + − − − − Na forma matricial:
Equilíbrio de Momentos e Forças
(ref. CE)
0 0 1 1 1 1 1 AC AC L L h M h L L L L M L qSC qSC qSe K qScC K h K qSC K qScC K C qSeC K K qSeC qSeC K K α α α α α α α θ θ θ θ θ θ θ α α θ − − = − − − − − = −
Os deslocamentos são dados por:
Equilíbrio de Momentos e Forças
(ref. CE)
Moral da história: A pressão dinâmica de divergência é a mesma que o caso com 1 GDL.
Outros efeitos...
• A condição (pressão dinâmica, por exemplo) em que o aerofólio perde a sua resistência em torção é conhecida como divergência;
• Não apenas o efeito da compressibilidade, mas também um eventual aquecimento aerodinâmico pode mudar as características estruturais da
estrutura, diminuindo a sua rigidez.
(Aerotermoelasticidade). Ex. vôos em regime hipersônico.
• Uma falha estrutural pode alterar a característica aeroelástica e levar a divergência
O mais importante - efeito da
compressibilidade
• Correção de Prandtl-Glauert: 2 1 D inc L K q C Se M θ α = − A velocidade de divergência aumenta com a altitude, porém diminui com o efeito da compressibilidade.0 T D L T Do L
K
q
SeC
K
q
SeC
α α=
⇒
=
⇒
21
0M
C
C
L L−
=
α α 2 21
1
0M
q
SeC
M
K
q
Do L T D=
−
−
=
αO efeito da compressibilidade
Mais sobre compressibilidade...
• Todavia, o número de Mach muda a pressão dinâmica de divergência (Prandtl-Glauert);
• Porém não podemos trata-lo como um parâmetro independente; note a relação para a velocidade de divergência:
• A velocidade de divergência depende do par
ρ
ρ
ρ
ρ
eM, uma vez que o número de Mach depende da
altitude . 2 2 1 D inc L K V C M Se θ α
ρ
= −Mach de divergência
• Pergunta: se operarmos em uma determinada altitude, qual será o Mach de divergência? A condição de vôo calculada a partir da equação:
deve corresponder (match) à condição calculada pela análise de divergência.
• Em outras palavras, a densidade e o número de Mach devem corresponder à velocidade calculada para uma determinada condição de vôo (altitude).
V M a =
1
21
2 22
2
q
=
ρ
⋅
V
=
ρ
⋅
M a
eMach de divergência
• Para tal, vamos calcular a pressão dinâmica incluindo o efeito da compressibilidade:
• Combinando a equação acima com:
• Tem-se : 2 2 2 0
1
1
inc1
D inc D LK
M
q
q
M
q
M
S e C
θ α−
=
=
−
=
−
⋅ ⋅
2 2 21
1
2
2
q
=
ρ
⋅
V
=
ρ
⋅
M a
Mach de divergência
• Continuação...• Onde a pressão dinâmica qs é a pressão correspondente a um escoamento à velocidade do som.
• Ou seja, podemos usar a relação acima que é função exclusivamente do número de Mach e da pressão dinâmica de divergência em regime incompressível. Também é necessário identificar a altitude
correspondente à análise para se calcular a velocidade do som e se obter a pressão dinâmica de referência para aquela altitude;
• O resultado é uma equação quártica para o número de Mach apenas, a nossa incógnita. Este valor correspondente a uma dada altitude será o número de Mach de divergência:
2 2 2 2
2
1
1
in S c DM
a
q
M
q
M
ρ
⋅
=
−
=
Mach de divergência
2 2 4 2 2 4 20
4
2
Do Do D D s s Do Do Do s s s Dq
q
M
M
q
q
q
q
q
q
q
q
M
+
−
= ⇒
−
+
+
= +
O conceito de “Match Point”
• O conceito de “Match Point”, ou “ponto correspondente” émuito utilizado para a correlação de resultados de análises aeroelástica com experimentos em vôo.
• A idéia é obter uma velocidade de divergência que
corresponda ao número de Mach a uma determinada altitude de vôo.
• Ou seja, plota-se a pressão dinâmica corrigida para os efeitos de compressibilidade e a pressão dinâmica do escoamento a velocidade do som (a) correspondente a uma determinada altitude de vôo.
• A interseção entre as duas curvas fornecerá o Mach de diverg6encia, ou seja e deste valor pode-se obter a
velocidade de divergência fisicamente correta para a condição investigada.
O conceito de “Match Point”
• O número de Mach de
divergência é a interseção de duas curvas, resultado de plotar
respectivamente como função do número de Mach. Este ponto é conhecido como “Match Point” 2 2 1 2 S q =
ρ
⋅M a 2 1 inc D D q = q − M eEfeito da Altitude no Mach de
divergência
• Do gráfico anterior,
observa-se que o número de Mach de divergência
aumenta com o aumento da altitude que implica na
mudança da velocidade do som. Na figura ao lado
pode-se também notar que o MD aumenta
Evitando a divergência...
• Analisando a expressão:
• Se diminuirmos “e”, a pressão dinâmica de divergência aumenta;
• Se aumentarmos a rigidez da Kθθθθ a pressão dinâmica de divergência aumenta.
• Eventuais restrições no envelope de operação também são uma forma de evitar a divergência
∂ ∂ = α θ L D C Se K q
Hipóteses restritivas
• Contexto linear, a pequenas deformações, o que implica em comportamento linear do material e da aerodinâmica;
• Deformações ocorrem em um período de tempo suficientemente grande, podendo-se classificar o fenômeno como quasi-estático.
Sumário
• A divergência aeroelástica é uma instabilidade prevista por uma análise de rigidez estática;
• Próximo da condição de divergência, pequenas deformações em torção (incidência da asa)
implicam em grande deformações que podem levar a carregamentos aerodinâmicos ainda maiores –
pode-se atingir regimes não lineares quanto ao comportamento aerodinâmico;
• Perto da condição de pressão dinâmica de
divergência, o efeito da flexibilidade promove um incremento significativo na sustentação.
Eficiência e Reversão de
Comandos
Fenômenos que também estão associados à Aeroelasticidade Estática.
Será usado o aileron para exemplificar estes fenômenos.
Seu objetivo é criar um
momento de rolamento P. x ya P ∆ ∆ ∆ ∆La = diferença de sustentação Mx = 2∆La · ya
Eficiência e reversão de comandos
• Supõem-se que a superfície de comando rotacione fazendo um ângulo
δδδδ
com a linha da corda daseção;
• Com a deflexão da superfície de comando, a
geometria do perfil muda (camber efetivo), então o CMAC também muda;
• Esta variação angular da superfícies de comando gera um momento picador que tende a deformar a asa da aeronave, que é flexível;
• Tal deformação pode ser suficientemente grande de forma que a ação do aileron pode gerar um torque em rolamento em sentido contrário do que o
δ
δ
∂
∂
+
=
AC AC AC M M MC
C
C
0 sem deflexão deflexão do aileron total coeficiente de momento da deflexão do aileron articulação AC L MAC δ Kθ CEReversão de comandos
ArticulaçãoDevido os esforços aerodinâmicos que tendem a introduzir uma nova deflexão da superfície de comando, a deflexão total é diferente da imposta pelo piloto. A deflexão pode ser maior ou menor que a deflexão inicial.
δ0 deflexão comandada pelo
piloto δ deflexão total Κδ rigidez da articulação AC L MAC δ δ0 Kθ Kδ CE Articulação elástica
Reversão de comandos
Então, relativo a seção típica com superfície de controle, tem-se:
(
)
∂ ∂ + + ∂ ∂ = ∴ =δ
δ
θ
α
α
L L L C C qS L qSC L 0 ∂ ∂ + = ∴ =δ
δ
AC AC AC M M AC M AC C C qSc M qScC M 0Reversão de comandos
Devido à articulação, o momento aerodinâmico da superfície de controle (H), em relação ao eixo da
articulação, é dado por:
( ) ( )
( ) ( )
(
)
∂
∂
+
+
∂
∂
+
=
∴
=
δ
δ
θ
α
α
) ( ) ( ) ( 0 ) ( 0 H H H H M M M H H M H HC
C
C
c
qS
H
C
c
qS
H
Nota: com δ +, H +Reversão de comandos
1) Equilíbrio de momentos em relação ao CE da seção:
(
)
δ
θ
δ
δ
δ
θ
α
α
Kθ C C qSc C C qSe AC AC M M L L = ∂ ∂ + + ∂ ∂ + + ∂ ∂ 0 0(
δ
δ
0)
δ − = K H2) Equilíbrio de momentos em relação ao eixo de articulação:
, com (δ – δ0) sendo a torção elástica da
superfície de controle, em relação ao eixo de articulação. ( ) ( )
(
0)
(
0)
) ( ) ( ) ( 0α
α
θ
δ
δ
= δδ
−δ
∂ ∂ + + ∂ ∂ + K C C C c qS H H H M M M H HO que resulta em um sistema cuja equação matricial é dada por:
[ ] [ ]
A
B
b
b
a
a
a
a
⋅
=
∴
=
⋅
−1 2 1 22 21 12 11δ
θ
δ
θ
Reversão de comandos
11 12 21 22 , , AC H H M L L M M H H C K C C a e a e qS C C K a a qS c θ δ α δ δ α δ ∂ ∂ ∂ = − = + ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ = = − ∂ ∂(
)
δ θ δ δ δ θ α α Kθ C C qSc C C qSe AC AC M M L L = ∂ ∂ + + ∂ ∂ + + ∂ ∂ 0 0 θ δ δ δ δ θ α α α Kθ C qSc qScC C qSe C qSe C qSe AC AC M M L L L = ∂ ∂ + + ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ 0 0Equilíbrio de momentos em relação ao CE da seção:
+ ∂ ∂ − = ∂ ∂ + ∂ ∂ + − ∂ ∂ 0 0 AC AC M L M L L cC C e qS C c C e qS K C qSe α α δ δ δ θ α θ + ∂ ∂ − = ∂ ∂ + ∂ ∂ + − ∂ ∂ 0 0 AC AC M L M L L cC C e C c C e qS K C e α α δ δ δ θ α θ
Demonstração do desenvolvimento
da matriz
( ) ( )
(
0)
(
0)
) ( ) ( ) ( 0 α α θ δ δ = δ δ −δ ∂ ∂ + + ∂ ∂ + K C C C c qS H H H M M M H H 0 0 0 α α α θ δ δ Kδδ Kδδ C c qS C c qS C c qS C c qS H H H H M H H M H H M H H M H H = − ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂ ∂ + + ∂ ∂ + − = − ∂ ∂ + ∂ ∂ 0 0 0 α α δ δ δ δ θ α δ Kδ C C c qS K C c qS C c qS H H H H M M H H M H H M H H + ∂ ∂ + − = − ∂ ∂ + ∂ ∂ H H M M H H M M c qS K C C c qS K C C H H H H 0 0 0 δ α α δ δ δ θ α δ δEquilíbrio de momentos em relação
ao eixo de articulação
+ ∂ ∂ + − = − ∂ ∂ + ∂ ∂ H H M M H H M M c qS K C C c qS K C C H H H H 0 0 0 δ α α δ δ δ θ α δ δ + ∂ ∂ − = ∂ ∂ + ∂ ∂ + − ∂ ∂ 0 0 AC AC M L M L L cC C e C c C e qS K C e α α δ δ δ θ α θ + ∂ ∂ + − + ∂ ∂ − = ⋅ − ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ + ∂ ∂ − ∂ ∂ H H M M M L H H M M M L L c qS K C C cC C e c qS K C C C C e qS K C e H H AC H H AC 0 0 0 0 0 δ α α α α δ θ δ α δ δ α δ δ θ
{ }
A{ }
B{ } { }
A B b b a a a a ⋅ = ∴ = ⋅ ∴ = ⋅ −1 12 11 22 21 12 11 δ θ δ θ δ θDivergência
• A divergência aeroelástica vai ocorrer quando o det[A] = 0, o que é real para um determinado valor da pressão dinâmica, exceto se o CE estiver à
frente do AC, caso onde nunca ocorre a divergência aeroelástica.
• Este critério de estabilidade é conhecido como
critério de estabilidade de Euler, e será apresentado formalmente quando tratarmos do problemas de
onde ∂∂∂∂CL/∂∂∂∂δδδδ é a derivada de controle, que depende do perfil e da superfície de controle.
Quando se tem deflexão do aileron, surge uma torção elástica, causada pela variação do momento aerodinâmico.
∆L∆θ
δ é devido o momento picador que surge com a deflexão positiva do aileron, tendendo a diminuir a sustentação adicional
gerada, ou o momento de cabragem que surge com a deflexão negativa do aileron, tendendo a adicionar sustentação.
∆Lδ sustentação gerada pela deflexão do aileron se a asa fosse rígida. δ δ δ ∂ ∂ = ∆L qS CL ∆Lδ δ CE ∆L∆θ δ ∆θδ
Reversão de comandos
onde ∂MAC/∂δ é uma
derivada tipicamente negativa. A deflexão do aileron também gera uma mudança
no momento aerodinâmico, representado por:
δ
δ
δ ∂ ∂ = ∆M AC qSc M ACVoltando à equação de equilíbrio Le M Kθ
θ
AC =
+
as variações em L e MAC produzirão uma torção elástica
adicional ∆θδresultando em ∆Lae + ∆M AC = Kθ ∆
θ
δ δ θ δ + ∆ ∆ ∆ = ∆La L L .ou seja, saindo de uma condição de equilíbrio para outra condição de equilíbrio, onde:
. E escrevendo-se na forma de coeficientes, tem-se:
δ θ δ
θ
θ
α
δ
δ
δ
δ
=
∆
∆
∂
∂
+
∂
∂
+
∂
∂
K
C
C
eqS
C
qSc
M AC L LA partir desta expressão, obtém-se a mudança na torção elástica correspondente, ou seja, a Torção Elástica Adicional causada pela deflexão do aileron.
Reversão de comandos
Assumindo-se que δ seja conhecido,
a expressão para a Torção Elástica
Adicional é dada por: δ
α δ δ θ θ δ ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ = ∆ L M L C e qS K C c C e AC
Com isso, pode-se calcular as mudanças adicionais no carregamento aerodinâmico do perfil devido à deflexão do aileron: ∴ ∂ ∂ − ∂ ∂ + ∂ ∂ ∂ ∂ + ∂ ∂ = ∆ ∴ ∆ + ∆ = ∆ ∆ δ α δ δ α δ δ θ θ δ δ L M L L L a a C e qS K C c C e C qS C qS L L L L AC ∂ ∂ − ∂ ∂ ∂ ∂ + ∂ ∂ = ∆ α δ α δ δ θ θ L M L L a C e qS K C C c qS K C qS L AC
A uma determinada pressão dinâmica (q) não muito
pequena, pode ocorrer do termo no numerador zerar, ou seja ∆∆∆∆La será nulo, o que será um bom critério para adotar a
condição de reversão do comando
∂ ∂ − ∂ ∂ ∂ ∂ + ∂ ∂ = ∆ α δ α δ δ θ θ L M L L a C e qS K C C c qS K C qS L AC devido à deflexão do aileron devido à torção na asa, por causa da deflexão do aileron
Limite da reversão
0
0
AC AC AC M L L L L M L R L MC
K
C
C
c
qS
qS
C K
cC C
qS
C K
q
ScC C
θ δ θ α δ δ θ α δδ
δ
α
δ
∂
∂
∂
=
+
=
∂
∂
∂
=
+
=
⇒
= −
Esta pressão é denominada Pressão Dinâmica de Reversão de Controle (qR).
δ
α
δ
θ∂
∂
∂
∂
∂
∂
−
=
AC M L L RC
C
C
Sc
K
q
Velocidade adimensional 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 4 8 12 T o rq u e e m r o la m e n to Velocidade de Reversão do aileron
Efeito da velocidade na eficiência do aileron