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Perfilhamento da cultura da cana submetida a diferentes métodos de controle de plantas daninhas

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Academic year: 2021

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Perfilhamento da cultura da cana submetida a diferentes métodos de

controle de plantas daninhas

Rodolfo César de Albuquerque Araújo

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; Leossávio César de Souza

(2)

; Arthur

Marciel Chaves Marinho

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; Ronaldo Gomes de Souza Sobrinho

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; Kessia Tenorio

Figueirinha

(5)

; Edmilson Igor Bernardo Almeida

(6)

.

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Engenheiro Agrônomo, Encarregado de Tratos Culturais, Usina Santa Terezinha, Umuarama, Paraná. rcesar_agro@hotmail.com; (2) Professor Efetivo do Curso de Agronomia, CCA, UFPB, Campus II, Areia, Paraíba; (3) Engenheiro Agrônomo, Coordenador de Produção Agrícola, Grupo Biosev, Estivas, Rio Grande do Norte; (4) Engenheiro Agrônomo, Mestrando em Irrigação, Instituto Federal Goiano, Campus Ceres, Goiás; (5) Estudante do Curso de Agronomia, CCAA, UFMA, Campus IV, Chapadinha, Maranhão (6) Professor Efetivo do Curso de Agronomia, CCAA, UFMA, Campus IV, Chapadinha, Maranhão.

RESUMO: A cana-de-açúcar é uma cultura com notória relevância na economia brasileira, desde o período de colonização até os dias atuais. O aumento no rendimento produtivo da cultura, através do desenvolvimento de novas variedades, inserções tecnológicas e definição das práticas de manejo para cada região produtora, tem sido foco de pesquisas, no atual cenário nacional. Nesse aspecto, os estudos referentes ao manejo de plantas daninhas são muito importantes, pois elas interferem negativamente no crescimento e rendimento produtivo da cana-de-açúcar, com consequências drásticas na rentabilidade da atividade canavieira. Com isto, objetivou-se avaliar o efeito dos diferentes métodos de controle de plantas daninhas sobre o perfilhamento de duas variedades de cana-planta. O experimento foi conduzido de agosto a dezembro de 2013, na Fazenda Primavera, localizada no município Itambé (PE), sendo instalado em blocos casualizados, em esquema fatorial 2x5, com quatro repetições. O primeiro fator representou duas variedades de cana-de-açúcar (RB867515 e RB92579) e, o segundo, cinco tipos de manejo de plantas daninhas (testemunha capinada, testemunha absoluta, s-metalochlor+tebuthiuron, sulfentrazone e oxyfluorfen). Avaliou-se a flora de plantas daninhas presentes na área e o perfilhamento da cultura. Ao término da pesquisa, constatou-se que, as espécies daninhas mais encontradas na área experimental pertencem à família Poaceae, como o capim pé-de-galinha, capim colonião, capim braquiária, grama-seda e capim-gengibre. Nas condições edafoclimáticas de Itambé (PE), a variedade RB92579 apresentou perfilhamento mais agressivo e é uma relevante alternativa para o manejo integrado de plantas daninhas. O controle cultural integrado ao controle mecânico ou controle químico, em pré-emergência, com sulfentrazone e oxyfluorfen, promovem melhor perfilhamento da cana-planta.

Termos de indexação: Saccharum spp, controle cultural, perfilho, variedade. INTRODUÇÃO

A cana-de-açúcar (Saccharum spp.) foi introduzida no Brasil em 1553, estabelecendo-se de forma definitiva nas regiões Centro-Sul e Nordeste. O país é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, moendo, aproximadamente, 640 milhões de toneladas por ano, com destaque à região Sudeste, com mais de 60% da área total plantada (IBGE, 2017).

Dentre os fatores que prejudicam a produtividade da cana-de-açúcar, destaca-se a interferência das plantas daninhas. Estas plantas são eventuais causadoras de sérios prejuízos à cultura da cana-de-açúcar, como redução na quantidade e qualidade da cana, diminuição da longevidade do canavial e aumento dos custos de produção, em cerca de 30% para a cana-soca e 15 a 25% para a cana-planta (LORENZI, 1996).

Os herbicidas em uso na cultura da cana-de-açúcar apresentam variações específicas de eficácia de controle das espécies que compõem a comunidade plantas daninhas infestantes das áreas onde são

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aplicados, e no grau de seletividade para a cultura em função da dose, época de aplicação, condições edáficas, climáticas, estádio fenológico, condições fisiológicas e bioquímicas da cultura e das plantas daninhas. Atualmente, os produtos registrados são seletivos às plantas de cana-de-açúcar, mas a tolerância às moléculas desses herbicidas é específica para cada cultivar (AZANIA et al., 2008).Segundo Velini et al. (1993), a cultura da cana-de-açúcar pode ter até 27% de comprometimento da sua área foliar sem que a produtividade seja prejudicada, e essas injúrias também podem ser devidas ao uso inadequado de herbicidas ou pela pouca tolerância da cultivar. Rolim e Christoffoleti (1982) relataram que as cultivares de cana-de-açúcar podem ter características morfológicas e fisiológicas distintas, sendo provável que ocorram alterações quanto à tolerância a herbicidas específicos. Dessa forma, objetivou-se avaliar o efeito de herbicidas sobre o perfilhamento de duas variedades de cana-planta, nas condições edafoclimáticas de Itambé (PE).

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido de agosto a dezembro de 2013, na Fazenda Primavera, localizada no município Itambé (PE), que está situada na mesorregião Mata e na Microrregião Mata Setentrional do Estado de Pernambuco.

O delineamento estatístico foi em blocos casualizados, em esquema fatorial 2 x 5, com 4 repetições. O primeiro fator foi representado pelas duas variedades: RB867515 e RB92579, fornecidas pela EECAC (Estação Experimental de Cana-de-açúcar do Carpina – PE, RIDESA), ao passo que o segundo fator foi representado pelos métodos de controle de plantas daninhas: testemunha absoluta, testemunha capinada, S-metalochlor/tebuthiuron (concentração – 1800/750 g.i.a.L.h-1

; dose – 2,0/1,5 L.h-1

.p.c.), sulfentrazone (concentração 900 g.i.a.L.h-1; dose – 1,8 L.h-1.p.c.) e oxifluorfem (concentração 720 g.i.a.L.h-1; dose – 3,0 L.h-1.p.c.). Cada unidade experimental foi constituída por 4 sulcos de 6 metros de comprimento, com espaçamento de 1,25 metros entre sulcos, totalizando 30m2 , com área útil da parcela de 15 m² compreendendo as duas fileiras centrais.

A aplicação dos herbicidas, em pré-emergência, foi feita onze dias após o plantio (DAP), pelo fato das moléculas utilizadas serem de baixa à média solubilidade. No controle químico, utilizou-se o pulverizador costal manual - PJH, em polietileno com gatilho de acionamento com trava, equipado com bico teejet 8004 e peneira ranhurada, com tanque de capacidade para vinte litros.

Ao decorrer do experimento fez-se o levantamento da flora de plantas daninhas presentes na área de estudo, ao passo que aos 30, 60 e 90 DAA, determinou-se o número de perfilhos m linear-1, através da contagem de perfilhos totais, na área útil da parcela experimental.

Para as análises estatísticas dos dados, foi utilizado o programa computacional SAS/STAT 9.2 (SAS Institute, 2008). Para os casos em que a hipótese de nulidade foi rejeitada pelo teste F, procedeu-se a comparação de médias através do Teste de Tukey (p<0,05).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os métodos não influenciaram no número de perfilhos por metro, aos 30 DAA, podendo estar relacionado ao baixo nível de infestação das plantas daninhas (PD), e aos períodos de interferência das mesmas (Figura 1). Aos 60 DAA o nível de infestação das plantas daninhas (PD) já estava maior e os métodos foram significativos; a testemunha capinada (M2), onde a cana-de-açúcar estava totalmente isenta de competição obteve um maior número de perfilhos por m-1, porém, se diferenciando estatisticamente apenas da testemunha absoluta (M1) onde não ocorreu nenhum controle das PD e os métodos com herbicidas não diferiram da (M2) e da (M1), demonstrando que o perfilhamento mesmo sem o controle químico das PD poderia ter sido o mesmo até esse período (Figura 1). Vale ressaltar que a capina manual apresentou-se de forma mais efetiva apenas nos primeiros dias de experimento quando as plantas estão em fase inicial de crescimento não sendo assim notado a interferência significativa de plantas daninhas, porém a longo prazo, o controle químico tende a ser mais viável economicamente para grandes áreas de cultivo de cana-de-açúcar e mais efetivo .

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Figura 1. Número de perfilhos por metro (NPm-1) aos 30, 60 e 90 DAA, em função dos métodos: testemunha absoluta (M1), testemunha capinada (M2), S-metalochlor+tebuthiuron (M3), Sulfentrazone (M4), Oxyfluorfen (M5).

Através do levantamento da flora daninha foram identificadas oito espécies infestantes na área experimental, pertencentes a três famílias botânicas (Tabela 1).

Tabela 1 – Levantamento da flora daninha na área experimental cultivada com Saccharum spp.

Família Nome Científico Nome Vulgar

Poaceae BrachiariadecumbensStapf. Capim braquiária

CynodondactylonL. Grama-seda

PaspalummaritimumTrin. Capim gengibre

PanicummaximumJacq. Capim colonião

EleusineindicaL. Capim-pé-de-galinha

Solanaceae Solanum paniculatum L. Jurubeba

CrotonlobatusL. Erva de rola

Cyperaceae CyperusrotundusL. Capim alho

Percebe-se que, de forma geral, as espécies daninhas mais encontradas na área experimental pertencem à família Poaceae, e estão entre as mais predominantes nas lavouras de cana-de-açúcar. Da mesma família botânica que a cana-de-açúcar, essas espécies, em sua maioria, possuem metabolismo fotossintético C4 e

expressam boa adaptação a condições de déficit hídrico, temperatura e irradiação elevadas, que são comuns nos canaviais da região Nordeste do Brasil (SILVA & SILVA, 2007). Quanto ao número de perfilhos, observou-se que aos 60 e 90 DAA, o número de perfilhos m linear-1 da variedade RB92579, foi superior à RB867515 (Figura 2). Este resultado corrobora com Ridesa, (2010), o qual relatou que a RB92579 tem elevado perfilhamento, brotação eficiência no uso da água, diferentemente da RB867515 que possui médio perfilhamento e menor capacidade responsiva.

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Figura 2. Número de perfilhos por metro linear (NPm-1), aos 30, 60 e 90 DAA, em relação as variedades: RB867515 e RB92579.

De acordo com Fleck et al. (2003), variedades que apresentam baixa cobertura do solo, em estádios fenológicos iniciais, permitem maior penetração de luz no dossel da comunidade e, consequentemente, apresentam menor competitividade com as plantas daninhas. Portanto, variedades como a RB92579, com alto perfilhamento e crescimento mais agressivo, podem ser utilizadas como um controle cultural de plantas daninhas, por possuírem fechamento de entrelinha mais rápido e proporcionarem menor pressão de infestação.

CONCLUSÕES

A capina manual e o uso de herbicidas Sulfentrazone e Oxyfluorfen são os métodos mais eficientes para controle das plantas daninha na cultura da cana-de-açúcar, sem afetar seu perfilhamento.

A maioria da planta daninha encontrada na área pertencem á famíllia Poaceae. A variedade RB92579 produz o maior número de perfilho que a RB867515.

REFERÊNCIAS

AZANIA, C.A.M.; ROLIM, J.C.; AZANIA, A.A.P.M.;SCHIAVETTO, A.R.; VANZELA, I.P. Seletividade de herbicidas em cana-de-açúcar. Energia Brasileira, n.17, p. 56 - 60, 2008.

FLECK, N. G.; BALBINOT JR, A.A.; AGOSTINETTO, D.; RIZZARDI, M.A. Velocidade de estabelecimento em cultivares de arroz irrigado como característica para aumentar a habilidade competitiva com plantas concorrentes. Ciência Rural, Santa Maria – RS, v.33, n.4, p.635-640, jul./ago. 2003.

IBGE, 2008 – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria. Acesso em: 20 de julho de 2017.

LORENZI, H. 1996. Tiririca – uma séria ameaça aos canaviais. Boletim técnico copersucar 35: 3-10. ROLIM, J.C.; CHISTOFFOLETI, P.J. Tolerância de variedades de cana-de-açúcar ao herbicida tebuthiuron. Piracicaba: IAAPlanalsucar, 1982, p.1-21.

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SAS INSTITUTE. SAS/STAT: user’s guide version 9.2 (software). Cary. 2008.

SILVA, A. A. et al. 2007a. Herbicidas: classificação e mecanismos de ação. In: Silva, A. A.; Silva, J.F. (Eds.). Tópicos em manejo de plantas daninhas. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa. p.83-148.

VELINI, E.D.; FREDERICO, L.A.; MORELLI, J.L.; KOJIMA, K. Avaliação dos efeitos do herbicida clomazone, aplicado em pós-emergência, sobre o crescimento e produtividade de soqueiras de nove cultivares de cana-de-açúcar. In: CONGRESSO NACIONAL DOS TÉCNICOS AÇUCAREIROS E ALCOOLEIROS DO BRASIL – STAB, 1993, Águas de São Pedro, SP. Anais... Águas de São Pedro: STAB, 1993, p.125-128.

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