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GUIA SOS COMUNIDADE PROGRAMA VOLUNTARIADO DO INSTITUTO C&A

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Academic year: 2021

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GUIA SOS COMUNIDADE

PROGRAMA VOLUNTARIADO DO INSTITUTO C&A

SOS COMUNIDADE

AÇÃO HUMANITÁRIA E PARTICIPAÇÃO SOCIAL

Sumário

Apresentação ... 1

Direto ao assunto ... 3

Linha do tempo do SOS Comunidade ... 4

Definições de desastre ... 4

Tipos de desastre ... 5

O passo a passo do SOS Comunidade ... 7

Passo 1: Acionar o SOS ... 8

Passo 2: Informação e planejamento ... 8

Passo 3: Compras ... 8

Passo 4: Comunicação ... 9

Passo 5: Entrega dos donativos ... 9

Passo 6: Prestação de contas ... 9

Crianças e adolescentes ― um capítulo à parte ... 10

APRESENTAÇÃO

Preparamos este material para apresentar a vocês, voluntários e lideranças do Instituto C&A, uma frente de trabalho que integra o programa Voluntariado, mas que só é acionada em casos de emergência. Estamos falando do SOS Comunidade.

Diferentemente das outras ações que fazem parte da rotina do programa Voluntariado, o SOS Comunidade é ativado pelo Instituto C&A quando catástrofes inesperadas acontecem, como desastres naturais, epidemias, acidentes de grande proporção ou choques econômicos de impacto elevado.

O ponto em comum entre essa forma de atuação e as demais ações do programa Voluntariado é a essência do trabalho voluntário – o desejo de ajudar o outro quando ele precisa,

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exercitando, ao mesmo tempo, a solidariedade e a participação social, que é dever e direito de todo cidadão. Também é comum o foco de atenção à população infantil e juvenil, que é o público-alvo do Instituto C&A – nesse caso, as crianças e adolescentes moradoras das localidades atingidas por catástrofes.

Por meio do SOS Comunidade, o Instituto C&A destina recursos para a compra de gêneros básicos como alimentos, medicamentos, água potável, colchões, produtos de higiene pessoal e outros artigos para as famílias atingidas. Para atender às crianças, leite em pó e fraldas

descartáveis são itens que também não podem faltar.

Nossa contribuição mais valiosa, todavia, não está em nossa capacidade de distribuir

donativos. Quando nos movemos para ajudar quem quase tudo perdeu, o que oferecemos é, no fundo, a esperança da reconstrução. Fazemos isso com o coração e com a mão estendida, mas também com um método bem montado, e é isso que você vai encontrar aqui.

Neste guia, você vai conhecer a história do SOS Comunidade, suas principais diretrizes e suas orientações. Vai saber como pode atuar em situações de emergência e entrar em contato com experiências inspiradoras, de voluntários que participaram de ações do SOS Comunidade e viram de perto o resultado de sua mobilização.

Ao compartilharmos esse conteúdo, temos dois objetivos bem claros em mente:

 Orientar a ação dos voluntários e das lideranças da C&A para a ajuda humanitária, a partir dos conhecimentos acumulados pelo Instituto C&A.

 Mobilizar e engajar os associados da C&A para mais esta forma de participação social, tão gratificante e essencial.

Agora vem com a gente.

O QUE QUER DIZER SOS?

Reconhecido como sinal de socorro desde os primeiros anos do século XX, a origem do termo SOS já foi alvo de várias teorias. Há quem diga que SOS é uma sigla para “save our souls” (em inglês, “salve nossas almas”), ou “save our ship” (“salve nosso navio”). No entanto, explicações da sigla com palavras em inglês não se sustentam, já que o SOS foi usado pela primeira vez na

Alemanha.

Na realidade, SOS corresponde ao pedido de socorro em Código Morse, um sistema de comunicação que se utiliza da transmissão de elementos

gráficos/sonoros ou de sinais de luz para passar uma mensagem a ouvintes ou observadores habilitados. A representação da sigla SOS em Morse atende ao grafismo ...---... (os três pontos correspondem à letra "S" e os três traços à letra "O"). Por ser considerada de fácil assimilação, foi a escolhida para comunicar pedidos de socorro em rádio por navios e aeronaves.

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DIRETO AO ASSUNTO

O desejo de ajudar o outro, especialmente em desastres de grande proporção, se relaciona ao nosso instinto de sobrevivência e acompanha a nossa história como humanidade. Em um exemplo bastante atual, vemos toda a comunidade mundial se mobilizando para conter a proliferação do vírus do Ebola, que se espalha especialmente em países da África Ocidental. Situações como essa exigem pessoas não só dispostas e capacitadas para a ação que irão desenvolver, mas também convencidas de que sua ajuda é fundamental ― para as vítimas, para as quase vítimas, para si, para toda a comunidade envolvida na crise, para as crianças e para os adolescentes, sempre entre as populações mais frágeis, para a humanidade.

Catástrofes e desastres naturais podem acontecer em qualquer lugar, mas normalmente regiões empobrecidas sofrem mais consequências dessas situações. As fortes chuvas que caem todo ano em várias partes do Brasil, por exemplo, costumam inundar e deixar vítimas entre as populações que vivem nos locais mais perigosos e vulneráveis do país.

Graves crises requerem ações rápidas e organizadas. É por isso que o SOS Comunidade, diante de situações emergenciais, recruta os voluntários do Instituto C&A para unir seus esforços ao de outras instituições atuantes nas comunidades afetadas, especialmente organizações sem fins lucrativos com bom trânsito entre a população atingida e os órgãos oficiais.

Junto com os representantes das instituições parceiras, os voluntários colaboram na identificação das principais demandas, no cadastramento das famílias, na compra e

distribuição de donativos. Em algumas oportunidades, os voluntários também participam da arrecadação de donativos, podendo, inclusive, organizar pontos de coleta e campanhas internas em sua unidade ou entre as lojas mais próximas ao local do desastre.

Nas próximas páginas, vamos atualizá-los com informações de contexto importantes quando falamos de desastres e vamos apresentar um passo a passo que registra a metodologia do SOS Comunidade, orientando o voluntariado para a ação humanitária. Nossa história é nossa bússola e ela também nos guiará nesse caminho.

DEPOIMENTO

“Fiquei muito feliz por ter sido escolhida para fazer a entrega e participar deste momento tão importante. Ficamos das 9 da manhã às 9 da noite passando pelos abrigos.”

Claudia Marinho Matos dos Santos, voluntária do Instituto C&A no Shopping Bay Market

SOS Comunidade contra enchentes em Niterói (RJ) Ano: 2010

Ação: Associados arrecadaram cerca de 3 toneladas em artigos de primeira necessidade; SOS Comunidade doou R$ 45 mil em produtos de higiene para dez abrigos em Niterói e São Gonçalo (RJ).

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LINHA DO TEMPO DO SOS COMUNIDADE

Desde 1991, o Instituto C&A investiu aproximadamente US$ 1,6 milhão em mais de 30 campanhas do SOS Comunidade. Muitos foram os desafios enfrentados nessas ações, mas o desafio inicial sempre foi a identificação correta das áreas e necessidades a serem atendidas, para que a ajuda certa chegasse aos lugares mais vulneráveis.

 1992 – Inundações em Contagem (MG) e São Paulo (SP); incêndio na favela do Buraco Quente, em São Paulo (SP)

 1993 – Campanha Contra a Fome, da Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida

 1994 – Incêndio em Contagem (MG)

 1996 – Inundações no Estado do Rio de Janeiro, em Recife (PE) e em Salvador (BA)  1997 – Inundações em São Paulo (SP) e Belo Horizonte (MG)

 1998 – Seca na região Nordeste

 1999 – Recessão econômica na Argentina, com atuação da Fundación C&A em Buenos Aires coordenada pelo Instituto C&A no Brasil

 2000 – Inundações em Natal (RN)

 2002 – Inundações no Estado do Rio de Janeiro, em Fortaleza (CE) e em Caxias do Sul (RS)

 2003 – Inundações em Belo Horizonte (MG) e em Duque de Caxias (RJ)  2004 – Temporais em Santa Cruz (RN), enchentes em Pelotas(RS)  2005 – Inundações em Vitória de Santo Antão (PE)

 2008 – Enchentes em São Luís (MA), enchentes e deslizamentos em Santa Catarina  2010 – Enchentes e deslizamentos em Niterói (RJ), enchentes em Maceió (AL)

 2011 – Enchentes e deslizamentos na região Serrana do Rio de Janeiro, enchentes em Morretes (PR), enchentes em Guidoval (MG)

 2012 – Enchentes em Manaus (AM)

 2013 – Enchentes na Baixada Fluminense (RJ)  2014 – Enchentes em Vila Velha e Linhares (ES) DEFINIÇÕES DE DESASTRE

Segundo a Constituição Federal, a segurança pública é dever do Estado e direito e responsabilidade de todos. Quando se trata de desastres, para fazer valer esse direito é preciso atuar de forma articulada com a Defesa Civil, que é o sistema responsável pela coordenação dos trabalhos de atendimento a eventos extremos.

No Brasil, o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sindpec), como é chamado formalmente, é composto por órgãos e entidades da administração pública que atuam nos níveis municipais, estaduais e federal. O órgão central desse sistema é a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), que está no âmbito do Ministério da Integração Nacional. A execução das atividades de defesa civil, no entanto é responsabilidade do corpo de bombeiros. Está escrito na Constituição: “(...) aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil”. Isso porque, conforme estabelece o Ministério da Integração Nacional, o bombeiro é quem possui maior

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treinamento e capacitação técnica para lidar com situações relacionadas a desastres,

sobretudo as de prestação de socorro.

O número para contatar a Defesa Civil em todo o Brasil é 199.

CONCEITOS QUE INTERESSAM

 Desastre: o resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre um ecossistema, causando danos humanos, materiais ou ambientais e consequentes prejuízos econômicos e sociais.

 Situação de emergência: o reconhecimento pelo poder público de situação anormal, provocada por desastres, causando danos superáveis pela comunidade afetada.

 Estado de calamidade pública: o reconhecimento pelo poder público de situação anormal, provocada por desastres, causando sérios danos à comunidade afetada, inclusive à incolumidade ou à vida de seus integrantes.

Fonte: Sistema Nacional de Defesa Civil (Sindec)

TIPOS DE DESASTRE

Em Santa Catarina, depois de vivenciar uma terrível temporada de enchentes e deslizamentos que em 2008 dizimou vários municípios do Estado, o Fundo Comunitário de Reconstrução e o Instituto Comunitário Grande Florianópolis (ICom) elaboraram, com o apoio do Instituto C&A,a publicação "Guia Proteção de Crianças e Adolescentes – Situações de Emergência". O

documento explica os principais tipos de desastres e dá dicas de como o voluntário pode atuar para diminuir as consequências das catástrofes, com ênfase no atendimento às crianças e aos adolescentes vítimas dessas situações.

De acordo com o compilado, os desastres podem ter fontes naturais (fenômenos ou desequilíbrios da natureza), humanas (ações ou omissões do homem), ou mistas (ações ou omissões humanas que contribuam para intensificar ou agravar os desastres naturais). Assim, também configuram desastres eventos como acidentes de trânsito de maior envergadura, surtos de violência urbana e de guerra civil.

Há que se destacar, também, que o fenômeno do aquecimento global tende a trazer mais complicações como secas, extinção de animais e vegetais, enchentes e furacões. Desastres naturais que sempre existiram, mas que nas últimas décadas se intensificaram e prometem aumentar ainda mais, colocam o SOS Comunidade como uma ação ainda mais importante.

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PRINCIPAIS DESASTRES NATURAIS

Terremotos

Fenômeno no qual ocorre uma vibração brusca da superfície da Terra, sobre determinada extensão de território. Se acontece em área populosa, pode causar muitas mortes e ferimentos, além de prejuízos materiais.

Furacões

Tipo de ciclone tropical, acompanhado de raios e trovões, com ventos que podem ultrapassar 390 km/h e causar danos catastróficos nas zonas costeiras e a centenas de quilômetros em terra.

Tornados

Redemoinhos de vento formados na baixa atmosfera, apresentando-se com características de nuvens escuras, de formatos afunilados, que descem até tocar a superfície da terra, com grande velocidade de rotação e forte sucção. Supera a

violência do furacão, ainda que seu tempo de ação seja mais curto e atinja menor área de extensão.

Tsunamis

Séries de ondas gigantescas, criadas por uma movimentação submarina, como um terremoto, deslizamento, erupção vulcânica ou meteorito. Um tsunami pode se mover a centenas de quilômetros por hora em oceano aberto e atinge um pedaço de terra com ondas de até 30 metros ou mais.

Deslizamentos

Fenômenos provocados pelo escorregamento de materiais sólidos, como solos, rochas, vegetação e/ou material de construção ao longo de terrenos inclinados. Os

deslizamentos em encostas e morros urbanos estão ocorrendo com maior frequência nos últimos anos, devido ao crescimento desordenado das cidades, com a ocupação de novas áreas de risco. A época de ocorrência dos deslizamentos coincide com o período das chuvas intensas e prolongadas. A distribuição geográfica de escorregamentos no Brasil vem afetando mais os Estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Enchentes

Existem diferente tipos de inundações. Podem ser repentinas, bruscas, ou enxurradas que ocorrem em regiões de relevo acentuado, montanhoso, como na região sul do Brasil. Acontecem pela presença de grande quantidade de água em um curto período. Seca ou estiagem

Fenômeno climático causado pela insuficiência de precipitação pluviométrica ou chuva em uma determinada região por um período de tempo muito grande. Há uma

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pequena diferença entre seca e estiagem: estiagem é o fenômeno que ocorre em um intervalo de tempo, já a seca é permanente.

Incêndios florestais

Propagação do fogo, em áreas florestais e de savana, como cerrados e caatingas, que ocorre com frequência e intensidade nos períodos de estiagem e está intrinsecamente relacionada à redução da umidade ambiental. Os incêndios podem iniciar de forma espontânea ou podem ser consequência de ações e/ou omissões humanas. Neste caso, os fatores meteorológicos e ambientais são decisivos para incrementá-los, facilitando sua propagação e dificultando seu controle.

Raios e tempestades

Tempestades são caracterizadas por raios e trovões. São produzidas por uma ou mais nuvens de tempestade. Uma típica nuvem de tempestade tem um diâmetro de 10 a 20 quilômetros. Cerca de duas mil tempestades estão sempre ocorrendo, o que significa que 16 milhões ocorrem anualmente. A frequência de tempestades em um dado local depende de vários fatores: a topografia, a latitude, a proximidade de massas de água e a posição do continente. Os raios podem ser perigosos e atingir pessoas, árvores e construções.

Fonte: “Guia Proteção de Crianças e Adolescentes – Situações de Emergência” O PASSO A PASSO DO SOS COMUNIDADE

Pessoas capacitadas e em sintonia com os órgãos oficiais responsáveis pela organização do atendimento a eventos extremos podem contribuir, e muito, com a redução dos danos causados em situações de emergência.

A metodologia do SOS Comunidade tem só seis passos e foi pensada para que a ação ocorra da maneira mais rápida e eficiente possível – do jeito que requer uma situação de emergência. Como nas demais ações realizadas pelo programa Voluntariado, a atuação do SOS Comunidade deve ser planejada em conjunto com organizações da sociedade civil envolvidas com a

comunidade afetada.

Se toda ação comandada pelo programa Voluntariado visa fomentar entre os funcionários da C&A a cultura da participação social, da vida comunitária e da atenção à criança pequena, o SOS Comunidade não foge à regra.

A frente de trabalho é um convite para a participação de todos justamente nos momentos em que, devido à pressa da situação, a resposta ao engajamento também se mostra de maneira rápida e inspiradora. Caminhando...

DEPOIMENTO

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empresa em que trabalham está ajudando neste momento difícil é

fundamental.”

Siderval Couto, gerente da loja da C&A no Amazonas Shopping

SOS Comunidade contra a chuvarada em nos municípios amazonenses de Iranduba e Careiro da Várzea

Ano: 2012

Ação: O SOS Comunidade doou R$ 200 mil em itens de primeira necessidade para mil famílias vítimas das chuvas.

Passo 1: Acionar o SOS

Depois de um desastre, as lojas próximas à região afetada que queiram colocar o SOS

Comunidade em ação devem entrar em contato com o Instituto C&A. Esse passo deve ser dado pelo gerente da loja. É claro que ele pode ser influenciado pelos voluntários e outros

associados da C&A, mas quem faz a ligação pedindo SOS para o Instituto C&A é o gerente. O gerente sênior e o conselheiro da região também precisam ser informados sobre a intenção da loja em acionar o SOS Comunidade. Normalmente, o Instituto C&A orienta a equipe a ir até a localidade atingida pelo problema e a estabelecer contato com as organizações sociais que estão oferecendo apoio às vítimas. Podem ser ONGs, associações de moradores, paróquias, centros comunitários, lideranças locais etc.

Passo 2: Informação e planejamento

Gerente e voluntários fazem um levantamento da situação e buscam dados sobre as

consequências do desastre em fontes como Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, entidades que estão oferecendo apoio às vítimas e meios de comunicação. Toda informação é válida: número de pessoas e famílias atingidas, total de vítimas e de desabrigados, casas destruídas, condições de infraestrutura e principais carências. Com esses dados em mãos, o gerente liga novamente para o Instituto C&A e apresenta o tamanho do problema. Juntos, o gerente e o responsável pelo SOS Comunidade fazem as contas de quanta verba deve e pode ser alocada para a emergência.

Passo 3: Compras

Uma força-tarefa envolvendo a organização social identificada como parceira para o SOS Comunidade, gerente e voluntários define os itens de primeira necessidade que precisam ser comprados. A compra é feita pelo gerente, com o apoio do grupo de voluntários. Todos podem levantar preços e fazer pesquisas de produtos. O importante é contar com bons fornecedores locais, que tenham produtos com bons preços e que possam agir com rapidez e eficiência. Mais do que fornecedores, supermercados, hipermercados e atacadistas são parceiros em potencial. Ao engajar-se na ação, tendem a dar descontos que farão a verba disponível render e beneficiar mais famílias. Bem-informados sobre as necessidades específicas de cada situação, os voluntários também podem se organizar para doar e receber doações em postos de

arrecadação nas lojas. Mesmo sem envolver grandes esforços de logística, essa tática pode mobilizar os voluntários de uma mesma localidade e garantir ainda mais suprimentos para o atendimento das vítimas.

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DE ONDE VEM O DINHEIRO?

Na maioria das situações, a verba do SOS Comunidade vem de bazares realizados pelos voluntários do Instituto C&A ligados ao Escritório Central (EC) da C&A em Barueri (SP) e do Centro de Distribuição Tamboré (CDT). Nos bazares, são comercializadas

mercadorias doadas pela empresa – geralmente amostras ou sobras de coleção de roupas e acessórios –, gerando recursos que compõem um fundo de apoio ao SOS Comunidade. Em algumas situações, o recurso doado pelo Instituto C&A vem de seu próprio orçamento.

Passo 4: Comunicação

Toda ação humanitária requer uma comunicação bem feita. Para o sucesso do trabalho, é importante que os associados das unidades envolvidas com o SOS Comunidade sejam mantidos informados sobre o que está sendo realizado e sejam convidados a participar. Uma ação bem planejada permite que todos os interessados participem, sem comprometer a agenda comercial da unidade. Canais como o mural do Instituto C&A, as reuniões de Ponto de Partida e Ponto de Alerta e o Portal dos Voluntários precisam ser aproveitados. A reportagem do site do Instituto C&A também deve ser contatada.

Passo 5: Entrega dos donativos

A negociação com os fornecedores deve prever que eles se responsabilizem pela entrega dos produtos e, se possível, também pelo manuseio. Em alguns casos, os voluntários podem se envolver com essas etapas também. O fundamental é garantir que os produtos cheguem logo ao local e à população afetados. O Instituto C&A recomenda que a entrega dos produtos seja sempre feita na organização social parceira e que ela se responsabilize pela distribuição entre as vítimas do desastre. A experiência tem mostrado que a entrega ganha agilidade se o material for organizado em kits, ainda no fornecedor. Dessa forma, na hora que os produtos chegam à organização social, são rapidamente distribuídos para as famílias atingidas.

ATENÇÃO!

É fundamental que as notas fiscais dos produtos comprados sejam emitidas em nome do Instituto C&A, e não da C&A Modas. Isso porque o Instituto C&A e a C&A Modas têm CNPJs diferentes. Se a nota for emitida em nome da C&A Modas, não poderá ser paga pelo Instituto C&A.

Passo 6: Prestação de contas

O Instituto C&A solicita que se prepare um dossiê com informações e fotografias que registrem todos os encaminhamentos realizados pela equipe gerencial e de voluntários para um

representante do SOS Comunidade no Instituto C&A. Desde o primeiro e-mail até a prestação de contas. O relatório também deve trazer um balanço da ação com as seguintes informações: situação do desastre; pessoas atingidas; número de voluntários/associados envolvidos;

recursos doados; suprimentos distribuídos; número de beneficiados; fornecedores acionados; e relação com a organização parceira local. É também bastante importante que a ação seja registrada no Portal dos Voluntários, com novidades, fotos e resultados.

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CRIANÇAS E ADOLESCENTES – UM CAPÍTULO À PARTE

As crianças são o grupo mais vulnerável em um desastre, e é por isso que este guia dedica um capítulo só para elas. Não raro, o drama vivido por quem é afetado diretamente pelo problema inclui situações traumáticas como morte de parentes, perda do lar, perda do ambiente da escola, separação de amigos e de animais.

De acordo com a organização Save the Childen, trabalhos de prevenção e de preparação que envolvam as próprias crianças podem diminuir a vulnerabilidade desse grupo em situações de emergência.

O olhar dos voluntários do Instituto C&A, que lidam no dia a dia das instituições parceiras com crianças pequenas e conhecem muitas de suas reações em momentos rotineiros, pode fazer a diferença na hora de pensar no atendimento às crianças em situações de desastre. E o ideal é que esse atendimento seja planejado desde a prevenção até o auxílio a crianças vítimas de desastres.

Nossa fonte aqui é o “Guia Proteção de Crianças e Adolescentes – Situações de Emergência”, elaborado pelo Fundo Comunitário de Reconstrução e pelo Instituto Comunitário Grande Florianópolis (ICom), com o apoio do Instituto C&A. As informações e as dicas do guia se baseiam em estudos, experiências, recomendações e, principalmente, nas demandas que surgiram das enchentes que atingiram o Estado de Santa Catarina em 2008.

Segundo a publicação, entre as 135 vítimas fatais do evento, pelo menos 27 eram menores de 18 anos. Entre as 78 mil pessoas que ficaram desalojadas, cerca de 40% eram crianças e adolescentes que, além do trauma das perdas, precisaram enfrentar, durante meses, o convívio em abrigos públicos.

Nos abrigos, as crianças precisam de cuidados especiais e devem receber orientação e apoio para lidar com a situação. O guia alerta que, nas circunstâncias de um desastre, os aspectos sociais e psicológicos do desenvolvimento da criança são diretamente atingidos. E dá dicas de como os adultos podem ajudar a amenizar os traumas:

 É importante buscar estabelecer comunicação com a criança. Expressar o que sente pode ajudá-la a compreender melhor o que aconteceu;

 Acompanhar, observar e escutar a criança. Num momento de tamanha vulnerabilidade, a criança precisa se sentir o mais segura possível para poder desabafar e expor o que está sentindo;

 As conversas devem ser positivas e precisam buscar repassar alegria e vontade de viver;

 Além de conversar com a criança, o adulto deve buscar entretê-la, com brinquedos, livros e atividades que a ajudem a se expressar e a superar a situação. O guia também indica que, para facilitar a expressão de emoções e sentimentos, os adultos podem usar a técnica de arte-educação e conversas em grupo;

 É importante que o adulto informe as crianças sobre o que está acontecendo; os adultos devem garantir a participação de crianças e adolescentes na rotina do abrigo, considerando os aspectos físico, emocional e social desses grupos. Participando, eles se sentem importantes no processo de reabilitação;

 Junto com seus pais, as crianças devem receber um espaço apropriado para manter seus pertences e bens pessoais, para que se sintam protegidas e seguras quanto à intimidade familiar;

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 Se a criança precisar de atendimento especializado, ele deve ser realizado em local

facilmente localizável pela família.

A UM CLIQUE DE DISTÂNCIA

O “Guia Proteção de Crianças e Adolescentes – Situações de Emergência” está disponível para download na seção Acervo do site do Instituto C&A, no link http://institutocea.gesdoc.com.br/api/arquivo_inline/2758. Vale a pena a visita!

Referências

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