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Recolha de saberes tradicionais sobre a utilização de plantas medicinais em produção animal no Alentejo

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Academic year: 2021

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Projeto Interreg RITECA II: Red de Investigación Transfronteriza de Extremadura, Centro y Alentejo. Tarefa 3 - «Recursos genéticos. Caracterização, avaliação e seleção de ecótipos de espécies pratenses anuais, plantas medicinais e leguminosas de grão colhidas na Extremadura e Alentejo». (2011-2014)

Investigação em Plantas Aromáticas e Medicinais - Escola Superior Agrária de Coimbra - 25 Setembro 2014

Noémia Farinha*; Orlanda Póvoa; Rute Santos

Recolha de saberes tradicionais sobre a utilização

de plantas medicinais em produção animal no

Alentejo

(2)

1 - Pressupostos de base

http://www.biodiversityhotspots.org/xp/Hotspots/mediterranean/index.xml Bacia Mediterrânica

• 25 000 espécies de plantas nativas da região (8,3% das 300 000 espécies)

•13 000 espécies endémicas (3º lugar a nível mundial)

•1,6% da superfície da terra Um dos 25 “hotspots” de biodiversidade mundial (Mayers et al., 2000) Existência de grande diversidade de plantas na região mediterrânica

(3)

• Existe conhecimento tradicional sobre a utilização medicinal

de muitas espécies da nossa flora, que deve ser registado e

valorizado

• Nas pastagens naturais encontram-se muitas plantas que

contém princípios ativos que ajudam a prevenir doenças nos

animais e a reduzir a quantidade de tratamentos aplicados.

• As espécies, com aptidão medicinal, poderão vir a ter

utilização futura em “pastagens medicinais”.

(4)
(5)

5

Objetivos da utilização das plantas medicinais na

produção animal:

•Saúde ANIMAL – redução de riscos de resistências

•Saúde HUMANA – redução de resíduos nos produtos

consumidos

•redução de resíduos químicos no ambiente

•Redução de custos na produção animal

•valorização económica de recursos genéticos regionais

Desenvolvimento rural sustentável

(6)

• Fazer levantamento das utilizações tradicionais das plantas no

tratamento de animais, na região Alentejo.

• Validar com pesquisa bibliográfica

• No futuro, encontrar espécies de plantas que possam ser

testados para introduzir na alimentação animal, ou até

mesmo em pastagens, para fins medicinais.

(7)

3- Metodologia geral

• 56 entrevistas semiestruturadas realizadas entre Julho 2011 e Abril 2012

Origem dos informantes (dispersão por todo o Alentejo):

•provenientes de contactos de projetos anteriores (inicialmente ao acaso); •recomendados por informantes iniciais (método bola de neve)

• encontrados ao acaso em locais públicos

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4- Resultados

(9)

4- Resultados

9 Perfil dos informantes:

•Homem (67,9%) •>70 anos (62,5%)

•Ensino básico (51,8%) ou analfabeto (33,9%) •Ocupação ligada à agricultura (67,9%)

•Já não usa estes tratamentos (77,8%), há cerca de 30 anos

0 10 20 30 40 50 60 70 80 sim(%) não(%)

Informantes que ainda usam os tratamentos

0 10 20 30 40 50 60 Grau de escolaridade 0 10 20 30 40 50 60 70 <40(%) 40-60(%) 60-70(%) >70(%) Idade dos informantes

(10)

4- Resultados

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% Bovinae Equidae Caprinae - Ovis Caprinae - Capra Suidae Canidae Galliformes Felidae

Citações para cada taxa animal

Citação:

1 planta/animal/tratamento

total citações: 933

•25% (231) para humanos •75% (702) para animais

(11)

4- Resultados

0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50% Traumatismos

Afeções do trato gastrointestinal Febre Afeções do sistema respiratório Ectoparasitoses Endoparasitoses Anemia Afeções do olho Afeções da pele Distócia Laminitis Antibiótico Forragem Galactogogo

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4- Resultados

12

Plantas mais utilizadas

Espécie Nome comum Citações (n.º) Doença-tipo Malva sp. Lavatera sp. Malva 83

Traumatismos (59); Afeções do trato gastrointestinal (19); Afeções do trato respiratório (2); Ectoparasitoses (1); Laminite (1)

Hypericum

tomentosum Calafito 72

Traumatismos (54); Afeções do trato gastrointestinal(12); Afeções do olho(4); Febre (1); Laminite (1)

Olea europaea Oliveira 58

Afeções do trato gastrointestinal (25); Traumatismos (23); Febre (3); Ectoparasitoses (3); Endoparasitoses (1); Afeções do sistema respiratório (4)

Xolantha tuberaria

Erva

alcaria 43

Traumatismos (38); Afeções do trato gastrointestinal (3); Afeções do olho (3)

Vitis vinifera Videira 21 Traumatismos (8); Afeções do trato gastrointestinal (7); Anemia (6)

Chamaemelum

nobile Marcea 18

Afeções do trato gastrointestinal (9); Traumatismos (4); Afeções do olho (3); Afeções do sistema respiratório (2)

Daphne

gnidium Trovisco 17

Afeções do trato gastrointestinal (14); Ectoparasitoses (2); Traumatismos (1)

Allium sativum Alho 15

Afeções do sistema respiratório (5); Endoparasitoses (4); Afeções do trato gastrointestinal (3); Afeções do olho (1); Traumatismos (1); Antibiótico (1)

Mentha spicata Hortelã 15 Endoparasitoses (14); Afeções do sistema respiratório (1)

Cistus

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4- Resultados

13

Comparação com a bibliografia

Malva/Lavatera

foi a espécie mais referida: •Traumatismos

• afeções gastrointestinais (obstipação principalmente) •Afeções do trato respiratório

•Laminite

•Ectoparasitas

•As malvas contém mucilagens com propriedades emolientes, propriedades mucoliticas e laxativas. A sua atividade anti-inflamatória é devida à presença de flavonoides e antocianosidos (Proença da Cunha

et al., 2010)

•Bown (1995) refere-as como expectorantes, adstringentes ligeiros e anti-inflamatórias, usadas em bronquites, tosse, inflamação da garganta, gastrites, externamente para abcessos e mordeduras de insectos

(14)

4- Resultados

Comparação com a bibliografia

Hypericum tomentosum (calafito)

:

•Contém flavonoides, proantocianidinas: propriedades anti-inflamatorio, vasoprotectivo, espasmolítico (Proença da Cunha et al.,

2009)

•Hipericina: antisseptica, anti-inflamatorio e anticancerígena •Hiperforina: antibiotico bacterias gram positivas

Justifica o uso no tratamento de traumatismos, afeções gastro-intestinais e laminite

Toxicidade: Hipericina e hiperforina em grandes quantidades

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Comparação com a bibliografia

Olea europaea (oliveira)

•Azeite – obstipação, feridas, picadas de insetos, •calda de azeitonas - obstipação, feridas

•folha - diarreia

•Utilizada na Extremadura ES como: vulneraria, anti-inflamatória, dermatites, hemorroidas, hipotensora, tranquilizante, laxante, estimulante da secreção biliar, anti-helmintica (Pardo, 2008).

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4- Resultados

Plantas tóxicas:

•Daphne gnidium (trovisco)

•Urginea maritima (cebola albarrã) referidas para uso externo •Senecio sp. (tasneira)

Algumas plantas tóxicas, quando ingeridas em elevada quantidade (ex.:

(17)

4- Resultados

Problemas mais referidos e plantas utilizadas

Doença-grupo Espécies referidas

Traumatismos (Inchaços, feridas, feridas infetadas, inflamações…)

Malva sp. Lavatera sp. (59); Hypericum tomentosum (54); Xolantha tuberaria (37); Olea europaea (23); Cistus ladanifer (12); Senecio sp. (12); Quercus suber (8); Vitis vinifera (8); Apium nodiflorum (6); Pulicaria odora (6); Sanguisorba sp. (6); Geranium purpureum (5); Rosmarinus officinalis (5); Centaurea ornata (4); Centaurium erythraea (4); Chamaemelum nobile (4); Juglans regia (4); Myrtus communis (4); Ruta graveolens (4); Tamarix africana (4); Aloe vera (3); Eriobotrya japonica (3); Hypericum perforatum (3); Paronychia argentea (3); Urginea marítima (3); Arundo donax (2); Conyza canadensis (2); Cydonia oblonga (2); Foeniculum vulgare (2); Hyoscyamus níger (2); Marrubio vulgar (2); Quercus ilex (2); Retama sphaerocarpa (2); Rubus sampaioanus (2); Triticum aestivum (2); Vinca major (2); Allium sativum (1); Cinnamomum zeylanicum (1); Cistus populifolius (1); Daphne gnidium (1); Elaeoselinum foetidum (1); Fraxinus angustifolia (1); Laurus nobilis (1); Melissa officinalis (1); Origanum vulgare (1); Plantago major (1)

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Afeções do trato gastrointest inal (diarreia – obstipação)

Olea europaea (25); Malva sp. Lavatera sp. (17); Daphne gnidium (14); Hypericum tomentosum (12); Trifolium angustifolium (12);Chamaemelum nobile (9);Vitis vinifera (7); Zea mays (6); Foeniculum vulgare (5); Pyrus bourgaena (5);Achilea ageratum (4);Scolimus hispanicus (4); Allium cepa (3); Allium sativum (3); Amaranthus sp.(3); Centaurium erythraea (3); Eriobotrya japonica (3); Laurus nobilis (3);Linum usitatissimum (3);Xolantha tuberaria (3); Citrus limon (2); Citrus x sinensis (2);Cynodon dactylon (2);Mentha pulegium (2); Origanum vulgare (2); Rumex bucephalophorus (2); Rumex pulcher (2); Silibum marianum (2); Triticum aestivum (2); Asplenium trichomones (1)¸Brassica nigra (1)¸Ceratonia siliqua (1)¸Cichorium intybus (1)¸Ficus carica (1)¸Hordeum vulgare (1)¸Juglans regia (1)¸Juniperus phoenicea (1); Lilium candidum (1)¸ Lythrum salicaria (1)¸Melissa offcinalis (1)¸Mentha suaveolens (1)¸Opuntia ficus-indica (1)¸ Parietaria judaica (1); Paronychia argentea (1); Pulicaria odora (1); Quercus pyrenaica (1); Rubia tintoria (1); Salvia officinalis (1); Sambucus nigra (1); Vinca major (1)

4- Resultados

(19)

5 - Conclusões

19

O conhecimento de origem tradicional está sobretudo na posse de pessoas idosas e com pouca aplicação atual

Justifica a recolha da informação

Pessoas mais novas com interesse pelos conhecimentos tradicionais, associados a livros: o conhecimento é valorizado

As doenças mais referidas foram:

traumatismos e afeções do trato gastrointestinal. As restantes (febre, afeções do sistema respiratório, parasitas etc.) foram comparativamente pouco referidas.

As plantas mais utilizadas foram:

• Malva sp./ Lavatera sp., Hypericum tomentosum e Olea europaea para tratar traumatismos e afeções do trato gastrointestinal (principalmente obstipação)

(20)

5 - CONCLUSÕES

Para algumas espécies de plantas, avaliar a sua inclusão na forragem (onde se podem controlar as doses), ou até na pastagem: podem melhorar o valor nutricional da pastagem ou permitir a “auto-medicação” dos animais.

Cuidados especiais a ter na plantas medicinais em pastagens:

• toxicidade

• apetência dos animais

“A diferença entre remédio e veneno está na dose“

(Paracelso – Médico e físico suíço do séc. XVI)

Os resultados da etnobotânica terão que ser testados antes de serem utilizados em produção animal

Exemplos de espécies cuja utilização em pastagens deve ser estudada: •Trifolium angustifolium - diarreia

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Agradecimentos

•Ao projeto RITECA II:

«Red de Investigación Transfronteriza de Extremadura, Centro y Alentejo. Tarefa 3 - «Recursos genéticos. Caracterização, avaliação e seleção de ecótipos de espécies pratenses anuais, plantas medicinais e leguminosas de grão colhidas na Extremadura e Alentejo». (2011-2014)

•Aos angariadores de informantes

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