• Nenhum resultado encontrado

Impactos econômicos nas atividades características do turismo no município de Barreirinhas - MA causados pelo novo coronavírus

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Impactos econômicos nas atividades características do turismo no município de Barreirinhas - MA causados pelo novo coronavírus"

Copied!
19
0
0

Texto

(1)

131

Impactos econômicos nas atividades

características do turismo no município

de Barreirinhas - MA causados pelo

novo coronavírus

Monique de Oliveira Serra1;

Adriana de Mendonça Marques2;

Leonardo dos Santos3;

Nicolas Oliveira Melo4;

Kaylla Leal Gomes Lima5;

Gabriella Salazar Bonfim de Souza Santos6; 1 Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Turismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN; Professora de

Turismo do Instituto Federal do Maranhão. E-mail: monique.serra@ifma.edu.br;

2 Professora do Instituto Federal do Maranhão no Ensino Médio Técnico e Tecnológico e no Ensino Superior de Licenciatura em Ciências Biológicas; E-mail: adriana.marques@ifma.edu.br;

3 Graduandos do Curso Superior de Licenciatura em Ciências Biológicas IFMA Campus Barreirinhas; 4 Graduando do Curso Superior de Licenciatura em Ciências Biológicas IFMA Campus Barreirinhas; 5 Graduando do Curso Superior de Licenciatura em Ciências Biológicas IFMA Campus Barreirinhas; 6 Graduando do Curso Superior de Licenciatura em Ciências Biológicas IFMA Campus Barreirinhas;

Recebido em 01/08/2020; Aceito em 18/01/2021; Publicado na web em 19/03/2021

DOI: http://dx.doi.org/10.35818/acta.v15i1.994

RESUMO

O turismo é fundamental para a economia nacional e mundial, pois promove o movi-mento da população de diversas formas e com propostas diferentes, seja por negócios ou lazer. No entanto, com o surgimento da Pandemia do COVID-19, diversos impactos foram causados em muitos setores financeiros, sendo o turismo um dos principais afetados. Desse modo, este trabalho possui como objetivo analisar os impactos econômicos causados pela pandemia nas atividades ligadas ao turismo no município de Barreirinhas-MA, tendo em vista que este possui como uma das principais fontes de economia as atividades turísticas. A metodologia incluiu pesquisa bibliográfica com vistas a fundamentar teoricamente o es-tudo, bem como pesquisa de campo com abordagem qualitativa e quantitativa. Como ins-trumento de coleta de dados, foi feita a aplicação de um questionário online estruturado com 22 questões fechadas, direcionado a profissionais do setor turístico local, sobretudo nos segmentos de hospedagem, alimentação e agenciamento de viagens, buscando enten-der os impactos e as alternativas adotadas para lidar com a pandemia. Os dados obtidos fo-ram analisados e tabulados, com um total de 18 empresas que se disponibilizafo-ram a parti-cipar da pesquisa, a qual demonstrou que o impacto causado atingiu principalmente o seu rendimento anual e, consequentemente, provocou um aumento no número de demissões.

(2)

132

Economic impacts on the characteristic

activities of tourism in the municipality

of Barreirinhas - MA causedbythe new

coronavirus

ABSTRACT

Tourism is fundamental to the national and world economy, as it promotes the movement of the population in different ways and with different purposes, whether for business or leisure. However, with the emergence of the COVID-19 Pandemic, several impacts have been caused in many financial sectors, with tourism being one of the main affected. Thus, this work aims to analyze the economic impacts caused by the pandemic in activities related to tourism in the municipality of Barreirinhas - MA, considering that this place has the tourist activities as one of the main economy sources. The methodology included bibliographic research to base theoretically the study, as well as field research with a qualitative and quantitative approach. As an instrument of data collection, an online questionnaire structured with 22 closed questions was applied, directed to professionals from the local tourism sector, especially in the segments of accommodation, food, and travel agency, seeking to understand the impacts and the alternatives adopted to deal with the pandemic. The data obtained were analyzed and tabulated, with 18 companies that made themselves available to participate in the research, which one demonstrated that the impact caused reached mainly the annual income and consequently caused an increase in the number of dismissals.

(3)

133

1 INTRODUÇÃO

O turismo, segundo o portal de notícias Terra Economia (2020), promove o movi-mento contínuo da população global,ofe-recendo oportunidades de negócios para grandes grupos de companhias aéreas, redes de hotéis, empresas de cruzeiros, pequenas empresas e profissionais como: agências de viagens locais, pousadas, restaurantes ou guias de turismo/condutores que tra-balham na comunidade local. Para todos os envolvidos nessa oferta de serviços, a renda depende do interesse do visitante. Sendo um dos setores com maior peso na economia mundial, o turismo é certamente um dos mais afetados com a epidemia do Covid-19. Segundo uma pesquisa anual re-alizada pelo Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, 2020) em parceria com a Oxford Economics, ligada à tradicional universidade inglesa, o setor de turismo res-pondeu, em 2018, por 10,4% de toda a ati-vidade econômica do planeta, gerando 319 milhões de novos empregos (um em cada cinco dos que foram criados desde 2014). No Brasil, o setor emprega cerca de três milhões de pessoas, com faturamento, em 2019, de quase R$ 239 bilhões, isto é, 8,1% de toda riqueza produzida no país (PIB) (DURAN, 2020). No Maranhão, a situação não é diferente, uma vez que o turismo mo-vimenta vários segmentos da cadeia produ-tiva e é responsável por uma boa parcela da mão de obra formal e informal no Estado. A pandemia do Covid-19 afetou significa-tivamente o mundo do trabalho no

mu-nicípio de Barreirinhas – MA, o portal dos Lençóis Maranhenses, gerando diferenças numéricas, se comparados os dados do primeiro semestre de 2019 com o primei-ro semestre de 2020. De acordo com dados disponibilizados no site do Cadastro ge-ral de Empregados e Desempregados (CA-GED, 2020) relacionados à movimentação de emprego na área pertencente a hotéis e similares, quando comparado o primeiro semestre do ano de 2019 com o de 2020, é notória a diferença na quantidade de ad-missões. Sendo um total de 18 no ano de 2019 e apenas 8 no ano de 2020. Ainda na mesma categoria de hotéis e similares, tam-bém há diferença com relação aos desliga-mentos, sendo um total de 20 no primeiro semestre de 2019 e 51 no primeiro semestre de 2020. Para os setores de restaurantes e outros estabelecimentos de serviços de ali-mentação e bebidas, a quantidade total de admissões no primeiro semestre de 2019 foi de 78 e já no primeiro semestre de 2020 foi de apenas 12. Em relação ao desligamento, também há uma notável diferença, sendo de 31 no ano de 2019 e 90 no ano de 2020. Para o setor de agências de viagem, o nú-mero de admissões no primeiro semestre de 2019 foi de 11 e 15 desligamentos e já no primeiro semestre de 2020, foram 9 admis-sões e 21 desligamentos.

Segundo Brasil (2018, p.44), o turismo é definido como “conjunto de atividades re-alizadas por pessoas durante suas viagens e estadias em lugares distintos do seu habitat natural por um período consecutivo infe-rior a um ano, com finalidade de lazer,

(4)

ne-134

gócios e outros”. Dessa forma, o turismo é entendido como uma atividade econômica que proporciona o deslocamento de indiví-duos para locais diversos, com motivações de diversão e descanso.

Tais deslocamentos são frequentes na cida-de cida-de Barreirinhas, tendo o crescimento em relação ao número de visitantes aumentado significativamente nos últimos anos. Mais precisamente, essa expansão deu-se no final de 2001, desde que as obras da Rodovia 402, conhecida como “Translitorânea” foram concluídas. Essa Rodovia possibilitou o vín-culo entre a capital São Luís do Maranhão e o município de Barreirinhas, que é o portal dos Lençóis Maranhenses e possui maior in-fraestrutura se comparada a outros municí-pios mais próximos como Santo Amaro. O turismo tem tido relevância sobre o PIB Mundial, sendo um dos setores que mais disponibiliza empregos no mundo (FA-GUNDES, ASHTON, 2010). Presse (2020) afirma que ao fim do mês de abril do ano de 2020 em todo o planeta houve restri-ções para viagens. De acordo com Verdélio (2020), o Brasil enquadra-se no grupo que restringiu entrada pela via aérea, fechou fronteiras, permitindo apenas que residen-tes entrassem no país. Não se sabe de fato o impacto que isso tem causado no setor turístico, mas é notório que tal setor é di-retamente afetado pela crise econômica enfrentada. Além da impossibilidade de ir para outro país ou cidade que não é o seu ou sua, seja para desfrutar as férias, traba-lhar, há também a limitação de não poder trafegar normalmente no local onde se re-side. Ou seja, são fatores interligados que

colaboram para o decaimento do turismo enquanto atividade econômica.

A FGV projetos (2020) afirma que as ativi-dades principais relacionadas ao setor turís-tico são: hotéis e pousadas (7,14%), bares e restaurantes (37,45%), transporte rodo-viário (17,37%), transporte aéreo (4,78%), outros transportes e serviços auxiliares dos transportes (9,93%), atividades de agências e organizadores de viagens (2,73%), aluguel de bens móveis (2,67%), atividades recrea-tivas, culturais e desportivas (17,93%). Os lugares citados foram os primeiros a serem fechados, bem como as atividades citadas sofreram uma série de restrições devido às formas de contágio do Novo Coronavírus. No município de Barreirinhas-MA, grande parte da economia é viabilizada pelo turis-mo. Sabendo-se que, com a pandemia mun-dial, o fluxo de turistas diminuiu significa-tivamente e consequentemente as agências de turismo, as pousadas e os hotéis tiveram suas atividades interrompidas ou reduzidas, abre-se um pressuposto para análise sobre o impacto econômico da pandemia no setor turístico de Barreirinhas. E ressalta-se que, mesmo com o isolamento social se esvain-do, a retomada das atividades turísticas não se dará de imediato. Logo, o objetivo deste trabalho é analisar os impactos causados pela pandemia na atividade turística no município de Barreirinhas, Maranhão, sen-do esta uma cidade que necessita de ativi-dades e práticas turísticas, pois essa ativida-de é uma das principais formas ativida-de renda e crescimento econômico local, situação que motiva o desenvolvimento deste estudo.

(5)

135

Os dados utilizados ao longo do processo e confecção do estudo foram obtidos através da aplicação de um questionário aos respon-sáveis por agências de turismo, hotéis, re-sorts, pousadas, restaurantes e cafeterias pre-sentes na cidade. A pesquisa está dividida em diferentes sessões, sendo a primeira de fun-damentação teórica, referente à pandemia, explicando sua origem e agravamento. Poste-riormente, são abordados os impactos no tu-rismo, iniciando com uma visão mais ampla a nível mundial até a atual situação da cida-de cida-de Barreirinhas-MA. Em seguida, tem-se a metodologia com levantamento, cruzamen-to e análise de dados para então apresentar e discutir os resultados da pesquisa de campo seguido das considerações finais.

2 A PANDEMIA

A pandemia do novo coronavírus deu iní-cio a uma das piores crises de aspecto eco-nômico e sanitário das últimas décadas, a qual não era prevista, deixando a sociedade com marcas profundas em seus mais diver-sos setores (AZEVEDO, SIMÕES,2020). Em dezembro de 2019, foi relatado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) um aumento significativo nos casos de pneu-monia, sendo que esses possuíam uma cau-sa desconhecida. Os primeiros casos foram identificados em pacientes provenientes da região de Wuhan, província de Hubei na China, cujo vírus tratase de uma va-riante do Coronavírus (SARS-Cov-2) causa-dor da doença COVID-19 (ARAGÓN et al, 2019; CRUZ, 2020).

Os coronavírus fazem parte de uma gran-de família gran-de vírus que causam doenças, as quais variam de resfriados comuns a outras com um nível mais grave, como as doenças respiratórias MERS e SARS (BELASCO, FON-SECA, 2020; CHAVES, BELLEI, 2020). O novo coronavírus é altamente contagio-so e possui uma rápida propagação, o que fez com que o vírus se espalhasse por todos os continentes em um curto intervalo de tempo, fazendo com que a OMS declarasse emergência de saúde de interesse mundial (MUCELIN, DÁQUINO, 2020).

Assim, diversos países precisaram adotar medidas que reduzissem as situações fa-voráveis ao aumento da contaminação. Gössling et al (2020) aponta a restrição de viagens internacionais, regionais e locais como exemplo dessas medidas, as quais atingiram de forma imediata as economias nacionais, trazendo consequências para o sistema de turismo, abrangendo viagens in-ternacionais, o turismo doméstico, visitas diárias, além de diversos segmentos como transporte aéreo, cruzeiros e transporte pú-blico. Os supracitados autores também des-tacam outros setores afetados como: aco-modações, restaurantes e cafés, festivais, convenções e eventos esportivos.

3 IMPACTOS ECONÔMICOS

NAS ATIVIDADES

CARACTERÍSTICAS DO

TURISMO

O turismo é um dos setores que mais gera empregos e que tem crescido muito nos últimos anos, impulsionando a economia

(6)

136

de países emergentes como o Brasil,repre-sentando uma grande porcentagem no Pro-duto Interno Bruto (PIB) do país (VIEIRA, 2019). Diante da crise econômica mundial decorrente da pandemia de COVID-19, é perceptível que inúmeros setores sofreram consequências alarmantes. De acordo com Azevedo e Simões (2020), o setor turístico é um dos mais afetados pela crise na eco-nomia mundial, tendo que se adaptar à nova realidade trazida pela pandemia, com a possibilidade de este setor não voltar a ser o mesmo. No entanto, os referidos autores também ressaltam que deve existir uma busca por soluções, a fim de manter a espe-rança de que o turismo seja um dos primei-ros setores a sair desta crise.

Com a pausa nas viagens internacionais e nacionais, diversas empresas que trabalham diretamente ligadas ao turismo encontram--se ameaçadas, assim como os empregos por elas ofertados (FIGUEIRA et al, 2020). O contingente de informações e diferen-tessituações que emergem no contexto da pandemia ligados ao receio da população, afeta diretamente a indústria do turismo, gerando um impacto econômico de nível mundial, cujasperdas ultrapassam a casa dos bilhões de dólares. Além do medo de ser contaminado pela doença que até o momento não possui uma vacina, o con-sumidor tem o temor de ter que ficar em quarentena onde estiver hospedado, per-manecendo confinado por alguns dias, sem poder voltar para seu país, estado ou cidade (MUCELIN, DÁQUINO, 2020).

Um dos primeiros setores afetados pela pan-demia da SARS-Cov-2 foi o turismo recep-tivo, onde se observou o fechamento das ligações aéreas, a paralisação dos restauran-tes, o cancelamento de visitas a monumen-tos, o número de hóspedes diminuindo e o crescente apelo das autoridades para que as pessoas não saíssem de suas casas ou de seu país de origem (CARBONE, 2020).

Diante da atual situação relacionada à CO-VID-19 ao redor do mundo, pode-se ob-servar diferentes formas de impacto nos setores de hotelaria.Moreira et al (2020) afirmam que a hotelaria destinada ao turis-mo de negócios tem mais chances de sofrer impacto que a hotelaria de alto luxo por exemplo, destacando os resorts, que são voltados principalmente para o turismo de lazer. Os autores citados também apontam um efeito que é proveniente do pós-pan-demia, por exemplo, videoconferências e profissionais em home office, levando a tendência de redução nos deslocamentos a negócios. Por outro lado, a busca por am-bientes abertos e voltados para o lazer pode auxiliar no processo de recuperação dos ho-téis de praia e pequenas pousadas, conside-rando a importância de manter as práticas de higiene e segurança.

Segundo a Agência Sebrae de Notícias (ANS), o turismo no Brasil só terá um retorno to-tal a partir da reabertura do setor hoteleiro, quando pousadas, hotéis e resorts atrairão os turistas, reaquecendo a economia. Por isso, é necessário que os meios de hospedagens ajam de forma organizada, para garantir sua sobrevivência e, em um segundo momento,

(7)

137

criar inovações para obter um diferencial nos serviços e assim competir com os de-mais (MOREIRA et al, 2020).

Conforme um estudo da FGV projetos (2020), oimpacto da pandemia na econo-mia brasileira é imenso, com os primeiros sinais positivos de recuperação podendo surgir ao final do segundo semestre de 2020 e no primeiro semestre de 2021, impulsio-nada pela procura de viagens, especialmen-te as ditas essenciais, por razões de saúde ou visita aos parentes após o controle da do-ença. Além disso, coma retomada das via-gens domésticas de lazer e trabalho, o setor hoteleiro e o setor aéreo impulsionarão a volta de diversos outros serviços turísticos. O retorno de eventos corporativos e cultu-rais acontecerá quando a pandemia estiver estabilizada, reaquecendo, dessa forma, o turismo internacional.

Segundo a Confederação Nacional do Co-mércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), somente na primeira quinzena de março, houve um encolhimento de 16,7% em todas as receitas da indústria do turismo. Isso, comparado ao mesmo período do ano passado, corresponde a um impacto que ultrapassa os R$ 2,2 bilhões. Além dos pro-blemas econômicos decorrentes da priva-ção de diversos setores ligados ao turismo, pode-se destacar problemas relacionados à infecção de pessoas pelo COVID-19 em meio a atividades turísticas, como navios de cruzeiros, por exemplo. Este fenômeno é descrito por Mallapaty (2020), o qual apon-ta que, começando pela Diamond Princess no dia 1 de fevereiro de 2020, cerca de 25

navios de cruzeiro já possuíam infecções por COVID-19 confirmadas até o dia 26 de março de 2020.

Regiões de todo o mundo sofrem o impacto no setor turístico, principalmente aquelas que possuem essa atividade como princi-pal fonte de renda. O estado do Maranhão é um exemplo disso e de acordo com da-dos da Agência Sebrae de Notícias (ASN, 2020), o turismo é um dos setores que mais vem sofrendo consequências negativas em emergência sanitária e na cadeia produtiva do turismo, sendo o Maranhão o último es-tado a ter casos de COVID-19 confirmados no país. Essa situaçãogerou grandes efeitos negativos, como por exemplo,o fechamen-to para visitação do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) no dia 17 de março de 2020.

Segundo dados da Secretaria de Estado da Fazenda (SEFAZ, 2020) referentes à arreca-dação de Impostos sobre Circulação de Ser-viços e Mercadorias (ICMS) no município de Barreirinhas no Estado do Maranhão, tem-se o total de R$ 510.154.593,41 arre-cadados no primeiro semestre do ano de 2019 e o valor total de R$ 578.995.117,89, no primeiro semestre de 2020. No âmbi-to relacionado à Arrecadação de Imposâmbi-tos Sobre Serviços (ISS), conforme informa-ções obtidas através da Prefeitura muni-cipal via e-mail, o valor total referente ao primeiro semestre do ano de 2019 é de R$ 1.187.330,13, que apresenta uma diferença significativa quando comparado ao valor

(8)

138

arrecadado no primeiro semestre de 2020, de R$ 317.709,80.

Em relação ao valor arrecadado pela Receita Geral, conforme informações extraídas do portal do Governo Transparente (2020), no primeiro semestre de 2019, tem-se o total de R$ 52.392.803,78; já o valor total arreca-dado no primeiro semestre do ano de 2020 é de R$ 72.635.664,68. Os valores referen-tes à Receita Setor de Serviços (no qual se incluem os serviços de turismo), não foram obtidas as informações para o primeiro se-mestre dos anos 2019 e 2020.

Ainda de acordo com informações obtidas através do portal Governo Transparente (2020) relacionado aos valores do setor de Despesa Geral, tem-se o total arrecadado de R$ 55.781.418,29 para o primeiro semestre de 2019, e o valor total de R$ 77.878.935,70 para o primeiro semestre do ano de 2020. Já em relação aos valores referentes à Despesa do Setor de Turismo especificamente, não foram obtidosos dados para o primeiro se-mestre dos anos de 2019 e 2020.

O município de Barreirinhas, durante o 1° semestre de 2019 recebeu, segundo dados do Portal Turis (2019), 58.848 visitantes em seus atrativos turísticos.Na contramão des-se quantitativo, o número de visitantes du-rante o mesmo período de 2020 diminuiu, com os atrativos recebendo em torno de 25.669 visitantes. Essa diminuição foi uma das consequências diretas da pandemia do novo coronavírus, diante da qual, por me-didas de segurança contra o aumento do contágio da doença, determinou-se o fe-chamento doacesso aosLençóis

Maranhen-ses por tempo indeterminado.De acordo com Verdélio (2020), o Ministério do Meio Ambiente (MMA) suspendeu as visitações públicas em todos os parques nacionais e unidades federais de conservação. Segundo o ICMBio, a medida tomada teve como ob-jetivo contribuir com a segurança da popu-lação, evitando aglomerações, atendendo assimàs orientações do Ministério da Saúde. Porém, de acordo com o portal Imirante. com (2020), algumas pessoas estavam visi-tando os Lençóis Maranhenses de maneira clandestina, conforme foi flagrado na região via município de Santo Amaro. Desta forma, é possível que o mesmo tenha acontecido via Barreirinhas, deixando os dados sobre o número de visitantes em 2020 incompletos. Conforme os dados do Diário oficial da União publicado no dia 01 de julho de 2020, o Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 2020), através da PORTARIA N° 752, de 29 de junho de 2020, estabeleceu ao ICMBio a reabertura a visitações públicas no Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, a partir do dia 01 de julho de 2020, tendo em vista o cumprimento de monitoramento, medi-das de segurança, e adaptações, como o uso obrigatório de máscaras, álcool em gel nas mãos e o distanciamento social.

4 METODOLOGIA

4.1 Tipo de pesquisa

Este estudo trata-se de uma pesquisa ex-ploratória com abordagens quantitativas e qualitativas, desde a obtenção dos da-dos, bem como na análise dosresultados

(9)

139

(GIL,2008), no qual foi realizado uma pes-quisa junto aos profissionais do setor tu-rístico da cidade de Barreirinhas - MA, tais como: agências de turismo, hotéis, resorts, pousadas, restaurantes e cafeterias, buscan-do compreender quais foram os impactos causados pela COVID-19 e quais alternati-vas têm sido adotadas para suprir as possí-veis interferências e impactos econômicos decorrentes da baixa demanda. Esses dados foram levantados a partir da aplicação de questionários online. Para Parasuraman (1991), o questionário é um grupo de ques-tões, sendo este um caminho muito impor-tante para obter-se e atingir os objetivos do estudo proposto.

4.2 Local de estudo

Esta pesquisa visa analisar a atual situação e consequências decorrentes da pandemia global da COVID-19, dando enfoque ao âmbito turístico, especificamente na cida-de cida-de Barreirinhas no estado do Maranhão. O referido município se estende por 3.112 km², possuindo uma população de 62.528 habitantes, segundo dados do IBGE (2017) e foi criado em 14 de junho de 1871. Du-rante a década de 1970, o município não apresentava grandes mudanças, porém, a partir da década de 1990, a cidade passou por um surto de crescimento através da ampla divulgação das belezas naturais da região, a exemplo do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (considerado uma das sete maravilhas naturais do mundo), Caburé, Atins e Mandacaru.

A economia de Barreirinhas está fortemen-te ligada à pesca arfortemen-tesanal, à agricultura,

ao artesanato, ao comércio e ao turismo. Porém, após o incremento da atividade turística municipal, houve uma mudança nas comunidades que antes sobreviviam da pesca e agricultura. Dessa forma, esses indivíduos partiram em busca de espaço de trabalho em outros setores, principalmen-te, nas atividades relacionadas à constru-ção civil, à confecconstru-ção de artesanato feito de buriti e à atividade turística propriamente dita, que se desenvolveu criando diversos postos de trabalhos ligados à hospedagem, agências de turismo e restaurantes (BELE-ZE, PEREIRA, 2016).

4.3 Métodos utilizados

A pesquisa consistiu nas seguintes etapas para obtenção de dados:

Etapa 1: O foco principal foi obter informa-ções em revistas científicas e sites acadêmi-cos/governamentais acerca dos impactos causados pela COVID-19 nos diversos se-tores da economia em nível mundial, na-cional, estadual e municipal, em especial as atividades características do turismo.

Etapa 2: Desenvolveu-se um questionário utilizando a ferramenta tecnológica

Goo-gleforms, e logo após foi disponibilizado

um link via E-mail e WhatsApp a proprie-tários de empresas que trabalham com as atividades características do turismo como: hospedagem (hotéis, hostel ou albergue,

re-sorts e pousadas), restaurantes e agências de

turismo (CADASTUR, 2020). O Cadastro de prestadores de serviços turísticos – CADAS-TUR é um banco de dados do Ministério do Turismo que releva quantos e quais

(10)

empre-140

endimentos estão devidamente cadastra-dos, sendo que tal cadastro é obrigatório para este setor.

Em Barreirinhas, identificaram-se cerca de 80 agências de turismo, 54 meios de hos-pedagem, 16 bares/restaurantes cadastra-dos no site do CADASTUR, totalizando 150 empreendimentos. Destes, apenas 18 se disponibilizaram a responder o questioná-rio online, totalizando uma amostragem de pouco mais de 10%. A pesquisa de campo foi feita na segunda quinzena de julho de 2020. Esse modelo de método foi escolhido obedecendo às recomendações no Ministé-rio da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS) de manter o distanciamento físico sempre que possível. Ressalta-se que os indivíduos abordados deram o aceite ao termo de consentimento livre e esclareci-do, concordando em participar da pesquisa de maneira voluntária. Também convém mencionar que as identidades dos sujeitos e das empresas turísticas foram preservadas por questões éticas.

Etapa3: Os dados obtidos através do ques-tionário realizado foram tabulados e anali-sados, sendo apresentados no tópico resul-tados e discussão.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados apresentados nesta seção foram obtidos através da aplicação de um questionário online aos proprietários ou gerentes de atividades características do tu-rismo no município de Barreirinhas - MA, onde 18 empresas se propuseram a

res-ponder 22 questões objetivas, sendo elas 8 agências de turismo, 7 empresas do ramo de hospedagem e 3 restaurantes.

O questionário iniciou-se perguntando em que setor das atividades características do turismo cada empresa atuava; 44,4% afirma-ram que sua empresa atuava como agência de turismo, 38,9% relataram que sua em-presa era caracterizada como um meio de hospedagem e 16,7% falaram que sua em-presa atuava como restaurante/cafeteria/bar e afins. Dessa forma, é possível perceber que a quantidade de agências de turismo possui um número maior que as demais empresas, sendo esta uma das principais atividades ca-racterísticas do turismo (ACT) presentes no município, de modo proporcional aos dados do CADASTUR. As agências de turismo pos-suem um número expressivo na cidade por, aparentemente, ser menos burocrático e dis-pendioso investir em uma agência, além de atuarem com a venda de passeios para a re-gião dos Lençóis Maranhenses.

Quando questionados sobre o porte que sua empresa possuía, 61,1% das respostas afirmaram que sua empresa se caracteriza-va como de pequeno porte, uma vez que a maior parte das empresas presentes no município possui administração familiar. Dessa forma, os colaboradores presentes, em muitos casos são membros da própria-família, 27,8% caracterizaram-se como MEI (Microempreendedor Individual) e 11,1% dos empreendimentos responderam que sua empresa possuía um grande porte. Quando os proprietários foram pergunta-dos sobre o tempo médio de existência que

(11)

141

sua empresa possuía, 44,4% responderam que sua empresa possuía de 1 a 3 anos de exis-tência, 27,8% disseram que o tempo de existência girava entre 4 e 6 anos, 16,7% afirma-ram que sua empresa possuía uma idade de 10 a 20 anos e 11,1% das respostas afirma uma existência de 7 a 10 anos. Logo, é possível constatar que a maioria das empresas que participaram da pesquisa foram fundadas recentemente, ou seja, essas empresas não pos-suem uma estabilidade financeira solidificada,capaz de enfrentar uma crise sanitária de nível mundial como a pandemia do novo coronavírus.

Existe uma quantidade significativa de estudos que afirmam que em todo o mundo diver-sas emprediver-sas tiveram grandes impactos negativos em seu faturamento, devido à pande-mia do novo coronavírus. Muitas empresas não conseguiram manter seu funcionamento por falta de recursos e declararam falência.

Os impactos no faturamento nos meses de janeiro a junho de 2020 foram colocados no gráfico abaixo de acordo com as respostas dos empresários e gerentes das atividades carac-terísticas do turismo de Barreirinhas (Figura 1).

Figura 1: Impacto gerado no faturamento da empresa nos meses de janeiro a junho de 2020.

Fonte: Serra et al, 2020.

A figura acima apresenta os impactos no faturamento causados pela pandemia durante os meses de janeiro a junho de 2020, lembrando-se que o primeiro caso da COVID-19 no Brasil só foi comprovado pelo Ministério da Saúde no dia 26 de fevereiro e no Maranhão, o primeiro caso foi comprovado no dia 19 de março, na cidade de São Luís. Os resultados mostram que 12 das 18 empresas não foram afetadas pela pandemia no mês de janeiro; 2 empresas foram impactadas em até 25% no seu faturamento; 01 empresa teve um im-pacto de até 50% em seu faturamento no mês de janeiro; 01 empresa afirmou que seu faturamento diminuiu em até 75%; 01 empresa relatou que seu faturamento foi 100% impactado e 01 afirmou que não teve como estimar.

No mês de fevereiro,07 das 18 empresas não foram afetadas pela pandemia, 2 empresas foram impactadas em até 25% no seu faturamento, 04 empresas tiveram um impacto de

(12)

142

até 50% em seu faturamento, 02 empresas afirmaram que seu faturamento diminuiu em até 75%, 01 empresa relatou que seu fa-turamento foi 100% impactado e 03 relata-ram que não tiverelata-ram como estimar.

Em março, 01 das 18 empresas não foi afe-tada pela pandemia, 01 empresa teve um impacto de até 25% no seu faturamento, 06 empresas obtiveram um impacto de até 50% em seu faturamento, 06 empresas afir-maram que seu faturamento diminuiu em até 75% e 04 empresas relataram que seu faturamento sofreu um impacto de 100%. O gráfico apresenta os impactos causados pela pandemia durante o mês de abril.Os resultados do questionário mostram que, nesse período, 01 das 18 empresas não foi afetada pela pandemia, 04 empresas apre-sentaram um impacto de até 50% em seu faturamento, 01 empresa afirmou que seu faturamento diminuiu em até 75% e 12 empresas relataram que seu faturamento sofreu um impacto de 100%. Logo, é possí-vel perceber que o índice de empresas que tiveram 100% de impacto em seu fatura-mento aufatura-mentou significativamente, fato desencadeado principalmente pelo início da quarentena e pela paralisação de algu-mas atividades na cidade.

Durante o mês de maio, somente 01 das 18 empresas não foi impactada pela pan-demia, 04 empresas obtiveram um impacto em seu faturamento correspondente a 50%, 01 empresa afirmou que seu faturamento diminuiu em até 75% e 12 empresas rela-taram que seu faturamento sofreu um im-pacto de 100%. Isso se deve principalmente

aos decretos estaduais que proibiram visitas a cidade de Barreirinhas, como também ao fechamento do Parque Nacional dos Len-çóis Maranhenses, visto que esse é o princi-pal roteiro turístico dentro da cidade. E por fim, no mês de junho, somente 01 das 18 empresas não foi afetada pela pandemia, 02 empresas apresentaram um impacto de até 25% em seu faturamento, 05 empresas obtiveram um impacto de até 50% em seu faturamento, 04 empresas afirmaram que seu faturamento teve uma queda de até 75%, 07 empresas relataram que seu fatura-mento sofreu um impacto de 100%. Assim, é possível perceber que a quantidade de empresas que tiveram seu faturamento to-talmente impactado diminuiu e isso ocor-reu devido à reabertura gradual do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses.

Segundo Mello et al (2020), que realizaram uma análise dos impactos do coronavírus em alguns setores econômicos no Brasil, colocando inclusive no título do seu artigo a expressão “Coronacrise”, quanto ao mer-cado de trabalho, o impacto negativo da pandemia no Brasil é mais impetuoso e du-radouro do que se previa, com uma redução da atividade econômica significativa, um aumento da desocupação de cerca de 11,9 milhões de pessoas e o aumento da pobre-za/miséria, considerando que no trimestre de novembro de 2019 a janeirode 2020, a taxa de informalidade atingiu 40,7% da população ocupada, representando 38,3 milhões detrabalhadores informais. Em si-tuação de vulnerabilidade também estão os Microempreendedores Individuais (MEIs) e

(13)

143

os trabalhadores intermitentes.Além desses trabalhadores, as pequenas e médias em-presas, em especial do setor de serviços, de-vem ser fortemente afetadas.

Ao serem questionados sobre os valores de seus produtos ou serviços, a fim de saber se houve aumento ou redução durante esse período de pandemia, 41,2% responderam que o valor de seus produtos ou serviços não foram reajustados e que continuavam com valor igual ao período anterior à pan-demia, 35,3% afirmaram que seus serviços ou produtos tiveram uma redução de va-lores e 23,5% constataram que houve um aumento significativo no valor de seus pro-dutos ou serviços oferecidos.

Dos empresários ou gerentes que respon-deram que houve uma redução, 50% afir-maram que esta redução foi de 10% a 20%; 33,3% dos empresários ou gerentes que responderam que houve uma redução afir-maram que essa redução foi de 20% a 50% e 16,7% dos empresários constataram que essa redução chegou a ser mais de 50% nos valores de seus serviços ou produtos. Dos empresários ou gerentes que responderam que houve um aumento, 42,9% afirmaram que este aumento foi de até 10%, 42,9% dos empresários ou gerentes que respon-deram que houve um aumento, indaga-ram que esse aumento foi de 10% a 20% e 14,3% dos empresários constataram que o aumento chegou a ser mais de 20% a 50% nos valores de seus serviços ou produtos. Segundo o Portal E-Investidor (2020), a pan-demia do novo coronavírus (SARS-CoV-2) fez com que diversos setores importantes da

economia fossem temporariamente fecha-dos, viagens aéreas foram suspensas e proi-bidas em diversos países, até mesmo aqui no Brasil, o que causou um efeito direto no faturamento das empresas, principalmente as que estão ligadas ao turismo. Diante dis-so, quando os empresários ou gerentes fo-ram questionados sobre como eles preveem o faturamento da empresa este ano, 33,3% afirmaram que o faturamento em 2020 re-duzirá de 51% a 75%, 22,2% afirmaram que o seu faturamento encolherá mais de 75%, 16,7% responderam que seu faturamen-to continuará estável, 11,1% afirmaram que seu faturamento reduzirá em até 25%, 11,1% das respostas apontaram a possibili-dade de aumento no faturamento e 5,6% responderam que o faturamento terá uma redução de 26% a 50%.

Inquiram-se os proprietários ou gerentes sobre a quantidade de colaboradores pre-sentes desde o início de janeiro até o fim de junho, ou seja, o primeiro semestre do ano de 2020. Sobre essa questão, 33,3% afirma-ram que possuíam entre 10 e 50 colabora-dores, 33,3% das respostas asseguraram que possuíam de 5 a 9 colaboradores e outros 33,3% falaram que possuíam menos de 5 colaboradores no primeiro semestre.

Ao serem questionados sobre a quantidade de colaboradores presentes hoje, 50% afir-maram que possuem menos de 5 colabora-dores na empresa, 16,7% responderam que a empresa possui entre 5 e 9 colaboradores, 16,7% asseguraram que possuem de 10 a 50 colaboradores, 11,1% responderam que não possuem colaboradores e 5,6%

(14)

afirma-144

ram que possuem de 51 a 100 colaborado-res. Comparando as informações em termos de colaboradores antes da pandemia (até o primeiro semestre de 2020) e hoje (julho de 2020) é perceptível que houve uma queda nesse número, o que demonstra que houve demissões, algo já constatado pelos dados do CAGED que foram anteriormente cita-dos. Isso foi confirmado também pela res-posta à pergunta seguinte.

Quando os participantes da pesquisa fo-ram questionados se houver demissões na empresa durante a pandemia nos meses de janeiro a julho de 2020, 50% responderam que sim e os outros 50% responderam que não. É possível deduzir que as empresas que não demitiram seus funcionários pos-suíam uma situação financeira um pouco mais estável que as demais e dessa forma, mantiveram seus colaboradores.

Nas empresas em que houve demissões, 55,6% demitiram menos de 3 funcionários e 44,4% demitiram, em média, entre 4 e 6 funcionários. Esses dados apontam os im-pactos causados pela pandemia, sendo ne-cessária a desvinculação de alguns funcio-nários das empresas.

Em relação à adesão do trabalho remoto/

home office na rotina da empresa, 64,7%

dos participantes responderam que não aderiram a essa modalidade de trabalho, no entanto, 35,3% responderam que sim, mostrando que a pandemia exigiu adapta-ções no processo de funcionamento e an-damento das atividades da empresa.O tra-balho remoto ou home office, foi um meio que muitas empresas dentro e fora do país

adotaram como forma de manter seguros seus colaboradores durante a pandemia sem que eles fossem prejudicados, porém, no município em questão, poucas empre-sas adotaram esse método de trabalho. Dentre os que responderam sim quanto à adesão ao home office, 45,5% destes aponta-ram que até 10% de seus funcionários ad-quiriram essa nova rotina de trabalho em casa em decorrência da pandemia. Há que se considerar também que muitas funções decorrentes da prestação de serviço turísti-co são essencialmente presenciais, turísti-como o caso de camareiras, garçons, motoristas, o que inviabiliza o trabalho em casa.

Os participantes também foram questiona-dos quanto à previsão de retorno do nível de faturamento igual ao período anterior à pandemia. 58,8% responderam que acre-ditam que somente no primeiro semestre de 2021 haverá recuperação do seu negó-cio; 35,3% responderam que acreditam na recuperação de seu negócio somente após 2021 e 5,9% responderam que acreditam na recuperação do seu negócio ainda no se-gundo semestre do ano de 2020.

Os participantes também foram questiona-dos quanto às medidas que foram adotadas para reduzir os impactos da COVID-19 em sua empresa até o dia 30 de junho de 2020. 23,1% responderam que fizeram parcerias com outros estabelecimentos; 46,2% ado-taram o rodízio no quadro de funcionários; 46,2% aderiram à venda de produtos e ser-viços online e 23,1% aderiram ao delivery. Nota-se que o delivery é uma prática comum no segmento de alimentos e bebidas,

(15)

sen-145

do, portanto, realizado pelo setor de bares/ restaurantes que participaram da pesquisa. Quando questionados a respeito de quais medidas governamentais são importantes neste momento de crise para o segundo tri-mestre, 36,8% responderam que é a conces-são de empréstimos, 68,4% afirmaram que é a redução nos tributos municipais, 42,1% responderam com a redução nos tributos estaduais, 47,4% responderam com a ajuda financeira e apenas 10,5% não avaliaram quais medidas são necessárias.

Com relação ao conhecimento das ações e proposições implementadas pelo setor públi-co até o momento, apenas 11,1% dos partici-pantes possuem muito conhecimento sobre o assunto, 50% possuem pouco conheci-mento e 38,9% desconhecem o assunto. Quando questionados sobre a necessidade de crédito no momento, 16,7% não sabem responder a esta pergunta, 27,8% não pos-suem a necessidade de créditos, no entan-to, 55,6% precisam de crédito no momen-to. Esses dados apontam o impacto gerado pela pandemia na receita dessas empresas. Aos que responderam que precisam de cré-dito, foi perguntado o valor de recursos fi-nanceiros, em reais, a que eles gostariam de ter acesso nos próximos meses. 45,5% res-ponderam que gostariam de acessar mais de 24 salários mínimos, 36,4% responde-ram 12 salários mínimos e 18,2% gostariam de acessar 24 salários mínimos.

Os participantes foram questionados sobre quanto tempo acreditam que conseguem sustentar sua empresa com seu capital de

giro existente. 33,3% acreditam que até 2 meses, 11,1% responderam de 2 a 4 meses, 11,1% responderam de 4 a 6 meses, 11,1% responderam mais de 6 meses e 33,3% não sabem responder a essa pergunta.É notório que não só o setor turístico, mas outros se-tores da economia viram a necessidade de pedir crédito para que dessa forma, consi-gam manter suas contas em dia.

Por fim, quando questionados se conside-ram as pesquisas sobre o impacto da pande-mia no âmbito do turismo como uma forma de auxiliar o setor, 100% dos participantes responderam que achavam importante para o setor turístico esse tipo de pesquisa.

É perceptível que os setores de turismo, ho-telaria, eventos e lazer no Brasil e no mun-do, tiveram os seus fluxos de caixa dimi-nuídos de uma forma inesperada diante da implementação de medidas sanitárias para a redução da contaminação e da dissemi-nação do Coronavírus. Além disso, muitas preocupações e incertezas quanto ao futuro sanitário e econômico ainda pairam sobre esses setores, tendo em vista o questiona-mento sobre quais medidas devem ser to-madas para uma retomada das atividades dos setores relacionados ao turismo, pelo menos em curto e médio prazo.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em um tempo de grandes incertezas e desa-fios, o turismo luta para se sustentar, man-tendo dessa forma o movimento de pessoas em viagens e da própria economia. Porém, devido à pandemia que se espalhou pelo mundo e com o fechamento repentino de

(16)

146

áreas importantes do comércio, viu-se que os impactos gerados nesse setor são bem

ex-pressivos. No município de Barreirinhas - MA, a maior parte das empresas possui menos de 10 anos de existência, sendo estas as que mais sofreram com a paralisação do turismo. Muitos dos empregos gerados no município são ofertados em áreas que estão diretamente ligadas ao turismo e por causa da pandemia, constatou-se que muitas demissões ocorre-ram por falta de recursos, visto que tais recursos provêm do consumo de serviços e de pro-dutos por visitantes de várias partes do mundo e principalmente dos visitantes brasileiros. Com a realização desse estudo, também foi possível compreender uma parte dos impactos gerados em decorrência da pandemia de COVID-19 na cidade de Barreirinhas no estado do Maranhão. No entanto, ainda há muito a ser explorado, tendo em vista a pequena quantidade de estabelecimentos que se dispuseram a participar da investigação, fato que se configurou como uma limitação a essa pesquisa. A partir do tamanho amostral dessa pesquisa, pôde-se identificar que as empresas recorreram a diversas adaptações na rotina de trabalho para se manter em meio ao atual cenário. O trabalho em casa foi uma das al-ternativas, bem como o aumento da demanda por delivery no caso dos restaurantes. A realização dessa pesquisa é muito importante para a compreensão do atual cenário dos se-tores turísticos na cidade de Barreirinhas, possibilitando a análise dos impactos provenien-tes da pandemia de COVID-19. O levantamento de dados fez-se necessário para o entendi-mento dos problemas econômicos enfrentados por diversas empresas do âmbito turístico local, além de apresentar as necessidades e alternativas de adaptação diante das dificuldades. Espera-se que essa pesquisa não se esgote por aqui, mas que possa servir de base para

no-vos estudos acerca do tema abordado. Além do mais, em caráter de sugestão, espera-se que outras pesquisas abordem os impactos econômicos do turismo em Barreirinhas enquanto perdurar este estado de pandemia, na tentativa de identificar os avanços, os retrocessos e as flutuações no turismo no município nesse cenário de COVID-19. Além disso, pesquisas desse tipo podem ser implementadas também nos demais municípios do polo Lençóis Maranhenses, a exemplo de Santo Amaro, bem como contemplar o estado do Maranhão como um todo, englobando os demais polos para se ter uma real noção do tamanho do impacto econômico da pandemia no turismo estadual.

REFERÊNCIAS

ARAGÓN, Ranferi Nogales et al. COVID-19 by SARS-CoV-2: a nova emergência sanitária.

RevMexPediatr, v. 86, n. 6, p. 213-218, 2019.

ASN, Agência Sebrae de Notícias.Cadeia do turismo se reorganiza para enfrentar cri-se do covid-19. 2020. Disponível em: <http://www.ma.agenciasebrae.com.br/sites/asn/

(17)

147

AZEVEDO, João Neto; SIMÕES, João Tomaz. A imposição da limitação e a necessidade de

um novo trajeto no Turismo. Turismo Mundial, Crise Sanitária e Futuro, p. 79, 2020.

BELASCO, Angélica Gonçalves Silva; FONSECA, Cassiane Dezoti da. Coronavirus. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 73, n. 2, 2020.

BELEZE, Ronaldo Luiz, PEREIRA, Raquel Maria Fontes do Amaral. Aspectos geo-his-tóricos e econômicos de Barreirinhas, seus povoados e o PNLM (Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses), como atrativo turístico. In:X Fórum Internacional de Turismo

do Iguassu, 2016, Foz do Iguaçu, Paraná. Disponível em: <https://festivaldascataratas. com/wp-content/uploads/2017/04/4.-ASPECTOS-GEO-HIST%c3%93RICOS-E-ECON%-

c3%94MICOS-DE-BARREIRINHAS-SEUS-POVOADOS-E-O-PNLM-COMO-ATRATIVO--TUR%c3%8dSTICO.pdf>. Acesso em: 22 jun. 2020.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Gabinete do Ministro. Portaria Nº 752, de 29 de ju-nho de 2020. Estabelece a reabertura da visitação pública no Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 01 jul. 2020. p.115.

BRASIL. Ministério do Turismo. Glossário do turismo: compilação de termos publicados

por Ministério do Turismo e Embratur nos últimos 15 anos – 1. ed. Brasília: Ministério do Turismo, 2018. 44 p.

Cadastur - Ministério do Turismo. Turismo.gov.br. Disponível em: < https://cadastur.tu-rismo.gov.br/hotsite/#!/public/capa/entrar>. Acesso em: 1 dez. 2020.

CADERNO DE ECONOMIA.Setor de turismo já perdeu mais de R$ 62 bilhões desde o

início da pandemia, estima CNC. Portal de Notícias G1. São Paulo, 12 de mai. 2020.

Disponível em: <

https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/05/12/setor-de-turismo--ja-perdeu-mais-de-r-62-bilhoes-desde-o-inicio-da-pandemia-estima-cnc.ghtml>. Acesso

em: 15 de jun. 2020.

CAGED. Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. 2020. Disponível em: http://

pdet.mte.gov.br/novo-caged.Acesso em: 30 nov. 2020.

CARBONE, Fabio. Posto de Gerenciamento de Destino de Turismo Pandemia COVID-19: um novo humanismo para um Turismo Centrado no Homem (Turismo 5.0). Turismo Mundial, Crise Sanitária e Futuro, p. 43, 2020.

CHAVES, Tânia SS; BELLEI, Nancy. SARS-CoV-2, o novo Coronavírus: uma reflexão sobre a Saúde Única (One Health) e a importância da medicina de viagem na emergência de novos patógenos. Revista de Medicina, v. 99, n. 1, 2020.

CRUZ, M. Palacios et al. COVID-19, uma emergência global de saúde pública. Revista Clínica Espanhola, 2020.

(18)

148

DURAN, Roberto. Turismo: Desemprego E Retrocesso. Portal UOL, 2020. Disponível em:

<https://atarde.uol.com.br/opiniao/noticias/2125884-turismo-desemprego-e-retrocesso>. Acesso em: 10 jun. 2020.

FAGUNDES, Camila; ASHTON, Mary Sandra Guerra. Desenvolvimento regional através do turismo: geração de emprego e renda. Revista Conhecimento Online, v. 2, p. 68-78, 2010.

FIGUEIRA, Luís Mota et al. Turismo e Crise Sanitária Mundial: um olhar sobre a adaptação resiliente. Turismo Mundial, Crise Sanitária e Futuro, p. 119, 2020.

FVG PROJETOS.Impacto Econômico do COVID-19: Propostas para o Turismo Brasileiro.

2020. 1. ed. Disponível em: < https://fgvprojetos.fgv.br/artigos/1a-edicao-impacto-economi-co-do-covid-19-propostas-para-o-turismo-brasileiro-abril-2020>. Acesso em: 01 jul. 2020. GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas; 2008.

GÖSSLING, S., Scott, D., & Hall, C. M. Pandemics, tourism, and global change: a rapid assessment of COVID-19. Journal of Sustainable Tourism, 1-20. 2020.

GOVERNO TRANSPARENTE. 2020. Disponível em: https://www.governotransparente.

com.br/2112488?clean=false. Acesso em: 30 nov. 2020.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Diretoria de Pesquisas, Coordenação de População e Indicadores Sociais. Estimativas da população residente com data de referência 10 de julho de 2017, Rio de Janeiro: IBGE, 2017.

MALLAPATY, S. O que os surtos de navios de cruzeiro revelam sobre o COVID-19. Nature, 580 (7801), 18-18. 2020.

MELLO, Guilherme et al. A Coronacrise: natureza, impactos e medidas de

enfrenta-mento no Brasil e no mundo. Centro de Estudos de Conjuntura e Política Econômica

- IE/UNICAMP. n.9, 2020.

MOREIRA, Raphael Leandro Fernandes et al. Enfrentando a crise da pandemia de co-vid-19: a inovação seria um caminho possível aos meios de hospedagem?Disponível em:

< https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-BR&as_sdt=0%2C5&q=MOREIRA%2C+Ra- phael+Leandro+Fernandes%3B+LOPES%2C+Daniel+Paulino+Teixeira%3B+CARNEI- RO%2C+Daniela+Maria+Rocco.+ENFRENTANDO+A+CRISE+DA+PANDEMIA+DE+COVI-

D-19%3A+A+INOVA%C3%87%C3%83O+SERIA+UM+CAMINHO+POSS%C3%8DVEL+A-OS+MEIOS+DE+HOSPEDAGEM%3F.&btnG=>. Acesso em: 15 jun. 2020.

MUCELIN, Guilherme; SOUZA DÁQUINO, Lucia. O papel do direito do consumidor para o bem-estar da população brasileira e o enfrentamento à pandemia de COVID-19. Revista de Direito do Consumidor, 2020.

(19)

149

PORTAL E-INVESTIDOR. Os impactos do coronavírus em 11 setores. 2020.

Disponí-vel em: <https://einvestidor.estadao.com.br/mercado/impactos-coronavirus-nos-setores>. Acesso em: 15 nov. 2020.

PORTAL IMIRANTE. Visitas clandestinas ocorrem nos Lençóis, mesmo com proibição.

Disponível em <https://imirante.com/oestadoma/noticias/2020/06/23/visitas-clandesti-nas-ocorrem-nos-lencois-mesmo-com-proibicao/>. Acesso em: 30 nov. 2020.

PORTAL TERRA ECONOMIA.O impacto do coronavírus no turismo. 06 de mar. de 2020.

Disponível em: < https://www.istoedinheiro.com.br/o-impacto-do-coronavirus-no-turis-mo/>. Acesso em: 01 jun. 2020.

PORTAL TURIS. Voucher digital. Portal da Transparência de Barreirinhas. 2019. Dispo-nível em http://portalturis.com.br:8080/transparenciaBarreirinhas/?anoRef=2019&mes-Ref=1. Acesso em: 30 nov. 2020.

PRESSE, France. Estudo estima que 93% da população mundial têm restrições de via-gem por Covid-19. Portal-G1,2020. Disponível em: < https://g1.globo.com/mundo/noti- cia/2020/04/01/estudo-estima-que-93-da-populacao-mundial-tem-restricoes-de-viagem--por-covid-19.ghtml>. Acesso em: 10 jun. 2020.

SEFAZ. Secretaria de Estado da Fazenda. Arrecadação de município. Disponível em http://siste-mas.sefaz.ma.gov.br/arrecadacaoonline/arrecadacaomunicipio.html. Acesso em 30 nov. 2020. VERDÉLIO, Andreia. Governo restringe entrada de estrangeiros por voos internacionais.

Agência Brasil, Brasília, 20 mar. 2020. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/ saude/noticia/2020-03/governo-restringe-entrada-de-estrangeiros-por-voos-internacio-nais>. Acesso em: 12 mai. 2020.

VERDÉLIO, Andreia. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE SUSPENDE VISITAÇÃO A PAR-QUES NACIONAIS. Ministério do Meio Ambiente suspende visitação a parques na-cionais. Agência Brasil. Disponível em: <

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/no-ticia/2020-03/ministerio-do-meio-ambiente-suspende-visitacao-parques-nacionais>.

Acesso em: 1 Dec. 2020.

VIEIRA, Edson Roberto; DE LUCENA, Andréa Freire; DE QUEIROZ, Antônio Marcos. DE-TERMINANTES DA DEMANDA DE TURISMO INTERNACIONAL DO BRASIL: UMA ANÁ-LISE GRAVITACIONAL NO PERÍODO DE 2000 A 2015. Revista Econômica do Nordeste,

v. 50, n. 4, p. 97-114, 2019.

WTTC, World Travel & Tourism Council. Relatórios de Impacto Econômico. Disponível

Referências

Documentos relacionados

Quando a pandemia de 2020 chegou o governo que agora estava com seu setor de saúde deficitário, se viu pressionado a salvar sua economia de uma forma imprudente mais uma vez,

Para aguçar seu intelecto, para tomar-se mais observador, para aperfeiçoar-se no poder de concentração de espí­ rito, para obrigar-se â atençOo, para desenvolver o espírito

Senhor Lourival de Jesus por conta de seu falecimento, solicitando uma Moção de Pesar inclusive, solicitou também a restauração das estradas da zona rural, em especial

De acordo com estes resultados, e dada a reduzida explicitação, e exploração, das relações que se estabelecem entre a ciência, a tecnologia, a sociedade e o ambiente, conclui-se

 Podem ser utilizados para comparações com NULL e são muito utilizados em ambientes OLAP... 3- Quais os tipos de índices existentes e quando devo utilizar cada um deles? 3.. Todos

  O Parque Estadual Intervales foi escolhido por estar numa região próxima a cidade de São Paulo, a qual poderíamos ir em um final de semana para o levantamento de

Desse modo, a crítica à linguagem presente em um texto feminista em uma língua (originalmente em francês) deve ser adaptada para que o texto resultante,

A partir daí, Lacan supõe que o japonês se sustenta de outro modo e não mais no traço unário, solidário do Pai, marca primeira que remete àquele que a imprimiu e faz com que o