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Análise microbiológica de pentes e escovas dos salões de beleza do centro de São Luís-MA para a detecção de fungos dermatófitos/Microbiological analysis of combs and brushes from beauty salons in the center of São Luís-MA for the detection of dermatophyte

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p.71497-71506 ,sep. 2020. ISSN 2525-8761

Análise microbiológica de pentes e escovas dos salões de beleza do centro de

São Luís-MA para a detecção de fungos dermatófitos

Microbiological analysis of combs and brushes from beauty salons in the center

of São Luís-MA for the detection of dermatophyte fungi

DOI:10.34117/bjdv6n9-555

Recebimento dos originais:08/08/2020 Aceitação para publicação:24/09/2020

Fernanda Costa Rosa Bióloga, docente do Ensino superior

Endereço: Rua 02, quadra 04, casa 10, Residencial Primavera, São Luis-MA, 65052-848 E-mail: nandacosttarosa@gmail.com

Camilla Itapary dos Santos Bióloga

Doutorando(a) do Programa de pós-graduação em Biodiversidade e Biotecnologia-Rede Bionorte (MA). Universidade Ceuma

Endereço: Rua Josué Montello, No. 1, Bairro - Renascença II, São Luís – MA, 65075-120 Cristina de Andrade Monteiro

Bióloga

Docente do Instituto Federal do Maranhão (IFMA)

Endereço: Av. Getúlio Vargas, 04 - Monte Castelo, São Luís – MA, 65030-005 Danilo Pavão e Pavão

Biomédico, atualmente sem vínculo institucional

Endereço: Rua Santa Helena, nº 43, Cidade Operária, 65058-442 Ennio Patrezzi da Silva Costa

Farmacêutico

Doutorando(a) do Programa de pós-graduação em Biodiversidade e Biotecnologia-Rede Bionorte (MA). Universidade Ceuma

Endereço: Rua Josué Montello, No. 1, Bairro - Renascença II, São Luís – MA, 65075-120 Flávio Augusto Barros Nogueira

Biomédico

Mestrando do Programa de pós-graduação mestrado em Ciências da Saúde (UFMA) Endereço: Av. dos Portugueses, 1966 - Vila Bacanga, São Luís – MA, 65080-805

Francyelle Costa Moraes Enfermeira, docente do ensino superior

Endereço: Rua Rio Anil, Condominio Recanto Vinhais I, bloco B, apartamento 201, Sãp Luis-MA, 65070-019

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p.71497-71506 ,sep. 2020. ISSN 2525-8761 Natielly Santos Gonçalves

Biomédica

Endereço: Rua Dr. Manuel Godinho, Fit Vivare Residence, bloco 03, apto. 003. São Luis - MA, 65070-280

RESUMO

Atualmente, os salões de beleza têm despertado a preocupação de pesquisadores quanto à ameaça de transmissões de doenças através de materiais utilizados frequentemente nesses locais. Dentre os materiais comumente compartilhados pelos clientes, estão os pentes e escovas, nos quais sem higienização adequada podem transmitir micoses superficiais causadas por fungos dermatófitos. Sendo assim, a presente pesquisa dedicou-se em trabalhar com amostras coletadas de pentes e escovas de 10 salões de beleza (totalizando 20 amostras) localizados no centro de São Luís, com o objetivo de identificar os fungos prevalentes. A identificação dos fungos leveduriformes, foi realizada no setor de Microbiologia do Laboratório Central de Saúde Pública do Maranhão (LACEN-MA), através do VITEK 2 compact. Para a identificação microscópica dos fungos filamentosos foi realizada a técnica de microcultivo e deixada na estufa à 37°C por 10 a 15 dias, até que se observou o desenvolvimento de hifas com ou sem pigmentação. Após análise das amostras, obteve-se os seguintes resultados: do total de 20 placas com semeio dos pentes e escovas dos usuários dos salões de beleza, 18 (90%) resultaram em crescimento de colônias. As placas inoculadas com amostras das escovas de cabelo apresentaram maior crescimento de colônias fúngicas se comparadas às amostras dos pentes. De modo geral, das 20 placas com inóculos provenientes desses materiais de uso coletivo, 70% (14) foram identificadas como pertencentes ao gênero Aspergillus; 5% (01) como dermatófito do gênero Microsporum; e 15% (03) como leveduras de importância médica do gênero Candida. Pode-se concluir que a submissão dos pentes e escovas a altas temperaturas dos secadores, à química de produtos para cabelo e a processos de limpeza sem a frequência diária, não são suficientes para interromper o crescimento fúngico.

Palavras-Chave: Fungos, Dermatófitos, Salão de beleza,Tineas, Pentes e escovas.

Today, beauty salons have raised the concern of researchers about the threat of disease transmission through materials often used in these locations. Among the materials commonly shared by customers are combs and brushes, in which without adequate sanitation they can transmit superficial mycoses caused by dermatophyte fungi. Therefore, the present research was dedicated to work with samples collected from combs and brushes from 10 beauty salons (totaling 20 samples) located in the center of São Luís, in order to identify the prevailing fungi. The identification of yeast fungi, was performed in the Microbiology sector of the Central Public Health Laboratory of Maranhão (LACEN-MA), through VITEK 2 compact. For the microscopic identification of filamentous fungi the microcultivation technique was performed and left in the greenhouse at 37°C for 10 to 15 days, until the development of hyphae with or without pigmentation was observed. After analysis of the samples, the following results were obtained: of the total of 20 plates with sowing of the combs and brushes of the beauty salon users, 18 (90%) resulted in colony growth. The inoculated plates with samples of the hairbrushes showed higher growth of fungal colonies compared to the samples of the combs. In general, of the 20 plates with inoculations from these materials for collective use, 70% (14) were identified as belonging to the genus Aspergillus; 5% (01) as dermatophyte of the genus Microsporum; and 15% (03) as yeasts of medical importance of the genus Candida. It can be concluded that the submission of combs and brushes to high temperatures of dryers, to the chemistry

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of hair products and to cleaning processes without the daily frequency, are not sufficient to interrupt the fungal growth.

Keywords: Fungi, Dermatophytes, Beauty Salon, Tineas, Combs and brushes.

1 INTRODUÇÃO

As micoses são doenças causadas por fungos que acometem cabelos, unhas, pêlos, mucosas, camada superficial, cutânea e subcutânea da pele. Por isso, são classificadas de acordo com o local da infecção em micoses superficiais, micoses cutâneas, micoses subcutâneas e micoses sistêmicas (OLIVEIRA, 2008).

As dermatofitoses são um tipo de micose cutânea causada por fungos do gênero Candida e por dermatófitos, uma classe de fungos filamentosos, que colonizam áreas queratinizadas do corpo, como pele, pêlo e unhas, tanto em homens como em animais, provocando lesões dermatofíticas, conhecida como Tineas. São consideradas o terceiro distúrbio dermatológico mais frequente em crianças menores de 12 anos e o segundo mais frequente em adultos, sendo que no Brasil, a prevalência das dermatofitoses entre as lesões cutâneas varia de 18 a 23% (DALLA LANA et al., 2016).

Os dermatófitos pertencem a classe dos ascomicetos e compreendem 52 espécies dos gêneros Trichophyton, Microsporum, Epidermophyton, Arthroderma, Lopophyton, Nannizia,

Ctenomyces, Guarromyces e Paraphyton. Os principais agentes etiológicos da dermatofitose

humana globalmente são Trichophyton rubrum, T. interdigitale, T. mentagrophytes,

Epidermophyton floccosum, e Microsporum canis (MERCER E STEWART, 2019).

As dermatofitoses apresentam diferentes formas clínicas conforme a área do corpo atingida. Essas infecções abrangem o couro cabeludo (Tinea capitis), corpo (Tinea corporis), área da barba masculina (Tinea barbae), rosto (Tinea faciei), virilha (Tinea cruris), pés (Tinea pedis), unhas (Tinea unguium) e mão (Tinea manuum) (BERALDO et al., 2011; HIRSCHMANN, 2009; MADRID, 2011; MINELLI, NEME E MARQUE, 1999).

Nas lesões causadas por dermatófitos, há um crescimento excêntrico dos micélios, que crescem externamente na camada de queratina e se ramificam. No decorrer de uma semana ocorre uma reação na pele com o aparecimento de vesículas nas margens da lesão. O fungo utiliza a queratina como substrato e penetra em direção ao bulbo capilar (GAMBALE, 2004). A infecção é acompanhada de lesão circular, avermelhada e pouco escamosa ou com descamação excessiva, além

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de tornar os cabelos parasitados frágeis e quebradiços (HERNANDEZ et al. 2004 apud SILVA, 2012).

Países que possuem o clima quente e úmido, como o Brasil, são mais favoráveis à proliferação e dispersão das espécies. A contaminação pode ocorrer de forma direta, sendo esta, no contato com o solo, pessoa-pessoa ou animais contaminados. A contaminação indireta ocorre quando há compartilhamento de objetos de uso pessoal, como escovas e pentes, dentre outros. Quando esses materiais são usados coletivamente, sem a devida precaução, a transmissão desses agentes é facilitada, resultado da falta de conhecimento sanitário sobre o assunto, resultando um problema de saúde pública (FELIZARDO et al., 2012; SILVA et al, 1995).

Os estabelecimentos que oferecem serviços no segmento de beleza vêm recebendo um número cada vez maior de usuários no mundo ocidental devido à necessidade de se adequar aos padrões de beleza influenciados pelas celebridades, além da possibilidade de aumentar a renda pessoal (MOORE E MILLER, 2007). De acordo com estudos levantados no Canadá e nos Estados Unidos a imagem que uma pessoa apresenta tem resultados satisfatórios, dentre outras coisas, nos lucros, na empregabilidade e em oportunidades diversas (DWECK, 1999; DWECK, DI SABBATO, 2006).

Devido à falta de preparo e conhecimento acerca das recomendações de biossegurança, a possibilidade de contaminação por micoses cutâneas é muito alta (SANTOS et al., 2016). Além desse fator, o fato de que as micoses cutâneas não são de notificação compulsória, vários pesquisadores têm voltado sua atenção ao estudo desse tipo de infecção no ramo dos salões de beleza (MOORE & MILLER, 2007; OLIVEIRA & FOCACCIA, 2010 apud GARBACCIO, 2013). Tais estudos são de grande importância para se verificar os fatores que podem auxiliar na transmissão desses agentes etiológicos. Por esse motivo, o presente trabalho buscou verificar a presença de fungos dermatófitos em pentes e escovas utilizados em salões de beleza no centro da cidade de São Luís, identificando quais espécies são mais comumente encontradas.

2 MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 LOCAL E AMOSTRA

O trabalho foi realizado de forma investigativa em salões de beleza do centro do município de São Luís (MA). Vinte e cinco salões foram escolhidos para participar da pesquisa, mas somente 10 salões aceitaram, sendo estes incluídos neste trabalho. Como critérios de exclusão foram utilizados os salões que possuíam autoclaves, estufas e que se provêm de materiais permanentes (como pentes e escovas) com a devida esterilização.

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A pesquisa ocorreu obedecendo aos critérios éticos, mantendo em completo sigilo a identificação dos salões que cederam os utensílios, assegurados com um Termo de Consentimento Livre e Esclarecidos (TCLE).

2.2 COLETA E ISOLAMENTO

A metodologia utilizada para a coleta e isolamento dos fungos foi segundo Lucas e Pires (2007), com adaptações. As coletas foram realizadas sempre ao final de cada dia, onde o fluxo de clientes era menor, obedecendo ao horário de funcionamento de cada estabelecimento. A coleta das amostras foi realizada com os EPIs necessários para evitar contaminação delas.

O início da análise foi realizado no próprio salão, utilizando solução salina a 0,85% adicionada em frascos de vidros com tampas, previamente esterilizados. Os fômites (pentes e escovas) foram submetidos a imersão em solução salina por 15 min. A amostragem final (n) após a coleta em cada salão foi n= 20 (10 escovas e 10 pentes). Posteriormente, as amostras foram imediatamente conduzidas para análise em laboratório. Para o crescimento das amostras coletadas, foi retirado 50µL da solução salina e inoculado em Ágar Sabouraud Dextrose. Em seguida levadas à estufa por 10 a 15 dias a 30°C.

2.3 IDENTIFICAÇÃO DAS AMOSTRAS

Após esse período, foi realizada a identificação macroscópica observando aspectos como coloração, superfície e reverso da colônia. As colônias foram avaliadas de acordo com suas características macroscópicas e diferenciadas em leveduriformes e filamentosos, de acordo com Felizardo et al., 2012.

A identificação dos fungos leveduriformes, foi realizada no setor de Microbiologia do Laboratório Central de Saúde Pública do Maranhão (LACEN-MA), através do VITEK 2 compact. Para a identificação microscópica dos fungos filamentosos foi realizada a técnica de microcultivo, seguido de incubação a 30°C no período de 5 a 7 dias (SILVA FILHO E OLIVEIRA, 2004). Após esse período, foi realizado o procedimento de inativação do fungo e fixação de suas estruturas, adicionando 1 mL de álcool 70% e envolvendo a placa com fita adesiva por 24h (SILVA FILHO E OLIVEIRA, 2004). Em seguida foram retiradas as lamínulas com auxílio de uma pinça, e cuidadosamente foram colocadas sob lâminas com azul de algodão para visualização em microscópio óptico nas objetivas de 10x e 40x para observação das hifas e corpo de frutificação para posterior comparação seguindo chaves e livros de identificação (BERNARD et al. 1987, 1989).

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p.71497-71506 ,sep. 2020. ISSN 2525-8761 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos a partir das amostras provenientes de pentes e escovas analisados, demonstraram 90% (18) de crescimento fúngico. A avaliação das características macroscópicas das colônias permitiu estabelecer um parâmetro com a diferenciação percentual de crescimento das placas quando semeadas com materiais distintos (pentes ou escovas) apresentando os seguintes resultados.

As placas inoculadas com amostras das escovas de cabelo apresentaram maior crescimento de colônias fúngicas se comparadas às amostras dos pentes. De modo geral, das 20 placas com inóculos provenientes desses materiais de uso coletivo, 70% (14) foram identificadas como pertencentes ao gênero Aspergillus; 5% (01) como dermatófito do gênero Microsporum; e 15% (03) como leveduras de importância médica do gênero Candida (Tabela 1).

Na pesquisa realizada por Santos et al. (2016), na cidade de Coité - PB, foram coletadas amostras de pentes e escovas de salões de beleza, totalizando 24 amostras. Os resultados mostraram crescimento fúngico dos gêneros Candida, Mycelia, Aspergillus, Penicillium, Rhodotorulla e

Verticillium. em 42% das amostras analisadas. Esse percentual é inferior ao encontrado no presente

estudo, no entanto, a variedade de gêneros fúngicos encontrados é superior.

Um estudo semelhante desenvolvido por Silva et al. (2012), investigou a detecção de dermatófitos em escovas e pentes nos salões de beleza da cidade de Trindade - GO, onde 11% dos salões apresentaram amostras positivas para fungos dermatófitos, 28% apresentaram crescimento de fungos não dermatófitos, do gênero Aspergillus e Penicillium e 61% foram amostras negativas.

O gênero Microsporum pertence ao grupo dos dermatófitos, microrganismos queratinofílicos, ou seja, possuem um biotropismo especial por tecidos de estruturas queratinizadas, como pêlos, unhas e pele, raramente parasitando células vivas. Há três gêneros principais, causadores das dermatofitoses: Microsporum, Trichophyton e Epidermophyton. Esses gêneros existem em todo o mundo, alguns são geofílicos, que estão no solo, onde decompõem os substratos queratinosos; outros são zoofílicos, como o Microsporum canis e Trichophyton equinum, que se tornaram adaptados ao animal e raramente são encontrados no solo. Os dermatófitos antropofílicos, como Microsporum audounii, adaptaram-se aos humanos e não sobrevivem no solo (MEDEIROS et al., 2009).

Os fungos anemófilos do gênero Aspergillus são causadores de reações alérgicas, crescem facilmente em vários substratos formando grandes quantidades de conídios que se dispersam, principalmente, pelo ar atmosférico (LACAZ et al., 2002; BARBIERI & ISHIDA, 2015). A incidência deste fungo se deve ao fato das escovas e pentes serem guardados em ambiente aberto

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junto com outros materiais, dessa forma eles se depositam nessas fômites degradando a matéria orgânica, que serve de fonte de carbono, nitrogênio e sais minerais para proliferação.

As leveduras do gênero Candida são causadoras de micoses cutâneas, apesar de viver em comensalismo com o ser humano no trato gastrintestinal, em mucosas e na microbiota de determinadas regiões do tegumento cutâneo, tornam-se patogênicas quando há uma ruptura no balanço normal da microbiota ou quando o sistema imune do hospedeiro encontra-se comprometido, causando lesões na pele, unhas e mucosas de indivíduos predispostos, pois invade a camada córnea da pele ou a lâmina ungueal de hospedeiros normais (BARBIERI & ISHIDA, 2015; BARBEDO E SGARBI, 2010; FREITAS et al., 2020).

Tabela 1– Análise de amostras provenientes de pentes e escovas de salões de beleza localizados no centro da cidade de São Luís, MA.

CRESCIMENTO FÚNGICO Escovas (n= 10) Pentes (n= 10) 100% 80% MORFOLOGIA DO FUNGO Filamentoso Levedura 75% 15% IDENTIFICAÇÃO Aspergillus 70% Candida 15% Microsporum 5%

Estudos estimativos apontam que 10 a 15% da população humana poderão ser infectados por estes tipos de microrganismos em algum momento de sua vida, principalmente os fungos dermatófitos (REZENDE et al. 2008). É importante ressaltar que é possível prevenir as micoses causadas por dermatófitos provenientes dessas fômites, através de remoção mecânica, ou seja, através da higienização frequente do couro cabeludo.

A Vigilância Sanitária preconiza que o profissional deve limpar escovas e pentes, removendo os cabelos, após cada uso; lavar pentes, escovas e demais equipamentos utilizados, com água e sabão líquido ou detergente, após o uso em cada cliente (FIORENTINI, 2016; ANVISA, 2018).

Após o término da pesquisa, foram emitidos os resultados e entregues aos profissionais dos salões de beleza participantes onde receberam instruções das formas de desinfecção das escovas e pentes.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p.71497-71506 ,sep. 2020. ISSN 2525-8761 4 CONCLUSÃO

O presente estudo sugere que existe risco de contaminação por dermatófitos através do compartilhamento de utensílios de uso coletivo, evidenciando o uso das escovas e pentes, utilizados diariamente nos salões de beleza. Além de fungos dermatófitos detectou-se presença de leveduras do gênero Candida, de grande interesse clínico, e do fungo anemófilo do gênero Aspergillus, que pode causar reações alérgicas.

Pode-se concluir que a submissão dos pentes e escovas a altas temperaturas dos secadores, à química de produtos para cabelo e a processos de limpeza sem a frequência diária, não são suficientes para interromper o crescimento fúngico. Além disso, também foi observado que os trabalhadores dessa área não possuem conhecimento adequado sobre a importância da higienização adequada para prevenir a disseminação de dermatomicoses.

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