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A série histórica da Sífilis Congênita: Uma reflexão a partir de sua frequência / A historical series of congenital syphilis: a reflection from its frequency

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Academic year: 2020

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 90799-90818, nov. 2020. ISSN 2525-8761

A série histórica da Sífilis Congênita: Uma reflexão a partir de sua frequência

A historical series of congenital syphilis: a reflection from its frequency

DOI:10.34117/bjdv6n11-478

Recebimento dos originais: 20/10/2020 Aceitação para publicação: 23/11/2020

Sheila Rodrigues Dias Filgueiras

Mestrado em Enfermagem, pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Instituição: Centro Universitário de Barra Mansa - UBM

Endereço: Rua Ver. Pinho de Carvalho, 267, Bairro Centro – Barra Mansa, RJ, CEP: 27330-550 E-mail: sheilardf@hotmail.com

Lucas Adriel Rocha Aury de Oliveira

Acadêmico de Enfermagem, pelo Centro Universitário de Barra Mansa - UBM Instituição: Centro Universitário de Barra Mansa - UBM

Endereço: Rua Ver. Pinho de Carvalho, 267, Bairro Centro – Barra Mansa, RJ, CEP: 27330-550 E-mail: lucas.aury@gmail.com

Mariana Campos de Almeida da Silva

Acadêmica de Enfermagem, pelo Centro Universitário de Barra Mansa - UBM Instituição: Centro Universitário de Barra Mansa - UBM

Endereço: Rua Ver. Pinho de Carvalho, 267, Bairro Centro – Barra Mansa, RJ, CEP: 27330-550 E-mail: marianaenfermagem2017@gmail.com

RESUMO

A presente pesquisa trata sobre uma patologia de evolução crônica causada pela bactéria Treponema pallidium, a Sífilis Congênita. Ela é uma doença infectocontagiosa sistêmica e que pode se apresentar nas formas primária, secundária e latente. Dessa forma, o artigo buscou apresentar a leitura de sua frequência e relacioná-la aos fatores causais e as medidas preventivas necessárias para o seu controle, no período de 2014 a 2018 no município de Volta Redonda/RJ. Essa análise se deu a partir de um levantamento de dados realizado no banco de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e também através de um levantamento bibliográfico a fim de incorporar um embasamento teórico ao estudo. Com essa consolidação de dados, foi possível perceber que os casos dessa doença no município sede da pesquisa se tornaram ascendentes nos últimos anos, se tornando indispensável a indicação de medidas preventivas necessárias para o controle da Sífilis Congênita a fim de evitar a sua infecção tanto na mãe quanto no feto.

Palavras-Chave: Congênita, Variáveis Descritas na Sífilis Congênita, Incidência de Sífilis Congênita. ABSTRACT

The present research deals with a pathology of chronic evolution caused by the bacterium Treponema pallidium, congenital syphilis. It is a systemic infectious disease and can present in primary, secondary and latent forms. Thus, the article sought to present the reading of its frequency and relate it to the causative factors and preventive measures necessary for its control, in the period from 2014 to 2018 in the municipality of Volta Redonda/RJ.This analysis was based on a data survey carried out in the

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 90799-90818, nov. 2020. ISSN 2525-8761 database of the Department of Informatics of the Unified Health System (DATASUS) and also through a bibliographic survey in order to incorporate a theoretical basis to the study. With this consolidation of data, it was possible to notice that the cases of this disease in the municipality of the research have become ascending in recent years, making it indispensable to indicate preventive measures necessary for the control of Congenital Syphilis in order to avoid its infection in both the mother and fetus.

Keywords: Congenital syphilis, Variables Described in Congenital Syphilis, Incidence of Congenital

Syphilis.

1 INTRODUÇÃO

A Sífilis Congênita é uma doença infectocontagiosa sistêmica, causada pela bactéria Treponema Pallidum, de alta patogenicidade. É uma patologia de evolução crônica e pode se apresentar de forma primária, secundária, terciária e latente.

Também é uma doença sexualmente transmissível (DST), podendo ser transmitida através da mãe para o feto ou por contato direto com sangues contaminados com a doença. Também se apresenta em estágios distintos, pois se manifesta de maneiras distintas, na qual a maior chance de transmissão ocorre no estágio primário.

A prevalência de sífilis congênita é um evento sentinela em saúde, por refletir a eficácia dos serviços que oferecem assistência pré-natal, seja de baixo ou alto risco. O evento sentinela se caracteriza por uma ocorrência inesperada envolvendo a morte ou perda grave e permanente de função. Tais eventos são chamados “sentinela” porque sinalizam uma necessidade imediata de investigação e resposta (CBA / JCI, 2011).

Esse tema é de grande relevância, pois contribui para a conscientização da sociedade e dos profissionais de saúde sobre a ocorrência de sífilis. Isso viabiliza uma análise crítica sobre as possibilidades de intervenções no seu controle e prevenção, podendo ser utilizado como fonte de pesquisa para os alunos da área de saúde, subsidiando a formulação de suas competências.

Diante disso, o estudo busca descrever a frequência de Sífilis Congênita no período de 2014 a 2018 no município de Volta Redonda localizado no estado do Rio de Janeiro. E, ainda, levantar a frequência de Sífilis Congênita no período de 2014 a 2018 no município sede da pesquisa, apresentar os fatores de risco/causais da Sífilis Congênita no mundo contemporâneo e delinear as medidas preventivas necessárias para o controle da incidência de Sífilis Congênita na sociedade.

Além disso, cabe questionar: que fatores causais justificam uma curva crescente de Sífilis Congênita no mundo contemporâneo e quais medidas preventivas são necessárias para manter o seu controle na sociedade?

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 90799-90818, nov. 2020. ISSN 2525-8761 Por fim, será realizado um levantamento de dados no banco de dados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e serão feitas pesquisas realizadas em monografias, artigos, livros e sites que envolvem o objeto de pesquisa para alcançar esses objetivos e responder o questionamento da temática.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 AS CARACTERÍSTICAS FISIOPATOLÓGICAS DA SÍFILIS CONGÊNITA

“A sífilis é causada por um representante do gênero Treponema, chamado Treponema pallidum, que é uma bactéria gram negativa do tipo espiroqueta que possui em torno de 6 a 20 µm de comprimento e 0,1 a 0,2 µm de espessura” (NASCIMENTO, 2018, p.17). E pode ser entendida como “o resultado da disseminação hematogênica do Treponema pallidum, da gestante infectada não-tratada ou inadequadamente tratada para o seu concepto, por via transplacentária” (BRASIL, 2006, p. 11).

No ano de 1986, se tornou obrigatório no Brasil a notificação de casos confirmados de Sífilis Congênita à vigilância epidemiológica (Portaria nº 542, de 22/12/86 - Ministério da Saúde), uma vez que os casos de SC no país se tornaram crescentes. A partir dessa notificação compulsória, surgiram preocupações sobre o agravo dessa doença no país, principalmente em crianças menores de um ano (SES/SP, 2008).

Além disso, a notificação de sífilis adquirida, sífilis em gestante e congênita é obrigatória, conforme Portaria Nº 204, de 17 de fevereiro de 2016 (BRASIL, 2016). Tal ação permite que a doença seja detectada, investigada e tratada, uma vez que a vigilância epidemiológica tem como objetivo “controlar a transmissão vertical do Treponema pallidum, acompanhar adequadamente o comportamento da infecção nas gestantes para planejamento e avaliação das medidas de tratamento, prevenção e controle (SES/SP, 2008, p. 770).

Ela se apresenta em fases distintas (primária, secundária, terciária e latente), temos que a primária se apresenta como uma lesão ulcerada, geralmente única e indolor, com bordos endurecidos, fundo liso e brilhante, podendo regredir espontaneamente. Já a secundária, se apresenta com lesões não ulceradas, evoluindo de 6 a 8 semanas da sífilis primária. E a terciária se apresenta por infecções não tratadas após longo período de latência, podendo tardar o aparecimento dos sinais e sintomas, entre 2 a 40 anos. Por fim, a latente é uma fase isenta de sintomas que somente é detectada através de exames sorológicos (NASCIMENTO, 2018).

Também se classifica em precoce e tardia. A precoce ocorre até o segundo ano de vida da criança exposta e suas lesões cutâneas são similares às observadas em adultos durante a fase secundária (FOCACCIA; VERONESI, 2005). Já a tardia, é identificada após o segundo ano e as crianças podem

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 90799-90818, nov. 2020. ISSN 2525-8761 apresentar ceratite intersticial, inflamação óssea, surdez neurológica, anormalidades dentárias, pobre desenvolvimento da maxila e palato em ogiva (BRASIL, 2017).

Segundo Porth e Grossman (2015), o Treponema pallidum é transmitido através do contato direto com uma lesão contagiosa, em sua grande maioria, através de relação sexual. E as secreções contaminadas podem propagar microrganismos durante o contato íntimo.

A transmissão transplacentária do T. pallidum da mãe ao feto depois da 16ª semana de gestação é rápida, de modo que a infecção materna em atividade durante a gestação pode causar a Sífilis Congênita no feto (PORTH; GROSSMAN, 2015). Entretanto, se houver o tratamento adequado, este poderá ficar isento da infecção.

Segundo o Serviço de Vigilância Epidemiológica do estado de São Paulo, há a possibilidade de transmissão em qualquer estágio da doença e em qualquer fase da gestação, com probabilidade de 50% a 100% na sífilis primária e secundária, 40% na sífilis latente precoce e 10% na sífilis latente tardia (SES/SP, 2008).

Seus sinais e sintomas podem ser diversos, como a erupção, especialmente nas palmas das mãos, mucosas, meninges, linfonodos, estômago, plantas dos pés e fígado, febre, dor de garganta, estomatite, náuseas, perda de apetite e inflamação ocular podem aparecer e desaparecer ao longo de um ano, mas geralmente se estendem por 3 a 6 meses (PORTH, 2015).

Além disso, as manifestações clínicas são além da prematuridade e do baixo peso ao nascimento, são elas: hepatoesplenomegalia (aumento do fígado e do baço), lesões cutâneas, sofrimento respiratório, icterícia, petéquias, fissura peribucal, hipertensão pulmonar, convulsão e meningite (BRASIL, 2017).

Diante disso, é extremamente importante que ocorra a detecção precoce na gestante com sífilis, pois caso ocorra a infecção não identificada no feto, pode gerar sequelas permanentes, abortamento e óbito fetal (BRASIL, 2017). Essa detecção precoce é feita através do acompanhamento na mulher durante a gestação, período ao qual se denomina o pré-natal.

O diagnóstico da Sífilis Congênita pode ser facilmente detectado através da atenção ao pré-natal. É importante a investigação e avaliação clínica-epidemiológica materna, pois a realização de uma boa anamnese é premissa básica na condução do atendimento a gestante, quando se detecta a sorologia positiva para sífilis na mulher no período gestacional. Também, é necessária uma investigação sobre o tratamento realizado, fazendo necessário a comparação entre os resultados de exames, se existentes, com a clínica da criança.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 90799-90818, nov. 2020. ISSN 2525-8761 O pré-natal é o momento no qual deve ocorrer o primeiro atendimento a gestante, pois é o nível de atenção preventiva considerada como a porta de entrada no sistema de saúde. Não somente antes do nascimento da criança que este acompanhamento deve ser realizado, mas também segundo o Ministério da Saúde, o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento da criança de 0 a 6 anos de idade faz parte da avaliação integral da saúde da criança (BRASIL, 2015).

No pré-natal, se faz necessário realizar no mínimo 06 consultas, preferencialmente, uma no primeiro trimestre, duas no segundo e três no terceiro trimestre de gestação (BRASIL, 2012). Assim, o diagnóstico precoce devido aos testes e o tratamento da gestante são medidas simples e eficazes na prevenção da Sífilis Congênita.

A equipe pertencente à Estratégia de Saúde da Família (ESF), principalmente o profissional enfermeiro, que é o responsável pela realização do pré-natal de risco habitual, deve estar preparada e capacitada para realizar este acompanhamento. Pois, além de ser um processo que garante a proteção da saúde da mulher, ainda viabiliza a consolidação de diagnósticos, dentre eles, a sífilis na gestante.

Por sua vez, o tratamento da criança com Sífilis Congênita se divide em período neonatal (até os 28 dias de vida) e pós-neonatal (após 28 dias de vida). Esse tratamento consiste na ingestão de penicilina, que depende dos sintomas e resultados de exames feitos pela mãe, além disso, o acompanhamento é obrigatório para verificar a evolução da sífilis (BRASIL, 2006).

Tais ações como o pré-natal de qualidade e a oferta de puericultura para o atendimento das crianças são de suma importância no que se refere a promoção e proteção da saúde das crianças e das gestantes, pois no mundo, cerca de 12 milhões de pessoas são infectadas pela sífilis todos os anos. Dentre elas, a maioria das gestantes não realiza o teste para sífilis, e as que o fazem, não são tratadas adequadamente ou não recebem tratamento (OMS, 2008).

2.2 FATORES CAUSAIS E FORMAS DE PREVENÇÃO

A principal forma que se dá a prevenção da Sífilis Congênita é através do uso de preservativo durante as relações sexuais. Logo, é importante promover a educação em saúde realizando abordagem nas consultas, sala de espera, saúde nas escolas e demais ambientes que sejam possíveis realizar orientação sobre a transmissão da doença.

O enfermeiro desenvolve um papel primordial na execução das ações de prevenção individual e coletiva, pois desenvolve ações educativas com palestras sobre a sífilis, por meio das equipes de saúde da família, nas escolas, nas reuniões em comissões locais nos bairros e nas visitas domiciliares

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 90799-90818, nov. 2020. ISSN 2525-8761 (SOUZA et al., 2018). Em síntese, é o profissional que geralmente tem o primeiro contato com a gestante na Atenção Básica.

Neste cenário, é de suma importância a abordagem da gestante e de seu parceiro durante o acompanhamento do pré-natal em relação às infecções sexualmente transmissíveis (IST’s), com acolhimento de forma a contribuir com o estabelecimento de vínculos entre a mulher, o serviço e o profissional de saúde. Contudo, deve-se utilizar este momento para realizar, além da escuta qualificada, diversas orientações tanto à gestante quanto ao seu parceiro.

Além disso, há algumas medidas que podem auxiliar na detecção da sífilis de maneira simplificada, como a oferta da testagem rápida para o diagnóstico (BRASIL, 2006). Em caso positivo, inicia-se o tratamento da gestante e do seu parceiro para evitar a evolução da doença, além de acompanhar a cura.

A notificação do agravo, após diagnóstico, poderá servir para desenvolver uma investigação das causas do evento junto aos serviços e profissionais de saúde, bem como às gestantes. Isso colabora para corrigir as falhas no programa de prevenção da doença (LIMA et al., 2013).

As parcerias sexuais de casos de sífilis primária, secundária ou latente precoce podem estar infectadas, mesmo apresentando testes imunológicos não reagentes. Dessa forma, devem ser tratadas presumivelmente com apenas uma dose de penicilina intramuscular (2.400.000 UI) (BRASIL, 2017).

Sendo assim, é importante a inclusão do parceiro durante o atendimento pré-natal por ser uma estratégia de melhor acompanhamento e prevenção de IST, inclusive recidivas.

2.3 CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DE SÍFILIS CONGÊNITA NO BRASIL

De acordo com Ministério da Saúde, a transmissão vertical da sífilis permanece sendo um problema de saúde pública no Brasil. Das várias doenças que podem ser transmitidas durante a gravidez, a sífilis é a que tem maior taxa de transmissão (BRASIL, 2006). No Brasil, em 2004, a prevalência na gestação foi de 1,6%, representando cerca de 50 mil parturientes com sífilis ativa.

Segundo pesquisa realizada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN, em 2017 no Brasil, do total de 24.623 casos confirmados de Sífilis Congênita, apenas 14.217 casos de sífilis materna foram diagnosticados durante o período pré-natal. Aproximadamente, metade deste valor foi confirmada no momento do parto ou curetagem (BRASIL, 2017).

Além disso, dos 24.623 casos confirmados de Sífilis Congênita em 2017 no Brasil, 354 casos tiveram como sua evolução final por óbitos pelo agravo notificado. No mesmo ano, dos 49.722 casos

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 90799-90818, nov. 2020. ISSN 2525-8761 de sífilis em gestantes, 8.867 destas mulheres não realizaram o teste rápido e 3.691 possuíam a informação Ignorado/Branco.

Diante destes números, percebe-se que o aumento da Sífilis Congênita tem acarretado em óbitos fetais, abortos e diversas seqüelas irreversíveis para os recém-nascidos, decorrentes dessa infecção que poderia ser evitada (RODRIGUES; DE OLIVEIRA; AFONSO, 2017). Assim, se faz necessário conhecer a situação da Atenção Básica para identificar a causa do déficit deste diagnóstico durante o período pré-natal e, consequentemente, seu devido tratamento precoce.

Já em crianças menores de um ano, houve um crescimento de 128% no número de óbitos relacionados à Sífilis Congênita no período de 2010 a 2017. Também, passando de 90 para 206 casos, com um aumento significativo em 2015, com 235 óbitos, segundo Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM (BRASIL, 2017).

Neste cenário, é importante entender as condições às quais as mulheres são expostas, a metodologia empregada nos bairros direcionando-as para a prevenção e como é feito o tratamento em mães e filhos, para justificar esse aumento exponencial de casos de Sífilis Congênita no Brasil. Pois, é importante monitorar e controlar esse evento a fim de evitar a infecção e disseminação dessa doença.

3 METODOLOGIA

A metodologia desta pesquisa epidemiológica é do tipo descritiva, que tem como “objetivo primordial a descrição característica de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis” (GIL, 2002, p. 42). Esse tipo de pesquisa busca entender como o grupo amostral pesquisado se relaciona com essas variáveis a fim de buscar uma nova solução para o problema ou explicar a existência dos dados encontrados nesse estudo.

Ela se destaca como recurso metodológico utilizando-se uma abordagem quantitativa. “Ela se centra na objetividade influenciada pelo positivismo e considera que a realidade só pode ser compreendida com base na análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos padronizados e neutros” (FONSECA, 2002, p. 20).

Ademais, o levantamento dos dados foi feito utilizando-se o banco de dados do DATASUS, onde foi analisada a série histórica dos casos de Sífilis Congênita no recorte temporal supracitado com enfoque no número de consultas de pré-natal realizadas pelas gestantes. Também, foi considerada a escolaridade das mães e o tratamento do parceiro, correlacionando os casos ao número de nascidos-vivos no mesmo período a fim de verificar a incidência de Sífilis Congênita.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 90799-90818, nov. 2020. ISSN 2525-8761 Posteriormente, a análise dos dados foi realizada por meio da leitura de freqüência de Sífilis Congênita no recorte temporal proposto, apresentados por meio de tabelas analisadas à luz do referencial teórico.

E com a finalidade de concretizar esse estudo, foram analisadas as crianças vivas no período de 2014 a 2018 residentes no município de Volta Redonda/RJ. O projeto foi iniciado em fevereiro de 2019 e finalizado em agosto do mesmo ano, já a compilação dos dados, deu-se de janeiro a maio de 2020.

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O primeiro levantamento consolidou o número de casos confirmados de Sífilis Congênita no Município de Volta Redonda conforme está demonstrado na primeira tabela.

Tabela 1 - Número de casos confirmados de Sífilis Congênita no município de Volta Redonda/RJ, no período de 2014 a 2018

Município de notificação 2014 2015 2016 2017 2018 Total

330630 Volta Redonda 1 11 15 53 61 141

Total 1 11 15 53 61 141

Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan Net

A tabela acima evidencia casos ascendentes de Sífilis Congênita no munícipio estudado e para validar esse crescimento optou-se pelo cálculo de incidência. Essa incidência corresponde ao número de casos novos de determinado agravo ou doença e se define pela intensidade em que se desenvolvem os casos da doença (GALLEGUILLOS, 2014).

Para posterior cálculo da incidência foi feito o levantamento de nascidos vivos apresentados na tabela 2.

Tabela 2 - Número de nascidos vivos no município de Volta Redonda/RJ, no período de 2014 a 2017

Ano do nascimento Nascim_p/resid.mãe

2014 3270

2015 3439

2016 3364

2017 3272

Total 13345

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 90799-90818, nov. 2020. ISSN 2525-8761 Verifica-se que na tabela 2 não se encontra disponível o número de nascidos-vivos de 2018, sendo assim, a leitura de incidência se concentrou no recorte temporal de 2014 a 2017, o que propiciou a demonstração de sua curva.

O coeficiente de incidência equivale à relação entre o número de novos casos e o total da população exposta. O cálculo é feito dividindo-se o número de novos casos de uma doença – em um intervalo de tempo, período e área determinada – pela população exposta ao risco de adquiri-la e multiplicando o resultado por múltiplo de 10 (GALLEGUILLOS, 2014).

Dessa maneira, o resultado anual de incidência da Sífilis Congênita em Volta Redonda no período de 2014 a 2017 se demonstra na tabela 3.

Tabela 3 - Incidência de Sífilis Congênita em cada 1000 nascidos vivos no município de Volta Redonda/RJ no período de 2014 a 2017

Município de notificação 2014 2015 2016 2017

330630 Volta Redonda 0,3 3,19 4,45 16,19

A incidência calculada demonstra um crescimento significativo no decorrer dos anos analisados, saindo de 0,3 casos a cada 1000 nascidos vivos para 16,19 casos a cada 1000 nascidos vivos.

Além disso, verifica-se que no decorrer desses 4 anos, não houve uma flutuação significativa de nascidos vivos. Logo, se o número de nascimento em 2018 for igual ao ocorrido em 2017 a incidência seria de 18,64 casos a cada 1000 nascidos vivos e se o número de nascidos vivos for menor em 2018 do que o ocorrido em 2017 isso pode significar um crescimento ainda maior de sífilis no município.

Diante disso, se faz necessário buscar entender os motivos e as causas desta ascendência, conforme mostra o resultado de incidência da tabela 3. E uma das principais questões envolvendo essa problemática está profundamente relacionada à falta de acesso e à qualidade do pré-natal (COSTA, 2013).

É iminente que há o constante desafio para a saúde pública em aumentar a cobertura e a qualidade do pré-natal. Devendo, também, aumentar o diagnóstico laboratorial do Treponema pallidum e o consequente tratamento durante o pré-natal no momento do parto (SES/ SP, 2008).

Esse aumento pode ser realizado monitorando os usuários do grupo de planejamento familiar e as mulheres em idade fértil dentro da comunidade através da visita do agente comunitário de saúde e

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 90799-90818, nov. 2020. ISSN 2525-8761 do próprio enfermeiro. Essa atitude é indispensável, pois oferece um atendimento mais assistido pelos profissionais de saúde.

É de conhecimento geral da equipe de saúde que populações de baixa escolaridade e de nível social estão mais propícias a infecções e doenças. Dessa maneira, o enfermeiro deve se atentar às deficiências de sua comunidade, sanando as dificuldades reconhecidas na ESF, adotando medidas de controle de assiduidade das gestantes no pré-natal, incluindo a visita domiciliar e a busca ativa, quando for necessário.

Magalhães et al (2013) sinalizam que a sífilis em gestante tem sido relacionada a fatores sociais, ou seja, é mais frequente em mulheres mais pobres e sem acesso a serviços de saúde.

Segundo Domingues e Leal (2016), um estudo realizado entre os anos de 2011 e 2012, onde foi analisada a incidência por regiões de Sífilis Congênita notificadas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), verificou-se o número de 39 casos identificados de Sífilis Congênita na região sudeste do país. Tendo como incidência estimada de 3,81 de Sífilis Congênita a cada mil nascidos vivos e as gestantes que apresentaram desfecho de Sífilis Congênita obtiveram menor adequação do número de consultas, além do início tardio da assistência pré-natal.

As mulheres com diagnóstico de sífilis que não evoluíram para SC apresentaram maior proporção de realização de sorologia para sífilis na gestação, sendo um ou dois exames. Enquanto as demais que tiveram desfecho de SC registraram um menor número de índice de sorologia reagente para sífilis no cartão pré-natal.

A falha na realização dos exames, conforme preconizado, pode indicar deficiência na assistência pré-natal, pois deve existir a sistematização do diagnóstico, tratamento e acompanhamento a fim de prevenir a reinfecção. É certo que o rastreamento da sífilis durante a gestação e o tratamento adequado ainda são as únicas formas de prevenção eficaz da Sífilis Congênita e suas complicações.

É necessário que com o passar dos anos haja a evolução sistemática da diagnose com maior cobertura da testagem, maior adequação e utilização de notificação compulsória e, principalmente, a qualificação da assistência. Diante desta necessidade, na próxima tabela formulada se consolidou o número de casos confirmados de Sífilis Congênita por tratamento do parceiro e ano de diagnóstico.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 90799-90818, nov. 2020. ISSN 2525-8761

Tabela 4 - Número de casos confirmados de Sífilis Congênita por tratamento do parceiro no município de Volta Redonda/RJ no período de 2014 a 2018

Trat parceiro 2014 2015 2016 2017 2018 Total

Ign/Branco - 3 7 15 5 30

Sim - 2 2 12 16 32

Não 1 6 6 26 40 79

Total 1 11 15 53 61 141

Fonte:Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan Net

A tabela 4 mostra que em 56% dos casos de Sífilis Congênita os parceiros não foram tratados e 21% não apresentaram a informação de tratamento do parceiro. Ou seja, isso pode significar 77% de parceiros não tratados, justificando a curva ascendente de Sífilis Congênita no município.

Segundo Pires et al. (2014), a ausência de homens nas Unidades Básicas de Saúde demonstra o quanto a sociedade ainda é machista e preconceituosa, não desfazendo de antigos hábitos e crenças. Ainda mantém a concepção de que a gravidez e a criação dos filhos são de responsabilidade exclusiva da mulher.

Uma ferramenta eficaz na captação do parceiro é o seu envolvimento nas consultas de pré-natal. Tal medida fortalece a relação afetiva entre o casal e entre pai e filho, dividindo assim, a responsabilidade e a participação no desenvolvimento do ciclo gravídico até o seu resultado (nascimento). Porém, quando isso não ocorre, na presença de sorologia positiva para sífilis, ou qualquer outra IST, a busca deste parceiro é extremamente necessária para a proteção do feto, da mulher e do controle da doença em questão.

Após a captação do parceiro, deve-se instituir a terapêutica e garantir a compreensão da gravidade da situação. Isso torna uma atribuição da equipe, e muito especialmente do profissional enfermeiro, no intuito de proteger a saúde da coletividade e garantir a saúde da criança.

Para Lago (2000, p.464), “é importante que os fatores de risco sejam conhecidos e levados em consideração, pois podem despertar a suspeita diagnóstica nos casos menos óbvios”. Assim, frente à detecção de múltiplos parceiros, se faz necessário dialogar com os atores envolvidos a necessidade do uso do preservativo, interferindo, desta forma, na cadeia epidemiológica da Sífilis Congênita e demais doenças sexualmente transmissíveis.

Para isso, o enfermeiro deve estabelecer uma comunicação eficaz e ética informando a necessidade da terapêutica, bem como a prática do sexo seguro, de forma simples e de fácil entendimento, zelando sempre pelo bem-estar familiar.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 90799-90818, nov. 2020. ISSN 2525-8761 É sabido que muitas mulheres sinalizam a dificuldade do parceiro utilizar o preservativo, porém hoje existe a alternativa do preservativo feminino na prevenção das ISTs (VÍCTOR et al., 2010).

Este é um dos maiores desafios para o controle da Sífilis Congênita - inserir atividades educativas que mudem o comportamento do casal no sentido de instituir métodos de barreiras que garantam a proteção de sua saúde. Segundo Campos (2012), buscar nas mulheres os motivos de não tratamento dos parceiros pode contribuir para o desenho de estratégias de intervenção, por demonstrar a realidade e as dificuldades vivenciadas por elas.

Porém, não cabe ao enfermeiro responsabilizar a mulher pela ausência do parceiro no pré-natal. Cabe dizer que a Atenção Básica é responsável pelos seus usuários nos mais diversos âmbitos, sendo imprescindível a busca ativa da gestante na sua ausência, bem como do parceiro por motivos de diagnóstico, tratamento e notificação.

No entanto o Ministério da Saúde sinaliza que para captar o parceiro significa enfrentar a certeza do ser masculino de que a doença não o acomete, por este motivo se faz necessário quebrar a hegemonia existente nos serviços que direcionam a comunicação para grupos de crianças, adolescentes, mulheres e idosos (BRASIL, 2008).

Desse modo, verifica-se que as atribuições delineadas apontam a responsabilidade da equipe que atua na atenção básica é responsável pela atenção à saúde do homem, na sua busca, quando seu distanciamento da Unidade se torna efetivamente uma barreira. Isso pode ser observado em campanhas periódicas como o novembro azul, pois elas podem serentendidas como forma do uso do princípio da integralidade em saúde, priorizando as medidas preventivas sem ocasionar um prejuízo às assistenciais. Contudo, ressaltando-se a importância da assistência do pré-natal onde se evidencia o diagnóstico precoce, viabiliza-se a conduta terapêutica o mais cedo possível, a fim de alcançar o tratamento adequado e minimizar os efeitos da sífilis no feto.

Evidentemente, o número de casos confirmados de SC por realização de pré-natal e ano de diagnóstico encontra-se descritos na tabela 5.

Tabela 5 - Número de casos confirmados de Sífilis Congênita por realização de pré-natal no Município de Volta Redonda/RJ no período de 2014 a 2018.

Realizou pré-natal 2014 2015 2016 2017 2018 Total

Ign/Branco - 1 - 3 7 11

Sim 1 10 14 47 53 125

Não - - 1 3 1 5

Total 1 11 15 53 61 141

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 90799-90818, nov. 2020. ISSN 2525-8761 Na tabela 5 percebe-se que 89% dos casos de Sífilis Congênita possuem informação da realização do pré-natal pela gestante e 11% não realizaram o acompanhamento ou possuem a informação ignorada. Em virtude disso, desperta-se algumas reflexões que são a diagnose, o tratamento realizado durante a assistência, a captação e o tratamento do parceiro de forma a interferir na cadeia epidemiológica da doença.

Segundo Brasil (2012), o objetivo da assistência pré-natal é garantir o desenvolvimento da gestação, possibilitando o parto de um recém-nascido saudável sem prejuízo para a saúde materna. A realização do pré-natal deve seguir os protocolos do Ministério da Saúde que preconizam a organização, o planejamento e a programação dos serviços e, consequentemente, da assistência.

Os problemas mais frequentes no pré-natal se concentram na realização do levantamento de dados (exame físico, anamnese e exames laboratoriais), baixa captação do parceiro quando presente sorologia positiva para sífilis e a interação entre a equipe de obstetrícia e pediátrica (MENEGAZZO; TOLDO; SOUTO, 2018).

A prevenção da SC, deve ser uma ação instituída antes do pré-natal, ou seja, quando a mulher decide pela gestação deveria passar por uma consulta e ter acesso a exames, incluindo a sorologia para sífilis. Isso faz com que as atividades educativas sejam ferramentas a serem implantadas pelas equipes que atuam na atenção básica de forma que as medidas de controle e monitoramento da sífilis sejam eficazes.

As medidas de acompanhamento, assistência e educação são um desafio para os profissionais e gestores. Devendo-se, contudo, realizar a capacitação da equipe na abordagem das IST’s, principalmente no período gestacional da mulher a fim de aperfeiçoar as medidas de prevenção e controle da sífilis e, consequentemente, da SC.

Ainda há muita falta de conhecimento e a dificuldade da mulher em reconhecer os sinais da doença, podendo dificultar a realização do tratamento. Vê-se como necessidade o maior esclarecimento às gestantes sobre a patologia, inserindo-as precocemente no pré-natal de forma esclarecedora, mostrando qual a sua importância e como as doenças podem ser diagnosticadas e tratadas sem causar danos ao feto.

Tais dificuldades podem ser superadas com o acompanhamento do casal e a assistência do pré-natal dentro da Unidade Básica de Saúde e no ambiente familiar, através da aproximação do agente comunitário de saúde, do enfermeiro e da equipe em si. Isso cabe ao agente comunitário de saúde (ACS): o monitoramento e acompanhamento domiciliar da população em sua área de abrangência. O

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 90799-90818, nov. 2020. ISSN 2525-8761 ACS contribui muito para que haja a promoção da saúde, pois fortalece a relação deles com todos da comunidade (BRASIL, 2000).

A ligação equipe-comunidade, deve ser mantida e aprimorada com o processo de trabalho. O planejamento e a educação continuada devem ser priorizados na ESF, no que diz respeito a prevenção de SC. Tal abordagem deve ser incluída nas capacitações, reuniões de equipe e outros momentos propícios ao ensinamento do ACS e equipe em geral.

O monitoramento dos usuários através de visita domiciliar e, principalmente, das mulheres em idade fértil, pode permitir a captação da mulher em seu período inicial de gestação, possibilitando a assistência pré-natal precoce e a avaliação e diagnóstico de IST’s. Além disso, proporciona a detecção de sinais e sintomas relatados pelas gestantes durante a visita do ACS e, consequentemente, na oferta de tratamento precoce de forma a interferir na incidência de Sífilis Congênita.

Contudo, compete ao enfermeiro e sua equipe saber e entender como devem ser direcionadas as atividades educativas e assistenciais para as mulheres e gestantes, levando em consideração o seu grau de escolaridade e o entendimento do que lhe vai ser instruído. Pois mesmo que a mensagem a ser transmitida seja a mesma, o modo como ela chegará ao ouvinte deverá mudar de acordo com esse grau de entendimento local.

Com a finalidade de saber o grau de instrução dessas mulheres e entender se a sua escolaridade é um fator causal da incidência de Sífilis Congênita, a tabela 6 foi desenvolvida com números de casos confirmados de SC por grau de escolaridade da mãe e ano de diagnóstico.

Nota-se que EF corresponde a sigla para Ensino Fundamental.

Tabela 6 - Número de casos confirmados de Sífilis Congênita por grau de escolaridade da mulher no município de Volta Redonda/RJ no período de 2014 a 2018

Grau Escolar 2014 2015 2016 2017 2018 Total

Ign/Branco 1 9 15 48 57 130

1ª a 4ª série incompleta do EF - - - 1 1 2

5ª a 8ª série incompleta do EF - - - 4 1 5

Ensino Fundamental Completo - - - - 1 1

Ensino Médio Incompleto - 1 - - 1 2

Ensino Médio Completo - 1 - - - 1

Total 1 11 15 53 61 141

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 90799-90818, nov. 2020. ISSN 2525-8761 A tabela 6 demonstra que 92% dos casos confirmados de SC possuem informação ignorada em relação ao grau de escolaridade da mãe, os outros 8% se distribuem em 1ª a 4ª série incompleta do Ensino Fundamental (1,41%), 5ª a 8ª série incompleta (3,6%), Ensino Fundamental completo (0,70%), Ensino Médio Incompleto (1,41%) e Ensino Médio completo (0,70%).

O conteúdo da tabela 6 foi de difícil análise, pois a informação ignorada foi de maior expressão. Tal situação sinaliza a necessidade de capacitar os profissionais em relação ao preenchimento da ficha de notificação. Trata-se de uma característica descritiva relacionada a mulher que viabiliza a detecção do grupo que apresenta mais risco para o evento, no caso a Sífilis Congênita, indicando as prioridades de intervenção no intuito de controlar a doença.

Além disso, analisar o grau de escolaridade da mulher pode indicar a melhor forma de se estabelecer a comunicação nas atividades educativas durante a assistência no pré-natal sobre sífilis, com ênfase nas medidas preventivas, de diagnose e de tratamento.

Sabendo que o grau de escolaridade tem uma relação direta com a situação socioeconômica do indivíduo, faz-se necessário a detecção deste subgrupo populacional no intuito de garantir seu acesso as ações preventivas, às informações e a assistência.

Ainda, o desconhecimento da forma de transmissão da doença torna-se inaceitável, devido a assistência que é prestada no período gestacional. Tanto enfermeiros como médicos lidam diretamente com a gestante durante o pré-natal. É possível o não entendimento por parte da mulher, ou a incapacidade de reproduzir e explicar o que lhe foi esclarecido. Porém, o desconhecimento não pode existir, a educação em saúde deve estar presente.

Por sua vez, o Ministério da Saúde declara que o grau de instrução dos usuários pode ser efeito na compreensão das complicações de saúde e no entendimento das informações, como também na utilização dos serviços de saúde e na adesão aos recursos terapêuticos (BRASIL, 2008). Embora tem-se a subnotificação como possível forma de esclarecimento do conteúdo da tabela 6.

A notificação compulsória de uma doença tem como objetivo associar dados eficazes de forma que leve a uma análise, permitindo formar as intervenções para a sua diminuição e de suas implicações (LAGUARDIA, 2004). Essa notificação deve ser realizada de forma integral, não desprezando a importância de qualquer informação, devido a sua utilização na prevenção e combate ao aumento da incidência de SC.

“As falhas identificadas nos Sistemas de Informação refletem tanto um descuido com a notificação dos casos suspeitos de Sífilis Congênita pelos serviços de saúde, quanto problemas na qualidade da assistência ao pré-natal e ao parto” (SARACENI, 2003, p. 1346).

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 90799-90818, nov. 2020. ISSN 2525-8761 Em suma, o enfermeiro e os demais profissionais de saúde devem se manter atualizados e capacitados para conseguir atender as necessidades das gestantes e, principalmente, atingir as necessidades da saúde coletiva. O despreparo e a falta de recursos, tanto individual como da equipe, somente beneficiam a precariedade da assistência. Cabe aos profissionais, sempre de forma técnica, se aprimorarem e atualizarem com dados sobre a evolução e incidência da sífilis e outros agravos, de forma a prevenir e combater o aumento de sua incidência.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento do presente estudo permitiu o levantamento da frequência de Sífilis Congênita, bem como a análise dos fatores que podem justificá-la, de forma a delinear medidas necessárias para o seu controle.

A incidência no município apresentou uma curva ascendente com um crescimento significativo no decorrer dos anos analisados, saindo de 0,3 casos a cada 1000 nascidos vivos para 16,19 casos a cada 1000 nascidos vivos. Um crescimento que pôde se justificar por vários motivos que foram tratados durante o desenvolvimento do estudo.

Em relação aos fatores associados a frequência de Sífilis Congênita, foi detectado que a falta de tratamento do parceiro é o de maior relevância. Ou seja, verificou-se que a captação desse sujeito para tratamento tem sido um grande desafio, pois a informação disponibilizada no Sistema de Informação de Saúde demonstra o déficit nesta captação, podendo, assim, ser um fator preponderante no crescimento da incidência de Sífilis Congênita no município sede da pesquisa.

A idade da mulher era uma variável importante para a análise, porém o que se encontra disponível no Sistema de Informação sinaliza erro de digitação ou de consolidação do próprio banco de dados, pois quase a totalidade de gestantes se concentraram no recorte etário de 80 anos ou mais. Isso inviabilizou uma análise mais assertiva do tratamento desses dados.

Além da captação do parceiro para tratamento, dois outros fatores chamaram a atenção: o primeiro foi a subnotificação da escolaridade das mulheres que tiveram seu recém-nascido soro positivo para Sífilis Congênita e o acesso ao pré-natal.

Foi identificado que a grande maioria das mulheres realizaram o pré-natal, porém isso não interferiu na curva ascendente e Sífilis Congênita. Mas indica a necessidade de qualificação do pré-natal no que se refere a diagnose, ao tratamento da mulher, do parceiro e das atividades educativas. Sendo que essa última, para ter bons resultados, deve utilizar ferramentas educacionais de acordo com

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 90799-90818, nov. 2020. ISSN 2525-8761 o perfil social das mulheres, que se revela de forma significativa a partir da variável escolaridade, que no levantamento de dados não foi evidenciado de forma satisfatória.

Além do mais, a partir da consolidação dos dados foi possível na sua discussão e análise, visualizar medidas preventivas e de controle da doença, mediante ao fato de que a Sífilis Congênita é uma condição evitável desde que a sífilis na gestante seja tratada e diagnosticada corretamente.

A persistência de alta incidência da patologia e de assustadoras taxas elevadas de transmissão vertical, mesmo após melhoria da qualidade de acesso à assistência pré-natal, transmite a ideia de que a qualidade da assistência é insatisfatória. Dentre essas medidas, destaca-se a assistência qualificada do pré-natal e sua efetividade como medida principal no controle da incidência de SC. Dessa forma, se faz necessário a captação da mulher no primeiro trimestre de gestação e o envolvimento do parceiro nas consultas de pré-natal.

Contudo, a sistematização do diagnóstico da doença, o seu tratamento e o seu acompanhamento são medidas essenciais na prevenção e no controle da sífilis congênita. Para tal, salientou-se a necessidade de capacitação constante do enfermeiro devido a sua participação e influência antes, durante e após o período gestacional. Isso é evidente na maneira como o agente educacional dialoga com a mulher e informa que a ocorrência de sífilis na gravidez está associada ao início tardio do acompanhamento pré-natal ou a sua ausência, ao número insuficiente de consultas e a falta de tratamento do parceiro.

Por fim, uma forma de mitigar a incidência de Sífilis Congênita é instituir de forma regular atividades de educação em saúde que inclua como temática a transmissão vertical da sífilis e forma de prevenção, buscando transformar a mulher e seu parceiro em sujeitos ativos na proteção de sua saúde e de seu concepto. Com isso, este estudo não finda a necessidade de discussão sobre a temática proposta, porém indica a necessidade de uma reflexão crítica sobre o processo de trabalho instituído na atenção básica com uma revisão nos procedimentos adotados, principalmente, no que se refere a assistência no pré-natal, a fim de interferir no crescimento de um evento evitável, como é a Sífilis Congênita, protegendo, desta forma, a saúde da mulher e da criança.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 11, p. 90799-90818, nov. 2020. ISSN 2525-8761

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Tabela 1 - Número de casos confirmados de Sífilis Congênita no município de Volta Redonda/RJ, no período de 2014 a  2018
Tabela 4 - Número de casos confirmados de Sífilis Congênita por tratamento do parceiro no município de Volta Redonda/RJ  no período de 2014 a 2018
Tabela 5 - Número de casos confirmados de Sífilis Congênita por realização de pré-natal no Município de Volta Redonda/RJ  no período de 2014 a 2018
Tabela 6 - Número de casos confirmados de Sífilis Congênita por grau de escolaridade da mulher no município de Volta  Redonda/RJ no período de 2014 a 2018

Referências

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