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Vivências da sexualidade na adolescência e seus impactos sobre a relação dos (as)adolescentes com a escola / Experiences of sexuality in adolescence and its impacts on adolescent's relationship with school

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Academic year: 2020

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18418-18439, sep. 2019 ISSN 2525-8761

Vivências da sexualidade na adolescência e seus impactos sobre a relação

dos (as)adolescentes com a escola

Experiences of sexuality in adolescence and its impacts on adolescent's

relationship with school

DOI:10.34117/bjdv5n10-097

Recebimento dos originais: 19/09/2019 Aceitação para publicação: 08/10/2019

Lívia Correia Horta

Mestranda do Programa de Pós-graduação em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local do Centro Universitário Una.

E-mail: liviahorta@gmail.com

RESUMO

O artigo apresenta uma revisão teórica referente aos aspectos em relação a vivência da sexualidade na adolescência, os impactos da gravidez, a maternidade, e/ou o aborto no período de escolarização. Ao fomentar discussões a respeito da adolescência, gravidez, maternidade, e/ou aborto, reforça-se processos por meio dos quais os indivíduos e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, atitudes, competências e habilidades voltadas para a conscientização destes indivíduos. A pesquisa bibliográfica evidenciou que é preciso repensar o ensino da sexualidade, assim como a temática do aborto e gravidez, em todos os níveis de ensino, de modo a dar suporte aos profissionais e familiares e aos próprios adolescentes, na contextualização e atualização de informações a respeito desses assuntos, pois, são debates essenciais para a formação de cidadãos críticos e conscientes.

Palavras-chave: Adolescência. Sexualidade. Escola. Cidadania.

ABSTRACT

The article presents a theoretical review regarding the aspects related to the experience of sexuality in adolescence, the impacts of pregnancy, maternity, paternity and / or abortion during schooling. By fostering discussions about adolescence, pregnancy, maternity, paternity and / or abortion, processes are reinforced through which individuals and collectives build social values, knowledge, attitudes, skills and abilities aimed at raising children's awareness and girls. The bibliographical research evidenced that it is necessary to rethink the teaching of sexuality, as well as the abortion and paternity themes, at all levels of education, in order to support professionals and families and adolescents themselves, in contextualizing and updating information to respect to these subjects, therefore, are essential debates for the formation of critical and conscious citizens.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18418-18439, sep. 2019 ISSN 2525-8761

1 INTRODUÇÃO

A sexualidade “constitui-se numa dimensão fundamental em todo ciclo de vida de homens e mulheres, a qual envolve práticas e desejos ligados à satisfação, à afetividade, ao prazer, aos sentimentos, ao exercício da liberdade e à saúde” (MACEDO et al., 2013, p. 104). De acordo com Vilar (2012) a sexualidade é uma realidade biológica. Porém, nossa identidade sexual e a nossa identidade de gênero são constituídas socialmente, por intermédio dos contextos sociais, históricos, pelas ideias e pelos papéis que são socialmente veiculados pelos micro e macros contextos da nossa socialização.

A vivência da sexualidade em situações de risco ligadas à pobreza, gravidez indesejada, transmissões de infecções e/ou ISTs e violência sexual, impacta a vida escolar dos adolescentes, especialmente entre os mais pobres, provocando evasão escolar, baixo rendimento escolar, dentre outros problemas.

A gravidez na adolescência leva esses indivíduos a ingressarem na vida adulta, mesmo não estando preparadas psicologicamente, e são forçadas a mudarem completamente seu modo de vida. Essa é uma temática que é tratada como um problema de saúde pública no Brasil, que pode ser gerado em virtude da falta de educação sexual, do planejamento familiar e do uso errôneo de métodos contraceptivos (SILVA et al., 2013). Assim, considerando a importância da vivência da sexualidade no período da adolescência a UNESCO (2018) aponta que “em algumas partes do mundo, reporta-se que duas a cada três meninas não têm ideia do que está acontecendo com elas quando começam a menstruar, e intercorrências por conta de gravidez ou parto são a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 19 anos”.

Entretanto, mudanças nas políticas públicas que atendem adolescentes e jovens podem criar condições menos adversas para que os adolescentes de camadas mais desfavorecidas venham investir mais o seu vínculo com a escola e o seu desenvolvimento social.

A esse respeito Bertolini (2015) ressalta que:

Assim, percebe-se a necessidade de informações aos adolescentes bem como uma educação sexual trabalhada tanto em serviços de saúde quanto educacionais. Programas educativos nas escolas ainda são escassos e primam pela manutenção da biologização do sexo, em detrimento aos demais aspectos a serem considerados. Nossa educação, enquanto educadores e familiares deve-se dar na medida em que adotamos atitudes positivas aos esclarecimentos sobre sexualidade (BERTOLINI, 2015, p.35).

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18418-18439, sep. 2019 ISSN 2525-8761 Nessa fase da vida, o adolescente lida com seus conflitos internos, mudanças corporais, além da lacuna de conhecimento, cuja complexidade gera muitas confusões por vezes aumentando as angústias nesse período de transição de crianças para a vida adulta.

Este artigo apresenta uma revisão de literatura sobre os impactos que eventos ligados à vivência da sexualidade na adolescência – mais especificamente a gravidez, o aborto, maternidade e paternidade – sobre a vida escolar dos adolescentes.

1.1 BREVE REVISÃO SOBRE SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA E VIDA ESCOLAR

O período da adolescência é visto como uma importante etapa no desenvolvimento. De acordo com a UNICEF (2011), trata-se de uma fase da vida onde surgem às características sexuais secundárias e, é a fase onde se desenvolvem processos psicológicos e padrões de identificação que evoluem da fase infantil para a fase adulta.

Para Jatobá e Bastos (2007, p. 172) “é um período de intensas modificações no desenvolvimento humano, marcado por alterações biológicas da puberdade e relacionado à maturidade biopsicossocial do indivíduo”.

A precoce iniciação sexual gera a necessidade de atenção aos cuidados em relação às ações de prevenção e orientação sobre doenças e infecções sexualmente transmissíveis, gravidez indesejada, ocorrência de abortos e até mesmo depressão (DAVID; MOLIANI, 2016).

A adolescência é, sobretudo, uma fase da vida de construção das bases da identidade humana. Nesse sentido, Silva et al. (2013) ressaltam:

[...] a adolescência é um complexo processo de crescimento e desenvolvimento biopsicossocial, que compreende a etapa da vida referente ao final da infância até o estabelecimento da fase adulta. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e com o Ministério da Saúde (MS), esse período corresponde à segunda década da vida (de 10 a 19 anos) e considera que a juventude se estende dos 15 aos 24 anos. Entretanto, para o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), adolescentes são os indivíduos com faixa etária de 12 a 18 anos (SILVA et al., 2013, p.821).

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18418-18439, sep. 2019 ISSN 2525-8761 Os problemas que podem estar associados a essa fase da vida são próprios das contradições e do percorrer de caminhos em momentos de opções, em uma altura da vida em que esta é vivida muito intensamente.

Para se compreender a sexualidade vivida pelos adolescentes, é importante contextualizá-la culturalmente, uma vez que a sexualidade é constituída e entendida a partir da cultura em que os adolescentes se inserem (MAHEIRIE et al., 2005).

Para Pereira (2015), no que se refere à sexualidade, persiste ainda a falta de informação relativa à utilização de métodos contraceptivos, fatos que se relacionam, também, com a baixa adesão desta faixa etária às consultas de planejamento familiar podendo, por isso, confrontar-se com situações inesperadas, como a gravidez. Porém, não confrontar-se pode generalizar esta perspectiva, uma vez que, em alguns casos, a gravidez nesta faixa etária pode ser desejada e planejada.

Portanto, atentar para a sexualidade dos adolescentes é uma necessidade que pode contribuir para diminuir vulnerabilidades no que tange à sua vida pessoal e social. Nessa vertente, salienta-se o papel fundamental da sociedade (leia-se: escola, família, mídia, governo, postos de saúde, etc.) na educação sexual dos adolescentes, visto ser este o ambiente adequado para a aprendizagem não só da anatomia e fisiologia do corpo humano, prevenção da gravidez precoce e das IST’s, como também para o desenvolvimento da autonomia do jovem (SILVA et al., 2013).

Segundo dados preliminares do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) do Ministério da Saúde (2004 a 2015), a gravidez na adolescência no Brasil apresentou uma queda de 17%. Em números absolutos, essa redução foi de 661.290 nascidos vivos de mães entre 10 e 19 anos de idade em 2004, para 546.529 em 2015. A região com mais filhos de mães adolescentes é o Nordeste 180.072 (32%), seguida da região Sudeste 179.213 (32%). A região Norte vem em terceiro lugar, com 81.427 (14%) nascidos vivos de mães entre 10 e 19 anos, seguida da região Sul 62.475 (11%) e Centro Oeste 43.342 (8%) (BRASIL,2017).

Entretanto, os números continuam a mostrar um problema de grandes dimensões. Como agravante dessa realidade, Correia et al. (2011, p. 2470) apontam para a alarmante desigualdade social brasileira, “uma vez que as jovens que frequentam os hospitais públicos, em busca de procedimentos médicos após tentativa de abortamento, são aquelas mais expostas à exclusão social”. Ademais, segundo Cabral (2005), no Brasil, alguns fatores estão relacionados com a gravidez na fase adolescente, como por exemplo: a monoparentalidade

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18418-18439, sep. 2019 ISSN 2525-8761 feminina nas famílias de origem, a precariedade socioeconômica, a interrupção do processo de escolarização e as dificuldades de inserção profissional.

Além desses aspectos, para Menezes e Aquino (2009), as investigações ressaltam a carência de informação sobre contraceptivos por parte das mulheres, sobretudo das mais jovens; ou, mesmo, o achado supostamente paradoxal de que, apesar de conhecerem os métodos, não os utilizaram no período anterior ao episódio da gravidez, sendo, assim “culpabilizadas” por este comportamento "irracional". Essa forma de responsabilizar individualmente essas jovens é, no mínimo, um desconhecimento do contexto social das brasileiras e das dificuldades materiais que elas vivenciam (MENEZES; AQUINO, 2009).

Nesse contexto, têm-se meninas e meninos adolescentes de baixa renda, assumindo papéis maternos e paternos, expostos à decisão de levarem a gravidez adiante ou não. Desse modo, transpor o tabu social para falar de sexualidade abertamente precisa ser uma premissa, uma vez que:

A facilidade ou não em falar sobre sexualidade relaciona-se com questões culturais, tais como a sociedade estudada encara o sexo e sua prática. Apesar de se observar a exaltação da sensualidade na mídia brasileira, essa sociedade continua com alguns valores antigos, principalmente quanto ao início da vida sexual genital para as mulheres (CORREIA, et al., 2011, p. 2473).

É importante ressaltar, que mais de 309 mil mães adolescentes estão fora da escola, segundo o levantamento realizado pelo Movimento Todos pela Educação, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 20131,. De acordo com os dados da pesquisa, o Brasil tinha 5,2 milhões de meninas de 15 a 17 anos, das quais 414.105 (7,9%) tinham pelo menos um filho. Nesse grupo, apenas 104.731 (25%) estudam. As outras 309.374 (74%) estão fora da escola, e um pequeno grupo só trabalha 52.062 (12%). Além disso, a maioria dessas jovens 257.312 adolescentes (62%) não estudam e nem trabalham (BRASIL, 2015). A realidade atual mostra que 1,3 milhões de pessoas de 15 a 17 anos não estudam e não trabalham e desse total, cerca de 300 mil não terminaram o Ensino Médio. É importante destacar que a maior parte dessas pessoas é do sexo feminino2.

1Dados obtidos do Portal de Notícias G1. Disponível em:

< http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/03/no-brasil-75-das-adolescentes-que-tem-filhos-estao-fora-da-escola.html>. Acesso em: 19 jun. 2018.

2Dados obtidos do Portal EBC. Disponível em: <http://www.ebc.com.br/cidadania/2015/07/pesquisa- do-unicefrevela-alta-taxa-de-gravidez-entre-adolescentes>. Acesso em: 19 jun. 2018.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18418-18439, sep. 2019 ISSN 2525-8761 Pesquisas sugerem que a gravidez na adolescência está relacionada a fatores fora do controle das meninas. Um estudo realizado em Orellana - Província do Equador, na Bacia Amazônica, onde cerca de 40% das meninas de 15 a 19 anos de idade estão ou estiveram grávidas, constatou que as gestações estavam menos relacionadas a opções feitas pelas próprias meninas do que a fatores associados ao abuso sexual, ausência parental e pobreza (UNICEF, 2011).

Diniz e Koller (2012, p. 305), em seus estudos apontaram que “a gravidez durante a adolescência toma diferentes repercussões consoante o nível socioeconômico de origem”. As adolescentes de nível socioeconômico médio que engravidam tendem a não abandonar a escola e a morar na residência familiar, enquanto aquelas de nível socioeconômico mais baixo revelaram maior defasagem escolar, assim como a mudança de estado civil (ESTEVES; MENANDRO, 2005).

Os impactos da gravidez e ou aborto na adolescência escolar têm sido objeto de estudo de vários autores. Sousa et al. (2018) em seus estudos realizados em cidades do Estado de São Paulo sobre gravidez na adolescência, perceberam que o abandono escolar referido por parcela significativa das moças estava relacionado à gravidez. Também foi realizado um estudo sobre indicadores sociais em uma população de gestantes e constatou-se que apenas 6,8% delas eram estudantes; logo, a maternidade muda a perspectiva da escolaridade, levando as adolescentes a parar de estudar temporária ou definitivamente.

Sousa et al. (2018) realizaram análise em três capitais do Brasil com jovens de ambos os sexos, com o objetivo de verificar a relação entre abandono escolar e gravidez na adolescência, e constataram que, entre os mais pobres, registra-se uma maior quantidade de moças que abandonaram os estudos à época ou depois da gravidez, informação também obtida entre moços que, na adolescência, engravidaram suas parceiras. Diniz e Koller (2012) demonstraram que a gravidez durante a adolescência tende a surgir perante um conjunto de variáveis que expressam a vulnerabilidade do contexto de desenvolvimento do(a) adolescente.

1.2 GRAVIDEZ NA (DA) ADOLESCÊNCIA

A gravidez na adolescência é uma realidade cotidiana no Brasil, que abrange a faixa etária dos 10 aos 19 anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde conforme disposto no relatório da ONUBR (2018). A taxa mundial de gravidez adolescente é estimada em 46 nascimentos para cada 1 mil meninas de 15 a 19 anos, enquanto a taxa na América Latina e no Caribe é estimada em 65,5 nascimentos, superada apenas pela África Subsaariana, segundo

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18418-18439, sep. 2019 ISSN 2525-8761 o relatório “Aceleração do progresso para a redução da gravidez na adolescência na América Latina e no Caribe”. No Brasil, a taxa é de 68,4 (ONUBR, 2018).

Conforme Cruz et al. (2016), a gravidez no período da adolescência é uma questão primordialmente social, passando desde a discussão da sexualidade juvenil, a questões de como a maternidade e a paternidade precoces levam a uma antecipação da fase adulta e ocorrências de problemas para a saúde materno- infantil até questões de pobreza, entre outros temas sociais.

Um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostrou que a evasão escolar em 2017 entre as adolescentes foi alta e a inserção no mercado de trabalho foi baixa. O estudo apontou que 76% das brasileiras com idade entre 10 e 17 anos que têm filhos não estudam, e 58% não estudam nem trabalham. Além desses dados, o estudo mostrou que as adolescentes brasileiras deram à luz a nada menos que 461 mil bebês em 2016, ou seja, 21% de todos os partos do país. Assim, a gravidez precoce pode ser considerada a maior causa da evasão escolar, hoje, no Brasil, entre garotas de 10 a 17 anos (IPEA, 2017).

A gravidez na adolescência leva esses indivíduos a ingressarem na vida adulta, mesmo não estando preparadas psicologicamente, as jovens são forçadas a mudarem completamente seu modo de vida. Essa é uma temática que é tratada como um problema de saúde pública no Brasil, que pode ser gerado em virtude da falta de educação sexual, do planejamento familiar e do uso errôneo de métodos contraceptivos (SILVA, et al., 2013).

Para Maheirie et al. (2005), casos de gravidez não planejada entre os adolescentes significa algumas das questões mais importantes de saúde pública, e que são geralmente decorrentes da falta de informação e/ou do não uso de métodos preventivos. Dessa maneira, Pereira (2015) afirma que a temática da gravidez na adolescência tem sido estudada com base nas repercussões de ordem psicológica, social e obstétrica que podem causar impactos aos jovens pais.

As literaturas disponíveis alertam para algumas consequências negativas, como as dificuldades no sucesso das tarefas de desenvolvimento da adolescência, o alto índice de abandono escolar, a diminuição das oportunidades de realização profissional, a maior percentagem de divórcios e o maior risco de complicações médicas maternas e infantis (SÁ; CARVALHO; LEAL, 2004). Por sua vez, ainda segundo Pereira (2015), a gravidez na adolescência representa um sinal de fragilidade social, além de ser a demonstração de um comportamento que inquieta a sociedade. Sant’anna e Coates (2006) corroboram com essa ideia ao afirmarem que a gravidez na adolescência, muitas vezes, "está ligada a fatores

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18418-18439, sep. 2019 ISSN 2525-8761 psicossociais associados ao ciclo de pobreza e educação que se estabelece e, principalmente, à falta de perspectiva; no horizonte dessas meninas falta escola, saúde, cultura, lazer e emprego" (SANT’ANNA; COATES, 2006, p.153).

Os problemas associados à gravidez na adolescência se caracterizam pelas piores condições de vida, ou seja, pelas dificuldades nas relações familiares, baixo nível socioeconômico, baixa escolaridade e falta de sucesso profissional, portanto, as estratégias de saúde da família devem estabelecer parcerias com as escolas e com a comunidade, oferecendo atendimento aos adolescentes de forma integral e multidisciplinar (RIBEIRO et al., 2016).

Diante desse cenário, a questão da gravidez na adolescência tem estimulado pesquisas por diversos profissionais, sejam da área de saúde (pelas implicações psicológicas e biológicas), sejam das ciências sociais, haja vista que a gravidez na adolescência é mais recorrente nas populações de menor poder aquisitivo e baixa escolaridade, em regiões rurais e em mulheres negras (CRUZ et al., 2016).

1.3 MATERNIDADE E PATERNIDADE NA ADOLESCÊNCIA

De acordo com Martinez e Barbieri (2011, p.176) “a experiência da maternidade é uma temática complexa, que envolve fatores biológicos, culturais, sociais e psicológicos”. Sobre tal complexidade, Gutman (2013) ainda expõe o seguinte:

[...] a carência de maternidade e organização de dinâmicas violentas (pessoalmente), acredito que todas as formas de violência, passivas e ativas, são geradas a partir da falta de maternidade, ou seja, a partir da falta de atenção, ternura, amor, braços, altruísmo, generosidade, paciência, compreensão, leite, corpo, olhar e apoio recebidos - ou não - a partir do nascimento e durante toda a infância (GUTMAN, 2013, p. 26).

Winnicott (1982) apud Martinez e Barbieri (2011, p.177) em sua teoria, complementa e traz alívio ao papel materno, uma vez que pontua:

[...] o quão é importante que alguém disponível assuma o cuidado físico- afetivo da criança, quando a mãe se encontra impossibilitada de assumi-lo, seja por questões de ordem afetiva, material ou ambas. Esse argumento abre possibilidades para abarcar, em sua teoria, o desempenho da função materna (MARTINEZ; BARBIERI, 2011, p. 177).

Faz-se importante ressaltar que Winnicott foi um dos primeiros autores a hierarquizar o papel da mãe no funcionamento mental da criança. Vasconcellos (2013) acrescenta ainda, que, na teoria psicanalítica de Winnicott, o ser humano não é apresentado como um objeto da natureza, mas sim como uma pessoa que para existir precisa do cuidado e atenção de um outro

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18418-18439, sep. 2019 ISSN 2525-8761 ser humano. Ou seja, a presença não necessariamente precisa ser materna ou paterna para formar o caráter cidadão deste indivíduo, mas a presença de alguém nesta formação, se faz importante.

Conforme ressaltam Barreto et al. (2010), a paternidade na adolescência promove transformações, mudanças e estabelece novos papéis, nova identidade, como o de ser adolescente e ser pai frente à família e a sociedade. Tornar-se pai nesta fase da vida pode acarretar implicações, dentre elas a transição nos papéis sociais e familiares.

Neste sentido, os pais adolescentes enfrentam uma tarefa difícil ao transitarem para o mundo do adulto e assumirem-se como tal (TERRIBLE et al., 2017). Neste contexto, é importante ressaltar como esta transição da adolescência para a fase adulta impacta diretamente este adolescente em sua fase escolar, uma vez que pode abdicar de seus estudos, a fim de garantir o conforto de seu filho. Essa tarefa demanda o enfrentamento e a superação das dificuldades, medos e preocupações que a própria adolescência impõe. Como, por exemplo, finalizar sua educação e ao mesmo tempo educar seus filhos (BARRETO et al., 2010). No entanto, essas dificuldades podem ser minimizadas a partir de uma rede de apoio que os auxiliem nos momentos de dúvidas, angústias, a exemplo, tem-se os serviços de saúde. Esse apoio pode estimular a participação ativa do pai na gestação, na criação e educação do filho e da nova família que está em formação. Embora a paternidade na adolescência possa ser semelhante entre os diversos grupos, cada indivíduo apresenta sua singularidade, isso ocorre, em virtude de pertencer a contextos familiares, sociais e culturais distintos, o que influencia na aceitação ou não de ser pai (TERRIBLE et al., 2017).

1.4 ABORTO

Adolescência e gravidez, quando acontecem simultaneamente, podem promover sérias consequências para todos os familiares, mas, principalmente para os adolescentes envolvidos, pois ocorrem conflitos, crises e dilemas (BALLONE, 2003). Com relação à escola, existe o impasse de se ter que abandonar os estudos ou não, e assumir uma vida de mais responsabilidades. O que acontece é que esses jovens não estão preparados emocionalmente e nem mesmo financeiramente para assumir tamanha responsabilidade de serem mães e pais precoces, fazendo com que muitos adolescentes saiam de casa, cometam abortos, deixem os estudos ou abandonem as crianças sem saber o que fazer ou fugindo da própria realidade (BARRETO et al., 2010).

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18418-18439, sep. 2019 ISSN 2525-8761 Faria et al. (2012) ressaltam que o aborto é definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como a expulsão de um concepto sem vida, com peso inferior a 500g, idade gestacional até 20 a 22 semanas completas de gestação e que é eliminado no abortamento – nome que se dá à interrupção da gravidez antes que o concepto ou produto da concepção se torne independentemente viável3.

Os dados desta realidade mundial e brasileira, são mostrados por Faria et al. (2012): Estima-se que, dos 19 milhões de abortos realizados anualmente no mundo, 2,2 a 4.000.000 ocorram com adolescentes. No Brasil, as pesquisas apontam que, na adolescência, ele ocorre entre 7 a 9 % do total dos realizados em mulheres em idade reprodutiva, com sua maior parte no segmento de 17 a 19 anos, ou seja, em adolescentes mais velhas. As mortes por aborto atingem preferencialmente mulheres jovens, de estratos sociais desfavorecidos, residentes em áreas periféricas das cidades. São também mais acometidas as meninas negras, que apresentam um risco três vezes superior de morrer por essa causa, quando comparadas às brancas (FARIA et al., 2012, p. 21).

Interligando os dados citados por Faria et al. (2012) e os dados do Departamento de Ciência e Tecnologia, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Ministério da Saúde, em 2011, ainda tem-se que o aborto na adolescência representava de 7% a 9% do total de abortos provocados no Brasil, e 72,5% a 78% deles ocorreram em jovens na faixa etária de 17 a 19 anos, que estão em um relacionamento estável e que são dependentes economicamente da família ou do parceiro (BRASIL,2015). Nesses casos, o aborto geralmente resulta de gravidez não prevista e é feito por meio do uso de misoprostol4.

Para Menezes e Aquino (2009), um ponto de análise relaciona-se a recorrentes estudos que investigam mortes maternas de adolescentes grávidas por suicídio. De acordo com as autoras, familiares relatam que a descoberta da gravidez e a tentativa de aborto são o cerne das circunstâncias que levaram a morte, o que mostra a importância das investigações sobre esse viés.

3Dados obtidos do Portal EBC. Disponível em: <http://www.ebc.com.br/cidadania/2015/07/pesquisa- do-unicef-revela-alta-taxa-de-gravidez-entre-adolescentes>. Acesso em: 19 jun. 2018.

4Medicação indicada nos casos em que seja necessária a interrupção da gravidez em gestações a termo (ou próximas ao termo) e na indução de parto com feto morto antes das 30 semanas, em caso de aborto legal. Modelo de Bula para o paciente. Disponível em:

http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/frmVisualizarBula.asp?pNuTransacao=10359822014&pId

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18418-18439, sep. 2019 ISSN 2525-8761 Nesse sentido, fomentando as discussões, o trabalho de Bailey et al. (2001) foi um exemplo raro de estudo prospectivo, comparando 196 adolescentes internadas com aborto incompleto (sendo 66,7% provocado) com 367 jovens no pré- natal. Se, no período inicial, as primeiras apresentaram o menor escore de autoestima, após um ano este padrão se inverteu, com maior elevação da autoestima entre as que abortaram, se comparado com as que levaram a gravidez adiante (MENEZES; AQUINO, 2009).

A literatura referente à temática do aborto, frequentemente, discorre sobre essa busca por adolescentes e reforça ainda mais a argumentação de que as gestações que o originaram são consideradas sempre "não desejadas". Porém, o aborto na juventude deve ser analisado em uma perspectiva mais ampla, à luz das mudanças ocorridas nas sociedades ocidentais, com a massificação da escolarização feminina, a disseminação dos valores do feminismo e o acesso a contraceptivos eficazes (MENEZES; AQUINO,2009).

As autoras ainda apontam para um cenário novo, de normas sociais relativas à reprodução, em uma sociedade que começa a estabelecer como ideal um número reduzido de filhos e definirem o momento propício para tê-los, qualificando a gravidez na juventude – e particularmente na adolescência – como despropósito, configurando-se como obstáculo às aspirações escolares e profissionais, sobretudo para aquelas que detêm maior capital sociocultural. Nesse sentido, a ausência de autonomia material e financeira dos jovens, e o engajamento em relações ainda não consolidadas contrariam a representação dominante que valoriza a chegada do filho sob certas condições.

Assim, poucos estudos discutem os determinantes do aborto, de forma a analisar os fatores sociais implicados e seus impactos na escolarização, por exemplo. Os relatos de aborto provocado são distintos, (no Brasil, por exemplo, não se tem números “reais” sobre esta prática) segundo gênero, raça e grupo social, refletindo a multiplicidade de significados que podem ser atribuídos a cada gravidez e ao próprio aborto, associados a fatores de diferentes ordens. O acesso a estes dados permitiria desvelar as desigualdades sociais de mulheres e homens frente ao risco de uma gravidez não prevista, inserindo a discussão do tema nos marcos dos direitos sexuais e reprodutivos (OLIVEIRA, 2017).

Dos efeitos sociais da gravidez e/ou aborto na adolescência que mais trazem reflexões no meio acadêmico estão aquelas relacionadas à escolarização. A escola em que esses adolescentes estão inseridos é responsável pela formação, orientação e norteamento de suas vidas e a educação constitui fator importante para o êxito desse projeto de vida escolar. Para isso, são fundamentais os processos educativos, de sensibilização e conscientização, sendo a

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18418-18439, sep. 2019 ISSN 2525-8761 escola um espaço privilegiado, onde o trabalho com esses jovens precisa começar desde a puberdade, reforçando a noção da educação sexual enquanto parte fundamental do processo de construção de um projeto de vida escolar.

Pesquisas mostram maior vulnerabilidade de adolescentes e jovens, mas é necessária uma maior discussão sobre os determinantes e as experiências da gravidez e do aborto nessas etapas da vida (MENEZES; AQUINO, 2009). No ambiente escolar é importante assegurar um clima de afeto, apoio e promover um processo de reflexão e acolhida com o objetivo de trazer o debate a este tema de forma saudável e educativa.

Na medida em que parte significativa dos estudos foi realizada com populações de baixa renda, uma associação entre pobreza e aborto está presente, restringindo a diversidade de situações. As pesquisas realizadas fora dos serviços de saúde, com universitários de ambos os sexos, alunas e funcionárias de universidades brasileiras e aquelas de base populacional, evidenciaram a heterogeneidade das mulheres que recorrem ao aborto, sendo este evento parte das suas trajetórias reprodutivas (MENEZES; AQUINO, 2009).

Em meio a mudanças, a adolescência se caracteriza como um dos estágios mais complexos da vida, não havendo um papel definido entre criança e a fase adulta (DEBERT, 2010). A busca por autoafirmação e independência nos vários setores como na escola, na família e na sociedade, faz com que o adolescente desenvolva, muitas vezes, sentimentos de autossuficiência e enfrentamento contra tudo e contra todos (SANTOS et al., 2010).

No ambiente escolar, o maior desafio é manter o equilíbrio nesse momento de descobertas juvenis e trazer a consciência crítica sobre a sexualidade desses jovens com desejos à flor da pele. Para alguns, a maternidade e paternidade ou aborto, chegam mais cedo e por isso é importante destacar, conforme o artigo Art. 205 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que discorre sobre a educação ser “um direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1990).

Com base nesta premissa, entende-se que a escola é corresponsável e assume o seu papel e responsabilidade de apoiar na educação de seus estudantes. No entanto, em casos como de gravidez e ou aborto na idade escolar, como a escola se posiciona e se pronuncia diante do fato?

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18418-18439, sep. 2019 ISSN 2525-8761 A respeito dessa questão, Santos et al. (2018) ressaltam que:

A gravidez adolescente de forma mais aprofundada, foge do senso comum, a escola assume um papel importante na orientação e construção de novas perspectivas para esta jovem, que na maioria das vezes encontra–se sem apoio, tanto da família, como do possível parceiro, e ainda da sociedade que julga e acusa (SANTOS et al., 2018,p. 74).

Nesse sentido, a gravidez na adolescência e ou aborto se mostram como um dilema na vida de jovens que muitas vezes, sozinhas precisam assumir os desafios precoces. Contudo, é necessário que a escola trabalhe e/ou oriente essas jovens neste momento tão delicado.

Desta forma, adolescência e vida escolar têm relação direta com o desenvolvimento local, uma vez que com a gravidez na adolescência e ou aborto, tem suas vidas modificadas e muitas vezes não há a possibilidade de conciliação com os estudos, de maneira que o papel da escola contribui para o futuro destas jovens e para o futuro da sociedade. Trabalhar o desenvolvimento local se torna essencial para que os adolescentes sejam protagonistas de suas vidas e tenham bases e conhecimentos necessários para viverem suas vidas afetivas com segurança.

2 DESAFIOS E DILEMAS DA VIVÊNCIA DA SEXUALIDADE NA VIDA ESCOLAR DOS ADOLESCENTES

A fase da adolescência caracteriza-se por transformações biopsicossociais, e é o momento onde os (as) adolescentes afirmam a sua personalidade e estabelecem relações mais profundas com a sociedade, escola e família. É uma fase caraterizada por conflitos, muitas vezes por dúvidas associadas as transformações do corpo, questionamentos, reações emocionais, e exigências de construções de habilidades para a breve inserção no mundo adulto (GALLI, 2014).

Para Ricardo e Lorencini Júnior (2009), para os adolescentes, a escola pode ser o primeiro lugar de contato com a democracia, pois, os espaços escolares cada vez mais estão direcionados para uma educação mais participativa, onde os alunos têm a oportunidade de compartilhar ideias, aprendem a hora certa de ouvir e falar, buscando respeitar as opiniões dos colegas e também serem respeitados, aprendem a conviver e respeitar a diversidade de cor, raça, gênero e opção sexual. Nesse sentido, as escolas que promovem estas ações estimulam os (as) adolescentes ao exercício da cidadania e essa ação educativa pode refletir em transformações tanto pessoais quanto no território de existência.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18418-18439, sep. 2019 ISSN 2525-8761 A esse respeito, os autores ainda ressaltam que:

A sexualidade é um fator que pode contribuir em muito para a construção de uma cidadania assim almejada, pois os adolescentes a vivenciam intensamente na escola, por conta disto é necessário tê-la como aliada para essa construção. É sendo ouvido que os alunos aprendem a ouvir, são falando de seus medos, suas dúvidas, suas preocupações e sendo atendidos que a escola poderá se tornar espaço de educação sexual (RICARDO; LORENCINI JÚNIOR, 2009, p. 4).

Desse modo, faz-se importante que os espaços escolares estejam atentos às expressões das sexualidades dos seus alunos, para orientá-los de maneira que estes respeitem as diferenças, respeitem a si mesmo e as tomadas de decisões próprias e de seus colegas, e que a escola sempre possa abrir espaço para discutir sexualidade e orientação sexual.

Silva et al. (2013) corroboram com os autores quando ressaltam que assuntos referentes à sexualidade motiva curiosidade e questões entre os adolescentes e, se ignoradas, ocultadas e/ou reprimidas não promovem o desenvolvimento de uma pessoa moralmente autônoma sobre sua sexualidade. Para os autores, atitudes repressivas infelizmente ainda são comuns entre os adultos, inclusive entre os professores, podendo refletir de forma negativa na vida dos adolescentes (SILVA et al., 2013).

De acordo com Jatobá e Bastos (2007, p. 178) a escola e, especialmente, a sala de aula “devem ser lugares nos quais as agruras a que estão expostos os adolescentes possam ser minimizadas e o aumento do conhecimento se torne o instrumento que possa efetivamente auxiliá-los a crescer, se desenvolver e evoluir”. Corroborando com os autores, Zocca et al. (2015) ainda pontuam:

Nesse caso, uma das alternativas para trabalhar o tema sexualidade de maneira planejada é a escola com a parceria da família e os profissionais da saúde, pois o corpo em desenvolvimento e as transformações emocionais e sociais parecem que tem contribuído para a maior vulnerabilidade do adolescente, sendo indispensável à presença de um adulto maduro e acolhedor (ZOCCA et al., 2015, p. 1464).

Dessa forma, é fundamental que os adolescentes adquiram informações acerca de sua sexualidade durante seu desenvolvimento, pois irá tornar sua vida mais prazerosa, visto que a educação sexual se baseia na ligação estabelecida entre o sexo e a afetividade (FIGUEIRÓ, 2013).

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18418-18439, sep. 2019 ISSN 2525-8761 Nesse contexto, é possível ressaltar que dar voz aos adolescentes, discutir sobre sexualidade, orientação sexual, principalmente nos espaços escolares, implica em estimular que esse debate seja estendido à sociedade de modo que os indivíduos não tenham medo de falar abertamente sobre os assuntos relacionados as práticas sexuais, e ou orientação sexual, pois, essa mudança de perspectiva pode ser transformadora tanto para a vida dos adolescentes quanto para seu meio social.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ser adolescente neste mundo ágil e novo é uma descoberta contínua de novos sentimentos, pois, são dores, atitudes, desamores e muitas mudanças. Nesse sentido, Sifuentes et al. (2007) concordam que as mudanças e continuidades que o (a) adolescente vivencia no seu processo de desenvolvimento têm relação com essa fase específica (mudanças físicas e cognitivas) e também com as modificações que ocorrem na sociedade em que participa. Os autores ainda pontuam que da mesma forma que observamos mudanças no entendimento do que é adolescência, também observamos mudanças em como os teóricos abordam essa etapa. Hoje observamos uma perspectiva de estudar todo o ciclo vital, considerando, então, a adolescência como mais uma etapa, com características próprias que atuarão na construção das trajetórias devidas de cada indivíduo, dentro de um contexto sociocultural (SCHOEN- FERREIRA et al., 2010).

Segundo o levantamento de dados do Portal do Ministério da Saúde, a gravidez na adolescência se tornou um importante tema de debate e alvo de políticas públicas em praticamente todo o mundo. Trata-se de um fenômeno complexo e multicausal que demanda ações voltadas a melhorar a educação sexual dentre os adolescentes, junto às famílias, escolas e profissionais da saúde, além de contar com as políticas públicas voltadas para essa faixa etária, não bastando oferecer informações sobre a sexualidade e os métodos anticonceptivos.

A atenção à saúde do adolescente deve ir ao encontro de sua demanda real. Para tanto, recursos como palestras educativas na comunidade, nas escolas, tentando atrair os adolescentes de forma criativa, pode ser um recurso que os envolva e permita que sejam ativamente participantes dessas discussões, ou seja, sejam sujeitos ativos dessa ação. Nesse sentido, o desafio da educação, diante das mudanças da sociedade, busca alternativas na parceria, escola, família e saúde. Ou seja, além, dos educadores, os pais, e profissionais da saúde precisam se comprometer com os jovens os auxiliando, no entendimento da necessidade da prevenção de uma gravidez indesejada.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 18418-18439, sep. 2019 ISSN 2525-8761 Ter a consciência do significado da sexualidade é poder escolher caminhos que levem a uma vivência de experiências na qual a sexualidade é exercida de forma harmoniosa, onde os parceiros irão optar por métodos que promovam a segurança de ambos.

É preciso repensar o ensino da sexualidade, assim como a temática do aborto e maternidade, em todos os níveis de ensino, de modo a dar suporte aos profissionais e familiares e aos próprios adolescentes, na contextualização e atualização de informações a respeito desses assuntos, pois, são debates essenciais para a formação de cidadãos críticos e conscientes.

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