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PALAVRAS-CHAVE: Cortina vegetal; Parque Estadual do Rio Turvo; Impacto

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Academic year: 2019

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I Congresso Brasileiro de Organização do Espaço e

CORTINA VEGETAL: UMA PROPOSTA PARA MINIZAR OS IMPACTOS ORIUNDOS DA CONSTRUÇÃO DE UMA PRAÇA DE PEDÁGIO NA ÁREA

DO PARQUE ESTADUAL DO RIO TURVO, BARRA DO TURVO/SP

Gustavo Luis SCHACHT Mestrando em Geografia pela Universidade Estadual Paulista - UNESP – Campus Rio Claro. Endereço: Rua Serra dos Porongos, 146. Apucarana – PR. e-mail: gustavo.geografia@hotmail.com

Grace Bungenstab ALVES Doutoranda em Geografia pela Universidade de São Paulo – USP . Endereço: Rua Prof.ª Gioconda Mussolini, 255. e-mail: bungenstabgrace@gmail.com

RESUMO

Com o início da construção do Pedágio P5, pela concessionária Auto Pista Régis Bittencourt, no trecho Curitiba – São Paulo, se faz necessário minimizar os possíveis impactos que a obra poderá causar aos habitantes do entorno. O pedágio que iniciou suas obras no mês de janeiro de 2009 será construído no km 543 da referida rodovia, ao lado de onde encontra-se hoje a sede do Parque Estadual do Rio turvo (PERT), pertencente ao Mosaico de Unidades de Conservação de Jacupiranga, sob administração do Instituto Florestal de São Paulo. Levando em consideração os efeitos de poluição visual e sonora, que a implantação do pedágio acarretará, a gestão do parque propõe, através deste artigo, a construção de uma Cortina Vegetal no entorno da praça de pedágio, visando minimizar os efeitos de poluição do som e do ar. Esta proposta será implantada pela concessionária do pedágio, seguindo todas as indicações de plantio e adubações descritas para o bom desenvolvimento das mudas e formação da cortina, além de instruções para assistência técnica e manutenção do plantio por durante 3 anos, o que de fato trará bons resultados na atenuação do som emitido no local a partir de então. O ponto onde serão efetuados os plantios apresenta características peculiares, tais como: áreas alagadiças, áreas permanentemente secas e locais com vegetação necessitando somente de enriquecimento, o que mostra a necessidade de planejamento para atender cada uma destas características.

PALAVRAS-CHAVE: Cortina vegetal; Parque Estadual do Rio Turvo; Impacto

Ambiental; Instituto Florestal; Poluição sonora.

RÉSUMÉ

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X Seminário de Pós-Graduação em Geografia da UNESP Rio Claro ISBN: 978-85-88454-20-0 05 a 07 de outubro de 2010 – Rio Claro/SP appartient à la Mosaïque d’unités de Conservation de Jacupiranga qui est administré par l’Institut Forestier de São Paulo. Prenant en compte les effets de la pollution visuelle et sonore que la construction du péage causera, l’administration du parc a proposé par cet article, la construction d’un rideau de végétation autour de la gare de péage afin de minimiser les effets de la pollution de l'air et du son. Cette proposition sera implantée par le concessionnaire du péage, suivant les indications pour la plantation et la fertilisation décrites dans cet article, pour une bonne croissance des semis et la formation du rideau. Le concessionaire utilisera, aussi, pendant trois ans, des instructions de l’assistance technique et de la maintenance de la plantation. Cet initiative permettra de donner des bons résultats sur l'atténuation du son qui sera émis à la place après la construction du péage. Le point où les semis seront effectués présente des caractéristiques particulières, comme : les zones humides, les zones sèches et les zones qui ont dèjá de la vegetation, mais qui necessitent d’enrichissement. À cause de cette diversité, il faut faire une planification pour soutenir les necessités de chaque caractéristique.

MOTS CLÉ : Rideau de vegetation ; Parque Estadual do Rio Turvo ; Impact sur

l'environnement ; l'Institut forestier ; Pollution sonore.

INTRODUÇÃO

O Parque Estadual do Rio Turvo (PERT), foi criado através da Lei Estadual 12.810 de 21 de fevereiro de 2008. Esta Lei alterou os limites do antigo Parque Estadual de Jacupiranga e o transformou em um Mosaico de unidades de conservação, formando assim: três parques estaduais, entre eles o PERT, além de criar outras categorias de unidades de conservação, tais como: Áreas de Proteção Ambiental (APA), Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) e Reservas Extrativistas (RESEX). Este mosaico foi criado com o intuito de conciliar a conservação do meio ambiente com as atividades e o modo de vida das comunidades que estão inseridas na área, visando dessa forma, resolver os conflitos socioambientais ali existentes. O PERT conta com atividade de fiscalização, atendimento a população, educação ambiental e serve de apoio a pesquisas científicas, com sede na BR 116, KM 543.

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tendem a ser gerados, tais como: poluição sonora e visual, supressão de vegetação e interferência direta na propriedade do parque, foi proposta como uma das medidas mitigadoras, a implantação de uma Cortina Vegetal no entorno do P5 (Figura 01). Esta proposta que visa principalmente minimizar os impactos nas proximidades da praça de pedágio, será implantada pela equipe da Auto Pista Régis Bittencourt, tendo como subsidio o presente trabalho, que foi idealizado pela equipe técnica e alguns estagiários do PERT, compostos por uma equipe multidisciplinar.

Figura 01:BR 116, km 543, foto do local onde está sendo instalada a praça de pedágio, mostrando a área que abrigará parte da Cortina Vegetal. Foto: João Moraes Neto, 2009.

Este trabalho traz informações para o planejamento e execução de uma cortina vegetal, seguindo características especificadas na literatura e atendendo peculiaridades da área como a presença de áreas alagadiças ou locais onde se faz necessário somente um enriquecimento florestal, por já possuir vegetação em estágio inicial de regeneração. Na proposta, existem especificações de adubação e plantio, mostrando a necessidade do acompanhamento técnico por três anos, momento no qual as espécies estarão melhor adaptadas a competição com as demais.

CONSIDERAÇÕES SOBRE A CORTINA VEGETAL

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X Seminário de Pós-Graduação em Geografia da UNESP Rio Claro ISBN: 978-85-88454-20-0 05 a 07 de outubro de 2010 – Rio Claro/SP (Instituto de Aviação Civil) através da Comissão de Estudos e Coordenação da Infraestrutura Aeronáutica (CECIA), que tem como foco a implantação da cortina vegetal em aeroportos, destacam-se vários pontos positivos na implantação deste método, tais como: a redução da erosão, amenização climática, redução do nível de poluição visual e sonora.

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Figura 02: Exemplo de uma cortina vegetal, que serve como barreira auditiva, visual e como seqüestradora de gases poluentes. Elaboração: Schacht, G.L; e Oliveira, A. V., 2009.

Levamos em consideração também na construção da proposta de proteção sonora e ambiental o aspecto paisagístico. Superfícies rugosas como gramado tem poder de absorção de som. Arbustos ou trepadeiras nativas que apresentam flores podem ser usados no inicio da cortina (próximo a pista), tanto para fins ornamentais, quanto para o isolamento dos estratos mais baixos. Neste sentido um cuidado deve ser tomado, a utilização de espécies exóticas/invasoras que podem ser agressivas e se adaptar ao ambiente causando contaminação biológica na unidade de conservação. Devemos considerar também segundo o IAC (1984) a direção dos ventos, levando em conta que o som se propaga de forma mais intensa na direção da corrente de vento. O vento é um dos responsáveis pela mudança de direção de ondas de som; em locais de barlavento, o som é rapidamente desviado, assim, este é um lado que recebe proteção natural. Diferente acontece no lado onde a predominância é de sotavento, que recebe todas as ondas de som. Para efeitos de comparação a cortina vegetal será instalada em ambos os lados da rodovia, seguindo as regras indicadas pelo IAC (1984) como formação vegetal densa, de forma a impedir a propagação do som através dos espaços. Daremos a preferência para a de tipo vegetação perene. Ao considerarmos a utilização de espécies decíduas, devemos levar em conta que em um período do ano, estas perderão as folhas, o que impossibilita e atenuação sonora. A altura da cortina deve apresentar-se de forma decrescente do receptor para o emissor do som, para que assim o som seja condicionado a ascender. É importante também dar sempre a preferência a mudas nativas, pois estas possuem maior chance de regenerar o local graças a sua adaptabilidade facilitada ao ambiente. Outro fator a ser observado é o solo, onde suas propriedades de fertilidade são extremamente importantes. Solos esgotados, com baixa fertilidade e/ou grande acidez devem ser corrigidos com a aplicação de aditivos naturais quando possível.

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X Seminário de Pós-Graduação em Geografia da UNESP Rio Claro ISBN: 978-85-88454-20-0 05 a 07 de outubro de 2010 – Rio Claro/SP ecossistema. Neste espaço também se aconselha, dependendo de cada caso, o plantio de espécies que tenham algum fim econômico (não madeireiro) como a seringueira, ou mesmo plantas pertencentes ao sistema agroflorestal, para sua futura exploração. Seguindo cada uma das dicas e respeitando os estágios sucessionais de vegetação a cortina florestal é eficaz. Importante também é o acompanhamento do plantio e manutenção que deve ser feita periodicamente, como a poda das espécies próximas à rodovia, inibindo seu crescimento demasiado, adubação e troca de mudas quando necessário. Os resultados esperados na implantação da cortina vegetal serão observados ao longo do tempo, sendo necessário para sua total eficácia cerca de 20 anos, momento este suficiente para a distinção dos estratos de vegetação e preenchimento quase total dos espaços entre as plantas.

METODOLOGIA

Para o desenvolvimento dos trabalhos, primeiramente foram realizadas observações em campo para reconhecimento do local da realização do trabalho. Procuramos interpretar algumas peculiaridades existentes no local, tais como: a presença de banhados (várzea) e a presença pequenas manchas de vegetação arbustiva e arbórea que necessitam somente de um enriquecimento. Para melhores observações em campo e planejamento da Cortina Vegetal, foi produzido material cartográfico com o auxílio de bases digitais fornecidas pela Secretaria do Meio Ambiente (SMA). Entre estas bases, destaca-se a existência de imagens aéreas do local, que possibilitou, através do sofware ArcGis 9.2, a construção de um pequeno mapa base (Figura 08) onde pudemos verificar as características da área, e também se identificar e caracterizar a vegetação existente, possibilitando deste modo, a divisão em módulos de trabalho.

Esta divisão em módulos foi feita para que as carências de cada um desses diferentes sistemas ambientais fossem atendidas separadamente, por existirem no local diferenças bastante pronunciadas, como locais com terreno seco em locais com predominância de brejo. É levado em conta também a necessidade de espécies vegetais totalmente diferentes em cada um dos sistemas, com adaptações referentes a sua necessidade. Sendo assim os módulos são divididos do seguinte modo:

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necessita de espécies adaptadas a estas condições; c) Áreas que necessitarão somente de enriquecimento florestal; e d) Áreas apresentando fragmentos florestais, que não necessitarão interferência. Com isto foi possível a quantificação das áreas (Figura 03), onde se verifica que: o Módulo 1 terá uma área relevante, com 5,162ha (50,72% de toda a área), a área do Módulo 2 com 2,264ha (22,25%), a área de enriquecimento florestal corresponde a 0,9ha (8,85%) e a área que não necessita de interferência corresponde a 1,847ha (18,15%).

Figura 03:Gráfico da quantificação das áreas por módulo, para a composição da cortina vegetal. Elaboração: Moraes Neto, J. A., 2009.

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Figura 04: Perfil AA, componente do Módulo 1. (NP – Não pioneira / P – Pioneira)

Elaboração: Corrêa, J.N.; e Oliveira, A. V., 2009.

Figura 05: Perfil BB, componente do Módulo 1 Elaboração: Corrêa, J.N.; e Oliveira, A. V., 2009.

espécies de menor porte (quando adultas) ficam mais próximas a rodovia, e as de maior porte ao fundo.

MÓDULO 1: Composto por espécies adaptadas a diversos ambientes.

Para este módulo foram feitos três perfis (Perfil AA, Perfil BB e Perfil CC), ilustrados abaixo. A orientação seguida nos perfis é da frente para os fundos da cortina vegetal, dando a visai de como esta foi planejada para se desenvolver, respeitando a altura média de cada espécie segundo Lorenzi (2002).

Perfil AA

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Figura 06: Perfil CC, componente do Módulo 1 da cortina vegetal. Elaboração: Corrêa, J.N; e Oliveira, A.V., 2009.

Perfil CC

MÓDULO 2: Composto por espécies seletivas higrófitas, adaptadas a ambientes

alagadiços. Para este módulo foi feito um perfil (Perfil AAA), ilustrado abaixo.

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Dentre todas as espécies citadas, podemos perceber que existem diversos comportamentos, encontrando exemplares em maior número perenifólias, e alguns exemplares caducifólias. Para a escolha das espécies levou-se em consideração a formação vegetal local (Floresta Ombrófila Mista Montana) e levantamentos fitossociológicos da região (COUTO & CORDEIRO, 2005). Grande parte das espécies indicadas são consideradas pioneiras, porém que resistem por período considerável de tempo.

Para Kageyama et al. (1989), “o plantio de espécies pioneiras pode ser visto como estratégia para auxiliar a sucessão secundária”. Neste sentido, a indicação das espécies feitas vem auxiliar e dar condições ecológicas para o desenvolvimento das plantas tardias ou secundárias.

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A altura dos indivíduos, indicado anteriormente, deve-se ao fato de que as mudas com 1 metro de altura se adaptam e desenvolvem mais facilmente no meio em que está sendo inserido, além de que aceleram um pouco mais a conclusão do objetivo, que é a atenuação parcial dos ruídos.

Baseados nos cálculos de distanciamento utilizado, o quadro abaixo (Tabela 01) mostra o total de mudas para cada módulo.

Tabela 01: Quantia de mudas para cada módulo, subdivida em espécies pioneiras e

não-pioneiras.

DESCRIÇÃO Área (ha) Pioneiras (NP) Mudas Não Pioneiras (P) TOTAL Mudas

Módulo 1 5,162 4.259 8.646 12.905

Módulo 2 2,264 754 4.906 5.660

Enriquecimento 0,9 1.500 0 1.500

TOTAL 8,326 6.513 13.552 20.065

Para a implantação em trincas, segue abaixo o modelo a ser utilizado em campo para o plantio do módulo 1, referente às espécies adaptadas a diversos ambientes. Todas as trincas serão repetidas quantas vezes forem necessárias.

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A implantação em trincas do Módulo 2 em campo, correspondente as espécies seletiva higrófita, que encontram-se organizadas da seguinte forma:

Figura 10: Modelo de alinhamento do plantio do Módulo 2. Elaboração: Moraes Neto, J. A., 2009.

Para as áreas de enriquecimento deverão ser plantadas mudas de Euterpe edulis (Palmito Juçara) no sistema a “lanço”, recobrindo mais quando necessário aqueles pontos com menos densidade vegetacional. Por se tratar de um espaço onde já existem espécies implantadas e se faz necessário somente enriquecimento, optamos pelo “lanço” das sementes de Euterpe edulis em locais com menor densidade, já que esta planta se desenvolve facilmente na região, além de que deste modo a fisionomia vegetal existente ali não sofrerá alteração na atividade de plantio por exemplo.

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A aplicação de calcário dolomítico por berço esplendido (cova) deverá ser na quantia de 700 gramas nesta etapa, sendo aplicado no solo retirado das covas. Após a aplicação esperar por 1 mês (tempo razoável de aproveitamento do mesmo pela planta, por estar incorporado pelas partículas do solo); depois deste período aplicar as doses de adubo químico no mesmo solo ao lado da cova, sendo Superfosfato simples 100g/cova, Cloreto de potássio 60g/cova e Bórax 5g/cova (ibidem). Junto com as doses anteriores aplicar também nitrogênio, via adubação orgânica. Assim, recomenda-se, por cova, de 3 a 5kg de esterco de curral como complementação. A próxima fase, denominada de adubação de cobertura de condução, é realizada por 5 (cinco) tratos, um a cada semestre, totalizando 3 anos.

No plantio de mudas do Módulo 2 por se tratar de área alagadiça, recomendamos que antes de plantar as mudas seja preparado “morunduns” convexos (pequenos morrotes com altura de crista em torno de 40 centímetros e círculo de base com diâmetro de 40 centímetros) que apresente volume de cerca de 0,05 m3 de substrato formulado com solo turfoso (que pode adquirida de areia suja de porto de areia, que apresenta boa porção) e esterco de curral curtido(5 kg no volume informado).

Para a adubação de cobertura aplicar a cada trato, 2 kg de esterco de curral curtido a cada. Para o enriquecimento não será efetuada a calagem e a adubação, pois o local já propicia as fontes de nutrição necessária para o desenvolvimento das mudas de

Euterpe edulis. Quanto à compra das mudas para execução do plantio, serão indicados

pontos de cultivo de mudas existentes no interior do parque. Este cultivo faz parte do programa de geração de renda as populações tradicionais (moradores do parque anteriores a criação do mesmo) desenvolvido pela direção e corpo técnico da unidade, através de regime de cooperação de famílias. Nesse âmbito, destacamos o Viveiro de Mudas do Bairro Braço Feio que recebe assistência técnica de funcionários do parque e já atende pedidos de empresas que procuram o PERT para a realização de compensação ambiental. Além das mudas serem produzidas no local, os valores com transporte diminuem, a aclimatação da muda é facilitada, o que beneficia a sobrevivência das mesmas, causando menor mortalidade e conseqüentemente menores gastos com reposição.

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as mudas, de caule ainda tenro e frágil, em algum suporte como bambus. O combate às formigas, se necessário em casos de grande infestação, pode ser feito utilizando-se iscas: mirex ou sulfuramina. Os tratos voltados à manutenção como: poda, tutoramento, combate a formigas e coroamento das mudas, também serão de responsabilidade da empresa executora, conforme é previsto em contrato firmado entre o parque e a empresa responsável pela obra do P5. Indicamos que o acompanhamento as mudas seja realizado por período de 3 anos após o plantio.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos dizer, até mesmo pela dificuldade na localização de materiais especializados que a idéia da cortina vegetal é pouco aceita. Os artigos e obras esparsos sobre o assunto tratam normalmente sobre a implantação em aeroportos e nunca em obras como uma praça de pedágio, servindo segundo analisamos para outros fins.

É importante para os Geógrafos e outros profissionais em formação, a participação em atividades ligadas a sua área de trabalho. Mais importante ainda é a interação existente entre diversos profissionais como foi feito neste planejamento, contando com Geógrafos, Biólogos e Agrônomos, que interessados no tema trocaram importantes experiências. Sabemos o quanto normalmente é difícil essa união no mercado de trabalho. Esta é uma área de trabalho de pouco ou nenhum destaque para os Geógrafos, mas é tarefa das mais importantes para aqueles ligados ao meio ambiente e estudos biogeográficos.

Podemos facilmente destacar características positivas do modelo de cortina vegetal para outros fins, considerando seu baixo custo em relação a outras obras de contenção - baixo custo esse muito buscado pelas empresas e profissionais – alta durabilidade do serviço ambiental sem custo posterior e fácil manejo. O maior impedimento certamente é o tempo gasto para seu estabelecimento.

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X Seminário de Pós-Graduação em Geografia da UNESP Rio Claro ISBN: 978-85-88454-20-0 05 a 07 de outubro de 2010 – Rio Claro/SP será facilitado. A adubação indicada no presente artigo, baseada em literatura específica e na equipe constituída também por Engenheira Agrônoma é a melhor possível. Se aplicada completamente como indicado, repercutirá em menor mortandade de mudas.

O resultado esperado, após alguns anos do plantio é o desenvolvimento das mesmas até alcançarem seu clímax, constituindo assim a cortina vegetal, um ambiente equilibrado. Os locais de enriquecimento vegetal apresentarão, após alguns anos, a possibilidade de manejo do palmito plantado. Poderíamos citar aqui, diversas outras espécies a serem utilizadas na cortina vegetal e que após alguns anos possuem valor econômico, mais esta prática varia de acordo com o enfoque de cada cortina implantada. Considerando as espécies utilizadas na composição desta referida cortina, destaca-se a presença de árvores frutíferas, que visam a recomposição da avifauna local, que hoje devido a vegetação baixa e pobre em diversidade de espécies encontra-se reduzida. Este local por se localizar ao lado da rodovia já passou (e passa) por degradação, sendo constituída por capins e pequenas ervas, podendo então considerar a cortina como um modo de recuperação de áreas degradadas.

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I Congresso Brasileiro de Organização do Espaço e REFERÊNCIAS

Couto, O. S.; Cordeiro, R. M. S. (Org.) Manual das espécies vegetais do estado de São Paulo. Secretaria do Meio Ambiente, Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais, São Paulo, 2005.

IAC – Instituto de Aviação Civil. Série Boletim Técnico. Atenuação da poluição sonora por meio de vegetação florestal. São Paulo, 1984.

Kageyama, P. Y.; Reis, A.; Carpanezze, A. A. Potencialidades e restrições da

regeneração artificial na recuperação de áreas degradadas. In: Simpósio Nacional de Recuperação de áreas degradadas, 1, Curitiba, 1992. Anais. Curitiba, Universidade Federal do Paraná, 1992.p. 1-7.

Lorenzi, H. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. vol. 1, 4aed. Instituto Plantarum. Nova Odessa, 2002.

Lorenzi, H. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. vol. 2, 2aed. Instituto Plantarum. Nova Odessa, 2002.

Lorenzi, H. Frutas brasileiras e exóticas cultivadas (de consumo in natura). Nova Odessa, 2006.

Lorenzi, H. Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas. 4aed. Instituto Plantarum. Nova Odessa, 2008.

Imagem

Figura 01: BR 116, km 543, foto do local onde está sendo instalada a praça de pedágio,  mostrando a área que abrigará  parte da Cortina Vegetal
Figura 03: Gráfico da quantificação das áreas por módulo, para a composição da cortina vegetal
Figura 05: Perfil BB, componente do Módulo 1  Elaboração: Corrêa, J.N.; e Oliveira, A
Figura 06: Perfil CC, componente do Módulo 1 da cortina vegetal.
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