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“A relevância na organização do líder empreendedor” Estudo de caso

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Academic year: 2021

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ASSOCIAÇÃO DE POLITÉCNICOS DO NORTE (APNOR) INSTITUTO POLITÉCNICO DO CÁVADO E DO AVE

“A relevância na organização do líder empreendedor”

Estudo de caso ramo automóvel no concelho de Vila Nova de Famalicão

Penélope Alexandra Carvalho Gomes

Dissertação apresentada ao Instituto Politécnico do Cávado e do Ave para obtenção do Grau de Mestre em Gestão das Organizações, Ramo Gestão de Empresas

Orientador: Professor Doutor Pedro Nunes Coorientadora: Professora Especialista Teresa Dieguez

Barcelos, 28 de Fevereiro de 2014

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ASSOCIAÇÃO DE POLITÉCNICOS DO NORTE (APNOR) INSTITUTO POLITÉCNICO DO CÁVADO E DO AVE

“A relevância na organização do líder empreendedor”

Estudo de caso ramo automóvel no concelho de Vila Nova de Famalicão

Penélope Alexandra Carvalho Gomes

Dissertação apresentada ao Instituto Politécnico do Cávado e do Ave para obtenção do Grau de Mestre em Gestão das Organizações, Ramo Gestão de Empresas

Orientador: Professor Doutor Pedro Nunes Coorientadora: Professora Especialista Teresa Dieguez

Barcelos, 28 de Fevereiro de 2014

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Declaração

Nome:

Penélope Alexandra Carvalho Gomes

Endereço eletrónico: penelopegomes.vnf@hotmail.com Tel. / Tlm.: 252 046 660 / 963 766 105

Número do Bilhete de Identidade: 12106091 8 ZY0 Título da Dissertação:

“A relevância na organização do líder empreendedor”: Estudo de caso – ramo automóvel no concelho de Vila Nova de Famalicão.

Orientador (es):

Professor Doutor Pedro Nunes e Professora Especialista Teresa Dieguez.

Ano de Conclusão: 2014.

Designação do Curso de Mestrado:

Mestrado em Gestão das Organizações, ramo Gestão de Empresas.

É autorizada a reprodução integral desta dissertação apenas para efeitos de investigação, mediante declaração escrita do interessado, que a tal se compromete.

Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, 28/02/2014.

Assinatura: ____________________________________

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Resumo

O empreendedorismo é um conceito cada vez mais presente nas organizações empresariais ou nos sistemas educacionais, assumindo um destaque incremental no debate público no que concerne ao futuro das políticas económicas para a competitividade, no âmbito da economia do conhecimento e da sociedade da informação.

A sua pertinência instigou o seu estudo nas suas diferentes valências, agudizada pela crise estrutural do capital. Este trabalho visa a análise do conceito empreendedorismo, assente na caracterização do perfil comportamental do empreendedor e na identificação do seu papel nas organizações. Anui-se uma relação estreita entre o conceito de empreender e a descoberta profícua de oportunidades, que se fundeiam num espírito de mudança e inovação, central ao empreendedor. A competitividade afigura-se como uma premissa basilar na criação de valor e no progresso sustentável das organizações. O desafio consiste na mudança de paradigmas ao nível de: i) modelos de desenvolvimento, pela valoração do conhecimento e tecnologia em detrimento da dependência de recursos físicos e financeiros; e ii) fomentação da audácia e consolidação de uma cultura em inovação, competitividade e mudança. A intrínseca aliança do empreendedorismo-inovação assevera-se como fator crítico de desenvolvimento, dependente do perfil comportamental do indivíduo, líder, empreendedor. Essa dependência não imiscui a preponderância da formação para o empreendedorismo, que deve instigar e promover as competências vitais à criação inovadora e sustentável de novos empreendimentos. O estudo desenvolvido no âmbito do empreendedorismo permite asseverar uma dissimilitude de conceitos e aceções, alicerçados em evidências empíricas e científicas ainda exíguas. O trabalho perscrutado objetiva primordialmente uma maior sensibilização das comunidades organizacionais e académicas a esta temática que permita contribuir para uma compreensão mais abrangente e atual da sua relevância no seio das organizações, que vivenciam uma mudança de paradigma nas suas múltiplas dimensões. Esta mudança de paradigma insurge-se num contexto situacional económico-financeiro estrutural e globalmente debilitado, em que se assevera a premência do progresso sustentável das organizações aliada à pertinência do fator diferenciação, que se traduzem por uma transfiguração dos conceitos e padrões observados até aqui. O empreendedorismo assume uma capital importância, salientando-se a perspetiva comportamental do líder empreendedor no processo eficaz de criação de valor: incremental, diferenciador e sustentável. O comportamento organizacional deve assumir uma preponderância central na gestão empreendedora das organizações, ao nível dos seus agentes determinantes: condições (cultura, liderança, estratégia), recursos (capital humano, competências, relacionamentos externos, estruturas), processos (gestão de atividades de IDI, aprendizagem e melhoria sistemática, proteção e valorização de resultados) e resultados (financeiros e operacionais, mercado e sociedade).

A análise privilegiadamente comportamental que instigue a diferenciação como fator de inovação e criação

de valor nas organizações atuais é corroborada por um estudo de caso que visa a elaboração de um modelo

estrutural conceptual e um modelo de correlações canónicas de empresas do ramo automóvel, em Portugal,

concelho de Vila Nova de Famalicão, que: 1. Tendeu a observar: i) a tipificação e influência do perfil de

empreendedor deste concelho e ramo de atividade nas múltiplas dimensões do empreendedorismo sustentável

– desempenho organizacional, inibidores e aceleradores da atividade empreendedora e relevância do papel do

líder empreendedor; e ii) a construção de um modelo estrutural conceptual e de um modelo de correlações

canónicas que conduziu a quatro tipologias de empreendedor e a sua envolvente; 2. Intentou a ilustração de

uma pertinência empírica futura para o seu desenvolvimento e aplicabilidade nas organizações.

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Palavras-chave:

EMPREENDEDORISMO, PERFIL DO EMPREENDEDOR, DESEMPENHO ORGANIZACIONAL, INOVAÇÃO, SUSTENTABILIDADE, OPORTUNIDADE.

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Abstract

Entrepreneurship is a concept that is increasingly present in business organizations or in educational systems, assuming an incremental prominence in public debate regarding the future of economic policies for competitiveness in the knowledge economy and information society. Its relevance instigated their study in their different valences, exacerbated by the structural crisis of capital. This work aims to analyze the concept entrepreneurship, based on characterization of the behavioral profile of the entrepreneur and the identification of its role in organizations. It is concluded a close relationship between the concept of undertaking discovery and profitable opportunities, which based a spirit of change and innovation, central to the entrepreneur. The competitiveness seems like a basic premise in creating value and sustainable progress in organizations. The challenge is in changing paradigms in terms of: i) development models for the valuation of knowledge and technology over the dependence of physical and financial resources; and ii) fostering of audacity and consolidating a culture of innovation, competitiveness and change. The close alliance of entrepreneurship- innovation asserts itself as critical development, dependent on the behavioral profile of the individual, leader, entrepreneur. This dependency does not meddle the preponderance of entrepreneurship training, which should encourage and promote the vital skills to the creation of innovative and sustainable new ventures. The study developed under the entrepreneurship allows assure a dissimilarity of concepts and meanings, grounded in empirical evidence and scientific still slim. The work objectively scrutinized primarily a greater awareness of organizational and academic communities to this issue that allows contributing to a more comprehensive understanding of current and its relevance within organizations, who experience a paradigm shift in its multiple dimensions. This paradigm shift rushes into a situational context and structural economic and financial weakened globally, asserts that if the urgency of the sustainable progress of organizations allied to the relevance factor of differentiation, as manifested by a transfiguration of the concepts and patterns observed so far. Entrepreneurship is of capital importance, highlighting the behavioral perspective of the entrepreneurial leader in the effective process of value creation: incremental and sustainable differentiation.

The organizational behavior must assume a central preponderance in managing entrepreneurial organizations, the level of its agents determinants: conditions (culture, leadership, strategy), resources (human capital, skills, external relationships, structures), process management (RDI activities, learning and systematic improvement, protection and exploitation of results) and results (both financial and operational, market and society).

The privileged behavioral analysis that instigates differentiation as a factor of innovation and value creation in organizations today is supported by a case study that aims at the development of a conceptual model and a structural model of canonical correlations for automotive companies in Portugal municipality of Vila Nova of Famalicão, which:

1. Has tended to observe: i) the typification and influence of the entrepreneur of this county and activity branch in the multiple dimensions of sustainable entrepreneurship – organizational performance, inhibitors and accelerators of entrepreneurial activity and relevance of the role of entrepreneurial leader; and ii) the building a conceptual structural model and a model of canonical correlations who conducted to four typologies of entrepreneur and its environment;

2. Tried the illustration of a future empirical relevance to its development and applicability in organizations.

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Key-words:

ENTREPRENEURSHIP, ENTREPRENEUR PROFILE, ORGANIZATIONAL

PERFORMANCE, INNOVATION, SUSTAINABILITY, OPPORTUNITY.

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Dedicatória

Ao Nelson, pelo seu infinito amor e cumplicidade.

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Agradecimentos

À pessoa que perscrutou a visão e a tornou realidade pela sua indubitável mestria, perseverança e dedicação… À minha Amiga do Coração, Professora Teresa Dieguez… O meu imensurável Obrigada.

Ao ilustre Professor Pedro Nunes, cuja sapiência me permitiu enriquecer académica e pessoalmente, o meu profundo reconhecimento e admiração.

Ao IPCA, instituição que enaltece e dignifica o conhecimento de um modo ímpar, o meu agradecimento pelo privilégio da oportunidade de acesso ao seu magnificente ensino.

Aos colegas de mestrado, pela generosidade da partilha profícua de ideias e saberes diferenciados que me inspiraram na prossecução de um trabalho de valor incremental, a minha sincera estima e consideração.

À minha família, especialmente à minha Mãe, Avós Maternos e Padrinho, pelo seu apoio incondicional, o meu maior afeto e inolvidável gratidão.

Ao meu Pai, que apesar de a sua presença não ser mais física, a sua força e carisma constituíram o alicerce

para a concretização proficiente deste objetivo na minha vida… O meu indelével Obrigada, onde quer que

estejas.

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Índice

Introdução ... 16

Capítulo I: Clarificação dos conceitos de empreendedorismo, desempenho organizacional e sustentabilidade ... 19

1.0 Considerações iniciais ... 20

1.1 Empreendedorismo, empreender e empreendedor ... 20

1.1.1 Evolução do conceito ... 20

1.1.2 O perfil do empreendedor ... 22

1.2 O desempenho organizacional ... 24

1.4 O perfil do empreendedor e o desempenho organizacional ... 27

1.5 O papel do empreendedor na sustentabilidade das organizações ... 28

1.6 Sinopse da dimensão relacional entre empreendedorismo, sustentabilidade e desempenho organizacional ... 30

Capítulo II: Empreendedorismo e desenvolvimento organizacional numa ótica de sustentabilidade ... 32

2.1 Competências centrais na criação de um negócio ... 33

2.2 O empreendedorismo na Europa e as suas multivertentes – aceleradores e inibidores ... 36

2.3 O empreendedorismo em Portugal e no plano estratégico nacional ... 40

Capítulo III: Estudo de caso sobre o empreendedorismo automóvel no concelho de Vila Nova de Famalicão ... 45

3.0 Considerações iniciais ... 46

3.1 Descrição das questões metodológicas do inquérito efetuado a profissionais do setor automóvel 46 3.2 Relação conceptual entre o questionário a profissionais do setor automóvel e os principais temas abordados no âmbito do empreendedorismo sustentável ... 47

3.3 Avaliação da representatividade da amostra e apresentação descritiva dos resultados obtidos .. 48

3.3.1 Perfil comportamental do líder empreendedor de uma microempresa do setor automóvel sustentável ... 48

3.3.2 Desempenho Organizacional ... 55

3.3.3 Inibidores e aceleradores da atividade empreendedora ... 58

3.3.4 Relevância do papel do líder empreendedor ... 61

3.3.5 Tipificação generalizada do perfil do líder empreendedor no setor automóvel e do seu meio envolvente em Portugal, concelho de Vila Nova de Famalicão ... 63

3.4 Explanação de um estudo econométrico que ilustra a relação dos profissionais do setor automóvel com os conceitos de empreendedorismo sustentável ... 64

3.4.1 Perfil comportamental (psicológico/cognições) ... 65

3.4.2 Desempenho organizacional ... 71

3.4.3 Inibidores/aceleradores da atividade empreendedora ... 81

3.4.4 Relevância do papel do líder empreendedor ... 86

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3.5 Discussão dos resultados obtidos com a elaboração de um modelo estrutural conceptual e um

modelo de correlações canónicas da análise desenvolvida ... 88

Conclusões ... 103

Bibliografia ... 111

Anexos ... 118

Anexo I: ... 119

Questionário – “A relevância na organização do líder empreendedor” ... 119

Anexo II.I: ... 129

Análise de correlação canónica não linear: frequências marginais... 129

Anexo II.II: ... 135

Análise de Correlação Canónica: Particionamento de ajustamentos e perdas ... 135

Anexo II.III: ... 137

Análise de Correlação Canónica: Pesos das variáveis ... 137

Anexo II.IV: ... 139

Análise de Correlação Canónica: Quantificações das variáveis ... 139

Anexo II.V: ... 145

Análise de Correlação Canónica: Centróides ... 145

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xiii

Índice de Figuras

Figura 1 – Estrutura multinível da sociologia do empreendedorismo ... 21

Figura 2 – Relação entre atributos e desempenho do empreendedor ... 23

Figura 3 – Diferentes dimensões do desempenho organizacional ... 26

Figura 4 – Campos do conhecimento do empreendedorismo sustentável ... 29

Figura 5 – O efeito da experiência em negócios na relação da orientação para a sustentabilidade e a intenção empreendedora ... 30

Figura 6 – Capacidade empreendedora e desenvolvimento de uma nova TBF: Empresa de Base Tecnológica ... 31

Figura 7 – Modelo organizacional das diferentes fases da criação de um negócio ... 33

Figura 8 – Modelo das fases da criação de um negócio ... 35

Figura 9 – Modelo estrutural conceptual dos fatores determinantes do empreendedorismo ... 36

Figura 10 – Estrutura conceptual dos indicadores do Empreendedorismo da OECD -Eurostat ... 37

Índice de Gráficos Gráfico 1 – Indicadores-chave sobre as empresas da economia não-financeira da EU27 ... 37

Gráfico 2 – Indicadores-chave sobre as PME’s da economia não-financeira da EU ... 38

Gráfico 3 – Longevidade, perspetiva de 2007 ... 41

Gráfico 4 – Caraterísticas dos proprietários ou colaboradores do setor automóvel em V.N.F. ... 49

Gráfico 5 – Motivação, necessidade de realização e propensão ao risco ... 50

Gráfico 6 – Confiança no seu processo de decisão ... 51

Gráfico 7 – Autonomia, locus de controlo interno, planeamento, persistência, perseverança e adaptabilidade ... 51

Gráfico 8 – Pró-atividade, espírito de iniciativa e agressividade competitiva ... 52

Gráfico 9 – Reconhecimento de oportunidades e tolerância para a ambiguidade ... 53

Gráfico 10 – Criatividade ... 53

Gráfico 11 – Sociabilidade ... 54

Gráfico 12 – Motivação organizacional... 55

Gráfico 13 – Capacidade organizacional ... 56

Gráfico 14 – Ambiente ... 57

Gráfico 15 – Inibidores / Aceleradores Económicos ... 58

Gráfico 16 – Inibidores / Aceleradores Sociais ... 59

Gráfico 17 – Inibidores / Aceleradores Ambientais ... 59

Gráfico 18 – Inibidores / Aceleradores Institucionais ... 60

Gráfico 19 – Contexto atual ... 61

Gráfico 20 – Expectativas futuras... 62

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xiv

Índice de Tabelas

Tabelas 1 e 2 – Dinâmica empresarial em Portugal (1987-2007) ... 41 Tabela 3 – Perfil caraterístico dos microempreendedores do setor automóvel no concelho de V.N.F. ... 49 Tabela 4 – Motivação, necessidade de realização e propensão ao risco dos microempreendedores do setor automóvel no concelho de V.N.F. ... 50 Tabela 5 – Confiança no processo de decisão dos microempreendedores do setor automóvel no concelho de V.N.F. ... 51 Tabela 6 – Autonomia, locus de controlo interno, planeamento, persistência, perseverança e adaptabilidade dos microempreendedores do setor automóvel no concelho de V.N.F. ... 52 Tabela 7 – Pró-atividade, espírito de iniciativa e agressividade competitiva dos microempreendedores do setor automóvel no concelho de V.N.F. ... 52 Tabela 8 – Reconhecimento de oportunidades e tolerância para a ambiguidade dos microempreendedores do setor automóvel no concelho de V.N.F. ... 53 Tabela 9 – Criatividade dos microempreendedores do setor automóvel no concelho de V.N.F. ... 54 Tabela 10 – Sociabilidade dos microempreendedores do setor automóvel no concelho de V.N.F. ... 54 Tabela 11 – Motivação organizacional dos microempreendedores do setor automóvel no concelho de V.N.F.

... 56 Tabela 12 – Capacidade organizacional dos microempreendedores do setor automóvel no concelho de V.N.F. ... 56 Tabela 13 – Ambiente organizacional dos microempreendedores do setor automóvel no concelho de V.N.F.

... 57

Tabela 14 – Inibidores e aceleradores económicos da atividade empreendedora do setor automóvel no

concelho de V.N.F. ... 58

Tabela 15 – Inibidores e aceleradores sociais da atividade empreendedora do setor automóvel no concelho de

V.N.F. ... 59

Tabela 16 – Inibidores e aceleradores ambientais da atividade empreendedora do setor automóvel no

concelho de V.N.F. ... 60

Tabela 17 – Inibidores e aceleradores institucionais da atividade empreendedora do setor automóvel no

concelho de V.N.F. ... 61

Tabela 18 – Relevância do papel do líder empreendedor no contexto atual do setor automóvel no concelho

de V.N.F. ... 62

Tabela 19 – Relevância do papel do líder empreendedor ao nível de expectativas futuras do setor automóvel

no concelho de V.N.F. ... 62

Tabela 20 – Tipificação generalizada do perfil do líder empreendedor no setor automóvel e do seu meio

envolvente em Portugal, concelho de Vila Nova de Famalicão ... 63

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xv

Índice de Quadros

Quadro 1 – Programas e iniciativas europeias de apoio ao empreendedorismo e inovação ... 40

Quadro 2 – Programa Estratégico para o Empreendedorismo e a Inovação +E+I ... 43

Quadro 3 – Competências-chave centrais do empreendedor para o sucesso da sua atividade empreendedora ... 44

Quadro 4 – Grupo 1: Perfil Comportamental ... 93

Quadro 5 – Grupo 2: Desempenho organizacional ... 93

Quadro 6 – Grupo 3: Inibidores/Aceleradores da atividade empreendedora ... 94

Quadro 7 – Grupo 4: Relevância do líder empreendedor ... 94

Quadro 8 – Peso relativo de perdas face ao grau de ajustamento ... 95

Quadro 9 – Peso percentual de cada dimensão ... 95

Quadro 10 – Correlações canónicas das diferentes dimensões ... 95

Quadro 11 – Quadro de componentes canónicas das diferentes dimensões ... 97

Quadro 12 – Centros de classe relativos a cada dimensão da solução canónica ... 97

Quadro 13 – Agrupamento de variáveis associadas a cada cluster ... 98

Quadro 14 – Relação entre as variáveis do cluster 1 associadas ao centróides da solução canónica ... 99

Quadro 15 – Relação entre as variáveis do cluster 2 associadas ao centróides da solução canónica ... 100

Quadro 16 – Relação entre as variáveis do cluster 3 associadas ao centróides da solução canónica ... 100

Quadro 17 – Relação entre as variáveis do cluster 4 associadas ao centróides da solução canónica ... 101

Quadro 18 – Sinopse interprativa das 4 tipologias de empreendedor e da sua envolvente ... 102

(16)

16

INTRODUÇÃO

(17)

17

O conceito de empreendedorismo assume uma dimensão de relevo incremental no tecido empresarial e académico. A conjetura económica global vivencia um período de crise generalizada cuja morfologia debilitada evidencia uma fratura do mercado de emprego e a rutura dos paradigmas de direitos e garantias até então vigentes.

Esta era de fragilidade e incerteza tem vindo a suscitar o estudo sobre o empreendedorismo, com especial enfoque no perfil do empreendedor e na sua potencialidade de criação do próprio negócio, introduzindo um conceito cada vez mais pertinente na sociedade contemporânea - o empreendedorismo sustentável.

A literatura sugere diversas aceções no que concerne à tipificação do perfil do empreendedor e compreende diferentes metodologias de medição do nível do seu desempenho organizacional, intrínseco à gestão de um negócio. Apesar das divergências conceptuais, que constituem uma limitação à investigação, este trabalho visa uma explanação dos seus agentes determinantes e a sua aplicabilidade em contexto organizacional, sob uma perspetiva privilegiadamente comportamental, que permita uma ainda maior sensibilização das comunidades interessadas ou afetas a esta temática.

Na compreensão do papel do empreendedor e do empreendedorismo nas organizações, principalmente da pertinência do conceito de empreendedorismo sustentável, evocam-se alguns modelos conceptuais estruturais que permitem a sua perceção numa perspetiva multidimensional. Atestam-se também limitações a estes modelos, ao nível da evidência empírica da aplicabilidade dos seus indicadores e do seu impacto efetivo no crescimento económico.

No delineamento de expectativas futuras projeta-se a sugestão de um modelo estrutural conceptual e um modelo de correlações canónicas que possibilite, mediante evidência empírica, a tipificação do perfil do empreendedor e da sua envolvente, aliado às suas competências centrais e ao seu desempenho organizacional na criação e/ou gestão de um negócio.

A análise empírica desenvolvida visou uma compreensão holística do empreendedorismo sustentável em contexto real de trabalho e assentou num estudo de caso que distinguiu (por motivações profissionais) os empreendedores do ramo automóvel em Portugal, no concelho de Vila Nova de Famalicão. O estudo empírico privilegiou o inquérito com tipologia de resposta fechada (telefónico e/ou online) que atentou o cumprimento das boas práticas deste método de investigação (formais e informais) a uma amostra de 123 empresas de reparação automóvel, que sustentou 4 dimensões centrais:

i) Qual o perfil comportamental do líder empreendedor de uma microempresa do setor automóvel sustentável:

 Caraterísticas; e Psicológico / Cognições.

ii) Como se carateriza e se avalia o seu desempenho organizacional nesse setor:

 Motivação organizacional; Capacidade organizacional; e Ambiente.

iii) Quais os principais inibidores/aceleradores da atividade empreendedora nesse setor, no contexto situacional português:

 Económicos; Sociais; Ambientais; e Institucionais.

iv) Como se classifica a relevância do papel do líder empreendedor de uma microempresa do setor automóvel sustentável, em Portugal:

 Contexto atual; e Expectativas futuras.

(18)

18

Anuiu-se a inferência estatística de quatro tipologias de empreendedor e sua envolvente, intentando-se que os modelos desenvolvidos – estrutural conceptual e de correlações canónicas – possam permitir futuramente a sua aplicabilidade e medição do impacto do empreendedorismo na economia neste ramo de atividade.

A disposição estrutural desta dissertação sustenta o tema do perfil do empreendedor, cuja definição do

problema assenta na análise da relação do perfil do empreendedor e o seu desempenho organizacional sob

os conceitos de empreendedorismo sustentável, formulando-se como hipótese a identificação das

competências centrais implícitas aos empreendedores de microempresas do ramo automóvel do concelho

de Vila Nova de Famalicão, Portugal.

(19)

19

CAPÍTULO I:

CLARIFICAÇÃO DOS CONCEITOS DE EMPREENDEDORISMO,

DESEMPENHO ORGANIZACIONAL E SUSTENTABILIDADE

(20)

20 1.0 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Este capítulo visa a clarificação e dimensão relacional dos conceitos de empreendedorismo, desempenho organizacional e sustentabilidade sob uma perspetiva privilegiadamente comportamental.

1.1 EMPREENDEDORISMO, EMPREENDER E EMPREENDEDOR 1.1.1 Evolução do conceito

O conceito de empreendedorismo e do perfil do empreendedor assumiu diferentes paradigmas cognitivos ao longo da história das civilizações.

A exploração dessas aceções para o conceito de empreendedor, de origem francesa, entrepreneur, assenta na sua evolução ao longo dos tempos, sustentada por Filion (citado por Schmidt & Bohnenberger, 2009, p. 452). De acordo com os autores, no século XII, o empreendedor assumia-se como “aquele que incentivava discussões”. A partir do século XVI, a visão do empreendedor contemplava a pessoa que assumia a responsabilidade e dirigia uma ação militar. Nos finais do século XVII, início do século XVIII, o conceito de empreendedor definia-se como a pessoa que criava e conduzia projetos ou empreendimentos.

Em 1934, Schumpeter assume que um empreendedor é um agente de mudança, que agita o modo convencional de fazer as coisas e, quando bem-sucedido, provoca uma imitação generalizada. Tal sucesso

"pressupõe uma força excedente enorme na procura quotidiana e é algo único pela sua rara natureza"

(Schumpeter, 1934, p.86).

Já Peter Drucker enfatiza o conceito de risco, como um dos componentes essenciais no empreendedor, não tendo obrigatoriamente que provocar mudanças, mas sim explorar as oportunidades que são criadas pela própria mudança (Acúrcio, 2005).

Contudo, dado que os pensamentos e comportamentos empresariais não são características estáveis e estandardizadas que diferenciam algumas pessoas de outras pessoas em todas as situações (Shane &

Venkataraman, 2000), o papel do indivíduo na criação de empreendimentos tem vindo a ser abordado longo de muitos anos a partir de múltiplas perspetivas diferentes.

A figura seguinte (figura 1) ilustra bem esta evolução do conceito de empreendedorismo, contemplando

os agentes afetos ao contexto do empreendedorismo e os seus efeitos, sob uma perspetiva

multidimensional:

(21)

21

Figura 1 – Estrutura multinível da sociologia do empreendedorismo

Fonte: Courpasson et al., 2012.

Do ponto de vista economicista, o empreendedorismo pode ser visto como “o processo de criar algo novo com valor, dedicando tempo e esforços necessários, assumindo os correspondentes riscos financeiros, psicológicos e sociais, e recebendo as recompensas consequentes da satisfação e da independência pessoal e económica” (Hisrich & Peters, 2004, p. 29).

Mas hoje o conceito de empreendedor, não se aplica apenas àquele que cria e gere uma empresa, mas também àquele que revela iniciativa, empenhamento, determinação, audácia e coragem. Filion (2000) associa o empreendedor às características criativas e intuitivas, não se baseando o processo cognitivo do empreendedor exclusivamente num processo racional, mas assumindo a importância da emotividade, da afetividade e da moral (Dinis, citado por Gaspar, 2006).

Na realidade, a definição de empreendedorismo foi sempre muito controversa, sendo este termo usado por diversos investigadores para significar realidades diferentes (Stewart, 1991).

Neste sentido, surgem autores como Bygrave e Hofer (1991) a defender que na ausência de uma definição universalmente aceite de empreendedor, compete a cada investigador explicitar claramente o que entende pelo termo.

Assim, e numa tentativa arrojada de uma definição de empreendedor e de empreendedorismo, assevera-se que empreender é visualizar e intentar na realidade, ainda que adversa, a oportunidade. O empreendedor visa de modo sustentável, progressivo, pró-ativo e dinâmico, a diferenciação e a inovação. Empreender é construir, edificar e incrementar valor. É também uma atitude e uma forma de estar.

Ulteriormente à contextualização dos conceitos de empreender, empreendedor, e empreendedorismo,

assevera-se a pertinência da análise do perfil do empreendedor. A definição, se exequível, dos seus traços

de personalidade determinantes, internos e externos.

(22)

22 1.1.2 O perfil do empreendedor

“Costuma-se dizer que uma pessoa não pode ganhar um jogo que não joga” (Shane et al., 2003, p. 257).

No contexto do empreendedorismo, a afirmação dos autores sugere que o sucesso depende da vontade das pessoas em se tornarem empresárias; a procura de oportunidade empresarial é um processo evolutivo de tomada de decisões, análise de recursos e avaliação de oportunidades assente e influenciado pela motivação humana para “jogar o jogo”.

A tentativa de identificar os traços de personalidade que diferenciam os empreendedores dos restantes indivíduos tem sido perscrutada por diversos estudos neste âmbito (Liang & Dunn, 2002).

Na perspetiva de Jesuíno, Reis e Cruz (1998), tal como nos estudos sobre liderança, a exígua evidência empírica dos estudos desenvolvidos na definição dos traços do empreendedor culminou na progressão para o estudo comportamental do empreendedor, que atestam poder ser aprendido.

Na ampliação da base conceitual do perfil do empreendedor, avoca-se na literatura uma proeminência de características centrais comuns.

Vecchio (2003) compendia cinco dos atributos afetos na aceção do perfil do empreendedor, particularmente, a propensão ao risco, a necessidade de realização, a necessidade de autonomia, a autoeficácia e locus de controlo. O autor sustenta que a tendência para uma tomada de decisão a qual esteja implícita uma maior probabilidade de perda em troca de uma recompensa de maior potencial parece ser espectável num qualquer perfil de um empresário empreendedor, distinto e diferenciador.

A literatura económica no âmbito do empreendedorismo, empreendedor e sua envolvente destaca alguns estudos empíricos que visam valorar sob um prisma quantitativo a importância das diferentes caraterísticas implícitas ao empreendedor.

A preponderância da análise privilegiadamente comportamental e qualitativa do empreendedor assentou

no intuito do compêndio relacional entre o perfil do empreendedor e o seu desempenho organizacional,

representado na figura 2, que intenta um paralelismo correlativo entre os atributos e desempenho do

empreendedor.

(23)

23

Figura 2 – Relação entre atributos e desempenho do empreendedor Atributo Existência de Estudos que:

Risco

 Refutam a relação direta entre a propensão para o risco e o sucesso do empreendimento (Brockhaus, 1980;

Peacock, 1986)

 Sustentam uma maior propensão dos empresários para uma decisão de risco, comparativamente aos gestores (Carland et al., 1995)

 Asseveram uma semelhança na perceção e aceitação do risco entre empresários e não-empresários, mas uma maior predisposição e potencial dos primeiros no cerne e na gestão de negócios (Palich e Bagby, 1995)

Risco e Motivação  Confirmam que elevados níveis de motivação estão comummente associados a alguma recetividade ao risco no desempenho organizacional dos empreendedores (Begly et al. citados por Vecchio, 2003)

Motivação

 “A atividade empresarial pode ser conceituada como uma função das estruturas de oportunidade e de empreendedores motivados com acesso a recursos”. Aldrich e Zimmer (1986, p. 3)

 Os resultados empíricos observados nas diversas pesquisas desenvolvidas nesta temática não permitem anuir de modo preciso e objetivo a relação direta entre o nível de motivação e a capacidade empreendedora (Brockhaus et al. citados por Vecchio, 2003)

Motivação e Realização

 A motivação para realização é uma tendência mais comum aos empreendedores, em detrimento dos gestores corporativos (Stewart et al., 1998)

Realização

 Afirmam que necessidade de realização assume um papel preponderante no delineamento do perfil do empreendedor (Vecchio, 2003)

 A necessidade de realização tem sido associada a alguns aspetos do desempenho organizacional do empreendedor (Schmidt & Bohnenberger, 2009)

Tomada de decisão

 Creem intrinsecamente ou por fatores externos na competência do seu processo de tomada de decisão, avistam mais claramente as oportunidades e defrontam um nível superior de risco, em comparação aos indivíduos que manifestam um maior ceticismo quanto à sua performance negocial (Krueger & Dickson, 1994)

Autonomia

 Atestam que os indivíduos de índole audaz e diligente têm uma maior probabilidade de se envolverem em atividades de elevado grau de responsabilidade individual nos resultados obtidos; essas características psicológicas encontram-se afetas à própria definição de empreendedorismo e do perfil do empreendedor (McClelland, 1961)

 Relacionam frequentemente a necessidade de autonomia com a motivação empresarial (Shane et al., 2003)

 Definem a necessidade de autonomia do empreendedor como o seu desejo de independência e de autodomínio (Harrell & Alpert, 1979)

Locus de controlo interno

 Argumentam que os indivíduos com locus de controlo interno são mais suscetíveis de procurar papéis empresariais que lhes confiram uma posição com impacto direto nos resultados (Rotter citado por Shane et al., 2003)

 Defendem que os indivíduos empreendedores parecem fruir elevadas competências de autoeficácia empresarial, que lhes permitem descortinar e desenvolver oportunidades, prevenir dificuldades e antecipar resultados positivos (Vecchio, 2003)

Fonte: elaboração própria.

São vastos os atributos implícitos ao perfil do empreendedor que podem ser observados. Um exemplo é o

estudo de Schmidt & Bohnenberger (2009) na construção de um instrumento de medição para o perfil do

empreendedor. Os autores evocam o desenvolvimento de outros atributos além dos principais enunciados

no delineamento do perfil do empreendedor, como o planeamento, a persistência, a sociabilidade e a

inovação.

(24)

24

Merece, ainda, destaque, a tolerância para a ambiguidade do empreendedor de Schere (citado por Shane et al., 2003) que argumenta a importância desta característica na superação de desafios (observados como oportunidades) e potencialidades de sucesso, que são por natureza, imprevisíveis; este arroga ainda que o empreendedorismo não é apenas resultado da ação humana mas também dos fatores externos que desempenham um papel relevante nesse processo como por exemplo, a economia, a disponibilidade de risco de capital, as ações da concorrência e as regulamentações governamentais.

1.2 O DESEMPENHO ORGANIZACIONAL

“A busca da mediocridade é sempre bem sucedida” (Albrecht, 2011, p. 2).

A medição e análise de desempenho são fundamentais para orientar a organização na realização do seu plano estratégico e das suas metas operacionais, asseverando-se primordial a determinação dos indicadores de desempenho relevantes e as suas relações com os objetivos e atividades a serem desenvolvidas (Popova & Sharpanskykh, 2010).

No domínio dos fatores externos que influenciam o desempenho organizacional, a American Management Association (2007) destaca alguns dos agentes determinantes afetos à sua análise e mensuração, nomeadamente:

1) Talentos e competências dos trabalhadores;

2) Competição global;

3) Mudança mais rápida e mais disruptiva;

4) Tecnologia;

5) Mudanças políticas e regulamentais;

6) Ética; e

7) Transformações ambientais.

A maioria dos estudos definem o desempenho organizacional como variável dependente e procuram identificar as variáveis que produzem variações no desempenho, formulação que pode evidenciar dificuldades na caracterização da estrutura causal dos fenómenos de desempenho (March & Sutton, 1997). Estes destacam algumas virtudes e riscos inerentes aos dilemas afetos ao desempenho organizacional e à generalidade das questões envolvidas, nomeadamente: i) desempenho organizacional;

ii) efetividade; iii) interpretação do contexto organizacional; e iv) conhecimento.

A avaliação do desempenho organizacional tem assumido um interesse central para os gestores e investigadores de gestão contabilística (Otley, 1999). No entanto, Otley sustenta que a gestão tende a privilegiar o desempenho financeiro, preterindo os aspetos comportamentais da gestão contabilística, até então incorporados na abordagem económica através do desenvolvimento da teoria da agência

1

; outras abordagens, baseadas na teoria crítica têm sido usadas para estudar outros aspetos da função e utilização de sistemas de contabilidade, mas tendem a concentrar-se no interesse transversal, em vez do controle geral; o autor intenta uma visão mais abrangente e transformacional da medição e análise do desempenho organizacional: a gestão de desempenho.

1

Teoria de Agência: Na aceção de Jensen & Meckling (citados por Arruda et al., 2008, p. 72-73), a Teoria da Agência visa a

analisar os conflitos e custos resultantes da separação entre a propriedade e o controle de capital, o que origina as assimetrias

informacionais, os riscos e outros problemas pertinentes à relação principal-agente.

(25)

25

A aplicabilidade da gestão de desempenho é comumente associada aos funcionários da organização desde o estabelecimento de metas, monitorização dessas metas, partilha de feedback, avaliação do desempenho, recompensa ou demissão pelo seu desempenho; no entanto, a gestão de desempenho aplica-se também a equipas e organizações devendo envolver as atividades recorrentes para estabelecer metas organizacionais, monitorar o progresso em direção aos objetivos e fazer ajustes para atingir esses objetivos de forma mais eficaz e eficiente (McNamara, 1999).

Numa aceção similar, Lawler (1986) sustenta um modelo para a integração de abordagens de gestão participativa que visa envolver as pessoas em todos os níveis de uma organização, abrangendo três vetores centrais: (1) a promessa de gestão participativa, atendendo às necessidades atuais, participação e eficácia organizacional; (2) programas participativos, como círculos de qualidade, feedback dos funcionários, enriquecimento do trabalho, equipas de trabalho, união da gestão, planos que fomentem a qualidade de vida no trabalho, participação nos ganhos e conceção de novos projetos; e (3) gestão de alto envolvimento, pela criação de uma abordagem eficaz da sua participação, transformando-a numa organização de alto envolvimento.

Sob um prisma complementar, assevera-se a pertinência da implementação dos sistemas de avaliação de gestão do desempenho conjuntamente com os sistemas de TQM

2

, aludindo-se o potencial destes na melhoria da rentabilidade das empresas, reforçada quando os gestores são avaliados por meio de medidas diretas de produção (Chenhall, 1997).

O estudo perpetrado pela American Management Association (2007) reconhece que as organizações de sucesso são sistemas dinâmicos com partes interdependentes e evoca algumas das características afetas às organizações com elevado desempenho, nomeadamente:

1) Falam e agem de modo consistente em toda a organização;

2) Entendem os seus clientes num nível muito elevado, sabendo o que os clientes precisam e com enfoque na satisfação das suas necessidades;

3) Gerem e compartilham informações a nível local, desenvolvendo e apoiando os seus supervisores;

4) Criam um ambiente centrado no trabalho em equipa, projetando os procedimentos e processos para a persecução de resultados comuns e mensuráveis; e

5) “Tratam bem” os funcionários para que os funcionários “tratem bem” a organização, esclarecendo os seus valores e expectativas atestados pelos mais elevados padrões de conduta ética.

O desempenho organizacional é assim influenciado pelos seus agentes intra e inter dependentes à própria organização, que podem ser traduzidos num modelo conceptual ilustrativo (figura 3) das suas diferentes dimensões (Mitchell, 2002, p. 3):

2

TQM: Total Quality Managment – Sistema de Gestão da Qualidade Total é uma filosofia integrada de gestão para melhorar

continuamente a qualidade de produtos e processos (Ahire, 1997).

(26)

26

Figura 3 – Diferentes dimensões do desempenho organizacional

Fonte: Mitchell, 2002, p. 3.

Complementarmente, assume-se ainda crucial no desenvolvimento e avaliação das múltiplas dimensões do desempenho organizacional a valoração dinâmica e contínua do conceito sustentabilidade, nas suas diferentes valências.

1.3 SUSTENTABILIDADE

O conceito de sustentabilidade tem assumido uma importância incremental ao longo dos anos, e é frequentemente definido comumente como o "desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir as suas próprias necessidades " (World Commission on Environment and Development, 1987). Esta definição surgiu em 1987 aquando da publicação de “O Nosso Futuro Comum”, também conhecido como Relatório de Brundtland.

Apesar de ser um conceito questionável por não definir quais são as necessidades do presente nem quais serão as do futuro, o relatório de Brundtland chamou a atenção do mundo sobre a necessidade de se encontrar novas formas de desenvolvimento económico, sem a redução dos recursos naturais e sem danos ao meio ambiente. Além disso, definiu três princípios básicos a serem cumpridos: desenvolvimento económico, proteção ambiental e equidade social.

Mesmo assim, o referido relatório foi amplamente criticado por apresentar como causa da situação de insustentabilidade do planeta, principalmente, o descontrole populacional e a miséria dos países subdesenvolvidos, colocando somente como um fator secundário a poluição ocasionada nos últimos anos pelos países desenvolvidos.

Contudo, o grande marco para o desenvolvimento sustentável mundial foi, sem dúvida a Conferência das

Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em junho de 1992

(ONU, 1992), onde foram aprovados uma série de documentos importantes, entre os quais a Agenda 21,

um plano de ação mundial, identificando, em 40 capítulos, 115 áreas de ação prioritária. É um documento

que procura guiar as nações para o desenvolvimento sustentável implicando diretrizes para a formulação

de políticas e práticas para a sustentabilidade, assentes no fortalecimento da democracia e da cidadania,

(27)

27

através da participação dos indivíduos no processo de desenvolvimento, combinando ideais de ética, justiça, participação, democracia e satisfação de necessidades.

A dimensão política, institucional, que hoje incorpora o desenvolvimento sustentável (eficiência económica, conservação ambiental e equidade social) será a responsável pela articulação destes três conjuntos de princípios, sendo o elemento humano o principal “ingrediente” para a sua diferenciação.

Sob um prisma privilegiadamente organizacional observam-se múltiplas iniciativas de desenvolvimento sustentável para corresponder às exigências e expectativas da sociedade, no entanto, estas ações parecem carecer de uma ligação direta à estratégia de negócios; torna-se assim imperativo para as organizações a criação de instrumentos de medição e avaliação do desempenho aquando da implementação dessas iniciativas (Székely & Knirsch, 2005).

Em consonância, o futuro da sustentabilidade corporativa deve ser assente na fomentação de uma cultura orientada para a sustentabilidade organizacional e na definição dos rumos e desafios à prática de gestão que possibilitem essa mudança de paradigmas (Linnenluecke & Griffiths, 2010).

Os conceitos e aceções no âmbito da sustentabilidade confluem para a pertinência primária e primordial da compreensão da relação entre o perfil do líder empreendedor e o desempenho organizacional na prossecução do seu sucesso estratégico.

1.4 O PERFIL DO EMPREENDEDOR E O DESEMPENHO ORGANIZACIONAL

Shaver (1995) anui uma dúbia relação entre a atividade empreendedora e as características pessoais do empreendedor assumidas como centrais, desde a orientação para o sucesso, o locus de controlo, a propensão para o risco e a criatividade.

Similarmente, a análise dos fatores determinantes do desempenho organizacional de Sandberg & Hofer (2002) declinam o modelo académico tradicional, que argumenta que o sucesso se alicerça unicamente nas características do empreendedor. Os autores sustentam um modelo mais amplo de avaliação que compreende não só as características do empreendedor mas também a estrutura da organização, a estratégia de risco envolvido e o meio onde esta se insere.

Em confluência, a visão de Sarasvathy (2004) sustenta o afastamento do paradigma de divisão estanque do mundo entre empreendedores e não empreendedores, instigando a premência da reestruturação das necessidades inerentes à atividade empreendedora.

O estudo da associação da orientação empreendedora e o desempenho organizacional foi também observado por Rauch et al. (citado por Schmidt & Bohnenberger, 2009) que asseveram pela análise efetuada da convergência entre os métodos objetivos e subjetivos de medição, uma diferença não significativa entre o efeito da orientação empreendedora no desempenho objetivo em relação ao seu efeito no desempenho percebido; os autores sustentam no entanto uma correlação positiva entre o perfil do empreendedor e o seu desempenho nas organizações.

Noutro domínio, evoca-se o contributo das investigações perscrutadas no âmbito da influência de

características empreendedoras no desempenho organizacional de Tracy et al. (citados por Shane et al.,

2003, p. 267) que salientam três aspetos centrais na medição do desempenho organizacional de

proprietários de pequenas empresas: desempenho financeiro, crescimento e inovação.

(28)

28

A medição do desempenho organizacional parece compreender uma capital importância na análise da sua relação com o perfil do empreendedor (Schmidt & Bohnenberger, 2009). De acordo com os autores, a sua medição assume dois sistemas distintos relativos ao seu resultado: medidas objetivas, que contemplam por exemplo, a faturação, o número de funcionários e o resultado operacional; e as medidas subjetivas, resultantes de inquéritos de opinião. Estes identificam algumas das características empreendedoras intrínsecas ao desempenho organizacional, destacando a importância da inovação, da pró-atividade e da agressividade competitiva.

Na aceção de Tasic (2007), a ideia de racionalidade limitada e de ambiguidade de objetivos parece caracterizar algumas das instâncias com as quais os empreendedores lidam no momento de empreender.

Assevera-se pertinente a compreensão do contexto situacional dos empreendedores no processo de iniciação e estruturação de novos negócios, sem uma definição clara de objetivos pré-estabelecidos e sem a capacidade de analisar todas as futuras variáveis ambientais que podem ter impacto nesses negócios.

Uma visão hodierna desta temática é considerada por Hockerts & Wüstenhagen (2010), que evocam a noção emergente do empreendedorismo sustentável no desempenho organizacional.

1.5 O PAPEL DO EMPREENDEDOR NA SUSTENTABILIDADE DAS ORGANIZAÇÕES Os princípios fundamentais intrínsecos ao empreendedor sustentável assentam em três dimensões essenciais, que se traduzem em benefícios globais a nível económico, social e ambiental, conducentes à sustentabilidade das comunidades.

Na aceção de Dunphy et al. (2003, p. 83), “As empresas são as células fundamentais da economia moderna. Se quisermos transformar a nossa economia para torná-la sustentável, então temos de fazer mudanças significativas na maneira de operar das empresas (…) que controlam a maioria dos recursos da nossa sociedade global (…) se quisermos ter liderança eficaz do movimento de sustentabilidade, então a maior parte do movimento deve vir do sector empresarial”.

Uma pesquisa a nível global desenvolvida pelo The Boston Consulting Group e o MIT Sloan Management Review (Journal of Applied Corporate Finance, 2012) aplicada a uma amostra representativa da população de 4.700 executivos permitiu concluir que mais de dois terços dos entrevistados concordaram que a sustentabilidade é "essencial para a competitividade"; anuiu-se também que o significado e a aplicabilidade do conceito “sustentabilidade” não assumem uma visão consentânea entre os executivos; no que concerne às suas limitações, as opiniões revelaram-se mais convergentes em mais de metade dos entrevistados que destacam as restrições à sua concretização e utilidade.

A perceção das diferentes dimensões e desafios da sustentabilidade precede a interrogação de qual o papel do empreendedorismo e do empreendedor nas organizações. Qual a sua preponderância em prol do desenvolvimento sustentável?

O fluxo emergente da literatura académica sobre empreendedorismo sustentável acrescenta uma nova

dimensão à promessa geral de empreendedorismo; não é mais o empreendedorismo que deveria apenas

resultar em sucesso económico: empreendedores sustentáveis devem gerir o "triple bottom line",

equilibrando a saúde económica, equidade social e resiliência ambiental através do seu comportamento

empreendedor; anui-se porém que a orientação para a sustentabilidade influencia a intenção

empreendedora, mas não para cada grupo de indivíduos (Kuckertz & Wagner, 2010). Noutra perspetiva,

(29)

29

Dean & McMullen (2007, p. 58) definem o empreendedorismo sustentável como "o processo de descobrir, avaliar e explorar as oportunidades económicas que estão presentes em falhas de mercado que prejudicam a sustentabilidade, incluindo aquelas que são ambientalmente relevantes".

Na visão de Parrish (2008), para nutrir o empreendedorismo sustentável o autor sugere que os educadores devem ter pelo menos as seguintes medidas, ordenadas pela prioridade: i) em primeiro lugar, deve ser dada atenção especial ao tecido executivo qualificado e a programas de educação continuada, que visem implementar modelos de negócio baseados em oportunidades para o empreendedorismo sustentável, no intuito de suprimir a lacuna aparentemente aberta pela experiência empresarial; ii) em segundo lugar, o potencial de imperfeições de mercado para revelar oportunidades empresariais sustentáveis deve ser um padrão integrante em cada ciclo de graduação.

A figura seguinte ilustra os campos do conhecimento do empreendedorismo sustentável:

Figura 4 – Campos do conhecimento do empreendedorismo sustentável

Fonte: Parrish, 2008, p. 5.

A compreensão do empreendedorismo sustentável de Kuckertz & Wagner (2010) propõe a adição de uma outra variável na equação: a orientação para a sustentabilidade de um indivíduo, uma vez que os interesses do indivíduo são importantes para entender a origem das organizações.

Os modelos recentes relativos ao contexto do empreendedorismo sustentável integram a relevância dos fatores contextuais nas intenções empreendedoras além dos fatores comportamentais, destacando-se a visão de Lüthje & Franke (2003) que atestam a premência da diferenciação dos fatores contextuais na perceção de: i) barreiras ao empreendedorismo; e ii) apoio ao empreendedorismo.

Numa consideração incremental, a tendência do empreendedor para a sustentabilidade de acordo com Parrish (2008) pode assentar em diferentes propósitos para a experiência útil subsequente, nomeadamente ao nível do potencial económico e da formação académica.

Em paralelismo, Kuckertz & Wagner (2010, p. 529) atestam que “a relação positiva entre a orientação de

um indivíduo para a sustentabilidade e a intenção empresarial será mais forte para indivíduos

inexperientes em negócios do que para indivíduos experientes”, ilustrada de seguida:

(30)

30

Figura 5 – O efeito da experiência em negócios na relação da orientação para a sustentabilidade e a intenção empreendedora

Fonte: Kuckertz & Wagner, 2010, p. 528.

Sob um prisma cognitivo e comportamental notabiliza-se a perspetiva de Wells (2005) que considera algumas valências cívicas dos empresários preponderantes ao nível do empreendedorismo sustentável, nomeadamente: i) são procuradores de riqueza e criadores de riqueza; ii) vêem a "big picture" e os limites entre as suas empresas e o mercado são adaptáveis; iii) entendem, valorizam e estimulam a interdependência e interligação dos componentes do sistema; iv) são os criadores e inovadores; v) não procuram saquear um componente do sistema, mas compreendem, nutrem e elevam o desempenho de todo o sistema na geração de capital novo para sustentar novas comunidades empresariais e riqueza.

Uma conduta holística, diligente e operacional do empreendedor assevera-se assim determinante para o êxito na prossecução estratégica da sustentabilidade, intra e inter organizacional.

1.6 SINOPSE DA DIMENSÃO RELACIONAL ENTRE EMPREENDEDORISMO, SUSTENTABILIDADE E DESEMPENHO ORGANIZACIONAL

Numa perspetiva orgânica e privilegiadamente comportamental, compendia-se que a orientação empreendedora alicerça as suas origens no planeamento, análise, tomada de decisão, cultura, sistema de valores e missão, que definem a estratégia empresarial e que condicionam o desempenho e sustentabilidade de uma organização (Rauch et al., 2008).

O tríplice empreendedorismo, sustentabilidade e desempenho organizacional observa uma relevância incremental no futuro do desenvolvimento global.

O empreendedorismo sustentável visa a promoção da equidade social e melhoria ambiental; sob o ponto de vista empresarial, atenta-se a ênfase na oportunidade de inovação de produtos, serviços e processos mais eficientes e menos nocivos para a sociedade e ambiente, que por sua vez refletem o progresso do desempenho organizacional (Basu et al., 2008).

O desenvolvimento sustentável assume-se como um dos pilares da estratégia organizacional, na qual as suas valências cruciais – financeira, ambiental e social – devem constituir a ferramenta primária para um empreendedorismo pró-ativo que alerte não só para as imperfeições de mercado existentes como também desenvolva organismos que apoiem a alocação de recursos e práticas ambientais (Hall et al., 2010).

A representação sintetizada e ecuménica da dimensão relacional dos conceitos aludidos é ilustrada na

figura seguinte que compreende a análise da capacidade empreendedora na constituição de um negócio

(Yencken & Gillin, 2002):

(31)

31

Figura 6 – Capacidade empreendedora e desenvolvimento de uma nova TBF: Empresa de Base Tecnológica

Fonte: Yencken & Gillin, 2002.

Uma visão consentânea dos conceitos e aceções evocadas permite anuir a pertinência do papel do

empreendedor nas organizações atuais que se regem pelos novos paradigmas de inovação e

desenvolvimento sustentáveis, em que a otimização do desempenho organizacional afigura uma

preponderância central. O desafio da diferenciação numa sociedade cada vez mais informada, exigente e

volátil assume uma capital importância para o empreendedor sustentável que deve intentar edificar uma

liderança multidisciplinar, fundeada não só nos seus princípios comportamentais, mas que contemple

também as dimensões sociais, económicas e ambientais na fomentação de um empreendedorismo com

legitimidade organizacional e de pragmática eficácia, hoje e amanhã.

(32)

32

CAPÍTULO II:

EMPREENDEDORISMO E DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL

NUMA ÓTICA DE SUSTENTABILIDADE

(33)

33

2.1 COMPETÊNCIAS CENTRAIS NA CRIAÇÃO DE UM NEGÓCIO

A explanação preliminar com enfoque no papel do indivíduo na formação do perfil do empreendedor e da sua relação no desempenho organizacional possibilita agora a análise multidimensional da interação do indivíduo na criação do seu próprio negócio.

Shane & Venkataraman (2000, p. 218) anuem que a perceção do posicionamento do indivíduo na edificação da sua empresa pode constituir a chave para a compreensão “por que, quando e como os diferentes modos de ação são usados para explorar as oportunidades empresariais”.

A aceção de Gartner (citado por Shook et al., 2003, p. 380) considera que “a criação de uma organização não é instantânea, mas é evolutiva. É um processo de conceção e de execução”.

Em confluência, Schmidt & Bohnenberger (2009) assumem que o planeamento do próprio negócio pode ser considerado determinante para o sucesso do empreendimento.

Shook et al. (2003) sugestionam um modelo organizacional (ilustrado na figura seguinte) que contempla as diferentes fases da criação de um negócio por parte de um empreendedor. Os autores destacam os principais agentes condicionantes, desde as intenções empreendedoras, o seu desenvolvimento e concretização, a procura de oportunidades por descobrir, a tomada de decisão da exploração ou não dessas oportunidades, aliadas à consideração por parte do empreendedor da idiossincrasia volátil dos mercados, ao longo de todo o processo:

Figura 7 – Modelo organizacional das diferentes fases da criação de um negócio

Fonte: Shook et al. (2003, p. 381).

O Parlamento Europeu e Conselho (2006, p. 17) destaca o espírito de iniciativa e o espírito empresarial como “a capacidade de os indivíduos passarem das ideias aos atos (...). Compreendem a criatividade, a inovação e a assunção de riscos, bem como a capacidade de planear e gerir projetos para alcançar objetivos (…) Nos conhecimentos necessários incluem-se capacidade de reconhecer as oportunidades

Indivíduo Empreendedor PSICOLÓGICO Personalidade

Crenças Valores Atitudes Necessidades Traços

CARATERÍSTICAS Demográficas (e.g. género, idade) Educação

Experiências passadas Competências

COGNIÇÕES Conteúdo – estruturas de conhecimento Processo – preconceitos e heurísticas

Intenção Empreendedora

Procura e Descoberta de Oportunidade

Decisão de explorar pela criação de novas empresas

Oportunidade

Exploração de Atividades

(34)

34

existentes para o lançamento de atividades pessoais, profissionais e/ou empresariais, incluindo questões de âmbito mais global que determinam o contexto em que as pessoas vivem e trabalham, como sejam uma compreensão alargada do funcionamento da economia e as oportunidades e os desafios que se deparam a um empregador ou a uma organização. Os indivíduos devem também estar conscientes da posição ética das empresas e de como estas podem constituir uma força positiva, por exemplo através do comércio justo ou através da gestão social de empresas”.

Em anuência, Thomas Begley (1995) atesta que os empreendedores assumem uma postura orientada para o crescimento e Manfred Kets de Vries (citado por Vecchio, 2003, p. 314) sustenta que a necessidade de controlo, o sentimento de desconfiança, o desejo de aplausos e a propensão para a ação aparentam-se implícitos à intenção empreendedora. Numa abordagem sócio comportamental, as competências de autoeficácia, reconhecimento de oportunidades, perseverança, capital humano e social são requisitos determinantes para o sucesso dos empreendedores na criação do próprio negócio (Markman & Baron, citados por Schmidt & Bohnenberger, 2009).

No parecer de Vecchio (2003), o domínio do empreendedor das técnicas de persuasão social, poder e política, apreensão e desenvolvimento de modelos estabelecidos de liderança, aliados ao feedback das suas competências sociais e à formação ativa dos colaboradores, traduzem-se na potencialidade de sucesso da criação de um negócio; numa perspetiva dissemelhante, o autor alerta a possível tendência para o excesso de confiança que pode culminar num resultado desastroso para os objetivos da organização, colocando em risco a sua viabilidade futura.

Um novo paradigma inerente ao potencial de sucesso no desenvolvimento de uma atividade empresarial é perscrutado por Hockerts & Wüstenhagen (2010), o empreendedorismo social

3

. A investigação dos autores nesta temática permitiu-lhes anuir que o conceito de empreendedorismo social, presença recente na discussão académica, deve aproximar-se do conceito de empreendedorismo sustentável, em que o empreendedor assume um papel preponderante na criação sincrónica de valor económico, social e ambiental.

Uma compreensão mais abrangente das competências comportamentais do empreendedor na criação de um negócio é perpetrada por Vecchio (2003, p. 320) que compendia o processo e o seu contexto num modelo composto por três fases centrais – pré-lançamento e lançamento, a monitorização contínua e a saída – como ilustra a figura seguinte:

3

“Empreendedorismo Social é o processo de procura e implementação de soluções inovadoras e sustentáveis para problemas

importantes e negligenciados da sociedade que se traduz em Inovação Social, sempre que se criam respostas mais efetivas

(relativamente às alternativas em vigor) para o problema em questão.” (Santos, 2013, p. 335).

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