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A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO PARA A SEGURANÇA DO TRANSITO

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A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO PARA A SEGURANÇA DO TRANSITO

Hilton Junior Vasconcellos1 Erika Carolina dos Santos Vieira Rios2 Paulo Sergio Tavares3

1Graduado em História – email:vasconcelloshj@hotmail.com

2 Graduada em Engenharia Agronômica, Mestre em Engenharia Ambiental, Especialista em Gestão e Educação Ambiental email:erikacvrios@terra.com.br

3 Graduado em História.

RESUMO

Este estudo visou abordar a importância da educação do trânsito para a segurança da população. A pesquisa é de natureza qualitativa e de caráter descritivo. As campanhas educativas devem ser implementas por meio de Projetos. Esses por sua vez tem o objetivo de atingir determinado fim, em tempo pré-estabelecido .Com isto, o órgão de trânsito deve atender diferentes públicos, e deverá desenvolver um Programa de Educação para o Trânsito, com uma série de projetos, campanhas ou ações, com objetivo comum, ou seja, buscando uma mudança de comportamento e cultura no trânsito com vistas á segurança dos usuários das vias.

Palavras-Chave: Educação do Trânsito. Direção Defensiva.

1 INTRODUÇÃO

O trânsito no cotidiano é cercado por perigos, mas para vivermos e convivermos é necessário tomarmos alguns cuidados.

Os acidentes nas vias não ocorrem por obra do acaso, destino ou azar. O que acontece é a imprudência, a imperícia, ou seja, acontece por ações ou omissões. E a conta por todos esses erros quem paga é toda a sociedade.

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E os prejuízos não são apenas econômicos, são antes famílias que perdem seus entes, pessoas que sofrem acidentes e carregam o dano para o resto de suas vidas, e demais prejuízos sociais para os indivíduos e suas famílias.

Tendo em vista estas questões, temos que a melhor maneira para se dirigir pelas vias se dá aplicando princípios de direção defensiva, ou direção segura, porque ajuda a preservar a vida, a saúde e o meio ambiente. Mas, como poderíamos melhor definir direção defensiva?

“É a forma de dirigir, que permite a você reconhecer antecipadamente as situações de perigo e prever o que pode acontecer com você, com seus acompanhantes, com o seu veículo e com os outros usuários da via”.

No trânsito os riscos e perigos que estamos sujeitos, segundo a cartilha do DENATRAN, estão relacionados aos:

 Os Veículos;

 Os Condutores;

 As Vias de Trânsito;

 O Ambiente;

 O Comportamento das pessoas.

E cada um desses pontos precisam ser observados atentamente, para que seja executada uma direção defensiva, ou seja, que esteja observando os riscos e buscando minimiza-los.

2. A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO

Para compreender este conceito, é importante conhecer a conjuntura mundial e nacional que proporcionaram tal fenômeno.

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A partir da industrialização, no final do século XIX, a estrutura social na Europa começa a mudar, principalmente com concentração de pessoas nos centros urbanos. Este fenômeno vai ser percebido no Brasil a partir dos anos 40 (Fausto,1993, p. 324 a 326) com o fim das oligarquias agrárias e o auge da era Vargas, quando começa a fase de industrialização do país. É justamente neste contexto que surge o primeiro Código Nacional de Trânsito, em 1941, com o objetivo de disciplinar a circulação de motoristas e pedestres.

Pode-se afirmar que, “Nessa conjuntura, também, surgiu um anteprojeto de Educação no Trânsito para escolas, objetivando viabilizar a organização e a execução de um programa sistemático de educação do pedestre e do motorista, definido como operador de veículo” (Salamoni, 2004, p.

98).

Segundo Salamoni (2004), a carência de recursos, a relevância do tema frente a uma sociedade que estava começando a conhecer as vantagens e desvantagens dos veículos e, até mesmo, a falta de profissionais habilitados foram as principais dificuldades para a implantação da temática, de forma espontânea, no universo escolar.

O ciclo da expansão econômica dos anos 1957/1961 “correspondeu a constituição decisiva da industrialização pesada no Brasil”, em que se articulou, durante o governo Kubitschek, um Plano de Metas, como a necessidades do complexo industrial era maior do que o complexo ferroviário poderia comportar, neste sentido, o sistema ferroviário esteve destinado a ceder lugar ao sistema rodoviários onde os recursos públicos tiveram prioridades para sua ampliação(Braga & Agune, 1979, p. 21).

Neste período, a preocupação era tão grande em se desenvolver uma rede rodoviária pois os problemas de comportamento, que já começavam a ocasionar conflitos pelas vias de trânsito, como nos coloca Beux (1960) “a infortunística estradal ceifa mais vidas do que as guerras”, com isto vemos que, a educação já deveria estar presente desde o início nos bancos escolares, “pois que o indivíduo deve reconhecer a necessidade de submissão ao interesse público”, já ensejando um grande pacto social, o qual era chamado pela imprensa, rádio e televisão educativa e radio

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fusão em geral de sistemática campanha do trânsito que, por sua vez, ambicionava a formação de profissionais especializados para auxiliar nesta tarefa, bem como a criação de entidades civis especializadas nestas questões (Beuax, 1969, p. 38).

Em 1964, com o Programa de Ação Econômica do Governo (1964/1966), começou novamente a se levantar a inviabilidade de investimentos em ferrovias, pois onerava a união, dando muito pouco retorno aos cofres públicos, já o “padrão automobilístico - rodoviário era reforçada por instrumentos tributários que lhe asseguravam financiamento independente das restrições orçamentárias” (Braga & Agune, 1979, p.43), por outro lado, “a contribuição dos automóveis através do imposto único que cobre praticamente a totalidade da despesa da Nação com as rodovias” (Braga & Agune, 1979,p.44).

Nos anos 1968/1970, no Programa Estratégico de Desenvolvimento e no reforço à infraestrutura para o crescimento, entre 70 e 74, o Brasil conhece um momento de recuperação econômica “ao qual se sucederão anos de intenso crescimento com a liderança do setor industrial de bens de consumo duráveis” (Braga & Agune, 1979, p.44).

Observa-se que está ausente dos planos, desde 1964, qualquer preocupação quanto ao papel social e de educação com a utilização de todos esses novos paradigmas que começam a se formar.

No período do Regime Militar (1964-1985), conforme Salamoni (2004), criou-se a obrigatoriedade dos órgãos gestores do trânsito, para que, pelo menos uma vez por ano, se realizasse uma campanha educativa de trânsito, responsabilizando também o Ministério da Educação e Cultura para a divulgação de noções de trânsito nas escolas primárias e médias do país.

Nesta época, foram produzidos cartilhas sobre educação para o trânsito, com regras básicas de comportamento no trânsito. Este procedimento, que não levava em consideração fatores como regiões do país, nível sócio-econômico e faixa etária da população atingida, mesmo assim contribuiu para a formação de uma primeira cultura de educação para trânsito entre a população.

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Esta cultura, entretanto, era baseada simplesmente em respeito a regras, cumprimento de leis.

Não havia ainda uma preocupação de conscientização dos motoristas e pedestres sobre os riscos e responsabilidades relativas a este sistema tão complexo.

Este tipo de concepção de educação não buscava envolver os atores do trânsito na escolha de situações mais seguras, mas simplesmente fazê-los respeitar uma legislação, sob ameaça de punição (multa), a qual, no Brasil, pela cultura da impunidade, muitas vezes, não vinha, ou era burlada através de propinas diretas aos representantes do esforço legal.

O primeiro sinal de mudança nesta conjuntura acontece em 1976 em São Paulo, quando a CET (Companhia de Engenharia e Tráfego), primeira empresa municipalizada de trânsito no Brasil, então, com três anos, preocupada com o alto índice de acidentalidade e o evidente problema comportamental “um trabalho junto à população com o objetivo de colher informações que servissem de base para a adequação de comportamentos de trânsito em todos os níveis”.

Este trabalho gerou um projeto de educação de trânsito. Um processo de aprendizagem, que implica em atuação contínua e na consciência de que a conquista das condutas ideais se faz gradativamente, e em longo prazo.

Com as experiências adquiridas por meio de exaustivos trabalhos junto à população, estruturou-se na CET uma equipe de técnicos voltados exclusivamente para a educação de trânsito, que consiste em:

 Educação de trânsito nas escolas (projeto escola);

 Treinamento de motoristas profissionais (táxi-ônibus);

 “Ação comunitária (Trabalho com a comunidade).”

Em 1978, o Ministério da Justiça lança um Plano Nacional de Segurança no Trânsito, no qual traz as diretrizes para a Educação de Segurança de Trânsito (Diretrizes de Segurança de Trânsito, 1978, pg. 37-58), no qual afirma que 70% dos acidentes de trânsito são em função do

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comportamento, tanto de motoristas, quanto de pedestres, por isso “se faz necessário que todas as entidades co-responsáveis pelas ações no trânsito empreendam esforças coordenados, visando a promover, com a maior brevidade possível, a elevação do nível de conhecimento da população sobre a segurança de trânsito” (Diretrizes de segurança de Trânsito, 1978).

Porém, refletir sobre o tema trânsito de forma mais ampla, voltada para a conscientização, além do regramento, só vai ganhar espaço a partir da metade da década de 80, com a realização de simpósios e congressos sobre o tema.

Em 1981, em São Paulo, constitui-se o primeiro grupo de educação para o trânsito e realiza-se o primeiro congresso nacional sobre trânsito. Simultaneamente, nesse mesmo período, o aumento do número de veículos e do tamanho das cidades, bem como a glamourização cultural da velocidade (músicas e filmes disseminavam o gosto pela transgressão nos carros), associada à sentimentos de liberdade, juntamente com os símbolos de poder representados pelos veículos mais potentes, levam a um aumento da violência no trânsito.

Estes fatores, dentre outros, levaram o Congresso Nacional a promulgar, em 1997, um Novo Código Brasileiro de Trânsito, que viria com a intenção de punir de forma bem mais severa todos os abusos cometidos no trânsito.

Ao mesmo tempo, a nova lei, refletindo os esforços das equipes de educação de trânsito, da imprensa e da própria sociedade, também reforça que: “tão importante quanto ao esforço legal para a coibição das infrações, é a necessidade da reeducação comportamental no trânsito, que também deve estar integrado com a engenharia de trânsito e tráfego”.

Uma educação de qualidade é um desafio de todos os envolvidos no processo de modernização da cidade, desde os órgãos gestores públicos, empresas, escolas até a população em geral, cada um com sua parcela de contribuição e responsabilidade. Porém, o problema “Acidentes de Trânsito” tem sido incorporado ao cotidiano da vida das pessoas, silenciosa e assustadoramente.

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Conhecer melhor essa realidade, criando subsídios para tomada de decisão e implementação de ações pelos organismos legalmente responsáveis, é o primeiro passo para a mudança dessa cruel realidade.

3 CONCEITO DE EDUCAÇÃO

Para introduzir esta nova temática, partiremos das análises do autor que é referência nos estudos sobre educação, Paulo Freire (1996).

Paulo Freire em sua obra “Pedagogia da Autonomia”, descreve uma série de questões que envolvem a prática da educação, e começa descrevendo que: “ensinar não é transferir o conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção”. (FREIRE, 1996, p. 12).

Freire (1996) tem sua concepção de educação por meio da construção de conhecimento, que não flui apenas do educador, mas na verdade é uma troca entre educando e educadores, onde descreve:

Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeito, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Quem ensina alguma coisa a alguém. (FREIRE, 1996, p. 12).

Ainda Freire (1996), vai dizer que, uma das funções do educador é despertar o educando para a necessidade de conhecimento.

O que quero dizer é o seguinte: quanto mais criticamente se exerça a capacidade de aprender tanto mais se constrói e desenvolve o que venho chamando “curiosidade epistemológica”, sem a qual não alcançamos o conhecimento cabal do objeto. (FREIRE, 1996, p.13).

Freire (1996), neste estudo aborda a que para ensinar é necessário respeito aos saberes dos educandos.

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Por que não discutir com os alunos a realidade concreta a que se deva associar a disciplina cujo conteúdo se ensina, a realidade agressiva em que a violência é a constante e a convivência das pessoas é mito maior com a morte do que com a vida? Por que não estabelecer uma necessária “intimidade” entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduos? Por que não discutir as implicações políticas e ideológicas de um tal descaso dos dominantes pelas áreas pobres da cidade? A ética de classe embutida neste descaso? Porque, dirá um educador reacionariamente pragmático, a escola não tem nada a ver com isso. A escola não é partido. Ela tem que ensinar os conteúdos, transferi-los aos alunos. Aprendidos, estes operam por si mesmos. (FREIRE, 1996, p. 15).

Quando pensamos na estrutura básica de análise de educação (FREIRE,1996), e tentamos aproximar isto para a realidade do estudo em questão, vemos que a construção do conhecimento é uma das estratégias para a disseminar a educação para o trânsito e como esta precisa estar também associada aos cotidianos/ realidades dos condutores, não sendo algo distante e que não contemple-os enquanto indivíduos.

4 EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO

É necessário compreender inicialmente que o trânsito é feito pelas pessoas. E, como nas outras atividades humanas, quatro princípios são importantes para o relacionamento e a convivência social no trânsito como estabelece a cartilha do DENATRAN.

A dignidade da pessoa humana é o primeiro principio, do qual derivam os Direitos Humanos e os valores e atitudes fundamentais para o convívio social democrático, como o respeito mútuo e o repúdio às discriminações de qualquer espécie, atitude necessária à promoção da justiça.

A igualdade de direitos é segundo princípio. Todos têm a possibilidade de exercer a cidadania plenamente e, para isso, é necessário ter equidade, isto é, a necessidade de considerar as diferenças das pessoas para garantir a igualdade o que, por sua vez, fundamenta a solidariedade.

Outro principio, é o da participação, que fundamenta a mobilização da sociedade para organizar- se em torno dos problemas de trânsito e de suas consequências.

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Por fim, o princípio da co-responsabilidade pela vida social, que diz respeito à formação de atitudes e ao aprender a valorizar comportamentos necessários à segurança no trânsito, à efetivação do direito de mobilidade a todos os cidadãos e a exigir dos governantes ações de melhoria dos espaços públicos.

A sociedade brasileira se expressa com alguns princípios e valores que as pessoas acabam levando para o trânsito, porém, muitos desses valores não correspondem a atitudes que levam a um trânsito que este indivíduo também esteja preocupado com o outro.

Tendo em vista os alarmantes índices de acidentalidade e os conflitos inerentes à mobilidade urbana que implicam redução dos padrões de qualidade de vida e do próprio exercício da cidadania, temos que as ações educativas no trânsito, aliadas as ações da engenharia e do esforço legal, possam contribuir significativamente para a mudança desse cenário, a fim de construir uma nova cultura pautada em valores de segurança, respeito, solidariedade e utilização equitativa do espaço público, em detrimento da cultura de violência instaurada hoje na sociedade.

No art. 74, 75 e 76 do Código de Trânsito Brasileiro, lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997.estabelece que:

Art. 74. A educação para o trânsito é direito de todos e constitui dever prioritário para os componentes do Sistema Nacional de Trânsito.

§ 1º É obrigatória a existência de coordenação educacional em cada órgão

§ 2º Os órgãos ou entidades executivos de trânsito deverão promover, dentro de sua estrutura organizacional ou mediante convênio, o funcionamento de Escolas Públicas de Trânsito, nos moldes e padrões estabelecidos pelo CONTRAN.

Art. 75. O CONTRAN estabelecerá, anualmente, os temas e os cronogramas das campanhas de âmbito nacional que deverão ser promovidas por todos os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito, em especial nos períodos referentes às férias escolares, feriados prolongados e à Semana Nacional de Trânsito.

§ 1º Os órgãos ou entidades do Sistema Nacional de Trânsito deverão promover outras campanhas no âmbito de sua circunscrição e de acordo com as peculiaridades locais.

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§ 2º As campanhas de que trata este artigo são de caráter permanente, e os serviços de rádio e difusão sonora de sons e imagens explorados pelo poder público são obrigados a difundi-las gratuitamente, com a frequência recomendada pelos órgãos competentes do Sistema Nacional de Trânsito.

Art. 76. A educação para o trânsito será promovida na pré-escola e nas escolas de 1º, 2º e 3º graus, por meio de planejamento e ações coordenadas entre os órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito e de Educação, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nas respectivas áreas de atuação.

Parágrafo único. Para a finalidade prevista neste artigo, o Ministério da Educação e do Desporto, mediante proposta do CONTRAN e do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras, diretamente ou mediante convênio, promoverá:

I - a adoção, em todos os níveis de ensino, de um currículo interdisciplinar com conteúdo programático sobre segurança de trânsito;

II - a adoção de conteúdos relativos à educação para o trânsito nas escolas de formação para o magistério e o treinamento de professores e multiplicadores;

III - a criação de corpos técnicos interprofissionais para levantamento e análise de dados estatísticos relativos ao trânsito;

IV - a elaboração de planos de redução de acidentes de trânsito junto aos núcleos interdisciplinares universitários de trânsito, com vistas à integração universidades- sociedade na área de trânsito.

A educação para o trânsito é direito de todos e constitui dever prioritário do poder público, ou seja, dos componentes do Sistema Nacional de Trânsito. Como vimos nos artigos 74, 75 e 76 do Código de Trânsito Brasileiro a educação para o trânsito deve ser promovida desde a pré-escola ao ensino superior, por meio de planejamento e ações integradas entre os diversos órgãos do Sistema Nacional de Trânsito e do Sistema Nacional de Educação.

Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, mediante proposta do Conselho Nacional de Trânsito e do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras, cabe ao Ministério da Educação, promover a adoção, em todos os níveis de ensino, de um currículo interdisciplinar sobre segurança de trânsito, além de conteúdos de trânsito nas escolas de formação para o magistério e na capacitação de professores e multiplicadores.

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O processo de educação para o trânsito deve ultrapassar o formato de mera transmissão de informações. Por ter o foco no ser humano, trabalhar a possibilidade de mudança de valores, comportamentos e atitudes. Não deve se limitar a eventos esporádicos. Mas pressupõem um processo de aprendizagem continuada e deve utilizar metodologias diversas para atingir diferentes faixas etárias.

No processo de educação para o trânsito torna-se importante a disseminação de informações e a participação da população na resolução de problemas de trânsito, principalmente quando da implantação de mudanças, e só se pode falar que a educação para o trânsito foi eficaz quando a população que foi alvo se conscientiza de seu papel como alguém que pode atuar modificando seus comportamentos indevidos. Uma comunidade mal informada não reage positivamente a ações educativas.

A sociedade brasileira e o governo, a cada dia tem se mostrado sensíveis e atentos à participação aos investimentos em ações que visam à educação para o trânsito. Porém, é necessário fomentar e executar programas educativos contínuos, junto às escolas regulares de ensino e junto à comunidade organizada, centrados em resultados e integrados aos outros aspectos da gestão do trânsito, principalmente com relação à segurança, à engenharia de tráfego e à fiscalização.

Com isto, tonar-se necessário uma educação no trânsito e mudar comportamentos para uma vida coletiva com qualidade e respeito, e que para isto exige uma tomada de consciência das questões em jogo no convívio social, portanto na convivência no trânsito. E somente com a escolha dos princípios e dos valores que irá levar a um trânsito mais humano, harmonioso, mais seguro e mais justo.

5. O TRÂNSITO E AS AÇÕES PEDAGOGICAS

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As ações de educação para o trânsito devem ser realizadas pelos diferentes órgãos do Sistema Nacional de Trânsito tenham unidade, e atingir os objetivos de forma mais eficiente, essas devem contemplar toda a comunidade e ainda serem adequadas ao público-alvo.

Mais importante do que reproduzir cartilhas e materiais, e distribuir de forma aleatória é fundamental repensar o objetivo de cada ação e o resultado que se deseja alcançar. Por isto, tratar e medir a eficácia dessas ações é algo complexo, que exige planejamento, monitoramento, manutenção e avaliação constante, porém, de extrema importância para a sua eficácia.

Planejar, executar e mensurar as ações é de vital importância para o sucesso das ações educativas e para a melhoria contínua dos programas municipais de trânsito. Para tanto, se faz necessária uma pequena distinção, quanto ao método pedagógico de repassar a educação para o trânsito, pois a equipe de educação atuará tanto na educação formal (realizada em estabelecimentos de ensino como escolas e universidades) quanto na educação informal (realizada na sociedade através da família, associações de bairros, clubes, associações esportivas e recreativas, igrejas e outras esferas da sociedade).

5.1EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO

A Coordenadoria de educação para o trânsito é um setor destinado ao planejamento, a execução e gestão de projetos e ações de educação para o trânsito no município. Sua obrigatoriedade está prevista no Código de Trânsito Brasileiro, no artigo 74.

Art. 74. A educação para o trânsito é direito de todos e constitui dever prioritário para os componentes do Sistema Nacional de Trânsito.

§ 1º É obrigatória a existência de coordenação educacional em cada órgão ou entidade componente do Sistema Nacional de Trânsito.

§ 2º Os órgãos ou entidades executivos de trânsito deverão promover, dentro de sua estrutura organizacional ou mediante convênio, o funcionamento de Escolas Públicas de Trânsito, nos moldes e padrões estabelecidos pelo CONTRAN.

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Recomenda-se que tal setor conte com uma equipe multidisciplinar, composta por profissionais qualificados nas áreas de educação e de trânsito. Neste sentido, o município poderá compor esta coordenação com profissionais do órgão, assim como profissionais cedidos de outras secretarias, para executar a propostas de educação para o trânsito.

A Educação de Trânsito está contemplada no artigo 23, inciso XII da Constituição Federal (1988);

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.

A função da Coordenadoria de Educação para o Trânsito é atuar na elaboração e no desenvolvimento de Projetos, Programas e Campanhas Educativas visando o desenvolvimento de uma cultura de paz no trânsito, onde motoristas, motociclistas e ciclistas exerçam condutas cidadãs como usuários das vias. As ações proporcionadas pela equipe técnica, ao longo do país, têm atingido instituições de educação formal e não formal, empresas e a comunidade em geral na busca de mudanças de atitudes que desenvolvam uma nova consciência do trânsito, com isto, procurando se fazer presentes em todas as áreas onde se encontre o indivíduo. O Código de Trânsito Brasileiro no artigo 1º § 2°, prevê:

§ 2° O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das respectivas competências, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito.

5.2 AÇÕES EDUCATIVAS

Para dar seguimento a ações educativas, se faz necessário distinguir programa, projetos e campanhas:

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Por campanha educativa entende-se toda a ação que tem por objetivo informar, mobilizar, prevenir ou alertar a população ou segmento da população para adotar comportamentos que lhe tragam segurança e qualidade de vida no transito e isto se encontra na Resolução 314/09 do CONTRAN. E para a realização das campanhas, temos que esses são de tempo determinado.

Os projetos tem por intenção realizar um plano, se elabora uma ação para atingir determinado resultado, possui duração determinada e possui um conjunto de medidas ou providências a serem tomadas. Programa é um conjunto de projetos (plano de ação) inter-relacionados com objetivo comum.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Temos que, a campanha educativa é implementa através de um Projeto. Um projeto por sua vez é um conjunto de ações para atingir determinado fim, em tempo pré-estabelecido. E o programa é o conjunto de projetos, campanhas e ações.

Com isto, o órgão de trânsito deve atender diferentes públicos, e deverá desenvolver um Programa de Educação para o Trânsito, com uma série de projetos, campanhas ou ações, com objetivo comum, ou seja, buscando uma mudança de comportamento e cultura no trânsito com vistas á segurança dos usuários das vias.

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