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RAFAELA VERONA DE FREITAS Â ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE ÈDUCAÇÃO FÍSICA COMO RESPONSÁVEL TÉCNICO DÈ UMA ACADEMIA

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RAFAELA VERONA DE FREITAS

 ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE ÈDUCAÇÃO FÍSICA COMO RESPONSÁVEL TÉCNICO DÈ UMA ACADEMIA

Monografia apresentada como requisito parcial para conclusão do Curso de Bachârel em Educação Física, do Departamento de Educação Física, Setor de Ciências Biológicas, da Universidade Federal do Paraná.

ORIENTADORA: MS. LETÍCIA GODOY

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me ensinou a correr atrás, a ser lutadora, como ela, a nunca desistir, uma grande mulher e uma verdadeira guerreira, minha

“mamis”. Obrigada por sempre me apoiar.

Te amo, minha gatinha.

(3)

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por estar presente em minha vida, em especial nesse último ano.

Aos meus pais, Antônio e Joce, pela vida, pelo amor, carinho, dedicação, companheirismo e até pelas broncas, afinal sem elas eu não teria chegado até aqui, pois aprendi com as brigas e com vocês a correr atrás. Obrigada, amo vocês. Vocês são fundamentais.

Aos meus irmãos, Camila, Aline, Patrícia e Marcelo, cada um com suas particularidades, mas todos me ajudando a construir de alguma forma, seja pelo empréstimo do computador, ou por ditar uma citação longa para mim, ou até mesmo, e talvez o mais importante, ajudar a seguir enfrente, transpondo as pedras do caminho, e, às vezes, ajudando a carregar o fardo. Obrigada. Amo vocês. Obrigada aos meus cunhados, Pedro e Fábio, e desculpem as minhas intromissões de vez em quando.

Ao Ro. Você sabe tudo que você representa e o quão importante é para mim.

Obrigada por me fazer feliz, pela sua paciência, pelo seu ombro, pelas suas puxadas para a realidade, enfim, por entender esse momento. Te amo e será para sempre.

Aos meus bebes, Gabi, Lucas e Lari, por me fazerem sorrir.

À família que me acolheu e me transformou em membro, me deixando muito a vontade com eles: Cleonice, Luana e Ézio.

As Milola’s: Ali, Cami, Carla, Fer e Yoyo. Vocês foram essenciais nessa longa caminhada. Obrigada por tudo, até pelos desentendimentos. Vou sentir falta de vocês no meu dia-a-dia. Amo vocês, e Carlinha, você fez falta.

A Tiane, pelos livros, mas principalmente por estar sempre presente na minha vida nos momentos importantes. Amo você amiga.

Aos entrevistados, que são mais que companheiros de trabalho são amigos.

Obrigada.

À Letícia, que como ela mesmo diz, é gente muito gente. Obrigada por ter sido mais que uma orientadora, ter sido uma amiga, que trocou experiências e chorou muito comigo. Vou sentir falta dessa convivência quase que diária.

A todos os professores da graduação. Muito obrigada pelo conhecimento

transmitido.

(4)

LISTA DE QUADROS...v

RESUMO... vi

ABSTRACT... vii

1 INTRODUÇÃO... 1

2 REVISÃO DE LITERATURA... 4

2.1 DA ANTIGUIDADE A MODERNIDADE...4

2.2 O RESPONSÁVEL TÉCNICO E SUAS ATRIBUIÇÕES... 6

3 METODOLOGIA...12

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO... 12

3.2 PARTICIPANTES DO ESTUDO... 12

3.3 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS... 13

3.4 TRATAMENTO DOS DADOS... 13

4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DAS DECLARAÇÕES DOS ENTREVISTADOS 15 5 DISCUSSÃO DAS DECLARAÇÕES... 20

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 22

REFERÊNCIAS...24

ANEXOS 26

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - CATEGORIAS DE ENTENDIMENTO E SÍNTESE DOS SIGNIFICADOS...20

v

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A ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA COMO RESPONSÁVEL TÉCNICO DE ACADEMIA

O presente trabalho de graduação em Educação Física tem como objetivo identificar os conhecimentos e competências necessárias para o profissional da Educação Física atuar como responsável técnico de uma academia, sob a perspectiva de profissionais atuantes na área administrativa de academia. Foram entrevistados quatro profissionais da área, por meio de uma entrevista semi- estruturada, que foram transcritas e interpretadas através da análise de conteúdo. A característica mais encontrada é a deficiência que a formação em Educação Física proporciona quando relacionada a cargos de chefia, demonstrando a necessidade de complementar a formação em outras áreas, tais como a administração, que se demonstra fundamental para o exercício do cargo no que diz respeito a algumas das atividades rotineiras desse profissional, como feedback ao aluno, elaboração de relatórios, fechamento de horas, e supervisão em todos os setores da academia:

atendimento ao cliente na recepção, limpeza e quadro técnico. Com relação às competências, observou-se que características de personalidade são importantes para o desenvolver do trabalho, sendo a liderança a mais apresentada para a obtenção das metas.

Palavras chaves: Responsável Técnico, Educação Písica, Administração.

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ABSTRACT

THE ACTION OF VOCATIONAL EDUCATION OF PHYSICAL AS TECHNICAL RESPONSIBLE FOR ACADEMIA

This study of graduation in Physical Education aims to identify the knowledge and skills required for the Professional of Physical Education act as a techinical responsible of academy, from the perspective of the professionals that working in the administrative area of academia. Four persons were interviewed in the area, using a semi-structured interview, which were transcribed and interpreted by examining the content. The feature is found more disabilities that training in Physical Education offers when related to positions of leadership, demonstrating the needs for additional training in other areas, such as administration, which demonstrates fundamental to the exercise of the office in respect to some of the routine activities of this professional, as feedback to the student, reporting, closing hours, and supervision in all sectors of the academy: client services at the reception, cleaning and technical framework. With regard to the powers, it was observed that the personality characteristics are important for the development of the work, and the leadership presented the most to the achievement of the goals.

Keywords: Responsible Technical, Physical Education, Administration.

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É visível a crescente procura das pessoas pela prática da atividade física, em academias de ginástica, seja por questões diversas de saúde, de estética e outras.

Segundo Capinussú (1989), a primeira academia que surgiu no Brasil foi 1914, em Belém do Pará, e era voltada ao aprendizado de artes marciais. O histórico aponta que no início dos anos 70, a academia era freqüentada por indivíduos do sexo masculino e a atividade oferecida era a musculação (MORAES, 2007).

Atualmente, o Brasil é o segundo colocado mundial no ranking de número de academias, com aproximadamente sete mil estabelecimentos legais que empregam cerca de 140 mil pessoas, perdendo apenas para os Estados Unidos. Há de se considerar, ainda, o mercado informal, que conta com quase cinco mil estabelecimentos do gênero (FITNESS BRASIL, 2007).

Através destes dados, pode-se dizer que as academias hoje são vistas como empresas prestadoras de serviços. Sob esta perspectiva Paula alega que:

Existe muita diferença deste momento atual em relação àquele vivido há dez anos atrás. Havia poucas academias, as informações tecnológicas eram insuficientes, a oferta de produtos e equipamentos home fitness se limitava a industria nacional. Se analisarmos esse quadro hoje, veremos que o contexto é totalmente diferente e a grande responsável por essas mudanças é a globalização. As mudanças estão ocorrendo de forma rápida e continua, levando as empresas a se mostrarem ágeis e competitivas (PAULA, 1999, p.

17).

Sendo assim, como toda organização empresarial, a academia deve ter sua estrutura administrativa. Borowsky (2007) alega que toda empresa possui uma característica e deve ser gerenciada conforme a tática delineada durante seu planejamento para que suas metas sejam alcançadas.

Outro autor que discorre sobre o assunto é Oyola (2007), que recomenda a divisão entre setores operacional e financeiro, sendo este último responsável por investimentos, pagamentos e entrada de dinheiro. O operacional, para ele, deve ser dividido em departamentos com supervisores. Além disso, as academias necessitam de especialistas em vendas para a recepção, com o intuito de convencer o aluno a matricular-se no estabelecimento.

Porém, ao analisar a estrutura administfüiva de algumas academias de

Curitiba, observa-se que são compostas, muita# vezes, pelo proprietário e por um

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responsável técnico, conhecido também como coordenador, supervisor, chefe do departamento ou gerente técnico, cabendo a este último as responsabilidades e os cuidados por áreas de conhecimentos pouco aprofundadas durante a sua formação.

Neste estudo optou-se pela denominação de responsável técnico a este profissional.

O responsável técnico é o profissional de educação física que responde pela academia, tem registro no Conselho Regional de Educação Física (CREF) e caso o proprietário não seja formado em educação física, este atua como superior imediato dos professores.

Nesse sentido, surge uma questão a ser respondida: “quais os conhecimentos e competências que o profissional de educação física deve desenvolver para atuar como responsável técnico de uma academia?”. Referindo-se a conhecimentos por saberes adquiridos ao longo da graduação e competências como características inatas de personalidade.

A questão norteadora do estudo compreendida como o problema citado acima foi se consolidando na medida em que as experiências acadêmicas da autora, que para cumprir as exigências do estágio obrigatório, vem atuando desde fevereiro de 2006 como auxiliar de responsável técnico em uma academia na cidade de Curitiba.

Outra importância dada ao presente estudo, é que a busca por aliar conhecimentos de outras áreas justifica-se, no sentido de proporcionar a construção de referenciais teóricos importantes para uma melhor qualidade no atendimento e desenvolvimento de serviços focados nas necessidades dos freqüentadores de academias de ginástica.

Capinussú (2002, p. 22) cita que “a simples formação acadêmica dos profissionais de educação física e desporto não lhes confere substância para a participação nos níveis de decisão superior nos estabelecimentos em que estão vinculados”, demonstrando a fragilidade na formação dos acadêmicos de educação física que pretendem se inserir em níveis mais altos de decisões na organização. A partir desta afirmação é possível fazer uma reflexão a respeito dos currículos vigentes nos atuais cursos de graduação em educação física e sua adequação para a prática profissional.

Morales (1997) ao relatar sobre o profissional de educação física que, por se

destacar na sua atuação, é convidado para atuar num cargo de chefia, afirma que

(10)

“são poucas as informações específicas existentes para que esses profissionais exerçam com eficácia as suas funções. O sucesso de um empreendimento, no entanto, depende da somatória de conhecimentos técnicos da área com conhecimentos de administração e liderança de pessoal” (MORALES, 1997, p. 15).

O mesmo considera que no momento em que se profissionalizar a administração esportiva, será possível se alcançar não só melhores resultados financeiros, mas também respeitabilidade, proporcionando assim, uma atividade física segura, possibilitando uma melhora na qualidade de vida dos clientes (MORALES, 1997).

Para Capinussú (2002, p. 23), “os novos papeis desempenhados pelo Administrador identificam requisitos de gerência participativa, técnicas de liderança e de resolução de conflitos, além de desenvolvimento organizacional”.

A partir das inquietações, reflexões e afirmações ora apresentadas, o

presente estudo tem como objetivo geral identificar os conhecimentos e as

competências necessárias para o profissional de educação física atuar como

responsável técnico de uma academia, a partir das declarações de profissionais

atuantes na área administrativa de academias.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 DA ANTIGUIDADE A MODERNIDADE

Ferreira (2004, p. 4) define academia como: “1. Estabelecimento de ensino superior de ciência ou arte; faculdade, escola. 2. Sociedade ou agremiação de caráter científico, literário, artístico, desportivo, etc. 3. Local onde se reúnem acadêmicos”.

Segundo Capinussú (1989), a primeira academia de que se tem notícia, surgiu em 387 a.C., e foi criada pelo filósofo grego Platão em homenagem ao herói ateniense Academus. Tinha como objetivo o culto a musas, porém teve intensa atividade filosófica.

No que diz respeito a academias físico-educativas, os primeiros registros indicam que tinha surgido em 1867 em Bruxelas, criada por um alemão conhecido por Professor Attila. No Brasil, em 1914 foi aberta, em Belém do Pará, a primeira academia em moldes comerciais, criada pelo japonês Conde Koma (CAPINUSSU, 1989).

A partir desta data, surgiram academias em todo o Brasil. Mundialmente, podemos dizer que essa prática foi sendo difundida ao longo dos anos, principalmente no que diz respeito à prática de lutas e halterofilismo.

Pitts e Stotlar relatam que em meados da década 70 nos Estados Unidos, “[...]

apresentou-se uma nova maneira de entrar em forma. Chamava-se ginástica aeróbica - exercícios com música” (PITTS; STOTLAR, 2002, p. 10), teve início as chamadas Academias de Ginástica, as quais passaram a oferecer várias modalidades, tais como a musculação, a natação, as lutas e a ginástica, inicialmente aeróbica e depois localizada.

Após esse período, com a difusão das academias e a popularidade nos esportes, identifica-se um movimento característico do que pode ser chamado de Indústria do Esporte, assim entendido como “o mercado no qual os produtos oferecidos aos compradores relacionam-se a esporte, fitness, recreação ou lazer e podem incluir atividades, bens, serviços, pessoas, lugares ou idéias” (PITTS;

STOTLAR, 2002, p. 05).

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A Indústria do Esporte possui uma segmentação por produto e tipo de comprador, estando as Academias de Ginástica inserida no segmento de prática esportiva, que consiste na prática esportiva oferecida aos consumidores como produto, dessa forma, as academias passam a caracterizarem-se como empresas (PITTS; STOTLAR, 2002).

Através da resolução n° 104963, do Ministério do Trabalho, publicada no Diário Oficial da União, de 10 de fevereiro de 1984, à página 2112, Seção I, ACADEMIA pode ser conceituada como a empresa que se dedica a ministrar cursos de ginástica, balé, danças, musculação, lutas e cultura física de modo geral, lecionados por professores diplomados em Cursos Superiores de Educação Fisica, além da aplicação de duchas, saunas e massagens, mediante orientação de médicos diplomados em Medicina Desportiva. (CAPINUSSÚ, 1989, p. 31).

Segundo Morales (1997, p. 67), “dentro de toda organização deve existir uma estrutura que irá nortear basicamente três aspectos: as linhas de comando, as de responsabilidade e as de comunicação”.

Todo empreendimento ao ser iniciado, tem como uma das prioridades, a necessidade de determinar como será a estrutura organizacional deste estabelecimento, para determinação das responsabilidades, escalas hierárquicas e reais possibilidades de crescimento (MORALES, 1997).

A fim de atender as exigências do disposto na resolução do ministério e o cumprimento dos objetivos propostos por esta empresa denominada academia, surge a necessidade de setorização da mesma. Esta setorização se deu através da divisão por departamentos, criando-se, entre outros, o Departamento Técnico, responsável por cuidar da programação estabelecida pelos serviços oferecidos na academia, tendo um coordenador como responsável pelo setor e, acima dele, um supervisor capaz de ser um especialista de alto nível em educação física e em administração desportiva, assim sugerido por Capinussú (1989).

Porém, “se a academia não tiver a função de Supervisor, [...] caberá

realmente ao chefe do referido Departamento Técnico exercer a coordenação geral

de toda a instituição [...]” (CAPINUSSÚ, 1989, p. 47). Esse chefe, nesse trabalho,

será denominado Responsável Técnico. Está desenhada esta função na estrutura

organizacional da maioria das academias. No entanto, a regulamentação deste cargo

só acontecerá mais tarde, após a criação do Conselho Federal de Educação Física.

(13)

6

Em 1998, através da Lei Federal 9.696/98 foi criado o Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), instituição destinada a orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício das atividades próprias dos profissionais de Educação Física.

Anos mais tarde, em março de 2007, entra em vigor a Resolução n° 134/2007 do CONFEF (ANEXO 1), a qual dispõe sobre a função de Responsabilidade Técnica nos estabelecimentos prestadores de serviços no campo das atividades físicas e esportivas, regulamentando o cargo do Responsável Técnico, demonstrando através de seus artigos as várias ações que cabe ao mesmo.

2.2 O RESPONSÁVEL TÉCNICO E SUAS ATRIBUIÇÕES

Já no final da década de 80, Capinussú (1989) apontava em seus estudos, a necessidade de priorizar a consolidação de estruturas organizacionais bem definidas para os diferentes campos de atuação profissional da educação física, em especial as academias. Para as academias esta estrutura era composta por cargos e funções, sendo o Departamento Técnico responsável pela programação e desenvolvimento dos serviços ofertados pela academia nas modalidades de ginástica, balé, lutas marciais, musculação, natação; e pelo Corpo Docente, composto pelos professores e estagiários.

Na mesma obra o autor delineou as atribuições necessárias para exercer o cargo, por ele chamado de supervisor, tratado neste trabalho por responsável técnico, para o qual atribuiu as seguintes funções:

Dentro de um enfoque prioritário, o Supervisor poderá desempenhar as seguintes atribuições [...]:

1. Supervisionar (coordenar) o trabalho dos professores, fiscalizando a aplicação dos métodos de cada um.

2. Programar reuniões periódicas com os professores, quando será cobrado o planejamento a ser seguido por cada um.

3. Ler, interpretar e discutir esses planejamentos, fazendo elogios, críticas e sugestões, se for o caso.

4. Indicar um dos professores para ser o responsável pela fiscalização do trabalho desenvolvido pelos estagiários, orientando-os devidamente.

5. Fixar horários para os funcionários da Academia incluindo o Corpo Docente, fiscalizando o cumprimento dos mesmos.

6. Estabelecer uma fiscalização sistemática nos locais destinados às aulas, nos vestiários, sanitários e nas dependências administrativas, verificando o perfeito funcionamento dos mesmos, providenciando para

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que a boa apresentação seja uma constante e para que sejam superadas as falhas observadas.

7. Integrar-se perfeitamente com o(s) médico(s)da instituição, dando-lhe(s) todo o apoio administrativo necessário.

8. Opinar sobre a contratação e dispensa dos professores e funcionários da Academia, bem como sobre a fixação e aumento de salários.

9. Encaminhar ao diretor da instituição os problemas disciplinares criados por funcionários e professores.

10. Difundir entre o Corpo Docente o Regulamento destinado aos freqüentadores da Academia.

11. Prestar todo o apoio aos responsáveis pela preparação de atletas, caso a Academia participe de competições oficiais (lutas marciais, culturismo, corridas).

12. Manter contato com as Escolas Superiores de Educação Física, oferecendo estágios, remunerados ou não, aos universitários.

13. Relacionar os atletas que deverão ser registrados e inscritos pela Academia nas competições em que a mesma tomar parte.

14. Relacionar todo o material de consumo necessário ao normal funcionamento da Academia, para posterior aquisição.

15. Após as competições promover reuniões com os atletas e seus responsáveis, procurando inteirar-se das razões desta ou daquela deficiência, caso tenha ocorrido, buscando de comum acordo com todos, soluções capazes de sanar tais deficiências.

16. Controlar minuciosamente o movimento das turmas, procurando, juntamente com os professores responsáveis, descobrir e analisar as razões capazes de influir na queda do número de alunos e propor soluções capazes de minimizar o problema.

17. Tomar-se o único responsável, perante a Direção da Academia, por tudo que ocorrer envolvendo professores e funcionários.

18. Receber e procurar atender as reinvidicações dos Corpos Docente, Discente e dos funcionários.

19. Elaborar, ao final de cada mês, a folha de pagamento de professores e funcionários.

20. Preparar e enviar, ao final de cada mês, relatórios periódicos ao Diretor da Academia, com quem deverá discutir o teor dos mesmos (CAPINUSSÚ, 1989, p. 48-49).

Na Resolução 134/2007 do CONFEF, que dispõe sobre a função de Responsabilidade Técnica, determina como funções do cargo estão assim determinadas:

Art. 7o - O Profissional de Educação Física, no exercício de sua Responsabilidade Técnica tem por atribuição:

I - coordenar as atividades dos Profissionais de Educação Física;

II - zelar pela boa qualidade e eficiência dos serviços prestados pelos Profissionais de Educação Física;

III - zelar pelo respeito às disposições gerais da Profissão e do estabelecimento;

IV - prestar apoio às atividades de atendimento e ensino, no caso de estágios curriculares acadêmicos;

V - receber e analisar as modificações e inclusões de procedimentos;

VI - inspecionar as condições físicas e tecnológicas para o atendimento;

VII - coordenar o corpo técnico do estabelecimento;

VIII - supervisionar a execução das intervenções profissionais nas diversas atividades e programas;

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IX - zelar pelo fiel cumprimento do Código de Ética do Profissional de Educação Física. (Resolução N° 134/2007 do CONFEF).

Capinussú (1989) e o CONFEF (2007) concordam em aspectos relacionados à supervisão técnica, situações encontradas nas funções definidas por supervisionar as aulas ofertadas, em caso de contribuir com críticas e sugestões ao planejamento, oferecer apoio aos estagiários, participar de inclusões e modificações de regulamentos/ tecnologias no estabelecimento.

Porém, Capinussú (1989) faz atribuições ao profissional que não estão inseridas na regulamentação da função, justificadas estas por se tratarem de situações de caráter administrativo, e não de caráter técnico como disposto pelo CONFEF.

As questões que envolvem caráter técnico dizem respeito a atuação de forma geral dos profissionais de Educação Física, e a supervisão destes profissionais diz respeito a atuação mais específica. Neste exemplo pode-se dizer da qualidade técnica da aula ministrada.

Pereira (1996) sugere que toda organização tenha bem definida uma área administrativa de Recursos humanos, que possa estar assim estruturada; por base política de recursos humanos e a seleção de recursos humanos, que cuida do recrutamento, seleção e integração de candidatos. A aplicação de recursos humanos tem por objetivo fazer a análise e descrição de cargos, planejamento e alocação de recursos humanos, plano de carreira e avaliação de desempenho. A manutenção de recursos humanos, responsável pela administração de salários entre outros; o desenvolvimento de recursos humanos pelo treinamento; e o controle de recursos humanos, atende e controla os bancos de dados, os sistemas de informação e a auditoria de recursos humanos.

Esses requisitos são facilmente identificados nas características postas por Capinussú (1989) ao discorrer sobre o responsável técnico, demonstrando dessa forma a importância dos conhecimentos ligados a gestão de pessoas, recursos humanos, para esse profissional.

Ao tratar de gestão de pessoas podemos identificar uma das características

de personalidade necessária para se atuar nesse departamento: a liderança. Herzog

(2006) afirma que a maioria das empresas que abrem vagas para coordenação

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procura pessoas com perfis de líder. A liderança, segundo Laino e Rodriguez (2003), é definida como a capacidade de exercer influencia sobre indivíduos e grupos.

Assim sendo, a liderança associa-se a estímulos e incentivos que promovem a motivação das pessoas para o alcance dos objetivos comuns, apresentando papel relevante nos processos de formação, transmissão e mudança da cultura organizacional. Sob esse ponto de vista, a função de responsável técnico se enquadra para aquela pessoa que tenha perfil para liderar, pois alem de ser o líder dos professores dentro da academia, é função dele manter o pessoal unido, motivado e criativo, alinhando as necessidades da empresa aos objetivos profissionais de cada colaborador do estabelecimento (LAINO; RODRIGUEZ, 2003).

Nessa perspectiva, Morales (1997) cita que sabe delegar aquele que confia em si próprio, e que sensível às reações humanas, tem que saber reconhecer as vitórias dos seus comandados, percebendo que o acúmulo de vitórias destes acarretará em suas próprias vitórias, demonstrando que um líder cresce proporcionalmente com o crescimento dos membros da equipe. Desta forma, a empresa cresce também.

Ao falar sobre liderança, Pereira (1996, p.28) cita que:

O líder deve ser sensato lidando com a realidade; humilde, delegando poderes que os outros também participem de seus projetos e, não agindo egocentricamente, imaginando ser o único que faz com que as coisas funcionem; intenso ou concentrado na sua tarefa; e agradável, preocupando-se com o lado pessoal e com a cortesia. O líder deve aprender como manter todos concentrados em suas tarefas e nos objetivos que levarão a empresa ao sucesso.

Para Barret (1998), líderes eficazes são aqueles que somam conhecimentos nas deficiências de seus colaboradores, elevando ao máximo suas potencialidades de modo que conseguem a satisfação individual e coletiva no grupo de liderados, proporcionando o alinhamento da cultura organizacional aos objetivos estratégicos da organização.

Pereira (1996), lista as características mais encontradas num líder, as quais

são facilmente identificadas como necessárias a função de responsável técnico,

reafirmando mais uma vez a liderança que este deve exercer sobre os seus

subordinados.

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10

Outro ponto em que se encontra a administração, diretamente relacionada ao responsável técnico e bastante abordada pelos autores que discorrem sobre administração de academias, são os conhecimentos ligados ao Marketing.

Partindo do pressuposto de que marketing é uma função organizacional e um conjunto de processos que envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valor para os clientes, bem como a administração do relacionamento com eles, de modo que beneficia a organização e seu público interessado (GODOY, 2007), pode-se dizer que ele não está ligado apenas à venda do produto, nesse caso a matrícula do aluno na academia, mas também a permanência deste na mesma.

Nesse sentido, “se mantermos clientes é tão importante ou mais do que prospectar novos clientes, por que não dispensamos mais tempo e verba para satisfazer nosso cliente? Tudo aquilo que é feito dentro de uma academia constitui marketing” (PAULA, 1999, p. 70).

Paula (1999) cita várias ações que podem ser entendidas como marketing negativo contra a academia, dentre elas está o atraso do professor para uma aula, e em se tratando de professor, remete-se às atribuições do responsável técnico.

Leite (2000, p. 131) mostra estratégias de marketing para manter a academia na mente de seus alunos, dentre elas ele sugere: “adquira o hábito de, semanalmente, transmitir uma informação sobre um serviço da sua empresa.

Transmita informações sobre atividade física, alimentação, saúde, controle da mente, etc. Faça com que seu aluno se sinta orgulhoso por freqüentar uma academia tão bem informada e estruturada”, sendo esses conhecimentos oriundos do Responsável Técnico, é ele quem deve avaliar qual informação é mais interessante transmitir e a melhor maneira de fazê-lo.

Outra ação facilmente identificada na academia é a realização e a promoção dos eventos do estabelecimento. Comumente as academias promovem campeonatos e competições internas, ligados as atividades praticadas no local, cabendo a figura do responsável técnico a elaboração, divulgação e realização dos eventos, motivando a equipe e os alunos a participarem.

Pitts e Stotlar (2002), considerando a idéia de industria do esporte, lançam o

termo de Marketing Esportivo, entendido como “processo de elaborar e implementar

atividades de produção, formação de preço, promoção e distribuição de um produto

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esportivo para satisfazer as necessidades ou desejos de consumidores e realizar os objetivos da empresa” (PITTS; STOTLAR, 2002, p.90), onde:

Atualmente, as empresas da industria do esporte enfrentam muitos concorrentes. Todo negócio esportivo hoje deve empregar o marketing esportivo como função empresarial, considerando que cada faceta da empresa se guia pelo conceito de marketing esportivo. É a função que orienta o negócio esportivo a identificar os produtos de que os consumidores precisam ou desejam. É a função que identifica e analisa a concorrência. Que desenvolve estratégias de preços. Que desenvolve estratégias promocionais com relação aos produtos da empresa a fim de atrair o consumidor. É a função que identifica como levar o produto ao consumidor (PITTS; STOTLAR, 2002, p. 90).

A ação de levar o produto ao consumidor pode ser entendida também como a aula dada pelo professor, e a satisfação do aluno fará com que este comente sobre a aula com pessoas de fora da academia, promovendo uma propaganda boca a boca do estabelecimento, a qual é considerado um excelente campo de exploração, por ser uma pesquisa constante e direta com o cliente (O ESTADO DE SÃO PAULO, 2007).

Quando se fala em boa aula, remete-se novamente a função do responsável técnico, pois é atribuída a ele a função de “supervisionar a execução das intervenções profissionais nas diversas atividades e programas” (Art. 7o, item VIII, Resolução n° 134/2007 do CONFEF), garantindo dessa forma qualidade no produto ofertado e satisfação dos clientes.

Através dessa preocupação com o cliente, estreitam-se os laços entre o aluno e academia, o aluno deposita sua confiança no trabalho prestado pelos professores, supervisionados pelo responsável técnico, e o relacionamento torna-se duradouro, como demonstra o estudo de Rittner (2005, p. 3), ao afirmar que “as relações caracterizadas pela confiança são tão valorizadas que os parceiros desejarão se comprometer ainda mais; caso haja desconfiança num determinado momento, haverá desconfiança ainda maior no momento seguinte, diminuindo o compromisso da relação e fazendo com que a transação se encaminhe para uma ou mais trocas de curta duração”.

Ao finalizar esta primeira parte do trabalho reafirma-se sob diversos aspectos

a importância e necessidade da criação do cargo do responsável técnico como

profissional capaz de mediar as relações entre os clientes e a organização da

academia de ginástica.

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3. METODOLOGIA

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO

O presente estudo é classificado como um estudo exploratório de natureza qualitativa. Segundo Mezzaroba e Monteiro (2003), nesta pesquisa o que vai prevalecer sempre é o exame rigoroso da natureza, do alcance e das interpretações possíveis para o fato estudado e (re) interpretado de acordo com os objetivos estabelecidos pela pesquisadora. Para Richardson (1999), a pesquisa qualitativa pode ser caracterizada como a tentativa de uma captação detalhada dos significados e características apresentadas pelos entrevistados.

3.2 PARTICIPANTES DO ESTUDO

A pesquisa é composta por quatro responsáveis técnicos de academias de ginástica de Curitiba, sendo um do sexo masculino e três do sexo feminino.

A técnica utilizada para a seleção da amostragem foi a não probabilística intencional, que se caracteriza por ser uma técnica em que há uma escolha deliberada dos elementos da população, não permitindo generalizar os resultados, pois as amostras não garantem a sua representatividade (BARBETTA, 2002). A seleção probabilística intencional, o pesquisador se dirige intencionalmente a grupos de elementos dos quais deseja saber a opinião.

Foi utilizada esta técnica, pois os indivíduos entrevistados fazem parte de uma mesma rede de academias na cidade de Curitiba, na qual os entrevistados assumiram atribuições, que foram delineadas pelo cargo do responsável técnico, antes da regulamentação da função pelo Conselho Federal de Educação Física, através da Resolução n° 134/2007.

O grau de dificuldade para conseguir as entrevistas foi relativamente baixo,

visto que a pesquisadora faz estágio na área, e com isso tem contato diário com os

responsáveis técnicos nos seus afazeres cotidianos.

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3.3 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS

Nesse estudo utilizou-se a entrevista semi-estruturada (ANEXO 3), por suprir a necessidade de não se perder informações individuais que podem contribuir de maneira rica para o trabalho desenvolvido. Na entrevista semi-estruturada o entrevistador tem uma participação ativa, apesar de observar um roteiro, ele pode fazer perguntas adicionais para esclarecer questões para melhor compreender o contexto (QUADROS, 2006).

O instrumento de avaliação foi validado por três professores da Universidade Federal do Paraná, através de uma carta de pedido de validação (ANEXO 2).

As questões contidas no roteiro foram organizadas de modo a conhecer a rotina desses profissionais e identificar os aspectos relevantes a esse trabalho, ligados às competências e conhecimentos necessários para se exercer o cargo em questão.

As entrevistas foram gravadas através de um aparelho de MP3 (marca Sony) e todas foram transcritas.

3.4 TRATAMENTO DOS DADOS

Para o tratamento dos dados foi utilizada, em sua fórmula mais simples, a técnica de análise de conteúdo, a qual gera o enriquecimento das interpretações.

Para Bardin (1977, p.22) essa análise consiste em:

Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos as condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.

Bardin (1977) ainda discorre sobre as diferenças entre análise de conteúdo e lingüística, tendo esta como objeto de interpretação a língua, ou seja, o aspecto coletivo e virtual da linguagem, enquanto que daquela é a palavra, quer dizer, o aspecto individual e atual da linguagem.

O autor ainda considera acerca da análise de conteúdo:

(...) a análise de conteúdo trabalha a palavra, quer dizer a prática da língua realizada por emissores identificáveis. (...) a análise de conteúdo toma em

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consideração as significações (conteúdo), eventualmente a sua forma e a distribuição destes conteúdos e formas. (...) A análise de conteúdo procura conhecer aquilo que está por trás das palavras sobre as quais se debruça.

(...) a análise de conteúdo é uma busca de outras realidades através das mensagens. (BARDIN apud GODOY, 1994, p. 22).

Dessa forma, a literatura ofereceu o apoio necessário para a fundamentação

do conteúdo das mensagens transcritas, e por meio da codificação e resumo deste

material foi produzido um conjunto de categorias, a qual possibilitou interpretações e

auxiliou na observação, descrição e a conceituar os fatores chaves que envolvem a

atuação do responsável técnico.

(22)

Este capítulo é o resultado da análise e interpretação resumidas das entrevistas realizadas com responsáveis técnicos de academias de Curitiba, procurando a partir da percepção de cada um deles, levantar e identificar quais os conhecimentos e competências necessárias para exercer a função de responsável técnico.

Como conseqüência comum à pesquisa exploratória, à medida que a análise e a interpretação do conteúdo das mensagens dos responsáveis técnicos eram realizadas, foram sendo criadas categorias de entendimentos, as quais foram surgindo de forma gradativa, em conseqüência da necessidade de consideração dos conteúdos mais importantes e fundamentais para a compreensão dos conhecimentos e competências pertinentes ao exercício da função de responsável técnico.

As categorias foram criadas com o intuito de dar um maior esclarecimento às questões pertinentes, sem a intenção de classificar ou excluir o conteúdo das mensagens.

Com relação à categoria formação profissional, a Educação Física apareceu com unanimidade, pois todos os entrevistados declararam ter como formação principal a graduação em Educação Física.

“Eu tenho graduação e pós-graduação em Exercício e Qualidade de Vida...”

(Entrevistado 1).

"... sou graduada em educação física pela Universidade Federal do Paraná...”

(Entrevistado 2).

“Tenho formação em bacharel em educação física...” (Entrevistado 3).

“Licenciatura em educação física” (Entrevistado 4).

O tempo de formado de todos é inferior a dez anos, o que os caracteriza como jovens profissionais, que contam com no mínimo dois anos e no máximo sete anos de trabalho no estabeJecãnento. O que nos leva a supor que, de formas diferentes, cada um deles pode ter acompanhado a formação e o delineamento dessa função,

de responsável técnico.

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Outra situação encontrada foi a do entrevistado com mais de cinco anos de formado ter começado a trabalhar no estabelecimento atuando como professor, já os entrevistados formados mais recentemente - menos de cinco anos, iniciaram no estabelecimento atuando como estagiários.

Sobre a rotina de trabalho, a condição de supervisão técnica mostrou estar bastante presente, porém sempre acompanhada de rotinas de supervisão de caráter administrativo e, muitas vezes, operacional.

Dessa maneira, surgiram duas categorias de entendimento para a supervisão, sendo uma a supervisão técnica - relacionada com professores e qualidade de aula;

e outra chamada de administrativo/operacional, a qual está relacionada com serviços ligados ao atendimento na recepção e serviços gerais - higiene e manutenção, além de estatísticas e relatórios acerca da quantidade de alunos, representando a lucratividade do empreendimento.

"... ta sempre supervisionando o trabalho dos professores, os estágios, os estagiários, como é que eles estão indo,... também toda a parte administrativa de vagas, de alunos, de compras, de contratação...” (Entrevistado 1).

“A rotina de trabalho é composta basicamente em supervisionar os professores e estagiários na qualidade de suas aula; é supervisionar, também, as atendentes na qualidade de atendimento ao cliente; relatórios acerca de quantidade de alunos, número de vagas... "(Entrevistado 2).

“... tem que fazer tanto à parte de professores, de técnica mesmo, algumas coisas administrativas e algumas coisas de emergência assim, manutenção em geral” (Entrevistado 3).

Quando na entrevista se remete aos conhecimentos necessários para a função, observa que três dos entrevistados citou os conhecimentos ligados à parte técnica, os quais foram adquiridos com a graduação em educação física.

"... toda parte de graduação em educação física e toda a parte teórica e prática dentro da educação física...” (Entrevistado 1).

"... os conhecimentos adquiridos logicamente como profissional de educação física ao analisar a qualidade das aulas ofertada, você precisa dos conhecimentos de educação física...” (Entrevistado 2).

"... conhecimentos técnicos das aulas, especificamente as aulas que a gente

ministra, natação e musculação...” ( Entrevistado 3).

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Porém, houve um entrevistado que não apresentou esse conhecimento como necessário ao cargo.

“Administração de empresas, não educação física” (entrevistado 4).

Nessa declaração, foi demonstrada apenas a importância de conhecimentos relacionados à área administrativa, conhecimentos esses encontrados nas mensagens dos demais entrevistados, porém muitas vezes acompanhados de outros conhecimentos, surgindo dessa maneira a categoria da necessidade em aliar conhecimentos de diversas áreas.

Tem a necessidade de conhecimentos ligados à informática, é importante, pois é necessária a produção de relatórios a diretoria, informativos para os alunos, enfím, partes impressas para o cliente” (entrevistado 2).

"... Eu acho que engloba meio que de tudo, mas meio amplo assim, não tem que saber só administração ou só educação física, eu acho que tem que ser meio polivalente” (entrevistado 3).

“Existe muita necessidade [complementar a formação], em administração e informática” (entrevistado 4).

Observou-se também, que existem casos em que o responsável técnico não percebe o quanto seu trabalho está inserido na área da administração, pois não o identifica como conhecimento necessário para exercer a função, no entanto ao responder perguntas mais direcionadas a área administrativa, principalmente relacionados aos recursos humanos e marketing, admite fazer determinadas funções não citadas anteriormente, seja na rotina ou relação aos conhecimentos necessários.

"... o feedback quanto à empresa é passado pela coordenação para os professores, e se for algum problema que venha direto a coordenação, a nível administrativo, é a coordenação mesmo que faz” (entrevistado 1).

“A coordenação técnica [programa, organiza e divulga os eventos]. E os professores e estagiários” (Entrevistado 1).

“A coordenação técnica é quem demite e admite” (Entrevistado 1).

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“Eu faço as entrevistas, eu demito e fecho as horas dos professores, mas questões mais ligadas a contabilidade é uma outra pessoa que faz, repasso os dados para ela e ela entra em contato com a contabilidade” (Entrevistado 3).

Ao falar sobre as competências necessárias, apareceu nas declarações a categoria que desenha o perfil do responsável técnico. Os entrevistados declaram que a empresa busca determinadas características de personalidade das pessoas que se ajustem às expectativas da mesma antes de colocá-las neste cargo.

“Para ser um coordenador eu acho que tem que ter um perfil de coordenador, não é para qualquer pessoa...” (entrevistado 1).

"... eu acho que a empresa buscou isso na gente, nosso perfil tem que ter isso... ” (entrevistado 3).

Das várias características de personalidade possíveis de serem identificadas nas falas de três dos entrevistados, as declarações sobre a liderança se destacaram.

"... você precisa saber liderar né, se colocar a frente sem mandar, então saber se posicionar, saber liderar as pessoas de uma forma positiva, que elas entendam o seu objetivo, ser persistente, ser paciencioso, é ser organizado...” {e ntrevistado 1).

"... as competências necessárias principalmente é a liderança, afinal você lidera uma equipe de professores, você lidera o atendimento na recepção, então liderança, organização é muito importante também...” (entrevistado 2).

“Acho que tem que ser líder, liderança, sinceridade, organização, cumplicidade, raciocínio...” (e ntrevistado 4).

Porém um dos entrevistados não declarou se considerar líder, e cita outras características como competência necessária.

"... Eu acho que dedicação assim é a principal coisa que a gente tem que ter...

outra coisa é a responsabilidade, como uma competência assim que tem que ter...”

(entrevistado 3).

Mas ao ser questionado se é um líder, assume que há necessidade de envolvimento e bom relacionamento com todos no ambiente de trabalho, considerando sobre tal ponto de vista, a liderança e o envolvimento com as pessoas uma categoria de entendimento.

“Não sei se sou, pela minha personalidade. Mas eu procuro ser, não líder mas

uma pessoa que tenta fazer com que as pessoas se sintam bem dentro do ambiente

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que elas trabalham. Eu acho que líder é inato, já sabe como fazer as outras pessoas fazerem o que ela quer. Eu acho que não nasci com esse dom de liderança, mas de envolvimento com as outras pessoas...” (entrevistado 3).

Pudemos identificar nas declarações dos entrevistados, a necessidade de complementar a sua formação em educação física com cursos na área de administração e outras áreas técnicas, o que nos ajudou a destacar mais uma das categorias de entendimento para o presente estudo, intitulada de educação continuada.

“Dentro da parte de coordenação técnica, eu diria que não na área de administração, mas não sei se seria de administração, mais assim de gestão de academias, voltadas mais a parte técnica mesmo, acaba entrando em administração. Eu acho que conhecimento sempre é bom, então tudo que possa ajudar a melhorar esses conhecimentos são válidos, mais na área de gestão de academias, liderança, nessa parte” (entrevistado 1).

"... a gente se apropria muito de conhecimentos da administração. Mas não sei se há necessidade de uma faculdade em administração, é lógico que todo conhecimento a mais é bem vindo, porém eu acredito que esses cursos de gerenciamento que o Sebrae oferece, por exemplo, já são de grande valia, já dão grandes auxílios no desempenho dessa função” (entrevistado 2).

“Eu acredito que sim [complementar a formação na área de administração], principalmente por questões que a gente procura tanto que é diminuir custos, como diminuir custos se você não conhece o que você pode diminuir, como pagar menos taxas, otimizar cursos, resultados eu acho isso importante também, que a gente não vê na faculdade, é uma coisa mito escassa que a gente tem 6 meses de administração, passa por cima e cabou, eu acho que é muito vago” (entrevistado 3).

Existe muita necessidade [complementar a formação], administração e

informática” (entrevistado 4).

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5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Para uma análise mais efetiva, as categorias e os significados obtidos no capitulo anterior serão expostas a seguir, com o intuito de melhorar a visualização, compreensão e aproximação com a literatura.

QUADRO 1: Categorias de Entendimento e Síntese dos Significados

CATEGORIAS DE ENTENDIMENTO SÍNTESE DOS SIGNIFICADOS Formação Principal Graduação em educação física.

Supervisão técnica

Refere-se à área da educação física:

acompanhamento das atividades dos professores e estagiários; qualidade das aulas.

Supervisão administrativo/operacional

Refere-se à qualidade de atendimento ofertada pelos funcionários que não fazem parte do corpo docente; análise de dados que objetivam resultados para o estabelecimento, tais como relatórios de número de alunos e materiais a serem adquiridos; cuidados com a limpeza e manutenção da academia;

fechamento da folha e determinação de horas trabalhadas; feedback para alunos; organização e promoção de eventos.

Necessidade em aliar conhecimentos de diversas áreas

Para a atuação no cargo precisa utilizar- se de conhecimentos de várias áreas afins a educação física e a

administração.

Perfil de Responsável Técnico

A empresa busca as pessoas que tenham determinadas características na sua personalidade para exercer o cargo, tais como dedicação, responsabilidade e liderança.

Liderança e envolvimento com as pessoas

0 destaque da liderança se deu no seguinte sentido; há a necessidade de liderar sem mandar, ou seja, se envolver com as pessoas de modo que elas caminhem junto ao responsável técnico para atingir os objetivos estabelecidos.

Educação continuada e complementar a formação

Há a necessidade de complementar a formação, tanto na área de

administração por se apropriarem de conhecimentos, quanto na área técnica, principalmente das modalidades

ministradas.

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Ao analisar a categoria de formação principal, observa-se que atende ao proposto pelo CONFEF (2007), pois são profissionais de educação física, devidamente registrados no Conselho regional de Educação Física (CREF), conferindo-lhes a habilitação para trabalhar na área e assumir a função de responsável técnico da academia.

O surgimento da categoria Supervisão Técnica, justifica-se na medida em que encontra sustentação nas indicações e atribuições discutidas para a função nos estudos de Capinussú (1989) itens 1, 3 e 4 (pagina 7 deste trabalho), da mesma forma que aproxima-se ao disposto pela Resolução n° 134/2007 - CONFEF no que determina as funções par o cargo nos itens 1, 2, 4, 7, e 8 (ANEXO 1).

Quando Capinussú (1989) menciona atribuições relacionadas a determinações de horas (item cinco); opinar sobre contratações e dispensas (item oito); relacionar todos os materiais necessários para o bom funcionamento da academia (item catorze); controle de número de alunos (item dezesseis); folha de pagamento (item dezenove); e elaborações de relatórios para a Diretoria (item vinte);

ele remete aos mesmos afazeres encontrados na categoria de supervisão administrativo/operacional, demonstrando que é necessário aliar conhecimentos de outras áreas, no sentido de utilizar informações complementares àquela encontradas na educação física e na administração.

Na categoria liderança e envolvimento com as pessoas, os entrevistados demonstraram a necessidade de liderar, conduzir as pessoas, para que dessa forma o grupo possa caminhar junto a eles a fim de alcançar as metas pré-estabelecidas.

Capinussú (1989) aponta para outra característica da liderança, a de tornar-se o único Responsável por esse grupo perante a diretoria (item 17), em tudo o que envolver os funcionários e professores.

Com relação à necessidade de educação continuada e complementação,

Capinussú (1989) já cita, antes mesmo de falar sobre as atribuições, que a pessoa

que exercer esse cargo deverá ser um especialista de alto nível em Educação Física

e em Administração Desportiva, demonstrando a importância da complementação da

formação em Administração.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com esse trabalho, pode-se concluir que a graduação em educação física é determinante, porém não suficiente para exercer o cargo de responsável técnico.

Além de determinar a obrigatoriedade da formação o órgão regulador - CONFEF descreve as rotinas de trabalho que utilizam conhecimentos inerentes à educação física, conhecimento identificado pelos profissionais atuantes no cargo, aplicados através da supervisão técnica, que é definida pelos entrevistados como a ação de auxiliar e acompanhar os professores no que diz respeito ao planejamento das aulas e, conseqüentemente, na qualidade da aula ofertada.

Considerando ainda, os conhecimentos necessários para a atuação no cargo de Responsável Técnico, ficou claro que há a necessidade de buscar conhecimentos ligados a outras áreas de formação, principalmente a administração.

Os conhecimentos mais indicados como auxiliares no processo, foram os conhecimentos técnicos das aulas ministradas no estabelecimento, os conhecimentos ligados ao marketing e recursos humanos, conseqüentemente gestão de pessoas, além de conhecimentos de informática.

Foi observada a confirmação de alguns dos indicadores preliminares deste estudo por Capinussú (2002) ao relatar que a formação acadêmica dos profissionais de educação física não lhes confere conteúdo para a participação nos níveis de decisão superior nos estabelecimentos em que estão trabalhando. Além das observações e reflexões a respeito dos subsídios oferecidos pelos cursos de graduação no que se refere a preparar profissionais para tal função.

As declarações dos entrevistados deixam evidente a real necessidade de complementar a formação em educação física, e não somente em aprimorando-se nas áreas técnicas e fundamentalmente na administração e gestão de academias.

Já com relação às competências, é perceptível a importância da característica

de liderança, ou como um entrevistado chama, envolvimento com as pessoas, para

obter resultados e atingir os objetivos, pois assim a equipe caminhará junta em

busca desse alvo. Foi identificado ainda, que há a busca de um perfil onde

características de personalidade como organização, responsabilidade, paciência,

persistência, são importantes para a empresa eleger o profissional para atuar nesse

cargo.

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Através disto, pode-se observar que nem todo profissional da Educação Física consegue exercer o cargo, pois são necessárias competências próprias, que não são aprendidas e sim inatas à personalidade do indivíduo, construída ao longo da vida.

Para um trabalho mais completo, notou-se, ao final, que seria mais efetivo se tivesse sido ouvida a figura do proprietário e, também, os subordinados, a fim de fazer uma melhor investigação acerca do que se espera desses profissionais e para uma melhor identificação principalmente das competências necessárias a esse profissional, sob a ótica das pessoas que se relacionam diariamente com o responsável técnico.

Observou-se ao longo do trabalho a dificuldade sobre o assunto, parâmetro facilmente entendido quando se remete a importância dada a esse profissional quando em graduação, remetendo essa dificuldade a hipótese de que é uma área a pouco discutida por se tratar de um profissional multidisciplinar.

O encerramento desse trabalho se dá de forma positiva, pois foi conseguida a

obtenção dos objetivos propostos. Foi possível através do olhar dos profissionais

identificar a forma pela qual o cargo vem sendo desenvolvido, seus avanços e suas

limitações, bem como a literatura nos permitiu aproximar-se desta prática,

confirmada pela citada Lei Reguladora do CONFEF de tal função, recente sob o

ponto de vista da regulamentação, porém antiga sob o ponto de vista da

necessidade mercadológica.

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ANEXOS

Referências

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