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WANDER PIROLI. O menino e o pinto do menino

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WANDER PIROLI

O menino e o pinto do menino

ILUSTRAÇÕES: MARIA EUGENIA Leitor iniciante

Leitor em processo

Leitor fluente

PROJETO DE LEITURA Maria José Nóbrega

Rosane Pamplona

Publicou oito livros : A mãe e o filho da mãe (contos), O menino e o pinto do menino, Os rios morrem de sede, A máquina de fazer amor (contos), Os dois irmãos, Minha Bela Putana (contos), Os melhores contos, Nem filho educa pais.

RESENHA

Bumba ganha um pintinho na festa de aniversário de um ami- go. A mãe tenta demovê-lo da idéia de levar o animalzinho para o apartamento, mas o menino, com a teimosia de seus quatro anos, é inflexível. Em casa, o pintinho logo dá mostras de que não vai se adaptar ao ambiente doméstico, parecendo muito doente. O pai de Bumba chega do trabalho, desanimado com o peso de um coti- diano difícil, e se aborrece ainda mais por saber que o filho ganha- ra um pintinho, que com certeza vai morrer. À noite, o menino não consegue dormir e insiste com o pai para que lhe traga o bi- chinho. O pai vai buscá-lo e vê que o pintinho está morto; leva-o então para o travesseiro do menino, que, julgando que o animalzinho está apenas dormindo, acaba dormindo também.

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA

O desejo de ter um animal de estimação é um tema comum.

Mas o que surpreende em O menino e o pinto do menino é a maneira como Piroli conduz o argumento. Bumba, apesar da sua pouca idade, tenta ocultar o pintinho da mãe que, após fracassar em suas tentativas de subornar o menino, torna-se sua cúmplice.

Partem dela as idéias para contornar as proibições do ônibus e do edifício. Desajeitada, vai lidando como pode com a situação, mantendo uma frágil cumplicidade que não impede Bumba de sentir-se o tempo todo ameaçado de perder seu pintinho.

O pai, ao chegar cansado do trabalho, pouco tem a contribuir a não ser lamentar o mau gosto da situação que o faz precisar lidar com a dor do filho pela morte do pintinho. Transformando a morte do pintinho em sono, permite que o filho durma um sono tranqüilo, mas provisório. Adia a dor, contrariando a epígrafe de William Faulkner (página 3): A fragilidade do pintinho, a fra- gilidade de Bumba, a fragilidade da família, a fragilidade de to- dos nós, protegidos por pequenas infâmias.

Áreas envolvidas: Língua Portuguesa, Ciências

Temas transversais: Orientação sexual, Meio ambiente, Ética Público-alvo: Leitor em processo

O menino e o pinto do menino

WANDER PIROLI

UM POUCO SOBRE O AUTOR

Wander Piroli nasceu em Belo Horizonte. É ele quem conta:

“Nós morávamos na Lagoinha, um bairro safado, de característi- cas muito especiais, que começava na praça Vaz de Melo (que chamamos de Praça da Lagoinha, uma praça incrível) e termina- va na Pedreira Prado Lopes. Pessoas de boa família evitavam tan- to a Praça quanto a Pedreira, que, como eu já disse, abasteciam com sobra o noticiário policial dos jornais. Um reduto de margi- nais, bêbados, vagabundos, criminosos — diziam. Mas nós nos sentíamos muito à vontade na Pedreira e amávamos a Praça, que sempre teve a mania de ficar acordada dia e noite. A Pedreira é uma favela, mudou; a praça foi derrubada, acabou. A condição operária de minha família, o azeite Bertolli, o bairro da Lagoinha (que até hoje carrego no peito), o tio Tonico, a cidade enfim, influíram no tipo de literatura que estou tentando fazer.”

Formou-se como técnico em contabilidade e fez o curso de Di-

reito, na Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG. Advogou

durante quatro anos, principalmente na Justiça do Trabalho. Foi

funcionário público, trabalhou na Secretaria da Agricultura e em

vários jornais: Binômio, O Diário, Última Hora, O Sol, Diário de

Minas, Estado de Minas, Diário de Belo Horizonte, entre outros.

(2)

WANDER PIROLI

O menino e o pinto do menino

ILUSTRAÇÕES: MARIA EUGENIA Leitor iniciante

Leitor em processo

Leitor fluente

PROJETO DE LEITURA Maria José Nóbrega

Rosane Pamplona

Publicou oito livros : A mãe e o filho da mãe (contos), O menino e o pinto do menino, Os rios morrem de sede, A máquina de fazer amor (contos), Os dois irmãos, Minha Bela Putana (contos), Os melhores contos, Nem filho educa pais.

RESENHA

Bumba ganha um pintinho na festa de aniversário de um ami- go. A mãe tenta demovê-lo da idéia de levar o animalzinho para o apartamento, mas o menino, com a teimosia de seus quatro anos, é inflexível. Em casa, o pintinho logo dá mostras de que não vai se adaptar ao ambiente doméstico, parecendo muito doente. O pai de Bumba chega do trabalho, desanimado com o peso de um coti- diano difícil, e se aborrece ainda mais por saber que o filho ganha- ra um pintinho, que com certeza vai morrer. À noite, o menino não consegue dormir e insiste com o pai para que lhe traga o bi- chinho. O pai vai buscá-lo e vê que o pintinho está morto; leva-o então para o travesseiro do menino, que, julgando que o animalzinho está apenas dormindo, acaba dormindo também.

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA

O desejo de ter um animal de estimação é um tema comum.

Mas o que surpreende em O menino e o pinto do menino é a maneira como Piroli conduz o argumento. Bumba, apesar da sua pouca idade, tenta ocultar o pintinho da mãe que, após fracassar em suas tentativas de subornar o menino, torna-se sua cúmplice.

Partem dela as idéias para contornar as proibições do ônibus e do edifício. Desajeitada, vai lidando como pode com a situação, mantendo uma frágil cumplicidade que não impede Bumba de sentir-se o tempo todo ameaçado de perder seu pintinho.

O pai, ao chegar cansado do trabalho, pouco tem a contribuir a não ser lamentar o mau gosto da situação que o faz precisar lidar com a dor do filho pela morte do pintinho. Transformando a morte do pintinho em sono, permite que o filho durma um sono tranqüilo, mas provisório. Adia a dor, contrariando a epígrafe de William Faulkner (página 3): A fragilidade do pintinho, a fra- gilidade de Bumba, a fragilidade da família, a fragilidade de to- dos nós, protegidos por pequenas infâmias.

Áreas envolvidas: Língua Portuguesa, Ciências

Temas transversais: Orientação sexual, Meio ambiente, Ética Público-alvo: Leitor em processo

O menino e o pinto do menino

WANDER PIROLI

UM POUCO SOBRE O AUTOR

Wander Piroli nasceu em Belo Horizonte. É ele quem conta:

“Nós morávamos na Lagoinha, um bairro safado, de característi- cas muito especiais, que começava na praça Vaz de Melo (que chamamos de Praça da Lagoinha, uma praça incrível) e termina- va na Pedreira Prado Lopes. Pessoas de boa família evitavam tan- to a Praça quanto a Pedreira, que, como eu já disse, abasteciam com sobra o noticiário policial dos jornais. Um reduto de margi- nais, bêbados, vagabundos, criminosos — diziam. Mas nós nos sentíamos muito à vontade na Pedreira e amávamos a Praça, que sempre teve a mania de ficar acordada dia e noite. A Pedreira é uma favela, mudou; a praça foi derrubada, acabou. A condição operária de minha família, o azeite Bertolli, o bairro da Lagoinha (que até hoje carrego no peito), o tio Tonico, a cidade enfim, influíram no tipo de literatura que estou tentando fazer.”

Formou-se como técnico em contabilidade e fez o curso de Di-

reito, na Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG. Advogou

durante quatro anos, principalmente na Justiça do Trabalho. Foi

funcionário público, trabalhou na Secretaria da Agricultura e em

vários jornais: Binômio, O Diário, Última Hora, O Sol, Diário de

Minas, Estado de Minas, Diário de Belo Horizonte, entre outros.

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WANDER PIROLI

O menino e o pinto do menino

ILUSTRAÇÕES: MARIA EUGENIA Leitor iniciante

Leitor em processo

Leitor fluente

PROJETO DE LEITURA Maria José Nóbrega

Rosane Pamplona

Publicou oito livros : A mãe e o filho da mãe (contos), O menino e o pinto do menino, Os rios morrem de sede, A máquina de fazer amor (contos), Os dois irmãos, Minha Bela Putana (contos), Os melhores contos, Nem filho educa pais.

RESENHA

Bumba ganha um pintinho na festa de aniversário de um ami- go. A mãe tenta demovê-lo da idéia de levar o animalzinho para o apartamento, mas o menino, com a teimosia de seus quatro anos, é inflexível. Em casa, o pintinho logo dá mostras de que não vai se adaptar ao ambiente doméstico, parecendo muito doente. O pai de Bumba chega do trabalho, desanimado com o peso de um coti- diano difícil, e se aborrece ainda mais por saber que o filho ganha- ra um pintinho, que com certeza vai morrer. À noite, o menino não consegue dormir e insiste com o pai para que lhe traga o bi- chinho. O pai vai buscá-lo e vê que o pintinho está morto; leva-o então para o travesseiro do menino, que, julgando que o animalzinho está apenas dormindo, acaba dormindo também.

COMENTÁRIOS SOBRE A OBRA

O desejo de ter um animal de estimação é um tema comum.

Mas o que surpreende em O menino e o pinto do menino é a maneira como Piroli conduz o argumento. Bumba, apesar da sua pouca idade, tenta ocultar o pintinho da mãe que, após fracassar em suas tentativas de subornar o menino, torna-se sua cúmplice.

Partem dela as idéias para contornar as proibições do ônibus e do edifício. Desajeitada, vai lidando como pode com a situação, mantendo uma frágil cumplicidade que não impede Bumba de sentir-se o tempo todo ameaçado de perder seu pintinho.

O pai, ao chegar cansado do trabalho, pouco tem a contribuir a não ser lamentar o mau gosto da situação que o faz precisar lidar com a dor do filho pela morte do pintinho. Transformando a morte do pintinho em sono, permite que o filho durma um sono tranqüilo, mas provisório. Adia a dor, contrariando a epígrafe de William Faulkner (página 3): A fragilidade do pintinho, a fra- gilidade de Bumba, a fragilidade da família, a fragilidade de to- dos nós, protegidos por pequenas infâmias.

Áreas envolvidas: Língua Portuguesa, Ciências

Temas transversais: Orientação sexual, Meio ambiente, Ética Público-alvo: Leitor em processo

O menino e o pinto do menino

WANDER PIROLI

UM POUCO SOBRE O AUTOR

Wander Piroli nasceu em Belo Horizonte. É ele quem conta:

“Nós morávamos na Lagoinha, um bairro safado, de característi- cas muito especiais, que começava na praça Vaz de Melo (que chamamos de Praça da Lagoinha, uma praça incrível) e termina- va na Pedreira Prado Lopes. Pessoas de boa família evitavam tan- to a Praça quanto a Pedreira, que, como eu já disse, abasteciam com sobra o noticiário policial dos jornais. Um reduto de margi- nais, bêbados, vagabundos, criminosos — diziam. Mas nós nos sentíamos muito à vontade na Pedreira e amávamos a Praça, que sempre teve a mania de ficar acordada dia e noite. A Pedreira é uma favela, mudou; a praça foi derrubada, acabou. A condição operária de minha família, o azeite Bertolli, o bairro da Lagoinha (que até hoje carrego no peito), o tio Tonico, a cidade enfim, influíram no tipo de literatura que estou tentando fazer.”

Formou-se como técnico em contabilidade e fez o curso de Di-

reito, na Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG. Advogou

durante quatro anos, principalmente na Justiça do Trabalho. Foi

funcionário público, trabalhou na Secretaria da Agricultura e em

vários jornais: Binômio, O Diário, Última Hora, O Sol, Diário de

Minas, Estado de Minas, Diário de Belo Horizonte, entre outros.

(4)

PROPOSTAS DE ATIVIDADES Antes da leitura:

1. Há no título O menino e o pinto do menino uma inegável ambigüidade que, certamente, será identificada pelos alunos.

Talvez não explicitem o que estão percebendo, mas as risadinhas e as conversinhas a boca pequena mostrarão que captaram o duplo sentido. Estimule-os a falar sobre as possibi- lidades: De um lado, o nome do filhote da galinha e de outro um dos eufemismos para pênis. Converse abertamente com eles a respeito dos tabus que ainda existem quando o assunto é falar sobre sexo. Mostre-lhes as ilustrações iniciais. A partir delas, os alunos selecionarão com segurança qual a acepção que a palavra tem no livro.

2. Leia o início do primeiro capítulo de “Quando a mãe desceu do ônibus...” até “— Pode sim, mãe. Eu ganhei ele”.

Por esse começo já é possível antecipar, com segurança, qual o assunto do livro. Peça que explicitem suas conclusões.

Pergunte a eles se conseguem imaginar quem poderia ter dado o animalzinho ao garoto. (Dar animaizinhos como brinde é co- mum em exposições de animais, lembrancinhas de festa de ani- versário etc.)

Estimule-os a relatar experiências vividas como as da personagem.

3. Ainda sobre o trecho inicial do livro, estimule-os a antecipar como acham que os pais do garoto vão lidar com a situação: para Bumba, o pintinho é um presente; para os pais, um problema.

Estimule-os a relatar como seus familiares reagiriam em situa- ções semelhantes.

4. Pergunte a eles o que acham que vai acontecer ao pintinho no final da história. É muito provável que, a partir de suas experiên- cias prévias, os alunos antecipem que o animal vai morrer.

A morte é um outro tema difícil, mas não fuja dele. Se a hipótese que prevalecer na turma for a de que o pintinho vai morrer, per- gunte se já tiveram algum bichinho de estimação que morreu.

Como se sentiram? E as outras pessoas da casa? Mas, é claro, não revele o que vai acontecer na história.

Durante a leitura:

1. Peça que leiam a história para descobrir o que vai acontecer a Bumba e ao pintinho que ganhou de presente.

2. Peça, também, que verifiquem se as expectativas que tinham a respeito da reação da família e do desfecho da história se con- firmam ou não.

3. Estimule-os a descobrir se há no texto alguma explicação para o autor ter dado à história um título de duplo sentido.

Depois da leitura:

1. Retome a história com eles e promova uma discussão: Era isso o que estavam esperando? Alguma expectativa foi frustrada?

2. O pai fica chateado quando sabe que o menino ganhou o pin- tinho e diz: “Não consigo entender por que fazem uma coisa dessas com os meninos.”. Verifique se os alunos entenderam o motivo do desagrado do pai. Por que ele disse isso? Será que não gostava de animais? (Na verdade, o que desagrada o pai é prever que os dois, menino e animalzinho, sofrerão: este porque prova- velmente não sobreviverá fora de seu ambiente, aquele porque se apegará afetivamente ao bichinho.)

3. Aproveite e debata com seus alunos se eles acham certo ou errado dar bichinhos de presente em situações similares às narra- das no livro.

4. No condomínio em que Bumba e sua família moravam havia um regulamento que proibia manter animais. Se alguns dos alu- nos puderem trazer para a sala de aula cópias dos regulamen- tos dos condomínios em que moram, peça que tentem localizar se há algum artigo que trata especificamente da questão. Se houver, verifique se a norma é clara, e indague ao morador se ela é cumprida.

Sabemos que, apesar das normas, muitos condomínios toleram a presença de animais. Não seria melhor elaborar um regulamento mais transparente do que fazer de conta?

5. Se o tema da morte não tiver aparecido na discussão prelimi- nar, pergunte aos alunos quem já teve um animal de estimação que morreu, e deixe que relatem suas experiências.

6. Promova uma discussão: Será que o pintinho morreu por falta de cuidados? É possível criar um pintinho dentro de um aparta- mento? Que cuidados será que ele exige?

7. Retome o debate sobre a ambigüidade do título. Leia, para seus alunos, no item “Autor e obra”, o que o autor conta sobre o contex- to em que produziu a história. Inicialmente, estava escrevendo para um público adulto, leitor de jornal. A ambigüidade é um jeito de puxar a atenção do leitor das notícias para a literatura: um truque bem-intencionado, porque, afinal, a história é muito delicada.

8. Pesquisando mais sobre o assunto

Proponha a eles produzirem um “Manual de sobrevivência do animal de estimação”. Para isso deverão pesquisar em livros, en- trevistar veterinários etc. Se possível, organizem uma visita a uma

loja de animais, e aproveitem para recolher mais dados sobre os cuidados com os bichos.

9. Além de gatos e cachorros, amplie a discussão para a questão do comércio ilegal de animais silvestres. Esse poderá ser um ou- tro tema a ser investigado. Há também animais exóticos que vi- ram moda durante um tempo e depois são abandonados pelos proprietários nos parques das cidades. Para além da crueldade, há o aspecto de que muitos desses animais não pertencem a esse hábitat e isso pode causar desequilíbrios no ecossistema local.

10. Façam juntos um levantamento de passagens em que o au- tor, registrando uma fala típica da linguagem oral, transgride as normas da linguagem escrita. Observem que isso acontece no discurso direto. Compare passagens que evidenciam as diferen- ças entre a linguagem do narrador e a das personagens. Por exem- plo, o tratamento dado aos pronomes:

Narrador: “A mãe ajudou-o a levantar a blusa de lã (...)”.

A mãe: “— A tia deu ele para você?” — tornou a mãe.

Comente com os alunos que o autor usa uma linguagem muito pró- xima ao registro oral, propositadamente, para caracterizar melhor as personagens e conferir maior realismo ao tratamento do assunto.

LEIA MAIS...

1. DO MESMO AUTOR

Os rios morrem de sede — São Paulo, Editora Moderna

Macacos me mordam! — Belo Horizonte, Editora Comunicação

2. SOBRE O MESMO ASSUNTO

Será que ele vem? — Vivina de Assis Viana, São Paulo, Edito- ra Moderna

Um dia um ganso — Claudio Galperin, São Paulo, Editora

Brinque-Book

(5)

PROPOSTAS DE ATIVIDADES Antes da leitura:

1. Há no título O menino e o pinto do menino uma inegável ambigüidade que, certamente, será identificada pelos alunos.

Talvez não explicitem o que estão percebendo, mas as risadinhas e as conversinhas a boca pequena mostrarão que captaram o duplo sentido. Estimule-os a falar sobre as possibi- lidades: De um lado, o nome do filhote da galinha e de outro um dos eufemismos para pênis. Converse abertamente com eles a respeito dos tabus que ainda existem quando o assunto é falar sobre sexo. Mostre-lhes as ilustrações iniciais. A partir delas, os alunos selecionarão com segurança qual a acepção que a palavra tem no livro.

2. Leia o início do primeiro capítulo de “Quando a mãe desceu do ônibus...” até “— Pode sim, mãe. Eu ganhei ele”.

Por esse começo já é possível antecipar, com segurança, qual o assunto do livro. Peça que explicitem suas conclusões.

Pergunte a eles se conseguem imaginar quem poderia ter dado o animalzinho ao garoto. (Dar animaizinhos como brinde é co- mum em exposições de animais, lembrancinhas de festa de ani- versário etc.)

Estimule-os a relatar experiências vividas como as da personagem.

3. Ainda sobre o trecho inicial do livro, estimule-os a antecipar como acham que os pais do garoto vão lidar com a situação: para Bumba, o pintinho é um presente; para os pais, um problema.

Estimule-os a relatar como seus familiares reagiriam em situa- ções semelhantes.

4. Pergunte a eles o que acham que vai acontecer ao pintinho no final da história. É muito provável que, a partir de suas experiên- cias prévias, os alunos antecipem que o animal vai morrer.

A morte é um outro tema difícil, mas não fuja dele. Se a hipótese que prevalecer na turma for a de que o pintinho vai morrer, per- gunte se já tiveram algum bichinho de estimação que morreu.

Como se sentiram? E as outras pessoas da casa? Mas, é claro, não revele o que vai acontecer na história.

Durante a leitura:

1. Peça que leiam a história para descobrir o que vai acontecer a Bumba e ao pintinho que ganhou de presente.

2. Peça, também, que verifiquem se as expectativas que tinham a respeito da reação da família e do desfecho da história se con- firmam ou não.

3. Estimule-os a descobrir se há no texto alguma explicação para o autor ter dado à história um título de duplo sentido.

Depois da leitura:

1. Retome a história com eles e promova uma discussão: Era isso o que estavam esperando? Alguma expectativa foi frustrada?

2. O pai fica chateado quando sabe que o menino ganhou o pin- tinho e diz: “Não consigo entender por que fazem uma coisa dessas com os meninos.”. Verifique se os alunos entenderam o motivo do desagrado do pai. Por que ele disse isso? Será que não gostava de animais? (Na verdade, o que desagrada o pai é prever que os dois, menino e animalzinho, sofrerão: este porque prova- velmente não sobreviverá fora de seu ambiente, aquele porque se apegará afetivamente ao bichinho.)

3. Aproveite e debata com seus alunos se eles acham certo ou errado dar bichinhos de presente em situações similares às narra- das no livro.

4. No condomínio em que Bumba e sua família moravam havia um regulamento que proibia manter animais. Se alguns dos alu- nos puderem trazer para a sala de aula cópias dos regulamen- tos dos condomínios em que moram, peça que tentem localizar se há algum artigo que trata especificamente da questão. Se houver, verifique se a norma é clara, e indague ao morador se ela é cumprida.

Sabemos que, apesar das normas, muitos condomínios toleram a presença de animais. Não seria melhor elaborar um regulamento mais transparente do que fazer de conta?

5. Se o tema da morte não tiver aparecido na discussão prelimi- nar, pergunte aos alunos quem já teve um animal de estimação que morreu, e deixe que relatem suas experiências.

6. Promova uma discussão: Será que o pintinho morreu por falta de cuidados? É possível criar um pintinho dentro de um aparta- mento? Que cuidados será que ele exige?

7. Retome o debate sobre a ambigüidade do título. Leia, para seus alunos, no item “Autor e obra”, o que o autor conta sobre o contex- to em que produziu a história. Inicialmente, estava escrevendo para um público adulto, leitor de jornal. A ambigüidade é um jeito de puxar a atenção do leitor das notícias para a literatura: um truque bem-intencionado, porque, afinal, a história é muito delicada.

8. Pesquisando mais sobre o assunto

Proponha a eles produzirem um “Manual de sobrevivência do animal de estimação”. Para isso deverão pesquisar em livros, en- trevistar veterinários etc. Se possível, organizem uma visita a uma

loja de animais, e aproveitem para recolher mais dados sobre os cuidados com os bichos.

9. Além de gatos e cachorros, amplie a discussão para a questão do comércio ilegal de animais silvestres. Esse poderá ser um ou- tro tema a ser investigado. Há também animais exóticos que vi- ram moda durante um tempo e depois são abandonados pelos proprietários nos parques das cidades. Para além da crueldade, há o aspecto de que muitos desses animais não pertencem a esse hábitat e isso pode causar desequilíbrios no ecossistema local.

10. Façam juntos um levantamento de passagens em que o au- tor, registrando uma fala típica da linguagem oral, transgride as normas da linguagem escrita. Observem que isso acontece no discurso direto. Compare passagens que evidenciam as diferen- ças entre a linguagem do narrador e a das personagens. Por exem- plo, o tratamento dado aos pronomes:

Narrador: “A mãe ajudou-o a levantar a blusa de lã (...)”.

A mãe: “— A tia deu ele para você?” — tornou a mãe.

Comente com os alunos que o autor usa uma linguagem muito pró- xima ao registro oral, propositadamente, para caracterizar melhor as personagens e conferir maior realismo ao tratamento do assunto.

LEIA MAIS...

1. DO MESMO AUTOR

Os rios morrem de sede — São Paulo, Editora Moderna

Macacos me mordam! — Belo Horizonte, Editora Comunicação

2. SOBRE O MESMO ASSUNTO

Será que ele vem? — Vivina de Assis Viana, São Paulo, Edito- ra Moderna

Um dia um ganso — Claudio Galperin, São Paulo, Editora

Brinque-Book

(6)

PROPOSTAS DE ATIVIDADES Antes da leitura:

1. Há no título O menino e o pinto do menino uma inegável ambigüidade que, certamente, será identificada pelos alunos.

Talvez não explicitem o que estão percebendo, mas as risadinhas e as conversinhas a boca pequena mostrarão que captaram o duplo sentido. Estimule-os a falar sobre as possibi- lidades: De um lado, o nome do filhote da galinha e de outro um dos eufemismos para pênis. Converse abertamente com eles a respeito dos tabus que ainda existem quando o assunto é falar sobre sexo. Mostre-lhes as ilustrações iniciais. A partir delas, os alunos selecionarão com segurança qual a acepção que a palavra tem no livro.

2. Leia o início do primeiro capítulo de “Quando a mãe desceu do ônibus...” até “— Pode sim, mãe. Eu ganhei ele”.

Por esse começo já é possível antecipar, com segurança, qual o assunto do livro. Peça que explicitem suas conclusões.

Pergunte a eles se conseguem imaginar quem poderia ter dado o animalzinho ao garoto. (Dar animaizinhos como brinde é co- mum em exposições de animais, lembrancinhas de festa de ani- versário etc.)

Estimule-os a relatar experiências vividas como as da personagem.

3. Ainda sobre o trecho inicial do livro, estimule-os a antecipar como acham que os pais do garoto vão lidar com a situação: para Bumba, o pintinho é um presente; para os pais, um problema.

Estimule-os a relatar como seus familiares reagiriam em situa- ções semelhantes.

4. Pergunte a eles o que acham que vai acontecer ao pintinho no final da história. É muito provável que, a partir de suas experiên- cias prévias, os alunos antecipem que o animal vai morrer.

A morte é um outro tema difícil, mas não fuja dele. Se a hipótese que prevalecer na turma for a de que o pintinho vai morrer, per- gunte se já tiveram algum bichinho de estimação que morreu.

Como se sentiram? E as outras pessoas da casa? Mas, é claro, não revele o que vai acontecer na história.

Durante a leitura:

1. Peça que leiam a história para descobrir o que vai acontecer a Bumba e ao pintinho que ganhou de presente.

2. Peça, também, que verifiquem se as expectativas que tinham a respeito da reação da família e do desfecho da história se con- firmam ou não.

3. Estimule-os a descobrir se há no texto alguma explicação para o autor ter dado à história um título de duplo sentido.

Depois da leitura:

1. Retome a história com eles e promova uma discussão: Era isso o que estavam esperando? Alguma expectativa foi frustrada?

2. O pai fica chateado quando sabe que o menino ganhou o pin- tinho e diz: “Não consigo entender por que fazem uma coisa dessas com os meninos.”. Verifique se os alunos entenderam o motivo do desagrado do pai. Por que ele disse isso? Será que não gostava de animais? (Na verdade, o que desagrada o pai é prever que os dois, menino e animalzinho, sofrerão: este porque prova- velmente não sobreviverá fora de seu ambiente, aquele porque se apegará afetivamente ao bichinho.)

3. Aproveite e debata com seus alunos se eles acham certo ou errado dar bichinhos de presente em situações similares às narra- das no livro.

4. No condomínio em que Bumba e sua família moravam havia um regulamento que proibia manter animais. Se alguns dos alu- nos puderem trazer para a sala de aula cópias dos regulamen- tos dos condomínios em que moram, peça que tentem localizar se há algum artigo que trata especificamente da questão. Se houver, verifique se a norma é clara, e indague ao morador se ela é cumprida.

Sabemos que, apesar das normas, muitos condomínios toleram a presença de animais. Não seria melhor elaborar um regulamento mais transparente do que fazer de conta?

5. Se o tema da morte não tiver aparecido na discussão prelimi- nar, pergunte aos alunos quem já teve um animal de estimação que morreu, e deixe que relatem suas experiências.

6. Promova uma discussão: Será que o pintinho morreu por falta de cuidados? É possível criar um pintinho dentro de um aparta- mento? Que cuidados será que ele exige?

7. Retome o debate sobre a ambigüidade do título. Leia, para seus alunos, no item “Autor e obra”, o que o autor conta sobre o contex- to em que produziu a história. Inicialmente, estava escrevendo para um público adulto, leitor de jornal. A ambigüidade é um jeito de puxar a atenção do leitor das notícias para a literatura: um truque bem-intencionado, porque, afinal, a história é muito delicada.

8. Pesquisando mais sobre o assunto

Proponha a eles produzirem um “Manual de sobrevivência do animal de estimação”. Para isso deverão pesquisar em livros, en- trevistar veterinários etc. Se possível, organizem uma visita a uma

loja de animais, e aproveitem para recolher mais dados sobre os cuidados com os bichos.

9. Além de gatos e cachorros, amplie a discussão para a questão do comércio ilegal de animais silvestres. Esse poderá ser um ou- tro tema a ser investigado. Há também animais exóticos que vi- ram moda durante um tempo e depois são abandonados pelos proprietários nos parques das cidades. Para além da crueldade, há o aspecto de que muitos desses animais não pertencem a esse hábitat e isso pode causar desequilíbrios no ecossistema local.

10. Façam juntos um levantamento de passagens em que o au- tor, registrando uma fala típica da linguagem oral, transgride as normas da linguagem escrita. Observem que isso acontece no discurso direto. Compare passagens que evidenciam as diferen- ças entre a linguagem do narrador e a das personagens. Por exem- plo, o tratamento dado aos pronomes:

Narrador: “A mãe ajudou-o a levantar a blusa de lã (...)”.

A mãe: “— A tia deu ele para você?” — tornou a mãe.

Comente com os alunos que o autor usa uma linguagem muito pró- xima ao registro oral, propositadamente, para caracterizar melhor as personagens e conferir maior realismo ao tratamento do assunto.

LEIA MAIS...

1. DO MESMO AUTOR

Os rios morrem de sede — São Paulo, Editora Moderna

Macacos me mordam! — Belo Horizonte, Editora Comunicação

2. SOBRE O MESMO ASSUNTO

Será que ele vem? — Vivina de Assis Viana, São Paulo, Edito- ra Moderna

Um dia um ganso — Claudio Galperin, São Paulo, Editora

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