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Tributário - Certidão de regularidade fiscal -Cautelar mediante caução - Garantia do créditotributário, sem suspensão de sua exigibilidade -Art. 206 do Código Tributário Nacional -Admissibilidade

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TJMG - Jurisprudência Cível

Jurisp. Mineira, Belo Horizonte, a. 61, n° 193, p. 73-264, abr./jun. 2010 261 Ementa: Tributário - Processual civil - ISS - Retenção -

Substituição tributária - Suspensão - Depósito - Recurso especial - Destrancamento - Cabimento.

1. A redação do § 3º do art. 542 do CPC, incluído pela Lei nº 9.756/98, no sentido de que os recursos especiais contra decisão interlocutória devem ficar retidos, e somente proces- sados caso a parte os reiterar, no prazo para interposição do recurso contra a decisão final, possui temperamentos diante do poder geral de cautelar do julgador.

2. Em determinadas circunstâncias, quando presentes o fumus boni iurise o periculum in mora, deve-se destrancar o recurso, determinando o seu encaminhamento à Corte com- petente para seu julgamento. Do contrário, poderia ocorrer uma prestação jurisdicional ineficaz, porquanto o provimen- to proferido no recurso contra a decisão final de nada adi- antaria ao recorrente ou, talvez, já tivesse consumado lesão grave ou irreversível.

3. O depósito judicial, nos termos do art. 151, II, do CTN, tem o caráter de suspender a exigibilidade do crédito tribu- tário, sendo uma faculdade do contribuinte fazê-lo.

4. A suspensão da retenção, por substituição tributária, do ISS incidente sobre os serviços prestados pela contribuinte, para fins de possibilitar o depósito judicial dos valores con- trovertidos, tem respaldo legal (art. 151, II, do CTN) e em nada prejudicará o Fisco, que poderá resgatar tais valores no final do processo. Agravo regimental provido para recon- siderar a decisão agravada e determinar o destrancamento do recurso especial retido na origem.

Ante o exposto, dou provimento ao agravo de instrumento para determinar o depósito dos valores recolhidos pela Unimed, a título de ISSQN, relativamente aos serviços prestados pelas agravadas, ressaltando que o cumprimento da ordem judicial de depósito será reali- zado mediante notificação do responsável tributário (Unimed) pelo Município.

Custas, na forma da lei.

É como voto.

DES. FERNANDO BOTELHO - De acordo.

DES. EDGARD PENNA AMORIM - Acompanho o em. Relator, só lhe pedindo licença para ressaltar meu entendimento de que os agravantes seriam contribuintes de fato do imposto e de que a Unimed possuiria, em tese, interesse jurídico e econômico na demanda.

Essas observações, contudo, não têm o condão de afastar a conclusão de que deve ser assegurado aos agravantes o direito de depositar os valores controver- tidos.

Em face do exposto, dou provimento ao recurso nos termos do dispositivo do voto do em. Relator.

Súmula- DERAM PROVIMENTO AO RECURSO.

. . .

Tributário - Certidão de regularidade fiscal - Cautelar mediante caução - Garantia do crédito tributário, sem suspensão de sua exigibilidade -

Art. 206 do Código Tributário Nacional - Admissibilidade

Ementa: Tributário. Certidão de regularidade fiscal.

Cautelar preparatória mediante caução. Art. 206 do Código Tributário Nacional. Falta de comprovação do fumus boni iurise do periculum in mora.

- É possível o ajuizamento de ação cautelar mediante caução para garantia do crédito tributário, com o fim de obter certidão positiva de débitos com efeitos de negati- va, sem suspensão da exigibilidade do crédito tributário.

- O bem oferecido em ação cautelar com fins de garan- tir o débito fiscal, para obter liminar que determine a expedição de certidão de regularidade fiscal em favor do contribuinte, deve ser apto para garantir a integralidade da dívida.

Recurso não provido.

AAGGRRAAVVOO DDEE IINNSSTTRRUUMMEENNTTOO CCÍÍVVEELL NN°°

11..00002244..0099..665544997788-77//000011 - CCoommaarrccaa ddee BBeelloo H

Hoorriizzoonnttee - AAggrraavvaannttee:: EEssttaaddoo ddee MMiinnaass GGeerraaiiss - AAggrraavvaaddaa:: NNaacciioonnaall GGaass BBuuttaannoo DDiissttrriibbuuiiddoorraa LLttddaa.. - RReellaattoorr:: DDEESS.. EEDDGGAARRDD PPEENNNNAA AAMMOORRIIMM

AAccóórrddããoo

Vistos etc., acorda, em Turma, a 8ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, sob a Presidência da Desembargadora Teresa Cristina da Cunha Peixoto, incorporando neste o relatório de fls., na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à unanimidade de votos, EM NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

Belo Horizonte, 6 de maio de 2010. - Edgard Penna Amorim- Relator.

N

Noottaass ttaaqquuiiggrrááffiiccaass

DES. EDGARD PENNA AMORIM - Trata-se de agravo de instrumento com pedido de efeito suspensivo interposto pelo Estado de Minas Gerais nos autos de ação cautelar que lhe move Nacional Gás Butano Distribuidora Ltda. contra decisão da lavra do il. Juiz de Direito da 4ª Vara de Feitos Tributários do Estado que deferiu a liminar requestada pela ora agravada, assegu- rando-lhe a obtenção de certidão positiva de débitos com efeitos de negativa mediante oferecimento de caução (f. 95/97-TJ).

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Jurisp. Mineira, Belo Horizonte, a. 61, n° 193, p. 73-264, abr./jun. 2010 262

Pede o agravante seja conferido efeito suspensivo ao recurso para afastar o cumprimento da decisão inter- locutória que deferiu a liminar. Requer seja o recurso provido, ao final, para cassar, em definitivo, a decisão recorrida. Para tanto aduz, em apertada síntese, ser impossível suspender-se a exigibilidade do crédito tribu- tário sem garantia adequada e a ausência dos requisitos da pretensão cautelar.

Recebido o recurso às f. 106/107-TJ, foi indeferido o efeito suspensivo e determinada a intimação da agravada.

Diante da promoção de f. 109-TJ, informando que os advogados elencados pelo agravante como procura- dores da agravada não correspondiam aos subscritores dos documentos de f. 23-TJ e procuração de f. 26-TJ, determinei a correção da autuação e republi- cação da decisão de f. 106/107-TJ, ficando reaberto o prazo para apresentação da contraminuta.

Às f. 114/118-TJ, a agravada apresentou con- traminuta pelo desprovimento do agravo.

Conheço do recurso, presentes os pressupostos de admissibilidade.

Da análise das razões recursais, concluo por que o inconformismo do agravante não merece provimento.

Antes de evidenciar as razões conclusivas deste voto, contudo, é importante tecer breves considerações acerca da matéria discutida.

Relevante esclarecer, neste contexto, que entendo haver diferença entre um pedido de expedição de cer- tidão de regularidade fiscal e um pedido de suspensão da exigibilidade do crédito tributário.

É bem verdade que, suspensa a exigibilidade do crédito tributário, faz jus o contribuinte à obtenção de certidão de regularidade fiscal, a teor do art. 206 do CTN, parte final. No entanto, a suspensão da exigibili- dade do crédito tributário traz consequências outras, além do direito à certidão, tal como, “v.g”, a impossibi- lidade de a Fazenda Pública tomar quaisquer medidas tendentes a exigir o crédito tributário do contribuinte. A título de ilustração, o seguinte julgado do eg. Tribunal Regional Federal da 1ª Região:

Processo civil. Execução fiscal. Suspensão da exigibilidade do crédito tributário.

Estando o crédito tributário suspenso, não pode ser propos- ta ação de execução fiscal para cobrança dessa mesma dívi- da (TRF 1ª Região, 3ª Turma. REO 96.01.33020-8/GO, rel.

Juiz Tourinho Neto, ago/1997, in PAULSEN, Leandro. Direito tributário - Constituição e Código Tributário à Luz da Doutrina e da Jurisprudência. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2003. p. 883).

Pela via inversa, vale frisar que as certidões de re- gularidade fiscal podem ser obtidas pelo contribuinte em decorrência de razões outras - não só em virtude da sus- pensão da exigibilidade do crédito tributário - como, por

exemplo, em virtude da existência de penhora regular em ação executiva, nos termos do art. 206 do CTN, in verbis:

Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que conste a existência de créditos não venci- dos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efe- tiva a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.

Neste ensejo, resta evidente que o juiz está legal- mente habilitado a determinar a expedição de certidão de regularidade fiscal em prol do contribuinte - sem sus- pensão da exigibilidade do crédito tributário - quando o pedido fundar-se em relevantes razões.

Nada obsta, por exemplo, o ajuizamento, como é o caso, de ação cautelar mediante caução para garan- tia do crédito tributário, com o fim de obter certidão posi- tiva de débitos com efeitos de negativa, sem suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Neste sentido, o seguinte precedente do eg. Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que esposa entendimento que vem sendo referendado pelo col. Superior Tribunal de Justiça:

Agravo de instrumento. Tributário. Ação cautelar. Caução para garantia do crédito tributário. Certidão positiva com efeitos de negativa (art. 206 do CTN). Possibilidade.

1. Perfeitamente cabível o procedimento do devedor que, em face de crédito tributário contra si lançado, mas ainda não objeto de executivo fiscal em que se possa perfectibilizar a penhora, propõe ação cautelar que visa caucionar aquele crédito e, à semelhança dos efeitos que gerariam a penho- ra, permitir a concessão da certidão positiva com efeitos de negativa estampada no artigo 206 do CTN. 2. A caução assim autorizada não se confunde com o depósito judicial do valor controverso (art. 151, inciso II, CTN) e, pois, não se subordina às condições deste (Súmula 112, STJ). Tampouco obsta o ajuizamento da execução fiscal, porque de causa suspensiva da exigibilidade não se trata, pois configura prévia constrição sobre bens do devedor (TRF da 4ª Região, 1ª Turma, unânime, AI 1999.04.01.090207-3/RS, rel. Des.

Fed. Wellington M. de Almeida, ago, 2002) .

Neste ensejo, tenho admitido, em tese, o ofereci- mento de bens em ação cautelar como garantia de dívi- da tributária, em antecipação de penhora em execução fiscal, assegurando ao contribuinte a expedição de cer- tidão positiva de débitos com efeitos de negativa, sem suspensão de exigibilidade do crédito tributário, nos ter- mos do art. 206 do CTN. No presente caso, a garantia oferecida (f. 100-TJ) revela-se, prima facie, apta para cobrir a integralidade da dívida, não havendo motivos para indeferimento da expedição da certidão de regulari- dade fiscal, desde que não haja outras pendências em nome da agravada.

O periculum in mora tampouco se manifesta, porquanto o aguardo do ajuizamento de ação de exe- cução fiscal, sem o amparo da certidão de regularidade fiscal, seria ainda mais grave para a recorrida, dadas as consequências deletérias que poderiam advir da circuns- tância.

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TJMG - Jurisprudência Cível

Jurisp. Mineira, Belo Horizonte, a. 61, n° 193, p. 73-264, abr./jun. 2010 263

Em face do exposto, nego provimento ao recurso, para manter incólume a decisão de f. 95/97-TJ, confir- mando o direito de a agravada obter certidões de regu- laridade fiscal em razão do débito consubstanciado no PTA nº 01.000158526-34.

Votaram de acordo com o Relator os DESEMBAR- GADORES TERESA CRISTINA DA CUNHA PEIXOTO e VIEIRA DE BRITO.

Súmula- NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO.

. . .

incorporando neste o relatório de fls., na conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à una- nimidade de votos, EM NEGAR PROVIMENTO.

Belo Horizonte, 4 de maio de 2010. - Edilson Fernandes- Relator.

N

Noottaass ttaaqquuiiggrrááffiiccaass

DES. EDILSON FERNANDES - Trata-se de recurso interposto contra a r. sentença de f. 64/68, proferida nos autos da ação de indenização ajuizada por Arlete Aparecida da Silva Santos em face do Município de Ritápolis, que julgou procedente o pedido para condenar o réu a pagar à autora indenização por dano moral no valor de R$ 8.300,00, assim como nos honorários advo- catícios fixados em R$ 600,00.

Em suas razões, o apelante sustenta preliminar de cerceamento de defesa ao argumento de que os documentos juntados pela apelada às f. 48/55 não visaram demons- trar fatos novos, além de não ter sido oportunizada vista dos autos para uma análise mais detalhada. Alega que a cópia da gravação de uma conversa realizada com o coveiro certamente não foi por ele autorizada, o que a torna ilícita. Afirma que duas das testemunhas ouvidas eram impedidas de depor visto se tratar de parentes da recorrida e, com relação à testemunha Elzi do Carmo Silva Raimundo, esta não presenciou o enterro do Sr.

Onofre para confirmar se foi enterrado no mesmo local do pai da apelada. Salienta que o que pode ter havido foi erro na colocação das placas de identificação, o que provocou a falta de identificação da sepultura onde es- tava enterrado o pai da recorrida. Aduz que, passados nove anos, não há como precisar o local exato do sepul- tamento. Na eventualidade, requer a redução da quan- tia arbitrada a título de danos morais (f. 91/95).

Presentes os pressupostos de admissibilidade, co- nheço do recurso.

Versam os autos sobre ação ordinária objetivando a condenação do Município de Ritápolis na indenização por danos morais, decorrente de novo sepultamento de terceira pessoa realizado pelo cemitério municipal no túmulo do falecido pai da apelada, proprietária em caráter perpétuo do referido jazigo.

A dicção do art. 397 do CPC faz presumir que o uso da prova documental não fica inibido após a apre- sentação da petição inicial e da contestação, desde que presente fato novo ou como elemento de contraposição às alegações da parte contrária.

No presente caso, os anexos fotográficos juntados pela recorrida (f. 49/54) objetivaram apenas reforçar as alegações já deduzidas em juízo e esclarecimento de fatos em que se funda a causa, inexistindo indícios evi- dentes do propósito de surpreender o juízo ou de ocul- tação premeditada.

Indenização - Violação de sepultura - Inumação de desconhecido em jazigo perpétuo de outrem -

Guarda do cadáver - Dever contratual do Município - Art. 37, § 6º, da Constituição Federal - Má administração - Responsabilidade objetiva -

Dano moral - Dever de indenizar - Fixação - Efeito repressivo e pedagógico - Satisfação da

vítima - Enriquecimento sem causa - Não ocorrência

Ementa: Ação de indenização. Juntada de documento após a inicial. Art. 397, do CPC. Violação de sepultura.

Inumação de terceira pessoa em jazigo perpétuo.

Responsabilidade civil da Administração configurada.

Danos morais. Critério de fixação.

- É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados, ou para con- trapô-los aos que foram produzidos nos autos.

- Diante da violação do seu dever contratual de guarda do cadáver, torna-se inequívoco o dever do Município de indenizar o dano moral decorrente da violenta dor cau- sada pela surpresa de se constatar que terceira pessoa foi enterrada no mesmo local onde se encontrava ente querido do qual a autora velava, cujo jazigo foi adquiri- do a título de perpetuidade.

AAPPEELLAAÇÇÃÃOO CCÍÍVVEELL NN°° 11..00662255..0099..008877994422-44//000011 - C

Coommaarrccaa ddee SSããoo JJooããoo ddeell-RReeii - AAppeellaannttee:: MMuunniiccííppiioo ddee RRiittááppoolliiss - AAppeellaaddaa:: AArrlleettee AAppaarreecciiddaa ddaa SSiillvvaa SSaannttooss - RReellaattoorr:: DDEESS.. EEDDIILLSSOONN FFEERRNNAANNDDEESS

AAccóórrddããoo

Vistos etc., acorda, em Turma, a 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, sob a Presidência do Desembargador Edilson Fernandes,

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