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ISLAMISMO: Uma Religião de Paz ou de Guerra?

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Academic year: 2021

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Uma religião de paz ou de guerra?

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ISLAMISMO

Uma religião de paz ou de guerra?

Instituto Cristão de Pesquisas

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ISLAMISMO: Uma religião de paz ou de guerra?

Por Instituto Cristão de Pesquisas (Brasil)

Copyright © Instituto Cristão de Pesquisas 2020

Primeira Edição em Português: 2020

Todos os direitos em língua portuguesa reservados por Editora Missio Dei EDITOR I I. A. B. Quissindo “Josué”

REVISÃO I Ambrósio Dala I Paula Namalanga I Laurindo Sitaque I Jorge Cambuta DIAGRAMAÇÃO I Equipa Editora Missio Dei

CAPA I Instituto Cristão de Pesquisas

Todas as citações bíblicas são da versão Bíblia Almeida Corrigida e Fiel - palavras de Jesus em vermelho, salvo indicações feitas no próprio texto.

Depósito Legal (pela Biblioteca Nacional, Luanda – Angola): 9623/2020 ISLAMISMO / ICP / Huambo, Angola: Missio Dei, 2020 I pdf

ISBN: 978-989-33-0888-2

1. Apologética. Defesa da Fé. Religião. 9623/2020

EDITORA MISSIO DEI

SEDE | Rua Serpa dos Santos, Cidade Baixa, Huambo, Angola

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Entretanto, se o caro leitor é uma pessoa com condição financeira estável, continue utilizando nosso acervo e, se o Senhor lhe tocar, abençoe nossos autores ou nossa editora adquirindo

os livros.

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SUMÁRIO

DEDICATÓRIA 9

A REFORMA PROTESTANTE E AS MISSÕES 10

A presença da Igreja como agente de expansão da Palavra pregada 10 As traduções bíblicas 11

O culto vivo ao Deus vivo 11 Uma igreja cristocêntrica 12

A Igreja de Deus 13 A Igreja local 14 A Igreja humana 14

AS DUAS FACES DO ISLAMISMO 17 Uma religião de paz ou de guerra? 17 Islamismo radical versus islamismo moderado 26

O EXCLUSIVISMO CRISTÃO 29 Apenas uma reposta é bíblica 31

Os pluralistas (Não!) 31 Os inclusivistas (Sim, mas...) 32

A resposta bíblica (Não!) 34

MONOTEÍSMO TEÓRICO E POLITEÍSMO PRÁTICO 37 O que é um deus? 38

Mediador e mediadores 38 Catolicismo romano 39

Kardecismo 41 Islamismo popular 42

Resumindo... 45

ISLAMISMO - DESAFIO À FÉ CRISTÃ 47 A vida de Maomé 47

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Como responder às objecções muçulmanas 53 O Alcorão ataca a divindade de Cristo 56

Expiação 60

Evidências da verdade 61

QUEM É ALÁ? - O DEUS DA BÍBLIA É O MESMO DO ALCORÃO? 66 Uma precaução necessária 67

Alá seria o mesmo Deus da Bíblia? 68 Como shirk é definido 70

Os árabes pré-islâmicos eram idólatras 71 O Alá do Alcorão não teve filho 73

O Alá do Alcorão não é triuno 77

Equívocos islâmicos na interpretação da Bíblia 79 O Alá do Alcorão não é o Deus da Bíblia! 82

ISLAMISMO - A RELIGIÃO DE MAOMÉ, O ÚLTIMO PROFETA 86 O "último profeta" 86

O canôn islâmico 88

Pontos doutrinários básicos do islamismo 89 Os seis pilares do islamismo 90

As divisões do islamismo 91 A Kaaba 93

Causas da expansão muçulmana 93

RESPOSTA CRISTÃ À AFIRMAÇÃO ISLÂMICA DE QUE MAOMÉ FOI PROFETIZADO NA BÍBLIA 95

Analisando os Versículos 96

UMA RESPOSTA CRISTÃ AO ISLAMISMO SOBRE O ALCORÃO 105 A escritura sagrada do islamismo: o Alcorão 106

Resposta cristã à preservação do Alcorão 107 Resposta cristã à eloquência do Alcorão 108

Resposta cristã às profecias do Alcorão 110

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Resposta cristã à ciência e ao Alcorão 112

UM EXAME CRÍTICO E HISTÓRICO DA ADORAÇÃO ISLÂMICA 115 As imagens e a Igreja Católica Apostólica Romana 115

O Alcorão condena a idolatria? 117

Maomé - um profeta vaticinado por pagãos idólatras 119 Caaba - a veneração à Pedra Negra 119

Alá - mais um ídolo adorado na Caaba? 121 Os amigos de Deus 122

A veneração aos imãs 126 Procissões 126 Superstições islâmicas 127

Equilibrando os fatos 128 Facções islâmicas 129

Sobre a intercessão entre Alá e os seres humanos 130 Sobre o papel e a condição dos imames dos dias atuais 131

ISLAMOFOBIA OU DIREITO DE RELIGIÃO? 133

O CONCEITO DE CÉU E PARAÍSO ENTRE AS RELIGIÕES 135 O céu das religiões 136

O céu do catolicismo 136 O céu do mormonismo 138

O céu do jeovismo 140

O céu do espiritismo kardecista 141 O céu do islamismo 142 O céu judaico-cristão 144 Considerações finais 147

AS MULHERES NO ISLAMISMO E NO CRISTIANISMO 151 A mulher no islamismo 151

O contrato de casamento 153

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O número de esposas 154 A mulher no cristianismo 155 A mulher nos textos paulinos 156

A mulher segundo os pais da Igreja primitiva 156 A mulher segundo os reformadores 157

A mulher nos dias atuais 159

O CRIME DE ESTUPRO NO ISLAMISMO 161 A mulher como objeto imoral 162

Dois pesos, duas medidas 165

TERRORISMO - COMO A TEOLOGIA ISLÂMICA INFLUÊNCIA OS GRUPOS RADICAIS MUÇALMANOS 168

Cultura e teologia 169 Os dois significados de jihad 171

Hassan al-Banna 173 Sayyd Qutb 175

Consequências ideológicas 176 Ressalvas e conclusões 178

Os "cristãos" também guerrearam em nome da fé 179

MOTIVOS PARA O TERRORISMO NO FUNDAMENTALISMO ISLÂMICO 184 Maomé e os conflitos que envolvem sua história 185

O aumento de agressividade registrado no alcorão 188 O terrorismo imposto aos apostatas 190

A passividade do terrorismo no Islã 192 Qual é a visão do Islã hoje? 193

A recompensa o terrorismo 195 Reposta cristã aos muçulmanos 197

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DEDICATÓRIA

A Igreja Cristã Angolana que vela e zela pela Sã Doutrina e aos cristãos dispersos no mundo que, como prova de sua fé, sofrem por amor a Cristo e a Sua Igreja.

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A REFORMA PROTESTANTE E AS MISSÕES

A presença da Igreja como agente de expansão da Palavra pregada

Por Ronaldo Lidório, missionário especialista em plantio de igrejas e antropologia cultural

A Reforma Protestante, desencadeada com as 95 teses de Lutero e divulgadas em 31 de Outubro de 1517, foi, sobretudo, eclesiástica, em um momento em que todos os olhares se voltavam para a reestruturação daquilo que a Igreja cria e vivia. Renasceram, assim, os dogmas evangélicos. A Sola Scriptura defendia uma Igreja centrada nas Escrituras, a Palavra de Deus; a Sola Gratia reconhecia a salvação e a vida cristã fundamentadas na graça do Senhor e não nas obras humanas; a Sola Fide evocava a fé e o compromisso de fidelidade com o Senhor Jesus; a Solus Christus anunciava que o próprio Cristo estava construindo sua Igreja na terra, sendo seu único Senhor; e a Soli Deo Gloria enfatizava que a finalidade maior da Igreja era glorificar a Deus.

A missão da Igreja, sua Vox Clamantis ("a voz que clama"), não fez parte dos temas defendidos e pregados na Reforma Protestante de forma direta. Isto por um motivo óbvio: os reformadores, como Lutero, Calvino e Zuínglio, possuíam em suas mãos o grande desafio para reconduzir a Igreja à Palavra de Deus e, assim, todos os escritos foram revestidos de uma forte convicção eclesiológica e sem preocupação imediata com a missiologia. Isto não dilui, entretanto, a profunda ligação entre a Reforma Protestante e a obra missionária por alguns motivos.

Vejamos:

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As traduções bíblicas

A Reforma levou a Igreja a crer que o curso de sua vida e razão de existir deveriam ser conduzidos pela Palavra de Deus, submetendo o próprio sacerdócio a esse crivo bíblico. Foi justamente essa a ênfase escriturística que despertou Lutero para a tradução da Palavra para a língua do povo e inspirou, posteriormente, centenas de traduções populares em diversos idiomas, fomentando movimentos como a Wycliffe Bible Translators, com a visão da tradução das Escrituras para todas as línguas entre todos os povos da terra. Hoje, contamos com a Palavra do Senhor traduzida para 2.212 línguas vivas. João Calvino enfatizava que "onde quer que vejamos a Palavra de Deus pregada e ouvida em toda a sua pureza [...] não há dúvida de que existe uma Igreja de Deus". O grande esforço missionário para a tradução bíblica resulta directamente dos ensinos reformados.

O culto vivo ao Deus vivo

A Reforma reavivou o culto em que todos os salvos, e não apenas o sacerdote, louvavam e buscavam o Senhor Deus. Lutero, em uma de suas primeiras atitudes, colocou em linguagem comum os hinos entoados nos cultos. Essa convicção de que é possível ao homem comum louvar a Deus incorporou na Igreja pós-reforma o pensamento multiétnico segundo o qual "o desejo de levar o culto a todos os homens", como disse Zuínglio, não demorou a ressoar na Igreja, culminando com o envio de missionários para o Ceilão pela Igreja Reformada holandesa no século XVII, que disparou um progressivo envio missionário e expansão da fé cristã nos séculos que viriam. Um culto vivo ao Deus vivo foi um dos pressupostos reformados que induziu

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a obra missionária a levar este culto a todos os homens, transpondo barreiras linguísticas, culturais e geográficas.

Uma igreja cristocêntrica

A Reforma trouxe a glória de Deus, como motivo de vida da Igreja e isso definiu o curso de todo o movimento missionário pós-reforma, quando o estandarte de Cristo, e não da Igreja, era levado com a Palavra proclamada entre outros povos. Os morávios já testificavam isso quando o conde Zinzendorf, ao ser questionado sobre seu real motivo para tão expressivo e sacrificial movimento missionário, responde: "Estou indo buscar, para o Cordeiro, o galardão do seu sacrifício". John Knox, na segunda metade do século XVI, escreveu que a Genebra de Calvino era "a mais perfeita escola de Cristo que jamais houve na terra desde a época dos apóstolos". O centro das atenções, portanto, era Cristo, e nascia ali um modelo cristocêntrico de pregação do evangelho que marcaria o curso da história missionária nos séculos posteriores.

Mas, sobretudo, a Reforma Protestante passou a Igreja pelo crivo da Palavra e isso revelou-nos a nossa identidade bíblica, segundo o coração de Deus. Seguindo o esboço dessa eclesiologia reformada, podemos concluir que somos uma comunidade chamada e salva pelo Senhor com uma finalidade na terra. Zuínglio, logo após manifestar sua intenção de passar a pregar apenas sermões expositivos, em Janeiro de 1519, afirmou, em sua primeira prédica, que "a salvação põe sobre nós a responsabilidade de obediência".

Seguindo essa ênfase eclesiológica, sob o cunho escriturístico, vemos que "igreja" (gr. ekklesia) é um termo composto que pode ser dividido em ek ("para fora de") e klesia, que vem de kaleo ("chamar").

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Etimologicamente, pode, portanto, ser entendida como "chamada para fora de", o que, a princípio, nos dá uma ideia mais real dessa comunidade dos santos que entra em um templo, mas precisa postar seus olhos além dos muros.

Obviamente, o termo também está ligado a "agrupamento de indivíduos" e, de certa forma, a "instituição". Entretanto, em todo o Novo Testamento a Igreja adquire o conceito de "comunidade dos santos". O termo estaria ausente dos evangelhos não fosse por sua menção em Mateus 16:18 e 18:17, mas aparece 23 vezes em Atos e mais de 100 vezes em todo o resto do Novo Testamento.

“Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” Mateus 16:18.

“E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano” Mateus 18:17.

A seguir, gostaríamos de chamar a atenção do leitor para alguns conceitos neotestamentários e reformados para esta comunidade dos filhos de Deus que foram estudados pelos reformadores e impulsiona a Igreja hoje para uma obra missionária baseada na Sola Scriptura, para a glória de Deus.

A Igreja de Deus

Comumente, encontramos no Novo Testamento a expressão "Igreja de Deus" (gr. Ekklesia tou Theou), o que evidencia que esta Igreja veio de Deus e pertence a Deus. É uma comunidade que possui Deus como fonte; é eterna, espiritual e universal. Não provém de elucidação humana ou de uma obsessão nutrida por um grupo de loucos há vinte séculos. Antes, foi articulada por Deus, formada por Deus, pertence a

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Deus e permanece ligada a Deus. Independente das deturpações da fé, das ramificações que se liberalizaram, dos que se perderam pelo caminho, a Igreja permanece, pois é posse de Deus.

Dessa forma, a Igreja de Deus precisa caminhar de acordo com o palpitar do coração de Deus, a quem pertence, traduzindo para sua vida os desejos profundos desse coração. Baseados nesta verdade, necessitamos renovar nosso compromisso com a eclesiologia bíblica - um grupo de santos chamado por Deus para a inusitada tarefa de transtornar o mundo com o evangelho de Cristo.

A Igreja local

Também no Novo Testamento, encontramos o conceito de "igreja local". Em 1Coríntios 1:12, vemos, por exemplo, a expressão a "Igreja de Deus que está em Corinto", em que a expressão "que está" (gr. te ouse) indica a localidade da igreja. Mostra-nos que os santos de Corinto pertencem à Igreja e não que a Igreja pertence a Corinto, o que deve ficar bem claro. Nos últimos 2000 anos, a Igreja adquiriu uma forte tendência de se "localizar", condicionando-se tão fortemente a uma cidade ou bairro a ponto de alguns chegarem a defender uma

"demarcação" geográfica da responsabilidade da Igreja, impedindo trabalhos fora da sua jurisdição.

Num conceito neotestamentário, igreja é uma comunidade sem fronteiras e, portanto, cremos que necessidade de

"sacramentalizarmos" mais os santos e menos os templos. Missões não é um programa eclesiástico. É a respiração da Igreja.

A Igreja humana

Também dentro do conceito de igreja, encontramos, no Novo Testamento, um perfil bastante humano. Em 1Tessalonicenses 1:1, por

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exemplo, lemos: "igreja de Tessalónica" (gr. ekklesia Thesalonikeon), dando-nos a ideia daqueles que são a Igreja, sendo, também, tessalónicos, cidadãos de Tessalónica.

Mostra-nos o fato de que, por serem "Igreja", não significa que deixam de ser cidadãos, patriotas, carpinteiros, lavradores, comerciantes, desportistas, pais, mães ou filhos. A Igreja, no Novo Testamento, não é apresentada como uma comunidade alienante, mas como uma comunidade que abrange o homem em seu contexto humano, fazendo- nos entender que esta Igreja não foi separada do mundo, mas, sim, purificada dentro dele. Mostra-nos, também, que, na obra missionária, não há super-homens, mas, sim, gente como a gente tendo o privilégio de espalhar o evangelho de Cristo além-fronteiras.

No livro de Atos, a humanidade foi chocada com a fé daqueles que

"transtornavam o mundo". O viver dos discípulos era Cristo, o objectivo era ganhar almas, a alegria era a adoração, o que os unia era a verdadeira comunhão, o amor era traduzido em acções, os fortes guiavam os fracos, as dificuldades eram enfrentadas com oração, a paz enchia os corações e todos, mesmo sem muita estrutura humana, possuíam, como finalidade de vida, apenas testemunhar de Jesus. Era uma Igreja visionária, formada por gente limitada como nós.

Entretanto, quando olhamos para esta Ekklesia do Senhor Jesus no contexto embrionário do Novo Testamento, a pergunta que salta aos olhos é: qual deve ser a principal motivação dos santos para o envolvimento com a obra missionária mundial, fazendo Cristo conhecido entre todos os povos da terra? Nesta expectativa, olhamos para Paulo, o qual, como missiólogo, expôs aos romanos a nossa real motivação bíblica e reformada.

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Leiamos Romanos 16:25-27, texto em que o apóstolo, encerrando esta carta de grande profundidade missiológica, diz:

“Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério que desde tempos eternos esteve oculto”: fala de Deus. Mas que se manifestou agora, e se notificou pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, a todas as nações para obediência da fé; Ao único Deus, sábio, seja dada glória por Jesus Cristo para todo o sempre. Amém”.

Mas, qual o motivo para este plano divino que visa a redenção de todos os povos? Ele responde no verso 27: "Ao Deus único e sábio seja dada glória!". Este é o maior e mais importante motivo para nos envolvermos com o propósito de fazer Jesus conhecido até a última fronteira do país mais distante, ou da criança caída na esquina da nossa rua: a glória de Deus!

Martinho Lutero, em um sermão expositivo, em 1513, baseado no Salmo 91, afirmou que "a glória de Deus precede a glória da Igreja". É momento de renovar o nosso compromisso com as Escrituras, reconhecer que existimos como Igreja pela graça de Deus, orar ardentemente por fidelidade de vidas e entender que o próprio Jesus está construindo a sua Igreja na terra. E, quando colocarmos as mãos no arado, sem olhar para trás, devemos nos lembrar o seguinte: a razão da nossa existência é a glória do Deus. Pois, Deus é maior do que nós!

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AS DUAS FACES DO ISLAMISMO

Uma religião de paz ou de guerra?

Por David Wood

Com a morte de Osama bin Laden, no início de Maio deste ano, e a promessa de retaliação por parte dos líderes da Al Qaeda, surgiram questionamentos acerca da religião islâmica entre os pesquisadores e cientistas da religião. Ninguém nega que o Ocidente tem dificuldade em lidar com o islamismo, sendo possível ouvir discursos que, como um pêndulo, variam entre rotular o islamismo como a religião mais sanguinária da história e defendê-lo como uma religião pacífica e inofensiva. A matéria que segue traz uma consideração equilibrada sobre essas duas faces do islamismo.

Após os ataques de 9 de Setembro, alguns vândalos enfurecidos arrombaram as janelas do centro islâmico perto da Universidade de Old Dominion, em Norfolk, Virgínia (EUA). Quando o pastor da igreja daquele local viu os estudantes praticando esse acto, imediatamente chamou a polícia. No final do dia, os policiais e alguns responsáveis pela escola fizeram uma reunião para buscar medidas que aliviassem a tensão. Durante a reunião, um dos participantes, muito bravo, afirmou que o islamismo é uma religião de violência e matança, e que os terroristas islâmicos estavam simplesmente fazendo o que o Alcorão lhes dizia que deveriam fazer. Muitas pessoas, incluindo eu, foram contra esse rapaz, assegurando que o islamismo é, de fato, uma religião pacífica.

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Minhas convicções sobre o islamismo têm mudado desde aquele dia, especialmente porque passei a estudá-lo arduamente. Percebi as razões que me levaram a defender o islamismo naquela ocasião.

Através dos anos, tive a oportunidade de conhecer vários muçulmanos, todos eles muito amáveis e calmos. Realmente, apesar de o nosso imaginário popular desenhar muçulmanos queimando as bandeiras dos EUA e de Israel, ou rasgando as imagens de seus respectivos presidentes, a maioria dos muçulmanos é composta de pessoas normais e pacíficas, pessoas que vivem suas vidas sem qualquer intenção de explodir edifícios ou queimar bandeiras patrióticas. Muitos no Ocidente negam, mas isso ocorre porque os ocidentais jamais tiveram a experiência de conversar com um muçulmano.

A natureza benevolente desses muçulmanos causa um efeito psicológico profundo nos ocidentais, levando-nos a pensar: "O islamismo não pode ser mau, porque os muçulmanos são pessoas agradáveis. Logo, os terroristas que explodem edifícios e metrôs só podem ser muçulmanos extremistas". Uma vez que estamos convencidos disso, é possível que defendamos o islamismo em algum contexto, como ocorreu comigo. Sabemos que muitos ocidentais têm raiva dos terroristas e que a maioria dessas pessoas transfere esse sentimento para todos os demais muçulmanos. Diante disso, cristãos como eu acabam defendendo o islamismo para proteger seus amigos muçulmanos. Proteger as pessoas de vandalismo e preconceito é realmente uma nobre atitude, entretanto, defender o islamismo é algo completamente diferente.

Se alguém me perguntasse hoje: "Você acredita que o islamismo é uma religião pacífica?". Minha resposta seria, ao mesmo tempo, "sim" e

"não". Com efeito, provavelmente questionaria: "Primeiro, diga-me o

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que você quer dizer com 'islamismo', pois esse é um termo empregado em muitos sentidos". Se por islamismo queremos dizer uma religião praticada por mais de um bilhão de pessoas ao redor do mundo, minha resposta seria um sonoro 'sim', porque, de fato, trata-se de uma religião pacífica para muitas pessoas (não para todas!). Mas, se por islamismo queremos nos referir à religião ensinada por Maomé, eu responderia com um sonoro 'não'!".

Neste momento, algum leitor muçulmano poderia dizer a si mesmo: "O que este infiel está querendo dizer? Existe apenas um tipo de islamismo, perfeitamente preservado no santo Alcorão, desde o tempo em que este fora dado a Maomé pelas mãos do anjo Gabriel". Contudo, a ideia de que o Alcorão foi "perfeitamente preservado" e a ideia de que existe apenas um tipo de islamismo são falsas.

Desde o surgimento, sempre houve crises psicológicas no islamismo e, se fôssemos diagnosticá-las como um tipo particular de doença mental, a mais compatível seria algo como um transtorno de personalidade múltipla. O islamismo nunca foi capaz, ao longo dos anos, de decidir se é melhor viver em paz com os "infiéis" ou cortar a cabeça deles para montar uma pirâmide gigante. Estamos certos de que muitos discordam dessa afirmação, mas estariam discordando de um dos fatos empiricamente mais verificáveis do mundo.

Pensemos sobre isso. Um muçulmano decapita uma mulher para protestar na Guerra do Iraque, enquanto outro o amaldiçoa por matar uma pessoa inocente. Um grupo de muçulmanos colide um imenso avião num arranha-céu em Nova Iorque, enquanto outro grupo condena veementemente o ataque. Um muçulmano detona uma bomba dentro de um ônibus repleto de passageiros, enquanto outros noticiam, em

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seus telejornais, que o islamismo é uma religião pacífica. A verdade é que cada uma dessas atitudes opostas é apoiada pelo Alcorão. E podemos ir além: cada um desses posicionamentos encontra exemplo na pessoa do próprio profeta Maomé.

Logo, a razão de o islamismo sofrer um transtorno de personalidade múltipla vem do fato de que o seu fundador igualmente tinha esse problema. É claro que não estamos usando literalmente os termos técnicos da psicologia. É apenas uma forma de descrever um fenómeno peculiar na maneira de pensar e agir de Maomé. Quando Maomé recebeu suas "revelações" pela primeira vez, muitos de seus vizinhos na cidade de Meca escarneceram dele e o perseguiram. Maomé passou a representar uma ameaça a duas coisas: ao estilo de vida imoral deles e às suas fontes de sustento, pois os ídolos pagãos da cidade atraíam muita renda. Assim, Maomé tinha de ser impedido ou, pelo menos, desacreditado. Durante esse período, Maomé se manteve humilde, devoto, obediente à mensagem conferida a ele, generoso e fiel nas doações aos pobres e, em geral, um exemplo de moralidade irrepreensível. Em essência, Maomé agia como muitos outros muçulmanos dedicados que existem hoje em dia. Maomé pregou uma religião de paz e os hadiths (ensinamentos) que temos desse período reflectem esse temperamento pacífico.

Então, algo aconteceu. Maomé fugiu de Meca e foi para Medina, onde seu poder político cresceu vertiginosamente. Rapidamente, ele e seus seguidores começaram a invadir e saquear caravanas para sustentar a nova religião e, na mesma medida em que seus inimigos se multiplicam, também se multiplicavam seus seguidores. O que se segue após isso pode ser descrito apenas como um reinado de terror para aqueles que se recusaram a se submeter ao islamismo.

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Homens e mulheres foram assassinados por escreverem contra Maomé, e aqueles que abandonaram o islamismo foram exterminados.

Centenas de judeus foram decapitados, depois de já terem se rendido, por serem contrários a Maomé, e suas esposas e crianças foram vendidas como escravas. Assim relata o biógrafo Ibn Ishaq: "Então, eles se renderam e o profeta Maomé os confinou em Medina [...]

Quando o profeta saiu do mercado de Medina, cavou trincheiras nos arredores. Então, ele os chamou e os decapitou, usando-os na construção das trincheiras [...] havia, ao todo, seiscentos ou setecentos, apesar de alguns quantificarem algo em torno de oitocentos e novecentos".

Um homem cego, de quem foi dito ter mais de cem anos de idade na ocasião, teve sua cabeça fendida a golpes por dizer que, se ele pudesse ver, lançaria um punhado de pós sobre Maomé. Quando um homem chamado Uqba estava prestes a ser assassinado pelos muçulmanos e demonstrou sua preocupação perguntando: "Quem cuidará das minhas crianças, ó Maomé?", O profeta respondeu ao homem condenado que o inferno tomaria conta das crianças.

Haveria, obviamente, muitos outros exemplos de violência que não estão listados aqui, mas esses são suficientes para mostrar a noção que Maomé tinha acerca de como deveriam ser tratados aqueles que se recusam a se submeter ao islamismo. Essa religião foi pacífica para os cerca de seiscentos a novecentos homens judeus e crianças, cujos corpos foram empilhados nas trincheiras mesmo após terem se rendido? O islamismo foi uma religião pacífica para aquele homem condenado à morte que deixou órfãos seus cinco filhos? O islamismo é uma religião pacífica para todo aquele que fala contra Maomé? Não!

Certamente, não! Quando Maomé finalmente conseguiu a adesão de

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um número grande de seguidores dedicados, que poderiam obedecer à sua sede de violência sem questionamentos, o islamismo deixou de ser uma religião pacífica.

Notem os leitores que chegamos à resposta para essas perguntas arguindo a natureza do islamismo e fazendo uma análise com base histórica. As discussões sobre o islamismo, tipicamente voltadas para este assunto, acabam envolvendo certos versículos do Alcorão, mas tais discussões são infrutíferas. A razão disso é porque o Alcorão é inconsistente em suas referências acerca dos infiéis e isso devido, em grande parte, à inconsistência do próprio Maomé. Nos diálogos com muçulmanos é comum que respondam a estes questionamentos dizendo que, de acordo com o Alcorão, "não há imposição quanto à religião" (Surata 2:256), mas um crítico poderia responder com uma passagem muito diferente: "Combatei aqueles que não crêem em Deus nem se abstêm do que Deus e Seu Mensageiro proibiram, e não professam a verdadeira religião daqueles que receberam o Livro, até que, submissos, paguem o Jizya" (Surata 9:29).

Sobre esse versículo, um muçulmano pode comentar: "Sim, o versículo diz mesmo para combater os descrentes, mas esta é uma referência àqueles que atacam o islamismo". Assim, de acordo com muitos muçulmanos, o islamismo realmente é combativo, mas apenas como autodefesa. Então, quem está certo? A solução para esse impasse pode ser facilmente encontrada mediante um exame histórico sobre o desenvolvimento e a expansão do islamismo.

É verdade que os muçulmanos têm permissão para combater somente quando são ameaçados. Mas, a história mostra o que os fiéis primitivos consideravam uma ameaça. Qualquer homem que não tivesse se

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submetido completamente ao islamismo era considerado uma ameaça e, por conta disso, tratado com hostilidade radical. Até mesmo poesias e letras de canções, quando usadas contra Maomé, foram suficientes para garantir uma sentença de morte.

Diante disso, os versos do Alcorão que ensinam os muçulmanos a viver em paz deveriam ser examinados sempre dentro do contexto histórico da vida de Maomé, pois sua vida é o que nos permite esclarecer muitas passagens ambíguas do Alcorão. Este contexto histórico também esclarece aspectos polémicos que, igualmente, derivam da vida de Maomé.

Por exemplo, há mais de treze séculos, um Maomé relativamente pacífico fugiu para Medina por causa de uma perseguição intensa. Mas, assim que ele fugiu para lá, deixou atrás de si um caminho de paz cada vez mais distante de sua conduta inicial. Ao retornar para Meca, como líder de um exército, poucos foram corajosos o suficiente para se opor a ele. As leis islâmicas "repentinamente" tornaram-se superiores e foram impostas com um rastro de sangue que fazia os inimigos se renderem.

Um fenómeno semelhante ocorre no mundo actual. Quando os muçulmanos estão em minoria, como ocorre na América (EUA), por exemplo, a mensagem é sempre a mesma: "Deixem-nos viver em paz uns com os outros, pois o islamismo é uma religião de tolerância e compreensão". Mas, se o islamismo se espalhasse pelo país e se tornasse maioritário, a mensagem talvez mudasse para: "Todo aquele que se opõe ao profeta Maomé é digno de morte". Isso já ocorreu em outras ocasiões e é a história quem testemunha tais fatos.

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Estranhamente, essa táctica tem obtido notável êxito para o islamismo.

Apesar de mais de mil anos de matança, muitas pessoas estão convencidas de que Maomé foi um homem gentil e humilde, que jamais prejudicou qualquer pessoa, e que o islamismo ensina os seus seguidores a serem pacíficos a qualquer um que não declare guerra contra eles. Então, quando alguém como Osama bin Laden organiza um grupo de muçulmanos num ataque contra milhares de pessoas inocentes, todos dizem que ele só pode ser insano, e as pessoas do mundo todo se apressam em defender o islamismo.

O resultado disso é simplesmente surpreendente. Os muçulmanos radicais cometeram actos de terrorismo na Rússia, na Espanha, nos EUA, na Inglaterra, em Israel e em incontáveis outros países ao redor do mundo, e isso levou as pessoas a tolerarem o islamismo ainda mais.

Pense sobre isso! Um muçulmano explode um ônibus, mas as pessoas não querem que os outros muçulmanos sejam perseguidos por isso e passam a defender o islamismo. Os legisladores desses países atacados estão entre os mais activos defensores do islamismo. As leis de liberdade de expressão em favor do islamismo estão surgindo em todos os lugares, até mesmo nos EUA e na Inglaterra, declarando que sentenças proferidas contra o islamismo não serão toleradas. Na Austrália, pastores estiveram à beira de serem lançados na prisão por criticarem passagens do Alcorão.

Os últimos ataques terroristas em Londres, há alguns anos, estranhamente ajudaram o islamismo a crescer e a se fortalecer na Inglaterra. Na ocasião, houve um período de afronta ao islamismo, mas assim que a fumaça se dissipou (literalmente e metaforicamente), o mundo inteiro se levantou novamente para defender o islamismo, e mais projectos de leis foram aprovados para proteger os muçulmanos

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daqueles que discursam contra a religião de paz supostamente pregada por Maomé. Não importa quão violento o islamismo se torne, enquanto as pessoas continuarem falhando em reconhecer que esta religião possui duas faces, que fazem parte de uma mesma cabeça (e ambas as faces estão sorrindo satisfatoriamente com as leis que tornam o islamismo intocável), o império religioso de Maomé prosperará em um mundo de falsa tolerância.

Talvez, Osama bin Laden não fosse tão louco como todo mundo pensou, pois seu plano pareceu funcionar perfeitamente, apesar da complexidade. Seus ataques fortaleceram a posição do islamismo no mundo inteiro. De maneira curiosa, bin Laden foi mais devotado às verdades islâmicas do que muitos muçulmanos actuais. Se Maomé disse para os muçulmanos combaterem em nome de Deus, e demonstrou o significado disso matando homens, mulheres e crianças que sequer ofereceram resistência, o que deveria um muçulmano dedicado fazer? Os devotos muçulmanos deveriam viver em paz com os "infiéis" ao redor deles, ou deveriam seguir o exemplo de Maomé, matando os infiéis em suas camas?

Sentimo-nos sinceramente felizes por ter a certeza de que a maioria dos muçulmanos deseja viver em paz com seus vizinhos de outras crenças. Mas, precisamos ser honestos neste ponto. Tais muçulmanos, benevolentes, não são assim porque estão seguindo o exemplo pacífico deixado por Maomé. Eles são pacíficos porque escolheram fazer o que é correcto e porque desejam viver uma vida melhor do que aquela que o próprio Maomé viveu. De fato, muitos muçulmanos são tão gentis, pacíficos e bondosos que parecem seguir o exemplo de outro líder religioso - alguém que morreu na cruz pelos pecados do mundo e ressuscitou dos mortos para provar sua mensagem. Este

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homem deixou aos seus discípulos uma advertência: "Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores" (Mateus 7:15). E, talvez, eu possa acrescentar: "Acautelai-vos, porém, das falsas religiões, que vêm até vós clamando paz! Paz! Quando elas próprias foram edificadas sobre mortes e guerras.

Observação: os versos do Alcorão citados nesta matéria foram extraídos do Alcorão online, disponível no site da Comunidade islâmica na web: http://www.myciw.org/index.php.

Islamismo radical versus islamismo moderado

Por volta do século VII, logo após a disseminação do islamismo na Península Arábica, os convertidos ao Islã organizaram investidas militares que deveriam empreender a conversão religiosa de outros povos estrangeiros. Também conhecida como jihad, essa acção tomada pelos árabes islâmicos possibilitou a conquista de um vasto território que, com o passar do tempo, se estendeu por regiões da Ásia, do Norte da África e da Península Ibérica.

A partir de então, o poderio sobre as ricas terras conquistadas com o processo de avanço da crença muçulmana estabeleceu uma contenda política sobre quem deveria de fato prosseguir controlando as regiões subordinadas ao comando árabe-islâmico. Sem dúvida, o crescimento da comunidade islâmica contribuiu para que novos grupos políticos aparecessem. Foi por meio de tal disputa que os sunitas e os xiitas passaram a ganhar terreno como os dois principais partidos políticos do mundo árabe.

Partindo de uma noção de viés religioso, os sunitas adoptam a Suna - livro que conta a trajectória do profeta Maomé - como referência para a

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resolução das questões não muito bem esclarecidas pelo Alcorão.

Seguindo tal livro sagrado, os sunitas reconhecem somente a ascensão dos líderes religiosos que forem directamente escolhidos pela população islâmica. Ao todo, os sunitas representam cerca de 80% da comunidade islâmica espalhada pelo mundo.

Tomando outras justificativas, o grupo xiita prefere uma interpretação mais rígida do Alcorão e não reconhece os conselhos e exemplos provenientes de qualquer outro livro. De acordo com os xiitas, o mundo islâmico deve ser politicamente controlado por membros direitos da família do profeta Maomé. A justificativa apresentada para tal opção se baseia na crença de que somente os descendentes da casa de Maomé teriam a sabedoria necessária para conduzir os fiéis.

Apesar das divergências políticas apresentadas, os árabes muçulmanos conseguiram propagar a sua crença por diversas civilizações espalhadas pelo mundo. Segundo indicam algumas pesquisas, o islamismo é uma das religiões que mais crescem ao redor do mundo. Actualmente, o grupo político xiita é comumente associado aos pequenos grupos terroristas que mancham a reputação do mundo árabe. Contudo, tais alas radicais não reflectem as posições políticas e religiosas de grande parte da comunidade muçulmana.

Referências

1 De acordo com Ibn Ishaq, um dos biógrafos mais próximos de Maomé na linha do tempo, o próprio profeta tomou parte em 27 invasões bélicas. Ibn Ishaq, Sirat Rasul Allah. The Life of Muhammad. Trad. A.

Guillaume (New York: Oxford University Press, 1980), p. 659.

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2 Ibn Ishaq, Sirat Rasul Allah. The Life of Muhammad. Trad. A.

Guillaume (New York: Oxford University Press, 1980), p. 464.

3 Ibid., p. 372-3.

4 Ibid., p. 308.

5 P. 308.

6 Ibid., p. 483.

7 http://www.mundoeducacao.com.br/curiosidades/sunitas-x-xiitas.htm

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O EXCLUSIVISMO CRISTÃO

Por W. Gary Crampton, Doutor em teologia pelo Whitefield Theological Seminary

Tradução de Ariel Sullivan

O exclusivismo cristão, que tem sido a visão das igrejas reformadas e biblicamente ortodoxas ao longo dos séculos, é o ensinamento que diz que Jesus Cristo é o único Salvador e, por isso, é essencial crer nele para ser salvo. Essa óptica está admiravelmente apresentada no Catecismo Menor de Westminster (Q.21), na Confissão de fé de Westminster (10:4; 14:2) e no Catecismo Maior de Westminster (Q.60).

Há um grande número de passagens bíblicas que ensina o exclusivismo cristão. Quatro das mais explícitas são: João 3:16-18,36;

14:6; Atos 4:12; 1Timóteo 2:5. Vejamos um pouco sobre cada uma delas:

João 3:16-18

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.

Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigénito Filho de Deus” (grifo do autor).

Esses versículos dificilmente poderiam ser mais claros. Os que crêem em Cristo têm a vida eterna e os que não crêem, já estão condenados.

A fé em Jesus Cristo é um factor indispensável da salvação. Não se pode ser salvo sem essa fé.

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João 14:6

“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”.

Aqui, nas palavras do próprio Cristo, aprendemos que Ele é o único caminho para o Pai. "Ninguém vem ao Pai, senão for por mim", ou seja, por Jesus Cristo. Mais uma vez, as palavras não poderiam ser mais claras. Aqueles que desconhecem Jesus não podem ser salvos.

William Hendriksen escreve o seguinte, a respeito desse versículo:

"Tanto o absoluto (exclusivismo) da religião cristã como a urgente necessidade das missões cristãs são claramente indicados nesse versículo".

Atos 4:12

“E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”.

As palavras de Pedro, registradas por Lucas, são tão directas e exclusivistas quanto as que lemos no evangelho de João. Cristo é o único salvador. Segundo Simon Kistemaker: "O verbo 'devamos' (do grego dei) revela uma necessidade divina de que Deus insistiu, de acordo com o seu plano e decreto, em nos salvar mediante a Pessoa e obra de Jesus Cristo. Além disso, esse 'devamos' significa que o homem está sob a obrigação moral de responder à chamada para crer em Jesus Cristo e, assim, obter a salvação. O homem não tem outro meio de salvação, senão o Filho de Deus".

1Timóteo 2:5

“Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem”.

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Como podemos ver nesse texto, nas palavras do apóstolo Paulo, assim como existe apenas um Deus vivo e verdadeiro, existe também apenas

"um mediador entre Deus e os homens", e esse mediador é o homem Jesus Cristo. Em outras palavras, não há outra maneira pela qual os homens podem ser salvos, excepto mediante Jesus Cristo. Charnock escreveu: "Cristo é declarado o único Mediador no mesmo sentido em que Deus é declarado o único Deus. Assim como só existe um Criador do homem, só existe também um Mediador para os homens. Como Deus é o Deus de todos os que morreram antes que Cristo viesse, bem como de todos quantos morreram depois, assim também Cristo é o Mediador de todos os que morreram antes de sua vinda e também de todos os que verão o seu dia".

Apenas uma reposta é bíblica

Muito embora a Igreja de Cristo tenha sempre sustentado a visão do exclusivismo cristão, isso, no entanto, não tem impedido a existência daqueles que se opõem a ela. Infelizmente, os adversários do exclusivismo cristão, até dentro das igrejas evangélicas, estão aumentando hoje. Ronald Nash escreve: "Antigamente, os cristãos se identificavam pela crença absoluta em Jesus Cristo como o único e suficiente salvador do mundo. Mas, a unidade dos cristãos (professos) desapareceu. Hoje, muitos dos que se dizem cristãos escolhem entre três repostas fundamentalmente diferentes à pergunta 'Jesus é o único Salvador?'. As respostas podem ser declaradas e pontuadas sucintamente assim: 'Não!'. "Sim, mas...'. 'Sim!'".

Os pluralistas (Não!)

A resposta negativa é dada pelos chamados pluralistas. Pluralistas como John Hick negam Jesus Cristo como sendo o único Salvador e,

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também, que é essencial crer nele para ser salvo. A salvação, dizem os pluralistas, pode vir por qualquer uma das religiões mundiais e por qualquer um dos vários salvadores. Hick explica: "Não existe meramente um caminho, mas uma pluralidade de caminhos de salvação [...] os quais ocorrem de formas diferentes, nos contextos de todas as grandes tradições religiosas".

Basta dizer que a posição adoptada pelos pluralistas religiosos está tão obviamente em desacordo com os ensinamentos das Escrituras, que não pode, racionalmente, ser considerada uma visão "cristã", de modo algum. Ou seja, se João 3:16-18; 14:6; Atos 4:12 e 1Timóteo 2:5 são de fato ensinos das Escrituras (e são mesmo!), então não existe possibilidade de haver outro Salvador além de Jesus Cristo. E se o cristianismo for a única religião verdadeira (e é mesmo!), então todas as outras religiões são falsas. Simples assim. O "pluralismo cristão" é uma contradição de termos. O pluralismo soteriológico (salvífico) é anticristão. Jesus afirma isso da seguinte maneira: "Aquele que não está comigo é contra mim, e o que comigo não ajunta, espalha" (Lucas 11:23).

Os inclusivistas (Sim, mas...)

Existe, no entanto, um número crescente de pensadores declaradamente cristãos, como Gavin D'Costa, Clarck Pinock e John Sanders, que respondem à pergunta "Jesus é o único Salvador?" com uma afirmativa condicionada: "Sim, mas...". Esse grupo adere ao conhecido "inclusivismo cristão". Os inclusivistas respondem que sim, que Jesus é de fato o único Salvador, mas dizem que as pessoas não necessitam saber de Cristo ou crer nele para receber os benefícios de sua obra redentora. Ou seja, como Nash corretamente expõe, os

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inclusivistas "distinguem entre a necessidade ontológica da obra de Cristo como redentor e a afirmação separada de que sua obra redentora seja epistemologicamente necessária".

O inclusivista John Sanders explica: "Os não evangelizados são salvos ou perdidos com base em seu comprometimento, ou falta dele, com o Deus que salva mediante a obra de Cristo. [Os inclusivistas] acreditam que a apropriação da graça salvadora é mediada pela revelação geral e pelas obras providenciais de Deus na história humana.

Resumidamente, os inclusivistas afirmam a particularidade e a finalidade da salvação apenas em Cristo, mas negam o conhecimento de que sua obra seja necessária à salvação".

O inclusivismo está-se tornando a visão predominante no Catolicismo Romano. Como indica Nash, esse movimento é uma herança do Concílio Vaticano II (1962-1965), no qual se concluiu que "também podem conseguir salvação eterna aqueles que, não tendo nenhuma imputabilidade, desconhecem o evangelho de Cristo ou sua Igreja, embora sinceramente procurem a Deus e, movidos pela graça, esforcem-se sozinhos por fazer a sua vontade, conforme lhes seja conhecida pelos ditames da consciência".

Obviamente, então, a auto-revelação de Deus pela revelação geral é crucial na teoria inclusivista. Pois esse é o meio (alegado) pelo qual Deus leva alguns à salvação sem fé em Cristo. "Portanto", dizem os inclusivistas, "também existe uma distinção necessária entre 'crentes' e 'cristãos'. Os primeiros (crentes), estão salvos porque puseram sua fé em Deus; os últimos (cristãos), por outro lado, estão salvos porque puseram sua fé em Cristo".

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A resposta bíblica (Não!)

Existem algumas dificuldades que se opõem a tudo isso que temos apresentado. Primeiro, a Bíblia não faz distinção entre os crentes e os cristãos. Isto é, os crentes são chamados crentes porque crêem em Cristo (João 3:16-18, 36). Além disso, aprendemos nas Escrituras que

"quem nega o Filho também não tem o Pai; [mas] quem confessa o Filho tem também o Pai" (1João 2:23; cf. João 5:23). Saulo de Tarso é um exemplo de "crente em Deus" que era tão inteligente em seu judaísmo que negava o cristianismo, a ponto de perseguir a Igreja de Cristo (Atos 9:1-3; 22:1-5; 26:11). Mas, até ser confrontado por Jesus Cristo e convertido no caminho de Damasco (Atos 9:3-19; 22:6-16;

26:12-18), ele se considerava o principal dos pecadores perdidos (1Timóteo 1:12-16; cf. Filipenses 3:3-16).

Em segundo lugar, as Escrituras ensinam que, embora a revelação geral seja suficiente para mostrar Deus como Criador, deixando, então, os homens indesculpáveis (Romanos 1:18-21; 2:14-15), ela não é suficiente para mostrá-lo como Salvador. As Escrituras são imprescindíveis para o conhecimento da redenção: "Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé" (Romanos 1:16-17). E ainda: "De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus" (Romanos 10:17).

Igualmente, a Confissão de Westminster sumariza o assunto nos seguintes termos:

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"Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência de tal modo manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, que os homens ficam inescusáveis, contudo não são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e da sua vontade necessário para a salvação; por isso foi o Senhor servido, em diversos tempos e de diferentes modos, a revelar-se e a declarar, à sua Igreja, aquela sua vontade; e depois, para melhor preservação e propagação da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja, contra a corrupção da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido a escrevê-la toda. Isso torna indispensável a Escritura Sagrada".

Sendo assim, a teoria dos inclusivistas fracassa completamente. A Bíblia nega o inclusivismo e claramente ensina o exclusivismo cristão:

"Quem crê nele [Jesus] não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigénito Filho de Deus [...]

Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece" (João 3:18, 36). Falando simplesmente, o inclusivismo, como o pluralismo, não é uma visão cristã, de forma alguma. Por negarem os ensinos claros das Escrituras, inclusivismo e pluralismo são anticristãos.

Fonte:

Esse ensaio foi publicado primeiro como livreto sob o título Christ the Mediator, pela editar The Blue Banner, em 2000.

1 HENDRIKSEN, William. New Testament Commentary: Exposition of the Gospel According to John. (Baker [1953-1954]), II:269.

2 KISTEMAKER, Simon J. New Testament Commentary: exposition of Acts of the Apostles (Baker, 1990), p.156.

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3 Citado pelo editor em John Calvin, Commentaries, Volumes I-XXII (Baker, 1981), Commentary on 1Thimothy 2:5.

4 NASH, Ronald H. Is Jesus Only Savior? (Zondervan, 1994), p. 9.

5 HICK, John. God Has Many Names. (Westminster, 1982) e Problems of Religious Pluralism (St. Martin's Press, 1985).

6 HICK, John Problems of Religious Pluralism (St. Martin's Press, 1985), p. 34.

7 D'COSTA. Gavin. Theology and Religious Pluralism. (Basil Blackwell, 1986).

8 PINNOCK, Clarck. A Wideness in God's Mercy. (Zondervan, 1992).

9 SANDERS, John. No Other Name. (Eerdmans, 1992).

10 NASH, Ronald H. Is Jesus Only Savior? (Zondervan, 1994), p. 23.

11 SANDERS, John. No Other Name. (Eerdmans, 1992), p. 215.

12 NASH, Ronald H. Is Jesus Only Savior? (Zondervan, 1994), p.108- 9.

13 SANDERS, John. No Other Name. (Eerdmans, 1992), p.224-5.

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MONOTEÍSMO TEÓRICO E POLITEÍSMO PRÁTICO

Por Eguinaldo Hélio de Souza

“Assim temiam ao SENHOR, mas também serviam a seus deuses, segundo o costume das nações dentre as quais tinham sido transportados” (2 Reis 17:33)

Monoteísmo é a crença em um único Deus, o que o difere do paganismo e de religiões como o hinduísmo que, oficialmente, acredita na existência de vários deuses. No mundo existem apenas três grandes religiões reconhecidamente monoteístas, isto é, que crêem em um único Deus: judaísmo, cristianismo e islamismo. Embora apresentando características distintas, as teologias destas religiões não admitem a existência de outra ou de outras divindades.

Todavia, este monoteísmo se deteriora muitas vezes em um politeísmo disfarçado, que não fica longe do paganismo evidente. Algumas vertentes dessas religiões mantêm certo monoteísmo em seu credo, mas sua prática está repleta de envolvimento com outros deuses.

Este fenómeno só não ocorre dentro do judaísmo e do protestantismo, que se mantêm estritamente monoteístas, tanto em sua teologia quanto em sua prática devocional. As demais religiões, mesmo as que se intitulam monoteístas, apresentam, oficialmente ou não, formas de cultos a outros tipos de divindade. Mesmo alguns segmentos do cristianismo ou de outras religiões que se intitulam cristãs são, na prática, politeístas.

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O que é um deus?

O Novo Dicionário Aurélio define o conceito de Deus/deus da seguinte forma, pontos 2 e 3: "Ser infinito, perfeito, criador do Universo. Nas religiões politeístas, divindade superior aos homens, é à qual se atribui influência especial, benéfica ou maléfica, nos destinos do Universo".

Ao menos em teoria, é possível que as religiões envolvam todos estes conceitos, ou mais, porém, a revelação bíblica só admite o primeiro. O cristianismo autêntico é mais do que doutrina verdadeira (ortodoxia), é a prática do culto verdadeiro (ortopraxia). É um grande engano supor que a simples adesão intelectual a um credo torna o homem aceitável a Deus, enquanto na prática ele continua invocando, adorando ou se envolvendo espiritualmente com falsos deuses. O rótulo de "cristão"

utilizado por diversos grupos, como espíritas, racionalistas, etc., é insuficiente para que os homens tenham um relacionamento verdadeiro com Deus, uma vez que as pessoas observam práticas pagãs e idólatras.

O Senhor ordenou: "Não terás outros deuses diante de mim" (Êxodo 20:3). O exclusivismo da Divindade não vai apenas até a formulação de um credo, mas está no âmago do verdadeiro relacionamento entre Deus e o homem. Se o primeiro mandamento não for respeitado na prática, o homem não obterá uma verdadeira relação com o Deus vivo, independente de quantos conceitos correctos ele possa apresentar na teoria.

Mediador e mediadores

"Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem" (1 Timóteo 2:5).

Referências

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