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CRIANÇAS COM INTOLERÂNCIA À LACTOSE: A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO E O PLANEJAMENTO DIETÉTICO ADEQUADO

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Academic year: 2021

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1 Nutrição, 4º período, ESGR213964 – gabi.estofelouzada@hotmail.com

2 Nutrição, 4º período, ESGR214721 – carina.sugio@hotmail.com

3 Nutrição, 4o período, ESGR213726 – marcelavst16@gmail.com

4 Graziele Zandominegue Ronchetti. Nutricionista mestre em Fisiologia Humana - UFES. Centro Universitário São Camilo - ES – grazieleronchetti@saocamilo-es.br

LOUZADA, Gabriele Estofeles1 SUGIO, Carina Toshie Campos2 TALIULI, Marcela Valim de Souza3 RONCHETTI, Graziele Zandominegue4

INTRODUÇÃO

Durante o processo de digestão, a lactose deve ser hidrolisada no intestino delgado liberando seus produtos: glicose e galactose que serão absorvidos através de transporte ativo dependente de sódio e mediados por carreador. A hidrólise da lactose é realizada pela betagalactosidase, conhecida como lactase (PRETTO et al., 2002).

Contudo, alguns indivíduos podem apresentar a intolerância à lactose (IL), que é caracterizada pela incapacidade de digerir lactose devido à deficiência ou ausência da enzima intestinal lactase. Essa característica modifica o processo normal de digestão de alimentos que contém lactose e algumas manifestações clínicas podem ser observadas como, dor na região abdominal, inchaço, flatulência, diarreias e vômitos (MARCIANA et al., 2019).

Tal doença pode afetar principalmente crianças em seus 3 primeiros anos de vida, a alternativa para essa problemática seria a exclusão do leite de vaca e seus derivados da dieta dos infantes. Porém pode acarretar na ingestão insuficiente de cálcio, elemento fundamental para a saúde óssea, aumentando o risco de problemas na mineralização óssea, com casos de raquitismo, osteopenia e osteoporose (MEDEIROS et al., 2004).

Logo, deve-se identificar a intolerância nos menores por meio de testes, como o teste do hidrogênio expirado e oral para que seja feito um planejamento dietético apropriado em crianças, que assegura um crescimento satisfatório, bem como uma avaliação da ingestão alimentar e do estado nutricional com o intuito de que possíveis inadequações sejam detectadas e corrigidas (MATTAR; MAZZO, 2010; SANTOS; ROCHA; CARVALHO, 2018).

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Este presente estudo teve por objetivo avaliar o papel das dietas na ingestão alimentar de infantes que possuem intolerância à lactose e a importância de um diagnóstico prévio para o tratamento nutricional ideal.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica integrativa em formato de resumo expandido, com duração de execução de 2 meses. Ademais, a busca dos materiais foi realizada nas bases de dados Google Scholar, Lilacs e Scielo com as palavras-chave “Intolerância à lactose”; “crianças”; “tratamento”; “diagnóstico” e

“nutrição”, encontrando – se 3.000 escritos e selecionados 10 artigos científicos e 1 Trabalho de Conclusão de Curso em Língua Portuguesa, por terem haver com a temática. Após a seleção, foram analisados os 11 entre 2002 e 2019, sendo que as informações obtidas foram interpretadas e discutidas. Como também os critérios de inclusão foram temas que tratassem da intolerância à lactose em crianças, seu diagnóstico e tratamento adequado por meio de dietas voltadas para esse público e foram descartados os que não tratassem do tema proposto e com datas de publicações inferiores ao ano 2000.

DISCUSSÃO

Um estudo retrospectivo realizado em um laboratório na cidade de Fortaleza- CE avaliou, por teste oral de IL, 107 pacientes entre 0 e 12 anos. Verificou-se que 46 pacientes foram tolerantes à lactose (46%), 6 pacientes foram classificados como parcialmente tolerantes à lactose (5,6%) e 55 pacientes como intolerantes à lactose (51,4%) (SANTOS; ROCHA; CARVALHO, 2018).

É possível observar uma média de 30% de prevalência na IL entre crianças, nos estudos realizados no Brasil. Tais dados reforçam a importância no diagnóstico e tratamento da doença a fim de melhorar a qualidade de vida dos pacientes portadores. O conhecimento do manejo da IL é fundamental na equipe de saúde, sobretudo, os nutricionistas, profissionais intimamente associados para a orientação de pais e responsáveis (PEREIRA FILHO; FURLAN, 2004; SANTOS; ROCHA;

CARVALHO, 2018).

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Em relação à identificação dos sinais e sintomas da IL, a lactose não hidrolisada se acumula no colón onde é fermentada por bactérias da flora intestinal.

A produção desses gases causa no infante a sensação de desconforto e dor abdominal pela distensão abdominal e flatulência, causando diarreia, que podem levar a desidratação, acidose metabólica e desnutrição (BARCELAR JÚNIOR;

KASHIWABARA; SILVA, 2013; MATHIÚS et al., 2016).

Para diagnosticar a má absorção de lactose podem ser feitos alguns testes como o teste oral, no qual o paciente ingere uma quantidade de lactose líquida e, durante horas seguintes, verificam-se amostras de sangue indicativas do nível de glicose (SANTOS; ROCHA; CARVALHO, 2018).

Existem ainda outros testes, como do hidrogênio expirado, no qual tem como base a produção de hidrogênio pela fermentação da lactose. O resultado é considerado positivo quando há aumento do hidrogênio expirado em 20 ppm (partes por milhão) em relação ao valor basal (MATTAR; MAZZO, 2010).

A partir do diagnóstico, o cuidado nutricional deve ser iniciado imediatamente, visto que mudanças na ingestão de leite e derivados em crianças pequenas podem resultar em carências nutricionais que poderão afetar por toda a vida. É importante ressaltar que não existe cura para IL, mas é possível diminuir os sintomas quando leites e derivados deixam de serem ingeridos ou são ingeridos controladamente e de forma limitada (BRANCO et al., 2017).

A restrição parcial ou total da ingestão de leite e derivados tem sido sugerida como suficiente para controlar os sintomas. A ingestão de leite pode ser fracionada em pequenas porções no dia e aumentando gradativamente. Outras medidas podem ser adotadas como a reposição enzimática exógena, obtida de leveduras e fungos.

Esses fármacos têm capacidade de diminuir os sintomas e os valores de hidrogeno expirado. Podem, ainda, ser complemento a alimentos com lactose ou podem ser ingeridos em refeições com lactose. No entanto, essas medidas não são capazes de quebrar completamente a lactose contida na dieta, apresentando resultados diferentes para cada paciente (COSTA; ROCHA, 2012; BRANCO et al., 2017).

O leite de vaca é rico em vitaminas, principalmente do complexo B, especialmente B2 e B12, minerais, como cálcio e fósforo, e sua proteína é de alto

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valor biológico. Outras bebidas à base de arroz e soja não possuem lactose, no entanto o seu conteúdo nutricional não equivale ao leite da vaca para fazer a substituição. A retirada dos leites e derivados é preocupante por se tratar de alimento com maior fonte primária de cálcio. Este mineral é responsável na manutenção de várias funções do organismo. Ao evitar leite e derivados, o cálcio deve ser obtido por meio da ingestão de vegetais verde escuro (brócolis e couve) e peixes (salmão e mariscos) ou suplementado caso esteja insuficiente na dieta infantil (COSTA; ROCHA, 2012; SANTOS et al., 2014).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pela observação dos aspectos analisados, percebe-se a importância do diagnóstico nutricional precoce em infantes para prevenção da atual e futura vida sadia desses indivíduos, sendo que uma parte deste público desenvolve intolerância à lactose e quando não tratada pode acarretar em sérias deficiências nutricionais, juntamente com consequências para o organismo dessa criança e sua qualidade de vida. Como também ressalta - se a dificuldade em suprir as necessidades nutricionais presente no leite e derivados, como o mineral Cálcio, essencial para o desenvolvimento infantil e que é restrito aos IL. Portanto, o profissional nutricionista deve observar e elaborar dietas que adeque as necessidades e individualidades dos menores, proporcionando a ingestão de nutrientes essenciais para preservar o desenvolvimento e a saúde infantil.

REFERÊNCIAS

BARCELAR JÚNIOR, A.J.; KASHIWABARA, T.G.B.; SILVA, V.Y.N.E.D. Intolerância a Lactose- revisão de literatura. Brazilian Journal of Surgery and Clinical

Research, Ipatinga v. 4, n. 4, p. 38-42, set/nov. 2013.

BRANCO, M.S.C. et al. Classificação da intolerância à lactose: uma visão geral sobre causas e tratamentos. Rev. Ciênc. Méd., Campinas, v. 26, n. 3, p. 117-125, set/dez. 2017.

COSTA, L.; ROCHA, S.C. Intolerância à lactose: conduta nutricional no cuidado de crianças na primeira infância. 2012. 12f. Rio Grande do Sul. Curso de pós-

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graduação Latu sensu em Nutrição Clínica. Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 2012.

MARCIANA, M.V. et al. CONSUMO E ACESSO DE PRODUTOS LÁCTEOS SEM LACTOSE. Revista UNINGÁ, Maringá, v. 56, n. 1, p. 58-65, jan./mar. 2019.

MATHIÚS, L. et al. Aspectos atuais da Intolerância à Lactose. Revista Odontológica de Araçatuba, Araçatuba, v. 37, n. 1, p. 46-52, jan/abr. 2016.

MATTAR, R.; MAZO, D.F.C. Intolerância à Lactose: mudanças e paradigmas com a biologia molecular. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v.56, n. 2, p. 230-6, jan.

2010.

MEDEIROS, L.C.S. et al.Ingestão de nutrientes e estado nutricional de crianças em dieta isenta de leite de vaca e derivados. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v.80, n.05, p.363-370, jun. 2004.

PEREIRA FILHO, D.; FURLAN, S.A. Prevalência de intolerância à lactose em função da faixa etária e do sexo: experiência do Laboratório Dona Francisca, Joinville (SC).

Revista Saúde e Ambiente, Joinville, v. 5, n.1, p. 24-30, jun. 2004.

PRETTO, F.M. et al. Má absorção de lactose em crianças e adolescentes:

diagnóstico através do teste do hidrogênio expirado com o leite de vaca como substrato. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v.78, n. 03, p.213-128, mar. 2002.

SANTOS, F.F.P.D. et al. Intolerância à lactose e as consequências no metabolismo do cálcio. Revista Interfaces: Saúde, Humanas e Tecnologia, Juazeiro do Norte, v. 2, n. Especial, jun. 2014.

SANTOS, M.; ROCHA, S.; CARVALHO, A. Avaliação da prevalência de crianças com alergia a proteína do leite de vaca e intolerância à lactose em um laboratório privado de Fortaleza - CE. Revista Saúde-UNG-Ser, Fortaleza, v. 12, n. 1/2, p. 41- 46. 2018.

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