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INDICAÇÃO PARA A PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS DIRIGIDOS A IDOSOS

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Texto de apoio ao curso de Especialização Atividade Física Adaptada e Saúde Prof. Dr. Luzimar Teixeira

INDICAÇÃO PARA A PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS DIRIGIDOS A IDOSOS

*Daniela Karina da SILVA ,** Mauro V.G. de BARROS *Especializando em Avaliação e Prescrição de Programas e Exercícios Físicos - UEL / PR

**Professor do Dep. do Conhecimento Técnico e Científico em Ed. Física - ESEF / UPE

INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, na maioria das sociedades, tem havido um aumento na expectativa de vida, repercutindo num incremento do número de pessoas pertencentes a terceira idade, principalmente nos países mais desenvolvidos como o Japão, a Suécia, os EUA e o Canadá onde a expectativa média de vida é de 75 anos; nos países subdesenvolvidos, todavia, essa expectativa média de vida não ultrapassa os 56 anos no Peru, 48 anos na Bolívia e 61 anos no Brasil (Matsudo & Matsudo, 1992).

Desde 1930 ocorreram, no país, modificações nas causas de morbidade e mortalidade com a redução da incidência de doenças infecto-contagiosas (sobretudo nas regiões sul e sudeste) e aumento na incidência de doenças crônico - degenerativas, representadas principalmente pelas doenças do aparelho circulatório. Historicamente as neoplasias não modificaram de modo acentuado a sua prevalência na população (Brasil, 1995).

Por outro lado, sabe - se que o processo de envelhecimento é acompanhado por uma série de alterações fisiológicas acorridas no organismo (Leite, 1990; Weineck, 1991; Skinner, 1991; FederighiI, 1995; Faro Jr., Lourenço & Barros Neto, 1996a; Zogaib, Bittar & Bicarrelo, 1996), bem como pelo surgimento de doenças crônico - degenerativas adivindas de hábitos de vida inadequados (tabagismo, ingestão alimentar incorreta, tipo de atividade laboral, ausência de atividade física regular, etc.).

Em virtude desses aspectos, acredita - se que a participação do idoso em programas de exercício físico regular poderá influenciar no processo de envelhecimento, com impacto sobre a qualidade e expectativa de vida, melhoria das funções orgânicas, garantia de maior independência pessoal e um efeito benéfico no controle, tratamento e prevenção de doenças como diabetes, enfermidades cardíacas, hipertensão, arteriosclerose, varizes, enfermidades respiratórias, artrose, distúrbios mentais, artrite e dor crônica (Matsudo & Matsudo, 1992; Shephard, 1991).

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treinamento do idoso verificando os declínios funcionais e comparando-os aos de outros indivíduos (atletas, sedentários, pessoas jovens, etc.) (Skinner, 1991; Weineck, 1991).

Dessa forma o presente estudo buscou investigar como está indicada a prescrição de exercícios para idosos, constante na literatura publicada entre 1986 e 1996, em língua portuguesa, sob a forma de livros, periódicos, anais e publicações eletrônicas. Para tanto, procurou-se coletar dados quanto aos seguintes aspectos: a)considerações para elaboração de programas de exercícios para idosos; b)indicações dos objetivos para programa de exercícios dirigidos a esse grupos de pessoas; c)composição da sessão de exercícios; d)cuidados e restrições quanto a condução dos programas; e)intensidade, duração, freqüência e tipo de exercícios recomendados.

CONSIDERAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DO PROGRAMA DE EXERCÍCIOS

Na elaboração de um programa de exercícios ísicos é importante ter o conhecimento específico sobre a faixa etária em que o indivíduo está inserido e sobre as modificações que ocorrem neste período, além de considerar também as peculiaridades individuais. Nesse sentido, diversos autores tem procurado apontar alterações decorrentes do processo de envelhecimento, bem como as implicações dessas alterações na elaboração e supervisão desses programas.

O envelhecimento é um processo que, do ponto de vista fisiológico, não ocorre necessariamente em paralelo ao avanço da idade cronológica, apresentando considerável variação individual; este processo surge acompanhado por uma série de modificações nos diferentes sistemas do organismo, seja a nível antropométrico, muscular, cardiovascular, pulmonar, neural ou de outras funções orgânicas que sofrem efeitos deletérios, além do declínio das capacidades funcionais e modificações no funcionamento fisiológico (Faro Jr., Lourenço & Barros Neto, 1996a, 1996b; Yazbek & Batistella,1994; Matsudo & Matsudo, 1993; Skinner,1991; Mcardle, Katch & Katch, 1986).

O envelhecimento é marcado por um decréscimo das capacidades motoras, redução da força, flexibilidade, velocidade e dos níveis de VO2 máximo, dificultando a realização das atividades diárias e a manutenção de um estilo de vida saudável (Marques, 1996). Ocorrem alterações fisiológicas durante o envelhecimento que podem diminuir a capacidade funcional, comprometendo a saúde e qualidade de vida do idoso. Essas alterações acontecem: ao nível do sistema cardiovascular; no sistema respiratório com a diminuição da capacidade vital, da freqüência e do volume respiratório; no sistema nervoso central e periférico, onde a reação se torna mais lenta e a velocidade de condução nervosa declina e; no sistema músculo - esquelético pelo declínio da potência muscular, não só pelo avanço da idade mas pela falta de uso e diminuição da taxa metabólica basal (Faro Jr., Lourenço & Barroa Neto, 1996c; Matsudo & Matsudo, 1992; Skinner, 1991).

É possível apontar as alterações que acontecem durante o processo de envelhecimento em vários níveis, segundo Matsudo & Matsudo 1993) essas mudanças são as seguintes:

1. antropométricas - incremento no peso, diminuição da massa livre de gordura, diminuição da altura, incremento da gordura corporal, diminuição da massa muscular, diminuição da densidade óssea;

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3. cardiovascular - diminuição do débito cardíaco, diminuição da freqüência cardíaca, diminuição do volume sistólico, diminuição da utilização de O2 pelos tecidos, diminuição do VO2 máximo, aumento da pressão arterial, aumento na diferença arteriovenosa de O2, aumento da concentração de ácido láctico, aumento no débito de O2, menor capacidade de adaptação e recuperação do exercício;

4. pulmonar - diminuição da capacidade vital, aumento do volume residual, aumento do espaço morto anatômico, aumento da ventilação durante o exercício, menor mobilidade da parede torácica, diminuição da capacidade de difusão pulmonar O2;

5. neural - diminuição no número e tamanho dos neurônios, diminuição na velocidade de condução nervosa, aumento do tecido conectivo nos neurônios, menor tempo de reação, menor velocidade de movimento, diminuição no fluxo sangüíneo cerebral;

6. outros - diminuição da agilidade, diminuição da coordenação, diminuição do equilíbrio, diminuição da flexibilidade, diminuição da mobilidade articular, aumento na rigidez de cartilagem, tendões e ligamentos.

Em face desses aspectos, antes de iniciar qualquer tipo de exercício, considera-se importante que o idoso seja submetido a uma avaliação médica cuidadosa, constando preferencialmente de um teste de esforço para prescrição do programa, quanto a essa recomendação é importante levar em conta alguns critérios que deverão influenciar a seleção do protocolo e servem, também, para ilustrar algumas das importantes restrições impostas pelo envelhecimento quanto a realização de exercícios: a diminuição do VO2 máximo pode requerer que se opte por um teste de baixa e moderada intensidade e maior duração, isso se deve também a um maior tempo requerido para que se alcance o stead - state; usar maior período de aquecimento e pequenos incrementos nas cargas ou incremento em intervalos de tempo maior; em função da maior fadigabilidade deve ser diminuída a duração total do teste; a diminuição dos níveis de equilíbrio e força indica o uso prioritário da bicicleta (ergômetro); a redução na coordenação muscular exige, muitas vezes, a realização de mais de um teste até que se chegue a um resultado confiável; outros fatores como o uso de dentaduras, a diminuição da acuidade visual e auditiva, devem ser também considerados (Matsudo & Matsudo, 1993).

A partir do reconhecimento desses fatores é possível compreender que o idoso é relativamente mais fraco, mais lento e menos potente; verificando-se com o avanço da idade uma redução no desempenho que requer regulação do sistema nervoso, como no caso do equilíbrio e do tempo de reação (Skinner, 1991).

OBJETIVOS DO PROGRAMA DE EXERCÍCIOS DIRIGIDOS A IDOSOS:

Existe um consenso, entre os autores, que os objetivos de um programa de exercícios devem estar diretamente relacionados com as modificações mais importantes e que são decorrentes do processo de envelhecimento. Desse modo, um programa de exercícios para idosos deve estar direcionado: a)ao melhoramento da flexibilidade, força, coordenação e velocidade; b)elevação dos níveis de resistência, com vistas a redução das restrições no rendimento pessoal para realização de atividades cotidianas; c)manutenção da gordura corporal em proporções aceitáveis. Esses aspectos irão influenciar na melhoria da qualidade de vida (Matsudo & Matsudo, 1992;Apell & Mota, 1991; Marques, 1996) e poderão atenuar os efeitos da diminuição do nível de aptidão física na realização de atividades diárias e na manutenção de um maior grau de independência (Marques, 1996).

O programa de exercícios para idosos deve proporcionar benefícios em relação as capacidades motoras que apoiam a realização das atividades da vida diária, melhorando a capacidade de trabalho e lazer e alterando a taxa de declínio do estado funcional (Marques, 1996; Faro Jr., Lourenço & Barros Neto, 1996c; ACSM, 1994).

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COMPOSIÇÃO DO PROGRAMA DE EXERCÍCIOS

Segundo Weineck (1991) e Acms (1994) devem estar incluídos em um programa de exercícios para idosos o treino da força muscular, da mobilidade articular e da resistência; a preocupação quanto a essas variáveis se deve a notável diminuição da força muscular após os 60 anos de idade (Phillips & Haskel apud Marques, 1996), do mesmo modo, a flexibilidade e a resistência diminuem com a idade, sabe-se, porém, que esta perda é maior quando os indivíduos não fazem qualquer atividade física. Desse modo, mesmo que se verifique uma redução da capacidade de trabalho com o avanço da idade, a atividade física e o treino podem contrabalançar estas alterações já mencionadas (Marques, 1996).

A composição do programa deverá observar os resultados obtidos em testes e medidas da aptidão física e dependerá dos objetivos, necessidades, estado de saúde e condicionamento do indivíduo, assim como do tempo, equipamentos e instalações disponíveis. O programa deverá conter basicamente um período de `aquecimento' e `esfriamento', uma atividade de predominância aeróbia e outra de predominância neuro muscular. No aquecimento devem ser realizados alongamentos e movimentos articulares para evitar lesões e contribuir para a manutenção da mobilidade articular. A atividade ísica bem estruturada e elaborada para os idosos, pode recuperar o ritmo e a expressividade do corpo, agilizar os reflexos e adequar os gestos a diferentes situações (Skinner, 1991; Leite, 1990; Matsudo, 1992). São recomendados exercícios que estimulem a melhora cardiovascular (exercícios de endurance), devendo ser incluídos nos programas exercícios de aquecimento e volta à calma, além de um trabalho de força muscular. Para Yazbeck & Batistella (1994) o programa de exercícios para idosos deve ser composto basicamente por exercício dinâmicos (predominantemente isotônicos) para gerar benefícios ao sistema cardiovascular e respiratório.

Em síntese o programa de exercícios deverá ser constituído por partes que estão relacionadas a objetivos específicos e, consequentemente, visando promover melhorias quanto a sensação de bem estar e nível de saúde. CUIDADOS E RESTRIÇÕES A participação do idoso em programas de exercícios físicos deve observar os cuidados e restrições indicados abaixo: QUADRO 1 - Restrições e cuidados quanto aos programas de exercicios.

RESTRIÇÕES CUIDADOS

Altas intensidades de exercicios ( MARQUES, 1966; MATSUDO & MATSUDO, 1993; FARO JÚNIOR, LOURENÇO & BARROS NETO, 1996c) Não ultrapassar a amplitude máxima dos movimentos ( MARQUES,1966 )

Solicitação do sistema anaeróbico deve ser evitada ( MARQUES,1966, LEITE, 1990; FARO JÚNIOR, LOURENÇO & BARROS NETO, 1996c) Não prolongar exercícios na presença de dor ( MARQUES,1966 )

Exercicios isométricos ( MARQUES,1966, LEITE, 1990; FARO JÚNIOR, LOURENÇO & BARROS NETO, 1996c) Uso de medicamentos ( YAZBECK & BATISTELLA,1994 )

Movimentos Rápidos e bruscos ( MATSUDO & MATSUDO, 1992) Não levar a exaustão ( MATSUDO & MATSUDO, 1992)

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Neto, 1996c). Os exercícios nunca devem ser realizados até a exaustão, fadiga e na presença de dor, pois esses são fatores que podem indicar a realização de atividades intensas, respostas dessa natureza, recomendam a interrupção da sessão de exercícios e a necessidade de redimensionamento da prescrição (Marques, 1996; Matsudo & Matsudo, 1992).

Existem indicações de que os exercícios estáticos (Marques, 1996) e utilização da manobra de valsalva (Marsudo& Matsudo, 1992) são contra - indicados em programas dirigidos para idosos, devido as suas implicações sobre a elevação da pressão arterial. Da mesma maneira, movimentos abruptos, transições entre altas e baixas intensidades, mudanças bruscas de posição e movimentos rápidos da cabeça são atividades que podem representar um risco desnecessário em programas destinados a esse ipo de público (ibid.).

Os movimentos podem ser realizados com extensão completa, mas a amplitude máxima de uma articulação não deve ser ultrapassada, pois os movimentos de hiper extensão afetam a estabilidade das articulações e podem ter como conseqüência, danos e dores mais ou menos permanentes (Marques, 1996).

Segundo Yazbeck & Batistella (1994) e Matsudo & Matsudo (1992), as atividades esportivas devem ser realizadas em temperaturas amenas, nunca em condições climáticas extremas de frio e calor. Outro aspecto importante a ser observado é a utilização de medicamentos, que pode produzir no organismo efeitos indesejáveis durante a realização de esforços físicos Marques (1996).

Foi possível observar que alguns autores, ao abordar os cuidados e restrições relativos a elaboração de programas de exercícios para idosos, não mencionam os motivos ou a base teórica que apoia a sua proposição, apontando apenas um breve comentário sobre o assunto. INTENSIDADE, DURAÇÃO, FREQUÊNCIA E TIPO DE EXERCÍCIOS

Com relação ao tipo de exercício físico, existe um consenso de que a melhor opção esta nos exercícios dinâmicos, de predominância aeróbia, em função dos benefícios que se pode obter ao nível da aptidão cardiorrespiratória, força e resistência muscular, com menor sobrecarga sobre o músculo cardíaco (Marques, 1996), do mesmo modo, acredita-se que uma freqüência de 3 sessões semanais parece ser aceitável. Ao compararmos as indicações acerca da duração e intensidade para o programa de exercícios, observou-se uma diversidade muito grande nas recomendações constantes das publicações consultadas (ver a quadro 02). QUADRO 2 - Intensidade e duração para exercicios físicos, indicada por diversos autores:

AUTOR DURAÇÃO INTENSIDADE

WEINECK (1991 ) 45 min. 50% FC máxima (início) 70 a 80% FC máxima

MCARDLE ( 1986 ) 20 a 40 min 60 a 80% FC máxima

FARO JR, LOURENÇO E BARROS NETO (1996c) 20 a 30 min

20 a 60 min 40 a 50% FC máxima (início) 50 a 85% FC máxima (progressão)

60 a 90% FC máxima (manutenção)

MATSUDO & MATSUDO ( 1992 ) 20 a 60 min 50 a 74% FC máxima 12 a 13 (Escala de Borg )

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(mínimo) baixa a moderada 40% FC máxima (mínimo) 50 a 70% FC máxima

LEITE (1990) 50 a 85 min 65 a 85% FC máxima MARQUES ( 1996 ) 20 min 60 a 70% FC máxima

ACSM (1994) 20 a 40 min determinada no teste de esforço

YAZBEK & BATISTELLA ( 30 a 30 min de acordo com a capacidade individual

Para Weineck(1991) a transição entre o programa mínimo (1 sessão semanal de 45 minutos) e o programa ideal (3 sessões semanais de 45minutos), deveria ser efetuada paulatinamente e de acordo com as condições individuais do idoso. A intensidade das cargas de resistência deve ser equivalente a 50 % da capacidade circulatória máxima, no início, depois cerca de 70 a 80 % (ibid.); quanto a esse aspecto, Faro Jr, Lourenço & Barros Neto (1996c) defendem que a duração das atividades aeróbias pode variar de 20 a 60 minutos de trabalho continuo, o programa poderia iniciar com 20 a 30 minutos ou com sessões múltiplas de 10 minutos (sujeitos destreinados). Em relação a determinação da freqüência semanal ideal foram sugeridos os critérios apresentados no quadro abaixo (ibid.). A determinação desses parâmetros, no entanto, pode variar de pessoa para pessoa de acordo com as preferências e limitações impostas pelo estilo de vida e disponibilidade de tempo; podem, ainda, exercer um impacto significativo na aderência ao exercício tendo em vista que as atividades de maior duração estão associadas a altos índices de abandono dos programas.

QUADRO 03 - Seleção do número de sessões semanais a partir da capacidade funcional em METs

Capacidade funcional em METs N.0 de sessões semanais < 3 Mets múltiplas sessões diárias

3 a 5 Mets de 2 a 3 sessões > 5 Mets de 3 a 5 sessões

Para Matsudo & Matsudo (1992) a intensidade do esforço físico deverá corresponder a uma fração de 50 a 74 % do VO2 máximo ou da freqüência cardíaca máxima; uma escala visando a determinação da percepção subjetiva de esforço pode ser um recurso bastante útil na verificação da intensidade dos exercícios, recomenda-se adotar níveis entre 12-13 da escala proposta por Gunnar Borg que varia de 6 a 20. Um outro assunto que merece destaque diz respeito a estratégia empregada para estimativa da freqüência cardíaca máxima, quanto a esse aspecto Weineck (1991) sugere que, em programas dirigidos a iniciantes idosos, possa ser utilizada a seguinte estratégia: FCM = 180 - idade (anos).

Um aspecto relevante - já citado - é a grande variabilidade na indicação dos parâmetros intensidade e duração, observada a partir da presente revisão, as figuras 01 e 02 ilustram esse aspecto.

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MINUTOS . 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 MÍNIMO . --- --- --- --- . . . MÁXIMO . . --- --- --- --- --- ---

FIGURA 02 - Intensidade da sessão de exercicios fisicos para a 3a idade, variações nas recomendações constantes de algumas publicações.

Fração da capacidade funcional

. 40% 50% 65% 70% 85% 90% 100%

MÍNIMO . --- --- --- --- . .. ..

MÁXIMO . . --- --- --- --- --- .

MODO DE PROGRESSÃO E CARACTERÍSTICAS DOS PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS QUANTO AOS COMPONENTES FORÇA MUSCULAR E FLEXIBILIDADE:

Existem poucas indicações, na literatura, sobre a forma de progressão (modificação) das atividades na sessão e durante o programa de exercícios; não se verifica, também, uma preocupação muito grande com relação a delimitação de parâmetros para prescrição de atividades neuromusculares, todavia, sabe-se da importância da força muscular e da flexibilidade na terceira idade (Skinner, 1991).

Nesse sentido, vale destacar ainda que Matsudo & Matsudo (1992) apontam a manutenção da mobilidade e a proteção contra as lesões, como importantes benefícios derivados das atividades visando o fortalecimento muscular em programas dirigidos a idosos. Recomenda-se que as atividades neuromusculares devem ser realizadas no mínimo 2 vezes por semana, envolvendo grandes grupos musculares e com baixo nível de incremento de cargas; em programas visando o fortalecimento muscular as tarefas devem exigir, no máximo, um terço da força máxima (Rost apud Weineck, 1991). Em relação aos exercícios de alongamento, recomenda-se um freqüência semanal diária, com a realização de exercícios envolvendo as articulações da coluna, ombros e quadris, indica-se ainda que sejam realizadas de 1 a 3 séries e 15 repetições para cada exercício.

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objetivos, para as pessoas aparentemente saudáveis a progressão comporta três estágios: a)início (4 a 6 semanas de atividade leve); b)aprimoramento (4 a 6 meses com aumentos graduais) e; c)manutenção (após 6 meses modificar ou manter o programa). Quanto a esse assunto, Skinner(1991) defende que em cada nível do programa deve ser despendido o maior tempo possível, para garantir uma maior adaptação antes de se promover aumentos na freqüência, duração ou intensidade.

CONCLUSÕES

O declínio das capacidades físicas e as modificações fisiológicas decorrentes do envelhecimento são aspectos fundamentais para a elaboração de programas de exercícios para idosos. Viu-se que os objetivos desses programas deverão estar diretamente relacionados com as alterações decorrentes do processo de envelhecimento, assim as metas associadas a prática de exercícios deveriam ser: melhoria da qualidade de vida, retardamento das alterações fisiológicas, melhoria das capacidades motoras e benefícios sociais, psicológicos e físicos.

Quanto a composição da sessão de exercícios existem referências, nos trabalhos consultados, em relação aos seguintes componentes: a) aquecimento, incluindo exercícios de alongamento e atividades físicas de baixa intensidade; b) parte principal, incluindo exercícios de resistência aeróbia, força e resistência muscular e; c) volta à calma, incluindo exercícios de alongamento. Quanto a esse assunto, uma grande lacuna observada diz respeito a disposição seqüencial adequada, do mesmo modo, falta um maior esclarecimento sobre a função e organização das atividades em cada um desses componentes.

Não foram verificadas divergências quanto ao tipo e freqüência semanal, contudo, observou-se grandes variações na indicação da duração e intensidade recomendados em programas de exercícios dirigidos para idosos.

Existiu uma abordagem diversificada quanto ao modo de progressão dos exercícios, além de existirem poucas referências na literatura a respeito das atividades visando desenvolvimento da força muscular e flexibilidade.

Em face do exposto, sugere-se realizar outros estudos procurando definir com maior precisão: a)parâmetros para prescrição de exercícios dirigidos a idosos;

b)disposição seqüencial adequada para os componentes de um programa de exercícios físicos; c)modo de progressão adequado em programas desenvolvidos com idosos.

REFERÊNCIAS Bibliográficas

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