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Mecânica das Rochas para Recursos Naturais e Infraestrutura SBMR 2014 – Conferência Especializada ISRM 09-13 Setembro 2014 © CBMR/ABMS e ISRM, 2014

Aplicação do Método dos Elementos de Contorno na Estabilidade

de Túneis – Abordagem Probabilística da Influência das Tensões

Iniciais e dos Parâmetros de Resistência do Maciço Rochoso

Amanda Jarek

Universidade Federal do Paraná (UFPR), Institutos Lactec, Curitiba, Brasil, ajarek@gmail.com André Pacheco de Assis

Universidade de Brasília (UnB), Brasília, Brasil, aassis@unb.br Luiz Alkimin de Lacerda

Universidade Federal do Paraná (UFPR), Institutos Lactec, Curitiba, Brasil, alkimin@lactec.org.br RESUMO: Com o avanço tecnológico, as ferramentas de análise numérica têm se tornado cada vez mais abrangentes devido à rapidez com que é possível avaliar modelos físicos representativos do comportamento mecânico de estruturas com elevada complexidade. Como consequência direta, tem-se e a determinação dos coeficientes de segurança mínimos para a construção de estruturas econômicas e com qualidade. Um dos aspectos que deve ser avaliado em um maciço rochoso são as tensões in-situ, pois, durante a escavação, alterações no campo de deformações do maciço são geradas e novas tensões surgem podendo impactar diretamente na estabilidade da escavação. Além disso, outro fator de fundamental importância no estudo da abertura de um túnel são as características das descontinuidades e do maciço rochoso, pois podem induzir anisotropia na direção do plano de ruptura do maciço rochoso. Para o problema em estudo, foi elaborado um código computacional utilizando o método dos elementos de contorno por meio da linguagem de programação Fortran, para análise de problemas de elasticidade sob o estado plano de deformações. Tendo em vista a natureza heterogênea do problema, o foco desta fase da pesquisa consistiu em preparar algoritmos auxiliares ao código principal para a inclusão de um modelo probabilístico de análise com a introdução das incertezas inerentes aos parâmetros de entrada do modelo computacional. Esta implementação é ilustrada considerando um modelo básico elástico linear e isotrópico para o maciço rochoso e um campo de tensões iniciais cujos parâmetros são representados por funções densidade de probabilidade uniforme e normal. Parte-se do princípio que ensaios de campo e análises do modelo geológico representativo possibilitam estimar os intervalos e funções probabilísticas de cada parâmetro do tensor de tensões iniciais. Por meio da aplicação do método de Monte Carlo avalia-se a distribuição dos resultados de tensões críticas no maciço. No programa computacional, as tensões iniciais foram inseridas pela aplicação de forças de superfície no perímetro da escavação, que compatibilizam a condição de deformação do perímetro da seção escavada no maciço sob tensões iniciais com a geometria indeformada do túnel. Com relação à verificação dos critérios de ruptura, optou-se por utilizar o critério de Hoek-Brown. Os resultados obtidos demonstram o potencial da abordagem implementada para a execução de análises de risco. PALAVRAS-CHAVE: Túnel, MEC, Tensões Iniciais, Estabilidade, Abordagem Probabilística.

1 INTRODUÇÃO

Investigações geológicas geotécnicas são de extrema importância no que diz respeito à escolha do local onde se pretende efetuar a

perfuração de um túnel. Com isso, realizar ensaios laboratoriais e de campo, a fim de obter os parâmetros do maciço rochoso, é necessário para minimizar as incertezas e garantir a segurança visando a qualidade da construção.

(2)

Durante a investigação de uma rocha, um dos principais pontos que deve ser avaliado com cuidado são as tensões in-situ, pois ao escavar uma cavidade novas tensões induzidas surgem, decorrentes das tensões in-situ, impactando diretamente na estabilidade do maciço.

O foco principal deste trabalho é avaliar a influência das tensões iniciais na estabilidade de túneis. Para isto foi desenvolvido um programa em estado plano de deformações, utilizando o método dos elementos de contorno, cujo objetivo é analisar as regiões de falha a partir do critério de ruptura de Hoek-Brown (Hoek et al., 2000). A escolha deste critério deu-se por ser o mais abrangente quando comparado a outros critérios como, por exemplo, o de Mohr Coulomb.

Para a modelagem do problema foram implementados elementos com funções constantes e lineares, que representam a variação dos deslocamentos e tensões no contorno do domínio infinito em estudo. Além disso, para avaliação das tensões críticas no maciço, implementou-se o método de Monte Carlo utilizando distribuições uniformes e constantes.

2 MODELAGEM COMPUTACIONAL

2.1 Método dos Elementos de Contorno (MEC)

Numa modelagem utilizando o método dos elementos de contorno é necessário discretizar o contorno do problema para obtenção da solução no domínio. Normalmente, em problemas elástico-lineares este método possui precisão maior quando comparado a outros métodos de discretização. A adoção deste método neste estudo deu-se por ser o mais apropriado para análises em domínios infinitos, pois é possível utilizar as soluções fundamentais das equações diferenciais parciais associadas ao problema em tais domínios.

Para problemas de elasticidade a formulação pode ser derivada do teorema do trabalho recíproco de Betti para dois estados auto equilibrados (ui,ti,bi) e (u ,t ,b*i *i *i) (Aliabadi, 2002). O teorema de Betti é representado por:

* * * *

i i i i i i i i

Γ Ω Γ Ω

t u dΓ+ b u dΩ= t u dΓ+ b u dΩ

(1)

Onde:  representa o domínio;  é o contorno,

 as tensões, ui representa os deslocamentos; bi

as forças de corpo; e ti as forças de superfície.

Neste trabalho as forças de corpo foram desprezadas para efeito de simplificação das análises.

Substituindo os termos que representam as soluções particulares, forças de superfície ( *

i t ) e deslocamentos ( *

i

u ), é possível obter pela

Identidade de Somigliana para os

deslocamentos onde xΓ. Os valores dos deslocamentos, num ponto interno X', pertencente ao domínio Ω, se relacionam com os valores dos deslocamentos e forças de superfície do contorno  por meio da seguinte equação:

  

  

i ij j ij j

Γ Γ

u (X')= U

X',x t x dΩ- T X',x u x dΓ

(2)

A obtenção das tensões no domínio por meio da Identidade de Somigliana e pela Lei de Hooke é dada por:

  

  

ij kij k kij k

Γ Γ

σ (X')= D

X',x t x dΓ- S

X',x u x dΓ

(3)

Para problemas bidimensionais, as soluções fundamentais para os deslocamentos e forças de superfície são dadas por (Brebbia e Dominguez, 1992):

  

ij ij ,i ,j 1 1 U X',x = 3-4ν ln δ +r r 8πμ 1-ν r            (4)

 

  

ij ij ,i ,j ,i j ,j i -1 r T X',x = 1-2ν δ +2r r 4π 1-ν r n 1 + 1-2ν r n -r n 4π 1-ν r            (5) Onde: Uij

X',x

é o deslocamento na direção j no ponto x em função de uma força unitária pontual atuante na direção i no ponto fonte X';

(3)

ij

T X',x é a força de superfície na direção j no ponto x em função de uma força unitária pontual atuante na direção i no ponto fonte X';

ν é o Coeficiente de Poisson; δij é o Delta de Kronecker; r é a distância do ponto x ao ponto fonte X'; e n é o vetor normal unitário.

Um dos atributos distintos do MEC é a concordância natural às condições de contorno para regiões infinitas, evitando a necessidade de aproximação numérica do contorno infinito. Considerando uma cavidade com contorno  e normal n num meio infinito, conforme ilustra a Figura 1, por meio de um processo limite, obtém-se a equação (Aliabadi, 2002):

   

  

  

  

  

ij j ij j ij j ij j Γ ij j Γ C x' u x' + T x',x u x dΓ+ + T x',x u x dΓ = U x',x t x dΓ+ + U x',x t x dΓ      

(6) onde C x' =δ x' +αij

 

ij

 

ij

 

x' é o termo livre.

Figura 1. Esquema do domínio infinito com uma cavidade e vetor normal.

O primeiro passo para execução das análises de elasticidade, utilizando o método dos elementos de contorno, é dividir o contorno  em N elementos (discretização numérica).

Para o caso em que se utilizam elementos de contorno constantes, os nós funcionais do contorno são locados nos centros dos elementos. Nestes elementos, os valores de uj e

tj são constantes e iguais aos valores nodais. Já

para elementos lineares, têm-se dois nós funcionais por elemento. Neste caso, são inseridas funções de interpolação lineares, representada pelo símbolo .

A equação discretizada, onde u e j t são os j deslocamentos e forças de superfície nos nós funcionais do elemento, respectivamente, é dada por (Aliabadi, 2002):

   

n n N ij j j ij n n=1 Γ N j ij n n=1 Γ C x' u x' + u T x',x dΓ = = t U x',x dΓ

 

 

(7) 2.2 Tensões Iniciais

As tensões in-situ são introduzidas no modelo por meio de uma combinação de dois estudos (Telles et al., 1995), conforme ilustra a Figura 2, evitando assim a necessidade de considerar integrais de domínio.

Figura 2. Representação Física das Tensões Iniciais em um domínio com cavidade substituído pela combinação de dois estudos complementares.

Conhecendo o tensor σ , obtém-se o vetor T0 i

das forças de superfície, que com sinal trocado são as condições de contorno do problema definido na Figura 2c, o qual é dado por:

 

 

 

x xx 1 xy 2 T i = - σ N i +σ N i

 

 

 

y xy 1 yy 2 T i = - σ N i +σ N i (8)

Onde: σ ,σ e σ : são as tensões iniciais já xx xy yy transformadas para eixos x e y; N1, N2 são as

componentes dos vetores normais segundo x e y para cada elemento; Tx, Ty são as forças de

superfície.

A solução deste problema deve ser superposta com as tensões iniciais para obter o campo de tensões e deformações desejado, definido na Figura 2a.

(4)

3 CRITÉRIO DE RUPTURA DE HOEK-BROWN

Definido o campo de tensões e deformações com o modelo numérico, adotou-se o critério de Hoek-Brown para as análises de estabilidade, por ser o método mais abrangente quando comparado a outros métodos. Este método descreve o aumento não linear na resistência de pico de uma rocha intacta ou maciço rochoso isotrópico, com o aumento da tensão confinante.

Para as análises foi utilizada a equação que representa o critério de Hoek-Brown Generalizado (Hoek et al., 2000) dada por:

a ' ' ' 3 1 3 c b c σ σ =σ +σ m +s σ       (9)

Onde: σ ,σ : são as tensões principais maior e 1' '3 menor, respectivamente; mb é o valor da

constante m para maciços rochosos fraturados; σ :c é a resistência à compressão uniaxial da rocha intacta; mi constante do material para a

rocha intacta; s e a são constantes dependentes das características do maciço rochoso.

Para obtenção dos parâmetros a, s e mb as

seguintes relações são utilizadas: GSI 20 - -15 3 GSI-100 1 1 s = exp a = + e +e 9-3D 2 6           b i GSI-100 m = m exp 28-14D       (10)

O índice de resistência geológica (GSI) e o fator de dano (D) estão presentes nas equações (10) com o intuito de incluir o efeito das descontinuidades e a perturbação devido ao fogo no maciço rochoso (Eberhardt, 2012).

Para a variação do parâmetro de dano D, neste trabalho, é proposta a seguinte equação:

P max D dist D = D 1.0 -dist       (11)

Onde: Dmax é o dano máximo o qual o maciço

está sujeito; dist é a distância do ponto no

domínio até o ponto mais próximo da cavidade; e distD representa a extensão máxima da região

danificada.

4 MÉTODO DE MONTE CARLO

O método de Monte Carlo foi utilizado com o objetivo de avaliar a distribuição dos resultados das tensões críticas no maciço rochoso em função da variabilidade presente nos parâmetros que caracterizam o maciço.

Tendo em vista as incertezas inerentes aos dados de entrada do modelo computacional, foram inseridos neste trabalho modelos probabilísticos representados por distribuições uniforme e normal, dadas por:

P min max min AL

F =P + (P - P ) N (12)

P P P

F =DesvP Z+ Media (13)

Onde: FP é a função que calcula o parâmetro

variável; Pmin, Pmax são os valores mínimo e

máximo para o parâmetro variável; NAL é um

número aleatório; Z é a variável normal com distribuição aleatória; DesvPP é o desvio

padrão; e MediaP é a Média.

A função densidade de probabilidade adotada refere-se a transformação de Box-Muller (Box e Box-Muller, 1958) que é um método para geração de distribuição normal padrão independente representada por:

1 2

Z= -2 lnU cos 2πU (14)

Onde: U1 e U2 são os números aleatórios

independentes.

5 MODELO DE ESTUDO

O modelo empregado para validação das implementações efetuadas e avaliação da influência dos parâmetros de entrada, em especial, das tensões iniciais no domínio, é definido por uma cavidade circular de diâmetro d em meio infinito, isotrópico e elástico-linear

(5)

em estado plano de deformações sob tensão inicial

σ = σ

x y

σ

.

A Figura 3 ilustra o modelo citado, cuja solução analítica para uma condição de pressão interna constante é dada por (Aliabadi, 2002):

Figura 3. Cavidade circular em meio infinito submetida à pressão interna de compressão.

2 θ 2 2 r 2

p dist

σ =

+ σ

r

p dist

σ = -

σ

r

(15)

Onde: p representa as forças de superfície uniformes aplicadas em todo o contorno da cavidade; dist é a distância do centro da cavidade até o ponto no domínio;  é a tensão inicial e r é o raio.

5.1 Validação do Algoritmo

O código para análise da estabilidade em túneis foi elaborado em Fortran 95 e validado comparando-se os resultados com os resultados fornecidos pelo Examine 2D (Rocscience Inc., 2013).

Para validação dos resultados foram utilizados os valores indicados na Tabela 1. Tabela 1. Dados para análise do problema.

E (MPa) ν p (MPa) r (m)

4600 0,25 -100 3,0

Por meio da solução analítica do problema, foi possível o cálculo do erro relativo para comparação dos resultados. O gráfico da Figura 4 apresenta os resultados obtidos com o Examine 2D e com o algoritmo elaborado para

tensões radiais em função da distância ao centro da cavidade. 0.01% 0.10% 1.00% 10.00% 100.00% 0.000 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 14.000 Err o ( % ) Distância (m)

GRÁFICO DAS TENSÕES RADIAIS - ERRO x DISTÂNCIA

AJ - 12 Elementos Constantes Examine 2 D - 12 Elementos AJ - 24 Elementos Constantes Examine 2D - 24 elementos AJ - 48 Elementos Constantes Examine 2 D - 48 elementos AJ - 12 Elementos Lineares AJ - 24 Elementos Lineares AJ - 48 Elementos Lineares

Figura 4. Gráfico das Tensões Radiais – Erro (%) x Distância (m).

Conclui-se a partir do gráfico que tanto para os elementos constantes quanto para os lineares, à medida que se aumenta o número de elementos no contorno, os resultados convergem para a solução analítica. Os resultados são semelhantes aos resultados do Examine 2D, entretanto, com convergência mais consistente à medida que a discretização aumenta.

5.2 Modelo Teórico de um Túnel

Nesta seção são apresentadas quatro situações de entrada de dados para o modelo teórico adotado.

O maciço do túnel hipotético possui as propriedades mecânicas de um Granito-Gnaisse, com a tensão principal formando 14 graus com sistema cartesiano, e os valores dos respectivos parâmetros são apresentados na Tabela 2. Na primeira situação de análise todos os parâmetros são constantes. Na segunda situação, fez-se uma avaliação das diferenças com a introdução da variação linear do dano com a profundidade (equação 11). Na terceira situação, adotou-se um intervalo de incertezas para as tensões iniciais com probabilidade de ocorrência uniforme. Por fim, na quarta situação, foram inseridas incertezas com distribuições normais para alguns parâmetros (GSI, mi e resistência uniaxial da rocha intacta). A Figura 5 ilustra a malha com os pontos internos de domínio utilizados para verificação

(6)

em todas as análises efetuadas. O diâmetro do túnel possui 3,5 m de extensão e a região para análise das tensões e dos pontos de ruptura possui uma área 14 x 14 m².

Tabela 2. Dados de entrada para as quatro situações.

Variável Mínimo Máximo TD¹ Desvio Padrão Média E (MPa) 60000 60000 - - -n 0,20 0,20 - - -_11 (MPa) 55 55 - - -_33 (MPa) 14 14 - - -GSI 80 80 - - -mi 32 32 - - -q (°) 14 14 - - -_c (MPa) 210 210 - - -Distância 0 0 - - -Dano 0 0 - - -E (MPa) 60000 60000 - - -n 0,20 0,20 - - -_11 (MPa) 55 55 - - -_33 (MPa) 14 14 - - -GSI 80 80 - - -mi 32 32 - - -q (°) 14 14 - - -_c (MPa) 210 210 - - -Distância 2 2 - - -Dano 1 1 - - -E (MPa) 60000 60000 - - -n 0,20 0,20 - - -_11 (MPa) 52 58 1 - -_33 (MPa) 11 17 1 - -GSI 80 80 - - -mi 32 32 - - -q (°) 14 14 - - -_c (MPa) 210 210 - - -Distância 0 0 - - -Dano 0 0 - - -E (MPa) 60000 60000 - - -n 0,20 0,20 - - -_11 (MPa) 52 58 1 - -_33 (MPa) 11 17 1 - -GSI 75 85 2 5 80 mi 29 35 2 3 32 q (°) 14 14 - - -_c (MPa) 180 240 2 30 210 Distância 0 0 - - -Dano 0 0 - - -1 ª S it u a ç ã o 3 ª S it u a ç ã o 4 ª S it u a ç ã o 2 ª S it u a ç ã o

¹TD: tipo de distribuição: 1 – uniforme; 2 – normal.

Ao aplicar o critério de falha de Hoek-Brown para a primeira situação apresentada, os resultados obtidos correspondem às Figura 6 a) e b) que mostram a região de pontos onde ocorreram ruptura ao redor da cavidade quando são feitas análises com elementos constantes e lineares, respectivamente.

Os resultados obtidos com os dois tipos de elementos são semelhantes e apresentam pequenas diferenças nas proximidades do

contorno, em virtude da aproximação limitada do elemento constante.

Figura 5. Malha de pontos internos adotada para apresentação dos resultados de domínio e verificação da estabilidade.

Figura 6. Região de Ruptura para a 1ª Situação. a) Elemento Constante. b) Elemento Linear.

As Figura 7 e 8 apresentam os campos de tensões principais 11 e 33 obtidas para o

modelo com elementos constantes.

Figura 7. Tensões na direção principal 11 (MPa) obtidas

para a 1ª Situação com elemento constante.

Figura 8. Tensões na direção principal 33 (MPa) obtidas

para a 1ª Situação com elemento constante.

a) b)

d= 3,5m

Centro

14,0m 14,0m

(7)

É possível perceber nas imagens a rotação de 14 graus das tensões principais.

A segunda situação difere da primeira no que diz respeito aos parâmetros que definem o fator de dano no entorno da cavidade. Nesta situação, definiu-se pela presença de dano com valor máximo junto à parede da cavidade, reduzindo a zero em distâncias superiores a 2 m da mesma.

A Figura 9 ilustra a região de ruptura obtida para a 2ª situação e a Figura 10 ilustra a superposição das regiões de falha para as duas primeiras situações.

Figura 9. Região de Ruptura para a 2ª Situação com elemento constante.

Ao analisar a Figura 10 conclui-se que a região de falha da 1ª situação está contida pela região da 2ª situação (destacada em amarelo), o que era esperado.

Figura 10. Superposição das regiões de falha das situações 1 e 2.

Na terceira situação, como foi inserida uma distribuição uniforme para as tensões iniciais principais do problema, 1000 análises foram feitas para obtenção dos campos de tensões críticas. Na Tabela 3 mostram-se as duas análises (A e B) que correspondem à pior e à melhor combinação de 11 e 33,

respectivamente. O caso A refere-se à combinação de dados de entrada em que

ocorreram mais pontos de ruptura no modelo e o caso B corresponde à combinação de dados de entrada em que menos pontos de ruptura surgiram.

Tabela 3. Valores das Tensões Principais significativas obtidas em 1000 análises.

_11 (MPa)_33 (MPa)_11 (MPa)_33 (MPa)

55,44 14,44 57,44 16,44

Caso A Caso B

Para a representação das regiões de ruptura, foi feita a sobreposição das imagens obtidas de forma a ilustrar a diferença de áreas entre elas (Figura 11). No Caso B os pontos de ruptura ficaram concentrados no contorno da cavidade.

Figura 11. Sobreposição das regiões de ruptura obtidas para os Casos A e B para a 3ª situação.

Por fim, apresentam-se na Tabela 4 os piores e melhores resultados obtidos com a 4ª situação de análise em que os parâmetros da rocha (GSI, mi, _c) foram definidos com distribuição normal.

Tabela 4. Valores dos parâmetros variáveis obtidos para 2000 análises. Caso C Caso D_11 (MPa) 56,70 58 _33 (MPa) 15,70 17 GSI 73 100 mi 28 44 _c (MPa) 170,81 329

A Figura 12 apresenta as regiões de falha obtidas nos casos C (mais pontos de ruptura) sendo que para o caso D nenhum ponto de ruptura foi detectado. A diferença é nítida e demonstra a relevância da variabilidade dos dados de entrada sobre o domínio de falha.

Ainda na Figura 12, foram identificados alguns pontos do domínio A-E para a apresentação dos resultados obtidos nas 2000 análises. Para efeito de comparação, utilizou-se o gráfico definido no RocLab (Rocscience Inc.,

(8)

2013) onde os parâmetros da rocha (GSI, mi,

_c) adotados referem-se ao ponto médio para o traçado da Curva de Hoek-Brown.

Figura 12. Sobreposição das regiões de ruptura obtidas para os Casos C e D para a 4ª situação.

Os resultados obtidos são apresentados na Figura 13. Observa-se que em algumas análises efetuadas parte dos pontos A, B, C e D situaram-se dentro da faixa de segurança para o Critério de Hoek-Brown. Por fim, tem-se o ponto E que atendeu o critério de segurança em todas as análises.

Figura 13. Gráfico das tensões principais 33 x 11 para

2000 análises.

6 CONCLUSÕES

A formulação implementada foi validada por meio de um problema simples com resposta conhecida. Sobre esta formulação foi acrescentado o método de análise de Monte Carlo, incluindo uma distribuição estatística

para alguns parâmetros de entrada, entre estes, o campo de tensões iniciais. Outro aspecto inserido na formulação foi a variação linear do fator de dano com a profundidade. Diferentes situações de análise foram avaliadas onde foi possível concluir sobre a coerência da implementação do fator de dano próximo à cavidade. A inclusão deste fator pode trazer maior segurança às avaliações.

O programa desenvolvido permitiu avaliar o impacto da incerteza na definição dos campos de tensões iniciais sobre a extensão das regiões de instabilidade próximos à cavidade.

Os resultados obtidos demonstram o potencial da abordagem implementada para a execução de análises de risco, que pode ser facilmente adaptada e/ou melhorada com o uso de modelos mais representativos para o maciço rochoso.

AGRADECIMENTOS

À Cemig pelo apoio financeiro para realização desta pesquisa.

REFERÊNCIAS

Aliabadi, M.H. (2002). The Boundary Element Method: Applications in Solids and Structure. [S.l.]: John Wiley & Sons.

Box, G.E.P and Muller, E. M. (1958). A note on the Generation of Random Normal Deviates. The Annals of Mathematical Statistics. Pages: 610-611.

Brebbia, C. A.; Dominguez, J. Boundary Elements An Introductory Course. [S.l.]: Mc Graw-Hill, 1992. Eberhardt, E. (2012). The Hoek-Brown Failure Criterion.

Rock Mechanics and Rock Enginnering. Springer. Pages: 981-988.

Hoek, E.; Kaiser, P.K. and Bawden, W. F. (2000). Support of Underground Excavations in Hard Rock. Taylor & Francis Group.

Rocscience Inc. 2013. Examine2D Version 8.003 – 2D Stress Analisys for Underground Excavations. www.rocscience.com, Toronto, Ontario, Canada. Rocscience Inc. 2013, RocLab Version 1.033 - Rock Mass

Strength Analysis using the Generalized Hoek-Brown failure criterion. www.rocscience.com, Toronto, Ontario, Canada.

Telles, J.C.F.; Castor, G.S.; Guimarães, S. (1995). A numerical Green's Function Approach for Boundary Elments Applied to Fracture Mechanics. International Journal of Numerical Methods in Engineering, John Wiley & Sons.

Referências

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