ESTUDO TEÓRICO E EXPERIMENTAL DAS
VARIÁVEIS MECÂNICAS NA EXECUÇÃO E
MANUTENÇÃO DE CONEXÕES ELÉTRICAS COM
CONECTORES DE PARAFUSO EM CABOS DE
ALUMÍNIO
Eduardo Daltoé de Freitas Área da Transmissão
INTRODUÇÃO
Conector elétrico
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT) (1980) , conector elétrico é um dispositivo eletromecânico que faz
ligação elétrica de
condutores, entre si e/ou a uma parte condutora de um equipamento, transmitindo ou
O
BJETIVOS
Transformar os principais conhecimentos
empíricos, em conhecimentos explícitos, através
de um estudo teórico e experimental sobre
conexões elétricas.
O
BJETIVOS
Objetivos Específicos
Estudar as principais variáveis de uma conexão elétrica; Avaliar o comportamento dos conectores com vários torques;
Avaliar o comportamento dos conectores com e sem pasta antióxido;
Definir qual a melhor pasta antióxido;
Avaliar entre os cabos (CA) e o (CAA), qual o mais susceptível a ponto quente;
O
BJETIVOS
Objetivos Específicos
Estabelecer o melhor procedimento limpeza de uma conexão elétrica;
Avaliar a eficiência do reaperto em conexões elétricas;
Comparar os resultados obtidos experimentalmente com os equivalentes modelados teoricamente;
Complementar a Instrução Técnica (IT) para uso dos profissionais de manutenção do Grupo CEEE.
M
OTIVAÇÃO
0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% 45,0%Gráfico do DEC, FEC e QTD de FALHAS de 2015 na CEEE D
DEC FEC
M
OTIVAÇÃO
“O conector tipo cunha é a prova da incompetência e
da inabilidade do profissional de construção e de
manutenção elétrica!”
7
P
RINCIPAL PROBLEMA
O principal problema em uma conexão elétrica é a elevação detemperatura (ponto quente) em função da passagem da corrente elétrica (efeito Joule).
MATERIAIS E MÉTODOS
Para a execução dos testes experimentais,
desenvolveu-se 1 Sistema e 2 Bancadas de teste
Sistema de Injeção de Corrente Elétrica em Ambiente Externo (SICEAE);Bancada de teste em conexão com conector de parafuso e cabo (BTCCP);
Bancada de teste em conexão de chapa de Al com chapa de Al (BTCCA).
S
ISTEMA DE
I
NJEÇÃO DE
C
ORRENTE
E
LÉTRICA
EM
A
MBIENTE
E
XTERNO
(SICEAE)
Desenvolvido para estudar o comportamento das conexões elétricas com conectores de parafuso e cabo, em condições semelhantes as de operação, tendo as seguintes características:
Gerar corrente elétrica de até 700 A de forma cíclica e em ambiente externo por longos períodos (>6 meses);
Medir a temperatura ambiente, a temperatura das 4 conexões, e a corrente elétrica;
S
ISTEMA DE
I
NJEÇÃO DE
C
ORRENTE
E
LÉTRICA
EM
A
MBIENTE
E
XTERNO
(SICEAE)
Desenvolvimento da fonte de corrente
Com base em conhecimentos técnicos adquiridos na empresa, usou-se Transformadores de Corrente (TC) como
fonte de corrente.
S
ISTEMA DE
I
NJEÇÃO DE
C
ORRENTE
E
LÉTRICA
EM
A
MBIENTE
E
XTERNO
(SICEAE)
Aplicação de Corrente elétrica de forma cíclica
Com o objetivo de analisar a condição real de operação, era necessário a aplicação de correntes elétricas de formacíclica.
S
ISTEMA DE
I
NJEÇÃO DE
C
ORRENTE
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LÉTRICA
EM
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MBIENTE
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XTERNO
(SICEAE)
Aplicação de Corrente elétrica de forma cíclica
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ISTEMA DE
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NJEÇÃO DE
C
ORRENTE
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LÉTRICA
EM
A
MBIENTE
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XTERNO
(SICEAE)
Aplicação de Corrente elétrica de forma cíclica
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ISTEMA DE
I
NJEÇÃO DE
C
ORRENTE
E
LÉTRICA
EM
A
MBIENTE
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XTERNO
(SICEAE)
Aplicação de Corrente elétrica de forma cíclica
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ISTEMA DE
I
NJEÇÃO DE
C
ORRENTE
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LÉTRICA
EM
A
MBIENTE
E
XTERNO
(SICEAE)
Aplicação de Corrente elétrica de forma cíclica
Ciclo Horário Situação Ciclo Horário Situação1 00 h 00 min 01 h 30 min ligado 5 12 h 00 min 13 h 30 min ligado 01 h 30 min 03 h 00 min desligado 13 h 30 min 15 h 00 min desligado
2 03 h 00 min 04 h 30 min ligado 6 15 h 00 min 16 h 30 min ligado 0 4h 30 min 06 h 00 min desligado 16 h 30 min 18 h 00 min desligado
3 06 h 00 min 07 h 30 min ligado 7 18 h 00 min 19 h 30 min ligado 07 h 30 min 09 h 00 min desligado 19 h 30 min 21 h 00 min desligado
4 09 h 00 min 10 h 30 min ligado 8 21 h 00 min 22 h 30 min ligado 10 h 30 min 12 h 00 min desligado 22 h 30 min 00 h 00 min desligado
S
ISTEMA DE
I
NJEÇÃO DE
C
ORRENTE
E
LÉTRICA
EM
A
MBIENTE
E
XTERNO
(SICEAE)
B
ANCADA DE TESTE EM CONEXÃO COM
CONECTOR DE PARAFUSO E CABO
(BTCCP)
Princípios de funcionamento e objetivos
Essa bancada foi desenvolvida para estudar a variação da resistência elétrica de contato em conexões com conector
B
ANCADA DE TESTE EM CONEXÃO COM
CONECTOR DE PARAFUSO E CABO
(BTCCP)
Simplificação do circuito elétrico resistivo
B
ANCADA DE TESTE EM CONEXÃO DE CHAPA
DE
A
L COM CHAPA DE
A
L
(BTCCA)
Princípios de funcionamento e objetivos
Essa bancada foi desenvolvida para estudar a variação da resistência elétrica de contato em conexões entre chapas
B
ANCADA DE TESTE EM CONEXÃO COM
CONECTOR DE PARAFUSO E CABO
(BTCCA
)
Simplificação do circuito elétrico resistivo
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Serão apresentado os principais resultado e as
discussões referentes a 1 Sistema e 2 Bancadas
de teste
Sistema de Injeção de Corrente Elétrica em Ambiente Externo (SICEAE);
Bancada de Teste em Conexão com Conector de Parafuso e Cabo (BTCCP);
R
ESULTADOS E DISCUSSÕES DO
SICEAE
Períodos de teste
23
Período Data de inicio Data de fim Total de ciclos Total de dias 1A 09/04/2014 17/05/2014 307 38 1B 17/05/2014 24/05/2014 56 7 2A 24/05/2014 12/07/2014 390 49 2B 12/07/2014 03/08/2014 175 22 3A 03/08/2014 17/08/2014 112 14 3B 18/08/2014 25/08/2014 61 7 4A 25/08/2014 08/09/2014 107 14 4B 08/09/2014 16/09/2014 67 8
R
ESULTADOS E DISCUSSÕES DO
SICEAE
Principais características dos períodos de teste
1A, 1B, 2A e 2B – cabo 336 CAA, conector de liga de Al com 4 parafusos de aço galvanizado, o conector foi limpo com lixa de granulação 180, pano e benzina, com uso ou não de pasta antióxido e com variação do torque aplicado nas conexões. (de 1 a 4).3A, 3B, 4A e 4B – cabos CA e CAA, conector de liga de Cu com 4 parafusos de aço galvanizado, o conector foi limpo com lixa de granulação 180, pano e benzina, com uso de
R
ESULTADOS E DISCUSSÕES DO
SICEAE
Resultados Experimentais
Gráfico da diferença de temperatura em função do número de ciclos período 1A
25 Variável 𝜟𝑻𝟏 [°C] 𝜟𝑻𝟐 [°C] 𝜟𝑻𝟑 [°C] 𝜟𝑻𝟒 [°C] 𝑰 [A] 𝒗 [m/s] 𝝋𝒔 [W/m²] Média 20,18 14,49 15,97 15,46 569,60 1,26 178,97 Máxima 27,90 20,80 21,70 22,10 582,00 5,00 2609,17 Mínima 9,30 5,50 7,00 6,10 554,00 0,00 0,00 Desvio Padrão 3,72 3,04 3,01 3,04 5,25 0,87 303,47
R
ESULTADOS E DISCUSSÕES DO
SICEAE
Resultados Experimentais
R
ESULTADOS E DISCUSSÕES DO
SICEAE
Resultados Teóricos
R
ESULTADOS E DISCUSSÕES DO
SICEAE
Resultados Teóricos
R
ESULTADOS E DISCUSSÕES DO
SICEAE
Resultados Teóricos
R
ESULTADOS E DISCUSSÕES DO
SICEAE
Resultados Teóricos
R
ESULTADOS E DISCUSSÕES DO
SICEAE
Compilado dos resultados experimentais
31
Período Temperatura média
1A 20,18100% 14,4972% 15,9779% 15,4677% 1B 19,36100% 16,786% 19,2499% 18,897% Relação 1B/1A 96% 115% 120% 122% 2A 22,55100% 16,6774% 16,7674% 15,1267% 2B 17,2395% 14,3279% 18,21100% 16,6391% Relação 2B/2A 76% 86% 109% 110% 3A 28,24100% 23,6484% 22,3479% 21,2575% 3B 18,3998% 16,789% 18,83100% 18,5198% Relação 3B/3A 65% 71% 84% 87% 4A 19,37100% 12,9167% 12,7166% 11,9161% 4B 13,6594% 11,8782% 14,45100% 13,9396% Relação 4B/4A 70% 92% 114% 117%
R
ESULTADOS E DISCUSSÕES DO
BTCCP
Resultados Experimentais
Gráfico da Variação da resistência elétrica de contato em função da variação do torque na condição 2
R
ESULTADOS E DISCUSSÕES DO
BTCCP
Resultados Experimentais
Gráfico da Variação da resistência elétrica de contato em função da variação do torque na condição 3
R
ESULTADOS E DISCUSSÕES DO
BTCCP
Principais características dos períodos de teste
condição 1 – execução de conexão usando cabos 954CA, sem pasta antióxido, com pasta antióxido branca e com pasta antióxido cinza;condição 2 – execução de conexão usando cabos 954CAA, com pasta antióxido branca e com pasta antióxido cinza; condição 3 – execução de conexão usando cabos 636CA e 636CAA, sem pasta antióxido.
R
ESULTADOS E DISCUSSÕES DO
BTCCP
Resultados Experimentais
Gráfico da Variação da resistência elétrica de contato em função da variação do torque na condição 1
R
ESULTADOS E DISCUSSÕES DO
BTCCP
Compilado dos resultados experimentais
Tipo cabo Condição de teste Resistência elétrica de contato [μΩ]
% de resistência em relação a pior condição
Cabo 954CA 1-Sem pasta 8,83 100,00%
Cabo 636 CA 3-Sem pasta 7,58 85,89%
Cabo 954CA 1-Com pasta branca 7,57 85,71%
Cabo 954CA 1-Com pasta cinza 7,56 85,57%
Cabo 636 CAA 3-Sem pasta 6,08 68,89%
Cabo 954CAA 2-Sem pasta 6,06 68,61%
Cabo 954CAA 2-Com pasta branca 5,42 61,34%
R
ESULTADOS E DISCUSSÕES DO
BTCCA
Principais características dos testes
sem pasta antióxido e com a superfície da chapa de Al oxidada com pasta antióxido cinza e com a superfície da chapa de Al oxidada
sem pasta antióxido e com a superfície da chapa de Al limpa com pasta antióxido branca (PLP) e com a superfície da chapa de Al limpa
com pasta antióxido cinza (Forjasul) e com a superfície da chapa de Al limpa
R
ESULTADOS E DISCUSSÕES DO
BTCCA
Resultados Experimentais
R
ESULTADOS E DISCUSSÕES DO
BTCCA
Compilado dos resultados experimentais
39
Condição de teste Resistência elétrica de contato [μΩ]
% de resistência em relação a pior condição
Sem pasta e oxidado 15,09 100%
Com pasta cinza e oxidado 12,40 82%
Sem Pasta e limpo 11,41 76%
Com pasta branca limpo 11,41 76%
R
ESULTADOS E DISCUSSÕES DO
SICEAE
Resultados Teóricos
CONCLUSÕES
O reaperto nos parafusos de uma conexão elétrica em operação não garante a redução da temperatura dessa conexão, podendo inclusive, aumentar a temperatura,
gerado uma ponto quente onde não existia.
O uso de pasta antióxido não é prejudicial a uma conexão, muito pelo contrário, elas agregam além da proteção das superfícies de contato (função principal), uma redução no
valores de resistência elétrica de contato.
Entre as pastas antióxido, a que apresentou melhor desempenho foi a pasta cinza, fabricada pela empresa Forjasul, composta basicamente de graxa e partículas de
zinco, que hoje em dia, na CEEE GT, é a menos utilizada pelas equipes de manutenção.
CONCLUSÕES
Quanto maior for o número fios na superfície de contato dos cabos, melhor é o contato elétrico, diminuindo a resistência elétrica de contato. Com base nos resultados desse trabalho, o
padrão de compra de cabos de alumínio será revisto pelo departamento de engenharia da CEEE GT.
Durante os testes, observou-se que as superfícies de contato dos conectores de parafuso eram extremamente rugosas e com
um acabamento inadequado, e nos modelamentos teóricos, observou-se a importância do acabamento superficial para a
redução da resistência elétrica de contato. As normas ABNT (1990a, 1990b) não determinam uma rugosidade mínima para as
CONCLUSÕES
Em todos os testes experimentais, os cabos CAA tiveram um comportamento, tanto relacionado a elevação de temperatura como a variação da resistência elétrica de
contado melhor que os cabos CA.
O procedimento efetivo para eliminar um ponto quente, ou dar uma sobre vida a uma conexão, é executar a
manutenção preventiva completa nas conexões (limpeza e aplicação de pasta antióxido).
A elevação da temperatura em conexões elétricas é totalmente influenciada pelas condições meteorológicas,
onde nem as equações que servem para corrigir essas variações, funcionam adequadamente.
CONCLUSÕES
Como fruto desse trabalho, tem-se uma proposta de Instrução Técnica (IT) para Execução e Manutenção de
Conexões Elétricas no Sistema de Elétrico de Potência (SEP) destinado as equipes de manutenção, que antes se
baseavam em conhecimentos tácitos, e que agora estão associados com conhecimentos tecnicamente
MENSAGEM FINAL
ESTUDO TEÓRICO E EXPERIMENTAL DAS
VARIÁVEIS MECÂNICAS NA EXECUÇÃO E
MANUTENÇÃO DE CONEXÕES ELÉTRICAS COM
CONECTORES DE PARAFUSO EM CABOS DE
ALUMÍNIO
Eduardo Daltoé de Freitas Área da Transmissão