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(1)

PSICOPATOLOGIA

DO MEDO ESCOLAR

onmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

H E R T Z S . P O G G I

U N IV E R S ID A D E C A T Ó L IC A D E P E R N A M B U C O

E stu d o crítico d a g ên ese, d esen v o lv im en to e co n seq ü ên cias d a p sico p ato lo g ia d o m ed o esco lar, seu s reflex o s n a v id a d o alu n o ,

ta-m ília, relacio n am en to co m o s p a~ e co leg as, fo rm ação d e atitu d es d e reação e o u tro s m ecan ism o s d e d efesa, co m su as p ro fu n d as rep

er-cu ssõ es n a estru tu ração d a p erso n alid ad e e n as o p o rtu n id ad es d e

aju stam en to so cial e p ro fissio n al d o alu n o u n iv ersitário , calcad o em o b serv açõ es, d ep o im en to s e testes ap licad o s p elo au to r, em seu s alu

-n o s. E stu d o su cin to d a ab o rd ag em terap êu tica p sico sso m ática e p ro sp ecção d e p ro jeto d e red u ção d o clim a d e ten são n as in stitu i-çõ es-d e en sin o .

A b o rd arei n este trab alh o u m a sín tese d as m in h as o b serv açõ es so b re o m ed o ,

en tre o s alu n o s, n as U n iv ersid ad es, seu su rg im en to , m an ip u lação e ev o lu ção até as raias d a p ato lo g ia.

A lém d o tem o r n atu ral, q u e p erten ce a to d a b io g rafia d e q u em já p asso u p o r

u m a in stitu ição d e en sin o , ex iste u m tem o r p ato ló g ico , cu ja freq ü ên cia p arece

estar au m en tan d o . B em co n h ecid o s d e to d o s o s p ro fesso res são o s alu n o s q u e, p o r ex em p lo , d u ran te u m ex am e reag em co m m ed o d esp ro p o rcio n ad o às tarefas

p ro p o stas e em n ítid a d iscrep ân cia co m a co stu m eira cap acid ad e d e ren d im en to .

C o m o p o r u m m ecan ism o reflex o , caem n u m to tal estad o d e ato rd o am en to , q u e

n ão p o d em su p erar m esm o q u e se Ih es d irijam p alav ras d e co n fo rto e, m u ito

m en o s, co m sev eras ad v ertên cias. D esap arece n eles 'to d a a ap tid ão p ara p en sar e

atu ar reflex iv am en te; a an sied ad e faz co m q u e fo calizem m aio tem a p ro p o sto ,

q u e o trab alh em d e fo rm a co n fu sa e o ab an d o n em lo g o , sem h av erem ch eg ad o a

resu ltad o s q u e p erm itam u m a ap ro v ação .

D ep o is d e sete an o s d e m ag istério , em n ív el su p erio r, en sin an d o D erm ato lo · g ia e F arm aco lo g ia n a F acu ld ad e d e C iên cias M éd icas d e P ern am b u co , e d ep o is

d e ter acu m u lad o o b serv açõ es, ap licad o testes, o u v id o d ep o im en to s e an alisad o q u estio n ário s ap licad o s ao s alu n o s, o b serv ei q u e tam b ém n a v id a co tid ian a d a

(2)

co la p o d em o b serv ar-se reaçõ es p ato ló g icas d e n atu reza fó b ica, p o r ex em p lo , n as au las d e u m a d eterm in ad a d iscip lin a o u q u an d o se trata d e certo s ato s d e co lab o

-ração , co m o p ed ir ao p ro fesso r q u e rep ita u m a ex p licação q u e n ão fo i b em en

-ten d id a, ler em v o z alta, o u realizar u m a tarefa q u alq u er d ian te d e to d a a classe.

E ssas reaçõ es p o d em o co rrer tam b ém em casa, q u an d o n a h o ra d e realizar tarefas

esco lares, o u aco rd ar p ara ir à esco la.

co m o o p síq u ico e in telectu al. E n tre o s sin to m as so m ático s q u e ch am am a aten

-ção : ativ id ad e card íaca acelerad a, au m en to d a freq ü ên cia resp irató ria, elev ação

ten sio n al o u h ip o ten são , p o lassiú ria, d iarréia, p erd a d o ap etite o u fo m e v o raz, in -sô n ia, d istú rb io s d a fala (g ag u eiral, d istú rb io s d a m ím ica, sen sação d e n ó n a g

ar-g an ta, p alid ez facial, o scilaçõ es d o tô n u s m u scu lar, trem o r e d istú rb io s d e co o

r-d en ação m o to ra, p articu larm en te ao escrev er. A sin to m ato lo g ia p sico m o to ra

p o d e ab arcar d esd e a ag itação até a p erd a to tal d e au to co n tro le e d esd e a in ib

i-ção até à estu p efai-ção . A n ív el p síq u ico en co n tram -se, en tre o u tras alteraçõ es, in -q u ietação in terio r e ten são , sen tim en to d e in seg u ran ça, d esam p aro , p av o r d e co

-m eter erro s e p essim ism o g en eralizad o . N o caso d e fato res co n stitu cio n ais ex

a-cerb arem a d isp o sição à an sied ad e o u ao tem o r, à in seg u ran ça, à p erd a d e co n

-fian ça e à ten são in terio r, assim co m o to d ea as d em ais reaçõ es an sio sas, estas p o -d em to rn ar-se in d ep en d en tes. E m o u tras p alav ras, a p resen ça d e u m a situ ação an

-sio g ên ica ag u d a é cad a v ez m en o s n ecessária p ara d esen cad ear a sin to m ato lo g ia

d escrita, a q u al, p o u co a p o u co , se co n v erte em d eterm in an te d a estru tu ra d a p erso n alid ad e: o alu n o já n ão só reag e co m an sied ad e p ato ló g ica p o r m o tiv o s ex -terio res, co m o to d a su a m an eira d e ser d efin e-se p ela an sied ad e p ato ló g ica.

P o r esse m o tiv o , n a o p in ião d e H . S ch ell "a esco la co m o in stitu ição d e en

si-n o ... é d e im p o rtân cia p rim o rd ial, d esd e q u e se lh e p o d e atrib u ir o p ap el d e in

s-tân cia d esen cad ead o ra d e an sied ad e".(4 ) T am b ém P . O estreich fala d a esco la

co m o "in stitu ição carreg ad a d e an sied ad e"(3 ). C o m efeito , é n a esco la q u e se d e-v e b u scar an tes d e tu d o o s fato res p ato g ên ico s d a fo b ia esco lar. A esco la p o d e ser

o m o tiv o d a en ferm id ad e d o alu n o p reso d e an sied ad e; ao in v erso , a an sied ad e é

o sin to m a card eal (J. M ein h art) n o s d istú rb io s d a ex istên cia esco lar d o alu n o (2 ).

Q u an to m ais ex ten so é o tem a a ap ren d er, q u an to m aio r co m p reen são v

er-b al e rig o r ló g ico ex ija e q u an to m aio r o v alo r atrib u (d o a este tem a, tan to m ais

acen tu ad o é o p erig o d e reaçõ es an sio sas n o alu n o . A u las m u ito p ro lo n g ad as, o u ao co n trário , d em asiad o cu rtas, a ex ag erad a im p o rtân cia atrib u íd a p elo m estre à

su a p ró p ria d iscip lin a e a in ap tid ão p ed ag ó g ica p ara selecio n ar o m aterial e p ara

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

e x p lic á - lo d e aco rd o co m as ap tid õ es d o s alu n o s, o falso o rg u lh o d e "liq u id ar" rap id am en te a m atéria e, esp ecialm en te, co n clu ir co n teú d o s p ro g ram ático s, sem

aten tar p ara a d iv ersid ad e d o s talen to s d o s esco lares, tu d o isso co n trib u i p ara ele-v ar o n íele-v el d e an sied ad e e co m p ro m eter o ren d im en to .

A p ressa co n tín u a im p ed e o alu n o d e co n su ltar p au sad am en te, d e p erg u n tar, d e p o n d erar, d e eq u iv o car-se e en co n trar so lu çõ es p o r si m esm o , sem p erco rrer

sem p re as sen d as já p alm ilh ad as. A o co n trário , d á-se to d a im p o rtân cia ao ad

es-tram en to , à su p erficialid ad e e ao sab er ap aren te. D este m o d o , o alu n o p erd e

o g o sto p ela m atéria, n ão só n as d iscip lin as p rin cip ais, co m o tam b ém n as d e su a

liv re esco lh a. T u d o se lh e co n v erte em u m a ciên cia o cu lta, em u m a fo n te d a q u al

7 8 R ev . d e P sico lo g ia, 1 (1 ): P ág . 7 7 -8 1 , jan .j'd ez. 1 9 8 3

em an a in cessan tem en te o tem o r d e "n ão ser ap ro v ad o ".

E ste am b ien te p a t o ló q ic o se ag rav a ain d a m ais co m a p erm an en te "situ ação

d e ex am e", q u e d o m in a a v id a d iária esco lar e fam iliar d o alu n o , ap esar d e to d as as refo rm as p ed ag ó g icas. C o n stan tem en te su b m etem -se a p ro v a, ex am in am -se ~

q u alificam -se o ren d im en to n a esco la, as tarefas o rais e escritas p rep arad as em

casa o u n o am b ien te esco lar, a m atu rid ad e esco lar, o n ív el d en tro d a classe, a

ap tid ão p ara in g ressar em o u tras in stitu içõ es d e fo rm ação su p erio r, o u p ó s-g ra-d u ação , assim co m o a fu tu ra cap acid ad e p ro fissio n al e p ara o estu d o u n iv

ersitá-rio . P ara q u e o co n tro le d a eficiên cia seja m ais p erfeito , reg u lam se e fracio n am -se ao m áx im o o s tem as d e en sin o ; tu d o o q u e p o d e -ser q u alificad o co m u m a n o ta

tem p rio rid ad e so b re o q u e n ão se p resta a u m a av aliação q u an titativ a. S u rg e, assim , a u rg ên cia d o su cesso , q u e p o r su a v ez o rig in a o tem o r d o fracasso , u m d o s co m p o n en tes b ásico s d a fo b ia esco lar. O am b ien te esco lar altera-se d e m o d o rad

i-cal: o m estre p erd e o afeto e a co n fian ça ao co n v erter-se em rig o ro so ex am in ad o r

q u e ad m in istra as o p o rtu n id ad es p ara o fu tu ro ; o co leg a d e classe já n ão é m ais u m am ig o ín tim o , m as u m riv al eg o ísta; o p ai e a m ãe tran sfo rm am -se ao s p o u co s

em in d iv íd u o s p reo cu p ad o s, q u e reag em co m d em asiad o tem o r o u co m ex cessiv o

rig o r, d e fo rm a in ad eq u ad a e in seg u ra. A s classificaçõ es e q u alificaçõ es em fu n -ção d o s p rim eiro s lu g ares acab am p o r co n v erter o an g u stiad o alu n o n u m p risio

-n eiro d e su a p ró p ria q u alificação , e p erm an en tem en te an sio so e in seg u ro d e co n

-seg u ir m an ter a su a p ró p ria p erfo rm an ce ..

E m terceiro lu g ar, d ev o m e referir à o rg an ização esco lar. A cen tralização d as

esco las ten d e a co n trib u ir p ara afro u x ar o v ín cu lo co m a fam ília e co m a p o p u

la-ção d o lu g ar d e o rig em . A fo b ia esco lar ad q u ire o caráter d e u m a an g ú stia d e se-p aração q u e se rep ete d ia ap ó s d ia, to rn an d o -se assim im p ercep tiv elm en te crô n

i-ca (e aq u i está o p erig o ). A isso se d ev e so m ar o fato d e q u e a cen tralização m o - .

d ifico u tam b ém o tam an h o d as in stitu içõ es esco lares; h á tem p o q u e as esco las

co m m ais d e m il alu n o s to rn aram -se co m u n s, n em m esm o o s in stitu to s co m m ais d e d o is m il estu d an tes co n stitu em já ex ceçõ es. A lém d isso , a so lid aried ad e d as

classes d isso lv eu -se co m a d esag reg ação d o s cu rso s em sistem as d e créd ito s, e q ~

o b rig am o alu n o a m u d ar co n stan tem en te d e p ro fesso res, d e co leg as, salas d e .

au las e d iscip lin as; o alu n o p erd e assim m u ito s p o n to s d e ap o io p esso ais, m

ate-riais e lo cais. E ste iso lam en to , o p ressiv o p ara o s alu n o s m ais jo v en s e sen sív eis,

n ão p o u cas v ezes acarreta d istú rb io s d a co m u n icação e d a p erso n alid ad e: o alu n o am ed ro n tad o refu g ia-se, p o r ex em p lo , n a ag ressão , ch eg an d o a fo rm ar g ru p o s d

e-lin q ü en tes n as esco las, o u n a reg ressão , até n eg ar-se a assistir às au las, o u d e u m a fo rm a m ais am en a ch eg an d o atrasad o , sain d o ced o , o u d isp ersan d o co n stan

te-m en te a aten ção co m co n v ersas, b rin cad eiras o u sim p lesm en te alh ean d o -se, d u

-ran te o h o rário d as au las.

A fo b ia esco lar p o d e d ev er-se tam b ém ao co m p o rtam en to d o s p ais. O s m éto -d o s e-d u cativ o s errô n eo s n a id ad e p ré-esco lar são cau sa d e reaçõ es p ato ló g icas d a

crian ça esco larizad a, m u itas d as q u ais p erm an ecem até a esco larização d e n ív el

su p erio r, tan to a n ív el p sico ló g ico co m o n o relacio n am en to h u m an o . O m ed o ao

p ro fesso r, a certas d iscip lin as, às resp o stas errad as, às m ás n o tas e à esco la em

g eral d ev e ser in terp retad o , en tão , co m o an sied ad e in d u zid a. E sta in d u ção d a an

(3)

sied ad e p o d e p ersistir d u ran te to d a a v id a esco lar se o s p ro g en ito res se m o stram

d em asiad o ex ig en tes e reag em p riv an d o d e seu afeto , o filh o , q u an d o este n ão

alcan ça o s o b jetiv o s esp erad o s. S u b m etid o a ex ig ên cias ex cessiv as, ele in cid e n a

fo b ia esco lar. O am b ien te p ató g en o resu lta ev id en te n as tarefas esco lares, o s p ro

-fesso res n ão tem tem p o n em estão d isp o n ív eis p ara

XWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

a ju d á - lo s o u em alg u n s

ca-so s, n em são d isso cap azes, en q u an to a esco la ten d e a d eleg ar a eles, cad a v ez

m ais a o rien tação acerca d o s m éto d o s d e trab alh o . A s co n seq ü ên cias são a p

er-p lex id ad e, o d esesp ero e a an sied ad e, tan to d o s alu n o s co m o d o s p ais. A fo b ia esco lar d o s p ro g en ito res é p aralela à d o s seu s filh o s.

O p ed ag o g o p o d e co n trib u ir su b stan cialm en te p ara a g ên ese d a fo b ia esco lar. P ara o alu n o , o p ro fesso r é, ju n to co m o s p ais, p rin cip al p o n to d e referên cia. P o r

isso , ele id en tifica-se n ecessariam en te co m su as ex ig ên cias e su as d ecisõ es: to d o

m estre receb e u m p o d er d o q u al p o d e ap ro v eitar-se n o b o m o u n o rn aú sen tid o . A

fo b ia esco lar to m a a fo rm a esp ecífica d e tem o r ao m estre q u an d o ' este n ão é

cap az d e estab elecer u m só lid o e afetu o so relacio n am en to co m seu s d iscíp u lo s,

q u an d o lim ita à esco la e à su a m atéria o sen tid o d a v id a, q u an d o n ão d em o n stra

co m p reen são alg u m a d as p ecu liarid ad es d e cad a alu n o e, p rin cip alm en te, q u an d o só sab e ap arecer co m o m estre e n u n ca co m o co m p an h eiro , q u an d o ex ig e tu d o d e seu s alu n o s e n ad a d e si m esm o . S ó o p ro fesso r q u e está d isp o sto a en fren tar

co n tin u am en te a av en tu ra d a ap ren d izag em , e d e ser su b m etid o à av aliação d o s seu s alu n o s, será cap az d e se co lo car n a p o sição d e líd er o u d e lid erad o , liv re·

m en te, sem m ed o s, an sied ad e o u in seg u ran ça e p o d erá d ar v id a ao en sin o e

lib ertar seu s ed u can d o s d o tem o r d e ap ren d er e d a fo b ia esco lar.

~ im p o rtan te n ão esq u ecer q u e a fo b ia esco lar, tam b ém p o d e ser d esen

ca-d eaca-d a p elo s co m p an h eiro s d e classe. F req ü en tem en te, estes são tão p ersp icazes

p ara d esco b rir p o n to s fraco s, co m o p ara ex p lo rá-Io s. O cam in h o en tre a casa e a esco la, o s in terv alo s en tre as au las e as h o ras liv res são u sad o s sem co m iseração . O

atrib u lad o estu d an te q u e b u sca aju d a co m o m estre o u co m o s p ais será seg reg a-d o a-d o g ru p o . A s reaçõ es ag ressiv as e in aa-d eq u aa-d as, fru to d o d esesp ero , d esen

ca-d eam o círcu lo v icio so d a v in g an ça. O fracasso esco lar ag rav a a situ ação : às g o

za-çõ es e ao d esp rezo d o s co leg as so m a-se o v ered ito d o m estre, e o s co n ceito s d e

"in teg ração so cial" o u d e "m estre co m o tu to r" esv aem -se co m o teo rias irreais

sem v ig ên cia n a p rática esco lar. A p arecem as reaçõ es fó b icas: o alu n o estiq rn

ati-zad o sen te m ed o d ian te d e seu s co m p an h eiro s, d ian te d o p ro fesso r e d a esco la: O

tem o r p o d e ser tão g en eralizad o e p ro fu n d o q u e se tran sfo rm a n u m a d ep ressão e,

em caso s ex trem o s, n ão raro tem co m o d esfech o fin al o su icíd io .

C reio q u e esses p o u co s ex em p lo s b astem p ara d em o n strar o caráter m u ltifa-to rial e d in âm ico d o p ro cesso p ato ló g ico d a fo b ia esco lar.

C o m o se v ê, o d iag n ó stico n ão é fácil. O p ro b lem a ag rav a-se p elo fato d e q u e

o s esco lares an sio so s têm d ificu ld ad e p ara v erb alizar seu s d istú rb io s p síq u ico s, d e so rte q u e a sin to m ato lo g ia so m ática n ão só p o d e en co n trar-se em p rim eiro p lan o ,

co m o , às v ezes, é a ú n ica m an ifestação d a an sied ad e (eq u iv alen tes an sio so s), o

q u e p o r v ezes im p ed e o d iag n ó stico co rreto e in d u z a u m tratam en to m eram en te so m ático d u ran te lo n g o tem p o .

80

R ev _ d e P sico lo g ia, 1 (1 ): P ág . 7 7 -8 1 , j an o

j

d ez. 1 9 8 3

A terap êu tica d a fo b ia esco lar d ev e o rien tar-se p ela su a fo rm a p articu lar e

p elo s fato res etio ló g ico s; n atu ralm en te, o tratam en to h á d e ser p lu rid im en sio n aL

E n tre o s m eio s d e q u e se d isp õ e, fig u ram a d isp en sa tem p o rária d e ir à esco la o u d e assistir a d eterm in ad as d iscip lin as, a sep aração p o r m eio d e cu rso s esp eciais n a

esco la o u em au las p articu lares a d o m icílio , a tro ca d e classe, d e esco la o u d e

fo rm a d e esco la, e a tran sferên cia p ara u m sem i-in tern ato o u in tern ato . A lém

d essas m ed id as o rien tad as p ara m o d ificar o am b ien te p ato g ên ico , to rn a-se n eces-sário aju d ar o alu n o , co m o p acien te, a su p erar su a atitu d e an sio sa. P ara isso se d isp õ e, an tes d e tu d o , d e terap êu ticas m ed icam en to sas q u e p o d em in terro m p er o ciclo v icio so , tran q ü ilizar o p acien te, aliv ian d o seu s sin to m as so m ático s co n co m i-tan tes. T am p o u co d ev e-se esq u ecer a u tilid ad e d a p sico terap ia esp ecializad a.

C o m o a fo b ia esco lar co n stitu i u m d istú rb io ao m esm o tem p o so m ático e

em o cio n al, é p rin cip alm en te o clín ico g eral q u e p rim eiro co m ela se d efro n ta e

p o d e tratá-Ia se "co n h ece o seu o fício e sab e d ed icar o tem p o n ecessário "

(C ath alal (1 ). O cI ín ico g eral é facilm en te acessív el e m u itas v ezes tem já co n tato

co m a fam ília d o alu n o , n ão raro d esd e o in ício d a su a esco larização , d u as v an ta-g en s d e v alo r in estim áv el p ara a ab o rd ata-g em clín ica e tratam en to d a fo b ia esco lar,

n as freq ü en tes situ açõ es d e ag rav am en to rep en tin o . A d em ais, a in terv en ção d o m éd ico d a fam ília é tam b ém m ais o p o rtu n a se se tiv er em co n ta q u e o s d e clín ica

esp ecializad a en co n tram -se n o rm alm en te so b recarreg ad o s d e caso s co m p lex o s.

N o en tan to , sem a p articip ação d o m estre, são in co m p leto s, p ara n ão d izer

in eficazes, o d iag n ó stico e o tratam en to d a fo b ia esco lar. A co o p eração d o m

es-tre é im p rescin d ív el, d ev id o à estreita relação d iária co m o esco lar am ed ro n tad o .

O m estre q u e tem b o a in tu ição p ara o p ro b lem a e receb eu u m a fo rm ação ad

e-q u ad a é cap az d e p ro p o rcio n ar v alio so s in d fcio s d iag n ó stico s e d e atu ar co m o co -terap eu ta, in su b stitu ív el (seja p elo p sicó lo g o esco lar o u p elo s p ro g en ito res), já

p elo sim p les fato d e ter u m co n tato co n tín u o co m o alu n o . S em a co o p eração

en tre m éd ico e p ro fesso r ( J . M ein h ard t) e, o q u e é m ais im p o rtan te sem a in te-g ração teó rico -p rática d a m ed icin a e d a p ed ag o g ia, p o r ex em p lo , a carg o d e m éd i-co s-m estres q u e h ajam receb id o u m a d u p la p rep aração e q u e d isp o n h am d e red o -b rad a ex p eriên cia, se p o ssív el co m alg u m a v iv ên cia p sico teráp ica, o esp ectro d a fo b ia esco lar n ão será d issip ad o , ap esar d e to d as as refo rm as esco lares em p reen d

i-d as até h o je. E m m in h a o p in ião , a tarefa m ais u rg en te i-d as au to rii-d ai-d es esco lares e ed u cativ as, é a d e criar o p o rtu n id ad es d e atu ação n esse sen tid o . S e se p u d esse

criar u m a esco la sem an sied ad es d esn ecessárias, p o d er-se-ia falar d a refo rm a d o

sécu lo .

R e f e r ê n c ia s B ib lio g r á f ic a s

1 C A T H A L A , S . J a m e s .Metodologia do ensino médico. R i o d e J a n e i r o , E d . V o z e s , 1 9 7 9 . 2 M E I N H A R D T , J .Psicopatologia escolar. 2 . e d . R i o d e J a n e i r o , E d . V o z e s , 1 9 8 1 . 3 O E S T R E I C H . P .A Escola. 3 . e d . S ã o P a u l o , M e l h o r a m e n t o s , 1 9 8 0 .

4 S C H E L L , H .Elementos de pedagogia. B u e n o s A i r e s , E I A t e n e u E d i t o r e s , 1 9 8 1 .

Referências

Documentos relacionados

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