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APRECIAÇÃO N.º 01/CNA/97

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GRUPO DE TRABALHO PARA A

QUALIDADE DA ÁGUA E DOS MEIOS HÍDRICOS

APRECIAÇÃO N.º 01/CNA/97

SOBRE O

PROJECTO DE DECRETO-LEI RELATIVO À QUALIDADE DAS ÁGUAS

(REVISÃO DO DECRETO-LEI N.º 74/90)

Setembro de 1997

(2)

APRESENTAÇÃO

Na sequência da solicitação do Senhor Secretário-Geral do Conselho Nacional da Água, e de acordo com o Despacho de 97.06.09 do Senhor Secretário de Estado dos Recursos Naturais, surge a presente Apreciação, realizada no âmbito do Grupo de Trabalho para a Qualidade da Água e dos Meios Hídricos, a qual tem por objectivo fundamentar o Parecer do Conselho Nacional da Água sobre o Projecto de Decreto-Lei Relativo à Qualidade das Águas.

A apreciação produzida tem como pressuposto básico que, com o Projecto de Decreto- Lei em discussão, se pretende rever o Decreto-Lei n.º 74/90 apenas no sentido da sua actualização e conformidade com as Directivas Comunitárias pertinentes. Aquele pressuposto estrito foi considerado adequado, face à necessidade de resolver situações contenciosas prevalecentes.

Nestas circunstâncias, a apreciação não contemplou qualquer restruturação profunda do Projecto de Decreto-Lei, a qual se admitiu poder vir a justificar-se quando se verificar a implementação de algumas Directivas Comunitárias ainda em projecto e que são actualmente analisadas e discutidas pelos Estados Membros, inclusivé a Directiva-Quadro sobre Actuação Comunitária no Domínio da Política da Água.

O presente documento foi estruturado da seguinte forma:

1  Apreciação na generalidade (pág. 3)

2  Apreciação na especialidade e propostas de alteração (pág. 6) 2.1  Relativas ao corpo do Decreto-Lei (pág. 6)

2.2  Relativas ao conteúdo dos Anexos (pág. 41)

tendo-se baseado em discussão conjunta no âmbito do mencionado Grupo de Trabalho e nas contribuições individuais dos seus membros seguintes:

 Prof. Fernando Santana (FCT/UNL)  Relator-Coordenador

 Prof. António Carmona Rodrigues (FCT/UNL)

 Eng.ª Margarida Conte de Barros (EPAL)

 Eng.º Manuel Mestre (Presidente da Câmara Municipal de Moura)

 Eng.ª Maria Delfina Serpa Pinto e Eng.ª Cristina Neto Almeida (DGI)

 Eng.º João Tito Nunes (IHERA)

 Dr. António Janeiro (DGA)

 Eng.ª Maria Helena Escudeiro (INAG)

(3)

Faz-se notar que o presente documento inclui alterações relativamente à versão preliminar de 97.07.31, nomeadamente no que concerne às definições, às competências e ao relacionamento institucional. Foram mais significativamente alteradas as secções do diploma respeitantes à água para consumo humano, sobretudo as águas doces subterrâneas, e às águas destinadas a rega.

Lisboa, 19 de Setembro de 1997 Pel’ O GRUPO DE TRABALHO PARA A QUALIDADE DA ÁGUA E DOS MEIOS HÍDRICOS

O Relator-Coordenador

(Fernando Santana)

(4)

1 - APRECIAÇÃO NA GENERALIDADE

De um modo geral, o Projecto de Decreto-Lei procurou manter a estrutura do

Decreto-Lei n.º 74/90, pelo que, apesar de incluir alterações positivas de ordenação e de conteúdo relativamente àquele, subsistem aspectos que merecem ser ponderados de forma a contribuir para torná-lo mais coerente, o que acrescentará à expectativa da sua aplicação consistente e, consequentemente, poderá ampliar a sua utilidade como instrumento legislativo.

Assim, seguidamente, indicam-se os aspectos gerais que se consideram dever ser modificados e que, no âmbito deste documento, se reflectem na apreciação na especialidade.

i) As águas residuais, em si, não devem continuar a ser consideradas como uma categoria de uso da água, uma vez que a descarga das águas residuais num meio natural - água ou solo - é que constitui um uso desse meio.

ii) Nas águas para rega deve-se distinguir entre águas doces para rega e águas residuais tratadas para rega, para além do que já preconizava o D. L. n.º 74/90 ao distinguir entre águas para rega de culturas hortícolas e águas para rega de culturas arbustivas.

iii) As águas subterrâneas não devem ser excluídas, face à relevância da sua contribuição para o abastecimento público, fundamentalmente como instrumento de apoio às entidades gestoras.

iv) No que respeita à atribuição de competências, e apesar do projecto em apreciação apresentar uma certa melhoria relativamente ao diploma em vigor, deverá ser definida de forma clara “a quem compete o quê”, por forma a obviar situações ambíguas que conduzam tanto à duplicação de esforços, por vezes com resultados não coerentes, como à sua ausência, aspecto este que é agravado nas áreas de fronteira das atribuições legalmente conferidas às entidades interessadas.

Por exemplo, são atribuídas à DGA, ao IPIMAR e a outros organismos (DRA)

competências no controlo da qualidade da água para usos específicos que não podem

exercer - atendendo à definição de controlo - e, também, outro tipo de competências

(como já acontecia no Decreto-Lei n.º 74/90) que as diluem, sem benefício na

atribuição de responsabilidades e que não são consentâneas com o estabelecido nos

Decreto-Lei n.º 45/94 e Decreto-Lei n.º 46/94. Também não se observam posições

relativas decorrentes da organização dos Ministérios.

(5)

Por outro lado, as águas de abastecimento continuam na dependência da DGA, o que é pouco compreensível. Embora tais competências devessem, como princípio, ser exercidas pela D. G. Saúde, crê-se que na situação actual devem ser atribuídas ao INAG, em colaboração com as DRARN. A intervenção da DGA deve manter-se em áreas específicas, como as desempenhadas pelo Corpo de Inspecção.

v) As competências atribuidas às DRARN parecem desajustadas dos meios de que dispõem. No entanto, tratando-se de uma opção política, poderá vir a ser adequadamente suportada.

vi) O texto regulamentar deve definir claramente os canais de circulação da informação pelos diversos níveis de intervenção, por forma a facilitar a celeridade dos processos.

vii) Há necessidade de revêr com cuidado os termos e vocábulos utilizados e definidos de forma a compatibilizar o texto dos vários artigos, os seus títulos e a definição prévia dos termos. É por exemplo o caso da designação “métodos de medição” versus

“métodos analíticos de referência”.

Considera-se desejável que, em devido tempo, seja efectuada uma análise do Projecto de Decreto-Lei que permita verificar se a sua redacção final contempla de facto a pretendida transposição de Directivas, possibilitando a resolução de situações de contencioso entre a Comunidade Europeia e o Estado Português.

Conforme já salientado, justifica-se ainda que o projecto da Decreto-Lei relativo à Qualidade das Águas seja oportunamente objecto de uma reformulação global, onde caiba uma melhor definição das competências dos organismos intervenientes e da sua articulação, bem como uma adequada correlação entre os valores admissíveis para as descargas de águas residuais, as características do meio receptor e as exigências da sua futura utilização.

De facto, no que respeita à descarga de águas residuais deve atender-se às características

do meio receptor, dado que com excepção dos pesticidas e organoclorados, o diploma apenas

contém um certo número de disposições sobre limites de emissão, em termos de

concentrações, por forma a ajustar-se à abordagem combinada que é actualmente defendida e

preconizada na própria Proposta de Directiva-Quadro sobre Actuação Comunitária no

Domínio da Política da Água. Apesar de ser na fase de licenciamento (Decreto-Lei n.º 46/94)

que se definem as condições de descarga, deveria ser referido no diploma que a observação

dos limites de emissão, ou condições de descarga, não deverá prejudicar os objectivos de

qualidade definidos para o meio receptor.

(6)

Por fim, é de notar que a presente Apreciação foi elaborada antes da entrada em vigor do

Decreto-Lei n.º 230/97 de 30 de Agosto, não tendo portanto em conta as alterações por aquele

introduzidas na orgânica do Ministério do Ambiente, designadamente no respeitante à criação

da Inspecção-Geral do Ambiente e à designação das antigas DRARN.

(7)

2 - APRECIAÇÃO NA ESPECIALIDADE E PROPOSTAS DE ALTERAÇÃO 2.1 - Relativas ao corpo do Decreto-Lei

Da presente alínea constam propostas de alteração e comentários a múltiplos artigos do corpo do diploma em apreço. Tais alterações são figuradas a bold e os comentários apresentados entre parêntesis rectos, em letra de menor dimensão, também a bold.

Para melhor leitura, esta apreciação na especialidade é feita sobre a reprodução integral do corpo do projecto de diploma, na versão recebida em 4 de Junho passado que foi submetida ao Conselho.

PROJECTO DE DECRETO-LEI RELATIVO À QUALIDADE DAS ÁGUAS

PREÂMBULO

Após sete anos de experiência na aplicação do Decreto-Lei nº 74/90, de 7 de Março, considera- se oportuno proceder a ajustamentos no sentido de reforçar a sua operacionalidade e de resolver o contencioso resultante da incompleta e, por vezes, incorrecta transposição das de várias directivas comunitárias relativas à qualidade da água.

Numa perspectiva de protecção da saúde pública, de gestão integrada dos recursos hídricos e de preservação do meio ambiente, pretende-se também com esta revisão clarificar as competências das várias entidades intervenientes no domínio da qualidade da água, bem como conciliar esta matéria com alterações legislativas que ocorreram após a entrada em vigor do diploma em apreço e que com ele se relacionam - como sejam, as alterações decorrentes dos Decretos-Lei nºs 45/94, de 22 de Fevereiro, (planeamento dos recursos hídricos) e 46/94, da mesma data, (licenciamento da utilização do domínio hídrico).

Aproveita-se ainda para introduzir Simultaneamente, introduz-se no ordenamento jurídico algumas actualizações decorrentes do normativo comunitário em matéria de qualidade das águas (assim, é parcialmente transposta a Directiva nº 91/692/CEE, relativa à normalização e à racionalização dos relatórios sobre a aplicação de determinadas directivas respeitantes ao ambiente) e revogar revogam-se algumas disposições do Decreto-Lei nº 74/90 por se revelarem manifestamente desactualizadas ou que a experiência da sua aplicação demonstrou de eficácia reduzida.

(8)

Assim,nos termos da alínea g) do artigo 202º da Constituição, o Governo decreta o seguinte :

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 1.º Objectivo

O presente diploma estabelece critérios e normas e procedimentos com a finalidade de proteger e melhorar a qualidade da água em função dos seus principais usos.

Artigo 2.º Âmbito

1. São definidas, em função dos seus usos principais, as seguintes categorias de água:

a) Água para consumo humano:

1) Águas doces superficiais destinadas à produção de água para consumo humano;

2) Águas de abastecimento para consumo humano;

b) Água para suporte da vida aquícola:

1) Águas doces superficiais para fins aquícolas - águas piscícolas;

2) Águas do litoral e salobras para fins aquícolas - águas conquícolas;

c) Águas balneares;

d) Águas para rega;

e) Águas residuais.

2 São excluídas do âmbito de aplicação do presente diploma as seguintes categorias de água:

a) Águas minerais naturais e medicinais;

b) Águas utilizadas no reabastecimento de lençóis freáticos;

c) Águas residuais contendo substâncias radioactivas;

d) Águas para uso industrial não abrangidas pela alínea b) do nº2 do artigo 13º;

e) Águas destinadas a fins terapêuticos, a piscinas e a outros recintos com diversões aquáticas;

f) Águas doces subterrâneas destinadas à produção de água para consumo humano.

3.- A aplicação das disposições do presente diploma não poderá, em caso algum, ter como efeito, directo ou indirecto, a deterioração da qualidade das águas.

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 Devem incluir-se as ”águas subterrâneas” destinadas à distribuição directa ou para produção de água para consumo humano com um artigo novo na Secção I do Capítulo II (que mudaria de título) ou como nova Secção desse capítulo.

Com a alínea e) continua a incluir-se uma “água” que não é um uso da água e não é uma categoria de água de acordo com o artigo 1º. Como não se pode deixar criar um vazio enquanto não se completa o D. L. n.º 46/94 (onde as águas residuais deviam ter sido consideradas), ou se transpõe a IPPC, propõe-se a inclusão de um n.º 2 novo, em substituição da alínea e) com a redacção que adiante se propõe.

Por outro lado, afigura-se oportuno distinguir entre águas doces para rega e águas para rega provenientes de águas residuais.

Tendo estas observações em atenção, o artigo 2º passaria a ter a seguinte redacção: 

Artigo 2º Âmbito

1 - São definidas, em função dos seus usos principais, as seguintes categorias de água:

a) Água para consumo humano:

1) Águas doces superficiais destinadas à produção de água para consumo humano;

2) Águas doces subterrâneas destinadas à produção de água para consumo humano;

3) Águas de abastecimento para consumo humano.

b) Água para suporte da vida aquícola:

1) Águas doces superficiais para fins aquícolas - águas piscícolas;

2) Águas do litoral e salobras para fins aquícolas - águas conquícolas;

c) Águas balneares;

d) Águas doces para rega.

2 - São também incluídas no âmbito de aplicação do presente diploma:

a) As descargas de águas residuais no meio aquático e nos solos;

b) As águas residuais tratadas para rega.

3 - São excluídas do âmbito de aplicação do presente diploma as seguintes categorias de água:

a) Águas minerais naturais e medicinais;

b) Águas utilizadas no reabastecimento de lençois freáticos;

c) Águas residuais contendo substâncias radioactivas;

d) Águas para uso industrial não abrangidas pela alínea b) do n.º 2 do artigo 13º;

e) Águas destinadas a fins terapêuticos, a piscinas e a outros recintos com diversões aquáticas.

4 - A aplicação das disposições do presente diploma não poderá, em caso algum, ter como efeito, directo ou indirecto, a deterioração da qualidade das águas.

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Artigo 3º Definições Para efeitos do presente diploma entende-se por:

1.- «Qualidade da água» - conjunto de características físicas, químicas, biológicas e microbiológicas e ecológicas da água que, com base em critérios normas de qualidade, permite avaliar a sua adequação para determinados identificar os seus usos directos ou potenciais.

2.- «Critério de qualidade da água » - conjunto de características físicas, químicas, biológicas, microbiológicas e ecológicas que define uma qualidade aceite como a mais adequada para determinado uso.

2.- 3.- «Norma de qualidade da água» - valores limite de parâmetros físicos, químicos, biológicos, e microbiológicos de um determinado critério de qualidade da água que definem uma qualidade de água aceite como adequada para determinado uso.

3.- 4.- «Objectivo de qualidade da água» - qualidade fixada para uma origem ou massa de água para um determinado período de tempo.

5.- «Sistema de Controlo de Qualidade da Água» - o conjunto de acções que visam caracterizar, promover e manter a qualidade da água, assumindo uma das seguintes formas:

4.- a) «Controlo»  o conjunto de acções realizadas com carácter regular pela entidade responsável pela exploração dos recursos hídricos, com vista à manutenção permanente da sua qualidade em conformidade com as normas ou padrões estabelecidos legalmente.

5.- b) «Fiscalização»-conjunto de acções com carácter sistemático cometidas a entidades com competência para licenciar as que intervêm no processo de licenciamento das várias utilizações da água, com o objectivo de verificar o cumprimento de disposições legais e específicos e especificações técnicas, previamente estabelecidas defender a saúde pública e proteger o ambiente;

6.- c) «Vigilância sanitária»  o conjunto de acções de fiscalização realizado pelas Autoridades de Saúde (AS) no exercício das competências que lhe são cometidas pelo decreto-lei n.º 336/93, de 29 de Setembro.

7.- d) «Inspecção» - conjunto de acções de observação com vista a averiguar o cumprimento da legislação em vigor em matéria de ambiente.

8.- 6.- «Sistema de Abastecimento de Água para Consumo Humano», a seguir designado por

«Sistema de Abastecimento» - o conjunto constituído pelas estruturas e equipamentos destinado, no caso mais geral, à captação, ao tratamento, à adução, ao armazenamento e à distribuição de água para consumo humano, sob a responsabilidade de uma entidade gestora.

9.- 7.- «Entidade gestora do sistema de abastecimento» ou «entidade gestora» - a entidade responsável pela exploração/funcionamento do sistema de abastecimento, nos termos estabelecidos pelo Decreto-Lei n.º 207/94, de 6 de Agosto na legislação aplicável.

10.- 8.- «Sistema de abastecimento público» - aquele que funciona permanentemente sob a responsabilidade de uma entidade gestora quer seja Administração Central, Autarquia ou Empresa Concessionária.

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11.- 9.- «Sistema de abastecimento particular» - aquele que funciona sob responsabilidade de um particular.

12.- 10.- «Método de medição» - um método para determinar o valor dos parâmetros que caracterizam a qualidade da água constantes dos anexos deste diploma.

11.- «Princípio de medição» - descrição do princípio no qual se baseia o método de medição.

13.- 12.- «Limite de detecção» - valor mínimo do parâmetro examinado que pode ser detectado.

14.- 13.- «Precisão» - o intervalo no qual se encontram 95% dos resultados das medições efectuadas sobre uma mesma amostra, empregando o mesmo método;

15.- 14.- «Intervalo de confiança» - intervalo que, com uma probabilidade de 95%, contém o valor real de um parâmetro de qualidade

16.- 15.- «Exactidão» - a diferença entre o valor real do parâmetro e o valor médio experimental obtido, podendo ser expressa em percentagem do valor real.

17.- 16.- «Enriquecimento natural» - o processo pelo qual uma determinada massa de água recebe do solo certas substâncias nele contidas, sem intervenção do homem.

18.- 17.- «Águas residuais urbanas» - as águas residuais domésticas ou a mistura destas com águas residuais industriais ou com pluviais

19.- 18.- «Águas residuais domésticas» - as águas residuais provenientes de serviços e de instalação residenciais, essencialmente provenientes do metabolismo humano e de actividades domésticas.

20.- 19.- «Águas residuais industriais» - as águas residuais provenientes de qualquer tipo de actividade que não possam ser classificadas com águas residuais domésticas nem sejam águas pluviais.

21.- 20.- «Instalação» - uma unidade técnica fixa em que são desenvolvidas uma ou mais actividades industriais ou quaisquer actividades directamente associadas, que tenham uma relação técnica com as exercidas no local e que possam ter efeitos sobre as emissões e a poluição.

22.- 21.- «Entidade gestora da instalação» - qualquer pessoa singular ou colectiva que seja proprietária ou explore a instalação por lhe ter sido delegado esse poder.

22.- «Melhores tecnologias disponíveis» - as tecnologias que correspondam à fase de desenvolvimento mais eficaz e avançada das actividades e dos respectivos modos de exploração, que demonstre a aptidão prática de tecnologias específicas para constituir, em princípio, a base dos valores limite de emissão com vista a evitar e, quando tal não seja possível, a reduzir de um modo geral as emissões e o impacto no ambiente no seu todo. Entende-se por :

a) «tecnologias»- tanto as técnicas utilizadas como o modo como a instalação é projectada, construída , explorada e desactivada;

b) «disponíveis» - as técnicas desenvolvidas a uma escala que possibilite a sua aplicação no contexto do sector industrial em causa, em condições económica e tecnicamente viáveis, tendo em conta os custos e os benefícios, quer estas técnicas sejam ou não utilizadas ou produzidas no território nacional, desde que sejam acessíveis ao operador em condições razoáveis;

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c) «melhores» - ténicas mais eficazes para alcançar um nível geral elevado de protecção do ambiente no seu todo.

23.- «Água de rega» - água doce superficial, subterrânea ou residual tratada, que vise satisfazer ou complementar as necessidades hídricas das culturas agrícolas ou florestais.

24.- «Fertirega» - rega em que se veiculam elementos fertilizantes.

25. - «Águas balneares» - as águas doces, correntes ou paradas, assim como a água do mar, nas quais o banho é expressamente autorizado pelas AS ou, não sendo proibido, é habitualmente praticado por um número considerável de banhistas;

26. - «Zona balnear» - o local onde se situam as águas balneares;

27. - «Época balnear» - o período compreendido entre 1 de Junho e 30 de Setembro de cada ano, que pode ser alargado ou encurtado, em função dos usos locais, de eventuais disposições respeitantes à prática de banhos ou de condições meteorológicas especiais.

 Termos como VMA, VmA, ou VMR, que aparecem frequentemente no texto, poderiam ser aqui incluídos, em vez de aparecerem repetidamente definidos nos anexos. 

Artigo 4.º

Comissões de Acompanhamento

1.- Para acompanhar a execução do estabelecido no presente diploma, nomeadamente, no que se refere à sua adaptação ao progresso técnico e científico, poderão ser criadas, sob proposta do Instituto da Água (INAG), Comissões de Acompanhamento (CA) cuja composição será definida por despacho conjunto do Ministro do Ambiente e dos ministros responsáveis pela tutela dos sectores directamente envolvidos.

2.- Esta CA sucederá à Comissão Consultiva prevista no Decreto-Lei nº 74/90, de 7 de Março.

CAPÍTULO II

ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO

SECÇÃO I

Águas doces superficiais destinadas à produção de água para consumo humano

Artigo 5.º Objectivo e âmbito

1.- As disposições da presente secção transpõem para o direito interno a Directiva nº 75/440/CEE, do Conselho, de 16 de Junho, relativa qualidade das às águas doces superficiais destinadas à produção de água para consumo humano e a Directiva nº 79/869/CEE, do Conselho, do 9 de Outubro, relativa a métodos de análise aos métodos de medida e à frequência das amostragens e da análise das águas superficiais destinadas à produção de água potável.

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2.- Os critérios e normas de qualidade a que devem obedecer as águas doces superficiais, a seguir designadas por «águas superficiais», visam proteger e melhorar estas águas, quando constituam potenciais origens de produção de água para consumo humano, após tratamento adequado.

Artigo 6.º Designação

Compete ao INAG, sob proposta das Direcções Regionais do Ambiente e Recursos Naturais (DRARN), comunicar à Comissão Europeia (CE) quais as águas superficiais designadas para a produção de água para consumo humano.

1.- Compete às DRARN, designar, as águas doces superficiais utilizadas, ou destinadas a serem utilizadas para a produção de água para consumo humano.

2.- Compete ao INAG comunicar à Comissão Europeia (CE) quais as águas superficiais designadas de acordo com o n.º 1.

Artigo 7.º Normas de qualidade

1.- As normas de qualidade a que devem obedecer as águas superficiais doces superficiais utilizadas ou destinadas a serem utilizadas para produção de água para consumo humano, após tratamento adequado, a seguir denominadas “águas superficiais”, constam são as constantes do Anexo I ao presente diploma e determinam a sua classificação nas categorias A1, A2 e A3. De acordo com a categoria das águas, encontram-se mencionados no Anexo II esquemas de tratamento-tipo adequados para as tornar aptas para consumo humano.

 Com o texto introduzido no n.º1 pretende-se clarificar que estas normas serão aplicáveis às águas utilizadas ou destinadas a serem utilizadas para produção de água para consumo humano - de acordo com a Directiva 75/440/CEE - e não às águas doces superficiais em geral

2.- Compete às DRARN, em colaboração com o INAG, proceder à classificação das “águas superficiais” destinadas à produção de água para consumo humano nas categorias referidas no número anterior, de acordo com o artigo 9º.

Artigo 8.º

Fixação de normas de qualidade objectivos de qualidade

1. As DRARN, ouvido o INAG, fixará fixarão para todos os pontos locais de colheita de amostras, os valores aplicáveis às águas superficiais designadas, quanto aos parâmetros indicados no Anexo I.

2. Relativamente aos parâmetros para os quais nenhum valor conste do Anexo I, as DRARN, ouvido o INAG, poderão não fixar valores nos termos do número anterior.

3.- Os valores fixados nos termos do n.º 1 do presente artigo não podem ser menos rigorosos que os indicados nas colunas VMA do Anexo I.

4. No Anexo 1, para os parâmetros em que haja indicação de VMR, com ou sem indicação do correspondente VMA, Sempre que existam valores nas colunas VMR do Anexo I, com ou sem valor correspondente nas colunas VMA do mesmo anexo, as DRARN considerá-los-á

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deverão considerá-los, preferencialmente, como valores de referência, sem prejuízo do disposto no n.º 5 do presente artigo.

5. O INAG tem a faculdade de, em qualquer momento, justificadamente, determinar para as águas superficiais valores mais rigorosos do que os previstos no presente diploma.

5.- Entende-se por local de colheita o local onde as águas são captadas para serem tratadas para distribuição.

Como se estabelece a conformidade com as normas de qualidade para a água de abastecimento? 100% conforme ou 95%? A média conforme? A directiva crê-se que é omissa mas este é um problema com que se debatem as distribuidoras. 

Artigo 9.º

Métodos analíticos de referência de medição e avaliação de conformidade

1. Compete às DRARN efectuar o controlo a monitorização da de qualidade das águas superficiais, o que inclui a determinação das respectivas características físicas, químicas, microbiológicas e biológicas. Esta determinação será efectuada, para os parâmetros constantes do Anexo I, de acordo com os métodos analíticos de referência de medição indicados no Anexo III, respeitando os valores indicados nas colunas correspondentes a limite de detecção, intervalo de confiança e exactidão.

2. A frequência mínima anual de amostragem e de realização das determinações analíticas em função da classe categoria da água superficial e dos grupos dos parâmetros de qualidade, conforme consta dos Anexos IV e V, deve considerar, para efeitos de avaliação da conformidade, a amostragem repartida ao longo do ano, tendo em atenção a variabilidade sazonal, de modo a obter-se uma imagem representativa da qualidade da água.

3. As águas superficiais, nas quais as amostras para controlo são colhidas sistematicamente num mesmo local, em intervalos de tempo regulares e de acordo com a frequência indicada no Anexo IV, são consideradas em conformidade com as normas de qualidade do Anexo I, se os valores dos parâmetros determinados obedecem, cumulativamente, às seguintes condições:

a) em 95% das amostras sejam respeitados os valores especificados nas colunas VMA do Anexo I ou os fixados nos termos previstos no artigo anterior;

b) em 90% das amostras sejam respeitados os valores especificados nas colunas VMR do Anexo I ou fixados nos termos previstos no artigo anterior;

c) para os 5% ou 10% das amostras que excedam, respectivamente, o VMA e o VMR, se verifique, simultaneamente, que:

1) os valores dos parâmetros não apresentam desvio superior a 50% do VMA e do VMR, excepto no que se refere à temperatura, ao pH, ao oxigénio dissolvido e aos parâmetros microbiológicos;

2) não decorra perigo para a saúde pública;

3) os valores dos parâmetros nas amostras de água colhidas consecutivamente não se desviam dos valores mais frequentes dos parâmetros a que se referem.

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4. Os resultados do controlo de qualidade mencionados da monitorização referida no nº 1, devem ser comunicados, pelas DRARN, às entidades gestoras dos sistemas de abastecimento e à respectiva AS competente, no mês seguinte àquele que dizem respeito.

5. Com vista a salvaguardar os imperativos de protecção da saúde pública, as DRARN deverá deverão comunicar imediatamente às entidades gestoras dos sistemas de abastecimento e à respectiva AS competente, as alterações verificadas nos valores observados, assim que constate que dessas alterações resulta uma mudança de classe categoria de qualidade da água.

 Tem-se constatado que a avaliação da conformidade não é feita de forma sempre uniforme por diversas entidades que utilizam os critérios de avaliação que já vêm do diploma ainda em vigor. A questão prende-se, por um lado, com as percentagens de amostras que respeitam os valores especificados como máximos admissíveis ou máximos recomendáveis e, por outro, com o critério de aplicação dessas mesmas percentagens caso não se tenha cumprido o número de amostras previsto para cada grupo de parâmetros.

Exemplificando:

1 - Água da categoria A3, grupos de parâmetros G1, G2 e G3.

Segundo o Anexo IV, o número anual mínimo de amostras será respectivamente de 12, 6 e 3.

Veja-se a seguinte tabela:

N.º de amostras Valor real (95%) Valor inteiro adoptado

Valor real Valor inteiro adoptado

Valor real

12 11,40 11 91,7% 12 100%

6 5,70 5 83,3% 6 100%

3 2,85 2 66,7% 3 100%

Como se percebe, poderá haver subjectividade na consideração do que são 95% das amostras (por exemplo, 5 ou 6 ?) e, em função disso, poder-se-á estar a verificar a conformidade, de facto, em 83,3% ou em 100% das amostras, mas não em 95% seguramente. Quer-se com isto dizer que teria sido mais prático incluir alguma informação adicional sobre este assunto por forma a evitar leituras diferentes e a consequente obtenção de situações com resultados não comparáveis. Uma tabela adicional teria sido o suficiente.

2 - Água da categoria A3, grupo de parâmetros G1.

Segundo o Anexo IV, o número anual mínimo de amostras será de 12.

Coloque-se agora a seguinte hipótese, não académica, de só terem sido realizadas 11 amostras. Como é que se deverá proceder neste caso? Uma primeira hipótese é não fazer a avaliação por insuficiente número de amostras, o que parece um tanto excessivo. Outras hipóteses há, baseadas no bom senso, que merecem alguma credibilidade.

Uma destas hipóteses consiste no seguinte: se das 11 houver uma que não verifique o valor de referência, então não estará em conformidade. Outra hipótese ainda consiste em aplicar a percentagem de 95% às 11 amostras, o que traria a situação seguinte:

N.º de amostras Valor real (95%) Valor inteiro adoptado

Valor real Valor inteiro adoptado

Valor real

11 10,45 10 90,9% 11 100%

De novo aqui, poderá haver subjectividade na consideração do que são 95% das amostras e, em função disso, poder- se-á estar a verificar a conformidade, de facto, em 90,9% ou em 100% das amostras, mas não em 95% seguramente.

Em súmula, entende-se que se poderia ter esclarecido melhor, e com simplicidade, esta avaliação de conformidade, por forma a evitar subjectividades e, em consequência, o risco de se obterem resultados não comparáveis. 

Artigo 10.º

Planos de acção e de gestão

1. Para cumprimento dos objectivos estabelecidos no presente diploma e em articulação com os planos de bacia previstos no Decreto-Lei nº 45/94, de 22 de Fevereiro, serão elaborados pelo INAG pelas DRARN, em colaboração com as DRARN o INAG, planos de acção para melhorar sistematicamente a qualidade das águas superficiais, especialmente as classificadas na

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categoria A3. Tais planos deverão conter, nomeadamente, o seu calendário de execução e os investimentos que exigem.

2. As águas superficiais cujas características físicas, químicas e microbiológicas determinem uma qualidade inferior à da classe categoria A3 não podem, por princípio, ser utilizadas para produção de água para consumo humano Todavia, em circunstâncias excepcionais, tal poderá autorizado, desde que a água seja sujeita a um processo de tratamento apropriado, que pode incluir a mistura, que permita que todas as características da qualidade da água se encontrem conformes com as normas de qualidade para a água de abastecimento.

3. A excepção mencionada no número anterior deverá enquadrar-se num plano de gestão de recursos hídricos da zona em questão, a elaborar pelas DRARN competente que dele dará conhecimento ao INAG em colaboração com o INAG.

4. Compete ao INAG dar conhecimento à CE da informação contida nos planos referidos nos nºs 1 e 3

Artigo 11.º Relatório

1.- O INAG, em colaboração com as DRARN, elaborará um relatório técnico trianual de aplicação do disposto no presente diploma relativo à qualidade das “águas superficiais” destinadas à designadas para produção de água para consumo humano, de acordo com o artigo 6º.

2.- O relatório referido no número anterior será elaborado de acordo com os questionários aprovados pela a Directiva nº 91/692/CEE, do Conselho, de 23 de Dezembro, e deverá ser enviado à CE no prazo de nove meses posterior ao período a que disser respeito.

Artigo 12º Derrogações

1.- Salvaguardados os imperativos de protecção da saúde pública, podem não ser respeitados os valores limites fixados para os parâmetros do Anexo I quando:

a) ocorram inundações, secas ou catástrofes naturais;

b) se verifiquem circunstâncias meteorológicas ou geográficas excepcionais e desde que os valores que não sejam respeitados digam respeito aos parâmetros assinalados com (o) no Anexo I;

c) estejam em causa águas sujeitas a um processo de enriquecimento natural, em certas substâncias que implique que sejam excedidos os limites fixados para as categorias A1, A2 e A3 do Anexo I;

d) estejam em causa águas superficiais de lagos de pouca profundidade ou águas quase estagnadas, quando não sejam respeitados os parâmetros marcados com um asterisco (*) no quadro constante do anexo I, sendo esta derrogação aplicável aos lagos de profundidade não superior a 20 metros, cujo período de renovação de água ultrapasse um ano e que não sejam meios receptores de águas residuais.

2.- A Na ocorrência das situações previstas enunciadas no número anterior é obrigatoriamente confirmada pela DRARN competente a DRARN competente, ouvida a AS respectiva sobre a

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ocorrência eventual de risco para a saúde pública, poderá determinar a derrogação prevista naquele número por iniciativa própria ou a pedido da entidade gestora do sistema de abastecimento.

3.- A AS competente certificará, para estas situações, a existência ou não de risco para a saúde pública. Caso constate a existência de risco para a saúde pública notificará a DRARN que o comunicará às entidades gestoras dos sistemas de abastecimento, e decidirá sobre a eventual interdição dos usos dessas águas para a produção de água para consumo humano até que sejam repostas as condições de salubridade.

4.- O INAG será informado imediatamente, a seguir ao reconhecimento efectuado, da existência da situação referida, da justificação ou não da derrogação das normas de qualidade e do prazo previsto para a derrogação, e comunicará essa informação à CE.

3.- Caso se verifique a existênci de risco para a saúde pública, a AS competente poderá determinar a interdição da “água superficial” para a produção de água para consumo humano até que sejam repostas as condições de salubridade.

4.- As DRARN comunicarão ao INAG as derrogações concedidas, que por sua vez as comunicarão à CE.

 Deveria introduzir-se um artigo com condições específicas de licenciamento, pois que o DL 46/94 não condiciona o licenciamento desta utilização à qualidade, nem as ETA são aprovadas ou aceites atendendo a serem ou não adequadas para tratar a água que captam; Podia introduzir-se o requisito de um ano de estudo da qualidade, como está na proposta de Directiva, para que fosse dada a licença de captação como origem de abastecimento 

SECÇÃO II

Águas doces subterrâneas destinadas à produção de água para consumo humano Artigo 13º

Âmbito

As disposições da presente secção aplicam-se às águas subterrâneas utilizadas ou destinadas a serem utilizadas para produção de água para consumo humano, a seguir designadas por águas subterrâneas.

Artigo 14º

Fixação de normas de qualidade

1.- As normas de qualidade a que devem obedecer as águas subterrâneas utilizadas ou destinadas a serem utilizadas para produção de água para consumo humano após tratamento adequado, serão estabelecidas, caso a caso, pelas DRARN, ouvido o INAG, no âmbito do licenciamento estabelecido no D.L. n.º 46/94.

2.- As normas de qualidade a estabelecer de acordo com o n.º1, incluirão valores máximos recomendados (VMR) e valores máximos admissíveis (VMA) e terão em conta o estabelecido neste diploma para as águas superficiais e para as águas de consumo humano e as condições de captação, tratamento e distribuição no sistema de abastecimento de que são origem.

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3.- Não podem ser utilizadas como origem de água para consumo humano águas subterrâneas que apresentem qualidade inferior à da categoria A1 das águas superficiais no que se refere aos parâmetros microbiológicos e às substâncias indesejáveis ou tóxicas e perigosas referidas no Anexo VI.

4.- Pode ser considerada a utilização de águas subterrâneas com qualidade inferior à categoria A1 das águas superficiais se forem submetidas a tratamento idêntico ao exigido para águas superficiais da mesma categoria (Anexo II) ou se, por mistura, a água distribuída cumpra as normas de qualidade aplicáveis à água para consumo humano, no referente aos parâmetros em excesso. As DRARN fixarão as normas de qualidade aplicáveis nesta situação.

Artigo 15º

Métodos de medição e avaliação de conformidade

1.- Compete às DRARN avaliar a conformidade das águas de superfície com as normas de qualidade estabelecidas, o que implica a determinação das respectivas características físicas, químicas, microbiológicas e biológicas. Esta determinação será efectuada para os parâmetros constantes da norma de qualidade aplicável e de acordo com os métodos de medição indicados no Anexo II, respeitando os valores indicados nas colunas correspondentes a limites de detecção, precisão e exactidão

2.- A frequência mínima anual de amostragem e análise será determinada em função do nível de qualidade das águas subterrâneas tendo em atenção o estabelecido nos Anexos IV e V para as águas superficiais e, deve considerar-se para efeitos de avaliação de conformidade, amostragens repartidas ao longo do ano, de modo a obter-se uma imagem representativa da qualidade da água.

3.- As águas subterrâneas são consideradas conformes com as normas de qualidade estabelecidas de acordo com o n.º1 do artigo anterior se os valores dos parâmetros obdecem cumulativamente às seguintes condições:

a) em 95% das amostras são respeitados os VMA fixados nos termos dos n.ºs 1 e 2 do artigo anterior;

b) em 90% das amostras são respeitados os VMR fixados nos termos dos n.ºs 1 e 2 do artigo anterior;

c) para 5% ou 10% que excedam respectivamente o VMR ou VMA, se verifique simultaneamente:

c1) os valores dos parâmetros não apresentem desvio superior a 50% do VMR ou do VMA excepto no que se refere aos parâmetros microbiológicos;

c2) não decorra perigo para a saúde pública;

c3) os valores dos parâmetros nas amostras recolhidas consecutivamente não se desviem dos valores mais frequentes

4.- As DRARN comunicarão, no mês seguinte à realização das análises, os resultados obtidos às entidades gestoras dos sistemas de abastecimento e à AS competente.

5.- Sempre que se verifiquem alterações significativas no nível de qualidade das águas subterrâneas na sequência das determinações referidas no nº1, as DRARN deverão comunicar o facto às entidades gestoras dos sistemas de abastecimento e à AS competente

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Artigo 16º

Protecção das águas subterrâneas

As DRARN, em colaboração com o INAG, fixarão, sempre que necessário, as áreas de protecção das captações em águas subterrâneas, os condicionalismos a que ficam sujeitas essas áreas e linhas orientadoras para uma monitorização adequada.

Artigo 17º Relatórios

O INAG, em colaboração com as DRARN, elaborará um relatório técnico anual da aplicação do disposto no presente diploma relativo às águas subterrâneas do qual constarão, nomeadamente, as normas de qualidade estabelecidas e as conclusões da avaliação da conformidade

SECÇÃO II III

Água de abastecimento para consumo humano Artigo 13.º

 passa a Artigo 18º, com alteração da numeração de todos os artigos seguintes  Objectivo e âmbito

1.- As disposições da presente secção transpõem para o direito interno a Directiva

nº 80/778/CEE, do Conselho, de 15 de Julho, relativa à a qualidade das águas de abastecimento para destinadas ao consumo humano.

2.- Considera-se água de abastecimento para consumo humano:

a) A água distribuída para consumo humano directo;

b) A água distribuída para ser utilizada nas indústrias alimentares de fabrico, de tratamento ou de conservação de produtos ou de substâncias destinadas a ser consumidas pelo homem e que possa afectar a salubridade dos géneros alimentares;

c) A água utilizada para a produção de gelo.

3.- Excluem-se do disposto no número anterior as águas que, embora utilizadas em indústrias alimentares, requeiram uma maior exigência de qualidade.

4.- Com fundamento na qualidade da água não poderá ser impedida a livre circulação de produtos alimentares em cuja produção ou manipulação seja utilizada água de qualidade conforme estabelecido no Anexo VI, salvo se a colocação no mercado desses produtos implicar riscos para a saúde pública.

5.- Os serviços competentes do Ministério da Agricultura do Desenvolvimento Rural e das Pescas (MADRP) comunicarão ao INAG a listagem dos sectores alimentares em que a salubridade do produto final não é afectada pela qualidade da água utilizada.

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Artigo 14.º

Características Normas de qualidade

1.- São características de qualidade da água de abastecimento para consumo humano não pôr em risco a saúde, ser agradável ao paladar e à vista dos consumidores e não causar a deterioração ou destruição das diferentes partes do sistema de abastecimento.

2.- A água de abastecimento para consumo humano será posta à disposição dos utilizadores de modo a satisfazer as exigências de potabilidade, de acordo com os parâmetros definidos as normas de qualidade constantes no Anexo VI, do presente diploma, não podendo apresentar, em caso algum, sinais de degradação da sua qualidade, qualquer que seja o ponto dos sistemas de abastecimento que se considere em qualquer ponto da rede de distribuição.

3 - No que respeita às águas referidas nas alíneas b) e c) do n.º 2 do artigo 13º, a Direcção Geral de Saúde estabelecerá valores para os parâmetros relativos a substâncias tóxicas e parâmetros microbiológicos, referidos respectivamente nos quadros D e E do Anexo VI, e para outros parâmetros considerados como podendo afectar a salubridade do produto alimentar final.

 Para transposição do artigo 6º da Directiva 80/778/CEE, sugere-se a introdução de um quarto número, com a seguinte redacção: 

4 - Dos valores dos parâmetros adoptados em conformidade com o n.º 3, anterior, bem como da listagem dos sectores alimentares a que se refere o n.º 5 do artigo 13º, a Direcção-Geral de Saúde dará conhecimento ao INAG, que do facto informará a CE.

Artigo 15.º

Métodos analíticos de referência de medição e avaliação de conformidade 1. Compete às entidades gestoras dos sistemas de abastecimento:

a) Efectuar o controlo da qualidade da água de abastecimento para consumo humano, o que inclui a determinação das características físicas, químicas e microbiológicas, conforme o estabelecido no Anexo VI, utilizando os métodos analíticos de referência de medição indicados no mesmo anexo;

b) Informar de imediato a AS da ocorrência de situações de incumprimento do VMA dos parâmetros do Anexo VI e de outras situações que comportem risco para a saúde pública;

c) Difundir entre os consumidores os avisos que a AS determinar sobre as medidas de precaução destinadas a minimizar os efeitos do consumo da água no caso da situações referidas em b);

d) Informar à AS sobre a localização dos pontos de amostragem, bem como sobre o programa analítico, as credenciais dos laboratórios que efectuam as análises e os métodos analíticos utilizados.

2.- Para efeitos do disposto no nº1, os parâmetros constantes do Anexo VI são distribuídos nos grupos G1, G2 e G3, indicados no Anexo VII, de acordo com as frequências mínimas indicadas no Anexo VIII.

3.- As amostragens correspondentes ao controlo referido nos números anteriores deverão ser efectuadas periodicamente ao longo do ano e abranger todas as partes componentes dos

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sistemas de abastecimento, de modo a obter-se uma imagem representativa da qualidade da água nos referidos sistemas nesse período de tempo.

4.- Os laboratórios que utilizem outros métodos analíticos devem assegurar-se que eles conduzem a resultados equivalentes e comparáveis aos obtidos com os métodos de referência indicados no Anexo VI, nomeadamente no que se refere ao limite de detecção e exactidão.

5.- Os resultados analíticos obtidos no controlo referido no nº 1, logo que disponíveis, deverão, obrigatoriamente ser remetidos à Direcção-Geral do Ambiente (DGA) e à AS respectiva.

5.- 6.- Quando os resultados do controlo analítico englobando as análises-tipo mínimo, corrente e periódico, a que se refere o número 2 deste artigo, forem, durante anos anteriores, constantes e significativamente melhores do que os valores limite definidos no Anexo VI e sempre que não se tenha detectado nenhum factor que possa contribuir para a degradação da qualidade da água, a AS poderá determinar, por solicitação da entidade gestora , uma redução do número de análises- tipo para:

a) a metade, quando a água seja de origem superficial, com excepção dos parâmetros microbiológicos;

b) a quarta parte, quando a água seja de origem subterrânea.

6.- 7.- A entidade gestora deve dar publicidade trimestral, por meio dos editais afixados nos lugares próprios ou por publicação na imprensa regional, dos resultados obtidos nas análises de controlo, acompanhados de elementos informativos que permitam avaliar do grau de cumprimento das normas de qualidade constantes do Anexo VI.

7.- 8.- Para efeitos de vigilância sanitária da qualidade da água de sistemas de abastecimento público, as AS devem observar a frequência mínima anual de amostragem e de análise indicada no Anexo IX.

8.- 9.- A vigilância sanitária será exercida pela AS que dará conhecimento dos resultados obtidos à DGA e à DRARN respectiva competente.

Artigo 16.º Inspecções

Sem prejuízo das competências atribuidas a outras entidades em matéria de controlo de qualidade ou de vigilância sanitária das águas, compete à DGA a realização das acções de inspecção relativas à qualidade da água em qualquer ponto de sistema de abastecimento público.

 A supressão do artigo antecedente implica a alteração da numeração dos artigos seguintes.  Artigo 17.º

Materiais e processos de tratamento

Materiais e produtos (ou compostos) químicos em contacto com a água

 expressão internacionalmente usada, incluindo no CEN - Comité Europeu de Normalização 

1.- Os materiais utilizados nos sistemas de abastecimento, que estejam em contacto com a água para consumo humano, não podem provocar alterações na sua qualidade que impliquem uma redução no nível de protecção da saúde pública previsto no âmbito desta secção.

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2.- As substâncias e os produtos químicos utilizados no tratamento de água para consumo humano e quaisquer impurezas associadas a essas substâncias e produtos não podem estar presentes na água distribuída em valores superiores aos especificados na coluna VMA do Anexo VI, nem originar, directa ou indirectamente, riscos para a saúde pública.

3.- Compete ao Instituto Português de Qualidade a certificação dos materiais, substâncias e produtos químicos utilizados no tratamento da água, com vista a garantir a sua adequabilidade para o fim em vista, nomeadamente no que diz respeito à protecção de saúde pública.

Artigo 18.º

Promoção da qualidade da água para consumo humano

1.- As entidades gestoras dos sistemas de abastecimento de água para consumo humano deverão tomar as medidas necessárias para assegurar a melhoria contínua da qualidade de água que fornecem através, designadamente, de planos de acção que integrem programas de manutenção, recuperação e ampliação dos sistemas existentes e de construção de novos sistemas de abastecimento.

2.- Na elaboração dos planos e programas referidos no número anterior ter-se-á em conta a necessidade de aumentar a percentagem da população servida por sistemas públicos de abastecimento e de melhorar a qualidade dos sistemas existentes.

3.- Na elaboração dos planos de bacia hidrográfica bem como dos planos previstos no nº 1 do presente artigo deverá ser posto especial cuidado na protecção das captações destinadas à produção de água para consumo humano.

 ver nova redacção do n.º 1 do artigo 10º 

Artigo 19.º

Abastecimentos particulares

1.- Os abastecimentos particulares serão objecto de cadastro por parte das autarquias locais e das AS respectivas competentes, ficando sujeitos a vistorias sanitárias, por iniciativa da AS ou sempre que para tal esta seja solicitada, em especial quando estiver em risco a saúde pública.

2.- Os responsáveis por abastecimentos particulares procurarão cumprir as disposições constantes da presente secção, devendo alertar as respectivas autarquias locais e a AS, sempre que ocorram alterações significativas da qualidade da água.

Artigo 20.º Relatório

1.- A DGA O INAG, em colaboração com as autoridades responsáveis pela vigilância sanitária dos sistemas de abastecimento e com as entidades gestoras, elaborará um relatório técnico trianual anual de aplicação das normas constantes no presente diploma relativas à qualidade da água para consumo humano.

2.- O relatório referido no n.º anterior será elaborado O INAG elaborará um relatório trianual de acordo com o questionários aprovados no âmbito da a Directiva nº 91/692/CEE, do Conselho, de 23 de Dezembro, e deverá ser enviado à CE no prazo de nove meses posterior ao período a

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Artigo 21.º Derrogações

1.- As normas de qualidade contidas no Anexo VI, com excepção dos valores máximos admissíveis (VMA) relativos aos parâmetros tóxicos e microbiológicos, podem não ser cumpridas em face de:

a) condições geográficas específicas, nomeadamente, relativas à natureza e estrutura dos terrenos da área de que depende o recurso hídrico considerado;

b) condições meteorológicas excepcionais.

2.- Em circunstâncias acidentais graves e se o abastecimento da água não puder ser assegurado por outra forma, poderá ser autorizado, por um período de tempo limitado, e até um valor máximo fixado, um aumento dos VMA que constam no Anexo VI, desde que esse aumento não implique risco inaceitável para a saúde pública.

3.- Sem prejuízo do estipulado no artigo 12 º, sempre que para o abastecimento da água seja necessário recorrer a uma origem de água de qualidade inferior à da classe categoria A3, definida nos termos do artigo 7º, e não seja possível instalar um tratamento adequado para obter uma água de abastecimento conforme ao Anexo VI, poderá ser autorizado, por um período de tempo limitado, e até um valor máximo fixado, um aumento dos VMA que constam do mesmo anexo, desde que esse aumento não implique risco inaceitável para a saúde pública.

4.- As derrogações previstas neste artigo serão concedidas pelas AS ou pelo INAG ouvida a AS competente?, a pedido das entidades gestoras dos sistemas de abastecimento público.

5.-.Quando seja concedida qualquer derrogação, as AS ou INAG? deverão, de imediato, comunicar este facto à DGA e à DRARN respectiva competente indicando ainda:

a) os parâmetros derrogados;

b) os novos valores fixados para esses parâmetros;

c) nota justificativa da derrogação;

d) duração prevista para a derrogação;

e) população servida pelo sistema.

6.- Compete à DGA ao INAG comunicar a CE as derrogações concedidas, nos termos e prazos previstos na Directiva nº 80/778/CEE.

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CAPÍTULO III

ÁGUAS PARA SUPORTE DE VIDA AQUÍCOLA

SECÇÃO I

Águas doces superficiais para fins aquícolas Águas piscícolas

Artigo 22.º Objectivo e âmbito

1.- As disposições da presente secção aplicam-se às águas doces superficiais para fins aquícolas - águas piscícolas -, e transpõem para o direito interno a Directiva nº 78/659/CEE, do Conselho, de 18 de Julho, relativa à qualidade das águas doces que necessitam de ser protegidas ou melhoradas a fim de estarem aptas para a vida dos peixes - águas piscícolas.

2.- Os critérios e As normas de qualidade das águas doces superficiais, lóticas e lênticas, para fins aquícolas-águas piscícolas, a seguir designadas por águas piscícolas, visam proteger e melhorar as águas onde vivem peixes pertencentes a espécies:

a) aquícolas indígenas ou migradoras apresentando uma diversidade natural;

b) aquícolas cuja presença constitua um indicador útil para a gestão qualitativa das águas;

c) aquícolas exóticas cuja introdução seja julgada conveniente por razões económicas ou outras e em relação às quais se verifique a não existência de impactes negativos sobre o biota ou sobre a saúde pública.

Artigo 23.º Designação

1.- Compete ao INAG às DRARN, sob proposta das Direcções Regionais da Agricultura (DRA), comunicar à CE quais as águas designadas para fins piscícolas.

2.- Compete ao INAG comunicar à CE quais as águas designadas para fins piscícolas.

Artigo 24.º

Tipos de águas piscícolas Consideram-se águas piscícolas:

a) Águas de salmonídeos - as águas onde vivem espécies piscícolas da família Salmonidae como sejam o salmão (Salmo salar L.), a truta fario (Salmo trutta fario L.) e a truta arco-íris (Salmo gairdneri R.) - e

b) Águas de ciprinídeos - as águas onde vivem espécies piscícolas da família Cyprinidae, como sejam a carpa (Cyprinus carpio L.), a tenca (Tinca tinca L.), o barbo (Barbus sp.), bem como o lúcio (Esox lucius L.), a perca (Perca fluviatilis L.) e o achigã (Micropterus salmoides L.).

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Artigo 25.º

Métodos analíticos de referência de medição e normas de qualidade

1.- Compete às DRA efectuar o controlo a monitorização da qualidade das águas piscícolas, o que inclui a determinação das características físicas e químicas constantes do Anexo X, utilizando os métodos analíticos de referência de medição indicados no mesmo anexo.

2.- Os resultados analíticos obtidos no controlo na monitorização referidoa no nº 1, logo que disponíveis, deverão, ser remetidos à DRARN respectiva competente e ao INAG, no prazo de dois meses.

3.- Consoante o tipo a que pertençam, as águas devem obedecer às características normas de qualidade constantes do anexo X.

 ver nota do artigo 9º 

Artigo 26.º

Avaliação de conformidade

1.- A avaliação da conformidade da qualidade das águas piscícolas será efectuada mediante amostragem e análise, de acordo com a frequência mínima definida no Anexo XI.

2.- As águas piscícolas consideram-se conformes às características mencionadas no Anexo X se satisfizerem, em cada período de 12 meses e para cada em qualquer ponto de colheita, o seguinte:

a) 95% das amostras, ou a sua totalidade quando a frequência da amostragem seja inferior a uma amostra por mês, apresentem resultados de acordo com o Anexo X para o pH, CBO5 (20), amoníaco, azoto amoniacal, nitritos, cloro residual disponível total, zinco total e cobre solúvel;

b) os parâmetros temperatura e oxigénio dissolvido observem estritamente, para a totalidade das amostras, as condições definidas no Anexo X;

c) o parâmetro sólidos suspensos totais respeitem, em valor médio, a concentração imposta referida no Anexo IX.

3.- Os desvios observados relativamente às condições constantes do Anexo X não são considerados nas deduções das percentagens referidas no número anterior sempre que forem consequência de inundações ou de outras catástrofes naturais ou de condições meteorológicas excepcionais, neste último caso apenas para os parâmetros assinalados com (0).

4.- Para valores de dureza total diferentes de 100 mg/l, expressa em carbonato de cálcio, os valores máximos admissíveis e recomendáveis de zinco total e cobre solúvel, respectivamente, são os indicados no Anexo XII.

Artigo 27.º Relatório

1.- Compete ao INAG, em colaboração com as DRARN e as DRA , elaborar um relatório técnico trianual de acordo com a Directiva nº 91/692/CEE do Conselho, que enviará à CE no prazo de nove meses posterior ao período a que disser respeito aplicação do disposto no presente diploma referente à qualidade dessas águas.

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2.- O relatório referido no número anterior será elaborado de acordo com os questionários aprovados pela Directiva nº 91/692/CEE do Conselho, e deverá ser enviado à CE no prazo de nove meses posterior ao período a que disser respeito.

SECÇÃO II

Águas do litoral e salobras para fins aquícolas - águas conquícolas

 Como se articulam as exigências quanto à qualidade da água com as concessões para exploração de bivalves que o IPIMAR concede? 

Artigo 28.º Objectivo e âmbito

1.- As disposições da presente secção transpõem para o direito interno a Directiva nº 79/923/CEE, do Conselho, de 30 de Outubro, relativa á qualidade exigida para as das águas do litoral e salobras para fins aquícolas - águas conquícolas.

2.- Os critérios e As normas de qualidade das águas do litoral e salobras para fins conquícolas, a seguir designadas por águas conquícolas, têm por finalidade proteger e melhorar nessas águas a vida e o crescimento de moluscos, bivalves, gastrópodes e crustáceos, contribuindo para a boa qualidade dos produtos conquícolas passíveis de consumo pelo homem.

Artigo 29.º Designação

1- Compete ao INAG sob proposta do Instituto Português de Investigação Marítima (IPIMAR) e ouvida a DRARN competente designar as águas para fins conquícolas e comunicar à CE estas designações. quais as águas designadas para fins conquícolas. Dessa comunicação será obrigatoriamente dado conhecimento ao INAG.

2- O INAG, sob proposta do IPIMAR, poderá proceder à revisão da designação de determinadas águas quando, nomeadamente, existam factores que não tenham sido previstos à data da designação inicial, tendo em conta o disposto no nº3 do artigo 2º.

Artigo 30.º

Métodos analíticos de referência de medição e normas de qualidade

1.- Compete ao IPIMAR efectuar o controlo da qualidade das águas conquícolas, o que inclui a determinação das características físicas e químicas constantes do Anexo XIII, utilizando os métodos analíticos de referência mencionados no mesmo anexo.

1. - Compete ao IPIMAR efectuar a determinação das características físicas e químicas constantes no Anexo XIII, utilizando os métodos de referência do mesmo anexo.

2.- O INAG, sob proposta fundamentada do IPIMAR, poderá justificadamente fixar, para as águas conquícolas, em qualquer momento, valores mais severos e adoptar disposições relativas a parâmetros diferentes dos previstos no Anexo XIII.

 ver nota do artigo 9º 

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Artigo 31.º

Avaliação de conformidade

1.- As águas conquícolas serão consideradas conformes às características do Anexo XIII se as respectivas amostras, colhidas com a frequência mínima prevista no Anexo XIV, num mesmo local de colheita e durante um período de 12 meses, respeitarem as seguintes condições:

a) Para 100%, das amostras no que se refere aos parâmetros organo-halogenados, metais e saxitoxina;

b) Para 95% das amostras, no que diz respeito aos parâmetros salinidade e oxigénio dissolvido;

c) Para 75% das amostras, no que se refere aos restantes parâmetros que figuram no anexo XIII.

2.- A frequência de colheita das amostras e das análises poderá ser reduzida quando o IPIMAR verificar que a qualidade das águas é sensivelmente superior àquela que resultaria da aplicação dos valores fixados no artigo anterior e das observações dos valores das VMA e VMR do Anexo XIII.

3.- Verificando que não existe qualquer poluição ou perigo de deterioração da qualidade das águas, o IPIMAR pode decidir não ser necessária qualquer colheita.

Artigo 32.º Relatório

1.- O IPIMAR elaborará um relatório técnico bianual de aplicação do disposto no presente diploma relativamente à qualidade das águas conquícolas, que dele dará conhecimento ao INAG.

2.- O relatório referido no número anterior será elaborado de acordo com os questionários aprovados pela Directiva nº 91/692/CEE, do Conselho, de 23 de Dezembro, e deverá ser enviado à CE no prazo de nove meses posterior ao período a que diz respeito.

O INAG, em colaboaração com o IPIMAR, elaborará um relatório técnico bianual de acordo com a Directiva nº 91/692/CEE, do Conselho, de 23 de Dezembro, relativa à racionalização dos relatórios sobre aplicação de determinadas directivas respeitantes ao ambiente, que enviará à CE no prazo de nove meses posterior ao período a que diz respeito.

Artigo 33.º Derrogações

1.-Ocorrendo circunstâncias meteorológicas ou geográficas excepcionais, podem não ser respeitados, temporariamente, os valores limite fixados no Anexo XIII.

2.- A ocorrência destas situações será imediatamente comunicada obrigatoriamente confirmada pelo IPIMAR ao INAG, que as comunicará de imediato à CE indicando, os motivos e os prazos previstos para a não aplicação das normas de qualidade.

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CAPÍTULO IV ÁGUAS BALNEARES

Artigo 34.º Objectivo e âmbito

1.- As disposições da presente secção transpõem para o direito interno a Directiva nº 76/160/CEE, do Conselho, de 8 de Dezembro, relativa às à qualidade das águas designadas para fins balneares com a excepção de águas destinadas a usos terapêuticos e águas de piscinas.

2.- Os critérios e as normas de qualidade a que devem obedecer as águas balneares têm por finalidade reduzir a poluição neste tipo de águas, preservá-las contra a degradação protegendo, assim, o ambiente e a saúde pública.

 número 3.- transposto para o artigo 3.º 

Artigo 35.º Designação

Compete ao INAG, sob proposta das AS comunicar à CE quais as águas designadas para fins balneares.

1.- Compete às DRARN, em colaboração com as AS designar as águas para fins balneares.

2.- Compete ao INAG comunicar à CE quais as águas designadas para fins balneares ao abrigo do n.º1 deste artigo.

Artigo 36.º

Métodos analíticos de referência de medição e normas de qualidade

Compete às AS a determinação nas águas balneares das características físicas, químicas e microbiológicas constantes do Anexo XV, utilizando os métodos analíticos de referência de medição e a frequência mínima de amostragem indicados no mesmo anexo.

 ver nota do artigo 9º 

Artigo 37.º Condições de aplicação

1.- As águas balneares, nas quais as amostras são colhidas sistematicamente num mesmo local, em intervalos de tempo regulares e de acordo com a frequência indicada no Anexo XV, são consideradas em conformidade com as normas de qualidade, se os valores dos parâmetros determinados obedecerem, cumulativamente, às seguintes condições:

a) em 95% das amostras sejam respeitados os valores especificados na coluna VMA do anexo XV;

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