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ANAIS DOS RESUMOS DOS TRABALHOS CIENTÍFICOS E TÉCNICOS

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Academic year: 2021

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(309T) OS IMPACTOS DECORRENTES DA APLICAÇÃO DA DEPRECIAÇÃO SOCIETÁRIA NA APURAÇÃO DOS TRIBUTOS SOBRE O LUCRO À LUZ DA LEI 12.973/2014

VICTOR DE SENA MARINS

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas) victor.desena@hotmail.com

ALEXANDRE EDUARDO LIMA RIBEIRO

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas) diretoria@contajul.com

RESUMO

A atividade operacional das empresas muitas vezes depende do imobilizado, uma vez que existe a ne- cessidade de produção, estocagem, deslocamento de produtos, onde é preciso o auxílio de máquinas, equi- pamentos, veículos e qualquer imobilizado que é usado nas atividades operacionais. Sendo a depreciação uma despesa dedutível conforme estabelece as normas tributárias no Brasil, ela pode impactar na apura- ção dos tributos sobre o lucro, entretanto, a contabilidade societária CPC 27 orienta sobre outra forma de apuração da depreciação. Para tratar esta questão foi editada a Lei 11.941/2009 que criou possibilidades de expurgar os efeitos na apuração dos tributos sobre o lucro através do Regime Tributário de Transição (RTT), então os efeitos na apuração do Imposto de Renda e Contribuição Social que a depreciação propor- ciona eram tratados e anulados no FCONT (Controle Fiscal Contábil de Transição), porém com o advento da Lei 12.973/2014 extinguiu o RTT e criou novas regras para apuração dos tributos sobre o lucro, criando novos controles, como por exemplo as diferenças dos saldos positivos e negativos em subcontas contábeis para que os ajuste fossem lançados na ECF (Escrituração Contábil Fiscal). Dessa forma, o objetivo principal do artigo foi analisar os efeitos que a depreciação societária proporciona na apuração dos tributos sobre o lucro a luz da Lei 12.973/2014. Para alcançar esse objetivo foi necessário pesquisar na literatura nacional os seguintes termos: critérios das depreciações societária e fiscal, e a neutralidade tributaria, também foi demonstrado à aplicação prática dos critérios e os controles necessários na contabilidade para se obter a neutralidade tributária referente os tributos sobre o lucro conforme a Lei 12.973/2014. Foi utilizado a téc- nica de estudo de caso, onde se aplicou em um exemplo prático os dois critérios das depreciações até o final da vida útil econômica fiscal e societária de um item selecionado como amostra, logo após, foi demonstrado os lançamentos contábeis em subcontas necessários para controlar as diferenças de ajustes na apuração dos tributos sobre o lucro. Como principais resultados pode-se destacar os novos controles em subcontas na contabilidade e o resultado nulo na apuração dos tributos sobre o lucro. Entretanto a Lei 12.973/2014 estabelece novos controles principalmente na contabilidade para alcançar a neutralidade tributaria que an- tes era feito através do RTT. Sendo assim, os profissionais da área contábil terão que estar preparados para essas novidades, sobretudo nos controles por subcontas, pois surgi a necessidade de estar atualizado tanto nas normas internacionais de contabilidade – IFRS, quanto com a legislação atual referente a apuração do imposto de renda das pessoas jurídicas

Palavras-chave: Depreciação Fiscal. Depreciação Societária. Lei 12.973/14. Subcontas Contábeis. Neu- tralidade Tributaria.

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1. INTRODUÇÃO

As normas internacionais de contabilidade foram aderidas no Brasil com a lei 11638/2007 que alterou a lei 6.404/1976, a chamada lei das S.A. Sendo assim, surgiu o CPC no Brasil (Comitê de Pronunciamentos Contábeis).

Diante desse cenário, as empresas tiveram duas orientações em relação à depreciação, uma com a obri- gatoriedade de atender o (CPC 27) e outra para atender ao fisco brasileiro (RIR/1999).

A lei 11.941/2009 vigorou o RTT, com o intuito de neutralizar os efeitos tributários referente às dife- renças societárias e fiscais tratadas na obrigação acessória FCONT, entretanto, a lei 12.973/2014 revogou o RTT e passou a vigorar os tratamentos dessas diferenças na nova obrigação acessória ECF.

Tendo em vista essas circunstancias, o objetivo desse artigo é analisar os efeitos que a depreciação societária proporciona na apuração dos tributos sobre o lucro bem como demonstrar os novos controles na contabilidade que a lei 12.973/2014 estabelece.

Desse modo, o artigo ocupa-se a responder o seguinte questionamento: ao depreciar os ativos imobili- zados no critério da contabilidade societária (CPC 27), quais os efeitos decorrentes da alocação da deprecia- ção societária na apuração dos tributos sobre o lucro a luz da lei 12.973/2014?

Para responder esse questionamento foi necessário pesquisar na literatura nacional os critérios da depreciação societária e fiscal, demonstrar como a empresa pesquisada aplica a metodologia da deprecia- ção na apuração dos tributos sobre o lucro, aplicar a critério da depreciação societária estabelecida no CPC 27, demonstrar os ajustes necessários na contabilidade para se obter a neutralidade tributária nos tributos sobre o lucro.

A luz dessas considerações, compreende-se que o tema proposto é importante para incentivar os pro- fissionais de contabilidade a aderir à depreciação societária nas demonstrações contábeis, ou seja, impul- sionar a utilização do critério societário, haja vista, que os ativos imobilizados depreciados somente pelo critério fiscal podem não refletir a verdadeira essência econômica proporcionada para empresa. Como li- mitação de estudo, o trabalho restringe a aplicação do CPC 27 especialmente a depreciação sobre a vida útil econômica do bem, e CPC 32 tributos sobre o lucro, especialmente aos tributos correntes, não foi objeto de estudo a parte dos tributos diferidos.

2. DESENVOLVIMENTO

A Contabilidade foi renovada após as profundas mudanças determinadas pelas Leis nº 11.638/2007 e 11.941/2009, com os detalhes apresentados nas dezenas de pronunciamentos emitidos pelo CPC, Pegas (2010).

Com a convergência das normas internacionais de contabilidade no Brasil, a partir do IAS 16 (Inter- national Accounting Standard), o Pronunciamento Técnico CPC 27 – Ativo Imobilizado foi aprovado pelo Comitê dos Pronunciamentos Contábeis com o termo de aprovação em 26 de Junho de 2009, onde orienta que os ativos imobilizados devem ser depreciados pelo prazo efetivo da vida útil menos o valor residual, prevalecendo a essência sobre a forma jurídica.

Porém, com a capacidade tributaria ativa do fisco brasileiro e com poder de estabelecer novas obriga- ções acessórias através de Leis para os sujeitos passivos, a contabilidade ficou regulada, uma vez que, tem uma capacidade de registro e gerar informações relevantes das empresas.

Desse modo, os lançamentos contábeis influenciam na apuração dos tributos federais incidentes sobre o lucro, que no caso seriam os tributos IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).

Na convergência das normas internacionais de contabilidade, o fisco reconheceu as novas práticas e procedimentos contábeis desde que os tributos fossem apurados a luz da legislação tributária em vigor.

Assim, a atual Lei que esclarece sobre os procedimentos da neutralidade tributaria é a Lei 12.973/2014, com ela foi extinto o RTT, que serviu para as empresas que adotam o Lucro Real como modalidade de paga- mento de tributos realizarem seus ajustes entre as práticas societárias e fiscais.

A Lei 12.973/14 começou a vigorar a partir de 2015, a Instrução Normativa da Receita Federal Brasi- leira de Nº 1422/2013 apresenta sobre o programa ECF, que substituiu o FCONT e a DIPJ (Declaração de Informações Econômicas Fiscais da Pessoa Jurídica), levando a apuração dos tributos sobre o lucro.

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Nesse cenário, com o fisco tendo tratamentos de cálculo da depreciação diferente do CPC 27, as em- presas devem registrar as diferenças de critérios em subcontas contábeis e informar na ECF conforme sua realização.

2.1 Caso prático

As informações para o caso prático foram coletadas de uma grande empresa localizada na região me- tropolitana de Belo Horizonte que tem atividade de construção civil.

Foi coletado do grupo máquinas e equipamentos os dados de uma plataforma aérea utilizada para er- guer um trabalhador até 38 metros de altura em obras de grande porte, ou seja, neste artigo se apresenta apenas um destes ativos para demonstração.

· Aquisição de equipamento em 15/03/2014 por R$ 400.000 à vista;

· Vida útil econômica para fins societários: 30 anos; valor residual final R$ 80.000;

· Vida útil estabelecida nos Anexos I e II da IN SRF nº 162/1998: 10 anos;

· Valores realizados por depreciação são dedutíveis;

· Pessoa Jurídica tributada pelo Lucro Real Anual;

· Data da adoção inicial dos arts. 1º, 2º, 4º a 71 da Lei nº 12.973, de 2014: 01/01/2015.

2.1.1 Depreciação fiscal aplicada RIR/99

As normas fiscais tributárias no brasil estabelece uma vida útil para plataforma selecionada na amostra deste artigo de 10 anos, logo a taxa de depreciação é de 10% ao ano.

A seguir, é demonstrado no quadro 1 as depreciações para fins fiscais até o final da sua vida útil de 10 anos cf. RIR/99.

QUADRO 1 – APURAÇÃO DA DEPRECIAÇÃO FISCAL

Ativo Vida Útil Fiscal Taxa de Depr.

Fiscal Depr. Fiscal Apurada 2014

Depr. Fiscal do ano de 2015 até

2023

Depr. Fiscal estimada em

2024

Máq. Equip. 10 anos 10 % ao ano R$ 31.753,25 R$ 40.000,00 R$ 8.246,75

Fonte: Elaborado pelo autor

Dessa forma, no ano de 2024 a plataforma estará totalmente depreciada de acordo com a vida útil fiscal.

2.1.2 Depreciação societária aplicada CPC 27

Em relação à vida útil de um ativo imobilizado, o CPC 27 orienta que a empresa faça estimativa para encontrar o tempo que se espera receber benefícios econômicos desse bem.

A Interpretação Técnica ICPC 10, orienta que as empresas podem aplicar o deemed cost (custo atribuí- do) na adoção inicial do pronunciamento técnico CPC 27 para os ativos imobilizados que estão registrados com valores distorcidos em relação ao seu valor justo, entretanto a empresa do estudo de caso não optou por esse procedimento para essa plataforma, haja vista que é um equipamento novo.

Dessa maneira, a empresa espera que essa plataforma opere proporcionando benefícios econômicos de 30 anos, e estabeleceu o valor residual final de R$ 80.000 encontrando assim o valor depreciável para em seguida calcular a depreciação societária, a empresa do estudo de caso utilizou o método linear. Também foi demonstrado no quadro 2 abaixo a depreciação de toda vida útil econômica do ativo, para fins da contabi- lidade societários.

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QUADRO 2 – APURAÇÃO DEPRECIAÇÃO SOCIETÁRIA

Ativo Vida Útil Estimada

Valor Aquisição

(R$ Mil)

Valor Residual (R$ Mil)

Valor Depreciável

(R$ Mil)

Depr. societária Apurada em

(Em R$)2014

Depr. societária do ano de 2015

até 2043 (Em R$)

Depr. Fiscal estimada em

(Em R$)2044

Maq. Equip 30 anos 400 80 320 8.494,79 10.666,66 2.172,07

Fonte: Elaborado pelo autor

Observe que a taxa anual da depreciação também mudou, não mais sendo 10% ao ano como está pre- visto na legislação fiscal, mas sim 3,333333456% ao ano.

O critério de não considerar o valor residual no cálculo, e também estimar uma vida útil econômica bem maior que a do fisco, fez com que a depreciação societária tenha um valor consideravelmente menor que a fiscal.

2.1.3 Impactos das diferenças de depreciação na apuração dos tributos sobre o lucro a luz da lei 12.973/2014.

A seguir, se apresenta um quadro de aplicação para melhor representar as adições e exclusões ao longo da vida útil econômica do ativo estudado, demonstrando os impactos na apuração dos tributos sobre o lucro.

QUADRO 3 – EFEITO NA APURAÇÃO DOS TRIBUTOS SOBRE O LUCRO PLATAFORMA

Código 1 PLATAFORMA AÉREA JLG 1250AJP (Em Reais)

Ano Depreciação

Societária Depreciação

Fiscal Exclusão art.68 IN

1515/14 §4º Adição art.164 IN

1515/14 §4º Adição art.68 IN 1515/14 §5º

2014 8.494,79 31.753,25 23.258,46

2015 10.666,66 40.000,00 29.333,34 802,01

2016 10.666,66 40.000,00 29.333,34 802,01

2017 10.666,66 40.000,00 29.333,34 802,01

2018 10.666,66 40.000,00 29.333,34 802,01

2019 10.666,66 40.000,00 29.333,34 802,01

2020 10.666,66 40.000,00 29.333,34 802,01

2021 10.666,66 40.000,00 29.333,34 802,01

2022 10.666,66 40.000,00 29.333,34 802,01

2023 10.666,66 40.000,00 29.333,34 802,01

2024 10.666,66 8.246,75 802,01 2.419,91

2025 até 2043 10.666,66 127,36 802,01 13.894,74

2044 2.172,07 127,36 802,01 13.894,74

Totais 320.000,00 400.000,00 289.678,43 23.258,46 266.419,97

Totais Exclusões e

Adições 289.678,43 289.678,43

Fonte: Elaborado pelo autor

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Pode-se perceber no quadro acima que o total das exclusões ao longo de toda vida útil do ativo foi de R$

289.678,43 e o total das adições de R$ 289.678,43. Dessa forma, levando em consideração o artigo 68 §4º e §5º e artigo 164 §4º da Instrução Normativa 1515/14, o efeito tributário das diferenças de depreciação ao longo de toda vida útil desse ativo vai ser zero, ou seja, a longo prazo sempre o efeito final será zero, isto é temporário.

Desse modo, a curto prazo, ou seja, nos 10 primeiros anos que representam o período da vida útil fiscal do ativo imobilizado, a empresa terá diferenças negativas entre os critérios de depreciação societária e fis- cal, assim nos 10 primeiros anos a empresa excluirá as diferenças na apuração do e-LALUR dentro da ECF.

Após esse período, a empresa não terá diferenças entre os critérios pelo fato da vida útil fiscal já ter ter- minada, assim, a empresa estará reconhecendo os valores positivos de depreciação societária como adição no e-LALUR dentro do ECF.

A neutralidade tributária é imediata, isto é, não existe aumento e nem redução na carga tributária para a empresa, entretanto, os efeitos dos ajuste tributários termina e é perceptível somente no fim da vida útil econômica societária do referido ativo, analisando todas as exclusões e adições ao longo de todo esse pe- ríodo. Percebe-se que no quadro anterior de fato o efeito tributário na apuração do e-LALUR em relação às diferenças de critérios é nulo somente quando se considera a venda do ativo.

2.1.4 Lançamento em subcontas e o efeito no LALUR

Nesse tópico, foi demonstrado de uma maneira prática como se chegou aos valores do quadro 3, apre- sentando os lançamentos nas subcontas e os lançamentos na apuração do e-LALUR (ECF) durante toda vida útil do ativo estudado.

Conforme expresso no artigos 66 e da lei 12.973/2014, as diferenças positivas entre as contas do ativo devem ser adicionadas ao e-LALUR (EFC), exceto, se na adoção inicial as empresas evidenciarem as diferen- ças em subcontas vinculadas.

Referente à adoção inicial da lei 12.973/2014 para a empresa pesquisada, foram realizados levanta- mentos das seguintes informações para a evidenciação contábil da diferença fiscal e societária na subconta conforme a Instrução Normativa 1515/2014 orienta.

Como a empresa não optou pela adoção inicial em 2014 conforme artigo 75 da lei 12.973/2014, ela ainda considerou as diferenças no RTT (FCont), ficando os lançamentos contábeis da seguinte forma.

QUADRO 4 – CONTABILIZAÇÃO DA DEPRECIAÇÃO DE 2014

D Despesa com depreciação plataformas R$ 8.494,79

C Depreciação acumulada Plataformas R$ 8.494,79

Fonte: Elaborado pelo autor

O efeito na apuração no lucro real considerando somente a depreciação da plataforma ficou da se- guinte forma:

QUADRO 5 – DEMONSTRAÇÃO DO LUCRO REAL DE 2014, TRANSCRITA NO LALUR

Lucro líquido antes do IRPJ R$-8.494,79

(–) Ajuste do RTT R$-23.258,46

(=) Lucro líquido após ajuste do RTT R$-31.753,25

(+) Adições (–) Exclusões

(=) Lucro real antes da comp. prej. R$-31.753,25

(–) Compensação de prejuízos fiscais

(=) Lucro real R$-31.753,25

Fonte: Elaborado pelo autor

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Conforme o artigo 164 da Instrução Normativa 1515/2014 estabelece que poderá ser diferida a dife- rença positiva entre o valor do ativo na contabilidade societária e no FCONT, somente se a empresa eviden- ciar a diferença em subconta vinculada ao ativo.

Dessa forma, para que as diferenças positivas do ativo da empresa pesquisada na data da adoção inicial sejam adicionadas conforme sua realização, em 2015 a empresa evidenciou as diferenças entre o valor do ativo da contabilidade societária e fiscal em subconta contábil vinculada ao ativo imobilizado.

Para encontrar as diferenças desse equipamento, foi subtraído o valor de custo do bem com o valor da depreciação de cada critério, societário e fiscal respectivamente, veja quadro 6 abaixo.

QUADRO 6 – DIFERENÇA POSITIVA VERIFICADA NA DATA DA ADOÇÃO INICIAL

Valor do equipamento na contabilidade societária: R$ 400.000,00 – R$ 8.494,79 = R$ 391.505,21

Valor do equipamento no FCONT: R$ 400.000,00 – R$ 31.753,25 = R$ 368.246,75

Diferença positiva na data da adoção inicial: R$ 391.505,21 – R$ 368.246,75 = R$ 23.258,46 Fonte: Elaborado pelo autor

Logo após, foi evidenciado a diferença positiva em subconta contábil vinculada ao imobilizado, veja quadro 7 abaixo.

QUADRO 7 – EVIDENCIAÇÃO DAS DIFERENÇAS EM SUBCONTA NA DATA DA ADOÇÃO INICIAL

dD Depreciação acumulada Plataformas R$ 23.258,46

cC Depreciação acumulada Plataformas – Subconta R$ 23.258,46

Fonte: Elaborado pelo autor

Assim, o valor da diferença positiva será baixado da subconta proporcionalmente e adicionado ao e-LALUR (EFC) até o termino da vida útil societária, para isso foi feito um rateio referente o valor que será adicionado. Na data da adoção inicial faltavam 29 anos para o termino da vida útil societária do ativo, logo R$ 23.258,46 dividido por 29 anos é igual a R$ 802,01 por ano.

A contabilização da depreciação em 2015 será a mesma até o final da vida útil societária, ou seja, até o ano de 2044, veja quadro 8, a seguir.

QUADRO 8 – CONTABILIZAÇÃO DA DEPRECIAÇÃO EM 2015 ATÉ 2023.

D Despesa com Depreciação R$ 8.494,79

D Depreciação acumulada Plataformas – Subconta lei 12.973/14 R$ 802,01

C Depreciação acumulada Plataformas R$ 9.296,80

Fonte: Elaborado pelo autor

O artigo 68 da Instrução Normativa 1.515/2014 em seu parágrafo 4º estabelece que se a quota de de- preciação societária for menor que a fiscal, a diferença poderá ser excluída da apuração do e-LALUR (ECF) registrando essa diferença na parte B; e logo após o termino da vida útil fiscal onde não existirá mais dife- renças o valor deverá ser baixado da parte B e adicionado na apuração do lucro líquido.

Assim, a apuração do lucro real de 2015 até 2023 considerando somente os lançamentos de deprecia- ção ficou da seguinte forma.

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QUADRO 9 – DEMONSTRAÇÃO DO LUCRO REAL DE 2015 ATÉ 2023

Lucro líquido antes do IRPJ R$ -8.494,79

(+) Adições (§ 4º do art. 164) R$ 802,01

(–) Exclusões (§ 4º do art. 68) R$ -29.333,34

(=) Lucro real antes da comp. prej.

(–) Compensação de prejuízos fiscais

(=) Lucro real R$ -37.026,12

Fonte: Elaborado pelo autor

O valor de R$ 29.333,34 será controlado na parte B do e-LALUR (ECF), para ser adicionado no término da vida útil fiscal que será em Março de 2024.

Esporadicamente no ano de 2024, a quota de depreciação societária será maior que a fiscal, haja vista que a fiscal é zero, devendo a empresa adicionar essa diferença no e-LALUR (ECF), veja quadro 10 abaixo.

QUADRO 10 – DEMONSTRAÇÃO DO LUCRO REAL DE 2024

Lucro líquido antes do IRPJ R$ -8.494,79

(+) Adições (§ 4º do art. 164) R$ 802,01

(+) Adições (§ 4º do art. 68) R$ 2.419,91

(=) Lucro real antes da comp. prej.

(–) Compensação de prejuízos fiscais

(=) Lucro real R$ -37.026,12

Fonte: Elaborado pelo autor

Realizando calculo matemático simples, pode-se identificar o valor acumulado que foi excluído refe- rente às diferenças de depreciação que foram registrados na parte B do lucro líquido, considerando que de 2015 até 2024 serão 9 anos, logo, R$ 29.333,34 multiplicado por 9 é igual a R$ 264.000,06.

Os valores de diferença de depreciação registrados na parte B do e-LALUR serão adicionados de 2025 até 2044 conforme §5º do artigo 68 da IN 1515/2014.

Para isso, pode-se ratear os valores a serem adicionados ou excluídos durante a vida útil societária que foram controlados na parte B, considerando que de 2025 até 2044 vão se passar 19 anos, logo se pode ratear os valores da seguinte forma, R$ 264.000,06 dividido por 19 é igual a R$ 1.3894,74 (adição) e R$ 2.419,91 dividido por 19 é igual a R$ 127,36 (exclusão), veja quadro 11 abaixo:

QUADRO 11 – DEMONSTRAÇÃO DO LUCRO REAL DE 2025 ATÉ 2044

Lucro líquido antes do IRPJ R$ -8.494,79

(+) Adições (§ 4º do art. 164) R$ 802,01

(+) Adições (§ 5º do art. 68) R$ 13.894,74

(–) Exclusões (§ 4º do art. 68) R$ -127,36

(=) Lucro real antes da comp. prej.

(–) Compensação de prejuízos fiscais

(=) Lucro real -R$ 37.026,12

Fonte: Elaborado pelo autor

Dessa maneira, quando chegar no ano 2044, no final da vida útil societária, os efeitos tributários serão nulos de acordo como demonstrado no quadro 3, entretanto, as mudanças proporcionarão outros efeitos a serem observados, com novos controles dentro da contabilidade e no e-LALUR (ECF), assim surgi a ne-

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cessidade dos profissionais de contabilidade se prepararem para entregar a apuração do imposto de renda conforme a lei 12.973/2014, ou seja, os profissionais devem estar atualizados tanto com as normas interna- cionais de contabilidade – IFRS vigentes quando a legislação fiscal tributária atual.

3. CONCLUSÃO

Ao pesquisar a legislação atual do imposto de renda, percebe-se que o fisco estabeleceu novas regras de apuração dos tributos sobre o lucro para adaptar-se as normas da contabilidade societária, considerando as diferenças entre contabilidade fiscal e societária.

Com isso, as diferenças entre depreciação fiscal e societária que tem critérios diferentes de cálculos e consequentemente geram diferenças ao longo do tempo foram tratadas na pesquisa conforme a legislação atual do imposto de renda e considerando também as normas contábeis, pronunciamento técnico CPC 27.

Foi necessário estimar a forma de cálculo de depreciação, considerando a vida útil econômica, res- peitando o valor residual final dos ativos pesquisados além de analisar os impactos dos efeitos da neutra- lidade tributária.

Percebe-se então, que a aplicação do pronunciamento técnico CPC 27 em relação à depreciação obser- vando a lei 12.973/2014, não gera impacto na apuração dos tributos sobre o lucro, seja de curto ou a longo prazo, ou seja, o efeito é nulo, haja vista que se analisar toda vida útil do ativo os efeitos tributários (adições e exclusões) são temporários; entretanto se observado de uma forma macro, considerando toda vida útil econômica do bem, chega-se à conclusão que o efeito na apuração do e-LALUR (ECF) é zero.

O fisco ainda estabeleceu novas formas de controle que impactaram diretamente na contabilidade, é o caso do controle das diferenças fiscais e societárias em subcontas, dessa maneira, para a empresa realizar a neutralidade tributária, as diferenças entre depreciações têm que ser controladas por subcontas na conta- bilidade, assim como demonstrado do desenvolvimento.

Ao realizar a pesquisa, percebe-se que nenhum critério de depreciação prevalece ou se destacar mais do que o outro, muito menos gerar benefícios para pagar mais ou menos tributos, pois no final de contas independente de qualquer situação o efeito sempre será nulo.

Para o profissional de contabilidade, os controles ficarão mais complexos, gerando novas obrigações e análise, de fato os softwares se adaptarão para as mudanças nos planos de contas e lançamentos com sub- contas, por outro lado, a análise e controle para os profissionais aumenta significativamente.

O estudo foi realizado em um ativo imobilizado novo que foi comprado à vista, mas fica a recomendação para novos trabalhos aplicando as mesmas técnicas em ativos imobilizados mais antigos que ainda estão em operação e gerando benefícios econômicos, além dos efeitos complementares da apuração dos tributos so- bre o lucros decorrente das diferenças temporárias encontradas nas depreciações ao longo dos anos; IRPJ/

CSLL diferidos CPC 32.

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REFERÊNCIAS

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BRASIL. Receita Federal Do Brasil. IN SRF/162 1998 Disponível <. http://normas receita.fazenda.gov.br/

sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=15004> Acesso em: 13 nov. 2015

BRASIL. Lei 11.638/07Art. 183 lei 11638, 2007 Disponível em:<HTTP ://WWW planalto.gov.br/cci- vil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm> Acesso em: 08. Out. 2015

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Referências

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