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Atividade física, comportamento sedentário e fatores associados em adolescentes do ensino médio

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(1)

Física

Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação

Física

HEBER DO OURO LOPES SILVA

Autor: Heber do Ouro Lopes Silva

Orientadora: Profª Drª Nanci Maria de França

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física

ATIVIDADE FÍSICA, COMPORTAMENTO

SEDENTÁRIO E FATORES ASSOCIADOS EM

ADOLESCENTES DO ENSINO MÉDIO

(2)

ATIVIDADE FÍSICA, COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO E FATORES ASSOCIADOS EM ADOLESCENTES DO ENSINO MÉDIO

Brasília 2014

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Educação

Física da Universidade Católica de Brasília , como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Educação Física.

(3)

7,5cm

Ficha elaborada pela Biblioteca Pós-Graduação da UCB

S586a Silva, Heber do Ouro Lopes.

Atividade física, comportamento sedentário e fatores associados em adolescentes do ensino médio. / Heber do Ouro Lopes Silva – 2014.

73 f.; il.: 30 cm

Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2014. Orientação: Profa. Dra. Nanci Maria de França

1. Educação física. 2. Exercícios físicos. 3. Promoção de saúde. 4. Comportamento sedentário. 5. Adolescentes. I. França, Nanci Maria de, orient. II. Título.

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AGRADECIMENTOS

Reconheço com toda gratidão à execução deste trabalho.

Deus, autor, mantenedor, restaurador da vida e fonte de toda sabedoria do universo.

Paulo Lopes da Silva e Gildene do Ouro Lopes Silva, meus pais e primeiros mestres, por considerar a educação dos filhos como uma obra sagrada, que lhes foi confiada pelo Altíssimo. Pai pelo exemplo de fidelidade a Deus e mãe por ensinar a perseverança e determinação.

Ester Zil Lopes, minha esposa e incentivadora incondicional, que doou muitas horas do seu tempo para auxiliar durante todo o percurso.

Heriberto do Ouro Lopes Silva, meu irmão, pelo companheirismo e apoio.

Nanci Maria de França, minha orientadora, sempre incentivando e utilizando seu talento criativo na realização da pesquisa. Aproveito a oportunidade de expressar minha admiração pela competência, seriedade e fidelidade no exercício de sua função.

Francisco Martins da Silva que participou da pesquisa e que muito contribuiu com a mesma.

Aos amigos pessoais e da jornada acadêmica pelo companheirismo e contribuições incentivadoras. Obrigado pela amizade, Fabio Marcon Alfieri, Anderson Bandeira e Simone Bandeira.

Aos outros amigos (as), companheiros (as) de trabalho e alunos (as) que ocupam um lugar especial no meu coração e me inspiram na busca do conhecimento.

(7)

“Desde que o espírito e a alma encontram

expressão mediante o corpo, tanto o vigor mental como o espiritual dependem em grande parte da força e atividade física. O que quer que promova a saúde física promoverá o desenvolvimento de um espírito robusto e um caráter bem equilibrado. Portanto, a saúde deve ser tão

(8)

RESUMO

SILVA, H. O. L. (2014). Atividade Física, Comportamento Sedentário e Fatores Associados em Adolescentes do Ensino Médio. 73 p. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Educação Física da Universidade Católica de Brasília. Taquatinga - DF, 2014.

O nível insuficiente de atividade física e os comportamentos sedentários têm gerado implicações negativas para a saúde do adolescente. Desse modo, o objetivo deste estudo foi identificar fatores associados à atividade física e ao comportamento sedentário nessa população. Foram selecionados 548 adolescentes pertencentes à rede pública de ensino de Taguatinga-DF, Brasil, sendo 238 do sexo masculino (idade 16.4 ±1.0) e 310 do sexo feminino (idade 16.3 ±1.0). Foram aplicados os Questionário de Atividade Física para Adolescentes” para mensurar o nível de atividade física e o “Questionário de fatores associados à Atividade Física em adolescentes” para identificar o tempo que os adolescentes passavam assistido televisão, além das informações demográficas, socioeconômicas e aulas de educação física. Foram mensurados o índice de massa corpórea, circunferência de cintura, dobras cutâneas tricipital e subescapular, percentual de gordura, pressão arterial sistólica e diastólica e consumo máximo de oxigênio (VO2 máx.). Para a análise dos dados aplicou-se estatística descritiva e modelos de regressão logística múltipla. Os resultados indicaram que 39% dos adolescentes são insuficientemente ativos e que 58% deles passavam mais de 2 h/dia assistindo televisão. Foi identificada associação inversa significativa entre nível de atividade física e circunferência de cintura (p-valor 0,0174; OR = 0.947; IC95%: 0,902-0,995); essa associação perde significância quando foi incluído o VO2 máx. ao modelo (p-valor 0,0004; OR = 0.932; IC95%: 0,896-0,969) que se apresenta como um fator associado, com poder de explicaçãopara o nível de atividade física.Ainda, constatamos uma associação positiva entre a atividade física e o sexo masculino (OR = 0,328; IC95%:(0,222-0,485), bem como o nível de escolaridade do pai com ensino superior (OR = 0,579; IC95%:(0,333-1,005). Enquanto o comportamento sedentário associou-se com as variáveis: trabalho do adolescente (OR=0,533; IC95%:0,337-0,843); escolarização paterna (OR=0,471; IC95%:0,275-0,806) e, quando ajustado o modelo, a escolarização materna passa a ter significância (OR=1,789; IC95%:1,129-2,834). Conclui-se então que, quanto maior a circunferência de cintura e o consumo de oxigênio menor a chance dos adolescentes serem insuficientemente ativos. Portanto, os adolescentes com maior circunferência de cintura, parece serem encorajados a tornarem-se suficientemente ativos. Ainda, adolescentes com pais no extrato superior de ensino e o fato de pertencer ao sexo masculino têm maior chance de serem suficientemente ativos. De forma contrária, aqueles com mães com menor nível de escolarização estavam mais expostos ao comportamento sedentário. Esses resultados têm implicações para a saúde pública e para o sistema de ensino.

(9)

ABSTRACT

The insufficient level of physical activity and sedentary behaviors have generated negative implications for adolescent health. Thus, the aim of this study was to identify factors associated with physical activity and sedentary behavior in this population. 548 adolescents were selected, belonging to the public school of Taguatinga - DF, Brazil, 238 males (age 16.4 ± 1.0) and 310 females (age 16.3 ±1.0). The "Physical Activity Questionnaire for Adolescents" to measure level of physical activity and the "Questionnaire associated with physical activity among adolescents" to identify the time watching television, demographic, socioeconomic status and physical education information was employed. Body mass index, waist circumference, triceps and subscapular skinfolds, fat percentage, systolic and diastolic blood pressure and maximal oxygen consumption (VO2 max) were assessed. For data analysis, it was used descriptive statistics and logistic regression models. The results indicated that 39% of adolescents are insufficiently active and 58% of them spent more than 2 h / day watching television. There was a significant inverse association between physical activity and waist circumference (p-value 0.0174, OR = 0.947, 95% CI: 0.902-0.995); this association lost significance when we included the VO2 max to the model (p-value 0.0004, OR = 0.932, 95% CI: 0.896 to 0.969) which appears as a factor with power of explanation for the level of physical activity. It was found a positive association between physical activity in males (OR = 0.328, 95% CI 0.222 to 0.485) as well as the education level of the parent with higher education (OR = 0.579, 95% CI 0,333 to 1,005). While sedentary behavior was associated to the variables: work at adolescence (OR = 0.533, 95% CI: 0.337 to 0.843), paternal education (OR = 0.471, 95% CI: 0.275 to 0.806) and when adjusted the model, maternal schooling isreplaced significance (OR = 1.789, 95% CI: 1.129 to 2.834). We concluded that thehigher waist circumference and high oxygen consumption appears to be better predictors of being sufficiently active in teenagers. Therefore; it seems that they are encouraged to practice more activity and become physically active. Yet, adolescents with parents in higher education extract and the fact that being male are more likely to be sufficiently active. Conversely, those with mothers in a lower educational level were more exposed to the sedentary behavior. These results have implications for public health and the education system.

(10)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Pontos de corte (kg/m2) sugerido Conde e Monteiro (2006), conforme faixa etária e sexo... 26

Tabela 2.Valores normativos da Ccin segundo Fernandez et al. (2004), conforme idade e sexo... 26

Tabela 3. Valores normativos das dobras cutâneas triciptal e subescapular conforme idade e sexo...27

Tabela 4. Classificação do percentual de gordura proposta por Lohman (1987) apud Petroski (2003)... 28

Tabela 5. Distribuição dos adolescentes por sexo de acordo com as variáveis demográficas,

socioeconômicas e participação em aulas de educação

física...31

Tabela 6. Distribuição dos adolescentes por sexo de acordo com as variáveis antropométricas, hemodinâmicas, idade e minutos de atividade física... 32

Tabela 7. Distribuição dos adolescentes por sexo de acordo com os níveis de atividade física. ...33

Tabela 8. Distribuição dos adolescentes por sexo de acordo com o tempo de registro diário assistindo TV...33

Tabela 9. Distribuição dos adolescentes de acordo os fatores de risco cardiovascular por níveis de atividade física em adolescentes... 34

Tabela 10. Regressão logística para verificar associação entre nível de atividade física e indicadores antropométricos, hemodinâmicos e VO2máx em adolescentes...35

Tabela 11. Regressão logística para verificar associação entre nível de atividade física e fatores de risco cardiovascular em adolescentes...36

Tabela 12. Regressão logística para verificar associação entre nível de atividade física e fatores demográficos, socioeconômicos e participação nas aulas de educação Física em adolescentes... 37

Tabela 13. Regressão logística para verificar associação entre comportamento sedentário (TV) > 2 horas/dia e fatores demográficos, socioeconômicos e participação a aulas de educação física em adolescentes...39

Tabela 14. Prevalência de fatores de risco cardiovascular por níveis de atividade física em adolescentes do sexo feminino... 60

(11)

Tabela 16. Prevalência da participação nas aulas de educação física e exposição a comportamento sedentário de acordo com os níveis de atividade física... 61

Tabela 17. Distribuição dos adolescentes por sexo de acordo com o comportamento sedentário (TV) segundo os fatores demográficos, fatores socioeconômicos e participação em aulas de educação física... 62

(12)

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...………......11

1.1. Objetivos do estudo………...13

2. REFERENCIAL TEÓRICO ...13

2.1 Adolescência...13

2.2 Atividade física e exercício físico...14

2.3 Nível de Atividade física e fatores associados...15

2.4 Comportamento sedentário e fatores associados...19

3. MÉTODOS ...21

3.1 Natureza da pesquisa...21

3.2 População e amostra ...21

3.3 Coleta de dados ...23

3.4 Instrumentos e procedimentos...23

3.5 Análise estatística...29

4. RESULTADOS ...30

5. DISCUSSÃO...40

6.CONCLUSÃO...43

REFERÊNCIAS...46

APÊNDICES...60

(13)

1. INTRODUÇÃO

A inatividade física vem aumentando em muitos países e está entre os quatro

principais fatores de risco para mortalidade global, responsável por aproximadamente 3,2

milhões de mortes por ano (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2009). No mundo, 31%

da população, com 15 anos ou mais são fisicamente inativos e 80,3% dos adolescentes entre

13 e 15 anos não cumprem a recomendação de realizar 60 minutos de atividade física de

intensidade moderada ou intensa por dia (HALLAL et al., 2012). A diminuição dos níveis de

atividade física repercute no aumento do número de casos de doenças cardiovasculares, e essa

assume 48% das 36 milhões de mortes causadas pelas doenças não transmissíveis resultando

em perdas sociais e econômicas (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2010a).

Nessa perspectiva, os perigos da inatividade física e os esforços para aumentar a

proporção da população em geral que pratica atividade física regular, especialmente dos

adolescentes, são prioridades de saúde pública evidenciadas em diversos documentos e

posicionamentos oficiais (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2009, 2010b). Nota-se nos

relatórios lançados pelo Estados Unidos, o Surgeon General’s Report on Health Promotion

and Disease Prevention (U.S. DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES,

1996), em seguida a publicação Healthy People 2010 que já prenunciou Healthy People 2020

(U.S. DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES, 2010)umapreocupação em

adequar as recomendações, as metas e os investimentos públicos neste setor. No Brasil, entre

as macroprioridades do Pacto em Defesa da Vida está a atividade física, como um dos fatores

fundamentais para a promoção da saúde na adolescência (BRASIL, 2010).

Outros fatores que têm gerado implicações para a saúde do adolescente são os

comportamentos sedentários por aumentar a chance de serem menos ativos, como o tempo

que passam vendo televisão (TV), jogando no computador, ou locomoção motorizada (andar

carro, ônibus) no geral, são atividades realizadas na posição sentada ou deitada (PATE;

O'NEILL; LOBELO, 2008; SARDINHA; MAGALHÃES, 2012; BYUN; DOWDA; PATE,

2012). Normalmente, entre tais comportamentos, o tempo gasto na frente da televisão tem

sido o mais estudado em adolescentes (TREMBLAY et al., 2011).

Nessa perspectiva, aproximadamente 25 % dos adolescentes de 14 a 18 anos nos

Estados Unidos relataram assistir TV mais de 4h/dia (EISENMANN et al., 2008). Os dados

do Health Behaviour in School-Aged Children-(HBSC) de 40 países na Europa e América

do Norte confirmam que mais da metade dos adolescentes entre 13 e 15 anos passam 2 horas

(14)

pelo Korean National Health and Nutrition Examination Surveys-(KNHANES), ao

descobrirem que adolescentes Coreanos de 12 a 18 anos passam em média 2,3 horas/dia

assistindo televisão (BYUN; DOWDA; PATE , 2012).

A diversidade na prevalência do sedentarismo é semelhante nos adolescentes

brasileiros. Podemos constatar 46,95% na cidade de São Paulo (CESCHINI; FIGUEIRA

JÚNIOR; ARAÚJO JÚNIOR, 2009); na região nordeste 73,2% (MARTINS et al., 2012), em

João Pessoa-PB 57,8% (FARIAS JÚNIOR et al., 2012); estes estudos relataram que os

adolescentes passavam mais de duas horas por dia assistindo TV.

Acredita-se que os comportamentos desenvolvidos durante essa fase da vida podem

exercer influência na idade adulta. Desse modo, é preocupante a prevalência de

comportamentos sedentários e o baixo nível de atividade física tendo em vista seus riscos para

a saúde do adolescente. Assim sendo, os adolescentes com baixo nível de atividade física e

elevada exposição aos diferentes tipos de comportamento sedentário têm chance aumentada

de manterem essa condição ao longo da vida. Adicionalmente, fortalece a hipótese de essa

população apresentar maior predisposição ao aparecimento de doenças cardiovasculares na

vida futura. Assim sendo, pode gerar elevado impacto nos custos totais com a saúde em

adultos (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2010a; JANSSEN, 2012).

Por outro lado, um novo paradigma tem sido veiculado na literatura, mostrando que os

comportamentos sedentários são distintos e independentes da atividade física (TENÓRIO et

al., 2010); assim como os fatores associados a tais comportamentos, embora mais estudos

nessa direção sejam necessários para estabelecer a relação hierárquica dos determinantes

(BIDDLE et al., 2009). As evidências sugerem que os fatores promotores de mudanças no

tempo gasto em comportamento sedentário, não necessariamente influenciam no

comportamento de atividades físicas (MARTINS et al., 2012). Desse modo, é plausível

pensar em favorecer estratégias e metodologias de intervenção específicas para esses

comportamentos, tanto no nível de educação/promoção em saúde, quanto nas políticas de

saúde pública, em função dos diferentes impactos sobre a saúde do adolescente (EKELUND

et al., 2012).

Adicionalmente, estudos têm identificado os fatores associados à adoção de

comportamentos sedentários, como por exemplo, a participação na aula de educação física

(SILVA et al., 2009); fatores demográficos e socioeconômicos (TENÓRIO et al., 2010;

HINKLEY et al,. 2010; POMPÍLIO, 2013); fatores psicossociais e ambientais (MARTINS et

al., 2012); afiliação religiosa (MÉLO et al., 2012) e fatores socioecológicos

(15)

Somado a escassez de estudos sobre o comportamento de atividade física na população

adolescente, em particular, no Distrito Federal (DF); destaca-se as informações encontradas

numa revisão com 42 estudos entre os anos de 1950-2005 (HALLAL et al., 2007), no qual

apenas três deles focaram o público adolescente. Assim, tornam-se relevantes os estudos

nessa fase da vida, podendo fornecer dados locais que possam ser usados para desenvolver

estratégias de promoção da saúde específicas em adolescentes da região centro-oeste.

1.1 Objetivos do estudo

Objetivo geral:

Avaliar e identificar fatores associados à atividade física e ao comportamento

sedentário em adolescentes do ensino médio de Taguatinga (DF), Brasil.

Objetivos específicos:

a) Estabelecer o nível de atividade física em adolescentes do ensino médio de

Taguatinga;

b) Identificar a prevalência de comportamento sedentário entre adolescentes do ensino

médio de Taguatinga;

c) Verificar as associações entre atividade física e os indicadores antropométricos,

pressão arterial; demográficos e socioeconômicos; o VO2máx; fatores de riscos

cardiovasculares e participação nas aulas de educação física em adolescentes do

ensino médio;

d) Verificar as associações entre comportamento sedentário e fatores demográficos,

socioeconômicos e participação nas aulas de educação física em adolescentes do

ensino médio.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Adolescência

Para o Fundo das Nações Unidas para a Infância é difícil definir a adolescência em

(16)

cada indivíduo vivencia esse período de modo diferente, o que depende da maturidade física,

emocional e cognitiva, assim como de outras contingências. Além disso, o início da

puberdade, que pode ser considerada uma linha de demarcação clara entre infância e

adolescência, não resolve a dificuldade de definição, já que em média, as meninas iniciam a

puberdade entre 12 e 18 meses antes que os meninos (UNICEF, 2011).

Acrescenta-se outra dificuldade para a definição de adolescência a ampla variação nos

limites cronológicos para participação em atividades consideradas exclusivas de adultos, que

na maioria dos países permanecem flexíveis e confusos, de acordo com os costumes e culturas

locais (EISENSTEIN, 2005).

Embora não exista uma definição aceita internacionalmente, a Organização Mundial

da Saúde caracteriza os adolescentes como indivíduos de 10 a 19 anos de idade, na segunda

década de vida separada da primeira infância e da vida adulta (WORLD HEALTH

ORGANIZATION, 1986). Entendida também como um período que requer atenção e

proteção especiais (UNICEF, 2011).

No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8.069 de 1990 (artigo

2º) define a adolescência como a faixa etária de 12 a 18 anos de idade (BRASIL, 1990).

Ainda, no Brasil os serviços de saúde consideram a adolescência a fase entre 10 e 19 anos

(BRASIL, 2009).

2.2 Atividade física e exercício físico

A atividade física (AF) é encontrada na literatura com diversas definições, embora seja

habitualmente entendida como qualquer movimento corporal voluntário, produzido pelos

músculos esqueléticos, que resulta em gasto energético maior do que os níveis de repouso

(CASPERSEN; POWELL; CHRISTENSON, 1985). Tal definição tem servido de parâmetro

para os principais estudos realizados sobre AF, exercício e saúde.

Ainda, a AF é considerada como qualquer movimento corporal que resulta em gasto

energético incluindo as atividades da vida diária, como caminhar, comer, atividades do

trabalho e do lazer, e até mesmo o barbear-se, banhar-se e vestir-se, atividades como

jardinagem, lavagem de carro e empurrar carrinho de criança (JOHNSON; BALLIN, 1996).

Nessa direção, as fontes potenciais de AF incluem não só o exercício programado, mas

também tarefas ocupacionais, as tarefas domésticas e atividades do cotidiano (SHEPHARD,

1995; NATIONAL INSTITUTES OF HEALTH 2010).

Assim sendo, é de fundamental importância perceber que a partir da intencionalidade

(17)

vezes confundidos como sinônimos. Então, o exercício físico é representado por toda AF

planejada, estruturada e repetitiva que tem por objetivo a melhoria e a manutenção de um ou

mais componentes da aptidão física ou a reabilitação orgânico-funcional ou mais

especificamente o exercício que visa um objetivo concreto. Então, todo exercício é AF, mas

nem toda AF é exercício (U.S. DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES,

2008). Vale ressaltar que as definições propostas por esses autores supracitados sobre AF e

exercício físico continuam sendo utilizadas praticamente em todos os documentos, com

recomendações para a AF e em relatos de pesquisa da área (NAHAS; GARCIA, 2010).

2.3 Nível de Atividade física e fatores associados

A importância da prática regular de atividade física é amplamente divulgada na

literatura como componente essencial para o estabelecimento de situação ideal de saúde

(GUEDES; LOPES; GUEDES, 2005). Diante disso, estudos sugerem estabelecer os padrões

de AF desde a infância e a adolescência (COSTA; ASSIS, 2011). No entanto, no Brasil

observa-se a escassez de investigações sobre o padrão de atividade física e sua prática

insuficiente (BRACCO et al., 2007; MOLINA et al., 2010), especificamente, em adolescentes

(TASSITANO et al., 2010).

A atividade físicainsuficiente pode ser definida como inferior a 5 vezes de 30 minutos

de atividade moderada por semana, ou menos de 3 vezes de 20 minutos de atividade vigorosa

por semana (WORLD HEALTH ORGANIZATION, WORLD HEART FEDERATION AND

THE WORLD STROKE ORGANIZATION, 2011).

A “International Consensus Conference on Physical Activity Guidelines for

Adolescents” recomenda que todos os adolescentes devem ser fisicamente ativo diariamente

ou quase todos os dias, como parte de seu estilo de vida mediante jogos, brincadeiras,

esportes, trabalho, recreação, educação física ou programas de exercícios físicos em contexto

familiar, escolar ou atividades comunitárias (SALLIS; PATRICK, 1994). No entanto, mais

recentemente as recomendações designadas para aumentar o nível de AF em crianças e

adolescentes dos 6 aos 17 anos pela World Health Organization (2011) sugerem acumular

60 minutos ou mais de atividade física diária, sendo que a maioria dos 60 ou mais minutos

deve ser de intensidade moderada a vigorosa. Devem também incorporar os exercícios

aeróbicos pelo menos 3 dias por semana como parte de seus 60 minutos ou mais de atividade

física diária, incluindo aqueles que fortalecem músculos e ossos. Tais recomendações também

(18)

(2008), que acrescenta ainda a importância de incentivar os jovens a participar de atividades

físicas apropriadas para a sua idade, agradáveis e com ampla variedade.

No que diz respeito aos pontos de corte para classificação da inatividade física (<300

minutos por semana de atividade moderada a vigorosa) pode ser verificado no estudo de

Barufaldi (2012) com adolescentes ao investigar o tempo acumulado nos últimos sete dias em

atividade física, combinando os tempos e frequências relacionados com o deslocamento para a

escola a pé ou de bicicleta, aulas de educação física escolar e outras atividades físicas

extraescolares. Foram considerados ativos aqueles que acumularam 300 ou mais minutos de

atividade física e os inativos foram subdivididos entre os que praticaram atividade física de 1

a 149 minutos e os que praticaram atividade física de 150 a 299 minutos.

Os dados científicos que atendem esse propósito são uma fonte primária de

informação para as decisões dos políticos e profissionais de saúde para as recomendações e

orientações sobre a prática da AF necessária para alcançar os muitos benefícios para a saúde

(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2002; 2003; 2007; 2010a,b; 2011; 2013; U.S.

DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES, 2008; 2010; SOCIEDADE

BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010; BRASIL, 2011a,b). Adicionalmente, são lançadas

ações promotoras da saúde das crianças e adolescentes que recomendam a atividade física

regular, como essencial para o desenvolvimento de estilo saudável na vida adulta (HALLAL

et al., 2006).

Em contrapartida, a exposição à inatividade física quando iniciada na infância ou

adolescência torna-se mais difícil de ser modificada na idade adulta (AZEVEDO et al., 2007),

e pode influenciar a mortalidade prematura em adultos, uma vez que, 60% dos casos estão

relacionados com fatores de risco adotados e vivenciados na adolescência

(EBERWINE-VILLAGRÁN, 2007). Desse modo, tem aumentado o interesse em analisar os efeitos

benéficos da atividade física na adolescência visando resultados de saúde subsequentes.

Embora as doenças cardiovasculares tenham manifestações clínicas na idade adulta,

crescem as evidências de que os fatores de risco surgem cada vez mais cedo, podendo ter

início na infância e na adolescência e se estender em idades posteriores (BOYD et al., 2005;

FREEDMAN et al., 2008). O exemplo disso, previsões sobre o efeito da obesidade na

adolescência e sua contribuição para o aumento substancial da taxa de doença cardíaca

coronária entre os futuros adultos foram realizadas, estima-se que mais de 100 mil eventos

coronarianos adicionais associados ao excesso de peso na adolescência ocorrerão em 2035

nos Estados Unidos (BIBBINS-DOMINGO et al., 2007). Ainda, a obesidade na infância e na

(19)

superar no futuro, a taxa encontrada dessas doenças entre os homens (BAKER; HOLM,

2011).

Outro estudo examinou a partir dos dados da National Health and Nutrition

Examination Surveys 2003-2008 a prevalência dos riscos cardiovasculares em 5.547

indivíduos com idades compreendidas entre 12-19 anos (representando cerca de 33,1 milhões

crianças nos Estados Unidos) e identificou que nenhum adolescente apresentou níveis ideais

dos componentes de saúde cardiovascular, como a pressão arterial, a atividade física e a

massa corporal. Assim, o estudo alerta para a baixa prevalência de comportamentos ideais

para a saúde cardiovascular desses adolescentes, principalmente a atividade física inadequada

somada às dietas não adequadas por serem esses fatores susceptíveis de conduzir a um

agravamento da prevalência da obesidade na idade adulta (SHAY et al., 2011).

Os fatores de risco cardiovascular também foram estudados em 1079 adolescentes com

idade entre 15-18 anos que frequentavam escolas rurais situadas no Sudoeste da Nigéria.

Assim, 1,4% deles estavam acima do peso, 15,4% apresentavam obesidade abdominal, 27,9%

tinha baixo nível de atividade física, já o nível de atividade física moderada em 36,5% deles e

alto nível de atividade física em 35,6%. Os adolescentes do sexo masculino tinham maior

nível de atividade, 63,5% em comparação com 36,5% das adolescentes do sexo feminino

(ODUNAIYA; LOUW; GRIMMER-SOMMERS, 2013).

Por outro lado, os níveis insuficientes de atividade física foi um dos fatores de risco

cardiovascular que mais acometeu os 782 adolescentes (14-17 anos de idade, 54,9% do sexo

feminino) do ensino médio no município de João Pessoa- PB. Ainda, outros fatores de risco,

como a pressão arterial elevada e excesso de peso foram mais prevalentes no sexo masculino,

e níveis insuficientes de atividade física no sexo feminino. Apenas 10% dos adolescentes não

apresentaram nenhum fator de risco, e 51,4% apresentaram dois ou mais fatores de forma

simultânea (FARIAS JÚNIOR et al., 2011).

Alguns estudos no Distrito Federal identificaram os fatores de riscos cardiovasculares

em crianças (FEREIRA, 2006; ANDRADE, 2012, LOBO, 2012), o sobrepeso e obesidade em

pré-escolares (MORAES, 2009) e especificamente em Taguatinga também foi avaliado a

prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças das escolas públicas e particulares dessa

região (FERREIRA, 2008), bem como a influência do índice de massa corporal e do nível de

atividade física sobre a pressão arterial em crianças (SILVA, 2009). Já com adolescentes foi

investigada a relação entre sobrepeso e atividade física em adolescentes femininas em Brasília

(BULHÕES, 2005) e o nível de atividade física em adolescentes com excesso de peso em

(20)

Ainda estudos com enfoque nos aspectos preventivos, mostrou que a prática regular da

atividade física apresentou melhora na aptidão cardiorrespiratória e nos biomarcadores de

saúde cardiovascular e metabólica, além da composição corporal favorável; diminui a pressão

arterial por meio de uma melhora da função endotelial, o que aumenta a vasodilatação e a

função vasomotora em vasos sanguíneos e afeta favoravelmente com concomitância os fatores

de risco cardiovascular observado por meio da meta-análise, que envolveu 72 ensaios, 105

grupos estudados, e 3.936 participantes (CORNELISSEN; FAGARD, 2005a). Já em outro

estudo foi observado a perda de peso e o controle da glicemia, bem como a melhora do perfil

lipídico do sangue e a sensibilidade à insulina (KELLEY; KELLEY; VU TRAN, 2005;

CORNELISSEN; FAGARD, 2005b). Acrescenta-se a redução do risco cardiovascular em

estudo realizado com 46 pacientes jovens portadores de diabetes tipo I que foram submetidos

a um programa de atividade física por 8 dias sendo que no início, 65% deles apresentavam

colesterol total ≥ 160mg/dl (IC 95% 0,51-0,78), enquanto que ao final somente 38% (IC 95%

0,24-0,51) tinham tais níveis (KHAWALI ET et al., 2003).

Ainda na mesma direção, os estudos mostraram que indivíduos pré-hipertensos estão

em maior risco de desenvolver hipertensão e doença cardiovascular em comparação com

aqueles com pressão arterial normal, assim a melhora na aptidão cardiorrespiratória alcançada

pela atividade física de intensidade moderada melhora a hemodinâmica e desempenho

cardíaco em indivíduos pré-hipertensos e reduz o trabalho do ventrículo esquerdo, resultando

em menor massa ventricular esquerda (KOKKINOS et al., 2007). O que tornar a atividade

física, parte da estratégia de intervenção não farmacológica para prevenir e combater a

pressão arterial elevada (CORNELISSEN; FAGARD, 2005b; KOKKINOS et al., 2009).

Outro estudo encontrou uma associação significante e positiva entre 60 minutos\dia de

atividades aeróbicas de intensidade moderada a vigorosa, 3 dias\semana, do tipo levantamento

de peso ou flexões e a sensibilidade à insulina principalmente pela melhora do índice de

massa corporal entre os adolescentes norte-americanos obesos (SONG et al., 2012).

Já os exercícios físicos diários na escola são eficazes para aumentar a aptidão e função

endotelial em adolescentes saudáveis, o que pode levar a uma melhor saúde na vida adulta,

uma vez que, a disfunção endotelial é um indicador precoce para o desenvolvimento de

aterosclerose e pode ser encontrada em crianças obesas ou com diabetes (MÜLLER et al.,

2011).

Ainda com relação à atividade física regular vale lembrar que vários fatores podem

influenciar esse comportamento, tendo em vista os seus efeitos para a promoção de saúde e

(21)

determinantes a esse comportamento. Por exemplo, os fatores demográfico-biológicos (idade,

sexo, condição socioeconômica); os fatores socioculturais (família e professor de educação

física) e os psicológicos, emocionais, cognitivos e ambientais (SEABRA et al., 2008; VAN

DER HORST et al, 2007).

Os principais resultados de uma revisão dos estudos dessa natureza realizados em

diferentes regiões do mundo mostrou que a idade parece estar negativamente associada à

atividade física; a condição socioeconômica elevada parece ser um fator protetor do risco de

inatividade física; a participação da família tem maior chance de estar positivamente

associada a prática da atividade física dos adolescentes; o professor de educação física parece

não representar um fator propiciador da atividade física (SEABRA et al., 2008). No entanto

na revisão de Tassitano et al., (2007) com 21 estudos brasileiros identificaram que associação

entre atividade física e fatores sócio demográficos e culturais são pouco explorados, sobretudo

em adolescentes.

2.4 Comportamento sedentário e fatores associados

A terminologia comportamento sedentário tem sido, atualmente, utilizada nas mais

variadas publicações, embora seja possível verificar inconsistências por ser o termo às vezes

utilizado para classificar as pessoas que não cumprem as recomendações de atividade física,

em vez de avaliar o comportamento sedentário, como um conjunto de características distintas

(SARDINHA; MAGALHÃES, 2012).

Assim, os comportamentos sedentários são definidos como atividades que não

aumentam o gasto de energia substancialmente acima do nível de repouso, como o tempo que

se passa vendo televisão (TV), jogando no computador, lendo ou locomoção motorizada

(andar carro, ônibus), no geral, são atividades realizadas na posição sentada ou deitada.

Para melhor entendimento adotamos a imagem apresentada na Figura 1 que ilustra o

esquema do fluxo comportamental em duas categorias, o comportamento sedentário e a

(22)

Figura 1. Fluxo comportamental em duas categorias, o comportamento sedentário e a atividade física. Fonte: SARDINHA e MAGALHÃES (2012).

No Brasil, também existem estudos que defendem incentivos para a adoção de práticas

mais adequadas não apenas para a atividade física, bem como para a exposição ao

comportamento sedentário, por se tornarem necessárias cada vez mais cedo na vida, tanto na

escola como no ambiente familiar (LEÃO, 2003; CÂNDIDO et al., 2009; TASSITANO et al.,

2007).

Ainda nessa direção, a revisão sistemática realizada por Tremblay et al., (2011) ao

examinar a relação entre comportamentos sedentários e uma série de indicadores de saúde,

colocou em evidência que o aumento no tempo em comportamento sedentário teve desfecho

negativo na saúde de crianças e adolescentes em 86% dos estudos. No estudo de Guedes et al.

(2006) em uma amostra de 452 adolescentes na cidade de Londrina-Paraná foi encontrado um

fator de risco biológico para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares que se associou

aos fatores de risco de natureza comportamental em pelo menos 20% das 246 moças e 16%

dos 206 rapazes. Por exemplo, a pressão arterial elevada se relacionou com o estilo de vida

sedentário.

Essa relação da exposição a comportamento sedentário com os indicadores de saúde

torna ainda mais preocupante, devido à prevalência de comportamentos sedentários, iniciar-se

com os mais jovens. Como exemplo, o estudo de Oliveira (2009) analisou o comportamento

sedentário em 797 adolescentes matriculados em escolas públicas e privadas de

Taguatinga-DF, e encontrou 123 estudantes classificados como sedentários. Já Nunes; Figueiroa; Alves

(2007) apontam prevalência de sedentarismo em torno de 60% em diversas regiões do Brasil,

podendo atingir até 93,5% de sedentarismo conforme analisou Silva (2005) em 1253

(23)

Assim sendo, identificar os fatores que podem influenciar a adoção de

comportamentos sedentários em adolescentes é de fundamental relevância, pois esses dados

podem ser usados para desenvolver estratégias de promoção da saúde específicas para esta

população. Uma vez que, a redução do tempo gasto em comportamentos sedentários

promovida em nível de aconselhamento e na política de saúde pública, se justifica em função

dos diferentes efeitos sobre a saúde do adolescente (EKELUND et al., 2012).

Cabe ainda acrescentar que a aula de educação física, deve ser explorada, como um

espaço em potencial (CARMO et al., 2013). Sobretudo nas intervenções diretamente ligadas

a redução do tempo despendido em conduta sedentária, podendo estimular os adolescentes a

buscarem alternativas para evitarem passar parte do seu tempo em atividade sedentária e

também ensiná-los como utilizar o tempo livre de que dispõe diariamente em lazer ativo

(BIDDLE et al., 2009; TENÓRIO et al.,2010; HINKLEY et al., 2010). Nesse sentido, o

efeito positivo de intervenções realizadas na redução do sedentarismo foi observado em um

estudo de revisão sobre programas com essa finalidade em escolas brasileiras (BRITO;

SILVA; FRANÇA, 2012).

No entanto, vale ressaltar que alguns dos fatores que se apresentam

predominantemente associados aos comportamentos sedentários, como o sexo, escolarização

dos pais e condição econômica são fatores com pouca possibilidade de serem modificados, a

curto e médio prazo por meio de programas apenas com a participação dos adolescentes e da

escola. Nesse sentido, vale lembrar a necessidade de envolvimento e apoio dos familiares

(BIDDLE et al., 2009; HINKLEY et al., 2010).

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Natureza da pesquisa

Trata-se de um estudo transversal realizado em escolas do ensino médio da rede

pública de Taguatinga (DF), Brasil.

3.2 População e Amostra

A população foi constituída de 10 mil e 99 estudantes matriculados nas 8 unidades

escolares de ensino médio da rede pública de Taguatinga, segundo o censo escolar de 27 de

março de 2013. Esses dados foram fornecidos pela Secretaria de Estado de Educação do

(24)

No dimensionamento amostral considerado de 95%. Foi utilizado o cálculo amostral

para estudos descritivos baseado em uma amostra aleatória simples, pela fórmula descrita

abaixo. (BARBETTA, 2006; FONTELLES et al., 2010). O tamanho da amostra foi

determinado pelas equações, (n = N x n0 /N + n0), onde n = amostra; N = população; n0 =

primeira aproximação da amostra calculada pela fórmula (n0 = 1/E02) erro amostral tolerável,

neste caso de 0,05. A população constituída de aproximadamente 10.099 adolescentes do

ensino médio da rede de ensino público em Taguatinga-DF. Então diante disso, foi

estabelecida uma amostra mínima de 385 adolescentes

[ n= (10.099 x400/10.099+400) = 4.039.600/10.499=385]

Para seleção da amostra aplicou-se a técnica de amostragem probabilística por

conglomerados em estágios múltiplos. Foram selecionadas de forma aleatória 4 escolas do

ensino médio do total de 8, sendo 2 escolas de médio porte (menos de 1.000 alunos) e 2 de

grande porte (entre 1.000 a 2.000 alunos). Posteriormente foram calculadas as classes por

escola respeitando-se a proporcionalidade e representatividade de cada conglomerado, de tal

forma que o número total dos adolescentes resultante configurasse um tamanho superior o da

amostra calculada, supondo perdas e recusas na aplicação ou preenchimento inadequado do

instrumento, e na aferição das medidas antropométricas e pressão arterial.

Todos os estudantes adolescentes das classes selecionadas foram convidados a

participar. Foram incluídos no estudo, voluntários que não apresentaram limitação física ou

mental que resultasse impedimento da prática de atividade física ou de locomoção. Foram

excluídos do estudo os adolescentes fora da faixa etária entre 14 a 18 anos, os ausentes na

escola em um dos dias de coletas, as gestantes e aquelas que amamentavam. Ao final,

obteve-se uma amostra de 548 adolescentes de 14 a 18 anos de idade, obteve-sendo 238 do obteve-sexo masculino e

310 do sexo feminino.

A pesquisa foi conduzida mediante procedimentos aprovados pelo Comitê de Ética em

Pesquisa da Universidade Católica de Brasília- CEP-UCB (parecer nº 357.400 homologado

em 29/07/2013). Os procedimentos, o objetivo e a garantia de anonimato no tratamento dos

dados deste estudo foram explicados para todos os voluntários integrantes da amostra, bem

como para o responsável legal do adolescente (menores de 18 anos). Após o esclarecimento,

todos os envolvidos concordaram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(25)

Após a conclusão da pesquisa, as escolas e os professores dos respectivos escolares

participantes do estudo foram beneficiados pela apresentação dos resultados pelo pesquisador,

embora exista a garantia de esclarecimentos pelo pesquisador antes e durante o

desenvolvimento da pesquisa, incluindo a privacidade dos dados, pois os instrumentos não

têm qualquer tipo de identificação pessoal, como o nome do aluno, número de matrícula e

nem o nome da instituição onde estuda.

3.3 Coleta de dados

A coleta de dados ocorreu no período de agosto a novembro de 2013 no ambiente

escolar, em horários cedidos pelos professores de educação física, com auxílio de uma equipe

treinada respeitando as questões éticas e protocolos de coleta de dados. Todos os adolescentes

foram continuamente assistidos pelos aplicadores (sempre dois por turma) para esclarecer

dúvidas e auxiliar no preenchimento das informações.

Inicialmente, cada voluntário respondeu individualmente os dois questionários (Anexo

C), um para avaliar o nível de atividade física e outro para fatores associados à atividade física

em adolescentes (Anexo B).

Para a aplicação dos questionários foram esclarecidos, inicialmente o objetivo do

estudo e a privacidade dos dados, e em seguida, os esclarecimentos solicitados pelos

participantes. Posteriormente as orientações sobre o preenchimento de forma parcial, seguida

do tempo necessário para cada participante concluir a sua resposta a questão indicada pela

leitura oral realizada pelo aplicador do instrumento.

Posteriormente foi avaliado as medidas antropométricas, aferição da pressão arterial e

o consumo máximo de oxigênio (VO2máx), (Anexo A). Outros procedimentos estão descritos

a seguir, por serem específicos a cada instrumento.

3.4 Instrumentos e procedimentos

A- Questionário de Atividade Física para Adolescentes – QAFA.

Esse instrumento é composto por uma lista de 24 atividades físicas, com informações

sobre a frequência (dias/sem) e a duração (horas/min/dia) das atividades praticadas na última

semana, além da possibilidade de acrescentar mais duas atividades.

O QAFA demonstrou níveis elevados de reprodutibilidade e o coeficiente de correlação para

validade foi moderado, embora tenha sido superior ao observado em outros estudos,

(26)

Quanto ao procedimento para determinar o nível de atividade física foi realizado

seguindo o protocolo descrito por (FARIAS JÚNIOR et al., 2012). De acordo com:

NAF:

min/sem/AFMV= Σ [Fi x Dj]

min/dia/AFMV= Σ [Fi x Dj] / 7

Onde:

AFVM: atividades físicas moderadas a vigorosas

Σ: somatório do produto da frequência (dias/sem) pela duração (min/dia) da atividade física

Fi: frequência da i-ésima atividade física

Dj: duração (min/dia) da j-ésima atividade física

Foram considerados suficientemente ativos os adolescentes com prática de atividade

física igual ou superior a 300 minutos por semana ou mais, de intensidade moderada a

vigorosa e os demais como insuficientemente ativos.

B- Questionário de fatores associados à atividade física em adolescentes

O instrumento utilizado foi organizado pelo pesquisador do presente estudo, para tanto

se utilizou 14 questões do “Questionário para medida de atividade física e fatores associados

em Adolescentes” de (FARIAS JÚNIOR, 2010), considerando a validade fatorial satisfatória.

As questões contemplaram as variáveis: idade, sexo, série, trabalho, cor da pele, nível de

escolarização dos pais, participação nas aulas de educação física/semana, tempo diário de uso

da TV durante a semana e no final da semana.

A exposição a comportamentos sedentários foi avaliada por 4 perguntas previamente

codificadas sobre o tempo de TV (não usou; < 1 hora; 1 hora; 2 horas; 3 horas; 4 horas; ≥ 5

horas) na última semana, separadamente, para dias da semana e final de semana. Em seguida

essas variáveis foram categorizadas em duas alternativas: ≤ 2h/dia e >2h/dia, de acordo com

as recomendações atuais para os adolescentes sobre limitar o tempo que passam vendo TV

por não mais do que duas horas por dia. (TREMBLAY et al., 2011; SARDINHA;

MAGALHÃES, 2012; AUSTRALIAN GOVERNMENT- DEPARTMENT OF HEALTH,

2014).

Para se obter o número médio de horas/dia que cada adolescente passava assistindo à

TV, as horas de TV durante a semana foram multiplicadas por 5 e somado ao tempo das horas

(27)

encontrar o número médio de horas/dia. A participação semanal nas aulas de educação física

foi definida como uma variável dicotômica (participantes em uma vez/participantes em duas

vezes). Assim, variáveis independentes estudadas foram distribuídas em: a) fatores

demográficos (sexo, idade e cor da pele); b) fatores socioeconômicos (escolaridade paterna e

materna, ocupação com relação ao trabalho); c) participação em aulas de educação física.

C- Medidas antropométricas

Os adolescentes foram instruídos sobre a realização das medidas antropométricas e

aferição da pressão arterial. As medidas foram: estatura, massa corporal, circunferência de

cintura e dobras cutâneas tricipital e subscapular.

Estatura

A medida da estatura foi realizada com um estadiômetro, de pé, graduado com fita

métrica em centímetro e precisão de 1mm, com barra de madeira vertical, utilizando um

esquadro móvel posicionado sobre a cabeça do estudante adolescente em posição ortostática,

pés descalços e unidos, e as superfícies posteriores dos calcanhares, das nádegas, da cintura

escapular e da região occipital em contato com a escala de medida. De modo, que o peso

corporal foi distribuído igualmente sobre ambos os pés e a cabeça orientada no plano de

Frankfurt (ALVAREZ; PAVAN, 2003).

Massa corporal

Para sua mensuração foi utilizada a balança digital Wiso modelo W721 com carga

máxima de 150 Kg e resolução de 100g. Para determinação da medida, os estudantes

adolescentes estavam vestidos com o uniforme da escola, descalço, posicionados em pé

(posição ortostática), de frente para a escala de medida da balança. Os pés foram posicionados

no centro da plataforma, pondo os braços lateralmente ao longo do corpo e ombros

descontraídos (ALVAREZ; PAVAN, 2003).

O índice de massa corporal (IMC = massa corporal [kg] / estatura [m²]) foi obtido

com base nas medidas de massa corporal (kg) e estatura (cm)

(GARROW; WEBSTER, 1985). Os adolescentes foram classificados como baixo peso,

sobrepeso e obesidade ajustados para faixa etária e sexo como sugerido por Conde e Monteiro

(28)

Tabela 1. Pontos de corte de IMC sugerido por Conde e Monteiro (2006), conforme faixa etária e sexo.

Idade/anos Baixo Peso Masculino

Baixo Peso Feminino

Sobrepeso Masculino

Sobrepeso Feminino

Obesidade Masculino

Obesidade Feminino

14 anos 14,49 15,72 21,66 22,79 27,51 27,5

14,5 anos 14,74 16,05 22,00 23,28 27,74 28,04

15 anos 15,01 16,35 22,33 23,73 27,95 28,51

15,5 anos 15,29 16,63 22,65 24,11 28,15 28,9

16 anos 15,58 16,87 22,96 24,41 28,34 29,2

16,5 anos 15,86 17,06 23,27 24,65 28,52 29,42

17 anos 16,15 17,22 23,56 24,81 28,71 29,56

17,5 anos 16,43 17,33 23,84 24,9 28,89 29,63

18 anos 16,70 17,40 24,11 24,95 29,08 29,67

Circunferência da cintura

Para a mensuração da circunferência da cintura foi utilizada uma fita métrica para

medidas antropométricas (escala de 0,1mm). O avaliador posicionou-se de frente para o

estudante adolescente em posição ortostática, e passou a fita métrica na parte mais estreita do

tronco, no nível da cintura “natural”, com cuidado de manter o mesmo plano horizontal. A

leitura foi realizada após uma expiração normal (MARTINS; LOPES, 2003). Para a

circunferência da cintura foi adotado os pontos de corte em percentis segundo Fernandez et al.

(2004) que podem ser visualizados na tabela 2.

Tabela 2. Valores normativos da circunferência da cintura segundo Fernandez et al. (2004), conforme idade e sexo.

P10 P25 P50 P75 P90

Idade/anos M F M F M F M F M F

14 63,9 62,6 67,2 65,4 71,5 70,6 79,4 78,3 91,6 88,8

15 65,6 64,2 69,1 67,1 73,5 72,6 81,9 80,7 95,0 91,9

16 67,4 65,7 70,9 68,8 75,6 74,6 84,5 83,1 98,4 94,9

17 36,1 67,3 72,8 70,5 77,6 76,5 87,0 85,5 101,8 98,0

18 70,8 68,9 74,6 72,2 79,6 78,5 89,6 87,9 105,2 101,0

Para a medida da circunferência da cintura foram adotados os valores normativos

ajustados por idade e sexo, considerando como risco elevado o valor da circunferência da

(29)

Dobras cutâneas tricipital e subescapular

As espessuras das dobras cutâneas tricipital e subescapular foram mensuradas por meio de um adipômetro da marca Lange, com resolução de 0,1 mm e repetidas por três vezes.

Considerando o valor da média das três medidas, as duas dobras cutâneas foram

dicotomizadas como: adiposidade normal ou elevada no valor correspondente igual ou

superior ao percentil 90 da distribuição por sexo e idade recomendado pela World Health

Organization (1995) de acordo com a primeira National Health and Nutrition Examination

Survey (NHANES) citado na Tabela 3.

Tabela 3. Valores normativos das dobras cutâneas tricipital e subescapular conforme idade e sexo.

Dobras cutâneas tricipital P90

Dobras cutâneas subescapular P90

Idade/anos Masculino Feminino Masculino Feminino

14 19,6 24,2 14,6 21,5

14,5 19,0 24,7 15,1 22,1

15 18,2 25,1 15,5 22,7

15,5 17,4 25,5 16,1 23,2

16 16,8 25,9 16,6 23,7

16,5 16,2 26,3 17,3 24,2

17 16,0 26,7 18,0 24,6

17,5 16,1 27,0 18,7 24,9

18 16,6 27,3 19,5 25,1

Procedimento para as dobras cutâneas triciptal

A partir da referência anatômica da face posterior do braço no ponto médio entre o

processo acromial da escápula e o processo do olecrano da ulna, traçou-se uma linha

horizontal e imaginária, que marca o ponto de mensurração da prega cutânea . Foi pinçada

verticalmente ao eixo longitudinal. Esta dobra foi destacada com o polegar esquerdo e com o

dedo indicador na linha marcada. O avaliador posicionou-se atrás do estudante adolescente,

enquanto esse encontrava-se na posição ortostática, braços estendidos relaxados ao longo do

corpo (BENEDETTI, PINHO; RAMOS, 2003).

Procedimento para as dobras cutâneas subescapular (SB)

A dobra foi pinçada a partir da referência anatômica de 2 cm abaixo do ângulo inferior

da escápula em de 45º em relação ao eixo longitudinal do corpo. A posição do avaliador e do

(30)

Percentual de gordura corporal (%GC)

Foi estimado o %GC pelas fórmulas de Slaughter et al. (1988) citado por Guerra;

Amaral (2010), que utilizam as dobras triciptal e subescapular, indicadas para adolescentes.

Calculou-se, primeiramente, o somatório das dobras: Σ2 = somatório das dobras triciptal e

subescapular.

Para o somatório igual ou inferior a 35 mm, foi utilizado uma das seguintes fórmulas

para adolescentes brancos, sexo masculino com idades entre 14 a 17 anos e 11 meses:

%GC = 1,21.(Σ2) – 0,008.(Σ2 )2 – 5,5

Para adolescentes negros, sexo masculino, com idades entre 14 a 17 anos e 11 meses:

%GC = 1,21.(Σ2) – 0,008.(Σ2 )2 – 6,8

Para os adolescentes do sexo feminino:

%GC _ 1,33.(Σ2) – 0,013.(Σ2 )2 – 2,5

Quando o somatório foi superior a 35 mm, foi utilizado uma das seguintes fórmulas:

Para os adolescentes do sexo masculino: %GC = 0,783.(Σ2) + 1,6

Para os adolescentes do sexo feminino: %GC = 0,546.(Σ2) + 9,7

Quanto à classificação do %GC utilizou-se a seguinte nomenclatura: baixo, ótimo,

moderadamente alto, alto e muito alto, considerando o sexo, por meio do

nomograma de Lohman (1987) citado por Petroski (2003) conforme a tabela 4 abaixo.

Tabela 4. Classificação do percentual de gordura.

%GC Muito

Baixo Baixo Ótimo

Moderadamente

alto Alto

Muito alto

Meninos < 6% 6 a 10% 10 a 20% 20 a 25% 25 a 31% > 31%

Meninas < 12% 12 a 15% 15 a 25% 25 a 30% 30 a 35% > 35%

Aferição da pressão arterial

Para aferição da pressão arterial foram utilizados 3 aparelhos automáticos da marca

Microlife® modelo BP 3BT0-A, realizada em ambiente escolar, em três aferições com

intervalo de 5 a 10 minutos em 2 momentos distintos, com intervalos no mínimo de 15 dias

seguindo o procedimento da VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (SOCIEDADE

(31)

Considerando a média de todas as mensurações da pressão arterial sistólica e

diastólica, foram consideradas normais medidas tanto da pressão arterial sistólica quanto da

diastólica, os valores menor ou igual ao percentil 90, foram consideradas pré-hipertensos os

níveis pressóricos sistólicos e/ou diastólicos entre os percentis ≥ 90 e ≥ 95. Acima do

percentil 95 em uma das medidas da pressão arterial foram considerados supostamente

hipertensos. Ademais, foram levados em conta, os percentis isolados de pressão arterial

sistólica ou diastólica (CHOBANIAN et al., 2003; NATIONAL HIGH BLOOD PRESSURE

EDUCATION PROGRAM- NHBPEP, 2004).

Procedimentos para o teste de VO2máx

O VO2máx foi mensurado pelo teste de Vai-e-vem de 20 metros proposto por Leger e

Lambert em 1982. Para o seu cálculo foi utilizada a equação:

VO2máx = [31,025 + 3,238x1 -3,248x2 + 0,1536x1x2].

Onde: VO2máx = ml/Kg/min;

x1 = Km/h (velocidade máxima atingida no teste);

x2 = idade (em anos).

3.5 Análise estatística

As análises estatísticas foram realizadas com o auxílio do software Statistical Package

for the Social Sciences (SPSS), versão 18.0. Para análise descritiva univariada foram

utilizadas distribuição de frequência (absolutas e relativas), medidas de tendência central

(média e mediana) e de variabilidade (desvio padrão).

O Teste de Kolmogorov-Smirnov foi utilizado para testar a normalidade da

distribuição. Foram comparadas as variáveis contínuas, entre adolescentes do sexo masculino

e adolescentes do sexo feminino usando o teste de Mann Whitney.

Foram construídos para análise multivariada modelos de regressão logística expressa

como valores de Odds Ratio (OR) e seus intervalos de confiança de 95% para verificar as

associações entre os níveis de atividade física, comportamento sedentário e fatores

associados.

Para as associações entre os níveis de atividade física e fatores associados foram

(32)

associação entre nível de atividade física e indicadores antropométricos, hemodinâmicos e

VO2máx em adolescentes (categoria modelada o grupo de insuficientemente ativos) e as

variáveis independentes do primeiro modelo (IMC, circunferência de cintura, dobra cutânea

tricipital, dobra cutânea subescapular, percentual de gordura, pressão arterial sistólica,

pressão arterial diastólica). As variáveis foram ajustadas entre si. No segundo modelo

acrescentou-se a essas variáveis o VO2máx.

O terceiro modelo foi para verificar associação entre nível de atividade física e fatores

de risco cardiovascular em adolescentes (categoria modelada o grupo de insuficientemente

ativos) e as variáveis independentes (obesidade; hipertensão arterial; sedentarismo;

circunferência de cintura elevada; excesso de gordura). O modelo A = todas as variáveis do

modelo foram ajustadas entre si; o modelo B= foi ajustado pela variável sexo (masculino e

feminino) e pela escolaridade paterna (ensino fundamental, médio e superior completo ou

incompleto).

O quarto modelo foi para verificar associação entre atividade física e fatores

demográficos, socioeconômicos e nível de atividade física (categoria modelada o grupo de

insuficientemente ativos) e as variáveis independentes: a) fatores demográficos (sexo, idade e

cor da pele); b) fatores socioeconômicos (escolaridade paterna e materna, ocupação com

relação ao trabalho); c) participação em aulas de educação física. Para o modelo A todas as

variáveis do modelo foram ajustadas entre si. Já o modelo B foi ajustado pelas variáveis

comportamento sedentário (dia/semana, fim/semana e a média dias/semana).

Para as associações entre comportamento sedentário (TV ≥ 2 horas/dia) e fatores

associados foram realizados dois modelos. As variáveis independentes (idade, sexo, cor da

pele, trabalho, escolaridade do pai, escolaridade da mãe e aula de educação física). Para o

modelo I =total dos adolescentes e modelo II=todos que assistiram TV. Para todas as análises

estatísticas de interesse, estabeleceu-se um nível de significância de 5% (p ≤ 0,05).

4. RESULTADOS

Foram analisados os dados de 238 adolescentes do sexo masculino e 310 adolescentes

do sexo feminino, a amostra final constituída de 548 escolares, com faixa etária de 14 a 18

anos. Inicialmente estão descritos os resultados da distribuição da amostra com relação as

variáveis estudadas. Posteriormente os modelos de regressão logística identificando as

(33)

Características demográficas, socioeconômicas e participação nas aulas de educação

física

Na distribuição da amostra segundo as características demográficas, socioeconômicas

e participação em aulas de educação física observou-se maior prevalência de alunos na

primeira série, a idade variou entre 14 e 18 anos, sendo que 55% estão na faixa de 14 a 16

anos. Também a conduta de não trabalhar e a cor branca apresentaram maior prevalência.

Quanto à escolaridade dos pais, observou-se maior prevalência entre os pais (39%) e as mães

(44%) com ensino médio incompleto. Apenas 5% dos adolescentes participavam das aulas de

educação física duas vezes na semana. Esses dados podem ser observados de acordo com a

distribuição expressa na Tabela 5.

Tabela 5. Distribuição dos adolescentes por sexo de acordo com as variáveis demográficas, socioeconômicas e participação em aulas de educação física.

Variáveis Amostra Masculino n=238(%) Feminino n=310(%) Total n=548(%)

Série Primeira 159(67) 182(59)

341(62)

Segunda 32(13) 48(15) 80(15)

Terceira 47(20) 80(26) 127(23)

Idade (anos) 14 a 16 131(55) 172(55) 303(55)

17 a18 107(45) 138(45) 245(45)

Trabalho Sim 51(21) 52(17) 103(19)

Não 187(79) 257(83) 444(81)

Cor da pele Branca 209(88) 278(90) 487(89)

Negra 29(12) 32(10) 61(11)

Escolaridade/pai

Fundamental 80(34) 128(41) 208(38)

Ens. Médio 92(39) 119(38) 211(39)

Ens.

Superior 66(28) 63(20) 129(24)

Escolaridade/mãe

Fundamental 62(26) 105(34) 167(30)

Ens. Médio 106(45) 136(44) 242(44)

Ens.

Superior 70(29) 69(22) 139(25)

Aulas de educação física

Uma vez 232(97) 290(94) 522(95)

(34)

Ainda, de acordo com essas características em relação à exposição ao comportamento

sedentário(média de horas/dia diante da TV), a prevalência foi superior para os adolescentes

do primeiro ano, com idades entre 14-16 anos, que não trabalhavam e eram de cor branca,

praticavam educação física uma vez/semana e eram filhos de pais e mães com ensino médio

incompleto.

Características antropométricas, hemodinâmicas e atividade física

Da amostra final constituída observou-se média de idade com valores muito parecidos

entre os sexos, em torno de 16 anos, não sendo estatisticamente diferente. Adolescentes do

sexo masculino apresentaram, significativamente, maiores valores no peso, estatura, IMC,

circunferência de cintura. Já as adolescentes do sexo feminino apresentaram maior espessura

de dobras cutâneas, tanto na região subescapular quanto na região tricipital. Quanto à pressão

arterial e o tempo total de atividade física as médias dos adolescentes do sexo masculino

foram significativamente maiores do que a das adolescentes do sexo feminino de acordo com

o observado na Tabela 6.

Tabela 6. Distribuição dos adolescentes por sexo de acordo com as variáveis antropométricas, hemodinâmicas, idade e minutos de atividade física.

Variáveis Masculino n=238 Feminino n=310

Média DP Mediana Média DP Mediana Valor de p

Idade 16.4 1.0 16.0 16.3 1.0 16.0 0.6734

Peso 64.5 12.3 62.9 58.8 14.0 56.4 <.0001

Estatura 172.8 6.7 172.2 161.6 6.5 161.0 <.0001

IMC 18.7 3.4 18.3 18.2 4.2 17.2 0.0027

DC SB 15.9 8.0 14.0 21.6 9.3 19.7 <.0001

DC TR 14.4 6.7 13.3 22.7 6.7 21.7 <.0001

% Gordura 23.1 9.0 21.5 31.7 5.2 32.0 <.0001

CC 73.4 8.2 72.0 70.0 9.1 68.0 <.0001

Minutos AF 286.7 118.1 330.0 217.0 141.2 282.5 <.0001

PAS 116.4 12.8 117.0 108.1 11.9 105.7 <.0001

PAD 69.5 8.8 69.3 66.5 8.4 66.3 <.0001

IMC- índice de massa corporal; DC SB- dobra cutânea subscapular; DC TR- dobra cutânea tricipital; CC- circunferência da cintura; AF- atividade física; PAS- pressão arterial sistólica; PAD- pressão arterial diastólica.

Características com relação ao nível de atividade física

Verificou-se na avaliação do nível de atividade, que 76% dos adolescentes masculinos

(35)

dos adolescentes estudados, 61% eram suficientemente ativos como pode ser observado na

tabela a seguir.

Tabela 7. Distribuição dos adolescentes por sexo de acordo com os níveis de atividade física.

Nível de AF

Masculino Feminino Total

n(%) IC95% n(%) IC95% n(%) Valor de p

Suficientemente ativo 181(76) 70;82 156(50,4) 42;58 337(61)

Insuficientemente ativo 57(24) 13;35 154(49,6) 42;58 211(39) <.0001

Total 238 310

Características com relação o comportamento sedentário

Quanto aos resultados relativos à exposição ao comportamento sedentário verificou-se

maior prevalência no tempo ≥5 horas, tanto para os dias de semana quanto nos finais de

semana. Ainda, em relação ao tempo médio por dia dedicado a comportamento sedentário,

verificou-se que 58% dos adolescentes passavam mais de 2 horas/dia assistindo TV de acordo

os dados apresentados na Tabela 8.

Características dos fatores de risco identificados

Com relação aos fatores de risco identificados a partir dos indicadores antropométricos

e hemodinâmicos dos adolescentes, os resultados indicam que o excesso de gordura corporal

foi o mais prevalente (69% do total da amostra), enquanto que a obesidade, circunferência de

cintura elevada e hipertensão apresentaram menor prevalência (7%, 12% e 12%,

respectivamente, da mostra total), com relação ao comportamento sedentário (TV > 2

horas/dia) para 58% dos adolescentes este fator de risco é uma realidade. Os adolescentes Tabela 8. Distribuição dos adolescentes de acordo com o tempo de registro diário assistindo TV.

Variáveis

Televisão Dias de

Semana

Dias do final de semana

n (%) n (%)

Não usou 50 (9,1) 73(13,3)

< 1 hora 75(13,7) 84(15,3)

1 hora 61(11,1) 64(11,7)

2 horas 74(13,5) 83(15,1)

3 horas 83(15,1) 91(16,6)

4 horas 71(13,0) 55(10,0)

≥5 horas 134(24,5) 98(17,9)

Média de horas/dia da semana

n (%)

Imagem

Figura  1.  Fluxo  comportamental  em  duas  categorias,  o  comportamento  sedentário  e  a  atividade  física
Tabela 1. Pontos de corte de IMC sugerido por Conde e Monteiro (2006), conforme faixa  etária e sexo
Tabela  3.  Valores  normativos  das  dobras  cutâneas  tricipital  e    subescapular   conforme  idade e sexo
Tabela 5. Distribuição dos adolescentes por sexo de acordo com as variáveis  demográficas, socioeconômicas e participação em aulas de educação física
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Referências

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