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Cad. Saúde Pública vol.30 suppl.1 X csp 30 s1 0005

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Academic year: 2018

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S5

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 30 Sup:S5-S7, 2014 Nascer no Brasil não tem sido uma experiência natural nem para pobres nem para ricos. O

parto vaginal, mais frequente nos estabelecimentos públicos, quase sempre ocorre com muita dor e excesso de intervenções. Nos estabelecimentos privados, a cesariana, uma cirurgia mui-tas vezes desnecessária e quase sempre pré-agendada, vem se constituindo em uma opção pa-ra minimizar esse sofrimento. Diante desse quadro tão peculiar, o Ministério da Saúde lançou um edital via Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para a realização de uma grande pesquisa nacional visando estudar o parto e o nascimento em nosso país. O projeto INOVA-ENSP e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) também deram importante suporte a essa investigação.

O estudo foi coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), tendo contemplado 266 maternidades com 500 ou mais partos por ano, sendo representativo dos nascimentos hospi-talares neste universo onde ocorrem 83% dos partos do país. Foram visitados 191 municípios e 23.940 mulheres foram entrevistadas entre fevereiro de 2011 e outubro de 2012.

Os resultados, apresentados em 14 artigos originais neste Suplemento, abordam aspec-tos metodológicos da amostra, a criação de um algoritmo para cálculo da idade gestacio-nal e estimação da mortalidade materna; resultados sobre a assistência pré-natal; decisão sobre a via de parto; intervenções sobre as parturientes e recém-nascidos de risco habi-tual; tipo de parto nas adolescentes; satisfação com o atendimento e presença de acom-panhante durante a internação; near miss e mortalidade materno e neonatal, além de uma análise sobre a estrutura das maternidades e a descrição de uma experiência bem sucedida para a redução de cesarianas na rede privada.

A pesquisa demandou a participação de um grande número de instituições e de pesqui-sadores que se congregaram num Grupo de Pesquisa do CNPq. Sem esse time a realização dessa pesquisa seria difícil e, principalmente, menos significativa. Da mesma forma, o pro-jeto possibilitou a formação em pesquisa de vários jovens profissionais, muitos dos quais desenvolverão suas dissertações e teses com esses resultados.

O trabalho da equipe técnica, de suporte computacional não foi menos significativo, dada a complexidade da logística do trabalho de campo de uma pesquisa desta dimensão. Os hospitais que participaram desse estudo merecem o nosso reconhecimento pela con-fiança e generosidade em permitir que as suas instalações fossem visitadas e seus docu-mentos manuseados.

Nessa fase final de publicação, foi de fundamental importância a participação da edito-ria de CSP e de toda a equipe da revista, que viabilizaram a publicação em tempo recorde, sem abrir mão do rigor científico e do incansável trabalho de revisão dos manuscritos.

Particularmente, agradecemos às mulheres que atenderam ao nosso convite para in-tegrarem a pesquisa, porque sem elas o estudo não aconteceria. Seus depoimentos foram registrados e organizados sob a forma de vídeos. Com as informações por elas fornecidas esperamos mostrar para a sociedade brasileira um panorama do parto e nascimento no Brasil, sensibilizando profissionais, gestores, gestantes e seus familiares para a necessida-de necessida-de mudanças no atual monecessida-delo necessida-de atenção obstétrica.

Nascer no Brasil

Maria do Carmo Leal

Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação

Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil.

duca@fiocruz.br

Silvana Granado Nogueira da Gama

Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação

Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil.

granado@ensp.fiocruz.br

EDITORIAL

Referências

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