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Rev. bras. ortop. vol.45 número2

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Academic year: 2018

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O Ensino da Ortopedia nas Escolas Médicas do Brasil

A preocupação com o ensino da graduação m édica t em sido t em a de vários debat es no m eio acadêm ico pelo relat ivo descaso por part e das disciplinas da área clínica que favorecem a form ação do resident e com ênfase nas especialidades m édicas.

Não é fácil, do pont o de vist a pedagógico, focar exat am ent e o que o aluno deve aprender dent ro de cada área.

Não exist e um esm ero por part e dos docent es em preparar um a aula volt ada aos obj et ivos para um m édico generalist a. Em geral, as aulas m inist radas na graduação são as m esm as dos resident es com óbvio desint eresse por part e do alunado. Essas aulas, ou m esm o as discussões de casos clínicos, aprofundam - se em t em as que visam a form ação do especialist a e não do aluno.

Na Ort opedia e Traum at ologia est es aspect os fazem - se not ar de um m odo m uit o m ais evident e, em que quase t udo est á volt ado para a pós- graduação lat o sensu t ant o na educação cont inuada com o na form ação dos resident es.

A excelência conseguida na formação do ortopedista ica evidenciada pela excelência do exame inal de avaliação considerado com o referência dent re t odas as especialidades m édicas.

Todavia, est e fat o aprofunda ainda m ais o abism o exist ent e ent re a pós- graduação lat o sensu e a graduação m édica em Ort opedia que, salvo raras exceções, prat icam ent e inexist e at ualm ent e no Brasil.

Em uma avaliação que izemos recentemente, mais da metade das 178 escolas médicas brasileiras mostram em sua grade de ensino uma píia presença da ortopedia, inserida apenas dentro da cirurgia com o discussão de casos t ipo PBL. Dest art e a precariedade do ensino m édico que assola o Brasil inversam ent e proporcional ao núm ero crescent e de novas escolas, est e fat o deve ser revert ido.

É com o se a Ort opedia e Traum at ologia fosse considerada um a especialidade apenas de pós-graduação, não necessária para a form ação do m édico.

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É inadm issível que o int erno faça um a reanim ação de um pacient e com parada cardíaca, cont role um pacient e em com a diabét ico, m as não t enha form ação cognit iva diant e de um pacient e com um a frat ura expost a, j á que est as sit uações ocorrem com igual frequência num pront o- at endim ent o.

Sabem os, ent ret ant o, que m uit as escolas m édicas carecem de um pront o- at endim ent o com volum e diário de pacient es polit raum at izados que possibilit e um bom t reinam ent o prát ico do aluno.

I st o sem cit ar os pacient es am bulat oriais para o diagnóst ico precoce de afecções ort opédicas que são fundam ent ais para um m elhor prognóst ico com o nas deform idades congênit as e do desenvolvim ent o do sist em a m usculoesquelét ico.

O curso de Ort opedia na graduação, quando exist ent e, t em um carát er apenas inform at ivo e não formativo, em que as várias doenças são mostradas supericialmente sem que o aluno tenha um envolvim ent o ou responsabilidade sobre o pacient e m esm o no int ernat o. A form ação cognit iva e de habilidades especíicas para que este que atue na prática ica restrito atualmente ao residente de ort opedia.

Não será tarefa fácil revertermos este quadro desalentador. Esbarramos em modiicações estruturais do currículo m édico dent ro das com issões de graduação, da congregação, dos docent es e at é m esm o no MEC.

I nfelizm ent e, um professor de ort opedia não t em presença at iva nesses colegiados, j á que se preocupa m uit o m ais com a form ação do resident e e não do aluno.

Algum as escolas nem m esm o possuem um professor t it ular de ort opedia para que est e possa participar e inluenciar nestas mudanças. Poucos são os titulares de ortopedia concursados em livre-docência e que possuem assim um cabedal pedagógico e didático para modiicar esta situação dentro de um a congregação universit ária.

Devem os alert ar os poucos Professores Tit ulares de Ort opedia exist ent es no Brasil, para que const it uam um a nova geração de m est res e dout ores, que est ej am volt ados realm ent e ao ensino da graduação e que tenham projetos de pesquisa onde sejam incluídos alunos de Iniciação Cientíica.

O m ot e para a reest rut uração dos cursos de Ort opedia est á j ust am ent e em m ot ivar o aluno precocem ent e envolvendo- o em t rabalhos clínicos, epidem iológicos e experim ent ais, fazendo com que t enha um a base sólida baseada na part icipação dest e em publicações originais que irão alavancar o ensino e, progressivam ent e, aum ent ar o nosso espaço dent ro do currículo nuclear da graduação.

A criação de disciplinas opt at ivas t am bém t em im port ant e papel nest e cont ext o, j á que irá at rair o alunado para um a nova área de at uação. A am plit ude de opções dent ro da nossa especialidade perm it e que possam os m ot ivá- los para áreas novas, t ais com o: Traum at ologia Esport iva, Microcirurgia Reconst rut iva, Geriat ria Ort opédica e out ras.

A elaboração de um program a único nacional para o ensino da Ort opedia e Traum at ologia, o lançam ent o de um livro didat icam ent e volt ado para o aluno, a inst alação de um port al exclusivo para a graduação no sit e da SBOT e o m onit oram ent o perm anent e de t odas as escolas m édicas para veriicar como está o ensino da nossa especialidade são medidas que devem ser tomadas em caráter de urgência.

O ensino bem est rut urado da Ort opedia na graduação é a base fundam ent al para que possam os sedim ent ar na academ ia e, por conseguint e, na sociedade, a nossa especialidade, com o um a das m ais participativas no objetivo inal comum que é melhorar a saúde em nosso país.

Olavo Pires de Cam argo

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