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INFLUÊNCIAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO DIAGNÓSTICO E CONTROLE DA FEBRE AMARELA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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Academic year: 2022

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FIORESE, Caio Henrique Ungarato1 MACHADO, Isabel Silva2 CAETANO, Paula Valadão3 ESTEFANATO, Rayanne Abreu4 LEITE, Vinícius Rocha5

INTRODUÇÃO

A Educação Ambiental é um processo que teoricamente consiste em proporcionar uma compreensão de forma crítica, em um ambiente global que, de certa forma, vem para desenvolver atitudes, como uma posição consciente e participativa, dos valores que são dados em questões que se relacionam com a conservação dos recursos naturais, para poder dar uma melhor qualidade de vida para todos (BRANCALIONE, 2016).

O estudo da influência da educação ambiental no diagnóstico de questões relacionadas à febre amarela, conforme as consequências dessa doença sobre a sociedade é relevante com intuito de propor sugestões de controle voltadas a perspectiva ambiental, social e econômica, além de fornecer compreensão dos efeitos de práticas educativas na diminuição dos problemas causados pela doença.

Um dos maiores desafios da área de epidemiologia está relacionado ao desenvolvimento de medidas educativas quanto aos conceitos e práticas no âmbito popular. No caso do Brasil, esse entrave é facilmente percebido, às vezes, devido a fatores como, por exemplo, carência de apoio do poder público em executar projetos de educação ambiental na área da epidemiologia e extensões territoriais.

Considerando essas informações, o objetivo do presente trabalho foi realizar um estudo sobre a influência da educação ambiental no diagnóstico da febre amarela, bem como discutir benefícios e problemas confrontados e propor sugestões para futuros estudos sobre a temática.

1 Graduando do Curso de Engenharia Ambiental do Centro Universitário São Camilo-ES – caiofiorese@hotmail.com.

2 Graduanda do Curso de Engenharia Ambiental do Centro Universitário São Camilo-ES – isabelsmachado1234@gmail.com.

3 Graduanda do Curso de Engenharia Ambiental do Centro Universitário São Camilo-ES – ambiental.paula1@gmail.com.

4 Graduanda do Curso de Engenharia Ambiental do Centro Universitário São Camilo-ES – ray_estefanato@icloud.com.

5 Professor orientador. Doutor. Centro Universitário São Camilo-ES – viniciusleite@saocamilo-es.br.

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METODOLOGIA

O presente estudo teve como base uma pesquisa bibliográfica do tipo sistemática. As fontes selecionadas para este trabalho foram localizadas em sítios eletrônicos e periódicos, desde que com conteúdo relevante para sua seleção.

Primeiramente, foi definido um roteiro para a discussão do tema, apresentando os seguintes tópicos: (i) histórico da educação ambiental e da febre amarela; (ii) objetivos da educação ambiental e como os mesmos podem afetar a epidemiologia;

(iii) apresentação das características da febre amarela (agente etiológico, sintomas, medidas preventivas, etc); (iv) importância e desafios da educação ambiental no tocante à epidemiologia da febre amarela; (v) medidas educativas no combate ou controle da doença em uma dada região; (vi) a situação educação ambiental na sociedade sobre a febre amarela e (vii) discussão de projetos educativos já existentes ou concretizados.

Assim, foi feita uma busca e seleção de todo material com discussão pertinente à temática deste estudo. Artigos científicos e trabalhos publicados em anais de eventos foram considerados, bem como livros, manuais, documentos, normativas e sites relevantes sobre o conteúdo. O período de execução do trabalho compreendeu os meses de maio a julho. A seleção do material teve como base as seguintes palavras-chave: diagnóstico epidemiológico, educação ambiental, febre amarela, projetos de educação e saúde ambiental, provenientes de fontes com data de publicação mais recente possível. Após a seleção do material bibliográfico, o tema foi discorrido neste presente trabalho, com base na compreensão do grupo de pesquisa.

DISCUSSÃO

A febre amarela, a partir do século XVII, dizimou várias vidas no continente americano, sendo que, ainda no início desse século, o desenvolvimento de vacinas eficazes e a erradicação do seu vetor alentaram por certo tempo à esperança de que a doença desapareceria, pelo menos, no Novo Mundo. Porém, nas últimas décadas ainda continuaram sendo registrados casos esporádicos em populações rurais não imunes (BRASIL, 1999). Na última década do século XIX, a febre amarela foi tema principal dos debates médicos no Brasil. As formas de propagação e de prevenção ocuparam grande parte dos esculápios voltados para a saúde pública nos principais centros urbanos (TEIXEIRA, 2001).

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Quando se relaciona a questão da educação ambiental e saúde, observa-se a necessidade de estratégias voltadas à promoção, prevenção e recuperação em saúde ambiental. Assim, um amplo conhecimento acerca dessa questão é muito importante e funciona como ferramenta para um adequado planejamento de medidas e intervenções na busca por um equilíbrio ambiental e por bem-estar comum (MORAIS et al., 2014), sendo este o grande foco da educação ambiental na área da epidemiologia; Marcato (2002) considera como objetivo mais impactante da educação ambiental atingir todo o público em geral.

A febre amarela, de acordo com Brasil (1999), é uma doença transmitida na área urbana pelo mosquito Aedes aegypti, cuja característica, entre outras, é de ser causa de mortandade e alta letalidade em várias regiões tropicais da África e das Américas. A Sociedade Brasileira de Infectologia (2017) afirma que a doença pode ocorrer sob a forma de surtos e epidemias, além de caracterizar a febre amarela como uma doença infecciosa não contagiosa.

No Brasil, a febre amarela ocorre apenas em âmbito silvestre, onde o vírus se perpetua em macacos, seu reservatório natural, que são picados por mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, e a disseminação tem ocorrido por vezes em seres humanos que frequentam áreas adjacentes e o interior de áreas florestadas.

Os mosquitos não vivem em áreas urbanas, mas se reproduzem em buracos de árvores, onde depositam seus ovos (PIVETTA, 2017).

Existe um terceiro componente importante a ser analisado: a degradação ambiental urbana. A presença de lixo, a falta de saneamento e a falta de educação ambiental da população, fazem das cidades um grande criadouro de pequenos animais. Com o aquecimento global e o aumento da temperatura, as cidades se tornaram mais vulneráveis às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti (febre amarela, por exemplo), que tem nos centros urbanos seu criadouro ideal (AGUIAR, 2017).

De acordo com Brasil (2018), para diagnosticar a febre amarela, uma das formas é intensificar as ações de combate aos criadouros do mosquito transmissor (Aedes aegypti) da febre amarela urbana, com identificação e eliminação de depósitos de água limpa e parada que estejam descobertos.

Para controlar a febre amarela é preciso, necessariamente, preservar os habitats naturais e suas espécies nativas. Desflorestar e matar macacos não impede a circulação do vírus da doença e pode até piorar a situação (MENDES, 2017). O

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trabalho educacional com a população afeta os hábitos que têm reflexo sobre a coletividade e, portanto, também responsabiliza a população no que diz respeito dos cuidados que devem ser dispensados com os espaços públicos que, em várias vezes, abrigam resíduos sólidos descartados de forma incorreta (RESENDE, 2009).

Nakagawa (2013) destaca que as escolas possuem uma função social voltada para a transformação da sociedade por meio do desenvolvimento e da aprendizagem, sendo o meio na qual as atividades de promoção da saúde são desenvolvidas, sobretudo no ensino fundamental. Assim, permite, por meio de ações de promoção bem estruturadas, a perspectiva de uma ação educativa mais adequada às realidades de saúde e às suas complexidades.

Dentre as formas de iniciativas de educação ambiental voltadas ao controle da febre amarela, podemos destacar exemplos principalmente de projetos desenvolvidos em escolas, envolvendo a realização de vacinação e palestras na comunidade em que a escola está inserida. Mais especificamente, conforme realizado neste ano na cidade de Campinas-SP, podem ser feitas exposições educativas sobre a febre amarela, de modo que os dados sobre a doença sejam, por exemplo, apresentados em forma de cartazes, folders e outros meios, além de que possa ser fomentada a presença de agentes de controle ambiental para sanar as dúvidas com relação à doença.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação ambiental no controle da febre amarela promove vários benefícios socioambientais como, por exemplo, uma contribuição a melhor gestão de resíduos sólidos descartados inadequadamente. Contudo, ainda há vários desafios, sobretudo no que diz respeito a atingir o público em geral. A saúde pública e o ambiente vêm continuamente sendo vítima da febre amarela devido a ação do homem sobre o meio ambiente. Para futuros estudos, sugere-se a realização de pesquisas em instituições de ensino quanto à conscientização sobre os riscos da febre amarela, bem como propor melhores sistemas de gestão de saneamento e combate ao vetor da doença. A educação ambiental e a construção de participações da sociedade permitem o fomento da difusão de subsídios que desperte atitudes acerca da febre amarela, promovendo a saúde e o bem estar da população.

REFERÊNCIAS

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AGUIAR, V. A degradação ambiental e a febre amarela. Disponível em: <http://su stentabilidade.registradores.org.br/noticias/a-degradacao-ambiental-e-a-febreamarel a.html>. Acesso em: 16 jul. 2018.

BRANCALIONE, L. Educação ambiental: refletindo sobre aspectos históricos, legais e sua importância no contexto social. Revista de Educação do IDEAU, v. 11, n. 23, 2016.

BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Manual de vigilância epidemiológica da febre amarela. Brasília: Ministério da Saúde, 1999. 60f.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Febre amarela – guia para profissionais da saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. 67p.

CAMPINAS. Centro de educação ambiental recebe exposição sobre febre amarela. Disponível em: <http://www.campinas.sp.gov.br/noticias-integra.php?id=34 343>. Acesso em: 11 jul. 2018.

MARCATO, C. Educação ambiental: conceitos e princípios. 1.ed. Belo Horizonte:

FEAM, 2002. 64p.

MENDES, S. L. Febre amarela: caso de saúde e desastre ambiental. Disponível em:

<https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/febre-amarela-caso-de-saude-e- desastre-ambiental-7go8ttubjn3zgbmi0ut0cuvcj>. Acesso em: 6 jul. 2018.

MORAIS, S. de A. et al. Educação ambiental como estratégia na atenção primária em saúde. Polêmica, v. 13, n. 3, 2014.

NAKAGAWA, C. K. Promoção da saúde nas ações de controle e combate à dengue nas escolas de Ceilândia. 2013. 68f. Monografia (Bacharelado em Saúde Coletiva) – Universidade de Brasília, Ceilândia, 2013.

PIVETTA, M. A ameaça da febre amarela. Disponível em: <http://revistapesquisa.

fapesp.br/2017/03/17/a-ameaca-da-febre-amarela/>. Acesso em: 22 jun. 2018.

RESENDE, K. Ações de educação na vigilância ambiental em saúde para controle da dengue no distrito de Cruzeiro dos Peixotos, Uberlândia, Minas Gerais, Brasil, 2008. 2009. 85f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE INFECTOLOGIA. Febre amarela – informativo para profissionais de saúde. Disponível em: <https://sbim.org.br/images/files/sbi-

famarela-saude.pdf>. Acesso em: 25 fev. 2018.

TEIXEIRA, L. A. Da transmissão hídrica a culicidiana: a febre amarela na sociedade de medicina e cirurgia de São Paulo. Revista Brasileira de História, v. 21, n. 41, p.

217-242, 2001.

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