Sistema imune do
intestino delgado:
o que há de novo?
Natália Oliveira e Silva R4 - 2013
Sistema imune do
intestino delgado
O tubo digestivo é constantemente exposto aos
fatores do meio ambiente, como por exemplo, microrganismos e antígenos da dieta;
Dessa forma, ocorre uma interação entre os
microrganismos do interior do tubo digestivo e do ambiente externo, o que exerce uma importante influência na saúde do hospedeiro;
Sistema imune do intestino é capaz de reagir a
microrganismos prejudiciais e mantém-se tolerante aos microrganismos do intestino e antígenos presentes na dieta.
O intestino humano abriga uma estimativa de
100 trilhões de organismos;
A grande maioria é composta por bactérias,
envolvendo 500 -1.000 diferentes espécies;
99% do total de microrganismos
correspondem a 30-40 espécies de bactérias, sendo a maioria delas anaeróbia.
Duerkop BA et al. Immune Responses to the Microbiota at the Intestinal Mucosal Surface. Immunity31,Sept18,2009 Nishio J. Immunoregulation by the gut microbiota. Cell. Mol. Life Sci. (2012) 69:3635–3650
Sistema imune do
A denominação microbiota intestinal refere-se
justamente a essa comunidade microbiana presente no intestino;
Inclui grupos bacterianos como: Bifidobacteria,
Enterobacteria, Clostridia, Lactobacillus e Enterococo – frequentemente presentes, mas não obrigatoriamente, no intestino de adulto saudáveis;
Essa microbiota pode variar de acordo com muitos
fatores, como local colonizado e idade do hospedeiro.
Mai V et al. Colonic bacterial flora: changing undertandings in the molecular age. J Nutr 2004; 134 (2): 459-64.
Sistema imune do
No primeiro ano de vida, a microbiota é
menos estável que no adulto;
A colonização bacteriana do intestino do
neonato depende do tipo de parto, da dieta (leite materno ou fórmula infantil), da flora bacteriana materna, além das condições de higiene;
Uso de antibióticos também determina
alterações importantes, tanto da quantidade quanto do tipo de colonização.
Sistema imune do
intestino delgado
Em realção a microbiota do intestino delgado,
o duodeno e jejuno devem conter um total inferior a 104-106 UFC;
Possuem comunidade microbiana transitória,
caracterizada por bactérias derivadas dos alimentos ingeridos, diferente da microbiota do colon, que é persistente.
Sistema imune do
intestino delgado
Duerkop BA et al. Immune Responses to the Microbiota at the Intestinal Mucosal Surface. Immunity31,Sept18,2009 Nishio J. Immunoregulation by the gut microbiota. Cell. Mol. Life Sci. (2012) 69:3635–3650
Essa população de bactérias representa uma
série de contribuições chave na saúde do hospedeiro:
Melhora digestão;
Ajuda no desenvolvimento do sistema imune;
Limita a colonização patogênica através de
competição por espaço e nutrição.
Sistema imune do
intestino delgado
Duerkop BA et al. Immune Responses to the Microbiota at the Intestinal Mucosal Surface. Immunity31,Sept18,2009 Nishio J. Immunoregulation by the gut microbiota. Cell. Mol. Life Sci. (2012) 69:3635–3650
A participação da microflora no sistema imune inclui:
- Ativação: qualquer pertubação no estabelecimento da microflora refletirá no equilibrio da microbiota e consequente ativação do sistema imune;
- Modulacão: Ex. Bifidobacteria – estimula resposta imune protetora;
- Regulação: supressão da resposta imune por meio de tolerância oral, com redução das respostas humoral e celular.
Sistema imune do
intestino delgado
Duerkop BA et al. Immune Responses to the Microbiota at the Intestinal Mucosal Surface. Immunity31,Sept18,2009 Nishio J. Immunoregulation by the gut microbiota. Cell. Mol. Life Sci. (2012) 69:3635–3650
A interação entre a microbiota intestinal e o
hospedeiro envolve uma relação que pode ser:
Simbiótica: Ambos os organismos se
beneficiam mutuamente;
Patológica: Um organismo se beneficia à custa
do prejuízo do outro;
Comensal: Um dos organismos é beneficiado,
sem prejudicar o outro.
Sistema imune do
intestino delgado
Essa relação de simbiose é dependente de limitação da penetração de bactérias nos tecidos;
Desafio:
Linha tênue entre mutualismo e patogenicidade; A composição da flora intestinal é dinâmica e
pode variar com localização geográfica, estado nutricional e status imunológico;
Duerkop BA et al. Immune Responses to the Microbiota at the Intestinal Mucosal Surface. Immunity31,Sept18,2009
Sistema imune do
GALT
Existe uma interação dinâmica entre a
microflora intestinal, o epitélio intestinal e o sistema imune do mucosa intestinal, resultando num equilíbrio para o hospedeiro;
O sistema imune da mucosa constitui uma
barreira imunológica intestinal;
Formada pelas imunoglobulinas e pelo tecido
linfoide associado ao intestino - GALT (gut-associated lymphoid tissue).
Steinhoff U. Who controls the crowd? New findings and old questions about the intestinal microflora. Immunol Lett 2005; 99 (1):12-6.
GALT
GALT inclui: Tecido linfoide difuso: apêndice cecal e
folículos linfoides solitários;
Tecido linfoide organizado: placas de Peyer e
células M.
Steinhoff U. Who controls the crowd? New findings and old questions about the intestinal microflora. Immunol Lett 2005; 99 (1):12-6.
O sistema imune intestinal pode ser dividido
em sistema imune inato e adaptativo;
Exercem papel importante para o equilíbrio
entre a microbiota intestinal e o hospedeiro;
São responsáveis pela defesa contra as
microrganismos patogênico: reações iniciais - imunidade inata - e pelas respostas tardias - imunidade adquirida;
Imunidade inata
Imunidade inata envolve:
Barreiras químicas e físicas: epitélio, acidez
gástrica, camada de muco, microbiota intestinal;
Células fagocitárias: granulócitos,
macrófagos, células NK;
Sistema complemento e citocinas.
Imunidade
adaptativa
Imunidade adaptativa: envolve linfócitos –
proporcionam proteção durardoura após exposição ao antígeno;
Pode ser:
Humoral: mediada por linfócitos B e
anticorpos produzidos por eles;
Celular: mediada por linfócitos T e citocinas.
Imunidade inata – epitélio
intestinal
Representa a interface entre o hospedeiro e a
microbiota comensal;
Atua como barreira física, separando agentes
altamente imunogênicos do lúmen intestinal de outros imunoreativos da submucosa;
Expressa múltiplos receptores para detectar
presença de bactéria patogências e
comensais;
Produz moléculas antimicrobianas como alfa
e beta defensinas, lecitinas, dentre outras.
Epitélio intestinal
Fatores que contribuem para manter baixa
carga de bactérias:
Peristaltismo: previne a estase de nutrientes
e bactérias
Muco: mecanismo de barreira
Secreção de substâncias antibacterianas pelo
epitélio
Santaolalla R. Innate immunity in small intestine. Curr Opin Gastroenterol. 2012 March;28(2):24–129 Duerkop BA et al. Immune Responses to the Microbiota at the Intestinal Mucosal Surface. Immunity31,Sept18,2009
Enzimas digestivas
Incluem enzimas gástricas, pancreáticas e da
borda em escova;
Papel de destaque – proteólise eficaz diminui
a possibilidade de absorção de proteínas capazes de desencadear reações alérgicas.
Santaolalla R. Innate immunity in small intestine. Curr Opin Gastroenterol. 2012 March;28(2):24–129 Duerkop BA et al. Immune Responses to the Microbiota at the Intestinal Mucosal Surface. Immunity31,Sept18,2009
Epitélio intestinal
O epitélio intestinal é composto por 4
linhagens de células:
Enterócitos: absorção
Células caliciformes: produção de muco
Células enteroendócrinas
Células de Paneth: produção de peptídeos
antimicrobianos
Enterócitos
Tem importante papel no processamento final
de nutrientes e na sua absorção;
Possuem junções celulares especializadas
(complexo juncional), que influencia na permeabilidade da barreira intestinal;
Participação em mecanismos imunológicos:
sintetizam citocinas e quimiocinas, atuam na transdução de sinais inflamatórios, podem agir como células apresentadores de antígenos.
Santaolalla R. Innate immunity in small intestine. Curr Opin Gastroenterol. 2012 March;28(2):24–129 Duerkop BA et al. Immune Responses to the Microbiota at the Intestinal Mucosal Surface. Immunity31,Sept18,2009 Ramiro E et al. The bowel: a key component of the immune system. Rev Esp Enferm Dig 2008; 100 (1):29-34
Células M
Célula epitelial membranosa;
Especializadas na captura de antígenos para
os tecidos linfóides da mucosa intestinal.
Células caliciformes
Especializadas na secreção de muco que
recobre a superfície das vilosidades;
Dificulta a penetração de agentes
patogênicos;
Proteje as células epiteliais das enzimas
digestivas e lubrifica a superfície.
Santaolalla R. Innate immunity in small intestine. Curr Opin Gastroenterol. 2012 March;28(2):24–129 Duerkop BA et al. Immune Responses to the Microbiota at the Intestinal Mucosal Surface. Immunity31,Sept18,2009 Ramiro E et al. The bowel: a key component of the immune system. Rev Esp Enferm Dig 2008; 100 (1):29-34
Células de Paneth
Células de Paneth estão presentes na base das
criptas do intestino delgado, em maior concentração no íleo terminal;
Responsáveis pela maior produção de
proteínas antimicrobianas do intestino delgado: lisozimas, a-defensinas, fosfolipase A2 e lecitina;
Já foi demonstrado que estas células tem um
mecanismo autônomo para detecção de batérias com potencial invasivo, além de fungos, protozoários e vírus.
Santaolalla R. Innate immunity in small intestine. Curr Opin Gastroenterol. 2012 March;28(2):24–129 Duerkop BA et al. Immune Responses to the Microbiota at the Intestinal Mucosal Surface. Immunity31,Sept18,2009 Ramiro E et al. The bowel: a key component of the immune system. Rev Esp Enferm Dig 2008; 100 (1):29-34
Macrófagos
Responséveis pela rápida eliminação de
microrganismos que penetram na barreira mucosa;
Atuam na fagocitose e destruição destes
patógenos que penetram na lâmina própria.
Resposta humoral
A resposta humoral do intestino é
caracterizada pela produção de IgA no epitélio e sua secreção no lúmen intestinal;
É a imunoglobulina mais abundante da
mucosa (80-90%);
Sintetizada na lâmina própria em resposta à
ativação dos linfócitos T das placas de Peyer;
Resposta humoral
Estruturalmente, existem 2 isoformas de IgA, a
monomérica e a polimérica;
A IgA polimérica secretada é resistente à
proteólise intraluminal e tem importante papel no desenvolvimento da tolerância;
No lúmen intestinal, a IgA pode formar
imunocomplexos com os antígenos alimentares ou com patógenos, neutralizando-os e evitando sua penetração;
Além disso, inibe a proliferação viral dentro do
enterócito e neutraliza enterotoxinas;
Resposta humoral
A IgA pode também atuar a nível
intraepitelial e subepitelial, captando os antígenos que atravessam a barreira intestinal.
A criança apresentará o mesmo número de
células produtoras de IgA do adulto quando atingitr 1-2 anos – período que a microbiota se torna semelhante ao adulto.
Imunidade celular
A imunidade celular é mediada pelos linfócitos T
e seus subprodutos;
Os linfócitos T CD4+ são classificados em 2
subtipos e são relacionados da sequinte forma com a inflamação da mucosa intestinal:
Tipo Th1, caracteriza-se por inflamação
transmural e granulomatosa – Doença de Crohn;
Tipo Th2 é caracterizada por inflamações
superficiais com exsudato celular inflamatório agudo e edema na mucosa – colite ulcerativa.
Brand S. Crohn's disease: Th1, Th17 or both? The change of a paradigm: new immunological and genetic insights implicate Th17 cells in the pathogenesis of Crohn's disease. Gut 2009
Imunidade celular
Para não responder aos antígenos da dieta e à
microbiota, o sistema imune do intestino exerce uma ação de supressão, que envolve tanto a tolerância oral, quanto equilíbrio entre resposta Th1/Th2 – importantes para evitar resposta imune inapropriada;
Um dos mecanismos para promover equilíbrio entre
tolerância e imunidade envolve a presença das células T reguladoras (Treg), que podem suprimir ativamente respostas antígeno-específicas;
Treg são importantes no controle da resposta imune a
antígenos do próprio indivíduo, evitando a autoimunidade e para manter a tolerância;
Brand S. Crohn's disease: Th1, Th17 or both? The change of a paradigm: new immunological and genetic insights implicate Th17 cells in the pathogenesis of Crohn's disease. Gut 2009
Imunidade celular
Tolerância oral: capacidade de se reconhecer
e ignorar determinado antígeno por meio de sua exposição prévia por via oral;
Assim, as células Treg são importantes no
controle da resposta imune a antígenos do próprio indivíduo no sentido de evitar a autoimunidade e manter a tolerância.
Brand S. Crohn's disease: Th1, Th17 or both? The change of a paradigm: new immunological and genetic insights implicate Th17 cells in the pathogenesis of Crohn's disease. Gut 2009
Linfócitos
intraepiteliais
A resposta celular envolve os linfócitos
intraepiteliais (LIE) que atuam na
manutenção da integridade do epitélio intestinal;
Localizam-se nos espaços intraepiteliais do
intestino, onde são expostos a uma variedade de antígenos microbianos e alimentares;
Um subtipo de LIE, os linfócitos gama-delta,
parece desempenhar importante papel na tolerância oral.
Ismail AS et al. Gamma-delta intraepithelial lymphocytes are essential mediators of host-microbial homeostasis at the intestinal mucosal surface. Proceedings of the National Academy of Sciences. 2011; 108:8743–8748
LIE gama-delta também contribuem com a
imunidade adaptativa, restaurando a homeostase da mucosa após dano ao epitélio:
Reparo do epilélio através da secreção de
fatores de crescimento epitelial;
Expressam fatores próinflamatórios e
antimicrobianos em resposta a sinais da microbiota;
Consequentemente, atuam na limitação na
penetração bacteriana na mucosa lesionada.
Linfócitos
intraepiteliais
Ismail A. Reciprocal Interactions between Commensal Bacteria and gama-delta Intraepithelial Lymphocytes during Mucosal Injury. The Journ of Immunology, 2009, 182: 3047–3054
O intestino constitui a maior interface entre o ser
humano e o meio ambiente, e uma barreira intestinal intacta é, portanto, essencial na manutenção da saúde e prevenção de doenças;
A barreira intestinal possui vários componentes
imunológicos e não imunológicos, sendo barreira epitelial é um dos componentes não-imunológicas mais importantes;
Hiperpermeabilidade desta barreira pode contribuir
para a patogénese de várias doenças gastrointestinais incluindo a doença inflamatória do intestino, doença celíaca e alergia alimentar.
Alergia alimentar
Algumas situações podem alterar os mecanismos
protetores da barreira intestinal e colocar em risco a tolerância oral e aumentar a susceptibilidade para o desenvolvimento de alergias alimentares:
Aumento da permeabilidade da barreira intestinal e
baixa atividade enzimática, observada em recém-nascidos, lactentes e desnutridos;
Diminuição da secreção ácida, por uso de
medicamentos, por alterar microbiota e reduzir proteólise;
Inflamações intestinais – lesões vilositárias com
aumento da permeabilidade intestinal.
Teoria da higiene
Exposição a microrganismos no início da vida
é importante para o desenvolvimento de um sistema imune equilibrado;
A interação dinâmica entre a microbiota
intestinal e os fatores externos do ambiente exerce influência no hospedeiro, no sentido
deste apresentar um sistema imune
balanceado, em especial o sistema imune da mucosa intestinal.
Doença inflamatória intestinal
No passado, muitos modelos experimentais
responsabilizavam diversos agentes
infecciosos como causa e como fatores de exacerbação das doenças inflamatórias intestinais (DII);
Estudos observacionais e não investigados
laboratorialmente;
Atualmente, vem sendo investigado a perda da
tolerância imune aos comensais bacterianos entéricos;
Hipótese fortemente justificada pela observação
da peculiar flora entérica do paciente com DII, caracterizada por:
Aumento do número de bactérias agressivas,
como Bacterioides, E. coli invasora e Enterococcus
Diminuição da bactérias protetoras como
Lactobacillus e bifidobactérias.
Doença inflamatória intestinal
Evidencias crescentes indicam que uma desregulação do sistema
imune, geneticamente determinada, contra flora bacteriana residente possa estar envolvido na patogênse destas doenças;
Em biópsia de pacientes com DII, foi observado que celulas T
CD4+ representam a vasta maioria de celulas mononucleares infiltrando o intestino;
Evidencias indicam que estas células CD4+ tem papel
fundamental na patogênese do dano tissular na DII, especialmente na DC;
O mecanismo que acarreta essa ativação descotrolada de celulas
T ainda não está completamene elucidado;
Acredita-se que moléculas contra-reguladores (TGF beta1, IL-10),
envolvidos em manter a tolerância contra flora residente, tem atividade defeituosa.
Monteleone I et al. Immunoregulation in the gut: success and failures in human disease. Gut 2002.
Outro fator importante, a susceptibildade genética do
hospedeiro, ganhou destaque após a descoberta da associação da doença de Crohn com mutações do gene NOD2;
Pacientes com defeitos no NOD2 tem redução na expressão
de alfa-defensinas antimicrobianas nas células de Paneth, com consequente alteração no reconhecimento bacteriano e controle da inflamação;
Estas observações sugerem que o produto do gene NOD2
confere susceptibilidade à doença de Crohn, documentando assim um modelo molecular para o mecanismo patogénico da doença de Crohn, que pode agora ser adicionalmente investigado.
Hugot JP.Association of NOD2 leucine-rich repeat variants with susceptibility to Crohn's disease Nature. 2001
Doença de Crohn
Tradicionalmente, a doença de Crohn tem sido associada a um perfil
de citocinas Th1, enquanto que as citocinas Th2 são moduladores da colite ulcerativa;
Este conceito tem sido desafiada pela descrição de células T
reguladoras (Treg) e por células Th17 pró-inflamatórias, uma nova população de células T caracterizada pela produção de citocinas pró-inflamatórias e quimiocinas;
Vários estudos demonstraram um papel importante das células Th17
na inflamação intestinal, particularmente na doença de Crohn;
Estudos de associação do genoma indicam que existem genes
envolvidos na diferenciação Th17 que estão associados com a susceptibilidade à doença de Crohn e em parte também a colite ulcerativa;
Tomadas em conjunto, as células Th1 e Th17 são mediadores
importantes da inflamação em doenças de Crohn.
Brand S. Crohn's disease: Th1, Th17 or both? The change of a paradigm: new immunological and genetic insights implicate Th17 cells in the pathogenesis of Crohn's disease. Gut 2009
Há pouco consenso sobre o possível papel de
proteção da barreira intestinal para a prevenção ou tratamento das doenças gastrointestinais;
No entanto, várias medidas de protecção têm
sido utilizados para melhorar a função de
barreira intestinal, como uso de
antioxidantes, fator de crescimento, nutrição enteral e uso de probióticos.
Probióticos
São microrganismos vivos que, quando
administrados em quantidade adequada, conferem um efeito benéfico para a saúde do hospedeiro;
O uso dos probióticos tem sido decrito como
intervenção preventiva e terpêutica para doenças
gastrointestinais, como diarréia aguda ou
associada ao uso de antibióticos, cólon irritável, doença inflamatória intestinal, constipação;
Tem ação semelhante à microbiota normal,
atuando na barreira física e funcional do trato gastrointestinal.
Pena FJ. Probiotics and mucosal barrier in children. Curr Opin Clin Nutr Metab Care 2008 Quigley EMM. Prebiotics and probiotics modifying and mining the microbiota. Pharmacol Res 2010.
Probióicos
Os mecanismos envolvidos no efeito protetor dos
probiótiocos incluem:
Aumento na produção de anticorpos, principalmente da
IgA
Aumento da atividade fagocítica e modulação da
produção de citocinas;
Associam-se ao aumento na quantidade de IFN-gama,
expansão de linfócitos B e células NK;
Competição por sítios de adesão ou por fonte nutritiva;
Aderem-se ao muco sem degrada-lo e inibem a adesão de
bactérias patogênicas.
Pena FJ. Probiotics and mucosal barrier in children. Curr Opin Clin Nutr Metab Care 2008 Quigley EMM. Prebiotics and probiotics modifying and mining the microbiota. Pharmacol Res 2010.
Probióticos
Os probióticos diferem entre si; As condições clínicas nas quais sua eficácia
tem sido relatadas são várias, sugerindo que não exista apenas um único mecanismo de ação para todos os tipos de probióticos.
Pena FJ. Probiotics and mucosal barrier in children. Curr Opin Clin Nutr Metab Care 2008 Quigley EMM. Prebiotics and probiotics modifying and mining the microbiota. Pharmacol Res 2010.