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ENCARCERAMENTO DE MULHERES E A REPRODUÇÃO DAS RELAÇÕES SOCIAIS DOS SEXOS: UMA CRÍTICA AO SISTEMA PENAL A PARTIR DA CRIMINOLOGIA FEMINISTA

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ENCARCERAMENTO DE MULHERES E A REPRODUÇÃO DAS

RELAÇÕES SOCIAIS DOS SEXOS: UMA CRÍTICA AO SISTEMA

PENAL A PARTIR DA CRIMINOLOGIA FEMINISTA

Laura Guedes de Souza

1

Michelle Karen Batista dos Santos

2

Soraia da Rosa Mendes

3

RESUMO: O presente artigo objetiva realizar uma análise crítica do sistema penal mediante a abordagem do Sistema de Justiça Criminal e do Sistema Carcerário Feminino, sendo essa análise feita a partir da perspectiva da Criminologia Feminista. O intuito é apresentar pontos específicos onde o sistema penal reproduz as relações sociais dos sexos, legitimando o patriarcado, o androcentrismo, e mantendo o controle formal sobre os corpos das mulheres.

PALAVRAS-CHAVE: Sistema Penal. Sistema de Justiça Criminal. Sistema Carcerário Feminino. Criminologia Feminista. Relações Sociais dos Sexos.

ABSTRACT: The purpose of this article conduct a review of the criminal justice system by addressing the Criminal Justice System and the Female Prison System , and this analysis from the perspective of Feminist Criminology . The aim is to present specific points where the penal system reproduces the social relations of the sexes , legitimizing patriarchy, androcentrism , and keeping the formal control over women's bodies .

1

Pós-graduanda em Direito Penal pelo Complexo Educacional Damásio de Jesus. Integrante do Grupo de Pesquisa Política Criminal e Direitos Fundamentais (CNPq-UCB).

2

Graduanda em Direito pela Universidade Católica de Brasília. Integrante do Grupo de Pesquisa Política Criminal e Direitos Fundamentais (CNPq-UCB).

3

Doutora em Direito pela Universidade de Brasília - UnB. Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professora do PPG Mestrado em Direito do Instituto Brasiliense de Direito Público - IDP, Professora de Direito Penal e Processual Penal na Universidade Católica de Brasília - UCB. Pesquisadora líder dos Grupos de Pesquisa Sistema Penal e Garantias Fundamentais (CNPq-IDP) e Política Criminal e Direitos Fundamentais (CNPq-UCB).

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KEYWORDS: Criminal System. Criminal Justice System . Female Prison System . Feminist Criminology . Social Relations of the Sexes .

INTRODUÇÃO

Os movimentos feministas surgiram a partir da tomada de consciência de opressões específicas das quais as mulheres eram vítimas, enraizando-se em decorrencia das contradições fundamentais da sociedade, nascidas tanto do desenvolvimento do capitalismo, como da persistência até hoje da dominação masculina (TRAT, 2009 apud CISNE, 2014, p. 130). Desde sua gênese tais movimentos vêm buscando, incansavelmente, atingir construções teóricas que denunciem e combatam a subordinação histórica e a desigualdade que marcam a vida das mulheres, sendo que tal condição perpassa e se reproduz em todos os espaços, e em cada fase da construção do ser “mulher” em uma sociedade extremamente patriarcal e machista.

Essa intervenção dos movimentos tem por objetivo a reversão da condição de vulnerabilidade e discriminação em que todas as mulheres estão inseridas.

As opressões sofridas pelas mulheres estão presentes em toda a sociedade, podendo ser dentro de seu lar, no seu local de trabalho ou até mesmo dentro dos sistemas de justiça. Contudo, nossa intenção com o presente artigo será o de analisar a reprodução das relações sociais dos sexos dentro de um dos sistemas de justiça: o sistema penal. Tendo como foco o encarceramento de mulheres a partir da perspectiva da criminologia feminista.

Buscaremos compreender de que modo o sistema penal é um potencial legitimador e reprodutor do patriarcado (ANDRADE, 2005), sendo, desde sua origem, um instrumento de controle sexista, capitalista, classista e racista.

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É importante esclarecer que usaremos a categoria relações sociais dos

sexos, pois designa relações mais amplas e estruturais, de forma que está

diretamente ligada aos conflitos e tensões entre os grupos sociais com interesses antagônicos (CISNE, 2014).

Relevante pontuarmos que trabalharemos com a criminologia feminista, haja vista que esta surgiu com a perspectiva de compreender a realidade compartilhada por mulheres, ao contrário das teorias criminológicas tradicionais, que ao buscarem quais as causas do crime, sempre colocaram o homem como sujeito central de análise, silenciando e colocando as mulheres em segundo plano, sendo elas vítimas ou autoras de crimes.

Entendemos a importância da criminologia feminista, e por isto nos basearemos nela, tendo em vista que os estudos criminológicos descolados da perspectiva feminista não garantem a emancipação das mulheres e não altera o sistema.

Ao analisar o Sistema Carcerário Feminino e o Sistema de Justiça criminal, esperamos contribuir com a reflexão e mostrar como estes sistemas têm se apresentado como reprodutores das relações sociais dos sexos, sendo instrumentos de caráter sexista, influenciando totalmente no tratamento destinado às mulheres encarceradas.

SISTEMA DE JUSTIÇA CRIMINAL: ANDROCÊNTRICO E PATRIARCAL

A sociedade capitalista, com intuito de manter sua dominação, vem se beneficiando do patriarcado, um sistema social de dominação masculina, onde a ordem do discurso é do pai, do falo e do divino conjugado no masculino (SWAIN, 2011), sendo um estruturante da exploração e divisão sexual do trabalho. De forma que a sociedade explora diferencialmente as mulheres, cabendo a elas o trabalho doméstico, do cuidado e da educação, enquanto aos homens ficam reservados os espaços públicos, a vida política, o trabalho remunerado e o poder.

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A divisão binária das relações sociais dos sexos fica mais clara diante das representações patriarcais que regem o social e ainda limitam as mulheres às funções dos seus corpos – procriação e satisfação dos desejos masculinos (SWAIN, 2011).

Quando o sistema patriarcal estabeleceu um processo de diferenciação dos sexos, passou a produzir uma hierarquia entre o binômio homem/mulher, caracterizando o sexo masculino como superior em relação ao sexo feminino. E com isso construiu um poderoso discurso de dominação masculina na sociedade, servindo como importante alicerce à ordem androcêntrica do mundo.

Nesse sentido, a visão androcêntrica construiu tantas diferenças entre o masculino e o feminino, que estes acabaram adquirindo significações conforme suas próprias construções sociais dentro de uma sociedade extremamente machista, destacando diversidades e ocultando várias semelhanças (BOURDIEU, 2010).

Todo o controle e dominação geraram uma exclusão simbólica/social das mulheres, enquanto sujeitos políticos, de ação, de razão, de entendimento. Em grande parte dos países, elas são excluídas da educação, da produção, do saber, dos postos de decisão e de governo, tornando-se materialmente secundárias. E mesmo nos países onde as mulheres têm seus direitos de cidadania assegurados, não deixam de estarem sujeitas à violência doméstica, sexual e ao controle de seus corpos (SWAIN, 2011).

Há que se falar que o próprio Direito também possui um papel relevante na legitimação do controle dos corpos femininos, sendo por meio dele reguladas as diferentes esferas da vida humana e reproduzida as relações sociais dos sexos.

Aqui apresentaremos como embasamento para nossas argumentações, o Sistema de Justiça Criminal, o qual, a partir da década de 1980, mediante o desenvolvimento da criminologia feminista, recebeu uma interpretação macrossociológica no marco das categorias patriarcado e gênero (ANDRADE, 2005).

Andrade (2005, p. 76/77) nos apresenta três dimensões do Sistema de Justiça Criminal:

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1) Dimensão normativa e institucional: a Lei e as instituições formais de controle; 2) Dimensão integrativa do controle social informal: processo articulado e

dinâmico de criminalização que engloba o conjunto dos mecanismos de controle social informal – família, escola, mídia;

3) Dimensão ideológica-simbólica: a soma do saber oficial (Ciências Criminais), dos operadores do sistema e do público (senso comum punitivo);

O Sistema de Justiça Criminal possui funções declaradas e promessas legitimadoras de sua existência, quais sejam precipuamente: a proteção aos bens jurídicos e o combate à criminalidade (ANDRADE, 2005). Contudo, suas promessas oficiais apresentam um histórico de déficit de cumprimento. De maneira que esse sistema tem servido apenas como meio de controle já enraizado nas estruturas sociais, de forma que segue reproduzindo ações que nutrem discriminações, desigualdades, preconceitos, seletividades e sacralizam hierarquias (ANDRADE, 2005).

Conforme Andrade (2005, p. 81):

A seletividade é, portanto, a função real e a lógica estrutural de funcionamento do SJC, comum às sociedades capitalistas patriarcais. E nada simboliza melhor a seletividade do que a clientela da prisão ao nos revelar que a construção (instrumental e simbólica) da criminalidade – a criminalização – incide seletiva e estigmatizantemente sobre a pobreza e a exclusão social, majoritariamente masculina, e apenas residualmente (embora de forma crescente) feminina.

Lombroso, considerado o pai da criminologia científica tradicional, ainda no final do século XIX e início do século XX, tentava demonstrar em suas pesquisas que os comportamentos criminosos estavam intimamente ligados aos atributos físicos e psicológicos do indivíduo. Assim, ao identificar o a mulher delinquente, ele concluiu que os baixos índices de criminalidade feminina eram decorrentes da maternidade, e que a criminalidade feminina nata estava associada à prostituição (LOMBROSO, 1896 apud BUENO, 2011, p. 26).

Posteriormente, após uma mudança pragmática fundamental, a Criminologia Crítica deixou de investigar as causas ontológicas para a prática do crime, e iniciou um questionamento acerca do desenvolvimento dos processos sociais que levam determinados indivíduos a serem tratados como criminosos.

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Houve um grande avanço no campo do saber Criminológico, no momento em que passou a ser abordado as perspectivas feministas nos estudos da criminologia. Assim, ampliou-se o objeto de estudo, introduzindo no campo criminológico as categorias de patriarcalismo (conjuntamente com o capitalismo) e as relações sociais dos sexos, demonstrando que as opressões sofridas pelas mulheres eram anteriores ao Sistema de Justiça Criminal, sendo produtos da estrutura patriarcal da sociedade (LARRAURI, 1994).

No entanto, devemos voltar ao ponto em que Lombroso diz que os baixos índices de criminalidade feminina estavam ligados ao que a sociedade construiu sobre a maternidade e a prostituição, o que nos remete ao “papel” da mulher – reprodutora e objeto de satisfação sexual dos homens.

A verdade é que as mulheres passam por um processo de controle que se inicia no seio familiar, e o Sistema de Justiça Criminal surge para manter esse controle e tornar a mulher vítima da violência institucional, no sentido de que o SJC reproduz a violência das relações sociais capitalistas (ANDRADE, 2005) e a violência decorrente das relações sociais dos sexos.

Pode-se dizer, então, que apenas as mulheres que subvertem o sistema do controle, rompendo com seus papéis socialmente impostos, serão submetidas ao Sistema de Justiça Criminal.

Ao determinar o SJC como androcêntrico, apresentamos um sistema marcado por uma maioria dominante: os homens. E esse sistema é um forte instrumento masculino de controle do sexo masculino, sendo em segundo lugar um mecanismo de controle feminino, reforçando o patriarcalismo ao criminalizar a mulher em situações específicas (ANDRADE, 2005).

Sobre a criminalização de mulheres em situações específicas, vejamos o que diz Andrade (2005, p. 89):

a) Criminalizando (primariamente) condutas femininas (a mulher como autor de crimes) contra a pessoa (aborto, infanticídio, abandono de recém-nascido), crimes contra a família-casamento (bigamia, adultério), crimes contra a família-filiação (parto suposto, abandono de incapazes).

b) Criminalizando (secundariamente) as mulheres quando exercitam papéis socialmente masculinos; ou seja, quando se comportam como homens, são violentas, usam armas.

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c) Criminalizando (secundariamente) as mulheres quando praticam infrações em contextos de vida diferentes dos impostos aos papéis femininos (não vivem em família ou as abandonam.). Aqui não apenas violam os tipos penais, mas a construção dos papéis de gênero como tal e o próprio “desvio socialmente esperado”. Seja como for, crimes próprios de mulheres ainda encontram acolhimento privilegiado no SJC: quando criminaliza, exculpa-as, de modo que a criminalização é simbólica, para reforçar os papéis de gênero, porque lugar de esposa e mãe é em casa. (BARATTA, p. 50-1).

Por outro lado, à medida que as mulheres passam a exercer papéis masculinos na esfera publica, tornam-se mais vulneráveis ao controle penal e é precisamente isto que está a acontecer no mundo inteiro, elevando-se as taxas de criminalização feminina, pelas mesmas condutas que os homens são criminalizados, a saber, crimes patrimoniais e, nuclearmente, tráfico de drogas.

Temos que o Sistema de Justiça Criminal cria e reforça as distinções de gênero, ao determinar condutas que, se praticadas, poderão ser punidas de forma diversa caso o indivíduo seja homem ou mulher, contribuindo, desta forma, para a construção social das diferenças entre os sexos e para a seletividade negativa (BARATTA, 1999).

Devemos nos atentar para o fato de que essas questões se colocam em uma posição de desafio, no sentido de que o Sistema de Justiça Criminal estará condenado a enfrentar profundas transformações nas relações sociais dos sexos, a partir do momento em que as mulheres se organizam para lutarem por sua liberdade e por seus direitos, garantindo igualdade e transformando a estrutura da sociedade, ou seja, negando o patriarcado e descontruindo o androcentrismo.

São transformações que não legitimam as opressões históricas sofridas pelas mulheres, não aceitando desigualdades inferiorizadoras, nem igualdades descaracterizadoras (ANDRADE, 2005).

INIQUIDADES DO SISTEMA CARCERÁRIO BRASILEIRO

O sistema penitenciário faz parte da engenharia institucional do sistema penal, tendo sido fragilizado pela seletividade e violência do Sistema de Justiça

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Criminal. Nesse contexto é que se estabelece a crise de legitimidade e a falência de um modelo de encarceramento em massa (ANDRADE, 1996).

O atual cenário do sistema prisional reproduz violências – simbólica, institucional, sexual – reveladoras de peculiaridades que devem ser levadas em consideração para a compreensão da real situação das mulheres encarceradas e a política punitivista que vem sendo adotada no Brasil. Percebe-se um processo de criminalização de mulheres influenciado por um imaginário social generizado (CARNEIRO, 2014), desconsiderando o crime como fator social e, especificamente no caso das mulheres, as prisões como mais uma forma de reprodução das relações sociais do sexo.

Com base em uma concepção orgânica tradicional (BOBBIO, 1909), cria-se um ambiente de insegurança pública generalizada, e assim, a demanda por respostas emergenciais do sistema penal. Por isso, justifica-se a proteção da sociedade como um todo, em contrapartida da violação de diretos básicos de alguns indivíduos já estigmatizados socialmente.

O encarceramento em massa é consequência de um fenômeno contemporâneo ocidental conhecido como vontade de punir, o qual demanda novas políticas punitivistas, caminhando na contramão da democracia (CARVALHO, 2010), neste contexto que se desenvolve o populismo punitivo.

Sendo assim, verifica-se o estabelecimento de um estado de exceção constante, em nome da manutenção da segurança pública e privada, criando o direito penal do terror. Carvalho (2006, p. 257) refere-se à tese de Jakobs do direito penal do inimigo, justificando a despersonificação de indivíduos considerados, abstratamente, como inimigos, logo:

Nestas circunstâncias de rompimento com as expectativas, na inexistência de um mínimo de garantia cognitiva de condutas pessoais estabilizadoras da vigência das normas, seria lícito realizar processo de despersonalização do criminoso, no qual a perda da personalidade política (cidadania) deflagraria exclusão dos direitos a ela inerentes.

Verifica-se que o panorama geral do sistema penitenciário tem se mostrado crítico. Em junho de 2014, o Departamento de Monitoramento e Fiscalização do

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Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas – DMF4 elaborou um novo diagnóstico de pessoas presas no Brasil, onde se verifica que a população no sistema prisional é de 567.655 presos, e 715.592 pessoas se considerado aquelas que cumprem pena em prisão domiciliar, com um déficit de 210.436 vagas. Esses números colocam o Brasil em 4° e 3º lugar no ranking dos 10 países com maior população prisional. Além disso, existem 373.991 mandados de prisão em aberto no BNMP5

No que tange ao encarceramento feminino, há um déficit de informações. Isso se deve, principalmente, às reproduções de invisibilidade da mulher no contexto social. Duplamente discriminada pelo sexo e pelo estigma de criminosa, as mulheres que cumprem penas privativas de liberdade sofrem diversas formas de violência.

, se somado com o total de pessoas presas (incluindo prisão domiciliar, que corresponde a 148.000 pessoas) totalizaria 1.085.454 pessoas. Esta realidade denota que no Brasil prende-se muito, porém prende-se mal.

Além disso, em um sistema prisional essencialmente masculino, as demandas básicas femininas são diminuídas a meros caprichos. No Rio Grande do Sul, em 2008, não constava na lista dos pertences pessoais permitidos a entrar nos presídios através de familiares calcinhas ou soutiens, apenas cuecas. E ainda, não constavam absorventes e outros itens pessoais voltados às necessidades femininas (CERNEKA, 2009).

Pesquisas apontam peculiaridades relacionadas às mulheres encarceradas, como: dificuldade de acesso à justiça; preocupação intensa acerca do uso de drogas lícitas (remédios controlados, principalmente) e ilícitas dentro dos presídios; incidência de transtornos mentais e a dificuldade em enfrentar a realidade dura da “tranca” (CERNEKA, 2009).

O Brasil acompanha a tendência mundial do encarceramento em massa. De acordo com dados, a população prisional feminina era de 9.863 em 2003. Em 2007, esse número passou para 25.830, ou seja, um incremento de 161,89%. Segundo

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Novo diagnóstico de pessoas presas no Brasil, CNJ, 2014. Disponível em <http://www.cnj.jus.br/images/imprensa/pessoas_presas_no_brasil_final.pdf> Acesso em 09 ago. 2015.

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informações do INFOPEN (2014), apenas 7% dos estabelecimentos prisionais, no Brasil, são destinados para mulheres. Em contrapartida, 75% são para homens, e 17% mistos. Hoje, no Brasil, há mais de 28.000 mulheres encarceradas, e por falta de dados e pesquisas não se sabe quantas mais se encontram em situação de livramento condicional, penas alternativas, e sursis.

A incapacidade preventiva do sistema penal (ANDRADE, 2005), onde as funções ressocializadoras da pena são descumpridas, leva a uma falência das prisões, que por sua vez, não ressocializam. A despeito dos reais objetivos da pena, “o cárcere ao invés de um método ressocializador é um fator criminógeno e de reincidência.” (ANDRADE, 2005, p. 94)

Fazendo um recorte das questões que envolvem a divisão sexual nas penitenciárias, merece destaque a carência estrutural dos espaços físicos para lidar com as especificidades das mulheres presas. Em um espaço criado por homens e para homens, sobrepõe-se ao feminino uma orientação androcêntrica nas práticas e nas dinâmicas carcerárias (COLARES; CHIES, 2010). Como bem preconiza Vera Regina (2005, p. 3):

São os homens que lotam as prisões, ao lado da incômoda presença de algumas mulheres, que nos Códigos sempre têm a seu favor a exculpante de um estado especial (puerperal, menstrual, hormonal, emocional) e à sua espera os manicômios, antes que as prisões.

Surge, então, a indagação se o aumento significativo do número de mulheres presas e o suposto crescimento da criminalidade no país seriam responsáveis pela deficiência no sistema carcerário e a falta de tratamento que atenda as demandas femininas. Entretanto, como bem leciona Larrauri (2007, p. 14):

O aumento de pessoas que estão na prisão não reproduz o aumento da delinquência, mas multiplicidade de outros fatores, como decisões legislativas, sensibilidade judicial e capacidade e limites do próprio sistema para processar os diversos atos delitivos.

A mulher sempre esteve em posição subordinada, além da experiência da segregação na qual o corpo feminino aparece como objeto de maiores interdições. [COLARES; CHIES, 2010]. Entendemos como cerne do problema a política criminal seletiva e violadora de direitos e garantias fundamentais atualmente em vigor.

Considerando que as mulheres constituem atualmente, cerca de 5,5% da população carcerária mundial (ICPS, 2013), e 6,4% da população carcerária no

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Brasil (Depen, 2013) [10], cabe a análise, em uma perspectiva da criminologia feminista, acerca do perfil e todos os fatores que perpassam a condição de mulher.

As condições socioeconômicas na América Latina são as principais razões para que uma mulher “escolha” uma atividade passível de punição (CHERNICHARO, 2014). Entretanto, não são apenas estes fatores que influenciam diretamente a seletividade penal. Os dados da população carcerária feminina apontam para mulheres jovens (com média de idade 30 anos), solteiras, não brancas, com baixa escolaridade e com histórico de ruptura de vínculos familiares. Sendo, ainda, o tráfico de drogas o crime de maior incidência. (Carvalho et al., 2006; Cerneka, 2009; Shamai & Kochal, 2008).

Como escreve Mário Luiz Ramidoff (2005, p. 16):

É preciso pensar um mundo diferenciado a partir da feminilidade, vale dizer, não só modificar a maneira de pensar ou viver, mas principalmente, encontrar fórmulas para a superação do controle sócio-patriarcal, quando, não a onipotência legal-masculina, através do respeito e do reconhecimento de outros valores que passam a também reger as novas relações jurídicas, políticas e sociais.

Fator determinante para a preservação da dignidade da mulher encarcerada é a saúde mental e física. As gestantes e lactantes não possuem o devido acompanhamento médico, e a ruptura dos laços afetivos com os filhos intensificam as dificuldades de reinserção da mulher na sociedade.

Compreender as mulheres que estão inseridas no sistema penitenciário além da condição de “não homem” (CERNEKA, 2009) é garantir condições mínimas de dignidade para combater as diversas opressões sofridas em um contexto de vulnerabilidade. O sistema de justiça criminal à medida que ratifica a reprodução das relações sociais do sexo intensifica os estereótipos femininos de um grupo seletivo de mulheres.

SISTEMA DE JUSTIÇA CRIMINAL E ENCARCERAMENTO FEMININO

Historicamente, as formas de sociedade foram se estabelecendo sob uma lógica patriarcal. Houve uma época em que as mulheres eram valorizadas como

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seres divinos, principalmente devido ao mistério da fertilidade. Entretanto, com a passagem da sociedade de coleta para a era agrária, o homem torna-se sujeito central, principalmente com o surgimento de novas demandas, como a escassez de recursos, guerras, advento das cidades, e o domínio da função reprodutora masculina. Sendo assim, a primitiva “inveja do útero” confere lugar à moderna “inveja do pênis” sentida pelas mulheres no atual modelo de sociedade em que os portadores dos valores e da sua transmissão são os homens. (MURARO, 2009)

Em uma sociedade machista pautada por uma lógica patriarcal, verifica-se que todos os segmentos que a constituem caracterizam-se pelo androcentrismo. O processo de invisibilização da mulher atinge os aparatos institucionais e torna-se mecanismo de controle social. Nesse sentido, o Estado torna-se essencial para a preservação dos direitos humanos de homens e mulheres, respeitando toda subjetividade de sujeitos livres e iguais.

A garantia dos Direitos Humanos assume, então, um significado às avessas: não se trata de realizá-los ou solucionar os conflitos a eles relativos, mas de impedir a sua violação ali onde intervenha a violência punitiva institucionalizada: a dualidade regulação/emancipação se traduz na exigência de um controle penal com segurança jurídica individual. (ANDRADE, 2005, p. 5)

No que tange ao sistema penal, Andrade (2006) considera ser este a “totalidade das instituições que operacionalizam o controle penal (parlamento, polícia, ministério público, justiça, prisão) a totalidade das Leis, teorias e categorias cognitivas”. Ademais, é a partir desse sistema que se constrói e reproduz uma cultura punitiva. A mesma autora explicita a construção desse moderno sistema, o qual (ANDRADE, 1996):

(...) se apresenta à sociedade como um exercício racionalmente programado do poder punitivo prometendo ser exercido nos estritos limites da Legalidade, da culpabilidade, humanidade e, especialmente, da igualdade jurídica; ou seja, dos princípios do Estado de Direito e do Direito Penal e Processual Penal Liberais construídos desde o Iluminismo para a garantia dos acusados.

A prisão, como parte integrante e significativa de um sistema de justiça penal falho, reproduz todas as violências sofridas pelas mulheres, devido exclusivamente ao seu sexo, e ainda, cria novas formas de opressão e invisibilidade. O sistema carcerário enfrenta a superlotação, problemas nas estruturas, nos agentes estatais que lidam com as detentas, falta de cuidado com as mães e seus filhos dentro dos

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presídios, e inúmeros outros fatores determinantes para a completa ineficácia das prisões.

A falsa sensação de insegurança generalizada faz com que o Estado ratifique o processo de higienização social, eliminando dos espaços públicos mulheres com um perfil claramente definido. Nesse contexto, o Brasil conta com 54% das mulheres encarceradas que se identificam como negras ou pardas, 67% não completaram o ensino médio, 60% respondem por tráfico de drogas, e a média etária é de 18 a 24 anos (QUEIROZ, 2015).

A mulher possui participação menor nos índices da criminalidade, por isso, sua importância no sistema carcerário é levada a um papel secundarizado. Teoricamente, existe um discurso de proteção da humanidade como um todo, entretanto a realidade é que no campo das relações sociais verifica-se que a mulher sofre as diversas formas de discriminação.

Na contramão do pensamento que aponta os fatores biológicos como determinantes para a menor criminalidade feminina, Fausto (2001) defende a tese de que “a redução da desigualdade entre os sexos, no âmbito da sociedade ocidental, implica a maior presença da mulher não apenas na área do trabalho fora de casa, mas em diferentes campos, entre os quais se inclui a criminalidade”. Além disso, como já citado anteriormente, comportamentos subversivos das mulheres, ou seja, aqueles que fogem da lógica patriarcal são desvalorizados e desestimulados desde a infância.

Em geral, quando se trata da participação da mulher como autora em crimes, percebe-se que ser sempre vinculada a um homem, ou quando se envolve em crimes passionais (Frinhani; Souza, 2005). Além disso, há um processo de demonização, dentro mesmo do sistema carcerário, daquelas mulheres que cometem crimes contra crianças/filhos. Isso porque, é inaceitável que elas fujam da sua condição “natural” de mãe e protetora da prole.

O processo de naturalização de comportamentos baseados em uma cultura machista gera mais opressões na vida das mulheres. O sistema penal é apenas mais um reprodutor dessas violências, muitas vezes já institucionalizadas. Assim

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como as prisões femininas refletem o despreparo estatal em lidar com as demandas mínimas de dignidade para as mulheres.

CONCLUSÃO

Academicamente, tanto a Ciência Jurídica como as Ciências Sociais, têm direcionado suas abordagens acerca do sistema carcerário com enfoque essencialmente objetivo, onde são analisadas as deficiências estruturais e institucionais que circundam esse sistema, além da especial importância conferida às legislações.

O eixo analítico central atende as especificidades da macrociminalidade (BITENCOURT, 2012), entretanto, desconsidera a perspectiva dos atores sociais envolvidos. Como já abordado anteriormente, este artigo tem como objetivo uma análise do sistema de justiça criminal como reprodutor das relações sociais do sexo sob uma perspectiva da criminologia feminista com ênfase no sistema penitenciário. Portanto, colocamos a mulher como atriz principal no processo de sujeição das violências do sistema de justiça penal.

Retomando a crítica principal deste trabalho, é preciso ter em mente que as demandas femininas dentro do sistema carcerário são peculiares e remetem a um descaso com a condição de mulher. Além das violências que todas as mulheres sofrem na sociedade, percebe-se que um grupo seleto é ainda mais invisibilizado.

Diante de toda a realidade apresentada, verifica-se a falência de um sistema carcerário deficitário e um sistema penal em crise de legitimidade. Destarte, a cultura machista enraizada na sociedade reforça suas opressões contra a mulher envolvida em atos ilícitos, mais do que isso, retira-se a humanidade daquelas que contrariam a ordem superior de permanecer nos ambientes privados e zelar pelo cuidado familiar.

Essa ideia sedutora de um sistema penal o qual garante que o paraíso passa pela sua mediação (ANDRADE, 1996) custou toda uma engenharia jurídica e institucional de alto custo, principalmente para as mulheres, que se viram mais uma vez violadas em suas garantias básicas.

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Por fim, consideramos inadmissível um sistema de justiça criminal que fortalece os valores androcêntricos da sociedade, ignorando as demandas das mulheres que se envolvem em crimes. O histórico machista da cultura mundial enraizou preconceitos e discriminações que são refletidas diariamente na realidade de todas as mulheres, intensificando-se quando o contexto analisado é o sistema carcerário. Os fins ressocializadores e preventivos da pena não estão sendo alcançados e as violências dentro das prisões continuam a reproduzir as relações sociais dos sexos.

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REFERÊNCIAS

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