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Complexo musical

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2016

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Trabalho Final de Graduação I do curso de Arquitetura

e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa

Catarina. Proposta de um espaço para qualificar a

cena musical tubaronense.

Vitor Fernandes Machado

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

Arquitetura e Urbanismo

Trabalho Final de Graduação I de Vitor Fernandes Machado

Prof. Arq. Vladimir Fernando Stello

Orientador

Prof. Arq. Raphael Py e Pires

Banca 01

Prof. Arq. Rodrigo Nascimento

Banca 02

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ALUNO

Vitor Fernandes Machado

MATRÍCULA

79383

ENDEREÇO

Rua José Bressan, 39, Monte Castelo, Tubarão – SC

TELFONE

(48) 9149-0320

E-MAIL

vitor_fm13@hotmail.com

ORIENTADOR

Vladimir Fernando Stello

E-MAIL

Vladimir.stello@unisul.br

Prática em grupo/

fonte: gettyimages.com

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Introdução

1.

1.1 Resumo...06 1.2 Problemática...06 1.3 Justificativa...06 1.4 Metodologia...06 1.5 Objetivos...07 1.6 Cronograma...07

2. Referenciais Teóricos

2.1 Acústica...09 2.2 Benefícios da Música...13 2.3 Música em Tubarão...17

3. Referenciais Projetuais

3.1 Orquestra Sinfônica Polonesa...21

3.2 Escola de Música Tohogakuen...25

3.3 Complexo Cultura Luz...29

3.4 Conclusão...32

4. Análise da Área

4.1 Dimensão Funcional...34 4.2 Infraestrutura...37 4.3 Tipologia Arquitetônica...38 4.4 Morfologia Urbana...39 4.5 Dimensão Bioclimática...41

5. Proposta

5.1 Conceito...45 5.2 Diretrizes Projetuais...46 5.3 Programa e Pré-Dimensionamento...46 5.4 Fluxograma e Organograma...50 5.5 Evolução da Proposta...52 5.6 Plantas baixas...53 5.7 Volumetria e Materialidade...56 5.8 Sistema Construtivo...57

6. Considerações Finais

...58

7. Referências Bibliográficas..

...59

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Introdução

1.1 Resumo

1.2 Problemática

1.3 Justificativa

1.4 Metodologia

1.5 Objetivos

1.6 Cronograma

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1.1 RESUMO

A música é uma das mais fortes manifestações da cultura de um povo, conta sua história e expõe seus sentimentos. Por isso, assim como outras artes, a música deve ter seu espaço na cidade.

Pensando na concepção de um espaço adequado para a música, o trabalho final de graduação tem como tema um complexo musical na cidade de Tubarão, Santa Catarina.

O município tem grande presença musical em sua história, contudo, a cena musical tubaronense, bem como a da região, está decaindo cada vez mais pela falta de

estrutura para aprendizagem bem como para

apresentações.

A relação entre o homem e a música é benéfica à sociedade em diversos aspectos, principalmente de:

cultura, convívio, saúde e educação. Âmbitos

indispensáveis para a população ter apropriada qualidade de vida, mas que tem estado esquecidos no Brasil, de maneira geral.

O local escolhido para a proposta se situa numa área em expansão da cidade à margem direita do Rio Tubarão. O entorno possui diversas características que possibilitam a criação de um equipamento institucional e cultural.

Um equipamento para tal propósito possibilitará à cidade explorar os benefícios que a música oferece, preenchendo a vazia lacuna de cultura e lazer que a região apresenta.

Palavras Chave: Projeto Arquitetônico; Música; Educação.

1.2 PROBLEMÁTICA

A falta de um espaço adequado para o ensino e apresentações de música na cidade de Tubarão está fazendo com que a cena musical enfraqueça cada vez mais.

1.3 JUSTIFICATIVA

A criação de um complexo musical irá trazer à cidade um novo equipamento de cultura e lazer. Onde os músicos profissionais, aprendizes e leigos poderão interagir em um espaço que vai além de uma instituição de ensino da música e se torna um ponto de encontro dos moradores e visitantes da cidade.

Existe uma grande demanda de alunos aprendendo música

no município de Tubarão, mas, em sua maioria,

impossibilitados de evoluir e se profissionalizar pela carência de uma estrutura adequada. Um exemplo é o curso de música à distância disponibilizado pela UNIMES que tem muitos alunos aqui na região, mas se limita ao ensino teórico por se tratar de um curso virtual.

A educação musical traz inúmeros benefícios à saúde e aumenta a capacidade de aprendizagem geral do indivíduo, além disso, ajuda a superar o stress, causador de diversos problemas de saúde.

Resumo - Problemática – Justificativa - Metodologia

1.4 METODOLOGIA

O trabalho será realizado seguindo a seguinte

metodologia:

1. Estudo do tema: serão coletadas informações

relacionadas ao tema proposto em diversas fontes de informação como sites, livros, revistas, moradores locais, pessoas do ramo da música.

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Objetivos - Cronograma

1.5 OBJETIVOS

O trabalho final de graduação I tem por objetivo realizar todo o embasamento teórico e propor um partido arquitetônico para, no trabalho final de graduação II, realizar um anteprojeto arquitetônico de um complexo musical na cidade de Tubarão – SC.

➢ Buscar dados históricos sobre o cenário musical da cidade;

➢ Levantar dados sobre a cena musical tubaronense na atualidade;

➢ Realizar diagnóstico do local proposto para o projeto com dados sobre o entorno, as leis e as limitações do terreno;

➢ Estudar referências que possibilitem melhor

compreensão do tema;

2. Referências de projeto: consiste na análise de projetos arquitetônicos ressaltando suas qualidades e

defeitos nos quesitos de zoneamento, acessos,

circulações, volumetria, materiais, relação ao entorno e etc.

3. Diagnóstico do local: esta etapa servirá para compreender a área do projeto historicamente e fisicamente. Coletando dados suficientes para a realização do anteprojeto como: legislação, topografia, entorno, clima, acessos e etc. Representando-os através de mapas, fotografias e textos.

4. Partido Geral: utilizar todo embasamento teórico obtido nas etapas anteriores para desenvolver um conceito e iniciar os estudos de implantação, layout e volumetria para a proposta usando croquis e textos.

5. Anteprojeto: desenvolvido no TFG II, representará toda a proposta do Complexo Musical com desenhos técnicos, perspectivas e detalhes.

1.6 CRONOGRAMA

➢ Elaborar um programa de necessidades com

pré-dimensionamento do complexo musical;

➢ Criar partido arquitetônico com volumetria e

implantação direcionado a trazer qualidade no ensino da música bem como qualidade no espaço urbano do local;

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Referenciais Teóricos

2.1 Acústica

2.2 Benefícios da Música

2.3 Música em Tubarão

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Acústica

2.1 ACÚSTICA

A boa qualidade sonora das salas de ensino de música é indispensável para que o desenvolvimento musical dos alunos seja adequado. Para que essa necessidade seja atendida, os temas a seguir serão

compreendidos de maneira a poder aplicar os

conhecimentos adquiridos no partido arquitetônico da proposta.

As formas de um ambiente, assim como os materiais aplicados em sua construção, influenciam, além de outros aspectos, na qualidade acústica do local. É indispensável compreender as características que envolvem o som para se executar um projeto arquitetônico relacionado a música.

Segundo o Prof. Dr. João Candido Fernandes, as propriedades físicas do som são: frequência, intensidade e timbre.

A frequência é o número de oscilações por segundo do movimento vibratório do som. Ela é medida em Hertz (Hz) segundo o Sistema Internacional (CANDIDO, 2002).

Esse termo é definido na música como as notas musicais (Dó, Ré, Mi...), pois, cada uma delas tem uma frequência diferente. Conforme a figura 01, a audição humana é capaz de perceber sons que estão entre 20 Hz e 20 kHz, e essa faixa de frequências pode ser dividida em graves, médios e agudos (CANDIDO, 2002).

Figura 01. Frequências audíveis por humanos/ fonte: adaptado de feb.unesp.br

Infra-sons Ultra-sons

A distância que um som pode chegar tem relação direta com a frequência, já que o comprimento de onda muda conforme ela. Os sons graves (de baixa frequência) tem maior alcance em metros do que os agudos (de alta frequência), pois os graves tem as ondas sonoras mais compridas.

A intensidade do som é a quantidade de energia contida no movimento vibratório (CANDIDO, 2002). Ela é medida pela quantidade de energia que incide em 1 cm², portanto sua unidade no S.I. é watt / cm².

Contudo, se mensurada em watt, a energia do som é muito baixa e se torna ruim para representação em cálculos e comercialização de produtos que envolvem a intensidade sonora. Para isso foi criada a relação do decibel (dB), que geralmente é confundida com unidade, mas se trata de uma relação matemática que envolve a intensidade sonora (CANDIDO, 2002).

O timbre é a última das três características do som, ele faz com que seja possível reconhecer a fonte do som. Por exemplo, a mesma nota musical tocada em dois instrumentos diferentes tem a mesma frequência e pode ter a mesma intensidade, mas terá timbre diferente (CANDIDO, 2002).

Tecnicamente, o timbre é a forma da onda sonora, ela pode ter a mesma oscilação por segundo (frequência) mas ter formato diferente (timbre) (CANDIDO, 2002).

Incidente Refletido Transmitido Absorvido Material Figura 02. Comportamento do som / fonte: adaptado de feb.unesp.br

A propagação do som acontece, a partir da fonte sonora, de forma esférica, em todas as direções.

Por se tratar de uma onda mecânica, o som se propaga pela matéria e não se propaga no vácuo, por isso a matéria pelo qual ele se propaga influencia em suas características.

Quando o som atinge uma superfície, três coisas acontecem com ele: é refletido, absorvido ou transmitido, conforme o diagrama (Figura 02).

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Acústica

Os três comportamentos apresentados pelo som ao

atingir uma superfície são dimensionados por meio de três coeficientes: absorção, reflexão e atenuação (transmissão).

Esses números variam para cada material de construção e sua compreensão é muito importante na hora de escolher quais materiais serão aplicados nos ambientes da proposta (Figura 03).

Absorção (C.A): a= energia absorvida / energia incidente

Como é possível perceber na figura 03, quanto maior o coeficiente, maior percentual de energia (som) o material absorve. Além disso, os materiais apresentam comportamento diferente nas diferentes frequências.

O coeficiente de reflexão é proporcional ao de absorção, contudo a reflexão está mais ligada a forma da superfície dos materiais (figura 04), bem como a forma do ambiente (figura 05). Candido (2002) explica que a reflexão sonora tem comportamento semelhante aos raios de luz, mas está ligada a características diferentes dos materiais.

Reflexão (C.R): a= energia refletida / energia incidente

Figura 03. Coeficientes de absorção / fonte: adaptado de feb.unesp.br

Material Espessura [cm] Frequência [Hz] 125 250 500 1k 2k 4k Lã de rocha 10 0,42 0,66 0,73 0,74 0,76 0,79 Lã de vidro solta 10 0,29 0,55 0,64 0,75 0,80 0,85 Feltro 1,2 0.02 0,55 0,64 0,75 0,80 0,85 Piso de tábuas de madeira sobre vigas 0,15 0,11 0,10 0,07 0,06 0,07 Placas de cortiça sobre concreto 0,5 0,02 0,02 0,03 0,03 0,04 0,04

Carpete tipo forração 0,5 0,10 0,25 0,4 Tapete de lã 1,5 0,20 0,25 0,35 0,40 0,50 0,75 Concreto aparente 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02 0,03 Parede de alvenaria, não pintada 0,02 0,02 0,03 0,04 0,05 0,07 Vidro 0,18 0,06 0,04 0,03 0,03 0,02 Cortina de algodão com muitas dobras 0,07 0,31 0,49 0,81 0,61 0,54

Figura 04. Reflexões em diferentes superfícies / fonte: slideshare.net

Figura 05. Reflexões em diferentes ambientes/ fonte: slideshare.net

Uma consequência da reflexão é o eco, que é definido por um som que chega ao ouvido 1/15 de segundo depois do som direto. A velocidade média do som é de 345 m/s, nessa condição o objeto que causa o eco deve estar a 23 m ou mais do ouvido (CUNHA, 2012).

O último dos três fenômenos do som que atinge uma superfície é a transmissão, que é a quantidade de som que ultrapassa o material. Também chamado de atenuação, esse comportamento está ligado mais ao material e menos a forma.

Transmissão (C.T): a= energia transmitida/ energia incidente

O dimensionamento da transmissão aparece como nível de atenuação ao observar as características técnicas dos materiais de construção. A figura 06, abaixo, mostra alguns materiais com seus respectivos níveis de atenuação, representados em decibels (CANDIDO, 2002).

Material Espessura (cm) Atenuação (dB)

Vidro 0,4 a 0,5 28 Vidro 0,7 a 0,8 31 Chapa de Ferro 0,2 30 Concreto 5 31 Concreto 10 44 Gesso 5 42 Gesso 10 45 Tijolo 6 45 Tijolo 12 49 Tijolo 25 54 Tijolo 38 57

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Acústica

Esse é um item muito importante para salas onde se

executa música, é, talvez, a mais expressiva característica acústica que um ambiente pode ter. Segundo a ABNT (1992) é o “tempo necessário para que um som deixe de ser ouvido até a extinção da fonte sonora. É expresso em segundos.” (ABNT, 1992, p. 2).

Não existe um tempo de reverberação ideal, mas diversas necessidades acústicas que levam as salas a serem mais adequadas para um tipo ou outro de som. A figura 07 mostra os tempos de reverberação obtidos em relação ao volume físico da sala, e onde se encaixa cada necessidade.

Figura 07. Tempos de reverberação ótimos/ fonte: ABNT

Segundo José Augusto Nepomuceno (2009), as salas onde o tempo de reverberação é alto são chamadas ‘vivas’ ou reverberantes e onde esse tempo é baixo, são chamadas ‘mortas’ ou ‘secas’.

As salas ‘secas’ são assim chamadas pois os sons emitidos percorrem uma distância curta e não atingem toda a sala. Nesse tipo de sala é necessária a utilização de amplificação eletrônica para que se obtenha uma acústica boa. Contudo criará outro problema que é a qualidade do equipamento de amplificação e a capacidade do técnico de som regular esse equipamento. A vantagem é que essas salas aceitam todo tipo de necessidade acústica, só dependerá do equipamento de amplificação (NEPOMUCENO, 2009).

Já nas salas ‘vivas’, a forma e materiais do ambiente irão fazer a amplificação natural do som, e a sala se manterá sempre com as mesmas características. Esse tipo de sala acaba sendo menos eclética (NEPOMUCENO, 2009).

Contudo, Nepomuceno (2009) conseguiu resolver esse problema no seu projeto da Sala São Paulo aplicando mobilidade ao forro. Isso faz com que o tempo de reverberação tenha uma variação considerável.

O tempo de reverberação pode ser calculado através da equação de Sabine (ABNT,1992):

t = 0,191 V S1a1+S2a2... Onde: t: tempo de reverberação V: volume em m³ S: área da superfície m²

a:coeficiente de absorção da superfície

Para usos de apresentação falada como teatros, auditórios e outros, as salas devem ter inteligibilidade, característica acústica dada a ambientes onde o tempo de reverberação permite aos espectadores compreender a fala do orador com clareza. Para isso o tempo de reverberação deve ser baixo, contudo se for pequeno demais não será possível ouvir a fala.

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Acústica

Esses dois termos são geralmente confundidos entre

si, as diferenças entre eles implicam em diferentes decisões projetuais e em resultados distintos.

Um bom tratamento acústico permite aos usuários do interior dos ambientes ter qualidade sonora, seja qual for a necessidade acústica.

Processo pelo qual se procura dar a um recinto,[...], condições que permitam boa audição às pessoas nele presentes (ABNT, 1992, p. 1).

Já o isolamento acústico serve para evitar a entrada e/ou saída de ruídos ou sons de um ambiente (ABNT,1992).

✓ Carboni (2012) afirma que para evitar reflexões

sonoras indesejadas é importante evitar paredes paralelas.

Nepomuceno (2009) usa esse termo para se referir a sua intervenção na Sala São Paulo. Ele a projetou para que consiga controlar o tempo de reverberação. Para tanto, utilizou os forros móveis, eles permitem variar o volume (m³) da sala e portanto aumentar ou diminuir o tempo de reverberação.

A possibilidade de se ajustar uma sala de música traz a ela melhor aproveitamento. Em uma escola de música isso fará com que em uma mesma sala se ensine mais de um instrumento, ou ainda práticas vocais. E para uma cidade como Tubarão, onde não há uma sala de consertos de qualidade, uma sala ajustável serviria a demanda da cidade.

✓ As salas para ensino teórico, devem ter

inteligibilidade.

✓ Seguir os tempos de reverberação recomendados pela ABNT.

✓ Evitar formas côncavas, pois elas tendem a concentrar o som em um único local, seu centro (CARBONI 2012).

✓ Carboni (2012) faz um resumo sobre as proporções de

salas para prática musical:

O guia Building Bulletin 93 (2003) aconselha para uma sala destinada à prática musical uma proporção entre largura, comprimento e altura de 1:1,25: 1,6. Blazak (2008) conclui que, para pequenas salas retangulares, seria de 1:1,2:1,4. E Brown e Ryan (2007) aconselham uma proporção de 1,8:1,3:1,0. Entretanto nenhum dos autores explica a fundamentação para tais proporções (CARBONI, 2012, P.54).

✓ Evitar o uso de carpetes no chão, para que os músicos possam ter retorno de seu instrumento (NEPOMUCENO, 2009).

✓ Superfícies difusoras no teto e paredes ajudam a distribuir o som das vozes e instrumentos pela sala e são usualmente a melhor solução para evitar ecos flutuantes, conforme a figura 08. (NEPOMUCENO, 2009).

✓ Evitar intensidade sonora excessiva, principalmente em salas pequenas, com uso de painéis que absorvam parte do som (Figura 08) (CARBONI, 2012).

Figura 08. Características dos materiais de revestimento de uma sala de ensaio musical/ fonte: CARBONI, 2012.

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Benefícios da Música

2.2 BENEFÍCIOS DA MÚSICA

A música é uma linguagem, uma forma de expressão que remonta às origens da humanidade. É como um idioma dos sentimentos e sensações, capaz de traduzir artisticamente, ou mesmo sem palavras, o conteúdo impresso em cada alma humana. Ela nos traz alegria e tristeza, sensação de vitória, recordações e saudades.

Ruud (1990, p.96) trata da importância de se “considerar a música como uma instituição cultural, isto é, apto a fazer a leitura dos contextos culturais que originam interconexões entre música e identidade (...)”.

Sendo assim, não é mero acaso que a música está presente em filmes, anúncios publicitários, telejornais, desenhos animados, programas eletrônicos, novelas, festividades, dentre outros.

Langer (1989) descreveu a trajetória do pensamento filosófico que norteava concepções a respeito da função da música na vida do ser humano.

Conforme a autora, a concepção de música como um

estímulo capaz de produzir respostas emocionais

remonta aos filósofos gregos. Mesmo as sociedades tribais são citadas como usuárias dos toques de tambores e outros instrumentos percussivos como forma de suscitar sentimentos pré-determinados nos membros de suas clãs. Assim é que, no contexto filosófico, a autora faz menção a alguns nomes importantes. Langer (1989) afirma que Kant defendia o lugar da arte como atividade cultural e a música se inseria como uma contribuição para o progresso intelectual. Para os darwinistas, a música seria produto de instintos, contrastando com a noção de música como uma manifestação secundária do sistema nervoso, defendida por William James. Os psicólogos Helmholtz e Wundt que consideravam a música como uma sensação prazerosa causada pelos arranjos tonais que a constituíam.

Os pensadores Rousseau, Kierkegaard e Croce, por sua vez, defendiam a ideia da música como catarse emocional e sua essência seria a auto expressão, crença compartilhada pelos músicos Beethoven, Schumann e Liszt.

Já num contexto mais contemporâneo tem-se Vygotsky (1999) que considera que a verdadeira natureza da arte estaria contida no conflito entre emoções opostas, na contradição que se estabelece entre a forma e o conteúdo da obra que acarretariam na transformação dos sentimentos. A música, forma de arte construída por conteúdos retirados da vida, transcenderia seu próprio conteúdo em formas de expressão que pudessem ampliar os sentimentos individualizados para um sentido social e histórico. A propósito disso, “na arte supera-se certo aspecto do nosso psiquismo que não encontra vazão no cotidiano” (Vygotsky 1999, p. 308).

Andreo (2013) citou as funções sociais da música. Segundo a autora essas funções são de :1) expressão emocional; 2) prazer estético; 3) divertimento; 4) comunicação; 5) representação simbólica; 6) reação física; 7)impor conformidades a normas sociais; 8) validação das instituições sociais e dos rituais religiosos; 9) contribuição para a continuidade e estabilidade da cultura; 10) contribuição para a integração da sociedade (Andreo, 2013, pág. 5 apud HUMMES, 2004).

Andreo (2013) afirma que as funções elencadas chamam a atenção e importam aqui ser mencionadas. Na função de expressão emocional, a música serve como meio de expressar ideias e emoções não reveladas no discurso comum. “Na função de prazer estético os sons que constituem o universo musical de cada comunidade têm influências ambientais e é resultante do gosto e do prazer estético dos seus participantes” (SILVA JÚNIOR, 2008, p.32). A função de divertimento da música é a sua capacidade de alegrar e divertir a sociedade. A função de comunicação expressa o fato de que a música comunica algo, mesmo que não exista um significado geral. Na função de representação simbólica, a música funciona como símbolo de ideias e comportamentos. A de reação física pode ser relacionada aos efeitos fisiológicos que a música provoca nas pessoas.

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Na função de impor conformidade a normas sociais, ressaltam-se as letras das músicas que chamam a atenção para comportamentos convenientes ou não.

Na função da validação das instituições sociais e dos rituais religiosos, a música é utilizada para preservação da ordem e do sistema religioso. A função de contribuição para a continuidade e estabilidade da cultura é expressa através da preservação da história, mitos e lendas e do uso da música na educação. Na função de contribuição para a integração da sociedade, a música é usada para agregar a sociedade e reduzir conflitos (SILVA JÚNIOR, 2008, pág. 31,32).

Andreo (2013) ressalta que é bem possível que essa lista de funções sociais da música possa requerer condensação ou expansão, mas, em geral, ela resume o papel da música na cultura humana. A música é

claramente indispensável para uma promulgação

apropriada das atividades que constituem uma sociedade; é um comportamento humano universal.

A música pode ser considerado como um eficiente

instrumento mediador no processo de ensino e

aprendizagem. Gardner (1994) descreve a inteligência musical como um dos tipos de inteligência, juntamente com as inteligências lógico matemática; linguística; cinestésico-corporal; espacial; interpessoal e naturalista. Segundo Sekeff (2007, p. 169):

A habilidade adquirida na escuta e no fazer musical amplia a capacidade de cognição do educando, alimenta mudanças no seu potencial perceptivo, além do que o exercício da música e o canto em conjunto possibilitam acessar aquela parte do cérebro que funciona criativa e intuitivamente, favorecendo novas formas de sentir, pensar, de expressar.

Existem inúmeras definições para a música, mas, de um modo geral, ela é considerada ciência e arte, à medida

Benefícios da Música

que as relações entre os elementos musicais são relações matemáticas e físicas.

O dicionário Houaiss conceitua a música como “[...] combinação harmoniosa e expressiva de sons e como a arte de se exprimir por meio de sons, seguindo regras variáveis conforme a época, a civilização, etc” (Houaiss, 2009. dic. Eletrônico).

Desta forma, é interessante unir esses dois pontos de ciência e arte com criatividade, empenho, conhecimento, recursos, didática, boas metodologias e práticas voltadas para os saberes e para o desenvolvimento da aprendizagem do aluno. Neste sentido, a música se torna um elemento essencial no processo de ensino e aprendizagem.

Nessa mesma linha de pensamento, “FARIA (2001), sustenta a ideia de que a música é um importante fator na aprendizagem, pois a criança desde pequena já́ ouve música, a qual muitas vezes é cantada pela mãe ao dormir, conhecida como ‘cantiga de ninar” (CARACOL, 2011, pág. 1).

Por outro lado, ONGARU et al. (2014 apud ESTEVÃO, 2002, p. 34) estabelece uma relação entre a música e a dança. Observa o autor que “a música e a dança permitem a expressão pelo gesto e pelo movimento, que traz satisfação e alegria. A criança aprende e se desenvolve através dela”.

Ainda conforme Faria (2001),

a expressão musical desempenha importante papel na vida recreativa de toda criança, ao mesmo tempo em que desenvolve sua criatividade, promove a autodisciplina e desperta a consciência rítmica e estética. A música também cria um terreno favorável para a imaginação quando desperta as faculdades criadoras de cada um. A educação pela música proporciona uma educação profunda e total (CARACOL, 2011, pág. 1).

FARIA (2001, p. 24) deixa claro o relacionamento entre vida e escola por meio da música. Nesse ponto ele destaca:

A música como sempre esteve presente na vida dos seres humanos, ela também sempre está́ presente na escola para dar vida ao ambiente escolar e favorecer a socialização dos alunos, além de despertar neles o senso de criação e recreação.

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Nesse propósito cabe aos professores criar situações de aprendizagem nas quais as crianças possam estar em relação com um número variado de produções musicais, não apenas as vinculadas ao seu ambiente sonoro, mas, se possível, também as de origens diversas, como as de outras famílias, de outras comunidades, de outras culturas de diferentes qualidades. Por exemplo: folclore, a música popular, a música erudita e outros gêneros musicais.

Em conformidade com Ducourneau (1984) o primeiro passo para que a criança aprenda a escutar bem consiste em permitir que ela faça experiências sonoras com as qualidades do som como o timbre, a altura e a intensidade, depois disso, estará́ em posição de escuta. A criança que consegue desenvolver pouco a pouco a apreciação sensorial aprende a gostar ou não de determinados sons e passa a reproduzi-los e a criar novos, desenvolvendo sua imaginação. A boa música harmoniza o ser humano, trazendo-o de volta a padrões mais saudáveis de pensamento, de sentimento e de ação.

Importa considerar que a música não substitui o fazer educativo em seus aspectos mais amplos. Porém, ela tem como função contribuir para o desenvolvimento do ser humano em sua totalidade. Ela desenvolve a motricidade e a sensorialidade por meio do ritmo e do som; e, por meio da melodia, a afetividade.

Pelo exposto até aqui, percebe-se o quão importante se faz a música no cotidiano escolar. É certo que se bem

aplicada, com adequada metodologia de ensino,

contribuirá para o desenvolvimento dos estudantes.

A ideia de que a música contribui para a saúde e o bem-estar das pessoas já era conhecida por Aristóteles e Platão. Somente na segunda metade do século XX, porém, é que os médicos conseguiram estabelecer uma relação entre a música e a recuperação de pacientes(RUUD,1990).

Todres (2006) fez um apanhado de trabalhos científicos sobre o uso da música na medicina. Esse autor, que também era médico pediatra, observou que “a música afeta as necessidades físicas, emocionais, cognitivas e sociais de indivíduos de todas as idades” (p. 166). Ao fazer referências a alguns artigos analisados, o autor relata que a música é benéfica para pacientes com dor ; alivia a ansiedade pré-operatória nas crianças; age sobre o sistema nervoso autônomo; reduz os batimentos cardíacos, a pressão arterial e a dor pós-cirúrgica; auxilia na redução de distúrbios de humor em pacientes submetidos a tratamento com altas doses de quimioterapia seguido de transplante autólogo de células-tronco. A música na medicina também é benéfica para pacientes que sofreram infarto agudo do miocárdio; reduz a ansiedade e a dor em cirurgias cardíacas de pacientes adultos. De acordo com o autor mencionado, os efeitos da música na redução da dor são explicados pela teoria do portal do controle da dor, pois a música distrai o paciente, desvia a atenção da dor, modulando o estimulo doloroso.

Estudos de imagem do cérebro mostraram atividades nos condutos auditivos, no córtex auditivo e no sistema límbico, em resposta à música. Mostrou-se que a música é capaz de baixar níveis elevados de estresse e que certos tipos de música, tais como a música meditativa ou clássica lenta, reduzem os marcadores neuro-hormonais de estresse (TODRES, 2006, p. 167).

O referido autor comenta que, para que haja uma maior otimização dos efeitos benéficos da música na medicina, é preciso reconhecer que, se por um lado, pode ser oferecida música de maneira passiva através da audição musical, por outro, esses efeitos positivos podem ser aumentados com a participação de um musico terapeuta.

Weber (2004) por sua vez, trata das propriedades medicinais do som e da música na acupuntura. Ele afirma que a música pode ser utilizada nesta modalidade terapêutica, pois tanto o som quanto a música influenciam os pontos de acupuntura, os quais podem ser vistos como regiões de ressonância do meio interno e do meio externo. Além disso, som e música proporcionam uma base física anatômica para a

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integração do som terapeuticamente. O autor ainda comenta que a música, em uma sessão de acupuntura,

é um recurso terapêutico, simples, eficaz, barato, pratico, sem efeitos colaterais, contribuindo como fator de humanização e melhora na relação médico-paciente, bem como do médico no dia a dia do seu trabalho (WEBER, 2004, p.109).

Andrade e Jorge Pedrão (2005) buscaram identificar na literatura trabalhos que descrevam modalidades terapêuticas não tradicionais utilizadas, principalmente, por enfermeiros psiquiátricos. Dentre as modalidades citadas no estudo, destaca-se a música, cujos objetivos na sua utilização foram: reconstruir identidades, integrar pessoas, reduzir a ansiedade, proporcionar a construção de autoestima positiva e funcionar como meio de comunicação. A forma de aplicação da música era exclusivamente pela audição, tendo como intenção o

relaxamento e o resgate de lembranças de

acontecimentos passados na vida do cliente .

Ferreira et al. (2006) realizou um estudo bibliográfico com o objetivo de analisar a produção bibliográfica da enfermagem pediátrica quanto à utilização da música como recurso terapêutico no espaço hospitalar. As

autoras relataram que, devido à necessidade de

humanização do atendimento pediátrico, passou-se a utilizar a arte aplicada à medicina. Entre as várias expressões artísticas, identificou-se a música como forma particular de comunicação e como meio capaz de iniciar o processo de interação. Neste sentido, os enfermeiros realizaram intervenções musicais buscando os benefícios fisiológicos e psicológicos da música com intuito de promover a saúde e o bem estar dos pacientes.

Ainda de acordo com Ferreira et al. (2006 pág. 692), “O uso da música associada à dança, trabalhos corporais e teatro é mais restrito aos terapeutas ocupacionais, que a utilizam com a finalidade de proporcionar autoconhecimento, reflexão e reabilitação para o convívio social ”.

O que significa dizer que a música emprega-se paralelemente a outras terapias nos pacientes.

Todas essas áreas acima relacionadas utilizam a música com objetivos terapêuticos. No entanto a Musicoterapia é a única área que utiliza a música “como terapia”, ou seja, a música aparece como principal instrumento de trabalho do músico terapeuta.

E, como afirma Barcellos in Bruscia (1999, p. 274)

a musicoterapia utiliza a música e/ou os elementos que a constituem, como objeto para intermediar relações que irão possibilitar o desenvolvimento de processos terapêuticos, mobilizando aspectos bio-psico-sociais do indivíduo, tendo como objetivo diminuir seus problemas específicos e facilitar sua integração/reintegração no ambiente social normal.

Neste sentido, todas as questões trabalhadas na

Musicoterapia surgem da música e com a música. Todas as questões que aparecem no contexto da Musicoterapia vêm por meio das experiências musicais, que são, segundo Bruscia (2000): experiências de improvisação, experiências recreativas, experiências de composição e experiências receptivas.

Estas ideias aqui expostas dão conta de comprovar que a música é uma ferramenta de suma importância não só ao bem estar dos indivíduos, mas também no processo de recuperação da saúde. Isso implica empregar a música tanto na saúde preventiva quanto na curativa.

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Orfeu, na mitologia grega, era filho de Calíope, deusa da poesia, e de Apolo, deus da música. Apolo lhe deu uma LIRA com a qual ele se tornou excelente intérprete, que não tinha rival entre os mortais.

Quando Orfeu tocava e cantava, comovia todas as coisas animadas e inanimadas. Sua música encantava as árvores, e as rochas e amansava feras, até os rios mudavam de curso para segui-lo. Após sua morte, sua lira transformou-se em uma constelação (TUBARÃO, 2008, pág. 29. Apud José Warmuth).

A presença da música na vida das pessoas é algo evidente. Ela está contida na história da humanidade, exercendo as mais variadas funções. Está presente em todas as culturas, em todas as épocas. Ou seja, a música é uma linguagem universal, que ultrapassa as barreiras do tempo e do espaço.

Sendo assim, para se falar um pouco sobre a história da música em Tubarão, faz-se necessário retroceder no tempo buscando inicialmente dados históricos sobre as bandas musicais que fizeram ou ainda fazem parte da memória do município.

De acordo com relatos descritos no livro “Lira dos cem anos”, foram vários os conjuntos musicais que construíram a história da música na cidade. O mais antigo, citado na literatura, foi formado em junho de

1863 cujo nome era: Sociedade Musical Recreio

Tubaronense. Posteriormente, em 1866 surgiu a

Sociedade Musical Perseverança Tubaronense. No ano de 1889, Belmiro Antunes de Souza e Pedro Bessa fundaram a Banda Amadores da Arte. Em1893, a Sociedade Musical

Lyra Comercial teve seu momento. Depois veio a

Chorona, fundada por Belmiro Antunes de Souza. Em 1904,Os Amantes da Harmonia e, em 1905 e Banda Santa

Cecília e a Banda Minerva. A Banda Minerva encerrou suas atividades em 1931 tendo, portanto, atuado durante 26 anos. Em quinze de novembro de 1908, o mulato Cristiano Santa Helena juntamente com Antônio Medeiros e Diogo Colaço, fundaram uma orquestra de cordas, a Sete de Setembro. Em 14 de novembro de 1908, por exigência da política situacionista, que queria uma banda exclusiva para abrilhantar seus atos festivos e solenidades, fundou-se a Sociedade Musical Lira Tubaronense, que foi rotulada como “entidade de homens de cor” pois essa era composta somente por negros e mulatos, como é possível perceber na figura 09 abaixo.

2.3 MÚSICA EM TUBARÃO

Música em Tubarão

Figura 09: Banda em 1987 / fonte: liratubaronenseoficial.blogspot.com.br

Desde então, em todos os atos festivos e comemorativos, a Lira estava presente. Como, por exemplo, no dia da inauguração da energia elétrica em Tubarão. Na festa do Centenário, nas datas cívicas, principalmente sete de setembro, na chegada de personalidades, nas procissões do Senhor Morto, e nos bailes de partida, os conhecidos bailes de réveillon da atualidade. A Lira tornou-se uma entidade cultural importante na história da Cidade Azul. Suas canções embalaram épocas festivas, além de marcos registrados para sempre na história do povo. O objetivo principal da entidade continua sendo o de ser uma escola de música, cujo intuito é a renovação de músicos da própria banda (TUBARÃO, 2008).

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Durante sua existência muitos de seus integrantes se capacitaram para atuar profissionalmente e alguns deles alcançaram destaque no Brasil e no exterior.

A banda caracteriza-se por ser uma entidade sem fins

lucrativos, trabalhando sempre como entidade

filantrópica.

Atualmente, a Lira passa por grandes dificuldades para se manter, também porque em 2015 houve uma invasão a sua sede e os vândalos levaram alguns bens, entre eles instrumentos de grande importância para a preservação da instituição.

Mesmo diante de tantas dificuldades, pode-se dizer que a história da Lira em Tubarão é uma história de amor pela música. Seus integrantes, por meio de seus instrumentos de percussão e de sopro, transformaram, e ainda transformam, os diferentes ambientes nos quais tocam. Quando a Banda de Música Lira Tubaronense passa, com seus acordes musicais, ela tem a capacidade de sensibilizar a alma das pessoas, espantando a tristeza e desabrochando o que há de mais sublime em cada pessoa.

De acordo com o presente relato histórico pode-se perceber que a música desde muito tempo esteve presente no coração da população tubaronense.

A fim de coletar mais dados a cerca da cena da música nesta cidade, especialmente, nos dias atuais, buscou-se aplicar um questionário com objetivo de verificar: o número de escolas de música existente; a quantidade e a proveniência dos alunos em cada uma delas; os cursos oferecidos. Esses dados serviram de subsídios para melhor compreensão do espaço ocupado pela música atualmente na cidade. Salienta-se que tais questões são relevantes a este projeto.

Conforme análise dos questionários respondidos observa-se que há atualmente duas escolas de música na

Música em Tubarão

Cidade azul. O Instituto Pró Música e a Escola de Música Natural Arte.

O Instituto de Música tem como proprietário o Senhor Leandro Laurentino do Nascimento de 41 anos de idade. Ele fundou a referida escolar em 03/ 02/2008.

A entidade possui 80 alunos com faixa etária entre 06 a 80

anos, predominando 14 e 40 anos. Os estudantes são

provenientes da cidade de Tubarão e da Amurel.

A escola ensina Baixo, Guitarra, Cavaquinho, Teclado, Piano, Flauta Doce, Cajon. Dos cursos oferecidos os mais procurados são: o violão e o teclado.

A instituição acredita que todas as pessoas, sem distinção, têm habilidades latentes que se estimuladas de maneira correta, utilizando-se de metodologia e didática certas aprendem a tocar quaisquer instrumentos. O objetivo principal da escola é passar a arte da música para os alunos de maneira informal preparando-os para a vida com mais autoestima e estimulando-os para serem bons ouvintes musicais.

O proprietário relatou que a principal dificuldade para manter a instituição é encontrar professores que se adequem ao objetivo da escola; profissionais que se preocupem com a didática e com a metodologia de ensino propostas pela entidade.

A escola de música Natural Arte, foi fundada em 22 de outubro de 2008. Tem como secretária a senhorita Maria Eduarda Anselmo, de 21 anos de idade.

A escola possui em média 250 alunos, com faixa etária entre 4 e 65 anos. Os estudantes são provenientes dos municípios de Tubarão, Jaguaruna, Imbituba, Laguna, Gravatal e Capivari de Baixo.

Os cursos oferecidos são: Violão Popular e Clássico, Acordeom, Teclado, Piano, Bateria, Violino, Violoncelo, Guitarra, Baixo Elétrico, Gaita de Boca, Flauta doce, Técnica Vocal, Saxofone, Teoria Musical e Violão Infantil.

A escola tem como objetivo despertar talentos,

proporcionando o bem estar e a satisfação do indivíduo através da educação musical.

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A instituição considera que, encontrar professores qualificados, constitui-se em sua principal dificuldade para continuar a desenvolver um trabalho de qualidade.

Ainda que não tenha sido citado, observou-se, também, como dificuldade para o ensino da música, o espaço físico dessas escolas. Elas funcionam em edificações residenciais, próprias e/ou alugadas que são transformadas em Escolas de Música.

Além dessas escolas existem ainda, em Tubarão, professores que ensinam música de maneira informal.

Isto é, ensinam diversos instrumentos musicais,

geralmente em suas residências, não se constituindo como uma escola.

Diante desse cenário configura-se a necessidade da criação de um espaço propício ao ensino e a aprendizagem da música no município de Tubarão, haja vista que as poucas escolas existentes carecem, também, de uma estrutura física adequada.

É fato que os profissionais que estão a frente desses

trabalhos, os realizam com qualidade, estando

comprometidos em levar adiante o ensino da música. Portanto, pensar na criação de um Complexo Musical na cidade de Tubarão é abrir novas perspectivas e possibilidades para o ensino da música. É ter a possibilidade de transformar a realidade hoje existente. Esse é o objetivo que fundamenta este projeto.

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Referenciais Projetuais

3.1 Orquestra Sinfônica Polonesa / Konior Studio

3.2 Escola de Música Tohogakuen / Nikken Sekkei

3.2 Complexo Cultural Luz

3.4 Conclusão

Os projetos expostos a seguir serão analisados

destacando seus pontos fortes e fracos, esses dados

irão servir como base projetual para a proposta.

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Orquestra Sinfônica Polonesa

3.1 ORQUESTRA SINFÔNICA POLONESA

Figura 10. Mapa da Polônia/ fonte:

adaptado de www.wikipedia.org Figura 11 . Cidade de Katowice/ fonte: adaptado de Google Maps

Figura 14 . Implantação/ fonte: adaptado de www.archdaily.com.br Figura 13 . Croqui Conceitual

/ fonte: www.archdaily.com.br Figura 12 . Fachada Oeste/ fonte: www.archdaily.com.br

Arquitetos: Konior Studio Localização: Katowice, Polônia Área: 7874.0 m²

Ano do projeto: 2014

O projeto da Orquestra Sinfônica faz parte da

revitalização do centro da cidade de Katowice na Polônia (Figuras 10 e 11). É uma antiga área de mineração de 20 hectares, onde decidiram que, em meio a residências e indústrias, haverá uma ocupação direcionada a cultura.

O projeto foi campeão de um concurso internacional e não somente planejou a edificação da orquestra bem como um grande espaço público em seu entorno.

A implantação foi pensada harmonizando acessos técnicos e públicos permitindo pedestres e veículos acessarem a edificação, mas claramente privilegiando aos primeiros (Figura 14). Passarelas de pedestres Acesso de véiculos Acessos ao prédio Estacionamento Passarela Fonte Praça Estacionamento Técnico Pátio Técnico Praça Leste

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O prédio tem caráter horizontal e a volumetria se resume a uma caixa com linhas verticais alternando entre vidros e tijolos com certo ritmo sem monotonia. O trabalho de cheios e vazios traz efeitos interessantes de luz e sombra.

Ele é harmônico ao seu entorno (Figura 15) em gabarito forma e materiais, se destaca de forma silenciosa, usando o termo de Mahfuz (2001).

Em contraponto a sobriedade nas fachadas, a sala de concertos principal se destaca no interior da edificação (Figura 15) com uma parede curva saindo do subsolo e passando para fora da cobertura.

Além do efeito estético, as 80 colunas de tijolos do exterior são ocas, trazendo conforto e isolamento acústico para o interior e exterior do prédio.

É possível perceber quatro materiais principais usados na construção: tijolos cerâmicos, concreto, vidro e madeira, cada um deles aplicado em locais diferentes trazendo identidade a cada parte do projeto.

As colunas são de tijolos (Figura 16) pois se trata de um material local, comum em edificações tradicionais, apenas foi aprimorada a queima dos tijolos para ter a qualidade desejada, segundo Konior.

Essas colunas com efeito pesado aliadas ao vidro com efeito leve, formam fachadas equilibradas e controlam a permeabilidade visual e a insolação do edifício.

A sala de concertos foi construída em concreto, que permanece aparente e traz um certo peso e imponência a edificação. No interior da sala (Figura 16) , a madeira naval transmite aconchego aos músicos e aos amantes da música, pois se trata de um material com bom comportamento acústico e térmico.

Figura 16. Sala de Concertos/ Tijolos na Fachada / fonte: www.archdaily.com.br

Cobertura Fachada O anel Sala de Concertos Terreno

Figura 15.Fachada Oeste com entorno/ Encontros/ Elementos do edifício/ fonte: www.archdaily.com.br

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O Acesso principal no térreo é pela fachada oeste, onde o pedestre chega ao Anel, que é formado pelo conjunto da área de apoio e uma circulação comum a todos os ambientes do edifício. Na fachada norte não há acessos nem aberturas nesse pavimento, pois, devido ao declive do terreno, há um muro de arrimo. O acesso técnico acontece na fachada sul, onde é possível chegar a pé ou com veículo, há uma grande área de carga e descarga e a rampa de acesso ao subsolo. Essa área leva

os usuários aos bastidores do Auditório e da

Sala de concertos.

A separação de acessos técnicos e públicos é muito importante nesse tipo de projeto. Nesse caso, eles estão bem definidos e separados, sem conflitos. O acesso público é convidativo à entrada e o técnico permite aos organizadores da instituição controlar o que e quem entra e sai do prédio.

A circulação é na maior parte horizontal, facilitando a acessibilidade aos ambientes. As circulações verticais estão distribuídas pelo prédio todo, algumas não tem acesso a todos os pavimentos, permitindo maior controle do fluxo de pessoas.

Figura 17 . Planta Baixa Térreo / Corte Transversal / fonte: adaptado de www.archdaily.com.br

A intenção do arquiteto era criar espaços de encontro na própria circulação do edifício, por isso existem grandes espaços de passagem, contudo, sem nenhum mobiliário previsto em projeto, é possível que se torne apenas um local de passagem.

O projeto fica no hemisfério norte, por isso a melhor orientação solar é para o Sul. Por se tratar de uma região fria, a orientação solar do edifício foi a melhor possível. O sol incide nas três principais fachadas. Nesse pavimento a fachada norte não recebe insolação pois é fechada com muro de arrimo devido ao declive do terreno (Figura 17). Além dela, a fachada oeste também não recebe insolação por conta da sua orientação, contudo, é uma área de circulação.

A sala de concertos e o Auditório não tem entradas de ar natural, mesmo com as limitações pela acústica os ambientes deveriam ter entradas de ar e sol. Os ambientes voltados a sul tem melhor conforto, pois possuem as aberturas voltadas para a orientação solar correta.

Para melhorar o isolamento de som a Sala de concertos e o Auditório tem uma série de salas e câmaras ao seu redor, criando uma camada de ar que diminui a propagação do som.

Área Técnica Acessos Públicos Acessos Técnicos Circulações Verticais

Projeção Pavto. Sup. Sala de Concertos Auditório

Carga e Descarga

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Figura 19 . Planta Baixa Primeiro Segundo e Terceiro Pavimentos / fonte: adaptado de www.archdaily.com.br Lanchonetes Acessos Públicos Administrativo Circulações Vertc. Sala de Concertos Auditório Vestiários Hotel Salas de Aula e Ensaio

No subsolo apenas há depósitos, estacionamentos e acessos.

Nos seguintes pavimentos a planta baixa e locação dos ambientes é bastante parecida com a do térreo. Os

complementos do programa de necessidades se

distribuem juto às fachadas, seguidas, de fora para dentro, pela circulação e a sala de concertos no centro do projeto.

Diversos usos são encontrados no edifício, tais

como: lanchonetes, administração, vestiários, um

pequeno hotel, salas de ensaio, salas de aula, além da sala de concertos e o auditório.

A incidência solar melhora nos demais pavimentos já que o desnível do terreno não impede mais que o sol incida no prédio, como era no térreo.

A forma adotada para as janelas na fachada facilita a circulação de ar nos ambientes, contudo alguns deles tem que ter ventilação mecânica pois não estão na fachada.

Fora a Sala de concertos e o Auditório, os demais

ambientes dependem somente dos materiais de

acabamento para tratamento acústico, pois eles não possuem formas apropriadas para que as ondas sonoras preencham o ambiente de forma adequada.

Figura 18. Corte Longitudinal

/ fonte: adaptado de www.archdaily.com.br

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3.2 ESCOLA DE MÚSICA TOHOGAKUEN

Figura 21 . Cidade de Tóquio / fonte: adaptado de Google Maps

Figura 22 . Fachada Oeste / fonte: www.archdaily.com.br

Arquitetos: Nikken Sekkei Localização: Tóquio, Japão Área: 1943.0 m²

Ano do projeto: 2014

O projeto teve iniciativa com a própria escola de música que decidiu criar uma nova sede no mesmo terreno onde funciona atualmente. Localizado num típico subúrbio de Tóquio, o entorno conta escolas, biblioteca, comércios vicinais e muitas residências.

Foi realizado um estudo do prédio atual e a ideia foi

projetar algo totalmente diferente, uma espécie de

desconstrução do edifício, como foi representado no diagrama abaixo. A figura 23 mostra o partido do projeto através do corte e da planta baixa esquemáticos.

As diretrizes foram trazer mais dinâmica ao prédio por meio de cheios e vazios e quebrar a monotonia das salas de aula, distribuindo-as na planta baixa.

Figura 20 . Mapa do Japão

/ fonte: adaptado de www.japaoinfotur.org

Figura 23. Diagrama Conceitual/ fonte: www.archdaily.com.br

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Foyer

Sala dos Professores Informações Escritório Dispensa Sala de encontros Computadores Bicicletário Circulações Verticais Pátios Internos

O projeto é voltado somente para o ensino da música, já que não foi dedicado nenhum espaço do projeto para apresentações, como um auditório.

Figura 24 . Planta Baixa Térreo

/ fonte: adaptado de www.archdaily.com.br

Figura 25 . Planta Baixa Subsolo / fonte: adaptado de www.archdaily.com.br

Figura 26. Planta Baixa Pavimento Superior / fonte: adaptado de www.archdaily.com.br

Salas de Aula Circ. Verticais Sala de Máq.

O pavimento térreo foi destinado a ter uma grande área livre (Foyer, Figura 24) para interação entre pessoas, o que resulta, também, em uma melhor integração do prédio com o exterior. Além disso, o prédio, de esquina, tem acesso pelas duas ruas.

Não há acesso de veículos no projeto, o arquiteto incentivou o uso de bicicleta criando um bicicletário (Figura 24) ligado a rua, que mesmo sendo muito estreita possui ciclo faixa.

No térreo se encontra a área social do projeto, também é onde se encontram todas as entradas e saídas. O subsolo e o pavimento superior tem caraterísticas mais técnica e privativa, pois é onde estão as casas de máquinas e as salas de aula (Figura 25 e 26). Além disso foram dispostos bancos pelas circulações para haver interação entre os alunos.

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Aplicado em placas e mantida sua cor natural, o concreto tem grande destaque no projeto. Foi usado em toda a fachada assim como nos ambientes internos, nas paredes, forros e alguns locais no piso.

O vidro foi mais usado como divisórias internas do que nas fachadas em si. Isso porque foi uma diretriz do partido: manter a escola aberta para ela mesma, mais do que para o entorno, segundo o arquiteto.

A madeira foi usada em dois locais: no piso de alguns ambientes, trazendo um pouco de calor e de cores em meio ao concreto e nos painéis acústicos criados junto ao projeto.

Figura 27 . Fachada1/ Ambiente Interno/ fonte: www.archdaily.com.br

A dinâmica criada pelos volumes retangulares é uma característica marcante da arquitetura desta obra. Os

ambientes saltam na fachada desalinhados de forma

harmônica, formando uma série de cheios e vazios expondo a mesma intenção da planta baixa.

Os volumes sobressalentes não se repetem mas ora se alinham em altura, ora em profundidade. Isso traz unidade ao projeto, e de qualquer lado que se olhe o edifício, inclusive de cima (Figura 28), é possível reconhecer a volumetria criada pelo arquiteto.

Seja vendo a edificação de fora ou de dentro (Figura 28), a variação dos planos de volumes com suas transparências e opacidades é semelhante.

Figura 28 . Vista superior sem lajes/ Vista interna do poço de luz/ Fachada2/ fonte: www.archdaily.com.br

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Figura 29. Corte Norte-Sul / fonte: adaptado de www.archdaily.com.br

Subsolo

Luz do Sol Ventilação

Pavimento Superior

O terreno foi quase todo ocupado pela edificação, o que é comum no Japão por conta da falta de espaço. Apesar disso, o térreo tem boa parte em pilotis (Figura 24, foyer) o que ajuda na ventilação por conta dos diversos vazios (Figuras 29 e 30) usados para circulação de ar e iluminação do interior do edifício.

Apesar do uso da música em uma edificação requerer acústica aprimorada, é preciso balancear o conforto acústico, com o climático e o luminoso. Para resolver isso, o arquiteto conseguiu dispor as salas de aula e os poços de luz (Figura 30) de forma que quase todas as salas possuem iluminação e ventilação natural, apenas algumas do subsolo tem ventilação mecânica.

Figura 30. Vista interna Do subsolo / fonte: www.archdaily. com.br

O arquiteto usou uma série de especificações para aumentar a qualidade da acústica das salas de aula. Esquadrias de alta performance acústica, e material a prova de vibrações na laje foram instalados para garantir que o som não se propague entre as salas.

Nas paredes internas das salas foram colocados painéis

(Figura 31), criados pelo arquiteto, que permitem a

versatilidade das salas atendendo a diversos tipos de instrumentos e estilos musicais.

Esses painéis vão do piso ao forro e são feitos de borracha laminada com madeira de diversas larguras, variando de 15 cm a 42 cm (Figura 31). A borracha da composição das pranchas varia de dureza e elas são presas à parede por placas do mesmo tipo na horizontal com a possibilidade de girar cada painel individualmente. Por trás desses painéis, as paredes possuem um revestimento com placas de madeira.

Figura 31. Detalhamento das paredes com painéis em planta/ Interior de uma sala de aula/ fonte: www.archdaily.com.br

Parede com placas de madeira Painéis de borracha laminada com madeira

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3.3 COMPLEXO CULTURAL LUZ

Figura 33. Cidade de São Paulo / fonte: adaptado de Google Maps

Figura 34 . Vista da Praça Júlio Prestes / fonte: www.herzogdemeuron.com

Arquitetos: Herzog & De Meuron Localização: São Paulo, Brasil Área: 18.256 m²

Ano do projeto: 2009

Figura32. Mapa do Brasil / fonte: www.wikimedia.org

Figura 35. Estudo volumétrico 1 / fonte: www.arcoweb.com.br

O projeto foi desenvolvido pelo escritório suíço para a secretaria de cultura do estado de São Paulo. O terreno fica no Bairro da Luz em São Paulo, próximo a Sala São Paulo, Praça da Luz, Estação da Luz e ao lado da praça Júlio Prestes.

A ideia foi integrar o projeto ao seu entorno, criar uma continuidade das praças vizinhas com mais uma “praça” onde acontece o aprendizado e exposição da cultura.

Figura36 .Estudo volumétrico 2 / fonte: www.arcoweb.com.br

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O prédio conta com dois materiais de destaque: concreto e vidro (Figura 37). Para trazer a característica de maior leveza visual grande parte dos fechamentos é de vidro, o uso do concreto aconteceu apenas onde foi necessário.

O uso desses materiais é conveniente à execução do projeto, pois são materiais comuns em São Paulo, além disso, a mão de obra local também está acostumada a trabalhar com o sistema construtivo.

A integração do projeto ao seu entorno se dá por sua transparência visual e pela grande quantidade de vegetação (Figura 37). Tanto quanto os outros materiais, a vegetação faz parte do prédio e traz cores e texturas se tornando o mais chamativo dos materiais que formam o volume.

Figura37.

Perspectiva noturna / Vista aérea/ fonte: www.archdaily.com.br

Figura 38 . Vista da Sala São Paulo/ Representação do programa / fonte: www.archdaily.com.br Teatros Áreas públicas Companhia de dança Escola de música Áreas de apoio

Um conjunto de lajes sobrepostas e deslocadas que surgem em meio as árvores. Essa é a mais breve descrição da edificação que, ao mesmo tempo em que ocupa o terreno todo, parece estar por terminar.

A volumetria não se prende ao partido de um sólido monolítico com aberturas e vedações. A forma do prédio se dá pelas lajes e as distâncias horizontais e verticais entre elas.

A falta de ritmo dos elementos opacos em relação às transparências traz complexidade à forma, mesmo que em planta baixa a maior parte do projeto são apenas retângulos ortogonais uns aos outros.

O projeto de paisagismo valoriza a arquitetura, pois a forma das árvores escolhidas tem relação com o pé direito e uso do local em que serâo cultivadas (GRUNOW, 2012).

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Os principais acessos são pelas rampas que ficam na lateral, e levam os usuários a uma grande área pública (Figura 39) no segundo pavimento. Grande parte do térreo também é livre e não possui muros, fazendo com que o prédio tenha grande integração com o entorno.

Essa integração é reforçada pelo programa de necessidades, que abrange: teatros, escola de música, escola de dança, salas de ensaio de orquestra, academia e vestiários, além da área técnica e administrativa.

O grande número de acessos e a forma do edifício facilitam a organização das funções (Figura 40). Como não há pavimentos maciços, a separação das diferentes atividades se tornou simples, cada uma delas ocupa algumas das lajes ou volumes, no caso dos teatros. Ainda assim o prédio tem uma unidade formal e acessos eficientes.

O projeto prevê muitas circulações verticais dispostas pelo prédio todo (Figura 40), devido a sua horizontalidade. Isso ajuda na mobilidade interna do prédio e torna a evasão de emergência eficaz.

São Paulo tem temperaturas elevadas em grande parte do ano. As lajes que sobressaem e a vegetação abundante do projeto ajudarão a proteger os ambientes da incidência direta do sol, assim como as áreas livres auxiliam na circulação de ar. Esses dois fatores farão com que o prédio venha a possuir ambientes agradáveis.

O projeto não traz dados sobre as estratégias acústicas, nem materiais de acabamentos específicos. Mas as formas dos teatros são propícias para que eles venham a ter boa qualidade.

Teatros

Áreas públicas Companhia de dança Escola de música

Figura 39. Segundo Pavimento / Distribuição dos usos / fonte: www.archdaily.com.br Figura 40. Plantas Esquemáticas / fonte: adaptado de www.archdaily.com.br Circ. Verticais

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Figura 42. Vista Orquestra Sinfônica Polonesa / fonte: www.archdaily.com.br

3.4 CONCLUSÃO

Analisar os referenciais permitiu conhecer melhor projetos relacionados

com o tema da proposta. A

compreensão das soluções

arquitetônicas que os autores dos projetos encontraram para suas obras, colaborará com o desenvolvimento do partido arquitetônico da proposta a ser desenvolvida. Volumetria ✓ Uso ✓ de materiais locais Implantação ✓ (pedestres x veículos) Acessos ✓ Técnicos x Públicos Volumetria ✓ Estratégias ✓ Acústicas Programa ✓ de Necessidades Volumetria ✓ Relação ✓ com entorno Permeabilidade ✓ Física e Visual Paisagismo ✓ x Arquitetura

Alguns pontos podem ser destacados em cada um dos projetos:

Figura 43 . Vista Escola de Música de Tohogakuen / fonte: www.archdaily.com.br

Figura 44 . Vista Complexo Cultural Luz / fonte: www.arcoweb.com.br

✓ Acústica ajustável: o forro e as

cortinas acima dele mudam de altura para regular o volume e tempo de reverberação da sala. Tornando-a versátil.

✓ Piso flutuante: camadas de neoprene

e madeira isolam a sala das vibrações externas.

✓ Cadeiras: seu desenho e materiais

simulam o peso acústico de uma pessoa, assim, mesmo com sala vazia o som é bem próximo dela cheia.

Figura 41 . Vista Interna Sala São Paulo / fonte: www.galeriadaarquitetura.com.br

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Análise da Área

Lira Tubaronense / fonte: www.diariodosul.com.br

4.1 Dimensão Funcional

4.2 Infraestrutura

4.3 Tipologia Arquitetônica

4.4 Morfologia Urbana

4.5 Dimensão Bioclimática

Serão reunidas informações de vários aspectos do local

para que a proposta se adeque às necessidades do

entorno.

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Dimensão Funcional

4.1 DIMENSÃO FUNCIONAL

Figura 45. Mapa do Brasil – Santa Catarina

/ fonte: www.wikimedia.org

Figura 46. Área Central de Tubarão/ Terreno com Entorno/ fonte: adaptado de Google Maps

A cidade é cortada por dois elementos bastante impactantes nos quesitos de paisagem e mobilidade: o Rio Tubarão e a rodovia federal BR – 101. O terreno onde será desenvolvida a proposta fica a 2,5 km da BR – 101 e está à margem do rio.

Tubarão tem sua história iniciada em 1774, a partir da doação de duas sesmarias ao Capitão João da Costa Moreira. O local já era conhecido por ser um ponto de parada dos tropeiros que transportavam cargas entre Lajes, no alto da serra, e Laguna, principal cidade portuária na época.

A cidade foi reconhecida legalmente em 27 de maio de 1870, pela lei nº 635. Nesse preíodo teve início a ocupação por imigrantes europeus: italianos, alemães, portugueses, entre outros.

Em 1875 a economia do município foi alavancada pela criação da Ferrovia Tereza Cristina. Foi quando Tubarão passou a ter maior importância para a região, pois passou a ser peça chave da logística do carvão mineral, produto que até hoje tem muito valor e mantém a Ferrovia em funcionamento.

Figura 47. Fotos Históricas da cidade/ fonte: tubarao.sc.gov.br

O município onde será realizada a proposta fica no litoral sul do estado de Santa Catarina, Brasil (Figura 45). A cidade de Tubarão possui mais de 100 mil habitantes e tem 300 km² de área (IBGE 2014). Sua localização entre a serra e o mar faz com que ela tenha grande potencial turístico, contudo ele não é explorado.

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Na década de 1940 foi inaugurada a Siderurgia Nacional, que trouxe muitos empregos e aumentou consideravelmente o número de habitantes da cidade, bem como sua renda. Essa empresa foi responsável por instalar a Usina Termelétrica que hoje é a Tractebel, ainda grande gerador de empregos para toda a região.

Em 1956 a Cia. De Cigarros Souza Cruz foi instalada em Tubarão, junto ela trouxe novas técnicas agrícolas que deixaram um legado de agricultura, até hoje explorado pelo cultivo do arroz.

Assim como o Rio teve sua importância na fundação do município, ele causou destruição. Uma grande enchente em 1974 (Figura 48) destruiu boa parte da cidade, o fato foi reconhecido em nível mundial e até hoje a possibilidade de haver uma segunda catástrofe causa medo nos moradores. Apesar da enchente, a cidade recebeu ajuda de muitos locais e com a mão de obra dos moradores foi reconstruída (Figura 48).

Dimensão Funcional

Figura 48. Durante a enchente, 1974/ Ponte Pênsil reconstruída / fonte: tubarao.sc.gov.br

A área em análise abrange parte do Centro da cidade e do bairro Oficinas. Está em uma das tendências de expansão do centro da cidade, porém, o shopping construído na outra extremidade do centro fez com que a valorização imobiliária viesse a ser maior lá nos últimos anos.

Observando a ocupação atual da área (Figura 49) é possível perceber algumas tendências diferentes:

1- A ocupação em torno da Av. Marcolino (antiga ferrovia) do centro até o terminal rodoviário (antiga rodoviária): essa área se caracteriza por ser o antigo centro comercial da cidade, por isso a ocupação dos terrenos é típica dos exemplares art

deco’s e ecléticos onde as edificações ligam uma rua a outra.

2- Às beiras da atual ferrovia: área de ocupação irregular, onde não há padrão de lote e resultou num amontoamento das edificações.

3- A ocupação na margem esquerda do rio: ela é mais recente e tem menor densidade, lotes maiores e muitos ainda vazios, porém é regular e se percebe uma divisão lógica dos terrenos.

Figura 49. Área de Entorno Analisada / fonte: Autor

Os atuais pontos fortes da economia tubaronense são o comércio e a prestação de serviços. Com dois hospitais

e a Universidade do Sul de Santa Catarina

(UNISUL), Tubarão atende grande parte dos municípios do sul do estado. O Farol Shopping reforça o caráter comercial da cidade trazendo público de toda a região (VETTORETTI, 2014).

Ocup. Irregular

Ocup. Recente Av. MarcolinoFerrovia Terreno Proposta

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Figura 50. Mapa Dim. Econômica / fonte: Autor

Dimensão Funcional

A parte da cidade em análise pode ser dividida em

grupos considerando a economia.

A região mais antiga tem alto valor imobiliário devido a especulação e a procura por imóveis. Pois se trata de uma área central da cidade com muitas ofertas de comércio e serviços. Lá se concentram, também, habitações de média/ alta renda

Á beira da atual ferrovia, por conta de seu histórico de ocupação irregular é predominante as famílias de baixa renda.

As regiões que se encontram entre a Av. Marcolino e a Rua Altamiro Guimarães predominam as famílias de média/ baixa e média renda.

Na margem esquerda, devido a grande quantidade área ociosa, não se tem uma característica marcante, mas por maioria tem-se média/ alta renda.

Terreno Proposta Alto Valor

Média/ Baixa - Média Margem Esquerda Ocup. Irregular Av. Marcolino Ferrovia Rua Altamiro Guimarães

No setor da cidade em estudo (Figura 51) existem alguns equipamentos que servem à população em cultura, esporte, administração pública, educação, transporte e saúde.

01 01 01 02 04 03 05 06 07 08 09 10 11 01 – UNISUL

02 – Terminal Rod./ Arq. Histór. 03 – Praça do Vagão

04 – Central do Cidadão 05 – SENAI

06 – Hemosc

07 – Praça Osvaldo P. Veiga 08 – Posto de Saúde

09 – E.E.B Hercílio Luz 10 – Correios

11 – Sec. Desenvolvimento Reg. Parque Linear

Terreno da Proposta

Alguns dos equipamentos pontuados na figura 00 proporcionam à área bom apoio para uma instituição de ensino. Prova disso é existir três unidades da UNISUL e uma do SENAI no local. Principalmente por causa do Terminal Rodoviário, por onde passam linhas de ônibus que liga o centro a bairros periféricos da cidade. Além do Terminal, o Parque Linear possui passeio público e ciclovia, possibilitando transportes sustentáveis.

Referências

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