• Nenhum resultado encontrado

Propriedades de soluções para as equações de Navier-Stokes, MHD e magneto-micropolares

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Propriedades de soluções para as equações de Navier-Stokes, MHD e magneto-micropolares"

Copied!
145
0
0

Texto

(1)

Universidade Federal de Sergipe

Centro de Ciˆencias Exatas e Tecnologia Programa de P´os–Gradua¸c˜ao em Matem´atica

Mestrado em Matem´atica

Propriedades de Solu¸

oes para as Equa¸

oes de

Navier-Stokes, MHD e Magneto-micropolares

Taynara Batista de Souza

S˜ao Crist´ov˜ao – SE Fevereiro de 2016

(2)

Universidade Federal de Sergipe Centro de Ciˆencias Exatas e Tecnologia Programa de P´os–Gradua¸c˜ao em Matem´atica

Mestrado em Matem´atica

Propriedades de Solu¸

oes para as Equa¸

oes de

Navier-Stokes, MHD e Magneto-micropolares

por

Taynara Batista de Souza

sob a orienta¸c˜ao do

(3)

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

S729p

Souza, Taynara Batista de

Propriedades de soluções para as equações de Navier-Stokes, MHD e magneto-micropolares / Taynara Batista de Souza ; orientador Wilberclay Gonçalves Melo. – São Cristóvão, 2016.

145 f.

Dissertação (Mestrado em Matemática) - Universidade Federal de Sergipe, 2016.

1. Navier-Stokes, equações de. 2. Magnetoidrodinâmica. 3. Sobolev, Espaços de. l. Melo, Wilberclay Gonçalves, orient. lI. Título.

(4)
(5)
(6)

Agradecimentos

Aos meus pais, pelo dom da vida.

Ao meu noivo, Reinaldo, pessoa com quem amo estar. Obrigada pelo carinho, compreens˜ao e capacidade de me fazer feliz.

Ao meu orientador, Wilberclay, por toda for¸ca e amizade. Meu maior exemplo de car´ater e sabedoria.

A todos os professores que me acompanharam at´e aqui, em especial, aos professores Paulo Rabelo e Ivanete Batista, por todos os ensinamentos, toda ajuda e pizzas compartilhadas.

Aos meus amigos Suelen Cristina, Alan Gois e Nat˜a Firmino, por todo conhecimento partilhado, pelos momentos tristes e alegres desde a gradua¸c˜ao. A vida que escolhemos n˜ao ´e f´acil! N˜ao esquecendo de todos os outros companheiros de luta: Diego, Izabela, Jonisson (Laranja) e Thiago. Aos professores Paulo Zingano e Manasses Xavier por aceitarem compor a banca examinadora. A Funda¸c˜ao de Apoio `a Pesquisa e `a Inova¸c˜ao Tecnol´ogica do Estado de Sergipe (FAPITEC/SE) pelo apoio financeiro.

(7)

Resumo

Neste trabalho, discutimos inicialmente resultados de explos˜ao no tempo T∗ <∞ para a solu¸c˜ao

(u, b)(·, t) (definida em [0, T∗)), como tamb´em para as suas derivadas, do sistema Magnetohi-drodinˆamico (MHD). Estes foram obtidos por uma extens˜ao de resultados similares encontrados para as cl´assicas equa¸c˜oes de Navier-Stokes. Em ordem a citarmos um exemplo, provamos que

∥(u, b)(·, t)∥q explode a uma taxa (T∗ − t)−

q−3

2q , para todo t ∈ [0, T∗) e 3 < q < ∞. Em

se-guida, avaliamos algumas condi¸c˜oes suficientes para a existˆencia de solu¸c˜ao global no tempo para as equa¸c˜oes de Navier-Stokes e MHD. Por fim, generalizamos observa¸c˜oes de explos˜ao, tamb´em em tempo finito, da solu¸c˜ao das equa¸c˜oes MHD, envolvendo espa¸cos de Sobolev Homogˆeneos, para o sistema Magneto-micropolar. Mais precisamente, provamos que se a solu¸c˜ao (u, w, b)(·, t) apre-senta explos˜ao em T∗<∞, ent˜ao ∥(u, w, b)(·, t)∥H˙s∥(u, w, b)(·, t)∥

2s 1+2δ−1

2 ´e limitado inferiormente por C(T∗− t)1+2δsδ , para todo t∈ [0, T∗), se δ∈ (0, 1) e s ≥ 1

2 + δ.

Palavras-chave: Equa¸c˜oes de Navier-Stokes; Equa¸c˜oes MHD; Equa¸c˜oes Magneto-micropolares; Explos˜ao de Solu¸c˜ao.

(8)

Abstract

In this work, we study blow-up results in finite time for the solution (u, b)(·, t) (defined in [0, T∗)), as well as for their spacial derivatives, of the Magnetohydrodynamic (MHD) system. These results are obtained by extending some statements found in the literature for the classical Navier-Stokes equations. In order to cite an example, we prove that ∥(u, b)(·, t)∥q explodes at a rate

(T∗ − t)−

q−3

2q , for all t ∈ [0, T∗) and 3 < q < ∞. In addition, we prove some sufficient conditions

for the existence of global solution (in time) for the Navier-Stokes and MHD equations. Finally, we generalize some results established from the MHD equations, involving Sobolev Spaces Homogene-ous, to the Magneto-micropolar system. More precisely, we show that if the solution (u, w, b)(·, t) presents blow-up in T∗ <∞, then ∥(u, w, b)(·, t)∥H˙s∥(u, w, b)(·, t)∥

2s 1+2δ−1 2 ≥ C(T∗− t) 1+2δ, for all t∈ [0, T∗), where δ∈ (0, 1) and s ≥ 12 + δ.

Keywords: Navier-Stokes Equations; MHD Equations; Magneto-micropolar Equations; Blow-up of Solution.

(9)

Sum´

ario

Introdu¸c˜ao 1

1 Preliminares 7

1.1 Nota¸c˜oes e defini¸c˜oes para o Cap´ıtulo 2 . . . 7

1.2 Nota¸c˜oes e defini¸c˜oes para o Cap´ıtulo 3 . . . 12

2 Propriedades de Solu¸c˜oes para as Equa¸c˜oes MHD 14 2.1 Limita¸c˜ao da Norma do Sup Implica Limita¸c˜ao das Derivadas na Norma L2 . . . 14

2.2 A Aplica¸c˜ao Ilimitada ∥(Du, Db)∥q, 32 < q≤ 2 . . . 25

2.3 Desigualdade de Leray para o Sistema MHD . . . 39

2.4 A Aplica¸c˜ao Ilimitada ∥(u, b)(·, t)∥q, 3 < q ≤ ∞ . . . 44

2.5 Explos˜ao de ∥(u, b)(·, t)∥q e ∥(Du, Db)(·, t)∥r, q∈ (3, ∞), r ∈ (32,∞] . . . 48

2.6 Condi¸c˜oes Suficientes para Existˆencia Global e Explos˜ao de ∥(Dnu, Dnb)∥q . . . 57

2.7 Compara¸c˜ao das Taxas de Explos˜ao . . . 76

2.8 Crit´erio de Explos˜ao Beale-Kato-Majda . . . 84

3 Propriedades de Solu¸c˜oes para as Equa¸c˜oes Magneto-micropolares 92 3.1 Limite Inferior Envolvendo ∥(u, w, b)(·, t)∥H˙s, s > 12 . . . 92

(10)

3.2 Limite Inferior para ∥(bu, bw, bb)(·, t)∥1 . . . 106 3.3 Outro Limite Inferior Envolvendo ∥(u, w, b)(·, t)∥H˙s, s > 32 . . . 113

4 Apˆendice 116

4.1 Resultados B´asicos para o Cap´ıtulo 2 . . . 116 4.2 Resultados B´asicos para o Cap´ıtulo 3 . . . 120

(11)

Introdu¸

ao

Neste trabalho, derivamos propriedades de solu¸c˜ao para o seguinte sistema de equa¸c˜oes

magneto-micropolar incompress´ıvel:                        ut+ u· ∇u + ∇(p +12| b |2) = (µ + χ)∆u + b· ∇b + χ ∇× w, wt+ u· ∇w = γ ∆w + κ ∇(∇ · w) + χ∇× u − 2χ w, bt+ u· ∇b = ν ∆b + b · ∇u, ∇ · u = ∇ · b = 0, u(·, 0) = u0, w(·, 0) = w0, b(·, 0) = b0, (1)

onde u(x, t) = (u1(x, t), u2(x, t), u3(x, t))∈ R3denota o campo velocidade incompress´ıvel, w(x, t) = (w1(x, t), w2(x, t), w3(x, t))∈ R3descreve a velocidade micro-rotacional, b(x, t) = (b1(x, t), b2(x, t),

b3(x, t))∈ R3o campo magn´etico e p(x, t)∈ R a press˜ao. As constantes positivas µ, χ, ν, κ, e γ est˜ao associadas a propriedades espec´ıficas do fluido; mais precisamente, µ ´e a viscosidade cinem´atica,

χ ´e a viscosidade do v´ortice, κ e γ s˜ao as viscosidades de rota¸c˜ao e, por ´ultimo, ν−1 ´e o n´umero magn´etico de Reynolds. Os dados iniciais para os campos velocidade e magn´eticos, dados por u0 e b0 em (1), s˜ao assumidos livres de divergente, i.e., ∇ · u0 =∇ · b0 = 0.

O problema de existˆencia de solu¸c˜ao forte para o sistema magneto-micropolar (1) foi discutido por J. Yuan [48] em 2008. Tal artigo garante a existˆencia de solu¸c˜ao (´unica) (u, w, b)(·, t) ∈

C([0, T∗); Hs0(R3))∩ C1((0, T); Hs0(R3))∩ C((0, T∗); Hs0+2(R3)), definida no intervalo maximal

[0, T∗), com 0 < T∗ ≤ ∞ dependendo dos parˆametros µ, χ, γ, κ e do dado inicial (u0, w0, b0), atrav´es do teorema a seguir:

Teorema 0.1 (ver [48]). As seguintes afirma¸c˜oes s˜ao v´alidas:

1. (Existˆencia local). Seja s0 > 32. Assuma que (u0, w0, b0)∈ Hs0(R3), com ∇ · u0 =∇ · b0= 0, ent˜ao existe um instante positivo T∗ = T∗(∥(u0, w0, b0)∥Hs0), com 0 < T∗ ≤ ∞, tal

(12)

que existe uma ´unica solu¸c˜ao (u, w, b)(·, t) ∈ C([0, T∗); Hs0(R3))∩ C1((0, T); Hs0(R3))

C((0, T∗); Hs0+2(R3)) para o sistema (1).

2. (Crit´erio de explos˜ao). Suponha que para s0 > 32, (u, w, b)(·, t) ∈ C([0, T∗); Hs0(R3))

C1((0, T∗); Hs0(R3))∩ C((0, T∗); Hs0+2(R3)) ´e uma solu¸ao suave para o sistema (1). Se

existe uma constante absoluta M > 0 tal que

lim

ϵ→0supj∈Z

T∗ T∗−ϵ

∥∆j(∇ × u)(·, t)∥∞dt := δ < M,

ent˜ao δ = 0, e a solu¸c˜ao pode ser estendida al´em de t = T∗. Se

lim

ϵ→0supj∈Z

T∗ T∗−ϵ

∥∆j(∇ × u)(·, t)∥∞dt≥ M,

ent˜ao a solu¸c˜ao (u, w, b)(·, t) explode em t = T∗.

Ver defini¸c˜ao de ∆j em [48].

Tal como acontece com as equa¸c˜oes de Navier-Stokes (5), n˜ao sabemos se ´e verdade que T∗ <∞.

De qualquer forma, ´e f´acil ver que, pela primeira parte do Teorema 0.1, conclui-se (u, w, b)(·, t) ∈

C∞(R3× (0, T)), com (u, w, b)(·, t) ∈ C((0, T); Hs(R3)) para qualquer s≥ s

0. Mas, a partir da desigualdade

∥(u, w, b)(·, t)∥2 ≤ ∥(u, w, b)(·, t0)2, ∀ 0 ≤ t0 ≤ t < T∗, (2) ver Lema 3.1, obtem-se que (u, w, b)(·, t) ∈ C([0, T∗); Hs(R3)) para cada 0≤ s ≤ s0, pois

∥(u, w, b)(·, t)∥H˙s ≤ ∥(u, w, b)(·, t)∥ 1−s s0 2 ∥(u, w, b)(·, t)∥ s s0 ˙ Hs0,

para cada s. Consequentemente,∥(u, w, b)(·, t)∥Hs, s≥ 0, est´a bem definida para cada 0 < t < T∗.

Al´em disso, por aplicar a desigualdade (2) e o Teorema 0.1, chegamos a

lim sup

t↗T∗

∥(u, w, b)(·, t)∥H˙s0 =∞, T∗<∞. (3)

Em ordem a citar alguns outros resultados envolvendo existˆencia de solu¸c˜oes para as equa¸c˜oes magneto-micropolares, referimos [6, 27, 30, 36].

Apresentamos detalhadamente, a partir de agora, quais artigos foram estudados, e o que foi descoberto neste trabalho.

(13)

R. Zingano [31] para as equa¸c˜oes de Navier-Stokes (5) abaixo; como tamb´em, estendemos a maioria das informa¸c˜oes estabelecidas neste mesmo artigo para o caso mais geral do sistema que descreve um fluido magnetohidrodinˆamico (MHD), i.e.,

                 ut + u· ∇u + ∇(p + 12| b |2) = µ∆u + b· ∇b, bt + u· ∇b = ν ∆b + b · ∇u, ∇ · u = ∇ · b = 0, u(·, 0) = u0(·), b(·, 0) = b0(·). (4) ´

E f´acil ver que tal sistema ´e um derivativo das equa¸c˜oes magneto-micropolares (1), basta considerar w = 0 e χ = 0.

Permita-nos discutir os resultados principais apresentados em [31], os quais foram estudados e estendidos nesta disserta¸c˜ao. Mais especificamente, J. Lorenz e P. R. Zingano [31] provaram algumas propriedades de solu¸c˜oes, em tempo de explos˜ao, para as cl´assicas equa¸c˜oes de

Navier-Stokes         ut + u· ∇u + ∇p = µ∆u, ∇ · u = 0, u(·, 0) = u0(·). (5) ´

E importante ressaltar que, o sistema acima segue do fato de considerarmos o campo magn´etico b como sendo nulo em (4).

A primeira informa¸c˜ao dada em [31] diz respeito `a norma Lq do gradiente da solu¸c˜ao u(·, t) para o sistema de Navier-Stokes (5). Mais precisamente, temos o seguinte Teorema:

Teorema 0.2 (ver [31]). Seja u(·, t) solu¸c˜ao forte do sistema (5) definida no intervalo maximal [0, T∗). Assuma que T∗ <∞, ent˜ao os seguintes itens s˜ao v´alidos:

i) Seja 32 < q≤ ∞. Ent˜ao,

sup

0≤t<T∗∥Du(·, t)∥q

=∞. (6)

ii) Para cada 32 < q≤ 3, existe uma constante Cq> 0, independente de t e u0, tal que

∥Du(·, t)∥q≥ Cq(T∗− t)−

q− 32

q , ∀ 0 ≤ t < T∗. (7)

(14)

para o contexto das equa¸c˜oes MHD (4) (o caso q = 3 ´e obtido a uma taxa (T∗− t)−12 para ϵ > 0

qualquer).

Teorema 0.3 (ver [31]). Seja u(·, t) solu¸c˜ao forte do sistema (5) definida no intervalo maximal [0, T∗). Assuma que T∗ <∞ e que 3 ≤ q ≤ ∞, existe uma constante Cq> 0, independente de t e

u0 tal que ∥u(·, t)∥q ≥ Cq(T∗− t)−k, ∀ 0 ≤ t < T∗. (8) com k = q− 3 2q se 3≤ q < ∞, k = 1 2 se q =∞. (9)

Em particular, por (8) e (9), temos lim

t↗T∗∥u(·, t)∥q=∞, se T

<∞, para cada 3 < q ≤ ∞.

Nesta disserta¸c˜ao, ´e provado que o Teorema 0.3 pode ser estendido, exceto q = 3 e q = ∞, em um caminho natural para o sistema MHD (4). Os casos q = ∞ e q = 3 n˜ao foram generalizados neste trabalho. O problema quanto ao caso q = 3 reside no fato que o limite

lim

t↗T∗∥u(·, t)∥3=∞, T

<∞, (10)

o qual foi provado por G. Seregin [42], parece n˜ao ter sido provado para o caso das equa¸c˜oes MHD (4). O caso q = ∞ foi estabelecido por Leray [28]; assim sendo, como n˜ao tratamos este artigo aqui nesta disserta¸c˜ao, ent˜ao foi decidido n˜ao acrescentarmos o caso em quest˜ao. Apesar disto, detalhamos estes dois casos espec´ıficos para as equa¸c˜oes de Navier-Stokes (5). Para mais detalhes ver Teorema 2.6.

J. Lorenz e P. R. Zingano [31] tamb´em provaram o seguinte crit´erio para garantia de existˆencia global no tempo da solu¸c˜ao no caso das equa¸c˜oes de Navier-Stokes (5).

Teorema 0.4 (ver [31]). Seja u(·, t) solu¸c˜ao forte do sistema (5) definida no intervalo maximal [0, T∗). Assuma que 3≤ q ≤ ∞. Ent˜ao, se existe uma constante Cq > 0 apropriada, dependendo

somente de q, tal que

∥u0 2q−6 3q−6 2 ∥u0 q 3q−6 q < Cq, (11) tem-se T∗ =∞.

Pelos mesmos motivos expostos acima, estendemos o Teorema 0.4 para o caso do sistema MHD (4) no caso em que 3 < q <∞ (ver Corol´ario 2.13).

(15)

Teorema 0.5 (ver [31]). Seja u(·, t) solu¸c˜ao forte do sistema (5) definida no intervalo maximal [0, T∗). Seja n≥ 2 um n´umero inteiro. Se T∗ <∞, ent˜ao

lim

t↗T∗∥D

nu(·, t)∥

q = (12)

para cada 1≤ q ≤ ∞.

Somente o caso q = 1 e n = 2 do Teorema 0.5 n˜ao foi estendido, nesta disserta¸c˜ao, para o sistema MHD (4) (ver Corol´ario 2.15). Este problema tamb´em segue da ausˆencia do limite (10) para as equa¸c˜oes MHD (4).

Por fim, permita-nos listar alguns artigos que serviram de inspira¸c˜ao para a realiza¸c˜ao deste trabalho. Referimos a [1, 2, 3, 4, 5, 7, 10, 14, 16, 17, 18, 31, 24, 25, 28, 31, 32, 34, 39, 42, 44, 45, 46, 47, 50, 51] quando discutimos as equa¸c˜oes de Navier-Stokes (5).

No Cap´ıtulo 3, estendemos os limites inferiores obtidos por D. Marcon, W. G. Melo, L. Schutz e J. S. Ziebell [12] a partir de uma solu¸c˜ao do sistema MHD (4) para a solu¸c˜ao do sistema de equa¸c˜oes magneto-micropolar (1). Neste ´ultimo artigo foi provado o seguinte resultado:

Teorema 0.6 (ver [12]). Fixe s0 > 32 e seja (u0, b0) ∈ Hs0(R3) tal que ∇ · u0 = ∇ · b0 = 0.

Considere (u, b)(·, t) ∈ C([0, T∗), Hs(R3)) ´e a solu¸c˜ao forte de (4), definida no intervalo maximal

[0, T∗). Se T∗ <∞, ent˜ao

i) Para cada δ ∈ (0, 1) e s ≥ 12 + δ, temos

∥(u, b)(·, t)∥H˙s∥(u, b)(·, t)∥ p(s,δ) 2 Cs,δ,σλq(s,δ) (T∗− t)r(s,δ), (13) onde p(s, δ) := 2s 1 + 2δ − 1, q(s, δ) := (2− δ)s 1 + 2δ e r(s, δ) := 1 + 2δ. ii) Para todo t∈ [0, T∗), tem-se

∥(bu, bb)(·, t)∥1

(2π)3λ12

36 (T

− t)1

2, (14)

iii) Para cada s > 32, conclui-se

∥(u, b)(·, t)∥2s3−1 2 ∥(u, b)(·, t)∥H˙s Cs,σλ s 3 (T∗− t)s3 , (15)

(16)

onde λ = min{µ, ν}.

A prova da extens˜ao do Teorema 0.6 para o enredo das equa¸c˜oes magneto-micropolares (1) ´e dada ao longo dos Teoremas 3.1, 3.5 e 3.6 abaixo. Em ordem a listar alguns outros trabalhos que est˜ao diretamente relacionados `as equa¸c˜oes MHD (4), temos [8, 13, 22, 40, 41, 43, 49]. Em adi¸c˜ao, ´

e importante ressaltar que a famosa Desigualdade de Leray (ver [28])

∥Du(·, t)∥2 ≥ C(T∗− t)−

1

2, (16)

´

e consequˆencia imediata do Teorema 0.6 i).

O esbo¸co do restante do trabalho ´e dado como segue: no Cap´ıtulo 1, apresentamos as nota¸c˜oes, as defini¸c˜oes e os resultados b´asicos necess´arios para um bom entendimento do conte´udo; no Cap´ıtulo 2, acrescentamos as extens˜oes obtidas a partir do artigo [31]; no Cap´ıtulo 3, coloca-mos as generaliza¸c˜oes das afirma¸c˜oes dadas no artigo [12] e, por ´ultimo, no Cap´ıtulo 4, provamos alguns resultados que foram aplicados nos Cap´ıtulos 2 e 3 desta disserta¸c˜ao.

(17)

Cap´ıtulo 1

Preliminares

Neste cap´ıtulo, estamos interessados em estabelecer uma introdu¸c˜ao para as nota¸c˜oes, defini¸c˜oes e alguns resultados (sem provas) que est˜ao expostos ao longo do trabalho.

1.1

Nota¸

oes e defini¸

oes para o Cap´ıtulo 2

Nesta se¸c˜ao, apresentamos algumas nota¸c˜oes, defini¸c˜oes e alguns resultados que est˜ao introdu-zidas no Cap´ıtulo 2.

• A norma Euclidiana de um vetor a = (a1, ..., aN)∈ RN ´e denotada e dada por

|a|2 =

N

i=1

a2i. (1.1)

• Para uma aplica¸c˜ao f suficientemente diferenci´avel temos

∆f = 3 ∑ i=1 D2if, ∇f = (D1f, D2f, D3f ) e ∇ · f = 3 ∑ i=1 Difi. (1.2)

• Seja f ∈ Lp(RN). A norma Lp de f ´e dada por

∥f∥p = (∫ R3|f(x)| pdx )1 p , 1≤ p < ∞. (1.3) Para p =∞, temos ∥f∥∞= supessx∈RN{|f(x)|}. (1.4)

(18)

• Definimos o produto interno-L2 (·, ·)

2 entre duas fun¸c˜oes vetoriais por (a, b)2 :=

∫ R3

a(x)· b(x) dx, (1.5)

onde c· d := c1d1+ ... + cNdN para c = (c1, ..., cN), d = (d1, ..., dN)∈ RN; e a, b :R3 → RN

(N ∈ N) s˜ao fun¸c˜oes mensur´aveis.

• Para qualquer multi-´ındice α, temos |α| = 3 ∑ i=1 αi, α = (α1, α2, α3). (1.6) • Denotamos = Dα1 1 D α2 2 D α3 3 , (1.7)

onde as derivadas parciais s˜ao dadas por

Di= ∂xi . (1.8) • Denotamos e definimos ∥(Dαu, Dαb)2 2 =∥Dαu22+∥Dαb22 (1.9) e tamb´em

∥u∥= max{|ui| : 1 ≤ i ≤ 3}. (1.10)

• Temos Jn2(t) =|α|=n ∥(Dαu, Dαb)(·, t)∥2 2, ∀ n ∈ N ∪ {0}, (1.11) onde ∥Dnu p=  ∑3 i=1 3 ∑ j1=1 . . . 3 ∑ jn=1 |Dj1. . . Djnui(x) p| dx   1 p , 1≤ p < ∞, (1.12) e ∥Dnu = sup{|Dαui(x)| : x ∈ R3, 1≤ i ≤ 3, |α| = n}. (1.13)

• Dadas duas aplica¸c˜oes f e g, definimos para cada j ∈ N, o seguinte produto interno

(19)

Desse produto interno, para cada j ∈ N, a norma Hj de uma fun¸c˜ao f ´e dada por ∥f∥2 Hj = ∑ |α|≤j ∥Dαf2 2. (1.15)

• Definimos a Transformada de Fourier de u por

bu(k) := (2π)3 2 ∫ R3 e−ik·xu(x)dx, onde k· x :=∑3j=1kjxj, com k = (k1, k2, k3) e x = (x1, x2, x3).

• Sejam f e g fun¸c˜oes reais e p e q expoentes conjugados, 1 ≤ p ≤ ∞. A Desigualdade de

H¨older nos diz que

R3|f(x)g(x)| dx ≤ ∥f∥p∥g∥q

. (1.16)

• Dados dois n´umeros reais positivos a e b. Ent˜ao, ab≤ 1

pa

p+1

qb

q, (1.17)

onde p e q s˜ao expoentes conjugados. A desigualdade (1.17) ´e conhecida como Desigualdade de Young. • Se 1 p + 1 q = 1 + 1 r, u∈ L p(RN) e v∈ Lq(RN), ent˜ao u∗ v ∈ Lr(RN) e ∥u ∗ v∥r≤ ∥u∥p∥v∥q. (1.18)

A desigualdade acima ´e conhecida como Desigualdade de Young para convolu¸c˜oes.

• Para f ∈ Lp(RN) e 1≤ p ≤ 2, temos ∥ bf∥p′ ≤ C∥f∥p, 1 p′ + 1 p = 1. (1.19)

Essa ´e a conhecida Desigualdade de Hausdorff-Young.

• Se f e g s˜ao fun¸c˜oes diferenci´aveis n-vezes, ent˜ao a regra de Leibniz estabelece que a n-´esima

derivada do produto f g ´e dada por

(f · g)(n)= nk=0 ( n k ) f(k)g(n−k), (1.20) onde(nk) ´e o coeficiente binomial de Newton.

(20)

• Para qualquer 0 < s ≤ r ≤ ∞, 1 ≤ p ≤ ∞, temos

∥v∥r≤ C∥v∥1s−θ∥∇v∥θp, ∀v ∈ C0(R3), (1.21) onde C ´e uma constante positiva que depende de r, s, p, N ; e θ satisfaz

1 r = θ ( 1 p− 1 N ) + (1− θ)1 s.

A desigualdade (1.21) ´e conhecida como Desigualdade de Gagliardo-Nirenberg (para mais detalhes ver [37]).

• Assuma que m > n. Ent˜ao vale a seguinte desigualdade:

Jn2(t)≤ Cn(Jm2(t) + J02(t)), ∀ t ≥ 0, (1.22) onde Cn´e uma constante positiva que depende somente de n. Sua prova ´e dada no apˆendice

do livro [26].

• Seja v : R3 → R3 um dado campo vetorial. Ent˜ao existe uma simples decomposi¸c˜ao de v em um campo livre de divergente w e um campo gradiente∇ϕ,

v = w− ∇ϕ, ∇ · w = 0. (1.23)

Ent˜ao, em espa¸cos de fun¸c˜oes adequadas, a aplica¸c˜ao v → w := PHv define o operador

proje¸c˜ao PH, chamado Proje¸c˜ao de Helmholtz. Um importante e n˜ao trivial resultado ´e a

limita¸c˜ao de PH em Lq para cada q com 1 < q <∞,

∥PHv∥q ≤ Cq∥v∥q, v∈ C0(R3,R3), (1.24) onde Cq´e uma constante positiva que depende somente de q (para mais detalhes ver [11, 18,

29, 31]).

• As constantes, neste trabalho, podem mudar linha por linha, mas ser˜ao denotadas da mesma

maneira. Colocaremos Cq,r,s para denotar constantes que dependem de q, r e s, por exemplo.

C ser´a sempre constante positiva absoluta. Tamb´em, em alguns momentos, n˜ao nos preocu-paremos com a nota¸c˜ao de dependˆencia em x e t, por exemplo, ∥u∥2 ou ∥u(t)∥2 significar´a

(21)

Consideremos uma fun¸c˜ao S∈ C(R) tal que      S′(v)≥ 0, ∀v ∈ R; S(0) = 0; S(v) = sgn(v), |v| ≥ 1 .

e para cada δ > 0, construiremos a fun¸c˜ao regularizadora

Sδ(v) := S

(v

δ

)

e definiremos a fun¸c˜ao aproxima¸c˜ao para|u| por

Lδ(u) :=u 0 S (v δ ) dv. (1.25)

Observemos que, quando δ → 0, temos que S(uδ) → sgn(u) e Lδ(u) → |u|, uniformemente

em u. Al´em disso, dado u∈ R e δ > 0 fixo, temos

0≤ Lδ(u)≤ |u|; (1.26) L′δ(u)≤ C|u| δ (1.27) e tamb´em 0≤ L′′δ(u)≤ C δ. (1.28)

Outra importante propriedade de Lδ(u) ´e

Lδ(u)· L′′δ(u)→ 0, quando δ → 0. (1.29)

Definamos tamb´em a seguinte fun¸c˜ao auxiliar:

Φδ(u) :=

{

u2, se q = 2

(Lδ(u))q, se q > 2,

onde p0 ≤ q < ∞. Para q > 2, temos

Φδ(u) = q(Lδ(u))q−1L′δ(u) (1.30)

e tamb´em

(22)

• Sejam f : [0, T ] → R uma fun¸c˜ao de classe C1([0, T ]) e g, h : [0, T ]→ R fun¸c˜oes cont´ınuas n˜ao negativas, onde [0, T ]⊆ R ´e um intervalo (com T > 0). Se

f′(t)≤ g(t)f(t) + h(t), ∀ t ∈ [0, T ], (1.32) ent˜ao f (t)≤ exp (∫ t 0 g(τ ) dτ ) [ f (0) +t 0 h(τ ) dτ ] , ∀ t ∈ [0, T ]. (1.33) Este ´e conhecido como o Lema de Gronwall, ver [15].

• A desigualdade abaixo ´e importante na prova do Lema 4.3. Seja v ∈ C∞

0 (R3), ent˜ao

∥v∥∞≤ C∥v∥H2, (1.34)

onde C ´e uma constante positiva. A prova da desigualdade acima ´e dada em [38].

1.2

Nota¸

oes e defini¸

oes para o Cap´ıtulo 3

Agora descreveremos as nota¸c˜oes e defini¸c˜oes que ser˜ao utilizadas no Cap´ıtulo 3. Algumas das defini¸c˜oes e nota¸c˜oes do Cap´ıtulo 2 continuam sendo v´alidas para este cap´ıtulo. Al´em disso, exibiremos (sem provas) dois resultados que ser˜ao utilizados neste trabalho.

• Para s ∈ R, o espa¸co de Sobolev Homogˆeneo ˙Hs(R3,R3) ´e o espa¸co das aplica¸c˜oes f tais que

∥f∥H˙s =

√∫ R3|k|

2s|bf(k)|2dk < +∞, (1.35)

onde|bf|2=∑3i=1| bfi|2.

• Para (u, w, b) ∈ ˙Hs(R3,R3), temos

∥(u, w, b)∥H˙s = √ ∥u∥2 ˙ Hs+∥w∥ 2 ˙ Hs+∥b∥ 2 ˙ Hs. (1.36)

• O produto interno- ˙Hs ´e dado por (f , g)H˙s =

∫ R3|k|

(23)

• Se u = (u1, u2, u3) e v = (v1, v2, v3) definimos o produto tensorial u⊗ v por

u⊗ v := (v1u, v2u, v3u). (1.38)

• Seja φ ∈ C1[0,∞). Sejam y(t) e y

0(t) fun¸c˜oes de classe C1[0,∞), n˜ao-negativas, definidas para todo t∈ [0, T ]. Se y′(t)≤ φ(y(t)), y0′(t) = φ(y0(t)),∀ t ∈ [0, T ] e y(0) ≤ y0(0), ent˜ao

y(t)≤ y0(t), ∀ t ∈ [0, T ]. (1.39)

Essa ´e uma vers˜ao n˜ao linear para o Lema de Gronwall (para mais detalhes ver [35]).

• Sejam η, η′ dois n´umeros reais positivos tal que η < 3

2 e η +η′ > 0. Se f, g∈ ˙H η(R3)∩ ˙Hη′(R3), ent˜ao ∥fg∥˙ Hη+η′− 32(R3)≤ C(η, η )(∥f∥ ˙ (R3)∥g∥H˙η′(R3)+∥f∥H˙η′(R3)∥g∥H˙η(R3) ) , (1.40)

onde C(η, η′) ´e uma constante positiva que depende somente de η e η′. Al´em disso, se η′< 32, ent˜ao

∥fg∥H˙η+η′− 32(R3)≤ C(η, η

)∥f∥

˙

(R3)∥g∥H˙η′(R3), (1.41)

(24)

Cap´ıtulo 2

Propriedades de Solu¸

oes para as

Equa¸

oes MHD

2.1

Limita¸

ao da Norma do Sup Implica Limita¸

ao das Derivadas

na Norma L

2

Nesta se¸c˜ao, supondo que o supremo sup

0≤t<T∥(u, b)(·, t)∥ ´

e finito, estamos interessados em provar a seguinte limita¸c˜ao:

∥(Dαu, Dαb)(·, t)∥

2 ≤ Kn, ∀ 0 ≤ t < T,

qualquer que seja α multi-´ındice tal que |α| = n (n ∈ N). Para este fim, vamos provar o resultado a seguir, o qual garante um resultado de desigualdade de energia para uma solu¸c˜ao de (4).

Lema 2.1. Seja (u, b)(·, t) solu¸c˜ao forte do sistema (4) definida no intervalo maximal [0, T∗).

Portanto, 1 2 d dt∥(u, b)(·, t)∥ 2 2 ≤ −γ∥(Du, Db)(·, t)∥22, ∀ 0 ≤ t < T∗. (2.1) Em particular, ∥(u, b)(·, t)∥2≤ ∥(u0, b0)2 et 0 ∥(Du, Db)(·, s)∥2 2ds≤ 1 ∥(u0, b0) 2 2, (2.2)

(25)

Demonstra¸c˜ao. Primeiramente, notemos que 1 2 d dtJ 2 0(t) := 1 2 d dt∥(u, b)(·, t)∥ 2 2 = 1 2 d dt∥u(·, t)∥ 2 2+ 1 2 d dt∥b(·, t)∥ 2 2, (2.3)

para todo 0≤ t < T∗. Agora, realizando o produto interno (u,·)2 na primeira equa¸c˜ao do sistema (4), obtemos 1 2 d dt∥u∥ 2 2 = (u, ut)2

= µ(u, ∆u)2− (u, u · ∇u)2+ (u, b· ∇b)2− (u, ∇(p + 1 2|b|

2))2. (2.4)

Permita-nos analisar algumas das parcelas encontradas no lado direito das igualdades acima. Assim sendo, usando integra¸c˜ao por partes, ´e f´acil concluir que

(u, ∆u)2 := 3 ∑ i=1 (u, D2iu)2 = 3 ∑ i=1 (Diu, Diu)2 =−∥Du∥22 (2.5) e tamb´em (u, u· ∇u)2 = 3 ∑ i=1 (u, uiDiu)2 = 3 ∑ i=1 (u, Di(uiu))2 = 3 ∑ i=1 (u, (Diui)u + ui(Diu))2 = −(u, (∇ · u)u)2 3 ∑ i=1 (u, uiDiu)2 = 3 ∑ i=1 (u, uiDiu)2 = −(u, u · ∇u)2, (2.6)

onde na quinta igualdade utilizamos o fato∇·u = 0 (ver (4)). Consequentemente, (u, u·∇u)2= 0. Al´em disso, tamb´em por integra¸c˜ao por partes, encontramos

(u,∇(p +1 2|b| 2))2 = 3 ∑ i=1 (ui, Di(p + 1 2|b| 2))2 = 3 ∑ i=1 (Diui, p + 1 2|b| 2)2 = −(∇ · u, p +1 2|b| 2)2 = 0, (2.7)

(26)

desde que u ´e livre de divergente. Por substituir os resultados obtidos em (2.5), (2.6) e (2.7) em (2.4), obtemos 1 2 d dt∥u∥ 2 2+ µ∥Du∥22= (u, b· ∇b)2. (2.8) Agora vamos analisar o termo em (2.3) envolvendo a derivada do campo magn´etico. Aplicando o produto interno (b,·)2 `a segunda equa¸c˜ao do sistema (4), inferimos

1 2 d dt∥b∥ 2 2 = (b, bt)2 = ν(b, ∆b)2− (b, u · ∇b)2+ (b, b· ∇u)2. (2.9)

Analogamente ao que foi feito em (2.5), chegamos a

(b, ∆b)2=−∥Db∥22, (2.10)

desde que∇ · b = 0. Notemos ainda que,

(b, u· ∇b)2 = 3 ∑ i=1 (b, uiDib)2 = 3 ∑ i=1 (b, Di(uib))2 = 3 ∑ i=1 (b, (Diui)b + ui(Dib))2 = −(b, (∇ · u)b)2− (b, u · ∇b)2 = −(b, u · ∇b)2, (2.11)

onde usamos o fato que ∇ · u = 0 na ´ultima igualdade. Da´ı, (b, u · ∇b) = 0. Assim, substituindo (2.10) e (2.11) em (2.9), obtemos 1 2 d dt∥b∥ 2 2+ ν∥Db∥22 = (b, b· ∇u)2. (2.12) Por fim, somando as igualdades (2.8) e (2.12), encontramos

1 2

d dtJ

2

0(t) + µ∥Du∥22+ ν∥Db∥22= (u, b· ∇b)2+ (b, b· ∇u)2, (2.13) ver defini¸c˜ao (1.11).

(27)

A seguir vamos provar que o lado direito da igualdade (2.13) ´e nulo. Com efeito, (u, b· ∇b)2+ (b, b· ∇u)2 = 3 ∑ i=1 (u, biDib)2+ 3 ∑ i=1 (b, biDiu)2 = 3 ∑ i=1 (Di(biu), b)2+ 3 ∑ i=1 (b, biDiu)2 = 3 ∑ i=1 ((Dibi)u + bi(Diu), b)2+ 3 ∑ i=1 (b, biDiu)2 = 3 ∑ i=1 ((∇ · b)u, b)2 3 ∑ i=1 (biDiu, b)2+ 3 ∑ i=1 (b, biDiu)2 = 0,

pois b ´e livre de divergente. Logo, 1 2 d dtJ 2 0(t) + µ∥Du(·, t)∥22+ ν∥Db(·, t)∥22= 0, 0≤ t < T∗. Se considerarmos que γ = min{µ, ν} > 0 ´e poss´ıvel obter

1 2 d dtJ 2 0(t) + γ(∥Du(·, t)∥22+∥Db(·, t)∥22)≤ 0, 0 ≤ t < T∗, ou equivalentemente, por (1.11), 1 2 d dtJ 2 0(t)≤ −γJ12(t), ∀ 0 ≤ t < T∗. (2.14) A desigualdade acima prova (2.1).

Agora, verifiquemos que (2.2) vale. De fato, integrando de 0 a t (t ∈ [0, T∗)) a desigualdade (2.14), chegamos, atrav´es do Teorema Fundamental do C´alculo, a

1 2J 2 0(t)− 1 2J 2 0(0)≤ −γt 0 J12(s)ds≤ 0. (2.15) Deste modo, J0(t)≤ ∥(u0, b0)2, ∀ 0 ≤ t < T∗,

ver (1.11). Analisando (2.15) de outra maneira, podemos alcan¸car as seguintes desigualdades:

−∥(u0, b0)22 ≤ J02(t)− ∥(u0, b0)22 ≤ −2γt

0

(28)

Com isso, t 0 J12(s)ds≤ 1 ∥(u0, b0) 2 2, ∀ 0 ≤ t < T∗, o que prova (2.2). Por conseguinte, finalizamos a prova do Lema 2.1.

Usando o Lema 2.1, vamos mostrar que quando ´e poss´ıvel limitar, em algum intervalo de tempo, a norma do sup da solu¸c˜ao dada pelo sistema (4), inferimos uma limita¸c˜ao para todas as derivadas espacias na norma L2 desta mesma solu¸c˜ao no mesmo intervalo de tempo. Mais precisamente, temos o seguinte resultado.

Teorema 2.1. Seja (u, b)(·, t) solu¸c˜ao forte do sistema (4) definida no intervalo maximal [0, T∗).

Assuma que sup 0≤t<T∥(u, b)(·, t)∥ <∞. (2.16) Ent˜ao, Jn(t)≤ Kn, ∀ 0 ≤ t < T e n ∈ N,

onde Kn´e uma constante positiva que depende somente de n, sup

0≤t<T∥(u, b)(·, t)∥

, T, µ, ν e ∥(u0, b0)∥Hn.

Demonstra¸c˜ao. A prova deste resultado ´e feita por indu¸c˜ao sobre n. Primeiramente, segue das defini¸c˜oes (1.11) e (1.9), que

1 2 d dtJ 2 n(t) = 1 2 d dt|α|=n ∥(Dαu, Dαb)(·, t)∥2 2 = 1 2 d dt|α|=n ∥Dαu(·, t)∥2 2+ 1 2 d dt|α|=n ∥Dαb(·, t)∥2 2,

para todo 0 ≤ t < T e n ∈ N. Permita-nos examinar as duas somas do lado direito da igualdade acima separadamente. Assim sendo,

1 2 d dt|α|=n ∥Dαu2 2 = ∑ |α|=n (Dαu, Dαut)2 = ∑ |α|=n [µ(Dαu, Dα∆u)2− (Dαu, Dα(u· ∇u))2+ (Dαu, Dα(b· ∇b))2 − (Dαu, Dα(∇(p +1 2|b| 2)))2]. (2.17)

(29)

use integra¸c˜ao por partes em ordem a obter ∑ |α|=n (Dαu, Dα∆u)2 = ∑ |α|=n 3 ∑ i=1 (Dαu, DαD2iu)2 = |α|=n 3 ∑ i=1 (DiDαu, DiDαu)2 = |β|=n+1 ∥Dβu2 2. (2.18)

Integrando por partes e usando o fato que∇ · u = 0, encontramos|α|=n (Dαu, Dα(∇(p +1 2|b| 2))) 2 = ∑ |α|=n 3 ∑ i=1 (Dαui, DαDi(p + 1 2|b| 2)) 2 = |α|=n 3 ∑ i=1 (DαDiui, Dα(p + 1 2|b| 2)) 2 = |α|=n (Dα(∇ · u), Dα(p + 1 2|b| 2)) 2 = 0. (2.19)

Da´ı, substituindo (2.18) e (2.19) em (2.17), inferimos 1 2 d dt|α|=n ∥Dαu2 2+ µ|β|=n+1 ∥Dβu2 2= ∑ |α|=n [−(Dαu, Dα(u· ∇u))2+ (Dαu, Dα(b· ∇b))2]. (2.20) Similarmente a (2.18), podemos demonstrar que

1 2 d dt|α|=n ∥Dαb2 2 = ∑ |α|=n (Dαb, Dαbt)2 = ∑ |α|=n [ν(Dαb, Dα(∆b))2− (Dαb, Dα(u· ∇b))2+ (Dαb, Dα(b· ∇u))2] = −ν|β|=n+1 ∥Dβb2 2+ ∑ |α|=n [−(Dαb, Dα(u· ∇b))2+ (Dαb, Dα(b· ∇u))2], isto equivale a, 1 2 d dt|α|=n ∥Dαb2 2+ ν|β|=n+1 ∥Dβb2 2 = ∑ |α|=n [−(Dαb, Dα(u· ∇b))2+ (Dαb, Dα(b· ∇u))2]. (2.21)

(30)

Somando as igualdades (2.20) e (2.21), obtemos 1 2 d dtJ 2 n(t) + µ|β|=n+1 ∥Dβu2 2+ ν|β|=n+1 ∥Dβb2 2 = ∑ |α|=n [−(Dαu, Dα(u· ∇u))2 + (Dαu, Dα(b· ∇b))2− (Dαb, Dα(u· ∇b))2+ (Dαb, Dα(b· ∇u))2].

Assumindo que γ := min{µ, ν}, temos 1 2 d dtJ 2 n(t) + γJn+12 (t)≤ Sn(t), (2.22) onde Sn(t) :=|α|=n [−(Dαu, Dα(u·∇u))2+(Dαu, Dα(b·∇b))2−(Dαb, Dα(u·∇b))2+(Dαb, Dα(b·∇u))2]. Agora estamos aptos a provar que Jn(t) ´e limitado em [0, T ), para todo n∈ N.

Comecemos estimando J1(t) em [0, T ). Para este fim, a desigualdade (2.22) nos diz que ´e sufi-ciente estimar S1(t). Mais minuciosamnete, conferindo a defini¸c˜ao de S1(t), vemos que a limita¸c˜ao de J1(t) segue da parcela (Du, D(b· ∇b))2, j´a que os demais termos que definem S1(t) contribuem de maneira semelhante nas estimativas que seguem. Com isso exposto, note que

(Du, D(b· ∇b))2 = 3 ∑ i=1 (Du, D(biDib))2 = 3 ∑ i=1 (Du, DbiDib)2+ 3 ∑ i=1 (Du, biDDib)2 = 3 ∑ i=1 (Di(DuDbi), b)2+ 3 ∑ i=1 (Du, biDDib)2 = 3 ∑ i=1 ((DiDu)Dbi, b)2 3 ∑ i=1 (DuDDibi, b)2+ 3 ∑ i=1 (Du, biDDib)2 = 3 ∑ i=1 ((DiDu)Dbi, b)2− (DuD(∇ · b), b)2+ 3 ∑ i=1 (Du, biDDib)2 = 3 ∑ i=1 ((DiDu)Dbi, b)2+ 3 ∑ i=1 (Du, biDDib)2,

(31)

Vejamos que, pela Desigualdade de H¨older, (1.11) e (2.16), temos |(Db, bD2u) 2| ≤ ∥b∥∥Db∥2∥D2u2 ≤ MJ1(t)J2(t), onde M = sup 0≤t<T∥(u, b)(·, t)∥ . Analogamente, |(Du, bD2b) 2| ≤ MJ1(t)J2(t). Da´ı, |(Du, D(b · ∇b))2| ≤ CMJ1(t)J2(t). Do mesmo modo,

|(Du, D(u · ∇u))2|, |(Db, D(u · ∇b))2|, |(Db, D(b · ∇u))2| ≤ CMJ1(t)J2(t).

Com isso, a partir de (2.22) e Desigualdade de Young (1.17), chegamos a 1 2 d dtJ 2 1(t) + γJ22(t)≤ MJ1(t)J2(t)≤ CMγ−1J12(t) + 1 2γJ 2 2(t). Logo, 1 2 d dtJ 2 1(t) + γ 2J 2 2(t)≤ CMγ−1J12(t). Assim, pelo Lema de Gronwall, ver (1.33), encontramos

J12(t) ≤ exp{CMγ−1t}J12(0) ≤ exp{CMγ−1T}|α|=1 ∥(Dαu 0, Dαb0)22 ≤ exp{CMγ−1T}∥(u0, b0)2H1,

para todo 0≤ t < T. Portanto, J1(t) est´a limitada em [0, T ) por uma constante

K1 := exp{CMγ−1T}∥(u0, b0)∥H1

que depende somente de M, T, µ, ν e∥(u0, b0)∥H1.

Agora vejamos que J2(t) ´e limitada em 0≤ t < T (esta limita¸c˜ao ´e importante para a utiliza¸c˜ao da hip´otese de indu¸c˜ao a seguir). Por (2.22), temos que

1 2 d dtJ 2 2(t) + γJ32(t)≤ S2(t).

(32)

Para estimar S2(t) ´e necess´ario encontrar uma limita¸c˜ao para o termo (D2u, D2(b· ∇b))2, desde que as outras parcelas de S2(t) seguem de modo an´alogo.

A Regra de Leibniz para derivadas nos informa que

(D2u, D2(b· ∇b))2 = 3 ∑ i=1 (D2u, D2(biDib))2 = 3 ∑ i=1 2 ∑ j=0 ( 2 j ) (D2u, DjbiD2−jDib)2 = 3 ∑ i=1 [(2 0 ) (D2u, biD2Dib)2+ ( 2 1 ) (D2u, DbiDDib)2+ ( 2 2 ) (D2u, D2biDib)2 ] = 3 ∑ i=1 [(2 0 ) (D2Dib, biD2u)2 ( 2 1 ) (D(D2uDDib), bi)2 ( 2 2 ) (Di(D2uD2bi), b)2 ] = 3 ∑ i=1 [(2 0 ) (D2Dib, biD2u)2 ( 2 1 )[ (D3u, biDDib)2+ (D2Dib, biD2u)2 ] ( 2 2 ) (DiD2u, bD2bi)2 ] ( 2 2 ) (D2uD2(∇ · b), b)2 = 3 ∑ i=1 [(2 0 ) (D2Dib, biD2u)2 ( 2 1 )[ (D3u, biDDib)2+ (D2Dib, biD2u)2 ] ( 2 2 ) (DiD2u, bD2bi)2 ] ,

pois ∇ · b = 0. Assim, ´e suficiente analisarmos os termos da forma (D3b, bD2u) e (D3u, bD2b). Pela Desigualdade de H¨older e hip´otese (2.16), chegamos a

|(D3b, bD2u) 2| ≤ ∥b∥∞∥D3b2∥D2u2 ≤ MJ2(t)J3(t). Analogamente, |(D3u, bD2b) 2| ≤ MJ2(t)J3(t). Da´ı, |(D2u, D2(b· ∇b)) 2| ≤ CMJ2(t)J3(t). Do mesmo modo, |(D2 2 · ∇u)) |, |(D2 2 · ∇b)) |, |(D2 2 · ∇u)) | ≤ CMJ

(33)

Com isso, pela Desigualdade de Young (1.17) e (2.22), obtemos 1 2 d dtJ 2 2(t) + γJ32(t)≤ CMJ2(t)J3(t)≤ CMγ−1J22(t) + 1 2γJ 2 3(t). Portanto, 1 2 d dtJ 2 2(t) + 1 2γJ 2 3(t)≤ CMγ−1J22(t). Pelo Lema de Gronwall, inferimos

J22(t)≤ exp{CMγ−1t}J22(0)≤ exp{CMγ−1T}∥(u0, b0)2H2,

para todo 0≤ t < T . Portanto, J2(t) est´a limitada em [0, T ) por uma constante positiva

K2 := exp{CMγ−1T}∥(u0, b0)∥H2

que depende somente de M, T, µ, ν e∥(u0, b0)∥H2.

Agora, consideremos n ≥ 3 e Jn(t) limitada para 0 ≤ t < T . Verifiquemos que Jn+1(t) ´e

limitada neste mesmo intervalo. Vimos em (2.22) que 1 2 d dtJ 2 n+1(t) + γJn+22 (t)≤ Sn+1(t). (2.23)

Em ordem a estimar Sn+1(t) ´e suficiente limitarmos o termo (Dn+1u, Dn+1(b· ∇b))2, pois as demais parcelas em Sn+1(t) seguem de modo an´alogo. Por integra¸c˜ao por partes e pela Regra de

Leibniz para derivadas, temos

(Dn+1u, Dn+1(b· ∇b))2 = −(Dn+2u, Dn(b· ∇b))2 = 3 ∑ i=1 (Dn+2u, Dn(biDib))2 = nj=0 3 ∑ i=1 ( n j ) (Dn+2u, DjbiDn−jDib)2.

Assim, ´e suficiente analisarmos o termo da forma (Dn+2u, DjbDn+1−jb)2, onde 0 ≤ j ≤ n. Exa-minemos trˆes casos:

(34)

Pela Desigualdade de H¨older, temos que |(Dn+2u, DjbDn+1−jb) 2| ≤ ∥Djb∥∞∥Dn+2u2∥Dn+1−jb2 ≤ ∥Djb ∞Jn+2(t)Jn+1−j(t) ≤ Cj(Jn(t) + J0(t))Jn+2(t)Cn(Jn+1(t) + J0(t)) ≤ Kn(Jn+1(t) + J0(t))Jn+2(t),

onde na terceira passagem utilizamos os Lemas 4.3 e 1.22 e na ´ultima aplicamos a hip´otese de indu¸c˜ao e o fato de que J0(t) ´e limitado (ver Lema 2.1).

2o Caso: Assuma que j = n− 1.

Aplicando a Desigualdade de H¨older, o Lema 4.3 e o fato que J2(t) ´e limitado, encontramos

|(Dn+2u, DjbDn+1−jb)

2| = |(Dn+2u, Dn−1bD2b)2|

≤ ∥Dn−1b∥Dn+2u2∥D2b2

≤ Cn(Jn+1(t) + J0(t))Jn+2(t)J2(t)

≤ Cn(Jn+1(t) + J0(t))Jn+2(t).

3o Caso: Considere, por fim, que j = n.

Novamente pela Desigualdade de H¨older, obtemos

|(Dn+2u, DjbDn+1−jb)

2| = |(Dn+2u, DnbDb)2|

≤ ∥Db∥∞∥Dn+2u2∥Dnb2

≤ Cn(J3(t) + J0(t))Jn+2(t)Jn(t)

≤ Kn(Jn+1(t) + J0(t))Jn+2(t),

onde na segunda desigualdade usamos o Lema 4.3, na desigualdade seguinte aplicamos o Lema 1.22 e a hip´otese de indu¸c˜ao.

Observando os trˆes casos estudados acima, conclu´ımos que

|(Dn+1u, Dn+1(b· ∇b))

(35)

Analogamente, prova-se que

(Dn+1u, Dn+1(u· ∇u))2, (Dn+1b, Dn+1(u· ∇b))2, (Dn+1b, Dn+1(b· ∇u))2 podem ser estimados, no mesmo intervalo de tempo, pelo mesmo limite dado em (2.24).

Deste modo, usando a Desigualdade de Young (1.17), (2.23) torna-se 1 2 d dtJ 2 n+1(t) + γJn+22 (t) ≤ Kn(Jn+1(t) + J0(t))Jn+2(t) ≤ Knγ−1(Jn+1(t) + J0(t))2+ 1 2γJ 2 n+2(t). Logo, d dtJ 2 n+1(t) + γJn+22 (t)≤ Knγ−1(Jn+12 (t) + J02(t)). Da´ı, pelo Lema 2.1, obtemos

d dtJ

2

n+1(t) + γJn+22 (t)≤ Knγ−1(Jn+12 (t) +∥(u0, b0)22). Por fim, pelo Lema de Gronwall, chegamos a

Jn+12 (t) ≤ exp{Knγ−1t} [ Jn+12 (0) + Knγ−1t 0 ∥(u0, b0)22 ] ≤ exp{Knγ−1t} [ ∥(u0, b0)2Hn+1+ Knγ−1∥(u0, b0)22t ] ≤ Kn+1, para todo 0≤ t < T e Kn+1:=∥(u0, b0)2Hn+1exp{Knγ−1T} [ 1 + Knγ−1T ] .

Portanto, Jn+1(t) est´a limitada por uma constante positiva que depende somente de n, M, T, µ, ν e

∥(u0, b0)∥Hn+1. Deste modo, por indu¸c˜ao, o resultado ´e v´alido.

2.2

A Aplica¸

ao Ilimitada

∥(Du, Db)∥

q

,

32

< q

≤ 2

Nesta se¸c˜ao, vamos assumir que a solu¸c˜ao (u, b)(·, t) do sistema (4) em [0, T∗), com T∗ <∞,

apresenta explos˜ao em ordem a provar que

sup 0≤t<T∗

∥(Du, Db)(·, t)∥q=∞,

3

(36)

´

E importante destacar que se ∥(u, b)(·, t)∥ ´e limitada em 0 ≤ t < T para algum T finito, ent˜ao (u, b)(·, t) pode ser continuada a uma solu¸c˜ao suave al´em de T . Isto desempenha um papel impor-tante na demonstra¸c˜ao de (2.25). Mais especificamente, garantiremos que sup0≤t<T∥(u, b)(·, t)∥ ´

e limitado por uma constante se (2.25) n˜ao for verdadeira e, por conseguinte, este resultado nos levar´a a uma contradi¸c˜ao.

Come¸camos as justificativas desta discuss˜ao com o caso espec´ıfico q = 2.

Teorema 2.2. Seja (u, b)(·, t) solu¸c˜ao forte do sistema (4) definida no intervalo maximal [0, T∗).

Assuma que sup 0≤t<T∥(Du, Db)(·, t)∥2 <∞, (2.26) ent˜ao sup 0≤t<T ∥(u, b)(·, t)∥∞≤ K2,

onde K2´e uma constante positiva que depende somente de sup 0≤t<T ∥(Du, Db)(·, t)∥2, T, µ, ν,∥(bu0, bb0)1. Em particular, se T∗ <∞, ent˜ao sup 0≤t<T∗∥(Du, Db)(·, t)∥2 =∞.

Demonstra¸c˜ao. Aplicando a Transformada de Fourier `a primeira equa¸c˜ao do sistema (4), temos but(k, t)− µd∆u(k, t) + \u· ∇u(k, t) − \b· ∇b(k, t) + [∇(p +

1 2|b|

2)](k, t) = 0, (2.27) para todo k = (k1, k2, k3)∈ R3 e t∈ [0, T ). Consequentemente,

but+ \u· ∇u − \b· ∇b + [∇(p + 1 2|b| 2)] =−µ|k|2bu, desde que d ∆u = 3 ∑ i=1 d Di2u = 3 ∑ i=1 ki2bu = −|k|2bu. (2.28) Agora, considerando a defini¸c˜ao

Q(x, t) :=−u · ∇u(x, t) + b · ∇b(x, t) − ∇(p +1 2|b|

(37)

podemos reescrever (2.27) da seguinte forma: b

ut=−µ|k|2bu + bQ. (2.29)

Por outro lado,

\

u· ∇u − \b· ∇b = − bQ− [(∇(p +1 2|b|

2)] ´

e a decomposi¸c˜ao ortogonal do vetor \u· ∇u− \b· ∇b em um vetor ortogonal a k e um vetor paralelo a k, respectivamente. De fato, por (2.29), temos que

b

Q· k = but· k + µ|k|2(bu · k)

= (bu · k)t+ µ|k|2(bu · k)

= −i[( [∇ · u)t+ µ|k|2( [∇ · u)]

= 0,

pois∇ · u = 0. Logo, bQ ´e ortogonal a k. Al´em disso,

[∇(p +1 2|b| 2)] = ([D1(p +1 2|b| 2)], [D2(p + 1 2|b| 2)], [D3(p +1 2|b| 2)]) = (ik1(p +1 2|b| 2), ik2(p +1 2|b| 2), ik3(p +1 2|b| 2)) = [i(p + 1 2|b| 2)]k.

Assim sendo, [∇(p +12|b|2)] ´e paralelo a k. Pelo Teorema de Pit´agoras, segue que,

| \u· ∇u − \b· ∇b|2 =| bQ|2+|[∇(p +1 2|b| 2)]|2. Da´ı, | bQ|2 = | \u· ∇u − \b· ∇b|2− |[∇(p +1 2|b| 2)]|2 ≤ | \u· ∇u − \b· ∇b|2 ≤ (| \u· ∇u| + | \b· ∇b|)2. (2.30)

Aplicando o semigrupo do calor e−µ|k|2(t−s) `a igualdade (2.29) e integrando de 0 a t, obtemost 0 e−µ|k|2(t−s)busds =−µ|k|2 ∫ t 0 e−µ|k|2(t−s)bu ds +t 0 e−µ|k|2(t−s)Q ds,b

(38)

onde 0≤ s ≤ t < T . Assim, integrando por partes, chegamos a bu(·, t) = e−µ|k|2t bu0+ ∫ t 0 e−µ|k|2(t−s)Q ds.b Passando ao m´odulo, obtemos, atrav´es de (2.30), que

|bu| ≤ e−µ|k|2t |bu0| +t 0 e−µ|k|2(t−s)| bQ| ds ≤ |bu0| +t 0 e−µ|k|2(t−s)(| \u· ∇u| + | \b· ∇b|) ds. Integrando em rela¸c˜ao a k∈ R3 a desigualdade acima, inferimos

∫ R3|bu(k, t)| dk ≤ ∫ R3|bu0 (k)| dk +t 0 ∫ R3 e−µ|k|2(t−s)(| \u· ∇u| + | \b· ∇b|) dkds = ∥bu01+ ∫ t 0 ∫ R3 e−µ|k|2(t−s)(| \u· ∇u| + | \b· ∇b|) dkds. Sabemos que ∥u∥∞≤ 1 (2π)32 ∥bu∥1. Consequentemente, ∥u∥ 1 (2π)32 ∫ R3|bu| dk 1 (2π)32 ∥bu01+ 1 (2π)32 ∫ t 0 ∫ R3 e−µ|k|2(t−s)(| \u· ∇u| + | \b· ∇b|) dkds. (2.31) Observemos que, pela Desigualdade de H¨older,

∫ R3 e−µ|k|2(t−s)| \b· ∇b| dk ≤ (∫ R3 e−2µ|k|2(t−s)dk )1 2 (∫ R3| \ b· ∇b|2dk )1 2 . (2.32) Sabemos que −∞e −r2 dr = π12.

(39)

Portanto, por utilizar o Teorema de Mudan¸ca de Vari´aveis para integrais, temos ∫ R3 e−2µ|k|2(t−s)dk = ∫ −∞ −∞ −∞e −2µ(k2 1+k22+k32)(t−s)dk1dk2dk3 = ∫ −∞e −2µk2 1(t−s)dk 1 ∫ −∞e −2µk2 2(t−s)dk 2 ∫ −∞e −2µk2 3(t−s)dk 3 = ( 1 √ 2µ(t− s) )3 −∞e −u2 1du1 −∞e −u2 2du2 −∞e −u2 3du3 = ( π )3 2 (t− s)−32 . (2.33)

Al´em disso, usando a Identidade de Parseval, temos que ∫ R3| \ b· ∇b|2dk = ∫ R3|b · ∇b| 2dx ≤ C ∫ R3 3 ∑ i=1 |biDib|2dx ≤ C∥b∥2 3 ∑ i=1 ∫ R3|Di b|2dx = C∥b∥2∥Db∥22 ≤ C∥(u, b)∥2 ∥(Du, Db)∥22 ≤ K12∥(u, b)∥2∞, onde K1 := sup 0≤t<T∥(Du, Db)(·, t)∥2 , (2.34)

ver (2.26). Aplicando essas estimativas em (2.32), conclu´ımos que, ∫ R3 e−µ|k|2(t−s)| \b· ∇b| dk ≤ K1Cµ(t− s)− 3 4∥(u, b)∥. (2.35) Analogamente, conclui-se ∫ R3 e−µ|k|2(t−s)| \u· ∇u| dk ≤ K1Cµ(t− s)− 3 4∥(u, b)∥, (2.36)

ver (2.26). Assim, por (2.31), chegamos a

∥u∥ 1 (2π)32 ∥bu01+ K1Cµt 0 (t− s)−34∥(u, b)∥ds 1 (2π)32 ∥(bu0, bb0)1+ K1t 0 (t− s)−34∥(u, b)∥ds (2.37)

(40)

de Fourier nesta mesma equa¸c˜ao, obtemos

bbt(k, t) = νd∆b(k, t)− \u· ∇b(k, t) + \b· ∇u(k, t), (2.38)

para todo k∈ R3, 0≤ t < T. Similarmente a (2.28), encontramos

bbt=−ν|k|2bb − \u· ∇b + \b· ∇u. (2.39)

Aplicando o semigrupo do calor e−ν|k|2(t−s) a (2.38) e, em seguida, integrando de 0 a t, obtemost 0 e−ν|k|2(t−s)bbsds =−ν|k|2 ∫ t 0 e−ν|k|2(t−s)bb ds +t 0 e−ν|k|2(t−s)( \−u · ∇b + \b· ∇u) ds, onde 0≤ s ≤ t < T. Deste modo,

bb(·, t) = e−ν|k|2tbb

0+ ∫ t

0

e−ν|k|2(t−s)( \−u · ∇b + \b· ∇u) ds. Passando ao m´odulo, infere-se

|bb| ≤ e−ν|k|2t |bb0| +t 0 e−ν|k|2(t−s)| \−u · ∇b + \b· ∇u| ds ≤ |bb0| +t 0 e−ν|k|2(t−s)(| \u· ∇b| + | \b· ∇u|) ds. Integrando em rela¸c˜ao a k∈ R3, obtemos

∫ R3|bb| dk ≤ ∫ R3|bb0| dk +t 0 ∫ R3 e−ν|k|2(t−s)(| \u· ∇b| + | \b· ∇u|) dkds = ∥bb01+ ∫ t 0 ∫ R3 e−ν|k|2(t−s)(| \u· ∇b| + | \b· ∇u|) dkds. Usando a desigualdade ∥b∥∞≤ 1 (2π)32 ∥bb∥1, conclu´ımos que ∥b∥ 1 (2π)32 ∫ R3|bb| dk 1 (2π)32 ∥bb01+ 1 (2π)32 ∫ t 0 ∫ R3 e−ν|k|2(t−s)(| \u· ∇b| + | \b· ∇u|) dkds. (2.40)

(41)

Pela Desigualdade de H¨older e argumentos an´alogos aos encontradados em (2.33) e (2.34), temos ∫ R3 e−ν|k|2(t−s)| \u· ∇b| dk ≤ (∫ R3 e−2ν|k|2(t−s)dk )1 2 (∫ R3| \ u· ∇b|2dk )1 2 ≤ Cν(t− s)− 3 4∥u∥∥Db∥2 ≤ Cν(t− s)− 3 4∥(u, b)∥∥(Du, Db)∥2 ≤ K1Cν(t− s)− 3 4∥(u, b)∥, Analogamente, ∫ R3 e−ν|k|2(t−s)| \b· ∇u| dk ≤ Cν(t− s)− 3 4∥b∥∥Du∥2 ≤ K1Cν(t− s)− 3 4∥(u, b)∥.

Aplicando estas estimativas em (2.40), temos que

∥b∥ 1 (2π)32 ∥bb01+ K1Cνt 0 (t− s)−34∥(u, b)∥ds 1 (2π)32 ∥(bu0, bb0)1+ K1Cνt 0 (t− s)−34∥(u, b)∥ds. (2.41)

Deste modo, por (2.37) e (2.41), chegamos a

∥(u, b)∥∞≤ 1 (2π)32 ∥(bu0, bb0)1+ K1Cµ,νt 0 (t− s)−34∥(u, b)∥ds.

Por fim, pelo Lema do tipo Gronwall 4.1, conclu´ımos que

∥(u, b)(·, t)∥∞≤ 1 (2π)32 ∥(bu0, bb0)1exp{K1Cµ,νT}, ∀ 0 ≤ t < T. Portanto, sup 0≤t<T∥(u, b)(·, t)∥∞≤ K2 , ∀ 0 ≤ t < T,

onde K2 depende somente de K1, T, µ, ν,∥(bu0, bb0)1.

Em particular, se T∗ <∞ e K1 <∞ (ver (2.26)) ent˜ao, pela desigualdade acima a solu¸c˜ao de (4) pode ser continuada al´em de T∗. Isto contradiz a maximalidade de T∗.

´

Referências

Documentos relacionados

Com isso, alguns objetivo foram tra¸ cados tais como: o estudo te´ orico e a implementa¸ c˜ ao num´ erica de m´ etodos aplicados ` a resolu¸ c˜ ao de Sistemas de Equa¸ c˜ oes n˜

Dessa forma, estudos futuros sobre aprendizagem de camundongos neste aparato poderão evitar a etapa de aclimatação, poupando tempo e diminuindo o estresse

As questões de gênero e sexualidade historicamente localizam-se às margens do currículo oficialmente trabalhado na escola, sendo limitadas a uma discussão

Nosso estudo corroborou que o SIU-LNg foi efetivo no controle da dor, dismenorréia e dispareunia durante.. A dismenorréia, que estava presente em todas as mulheres, já no primeiro

Estudo da sexualidade na prática de Enfermagem a partir de como as Enfermeiras dão sentido e significado ao comportamento sexual do paciente hospitalizado, suas

Convencional Marcha Picada.. Classificação

Para a verificação das possíveis influências sazonais sobre as populações de anuros, foram utilizados dados sobre precipitação anual da região fornecidos pelo site

Resultados recentes sobre as equa¸ c˜ oes de Navier-Stokes para fluidos incompress´ ıveis..