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PERFIL DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA DURANTE A PARTIDA DE FUTEBOL

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PERFIL DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA DURANTE

A PARTIDA DE FUTEBOL

Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, para Obtenção do Título de Mestre em Ciências da Saúde.

SÃO PAULO 2002

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PERFIL DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA DURANTE

A PARTIDA DE FUTEBOL

Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, para Obtenção do Título de Mestre em Ciências da Saúde.

Programa de Pós-graduação em Reabilitação

Coordenador: Prof. Dr. José Roberto de Brito Jardim Orientador: Prof. Dr. Turíbio Leite Barros Filho

SÃO PAULO 2002

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iii FERNANDES, Sérgio da Rocha.

Perfil da freqüência cardíaca durante a partida de futebol / Sérgio da Rocha Fernandes. -- São Paulo, 2002.

viii, 52p.

Tese (Mestrado) – Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina. Programa de Pós-graduação em Reabilitação

Título em inglês: The Heart Rate Profile During The Soccer Game.

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iv Orientador:

Prof. Dr. Turíbio Leite de Barros Neto

Professor Adjunto e Coordenador do Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte da Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina.

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v

José Fernandes Pato (in memorian) e Maria Anunciação Rocha, pela vida, educação, amor, dedicação, exemplo de caráter, pelo apoio incondicional em todos os momentos e por todos os sonhos que me ajudaram a concretizar, sempre me incentivando e demonstrando uma força e coragem, que tenho certeza que nem eles imaginavam ter.

A minha querida esposa e filha, Andréia e Júlia Fernandes, pelo amor diário, carinho, atenção, pela cumplicidade e principalmente pela paciência com que suportaram minha ausência, nesta fase de estudos.

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vi

Ao Prof. Dr. Turíbio Leite de Barros Neto, que sem a sua segura orientação, conhecimento, paciência, apoio nas dificuldades, calma, ajuda e amizade, não poderia estar agora pronunciando estes agradecimentos e nem manifestando a minha imensa gratidão, portanto muito obrigado do fundo do meu coração, por ter me orientado e conduzido até o termino deste trabalho.

Ao Prof. Wellington Valquer, amigo e companheiro incansável durante a realização deste trabalho, sempre pronto a auxiliar e apoiar nos momentos mais difíceis, sua presença definitivamente possibilitou que este trabalho fosse concluído.

Aos atletas que participaram deste estudo, pela disponibilidade, seriedade e confiança, com os quais nos possibilitaram a avaliação e novos conhecimentos desse tão maravilhoso esporte, que é o futebol.

Aos meus familiares, por todo carinho e estrutura recebidos em todos os momentos felizes ou difíceis desta trajetória acadêmica, os quais sempre me apoiaram e incentivaram.

Aos meus amigos, que sempre nos apoiaram e incentivaram, mesmos distantes, estando sempre presentes quando necessário e também entendendo nossa ausência.

Aos Profs. Luiz Carlos de Souza das Neves, e Fábio Mahseredjian, pela amizade, apoio, confiança, paciência, profissionalismo, aprendizado e imensa ajuda cientifica, que muito me ajudou na elaboração deste trabalho.

Ao Ft Ricardo Sasaki e aos Drs. José Sanchez de Aquino e Luiz Augusto Freire Gaspar por sua amizade, presteza e principalmente por estarem sempre prontos a orientar e ajudar das mais diversas formas a concretização deste trabalho.

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vii

sua amizade e companheirismo durante todo meu percurso neste estudo.

Aos Profs. Moraci Vasconcelos Sant’anna e Carlos Roberto Valente Oliveira pelo incentivo, aprendizado técnico/cientifico, amizade, companheirismo, confiança, apoio e respeito profissional que sempre admirei e me inspirei desde o inicio de minha carreira profissional.

Aos companheiros do S.P.F.C., Milton Cruz, Rojas, Ailton, Luizão, Ratinho, Cícero, Cristina, Juca, D. Eliza, Graça, Vanderlei e outros não citados que colaboraram, das mais variadas formas, alguns, mesmo sem saber.

Aos Treinadores Tele Santana, Pepe, Muricy Ramalho, Parreira, Mario Sérgio, Dário Pereira, Levir Culpi, Nelsinho Baptista, Oswaldo de Oliveira, Gilberto Sorriso, Silva, Vizolli, Sr. Carlinhos, Ovídio, Salomão, pela amizade, confiança, aprendizado, apoio e profissionalismo que sempre pude contar durante toda a minha carreira.

Ao São Paulo Futebol Clube e seu corpo diretivo, agradeço do fundo de meu coração, pela primeira oportunidade de trabalho ainda como estagiário e principalmente por acreditar em meu trabalho e profissionalismo durante estes 21 anos de minha trajetória profissional neste clube, por isso dedico a ele meu apreço, consideração, lealdade e acima de tudo gratidão.

Ao futebol Brasileiro – pentacampeão mundial, que mesmo judiado e mal conduzido fora de campo, dentro dele demonstra toda a sua força, técnica, garra e criação, elevando o nome do Brasil a um patamar que tão cedo será alcançado.

À Srª “Bola”, isso mesmo, “a bola” , razão de ser do futebol e de tudo que gira em torno dela, sou lhe muito grato!

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viii

Dedicatória ... iii

Agradecimentos... iv

RESUMO ... vii

1. INTRODUÇÃO... 1

1.1 A EXIGÊNCIA FÍSICA NO FUTEBOL... 2

1.2 O desempenho físico no futebol... 4

1.3 O limiar anaeróbio... 6

1.4 A freqüência cardíaca nos esportes... 8

1.5 Hipótese... 12

2. OBJETIVOS... 13

3. CASUÍSTICA E MÉTODOS... 15

3.1 Casuística... 16

3.2 Determinação da Freqüência Cardíaca... 16

3.3 Avaliação do Limiar Anaeróbio... 16

3.4 Análise Estatística... 18

4. RESULTADOS... 19

4.1 FC Média do Jogo... 20

4.2 FC do jogo em relação a FCmáx... 21

4.3 FC do jogo de acordo com a intensidade... 21

4.4 FC do jogo em relação à FC do limiar anaeróbio... 23

4.5 FC típica durante o jogo... 25

5. DISCUSSÃO... 26

6. CONCLUSÃO... 32

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 34

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ix

Perfil da Freqüência Cardíaca Durante a Partida de Futebol

Os objetivos do presente estudo foram verificar as respostas da freqüência cardíaca (FC) durante a partida de futebol e compara-las com indicadores de intensidade de esforço. Para tanto foram analisados 19 atletas profissionais (idade média = 24.06  4.03 anos) do São Paulo Futebol Clube. As análises foram realizadas durante 2 partidas amistosas sendo a FC foi registrada a cada 5 segundos através do Polar Accurex. A FC média durante o jogo foi de 166  9.0, valor correspondente a 86% da Freqüência cardíaca máxima (FCmáx). A zona de intensidade mais freqüente foi entre 170-179 bpm com 28% do tempo total de jogo. Durante 56.7 % do tempo os atletas permanecem em intensidades abaixo da FC do limiar anaeróbio e o restante do tempo no limiar ou acima. O futebol demonstra ser um esporte de alta intensidade de natureza essencialmente intervalada, e induz a diferentes impactos fisiológicos que devem ser respeitados durante a formulação do treinamento.

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1.1 - A exigência física no futebol

O futebol é o esporte mais popular do Mundo (Banister,1991). Os jogos finais da Copa do Mundo realizados na França em 1998 foram assistidos por mais de 400 milhões de telespectadores em todo o mundo (Hillis, 1998). O último censo (popularmente chamado BIG COUNT) realizado pela FIFA em 2000, demonstrou que mais de 240 milhões de pessoas (um em cada 25 habitantes do planeta Terra) jogam habitualmente futebol, e mais de 5 milhões de pessoas exercem funções ligadas ao futebol tais como: treinadores, preparadores físicos, fisioterapeutas, médicos, árbitros, assistentes, etc. No mundo existem mais de 1,5 milhões de equipes e aproximadamente trezentos mil clubes, além disso a FIFA conta atualmente com mais de duzentos paises associados, o que a coloca como a maior organização desportiva do mundo. (Fifa, 2002). Neste ano de 2002, na Copa do Mundo, disputada na Coréia do Sul e no Japão, esse número certamente cresceu ainda mais. Esse é o esporte que tem mais importância social e política, avançando em assuntos que estão fora do âmbito estritamente esportivo.

O futebol tem sido usado por ditadores e revolucionários, é o símbolo da oligarquia e anarquia, faz com que presidentes sejam eleitos ou depostos e defina a forma de pensar das pessoas, para o bem ou para o mal, com relação aos seus paises, vide Silvio Berluscone, que foi presidente do Milan e fundou o partido político Forza Itália (nomeado em homenagem a um hino de futebol) e em 1994 foi eleito primeiro- ministro da Itália; em 1978 quando a Argentina venceu a copa do Mundo, os generais no comando estimularam uma euforia que distraiu a população com relação à tortura e o desaparecimento de milhares de “subversivos”; Benito Mussolini posou várias vezes ao lado das estrelas do futebol

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- campeões mundiais em 1934 e 1938 - e a cena na varanda com o time tornou-se um ritual global; até mesmo o primeiro- ministro britânico Harold Wilson culpou em parte a derrota surpresa da Inglaterra na copa do Mundo por sua inesperada derrota nas eleições gerais de 1970, alguns dias depois; Uday, filho de Saddan Hussein, torturou e prendeu jogadores iraquianos após derrotas cruciais. O Futebol de acordo com uma velha noção quase marxista, é o ópio do povo, usado por governantes para manipular as massas. Certamente os governantes tentam.(Kuper, 2002). Esse esporte envolve cifras bilionárias, direitos de imagem, publicidade, altos salários, jornais, radio e televisão e impulsiona um mercado fantástico, chamando a atenção de uma legião de pessoas, interessadas na sua prática como lazer ou profissionalmente.

A evolução da preparação física, técnica e tática, além da cobrança de todo o sistema mencionado anteriormente e o alto grau de competitividade a que o futebol tem sido submetido nos últimos anos, fez com que diversos estudos fossem realizados visando a análise do jogo e conseqüentemente as suas exigências físicas.

Para a precisa formulação do treinamento é necessário que se conheça com alto grau de precisão as exigências físicas e fisiológicas a que são submetidos os atletas durante a competição.

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1.2 O desempenho físico no futebol

Diversos autores citam que o futebol por suas múltiplas particularidades deve ter seu treinamento orientado pelas exigências do jogo e da competição: “O melhor treinador é a competição (Cramer, 1987). São nos jogos que aprendemos a forma que devemos treinar, e a competição é que determina os objetivos e métodos do treinamento físico (Bisanz, 1988; Krauspe et al, 1990). Se a competição é o melhor treinamento, reciprocamente um bom treinamento deve ter características da competição (Norpoth, 1988)”. O segredo do êxito no futebol deve ser sempre buscado no treinamento.

Muitos autores avaliaram as características das exigências energéticas em diferentes modalidades coletivas e individuais (Withers et al 1982, Van Gool et al 1988, Reilly e Thomas 1976, Valquer et al 1997; Araújo 1996), a freqüência cardíaca (Seliger et al 1968, Agnevic et al 1970, Smodlaka 1978, Reilly et al 1986, Van Gool 1983, Bangsbo 1990, Rhode e Espersem 1988), a medição de lactato (Smaros 1980, Ekblom 1986, Rhode e Espersem 1988, Gerish et al 1988, Smith et al 1993, Bangsbo 1991, lista citada por Bangsbo em 1994), a depleção de glicogênio muscular (Hargreves 1994).

Em 1959 Winterbotton, utilizando um campograma para acompanhar a atuação individual dos atletas durante a partida, citou que as distâncias percorridas durante uma partida com jogadores de futebol variavam entre 1600 e 5486 metros.

O jogo de futebol tem duração de 90 minutos e o padrão de atividades pode ser expresso em perfil de trabalho. Estas variáveis podem ser analisadas através do uso do time motion analysis, o que é um poderoso indicador das exigências físicas do jogo (Mayhew e Wenger, 1985).

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Reilly e Thomas (1976) desenvolveram um método de análise do movimento durante uma partida, que consistia em marcar a extensão e a intensidade dos movimentos de cada jogador, com as distâncias percorridas em diferentes posições de jogo; para isso, eles criaram uma tabela dividindo a equipe em, meio campo, laterais, atacantes e zagueiros, de acordo com o tipo de atividade: trotando, corrida em velocidade, sprint, andar e correr de costas. Numa análise realizada com atletas ingleses sem considerar as posições, a média da distância total percorrida foi de 8680 metros, dos quais 3187 metros trotando (36,8%), 2150 metros andando (24,8%), 1810 metros em corrida de velocidade (20,5%), 974 metros em sprint (11,2%) e 559 metros correndo de costas (6,7%). A distância em média de cada atividade (correndo, andando, trotando etc..) foi de 10 metros, com trocas entre elas a cada 5 segundos (Reilly e Thomas, 1976).

Mayhew e Wenger (1985), realizaram um estudo para calcular o tempo gasto por 30 jogadores canadenses nas diferentes atividades do jogo, analisando por vídeo, com um programa de computador. Os resultados indicam que o futebol é predominantemente uma atividade aeróbia, e que só em 12% do tempo total de uma partida exigia uma fonte de energia anaeróbia.

Brodowicz et al (1990) citam que na maior parte do tempo de jogo, os jogadores permanecem em atividades de baixa intensidade, como trotar e andar.

Whithers et al (1982) concluíram que do ponto de vista fisiológico, a posição que mais exige de um jogador de futebol é a do meio campista, seguido pelos laterais, atacantes e por último pelos zagueiros.

Valquer (2002) ao analisar mais de 60 atletas profissionais brasileiros verificou que durante todo o jogo o atleta de futebol percorre de 8000 a 11000 metros. Com aproximadamente 900 trocas no tipo ou intensidade do deslocamento.

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Estudos mostram que o atleta pode alcançar níveis de concentração de lactato sanguíneo de até 10 mmol durante a partida (Agnevic, 1970), porém, os dados encontrados na literatura apresentam grandes variações que oscilam de 2 mmol até 14.3 mmol (Ekblom, 1986).

A depleção de glicogênio muscular foi analisada em 5 jogadores Suecos por Saltim (1973), neste trabalho reportou-se a queda de desempenho quando havia baixo nível de glicogênio muscular pré-jogo, principalmente na distância percorrida em alta intensidade.

1.3 O limiar anaeróbio

A expressão limiar anaeróbio foi introduzida pela primeira vez em 1964 por Wasserman e Mc ILroy, representando a intensidade do exercício, em que a concentração de lactato sérica começa a aumentar e a de bicarbonato começa a diminuir. Estes autores também introduziram a técnica de avaliar a acidose metabólica indiretamente, medindo as trocas gasosas pulmonares (medida não invasiva do limiar anaeróbio através dos gases expirados, mais tarde conhecido como limiar ventilatório) (Chicharro e Arce, 1991).

Nos primeiros anos da década de sessenta, Hollman, com trabalhos realizados na Alemanha, descreveu o ponto de ótima eficiência respiratória, estabelecendo a relação entre o limiar anaeróbio e a capacidade de resistência em exercícios de longa duração (Hollmann, 1985).

O conceito de limiar tem sido aplicado em estudos de exercícios progressivos, sendo aceito como índice de limiar anaeróbio as cargas de trabalho e consumo de oxigênio onde a concentração de lactato sanguíneo se eleva acima dos níveis de repouso, com valores em torno de 2 a 4 mM/l (Davis et al, 1983).

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A interpretação fisiológica do conceito de limiar, como se pode perceber, depende do significado dado ao termo anaeróbio, que depende de uma demanda e disponibilidade de oxigênio que o músculo necessita para se contrair (Chicharro e Arce, 1991).

Tem se utilizado também o termo anaeróbio para descrever a via metabólica que não requer oxigênio para seu normal funcionamento (glicólise anaeróbia). Existe também a tendência não demonstrada experimentalmente de atribuir o aumento da concentração sérica de lactato a uma maior utilização da via glicolítica anaeróbia devido a um recrutamento progressivo de fibras musculares glicolíticas, durante a realização de um exercício determinado (Chicharro apud Chicharro, 1991).

Como se pode perceber até pouco tempo atrás, muitos pesquisadores acreditavam que o ácido láctico era responsável por uma série de problemas atléticos como fadiga, músculos doloridos ou câimbras. Hoje, esta explicação simples e única para tantos problemas fisiológicos perdeu seu credito. Na verdade, reconhece-se hoje que o ácido láctico tem importantes funções no metabolismo. Longe de ser o vilão do metabolismo o ácido láctico é uma substancia essencial, usada no fornecimento de energia, na glicólise e na ressíntese de glicogênio no fígado.

Duas hipóteses – a do transporte do ácido láctico (Brooks, 1985) e a do paradoxo da glicose (Foster, 1984; Newgard, 1983) – têm sido responsáveis pela nova forma com a qual o ácido láctico é visto. Ambas reconhecem que o acúmulo de ácido láctico no sangue e no músculo pode interferir no estímulo nervoso do músculo, no processo de contração e na produção de energia necessária para essa contração.

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A interferência nesses processos pode causar a fadiga. Entretanto, as duas hipóteses admitem que o ácido láctico se metaboliza muito rapidamente – é que a quantidade de ácido láctico no sangue, a qualquer instante, é sempre menor comparada com a grande quantidade de ácido láctico que é continuamente formada e eliminada (Brooks, 1985).

Como podemos perceber a investigação cientifica continua no decorrer do tempo, trazendo novas informações sobre este ponto conhecido como limiar anaeróbio, onde o organismo passa a apresentar um déficit de oxigênio, prejudicando a performance do individuo.

Do ponto de vista aplicado ao futebol, o limiar anaeróbio constitui um indicador importante de intensidade, podendo ser usado como limite de transição aeróbio-anaeróbio em uma monitorização ao longo do jogo.

1.4 A freqüência cardíaca nos esportes

A freqüência cardíaca (FC) não é como um metrônomo, batendo sempre em períodos regulares (Grupi et al, 1994; Stein et al, 1994).

Há sempre uma flutuação normal e esperada desta freqüência, denominada “variabilidade da freqüência cardíaca” (VFC) (Apud Grup: et al, 1994).

Como as mudanças da freqüência cardíaca são, em grande parte, reguladas autonomicamente, de modo que o sistema nervoso simpático aumenta a freqüência cardíaca e o sistema nervoso parassimpático a diminui, mudanças na variabilidade da freqüência cardíaca podem estar associadas a mudanças no equilíbrio simpato-vagal (Ravenswaaij-Arts et al, 1993; Rimoldi et al, 1992; Meersman, 1993; Moser et al, 1994; Arai et al, 1989; Breuer et al, 1993; Kleiger et al, 1995).

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O exercício físico tem sido freqüentemente utilizado como uma maneira não invasiva de se avaliar a adequação funcional dos sistemas cardiovascular e respiratório (Wasserman et al, 1987). O exercício se caracteriza por uma condição de stress que impõe ao organismo a necessidade de controle neural adequado da circulação (Rimoldi et al, 1992).

Nos primeiros estudos, somente era possível gravar a freqüência cardíaca antes e depois dos jogos. Este procedimento foi alvo de diversas pesquisas onde a freqüência cardíaca avaliada imediatamente após o jogo não refletia a freqüência cardíaca média durante o jogo, (McArdle et al. 1969, Ramsey et al. 1970).

O método da monitorização da freqüência cardíaca, tem sido amplamente utilizado por sua praticidade e por respeitar a especificidade da atividade a ser avaliada. Este método proporciona um registro completo do processo fisiológico, que reflete a quantidade, e a intensidade da atividade física, sendo que a freqüência cardíaca também é tipicamente utilizada para estimar o gasto energético da atividade física, baseada no critério da relação linear entre a freqüência cardíaca e o consumo de oxigênio (Astrand et al 1977).

Vários estudos utilizando a freqüência cardíaca como controle de esforço foram realizados, Deroanne et al (1972), Hollmann and Hettinger, (1976), Kohno et al. (1988), Nowacki et al. (1988), Ali e Farrally (1991) em jogadores de futebol; Gleim et al. (1981) em jogadores de futebol americano; Boyle et al (1994), Green et al. (1976) em jogadores de hóquei; Mcinnes, Carlson, Jones et al (1995), McArdle et al. (1971), Ramsey et al. (1970) em jogadores de basquetebol, os quais, todos apontam para a facilidade e fidedignidade na avaliação da intensidade geral do trabalho do jogador.

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A análise da freqüência cardíaca em estudo feito em jogadoras profissionais da Liga de hóquei da Inglaterra verificou que durante o jogo a média da freqüência cardíaca (FC) foi de 171 batimentos por minuto (BPM), com uma variação de 161 a 188 batimentos por minuto,(Lothian e Farrally,1992).

Retechuki et al, (2001) realizaram um estudo com objetivo de analisar a intensidade do jogo, através do método de freqüência cardíaca em uma equipe de handebol feminino e concluíram que escolares do sexo feminino, na faixa etária de 13 a 14 anos, praticam o handebol em percentuais elevados de sua freqüência cardíaca máxima (acima de 80 %).

Com o objetivo de conhecer o comportamento da freqüência cardíaca de atletas de basquetebol, Borim e Gonçalves (1996) realizaram um estudo com jovens atletas e concluíram que em todas as posições há registros de freqüência cardíaca de alta intensidade (acima de 180 bpm). Mostraram também um comportamento diferenciado entre as posições, com os armadores indicando batimentos superiores nos valores médios e nas respostas máximas e os alas com freqüência cardíaca mais elevada. Concluíram também que, as informações sobre cargas quantitativas e qualitativas a que jovens desportistas vem se submetendo, não só em treinamento, mas também em competições, podem subsidiar situações aplicadas da modalidade, a partir da perspectiva das ciências do esporte, principalmente para a prescrição e controle da eficiência do treinamento.

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1.4.1 - A freqüência cardíaca no futebol

A facilidade de se efetuar medidas de freqüência cardíaca ao longo de treinamentos e mesmo de partidas oficiais tornou-se muito maior após a popularização dos aparelhos frequencímetros digitais, os quais ficaram menores e mais acurados, sendo que muitos vêm acompanhados de software que nos informam a freqüência cardíaca em intervalos de tempo bem pequenos. Os índices biológicos em geral e a freqüência cardíaca em particular, quando analisados em conjunto com o volume e intensidade dos deslocamentos, nos oferecem um indicativo extremante valioso para a determinação da estrutura de carga competitiva, propiciando informações para a determinação da carga de treino mais adequada a cada jogador em virtude de sua posição e função dentro de campo (Frisselli e Mantovani, 1999).

O estudo da freqüência cardíaca tem sido alvo de diversos pesquisadores. Em um interessante estudo Capranica e colaboradores em 2001 verificaram que jovens atletas permanecem cerca de 84% do tempo de jogo com valores acima de 170 bpm, já Rhode e Espersem em 1988 relataram que durante 26% do tempo de jogo, os atletas profissionais permanecem com 92% da FCmáx.

Durante jogos-treino de futebol de salão, Araújo et al (1998) monitoraram a freqüência cardíaca de 6 crianças e encontraram a média de 152,51 15,83 bpm, sendo que os garotos permaneceram 57% do tempo com valores de freqüência cardíaca menores ou igual a 149 bpm e 43% em valores acima de 149 bpm, sugerindo que o jogo de futebol de salão se caracteriza como uma atividade física de intensidade leve e moderada segundo o critério de classificação proposto por Swain (1982), considerando atividade de baixa

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intensidade (FC: 120 – 140 bpm); moderada intensidade (FC: 150 – 169 bpm) e alta intensidade (FC > 169 bpm). Deste modo, os autores apresentaram o jogo de futebol de salão como estratégia para proporcionar um estilo de vida mais ativo.

Em um estudo realizado por Balsom et al, (1995) descobriu-se que a intensidade do exercício (estimada a partir das medições da freqüência cardíaca) de jogar “pequenos jogos” (3 jogadores de cada lado) com as relações selecionadas de trabalho/repouso e comparar as intensidades de quatro desses jogos com a corrida contínua sem bola, eram suficientemente intensas para aperfeiçoar o desempenho de um jogador de futebol. Nos jogos 1 a 4 (1º e 2º com período de trabalho de 3 minutos por 2 de recuperação, 3º com 30 segundos de trabalho por 15 de recuperação e 4º com 30 segundos de trabalho por 20 de recuperação), a resposta média de freqüência cardíaca era maior que 85% da FCmáx.

De acordo com a literatura sobre jogadores de futebol profissional, a alta intensidade das atividades praticadas durante um jogo, resultam em uma freqüência cardíaca média, acima de 170 batimentos por minuto (Fornaris et al, 1989; Ali e Farrally, 1991).

Portanto, o perfil do comportamento da freqüência cardíaca e sua análise em relação aos indicadores de intensidade de esforço tornam -se informações valiosas para o diagnóstico das características de exigências individuais.

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1.5 Hipótese

A análise da freqüência cardíaca durante o jogo de futebol reflete o perfil de variações de intensidade e permite o diagnóstico das exigências individuais na modalidade.

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 Determinar o comportamento da freqüência cardíaca durante o jogo de futebol.

 Estabelecer o diagnóstico do envolvimento aeróbio – anaeróbio com base na freqüência cardíaca do limiar anaeróbio.

 Caracterizar a intensidade média do jogo de futebol expressa em percentagem (%) da FCmáx.

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3.1 Casuística

Foram analisados 19 atletas de futebol profissional, pertencentes ao São Paulo Futebol Clube com idade variando de 18 a 35 anos(idade média = 23.6  4.2 anos); peso corporal de 67,0 a 83,0 kg (peso médio de 74.3  4.6 Kg) e a altura de 168 a 185 cm (altura média de 177.3  5.2 cm de altura). O grupo foi composto por atletas que estavam treinando normalmente sem nenhum tipo de lesão.

TABELA 1 – VALORES INDIVIDUAIS, MÉDIAS E DESVIOS PADRÃO, DOS DADOS ANTOPOMÉTRICOS: PESO (KG), ALTURA (CM), IDADE (ANOS), DOS ATLETAS DE FUTEBOL PROFISSIONAL

Atletas Peso Altura Idade

SO 67 168 24 AI 76 180 21 MA 70 171 20 CM 80 179 29 WI 79 185 22 SD 70 170 20 ED 73 180 20 EV 80 182 35 FS 69 173 20 PA 83 184 23 PI 74 180 25 RI 68 170 24 RP 77 183 26 IL 73 180 20 AL 70 177 18 GU 77 180 23 BE 78 177 26 AX 73 172 29 VA 77 178 27 Média 74,3 177,3 23,6 DP 4,6 5,2 4,2

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3.2 Determinação da Freqüência Cardíaca

Todos os atletas foram acompanhados em dois jogos amistosos realizados pelo São Paulo Futebol Clube, utilizando o monitor de freqüência cardíaca POLAR modelo ACCUREX PLUS. A freqüência cardíaca foi obtida a cada 5 segundos. No intervalo do jogo não havia coleta de dados, de modo que os valores são representativos dos momentos de competição. Os dados eram armazenados na memória do relógio e depois transferidos para um computador, através da unidade Polar Interface Plus com o software Training Advisor.

3.3 Avaliação do Limiar Anaeróbio

O limiar anaeróbio foi determinado em esteira rolante (QUINTON - Q65) com protocolo de carga crescente e medida de trocas gasosas respiratórias em aparelho metabólico computadorizado (QUINTON - QMC). Para a detecção do limiar anaeróbio foi utilizado o critério de V –slope (Beaver et al, 1986). Foram expressos individualmente os valores de FC correspondentes à intensidade do limiar anaeróbio.

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FIGURA 1 – Aparelho metabólico computadorizado (Quinton-QMC) e esteira (Quinton - Q65)

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3.4 Análise Estatística

Foi utilizado como método, a análise estatística descritiva dos resultados. Todos os dados são apresentados em média, seguidos do desvio padrão. Os valores foram expressos em percentuais da Freqüência cardíaca máxima e da Freqüência cardíaca do limiar anaeróbio.

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4.1 FC Média do Jogo

O tempo médio de análise em cada partidafoi de 73.6 + 17.6 minutos. A freqüência cardíaca média durante o jogo para a amostra estudada foi de 166 + 9.0 bpm, o que corresponde em média a 86% da freqüência cardíaca máxima prevista para a idade, a menor média individual foi de 146 bpm e a maior de 183 bpm. Na tabela 2 apresentamos a FC média do jogo, o maior e o menor valor encontrado e o desvio padrão de cada atleta analisado.

TABELA 2 – MÉDIA DA FC, MAIOR E MENOR VALOR E O DP

Atletas Média Maior Menor DP

SO 160 173 147 12,9 Al 171 183 159 12,1 MA 167 189 145 22 CM 164 175 153 11,4 WI 183 194 172 11,4 SD 166 181 152 14,5 ED 153 168 138 15 EV 146 161 131 15,3 FS 178 190 166 12 PA 161 174 148 12,7 PI 160 169 152 8,5 RI 170 181 159 11,3 RP 168 179 157 11,2 IL 177 186 168 8,7 AL 174 181 167 7,3 GU 160 174 146 14,4 BE 171 180 162 9,4 AX 163 172,6 153,4 9,6 VA 158 169,3 146,7 11,3 Média 166 178 154 12 DP 9,03 8,47 10,61 3,27

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4.2 FC do jogo em relação a FCmáx

Com relação à variação temporal da freqüência cardíaca durante o jogo em relação a FCmáx (Tabela 3) podemos observar que em 34,2 % da partida os atletas permanecem com valores acima de 87% da FCmáx, em 32,2% do jogo entre 77 e 86% da FCmáx, e no restante da partida com valores inferiores a 77% da FCmáx.

TABELA 3 – TEMPO GASTO EM CADA INTENSIDADE EM RELAÇÃO A FCMÁX.

Intensidade <77%FCmáx 77- 86%FCmáx >87%FCmáx

44.0 32.2 34.2

Os valores são expressos em percentual do tempo total de jogo.

4.3 – FC do jogo de acordo com a intensidade

Como o futebol demonstra ser um esporte de característica intermitente, dividimos a FC em 7 zonas de intensidade (tabela 4) e verificamos que na média os atletas permanecem a maior parte do tempo no intervalo de 170-179 bpm representando 28 % do tempo total de jogo, seguido pelo intervalo 160-169 ocupando 25 % do tempo, os valores superiores a 180 bpm corresponderam a 16,2 % do tempo de disputa, a freqüência cardíaca compreendida entre 150-159 bpm somou 17,2 % e valores inferiores a 149 bpm com pouco mais de 13%.

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TABELA 4 – TEMPO MÉDIO GASTO EM CADA INTENSIDADE.

FC (bpm) <129 130-139 140-149 150-159 160-169 170-179 >180

Média 2.3 3.1 7.8 17.2 25.0 28.0 16.2 Variação 0 –16.6 0 -14.4 0 -21.5 3.5 -35.0 9.9 –41.0 1.4 -61.7 0 -67.7 DP 4.41 3.98 6.15 10.55 9.27 14.08 19.48

Os valores são expressos em percentual do tempo total de jogo.

TABELA 5 – PERCENTUAL DO TEMPO GASTO EM CADA INTENSIDADE – FREQÜÊNCIA CARDÍACA (BPM) < 129 bpm 130-139 bpm 140-149 bpm 150-159 bpm 160-169 bpm 170-179 bpm > 180 bpm SO 2,1 5,7 12,3 22,4 31,0 23,6 2,8 AL 0,9 0,2 4,3 8,3 20,5 42,1 23,5 MA 11,2 2,7 4,9 12,3 22,9 27,6 18,3 CM 2,1 2,7 10,5 16,5 41,0 26,3 0,9 WI 0,0 0,0 0,0 4,4 9,9 17,7 67,7 SD 0,2 5,1 11,1 13,9 19,4 31,6 18,2 ED 5,8 14,4 15,1 32,4 20,9 8,6 2,2 EV 16,6 11,4 21,5 30,4 16,4 1,4 0,0 FS 0,0 0,0 0,9 8,2 14,0 26,3 50,3 PA 0,9 4,4 12,0 22,8 31,7 24,0 4,2 PI 0,0 1,0 11,0 35,0 39,4 13,5 0,0 RI 0,1 0,9 3,9 12,3 27,4 33,2 21,9 RP 0,1 1,9 5,9 10,1 26,6 44,4 10,8 IL 0,0 0,0 0,0 3,5 15,2 35,0 46,2 AL 0,0 0,0 1,3 3,8 13,1 61,7 19,8 GU 2,3 0,0 9,3 30,2 30,2 23,3 2,3 BE 0,4 0,9 0,7 8,1 25,1 45,5 18,9 AX 0,0 2,2 6,9 22,4 39,4 28,6 0,2 VA 1,3 5,0 16,1 29,2 30,1 17,8 0,5 Média 2,3 3,1 7,8 17,2 25,0 28,0 16,2 DP 4,41 3,98 6,15 10,55 9,27 14,08 19,48

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4.4 – FC do jogo em relação à FC do limiar anaeróbio

Outro dado interessante é a comparação da FC de jogo com a do limiar anaeróbio determinada em laboratório (Tabela 6).

TABELA 6 – FC DO LIMIAR, VELOCIDADE DO LIMIAR E FC DO JOGO x FC DO LIMIAR

Atletas FC do limiar (bpm) Velocidade do limiar (km/h) FC do jogo vs FC do limiar

SO 163 14 98,2 AL 173 15 98,8 MA CM 172 14 95,3 WI 184 16 99,5 SD 176 16 94,3 ED 171 15 89,5 EV 166 14 88,0 FS 176 14 101,1 PA 170 16 94,7 PI 155 14 103,2 RI 178 15 95,5 RP 172 15 97,7 IL 176 15 100,6 AL 174 13 100,0 GU 162 15 98,8 BE 174 13 98,3 AX 172 15 94,8 VA 167 15 94,6 Média 171 14,7 97 DP 6.69 0,9 3,91

Através desta análise pode-se observar durante quanto tempo a freqüência cardíaca é mantida abaixo, na FC de limiar anaeróbio e acima. Desta maneira os dados sugerem que durante o jogo de futebol, há um equilíbrio com 56,7% do tempo abaixo da FC do limiar e o restante no limiar ou acima; indicando que os atletas necessitam ter muitos bem desenvolvidos os mecanismos de

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remoção do lactato produzido, evidenciando uma exigência metabólica de caráter misto aeróbio/anaeróbio.

TABELA 7 – TEMPO GASTO EM CADA INTENSIDADE (EXPRESSO EM % DO TEMPO COLETADOS PELO TOTAL) FC DO LIMIAR ANAERÓBIO.

Abaixo do limiar No limiar Acima do limiar

Média 56.7 3.5 39.7

Variação 24.6 -95.3 0 -6.6 3.3 -71.7

DP 21.9 1.4 21.4

Os valores são expressos em percentual do tempo total de jogo!

TABELA 8 – PERCENTUAL DO TEMPO EM CADA INTENSIDADE EM RELAÇÃO À FC DO LIMIAR ANAERÓBIO (%)

Abaixo do limar (%) No limiar (%) Acima do limiar (%)

SO 51,5 3,0 45,5 AL 46,9 3,4 49,7 MA CM 82,5 3,6 13,9 WI 44,3 3,2 52,4 SD 68,1 3,2 28,7 ED 93,5 0,0 6,5 EV 95,3 1,4 3,3 FS 34,1 2,6 63,3 PA 71,9 4,8 23,4 PI 24,6 3,6 71,7 RI 69,8 3,6 26,6 RP 52,2 3,1 44,7 IL 37,7 3,1 59,1 AL 41,2 6,6 52,2 GU 45,2 4,8 50,0 BE 53,8 5,3 40,9 AX 82,0 4,4 13,8 VA 26,6 3,6 69,8 Média 56,7 3,5 39,7 DP 21,9 1,4 21,4

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4.5 FC típica durante o jogo

Abaixo temos um exemplo do comportamento da FC ao longo de 45 minutos de jogo, na qual podemos observar que a variação foi de 150 a 180 bpm (Figura 2).

FIGURA 2 – Comportamento da FC de dois atletas durante a partida de futebol 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 bpm 45 minutos

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Durante uma partida de futebol, todas as qualidades físicas básicas são utilizadas em maior ou menor intensidade (Bruggemann,1994), e uma das principais características é a de apresentar momentos de alta intensidade, intercalados com momentos de baixa intensidade,com freqüentes alterações no tipo e duração do deslocamento (Ekblon, 1986). Durante um jogo as atividades podem variar, de uma seqüência de piques a uma recuperação com o jogador trotando, andando ou até mesmo parado.

Outro aspecto que deve ser levado em consideração, diz respeito à dificuldade de um maior controle quanto aos efeitos da carga de treinamento. Podemos observar, que em qualquer tipo de atividade sem o controle fisiológico adequado, muitas vezes a carga do treinamento estará em desacordo com o objetivo programado para a sessão de treinos.

Vários parâmetros fisiológicos podem ser utilizados na sua percepção; geralmente tem-se utilizado o limiar anaeróbio, freqüência cardíaca, ventilação pulmonar, verificação do nível de lactato,consumo de oxigênio e índice de percepção subjetiva de esforço (Fox e Mathews, 1986). Dentre os indicadores citados, diversos autores como Araújo (1986), Voguel et al (1994), preconizam a utilização de um método fácil para mensurar a intensidade de esforço que é o da freqüência cardíaca.

Em um estudo realizado por Balsom et al, (1995), com o objetivo de investigar a intensidade do exercício em pequenos jogos (3 jogadores de cada lado) em 8 diferentes relações de trabalho/repouso (8 pequenos jogos), e comparar as intensidades de quatro desses jogos com a corrida contínua sem bola. Determinou-se que a intensidade (estimada a partir das medições da freqüência cardíaca) de jogar “pequenos jogos” (3x3) com as relações selecionadas de

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trabalho/repouso era suficientemente intensa para aperfeiçoar o desempenho de um jogador de futebol. Nos jogos 1 a 4 (1º e 2º com período de trabalho de 3 minutos por 2 de recuperação, 3º com 30 segundos de trabalho por 15 de recuperação, 4º com 30 segundos de trabalho por 20 de recuperação), a resposta média de freqüência cardíaca era maior que 85% da FCMax. O valor médio mais alto registrado foi de 95% no jogo que tinha períodos de trabalho de 3 minutos com 2 minutos de intervalo para repouso. Nos jogos 5 a 8 (5º com 30 minutos de trabalho sem repouso, 6º com 8 minutos de trabalho por 2 minutos de repouso, 7º com 4 de trabalho por 2 de repouso e 8º com 2 minutos de trabalho por 30 seg. de repouso) a resposta da freqüência cardíaca em todas as quatro ocasiões foi maior que 90% da FCMax dos jogadores. Além do mais, as freqüências cardíacas registradas durante os pequenos jogos eram de magnitude similar, e em alguns casos maior, que aquelas observadas durante a corrida contínua sem bola. Em termos de desenvolvimento do sistema de transporte de oxigênio, os dados desse estudo claramente sugerem que o treinamento, para desempenho na forma de pequenos jogos é comparável à corrida contínua sem bola. Mais que isso, como previamente mencionado, o treinamento de resistência na forma de “pequenos jogos” é ótimo no que se refere às adaptações musculares locais (periféricas). Outro interesse adicional foi a descoberta que, durante 30 minutos contínuos de um “pequeno jogo” (quinto jogo), foi observado que cada jogador teve contato com a bola em mais de 100 diferentes ocasiões. Assim, é claro que, além de ser eficiente como forma de treinamento de resistência específico para o futebol, os pequenos jogos podem simultaneamente ser empregados como um método para aperfeiçoar as habilidades com a bola e a consciência tática.

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Seliger em 1968 encontrou valor médio de 165 bpm aproximadamente 80% da FCmáx; Bangsbo em 1992 verificou, ao analisar 6 jogadores dinamarqueses, valor médio de 164 BPM no primeiro tempo sendo que no 2º tempo houve um decréscimo de 10 BPM evidenciando uma possível diminuição do trabalho realizado. Sendo portanto dados muito próximos aos resultados obtidos em nossa pesquisa, no qual a freqüência cardíaca média durante o jogo foi de 166 + 9.03 bpm, o que corresponde a 86% da freqüência cardíaca.

Rhode e Espersem (1988) analisando jogadores dinamarqueses, reportaram valores de freqüência cardíaca, durante 11% do tempo, inferiores a 73% da máxima, durante 63% do jogo entre 73 e 92% e 26% da partida valores superiores a 92% da FCmáx, dados compatíveis ao nosso estudo onde pudemos observar que em 34,2% da partida os atletas permaneceram com valores acima de 87% da freqüência cardíaca máxima (FCmáx), e no restante da partida com valores inferiores a 77% da FCmáx.

O limiar anaeróbio pode ser considerado como um indicador de intensidade do exercício, considerando que a FC de limiar é a zona de transição do metabolismo, essencialmente aeróbio para uma situação de solicitação também anaeróbia com concomitante aumento do lactato sanguíneo, ventilação, eliminação de Co2 e decréscimo da concentração de bicarbonato (Hoogeveen e Hoogsteen, 1999).

Um exemplo de aplicação desse nosso estudo é um treinamento que é chamado de C.C.V.V. (corrida com variação de velocidade),método de esforço variado para desenvolvimento das capacidades de resistência de futebolistas adultos ou que apresentem uma boa base de treinamento (Bosco, 1993). Esse

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método baseia-se na utilização de cargas contínuas, porém variando a velocidade, sendo que o aspecto neuromuscular deve estar presente em qualquer treinamento, que consiste em estímulos realizados em máxima velocidade, nas distâncias de 10, 30 e 40 metros, repetidos após intervalos regulares de 110, 50 e 30 segundos. A recuperação deve ser realizada com o jogador correndo numa velocidade onde a sua freqüência cardíaca se mantenha acima de 150 bpm. O método original sugere que o tempo máximo de execução do treinamento seja de 48 minutos. Usando um pouco de criatividade, o preparador físico pode elaborar um treinamento ainda mais adequado para as necessidades de seu grupo,reorganizando as distâncias e a FC., o que o certamente irá contribuir de forma significativa para a melhora da performance competitiva de seu grupo. Através da análise dos dados, podemos observar uma forte tendência do jogo caracterizar diferentes impactos fisiológicos nos indivíduos, evidenciando que para alguns atletas a disputa da partida de futebol parece ser mais intensa, visto a alta variabilidade do tempo ocupado acima e abaixo da FC de limiar anaeróbio, fenômeno que não parece estar diretamente ligado à função tática do atleta.

Com relação ao comportamento da FC durante o jogo, é possível notar que ela oscila durante todo o tempo, demonstrando a característica intermitente da modalidade.

As demandas fisiológicas durante uma atividade de caráter intermitente, não dependem unicamente da duração e velocidade de corrida, mas sim a densidade de trabalho físico, a proporção dos tempos de descanso através do jogo é de suma importância para a determinação da carga fisiológica (Mc lean et al, 1991).

(42)

Os dados apresentados no presente trabalho, tornam-se extremamente importantes na medida que foram coletados durante o jogo de futebol, possibilitando assim, uma melhor compreensão da carga fisiológica induzida pela prática desta modalidade, o que é de suma importância para a programação e monitorização das cargas de treinamento.

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 O registro da FC permite determinar que o futebol é um esporte de alta intensidade de natureza essencialmente intervalada, e que o jogo induz a diferentes impactos fisiológicos que devem ser respeitados para a prescrição da intensidade do exercício, controle e formulação do treinamento.

 O futebol se caracteriza por ser uma atividade onde em 60% do tempo predomina o metabolismo essencialmente aeróbio.

 A sobrecarga cardiovascular durante o jogo caracteriza um ajuste da FC em torno de 86% da FCmáx.

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Anexo 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - UNIFESP /EPM

DEPARTAMENTO DE REABILITAÇÃO

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Perfil da Freqüência Cardíaca Durante a Partida de Futebol

As informações abaixo serão fornecidas, com o intuito de que sua participação no presente estudo seja consciente e voluntária. Os objetivos desse estudo, serão determinar a freqüência cardíaca durante a partida de futebol. Todos os participantes, serão analisados durante todo o jogo, e será gravada a freqüência cardíaca a cada 5 segundos, através do POLAR modelo Accurex, sendo que após a utilização do POLAR durante o jogo, o atleta será

submetido a avaliação do Limiar Anaeróbio, em esteira rolante, após a partida ou em data a ser marcada pelo pesquisador.

Durante todo o estudo, os participantes terão assegurado o direito, de a qualquer momento obter informações sobre procedimentos, riscos, benefícios e quaisquer dúvidas referentes à pesquisa. O principal investigador é o professor Sérgio da Rocha Fernandes, que pode ser encontrado no CEMAFE – Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte , localizado na rua Pedro de Toledo 338 – Vila Mariana – fone : 5549 3013 e 5579 0053 . Se você tiver alguma dúvida sobre a ética da pesquisa entre em contato com o comitê de ética da pesquisa, R. Botucatu ,572- 1º andar –cj 14 , fone - 5571 1062 , FAX - 5539 7162 .

É garantida a liberdade da retirada desse consentimento, a qualquer momento e deixar de participar do estudo, sem qualquer prejuízo pessoal . As informações obtidas, serão analisadas em conjunto com a de outros atletas, não sendo divulgadas a identificação de nenhum indivíduo. Todos os dados, estarão disponíveis a qualquer momento a todos os participantes, sem que haja qualquer despesa durante a pesquisa.

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Em caso de dano pessoal, diretamente causado pelos procedimentos ou tratamentos propostos neste estudo (nexo causal comprovado), o participante, terá direito a tratamento médico na instituição, bem como às indenizações legalmente estabelecidas.

Por fim, assumo o compromisso enquanto pesquisador, de utilizar os dados e o material coletado, somente para essa pesquisa.

Acredito ter sido suficientemente informado, a respeito das informações que li ou que foram lidas para mim , descrevendo o estudo do “Perfil da Freqüência Cardíaca Durante a Partida de Futebol”

Eu discuti, com o professor Sérgio da Rocha Fernandes sobre a minha participação neste estudo. Ficaram claros para mim, quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de segredo e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro, que a participação no estudo é livre de despesas, e que tenho acesso a tratamento hospitalar, se necessário. Concordo voluntariamente, em participar deste estudo, e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento , antes ou durante o mesmo, sem penalidades, prejuízo ou perda de qualquer benefício, que eu possa ter adquirido, ou no meu atendimento neste serviço .

...

Assinatura do paciente/ representante legal data ..../.../...

...

Assinatura da testemunha data ..../.../...

Declaro, que obtive de forma apropriada e voluntária, o consentimento livre e esclarecido deste participante, ou representante legal para a participação neste estudo.

...

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