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Palavras-chave: epúlide, neoplasia, oncologia. Keywords: epulide, neoplasia, oncology.

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ÉPULIS FIBROMATOSO: IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO – RELATO DE CASO

Christie Erley Teixeira de OLIVEIRA1; Thaís Rosa da SILVA1; Kelly Carolina

Assis ARANTES1; Daniele Kavamura Guimarães de MOURA1; Yuri das Neves de SOUZA2; Patrícia Lorena da Silva Neves GUIMARÃES3

1 Acadêmica em Medicina Veterinária na Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás, christieerley@gmail.com

2 Acadêmico em Medicina Veterinária da União Pioneira de Integração (UPIS) – Distrito Federal 3.Pesquisadora Doutora do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Goiás,

patricialorena2@hotmail Resumo

As neoplasias orais representam 6% de todos os tumores encontrados em cães e gatos, acometendo tanto animais de idade avançada quanto animais jovens, porém os casos descritos em animais mais velhos são superiores aos descritos em animais jovens. Os epúlides, também conhecido como épulis são neoplasias benignas com origem no estroma periodontal e são divididos basicamente em três tipos: Fibromatoso, acantomatoso e ossificante. Apesar de existir outras opções terapêuticas disponíveis, o tratamento cirúrgico ainda é o método mais utilizado e eficaz para esse tipo de neoplasia. Esse trabalho teve como objetivo relatar um caso de Épulis Fibromatoso suas características clínicas, métodos diagnósticos e terapêuticos utilizados.

Palavras-chave: epúlide, neoplasia, oncologia. Keywords: epulide, neoplasia, oncology.

Revisão de literatura

A cavidade oral representa o quinto lugar mais cometido por neoplasias em pequenos animais (SMITH, 2005), e usualmente os proprietários só percebem o problema quando o mesmo se encontra em estágio bastante avançado. Apesar da maioria das neoplasias orais serem benignas, elas apresentam caráter bastante infiltrativo e pode frequentemente invadir os tecidos circunjacentes (CARVALHO, 2004).

Os tumores orais contam com grande diversidade de tipos histológicos (LIPTAK; WITHROW 2007). Os locais mais afetados por neoplasias da cavidade oral

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são gengiva; Língua; Mucosa labial; Mucosa oral; Amígdalas; Alvéolos dentários; Palato mole e palato duro (WHITE, 2003). Os sinais clínicos mais observados são halitose, emagrecimento, sialorréia intensa, hemorragia local, dor ao abrir a boca, disfagia, dificuldade de mastigação, contorno facial alterado e deslocamento ou perda dentária sendo que dependendo da evolução clínica pode ocorrer fraturas da mandíbula ou maxila por comprometimento ósseo grave (MORRIS; DOBSON, 2007; GlOSO 2007).

Os tumores mais comumente encontrados na boca são: Melanoma; Mastocitoma; Sarcoma; Carcinoma de células escamosas; Tumor Venéreo Transmissível Oral (TVT); Fibrossarcoma; Papilomatose oral canina; Épulis Acantomatosa, Épulis Fibromatosa e granuloma eosinofílico, sendo este último não neoplásico (GUIMARÃES et al, 2012).

Os épulis são tumores benignos originados do estroma do ligamento periodontal (LIPTAK; WITHROW, 2007), basicamente são classificados em três tipos: Épulis Fibromatoso de origem do ligamento periodontal; Épulis Acantomatoso (denominação reformulada para Ameloblastoma Acantomatoso) e Épulis Ossificante (DUBIELZIG, 2002), sendo mais comumente encontradas nos cães, representando aproximadamente 60% dos casos, enquanto nos gatos são raros (BRUIJN et al., 2007).

Essa neoplasia na maioria dos casos apresenta-se com consistência bastante firme e coloração róseo-acinzentada, frequentemente assemelha-se com aspecto macio, aderido ao periósteo e eventualmente podem deslocar mecanicamente os dentes, mas não invadem o tecido ósseo (BROWN et al., 2007) e apresenta ausência de potencial metastático (MORRIS; DOBSON, 2007).

O presente trabalho tem por objetivo descrever o caso clínico de um animal que apresentava Épulis Fibromatoso, bem como relatar os procedimentos adotados durante o tratamento.

Descrição do Caso

Foi atendido pelo Serviço Odontológico do Hospital Veterinário da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás (HV/EVZ/UFG), um canino, fêmea, sem raça definida e pesando 13,400Kg com sete anos de idade.

O proprietário relatou durante a anamnese que aproximadamente há vinte dias, o animal apresentou aumento progressivo do volume de uma massa na boca, e que

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nos últimos dias não estava mais conseguindo se alimentar com ração e comia apenas comida caseira, sem demais alterações notadas pelo proprietário.

Durante o exame clínico notou-se que o animal estava em alerta, mucosas normocoradas, tempo de preenchimento capilar (TPC) menor que dois segundos, temperatura retal 37,9°C e linfonodos mandibulares e poplíteos reativos. Ao examinar especificamente a lesão oral percebeu-se que a massa estava localizada na gengiva, dorsal ao canino superior esquerdo com superfície lisa, não ulcerada, consistência firme, medindo cerca de 2,0 cm x 1,0 cm de diâmetro e, além disso, apresentava placa dentária e cálculo dentário.

Dentre os exames complementares foram solicitados o perfil hematológico, radiografias de tórax nas posições látero-lateral direita, látero-lateral esquerda e ventro-dorsal, radiografia oblíqua da maxila esquerda, ultrassonografia abdominal e eletrocardiograma.

Para a realização da biopsia excisional realizou-se nodulectomia com incisão circular, divulsão incisional do nódulo e completo selamento das estruturas gengivais com sutura de pontos simples isolados. Após o despertar, o animal foi liberado para sua casa e a alta médica foi concluída após reavaliação ao sétimo dia do procedimento cirúrgico com melhora na sua condição clínica/cirúrgica.

Após seis meses da ocorrência de cirurgia, foi realizado o retorno do animal ao Hospital Veterinário.

Resultados e Discussão

Geralmente os casos de épulis ocorrem em cães com idade média a avançada (BROWN et al, 2007). Corroborando com esse relato, o paciente em questão possuía sete anos de idade.

Os exames hematológicos, perfis bioquímicos, radiografia de tórax, ultrassonografia abdominal e eletrocardiograma não demonstraram alteração digna de nota.

O resultado do exame histopatológico descreveu que amostra apresentava epitélio de superfície com acentuada acantose e marcada invaginação em direção à camada sub-epitelial além de áreas focais de erosão e ulceração. No extrato sub-epitelial havia infiltrado inflamatório mononuclear multifocal associado à discreta hemorragia. Contudo, predominava acentuada proliferação de tecido conjuntivo por vezes entremeado a ilhas de proliferação celular epitelial em aspecto

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de paliçada, que apresentava pontes intercelulares proeminentes sem formação de queratina. As atipias morfológicas eram mínimas e as mitoses pouco frequentes. Os achados microscópicos indicaram Épulis Fibromatoso do ligamento periodontal.

No animal relatado foi realizado uma radiografia oral que é de extrema importância, pois pode fornecer importantes dados quanto a extensão da neoplasia e se existe ou não comprometimento ósseo e dentário (LIPTAK; WITHROW, 2007), no entanto, não se observou achados referentes à infiltração neoplásica óssea.

Apesar de os épulis não cursarem com metástase (DAMASCENO; ARAÚJO, 2004) foi realizada radiografia torácica do paciente em três exposições, pois ainda não havia o resultado do exame histopatológico.

O prognóstico de épulis se apresenta excelente após extirpação cirúrgica completa (SMITH, 2005). O animal do caso descrito encontra-se em bom estado geral, sem apresentar qualquer recidiva da neoplasia. Dessa forma, pode-se concluir que o tratamento cirúrgico do Épulis Fibromatoso pode ser curativo, principalmente nos casos em que não há infiltração óssea.

Cotran et al. (2000) afirmaram que é aconselhável realizar avaliação citológica do tecido e/ou biópsia incisional ou excisional para que se chegue ao diagnóstico definitivo, pois os épulis se assemelham macroscopicamente com o carcinoma epidermóide e o fibrossarcoma. Dentre os exames solicitados no referido paciente foi realizada avaliação histopatológica que identificou a natureza da neoplasia da lesão, permitindo o direcionamento adequado no pós-operatório.

Na reavaliação após seis meses da ocorrência cirúrgica foi observada boa recuperação do paciente, tendo sido relatado pelo proprietário que o animal está se alimentando normalmente e não foi constatado o reaparecimento da neoplasia. Conclusão

Esse relato de caso ressalta o fato de que as neoplasias orais são extremamente comuns na rotina da clínica veterinária e que mesmo frequentes, precisam ser correlacionados aos exames clínicos, radiográficos e histopatológicos para o bom estabelecimento do diagnóstico e que a exérese cirúrgica nodular, mesmo sem margem cirúrgica segura, foi eficaz no tratamento para esse tipo de neoplasia, visto que proporcionou bom resultado funcional e clínico.

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BRUIJN, N. D.; KIRPENSTEIJN, J.; NEYENS, I. J. S.; VAN DEN BRAND, J. M. A.; VAN DEN INGH, T. S. G. A. M. A. Clinicopathological Study of 52 feline Épulis. Veterinary Pathology, Washington, v. 44, n. 2, 2007. p. 161-169.

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Referências

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