PHYTOTHERAPY EFFECTIVENESS IN THE PROCESS OF HEALING
OF PATIENTS WITH DIABETES MELLITUS TISSUE DIAGNOSIS
Eficácia da fitoterapia no processo de cicatrização tecidual de pacientes com diagnóstico de
diabetes mellitus
Eficacia de la fitoterapia en el proceso de cicatrización tecidica de pacientes con diagnóstico de
diabetes mellitus
ABSTRACT
Objective: to verify through the studies the efficacy of phytotherapy in the process of tissue healing of patients with diabetes mellitus. Methodology: This is an integrative review where 17 articles were used in the Scielo, Pubmed and Lilacs databases. Results: It was observed that in the literature there are numerous studies that relate the practice of phytotherapy with the healing of wounds of diabetic patients, where most of the herbal medicines used have obtained beneficial results in the tissue healing process. The incidence of Diabetes Mellitus is making it bigger and bigger. The delay in the healing process is slow and the individual has higher chances of having amputated limbs when not treated properly. Conclusion: phytotherapeutics are increasingly present in this process, because it is easily accessible and at a lower cost.
RESUMO
Objetivo: verificar através de estudos a eficácia da fitoterapia no processo de cicatrização tecidual de pacientes com diagnóstico de diabetes mellitus. Metodologia: Trata-se de uma revisão do tipo integrativa onde utilizou-se 17 artigos disponíveis nas bases de dados Scielo, Pubmed e Lilacs. Resultados: Observou-se que na literatura existem inúmeros estudos que relacionam a prática da fitoterapia com a cicatrização de feridas de pacientes diabéticos, onde a maioria dos fitoterápicos utilizados obtiveram resultados benéficos no processo de cicatrização tecidual dos mesmos.A incidência de Diabetes Mellitus está se tornando cada vez maior. O retardo no processo de cicatrização é lento e, o indivíduo tem chances maiores de ter membros amputados, quando não tratado adequadamente. Conclusao: os fitoterápicos estão cada vez mais presentes nesse processo, por ser de fácil acesso e menor custo.
RESUMEN
Objective: verificar a través de estudios la eficacia de la fitoterapia en el proceso de cicatrización tisular de pacientes con diagnóstico de diabetes mellitus. Methodology: Se trata de una revisión del tipo integrativa donde se utilizaron 17 artículos disponibles en las bases de datos Scielo, Pubmed y Lilacs. Results: Se observó que en la literatura existen innumerables estudios que relacionan la práctica de la fitoterapia con la cicatrización de heridas de pacientes diabéticos, donde la mayoría de los fitoterápicos utilizados obtuvieron resultados benéficos en el proceso de cicatrización tisular de los mismos.La incidencia de Diabetes Mellitus se está haciendo cada vez mayor. El retraso en el proceso de cicatrización es lento y el individuo tiene mayores posibilidades de tener miembros amputados cuando no se trata adecuadamente. Conclusión: los fitoterápicos están cada vez más presentes en ese proceso, por ser de fácil acceso y menor costo.
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1Acadêmicas do curso de Bacharelado em Nutrição da Faculdade de Ciências e Tecnologia do Maranhão-FACEMA
2Nutricionista. Pós-graduanda em Nutrição Clínica Funcional e Fitoterapia pela Faculdade de Ciências e Tecnologia do
Maranhão-FACEMA.
3Nutricionista. Mestre em Genética e Toxicologia Aplicada-ULBRA, coordenadora de Nutrição e docente TI da Faculdade de Ciências e
Tecnologia do Maranhão-FACEMA, docente Assistente 1 da Universidade Estadual do Maranhão- UEMA. Email: magmagalhaes2009@hotmail.com
Descriptors Herbal medicines. Healing. Diabetes
Mellitus. Descritores Fitoterápicos. Cicatrização. Diabetes Mellitus. Descriptores Fitoterápicos. Cicatrización. Diabetes Mellitus. Sources of funding: No Conflict of interest: No
Date of first submission: 2016-11-20 Accepted: 2017-01-19
Publishing: 2017-03-27
REVISÃO / REVIEW / REVISIÓN
Joyce Lopes Macedo
1Irislene Costa Pereira
1Amanda Suellenn da Silva Santos Oliveira
2Magnólia de Jesus Sousa Magalhães
3INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
De acordo com as Diretrizes de 2016 da Sociedade
Brasileira de Diabetes(1), o Diabetes Mellitus é um grupo de
enfermidades metabólicas caracterizadas por hiperglicemia (aumento dos níveis de glicose no sangue), resultado de defeitos na secreção de insulina, em sua ação, ou ambos. Trata-se de uma complexa doença, na qual coexiste um transtorno global do metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas.
A cicatrização de feridas é um processo íntegro e complexo, que envolve atividade celular e quimiotática, com liberação de mediadores químicos e respostas vasculares. Na derme lesionada, ocorre uma série de eventos que levam à regeneração e à restauração do tecido lesionado. O processo de cicatrização normal pode ser dividido em três etapas:
inflamatória; proliferativa e remodelamento (2).
A fase inflamatória tem início imediato após a lesão, a proliferativa é responsável pela reconstituição epidérmica, à chamada reepitelização e na fase de remodelamento ocorre deposição de tecido neoformado, que contribui para maturação de tecido cicatricial. Em indivíduos portadores de diabetes essas fases podem sofrer alterações, sendo necessárias outras intervenções para o auxílio do processo de cicatrização que pode estar comprometido, devido a processos infecciosos na lesão, ou alterações metabólicas relacionadas à
diabetes (3). No paciente diabético, ocorre dificuldade de
cicatrização das feridas, devido ao comprometimento da perfusão sanguínea, evitando adequado fornecimento de oxigênio, nutrientes e antibióticos, principalmente nos membros inferiores. Isso leva à desorganização dos estágios iniciais de reparo, ocasionando atraso no processo de
regeneração tecidual (4).
A aplicação de fitoterápicos na cicatrização de lesões teciduais tem sido amplamente avaliada em estudos experimentais. A medicina no final do último milênio e começo do século XXI vem observando crescente emprego de drogas no tratamento das mais diversas afecções. A propósito, as investigações não têm se limitado ao desenvolvimento de fármacos sintéticos, e sim na tentativa cada vez mais frequente de isolar princípios ativos.
Verifica-se grande avanço científico envolvendo os estudos químicos e farmacológicos de plantas medicinais que visam obter novos compostos com propriedades terapêuticas. Com o desenvolvimento de recentes técnicas espectroscópicas, os químicos orgânicos têm conseguido descobrir rapidamente estruturas complexas de constituintes naturais, até
outrora difíceis de serem elucidadas(3).
Ao longo dos séculos, produtos de origem vegetal constituíram as bases para tratamento de diversas doenças, quer de forma tradicional, devido ao conhecimento das propriedades de determinada planta, que é passado de geração a geração, quer pela utilização de espécies vegetais, como fonte de moléculas ativas.
No processo de cicatrização de feridas, sua utilização não se difere, elas são mencionadas desde a pré-história, quando eram utilizadas plantas e extratos vegetais, na forma de cataplasmas, com o intuito de estancar hemorragias e favorecer a cicatrização, sendo muitas dessas plantas ingeridas, para atuação em via
sistêmica (5).
Tabela 01: Descritores utilizados para construção da revisão de literatura. Caxias-MA.
DESCRITORES SCIELO PUBMED LILACS
Total Seleção Total Seleção Total Seleção
Fitoterápicos 101 3 17 4 88 1
Cicatrização 234 1 3 4 5 0
Diabetes Mellitus 321 1 98 3 69 0
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
Os critérios de inclusão foram: pesquisas que abordassem a temática, publicadas em inglês, português ou espanhol em formato de artigos, teses e dissertações no período de 2006 a 2017.
Como critérios de exclusão: trabalhos que não apresentassem resumos na íntegra nas bases de dados e não apresentasse caráter cientifico. Também se utilizou como fontes para pesquisa as referências encontradas nos artigos das bases de dados mencionadas anteriormente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No quadro 01 observa-se a síntese dos estudos selecionados para construção da revisão de literatura. Quadro 01: Síntese dos estudos selecionados para construção da revisão de literatura. Caxias-MA.
Autor Ano País Tipo de estudos Sujeitos medicinais Plantas Método de aplicação
Silva (6). 2010 Brasil Estudo
experimental
40 ratos wistar
diabéticos Pfaffia glomerata.
Extrato de Pfaffia glomerata, tópico.
Li (7) 2011 China Ensaio Clínico
Randomizado 57 pacientes portadores de úlceras crônicas de pé diabético Composto de ervas chinesas Pomada
Tangzu Yuyang Pomada tópica das ervas
Atiba (8) 2011 Japão Estudo
experimental
Ratos diabéticos
tipo 2
Aloe Vera (L.)
Burm. f. Administração oral de Aloe vera.
Prichoa
(9). 2011 Brasil experimental Estudo
36 ratos machos wistar diabéticos
Sonchus oleraceus
L. Extrato etanólico a 10% aplicado topicamente.
Parente
(10). 2011 Brasil experimental Estudo
12 ratos fêmeas wistar diabéticas
Calendula
officinalis L. Extrato hidro alcoólico aplicado topicamente
Lau (11). 2012 Turquia Estudo
experimental Ratos Rehmanniae Radix. Astragali Radix, Extrato das plantas utilizadas juntamente. Topicamente
Akkol (12). 2012 Turquia Estudo
experimental Ratos
Ranunculus pedatus Waldst, Ranunculus constantinapolitanu
s
Extrato metanólico das plantas aplicado topicamente.
Wang (13). 2013 Alemanha experimental Estudo
in vitro Células de pele humana Radix et Rhizoma Notoginseng, Radix Angelicae Sinensis (Oliv.) Diels, Lonicerae japonicae Flos, Paeonia suffruticosa Andr.
Extrato hidroalcoólico das plantas separadamente.
Joshi(14). 2013 Índia Estudo
experimental Ratos Albizzia lebbeck Benth. Extrato etanólico da raiz aplicado topicamente
Gilani(15). 2013 Paquistão Estudo
experimental Coelhos Trachyuspermum AMMI Creme com o óleo essencial da planta a 2,86%.
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
Nesta pesquisa bibliográfica, os países que merecem
destaque por pesquisarem sobre os efeitos de plantas medicinais na cicatrização de feridas de pacientes diabéticos foi o Brasil com 3 estudos, seguido pela Turquia com 2 estudos e os demais países citados aparecem com apenas um estudo.
Analisando os dados emergentes na presente revisão, e enfatizando o quadro demonstrado, podemos concluir que a maioria dos estudos realizados é experimental, por meio de animais, em sua maioria em ratos de laboratório, apresentando apenas 1 estudo do tipo clínico randomizado. No
estudo de Silva (6), realizado no Brasil onde utilizou-se o
Extrato de Pfaffia Glomerataem 40 wistar diabéticos, com a finalidade de observar a influência do mesmo no processo de cicatrização. Macroscopicamente o grupo do fitoterápico obteve resultados superiores ao grupo controle.
Na variável fibrose, constatou-se que no período de 48 horas o grupo controle apresentou 70% de casos com fibrose mínima, e o fitoterápico 90%.
Em uma semana, o grupo controle apresentou 10% de casos com ausência de fibrose, 60% com fibrose mínima e 30% com fibrose moderada, enquanto que o grupo planta apresentou 70% de casos com fibrose mínima e 30% com
fibrose moderada. No estudo de Li (7), onde utilizou-se
como amostra 57 pacientes portadores de úlceras crônicas de pé diabético onde utilizou-se um Composto de ervas chinesas Pomada Tangzu Yuyang. Em 24 semanas verificou-se que o grupo que foi aplicado a pomada obteve 91,7% de melhora da úlcera, enquanto que o grupo controle obteve um percentual menor, correspondente a 62,5%.
No estudo de Atiba (8), onde utilizou-se como amostra
ratos diabéticos tipo 2, divididos em 2 grupos. O grupo controle (A) e o grupo que houve administração de Aloe vera (B). No 4 dia, foi possível observar que o grupo A mostrou um aumento na infiltração celular e angiogênese comparado com o grupo B. Além disso, o tecido necrótico manteve-se no grupo
B. Prichoa (9), em seu estudo com 36 ratos machos diabéticos,
para verificar a eficácia do Extrato etanólico de Sonchus oleraceus L na cicatrização de feridas. Observou que no 10 dia pós-operatório a diminuição na área de lesão do grupo experimental foi superior ao grupo controle. No entanto, não foi observada diferença significativa entre os dois grupos.
Em estudo realizado por Parente (10), com 12 ratas
fêmeas, utilizando extrato hidro alcoólico de Calendula officinalis L. Observou que não houve diferença significativa entre o grupo controle e o experimental em relação a
cicatrização tecidual. Lau (11), utilizando extrato de Astragali
Radix e Rehmanniae Radix em ratos, também evidenciou que não houve diferenças estaticamente significativas de cicatrização tecidual entre o grupo controle e o experimental. Em estudo experimental com ratos, realizado por
Akkol (12), utilizando o extrato metanólico de Ranunculus
pedatus waldst e Ranunculus constantinapolitanus. O extrato metanólico de Ranunculus pedatus waldst mostrou efeito significativo efeito em ambos incisão (31,4%) e excisão (55,74%). O extrato metanólico de Ranunculus Pedatus waldst e Ranunculus constantinapolitanus demonstraram atividade anti-inflamatória com o valor de inibição de 26,2% e 23,3%,
respectivamente.No estudo de Wang (13), estudo esse realizado
com células de pele humana, onde utilizou separadamente extrato hidroalcoólico de RadixetRhizoma Notoginseng, Radix Angelicae Sinensis (Oliv.) Diels, Lonicerae japonicae Flos e Paeonia suffruticosa Andr. Onde verificou-se que houve diferença significativa entre os grupos experimentais e o grupo controle. Porém não houve diferença significativa entre os 4
grupos experimentais. Joshi (14), em estudo experimental com
ratos, usando extrato de Albizzia lebbeck Benth. Nesse estudo não houve diferença significativa entre o grupo experimental e o grupo controle com relação ao tempo de fechamento das feridas.
Gilani (15), utilizando em coelhos creme em óleo
contendo Trachyuspermum AMMI. Na 25ª semana, observou-se que o grupo controle alcançou 96,57% a cicatrização de feridas. Por outro lado, o grupo controle alcançou 99,68% da cicatrização tecidual, porém, estaticamente não houve diferenças significativas.
De acordo com a RDC N°14, 31 de março de 2010 são considerados medicamentos fitoterápicos os obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais, cuja eficácia e segurança são validadas por meio de levantamentos
etnofarmacológicos, de utilização, documentações
tecnocientíficas ou evidências clínicas.
Os medicamentos fitoterápicos são caracterizados pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Não se considera medicamento fitoterápico aquele que inclui na sua composição substâncias ativas isoladas, sintéticas ou
naturais, nem as associações dessas com extratos vegetais (16).
Segundo um estudo, a complicação no processo de cicatrização ocorreria especialmente na fase inflamatória, que resultaria na formação contínua de metabólitos reativos do oxigênio, induzida pela oxidação dos tecidos em decorrência de uma ação insuficiente do próprio organismo em seus mecanismos internos de antioxidação.Nesse momento seria
fundamental a ação antioxidante
provenientedoscompostosvegetaisfenólicos,metabólitos secundáriospresentesem maior ou menor quantidade
em determinadas espécies(17).
Lesões em indivíduos diabéticos são definidas como uma perda de epitélio e podem se estender à derme e camadas mais profundas. Entretanto, as lesões em diabéticos demoram para cicatrizar, em decorrência de uma série de fatores moleculares e celulares do processo de cicatrização.
As principais são: alta concentração de
metaloproteinases (MMPs), neuropatia, alta
probabilidade de infecção e resposta inflamatória não-fisiológica, estresse oxidativo, formação excessiva de
AGEs (produtos de glicoxidação avançada),
neoangiogênese deficiente, desbalanço entre
metabolismo e entrega de nutrientes, concentrações inadequadas de fatores de crescimento e reguladores
de expressão gênica e anormalidades celulares (18).
O mais importante para evitar as complicações de reparo tecidual é a prevenção contra acidentes que causam feridas, principalmente em portadores de afecções como o diabete mellitus, que devido ao comprometimento metabólico do indivíduo pode causar
complicações graves no processo de reparo tecidual(3).
CONCLUSÃO
Com base no exposto, pode-se concluir que as plantas medicinais tornam-se alternativas de grande relevância para o processo de cicatrização de feridas em portadores de Diabetes Mellitus, que começam a fazer parte da atenção à saúde brasileira, considerando que seu uso seja validado por estudos que afirmem seu potencial cicatrizante, o que sugere novos estudos de comprovação clínica, custos e benefícios, e a constante atualização acerca das publicações realizadas.
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