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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS APC

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Academic year: 2021

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Órgão : 3ª Turma Cível

Classe : APC - Apelação Cível N. Processo : 2000011054976-2

Apelante : FC1 – COMERCIAL DE ALIMENTOS LTDA

Apelado : DOG’S – FACTORING FOMENTO COMERCIAL LTDA Relator Des. : LÉCIO RESENDE

Revisora Desª : VERA LÚCIA ANDRIGHI Julg. Simultâneo : 2000011046566-6

EMENTA

AÇÃO DE CONHECIMENTO – TÍTULO – RELAÇÃO NEGOCIAL – COMPROVAÇÃO – PROTESTO – PRESSUPOSTOS AUTORIZATIVOS – RECURSO DESPROVIDO – UNÂNIME. Não há ilegalidade do protesto, quando presentes os pressupostos autorizativos, não havendo que se falar em danos morais.

ACÓRDÃO

Acordam os Desembargadores da 3ª Turma

Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios LÉCIO

RESENDE

- Relator, VERA LÚCIA ANDRIGHI - Revisora, e JERONYMO

DE SOUZA - Vogal

,

sob a presidência do Desembargador JERONYMO DE

SOUZA

, em CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, À UNANIMIDADE,

de acordo com a ata do julgamento e notas taquigráficas.

Brasília (DF), 10 de novembro de 2003

Des. JERONYMO DE SOUZA Presidente

Des. LÉCIO RESENDE Relator

(2)

RELATÓRIO

Adoto, em parte, o relatório constante da r. sentença de fls. 139/152, in verbis:

“FC1 COMERCIAL DE ALIMENTOS LTDA, qualificada, ajuizou a DOG’S FACTORING FOMENTO

COMERCIAL LTDA., também qualificada, AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE E INEXIGIBILIDADE DE TÍTULO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, dizendo na inicial ter a demandada

apresentado para protesto título de crédito, discriminado, que ele não é devido, já nenhuma relação negocial têm os litigantes, e que o fato a ela trouxe prejuízos, tendo crédito bloqueado, pedindo a declaração de nulidade e inexigibilidade do título, com a condenação da demandada a lhe pagar, a título de danos morais, cem vezes o valor do título, que é de R$807,52, e a imposição a ela dos ônus da sucumbência.

A inicial veio corretamente formulada e acompanhada de documentos.

Citação por edital ordenada (despacho de fls. 45), e resposta da Curadoria de Ausentes de fls. 56/58, em que diz não haver nos autos o título apontado como indevido, e que isto é necessário para que se saiba quem emitiu o documento, e apresentando negativa geral.

Réplica de fls. 62/63, reafirmando a autora suas razões de mérito.

Despacho de fls. 65 que determinou especificação de provas, pedindo a Curadoria de Ausentes, às fls. 68, julgamento antecipado, mantendo-se a autora e silêncio, o que é afirmado pela certidão de fls. 71.

Vinda da demandada aos autos (fls. 95/107), em razão da descoberta de seu endereço e realização de citação, onde diz que o título de crédito foi emitido pela empresa CVG – Cia. Grande de Papel, não sendo ele frio, e que o adquiriu, passando a ser credora, e que a autora já pagou o débito, pedindo a improcedência.

Réplica de fls. 126/132, onde diz a requerente que a resposta agora vinda é intempestiva, já que a citação por edital foi perfeita, e que pagou o débito, sem saber da existência da duplicata, e que tem direito a ser indenizada pelo protesto indevido.

Decisão de fls. 134/135, que teve a citação por edital nula, e tempestiva a contestação.

(3)

Despacho de fls. 134/135 que determinou especificação de provas, mantendo-se as partes em silêncio, o que é contado pela certidão de fls. 136.”

Acresço que o MM. Juiz sentenciante julgou improcedentes os pedidos iniciais, condenando a requerente a pagar as despesas processuais e honorários advocatícios fixados em R$500,00, com base no art. 20º, § 4º do CPC.

Inconformado, o demandante interpõe recurso de apelação, fls. 155/162, aduzindo, em síntese, que não entabulou qualquer negócio com a apelada, sendo, dessa forma, o título nulo e inexigível por falta de causa, faltando, conseqüetemente, causa para o protesto.. Diz, ainda que não restou notificada. No que se refere ao danos morais, aduz que o entendimento adotado na r. sentença não segue a jurisprudência dominante.

Preparo regular, fl. 163. Dou por concluído o relatório. À eminente Revisora.

VOTOS

O Senhor Desembargador LÉCIO RESENDE - Relator

Conheço do recurso, eis que presentes os pressupostos de admissibilidade.

Cuida-se de apelação interposta por FC1 – COMERCIAL DE ALIMENTOS LTDA nos autos da ação de conhecimento pelo rito comum ordinário proposta em desfavor de DOG’S FACTORING FOMENTO COMERCIAL LTDA.

Insurge-se a recorrente contra a r. sentença proferida pelo MM. Juiz de Direito da 16ª Vara Cível da Circunscrição Judiciária de Brasília/DF, Dr. Luciano Moreira Vasconcellos, julgou improcedentes os pedidos iniciais, condenando a requerente a pagar as despesas processuais e honorários advocatícios fixados em R$500,00, com base no art. 20º, § 4º do CPC.

Aduz que não entabulou qualquer negócio com a apelada, sendo, dessa forma, o título nulo e inexigível faltando, conseqüetemente,

(4)

morais, aduz que o entendimento adotado na r. sentença não segue a jurisprudência dominante.

Irretocável a r. sentença, que deve prevalecer por seus próprios fundamentos jurídicos.

Não há se falar em nulidade ou inexigibilidade do aludido título, ao argumento de inexistência de relação negocial.

Conforme se extrai dos autos, a requerida é uma empresa de fomento mercantil que presta serviços de administração, cobrança e negociação de crédito.

Bem observou o d. Prolator em suas razões de decidir, fundamentando, verbis:

“Vê-se às fls. 76, por cópia, a duplicata, em que a credora é CVG – Companhia Volta Grande de Papel, e a pessoa que a cedeu ao banco que a levou a protesto, a requerida.

Assim, fácil perceber-se, em se tratando a demandada de empresa de factoring, que o título a ela tinha sido cedido pela CVG, e que, por tanto, se algum negócio a duplicata espelhava era entre estas duas empresa. E este era o negócio existente.

Vê-se às fls. 115, por cópia, a nota fiscal da venda feita por esta empresa à autora, vendo-se às fs. 116, comprovação da entrega da mercadoria, e, às fls. 118, que o pagamento do débito se deu em agosto de 2000, sabendo-se que a duplicata vencia em junho daquele ano.”

Assim, se quando a requerente recebeu a comunicação para pagamento, sob pena de protesto, tivesse ela informado junto ao Cartório que a notificava, teria descoberto que a duplicata tinha a empresa de quem fizera a compra como credora, e que já a tinha pago. (...)

Também não pode falar a requerente em falta de causa para protesto, uma vez que a notificação para pagamento foi feita em 16 de junho, quando a dívida se venceu no dia 09 daquele mês, e o pagamento só se deu em 03 agosto, tudo de 2000.”

Dessa forma, verifica-se presente os pressupostos autorizativos do protesto, não havendo, pois, se falar em danos morais.

Por tais razões nego provimento ao apelo, mantendo indene a r. sentença.

(5)

A Senhora Desembargadora VERA LÚCIA ANDRIGHI - Revisora

Conheço das apelações relativas à principal e à cautelar porque presentes os pressupostos.

O fato, a causa de pedir, que embasa a petição inicial não restou demonstrada porquanto, além das razões adotadas pela r. sentença, outro detalhe impõe a improcedência do pedido nos termos formulados pelo d. Advogado.

Quando a ação principal foi ajuizada (08/08/2000), a apelante já havia efetuado pagamento do título (03/08/2000), que deu causa ao protesto, diretamente à credora CVG – Cia. Volta Grande Papel Ltda., por meio de depósito bancário. Portanto, tomou ciência da identidade do credor, do valor, do número, e da origem do título que lhe provocara o protesto. Aliás, já havia pago, antes desse fato, duas outras duplicatas no mesmo valor para a mesma credora.

Por outra, pagou o título no dia 03/08/2000 e a baixa de sustação foi encaminhada ao banco-mandatário, para fins de sustação. Assim, a apelada providenciou as medidas que lhe competiam.

Assim, pelo que consta dos autos, a apelante tem razão quando alega que não foi comunicada da venda dos títulos. No entanto, a razão da improcedência do pedido é a causa de pedir escolhida, a qual, ao termo da cognição processual, resultou improvada.

Isso posto, conheço de ambas as apelações e NEGO PROVIMENTO.

É o voto.

O Senhor Desembargador JERONYMO DE SOUZA - Presidente e Vogal

Com a Turma.

DECISÃO

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