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Poder Judiciário da União Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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Academic year: 2022

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PROTOCOLO DE PROCEDIMENTOS 1/2011

Protocolo firmado entre o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, o Governo do Distrito Federal, a Associação dos Notários e Registradores do Distrito Federal, com o apoio da Universidade de Brasília, para ajustar procedimentos que visem construir alternativas para acelerar o processo de regularização fundiária no Distrito Federal.

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, organizador do Seminário de Regularização Fundiária e Urbanística do Distrito Federal, representado pelo Presidente, Desembargador OTÁVIO AUGUSTO BARBOSA, em parceria com o Governo do Distrito Federal, representado pelo Governador, AGNELO SANTOS QUEIROZ FILHO; a Procuradoria do Distrito Federal, representada pelo Procurador-Geral do Distrito Federal, ROGÉRIO LEITE CHAVES; a Associação dos Notários e Registradores do Distrito Federal, representada pelo Presidente, ALLAN NUNES GUERRA; com o apoio da Universidade de Brasília, representada pelo Reitor, JOSÉ GERALDO DE SOUSA JÚNIOR, e considerando:

1. a necessidade de monitorar as ações judiciais que versem sobre conflitos agrários, urbanos e habitacionais; assim como de adotar medidas e proposições para a resolução desses conflitos fundiários;

2. a necessidade de fortalecer o Comitê Distrital de Assuntos Fundiários, já instalado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal dos Territórios, tornando-o espaço para debate permanente voltado à prevenção e à resolução de conflitos fundiários, por meio de adoção de medidas, rotinas e proposições direcionadas à regularização fundiária;

3. a complexidade do processo de regularização fundiária que se desenvolve mediante multiplicidade de atos e atuação coordenada de diversas instâncias e poderes estatais;

4. a necessidade de articulação entre os órgãos e entidades do Poder Executivo, assim como entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, uma vez que a regularização fundiária de assentamentos urbanos constitui complexa política pública que depende da realização de uma série de atos e de procedimentos administrativos; de medidas judiciais; de atos legislativos; de realização de obras de

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infraestrutura; de implantação de ações mitigatórias e compensatórias bem como de instalação de serviços públicos;

5. a limitação e a escassez de recursos públicos, a ação planejada e coordenada contribui para a adequada gestão dos processos lato sensu (administrativo, judicial e legislativo), otimizando-se os recursos públicos e acelerando-se as regularizações fundiárias, as quais se encerram somente com a entrega do título ao beneficiário;

6. que a aceleração da regularização de assentamentos urbanos depende não somente da cooperação entre os Poderes constituídos mas também do adequado fluxo operacional dos processos de licenciamento no Poder Executivo;

7. que o licenciamento para regularização fundiária é procedimento administrativo que abrange amplos estudos e projetos, os quais devem ser integrados;

8. a necessidade de criar programa de realocação com a definição de critérios e parâmetros, uma vez que, com o avanço dos processos de regularização, torna-se imprescindível promover realocações;

9. que o acesso ao registro imobiliário mediante a retificação de matrículas e criação de unidades imobiliárias é um dos grandes objetivos do complexo processo de regularização fundiária, urbana ou rural;

10. que a disponibilidade de imóveis urbanos é insuficiente, o que exige o aumento da oferta pública e privada de imóveis regularmente parcelados;

11. a necessidade de se criar moldura jurídica adequada para a implantação da região metropolitana a qual o Distrito Federal integra;

12. que a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno – RIDE, criada pela Lei Complementar 94, de 19 de fevereiro de 1998, é o único instrumento de planejamento e gestão regional existente para essa realidade;

13. o respeito ao exercício das atribuições de cada órgão, baseado no diálogo e no consenso, com a finalidade de se estabelecerem metas de curto, médio e longo prazos, CELEBRAM o presente Protocolo de Procedimentos, assim convencionado:

MEDIDAS QUE SERÃO ADOTADAS A CURTO PRAZO PERÍODO ESTIMADO EM ATÉ 1 ANO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS:

a) fortalecer o Comitê Distrital de Assuntos Fundiários por intermédio do Fórum Distrital de Regularização Fundiária, previsto na Resolução 110, de 6 de abril de 2010, do Conselho Nacional de Justiça – CNJ;

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b) convidar para composição do Fórum Distrital de Regularização Fundiária os seguintes atores: Juízo de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Juízo de Registros Públicos, Ministério Público do Distrito Federal e Territórios – MPDFT, Câmara Legislativa do Distrito Federal – CLDF, Governo do Distrito Federal – GDF, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Habitação – SEDHAB, Grupo de Análise e Aprovação de Parcelamentos do Solo e Projetos Habitacionais – GRUPAR, Companhia Imobiliária de Brasília – TERRACAP, Companhia de Desenvolvimento Habitacional – CODHAB, Instituto Brasília Ambiental – IBRAM, Procuradoria-Geral do Distrito Federal – PGDF, Centro de Assistência Judiciária do Distrito Federal – CEAJUR, Associação dos Notários e Registradores do Distrito Federal – ANOREG/DF, Universidade de Brasília – UnB, Secretaria de Patrimônio da União no Distrito Federal – SPU-DF e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA-SR28, admitidos outros atores a critério do Fórum;

c) definir a periodicidade de reuniões do Fórum – de preferência mensal, com possibilidade de reuniões extraordinárias – e disciplinar o funcionamento do Fórum Distrital de Regularização Fundiária;

d) incentivar a mediação e a conciliação judiciais, que são reconhecidas como estratégias prioritárias de regularização fundiária e que têm como protagonista o Poder Judiciário;

e) priorizar a solução das lides fundiárias coletivas;

f) promover o treinamento em mediação e conciliação judiciais relacionado às questões fundiárias;

g) promover treinamento dirigido a profissionais geomensores para disseminar o conteúdo do Provimento 2/2009 do TJDFT, o que é estratégico para a aceleração do georreferenciamento dos imóveis rurais do Distrito Federal.

GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL:

a) construir um portal na internet sobre Regularização Fundiária de Assentamentos Urbanos, que veiculará, inclusive, as notícias e desdobramentos do Fórum Distrital de Regularização Fundiária, demonstrando-se a viabilidade de ações cooperativas entre os Poderes constituídos;

b) construir um Sistema de Informação Territorial e Urbana do Distrito Federal – SITURB (art. 231 da Lei Complementar 803/2009 – PDOT), que se constituirá em base de informações para o planejamento urbano;

c) conceder acesso ao sistema da TERRACAP, TERRAGEO, ao TJDFT e ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios – MPDFT;

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d) identificar, em parceria com a ANOREG e com o auxílio do Poder Judiciário, as áreas prioritárias de regularização de interesse social e de interesse específico, de acordo com o critério de complexidade para a resolução de todas as etapas do processo de regularização fundiária;

e) promover a celebração de acordo de cooperação técnica, o qual visa aperfeiçoar o procedimento administrativo para a regularização fundiária, entre:

i) GRUPAR e TERRACAP;

ii) GRUPAR e CODHAB;

iii) SUREG e CODHAB.

f) adotar os processos de regularização bem sucedidos como modelos para situações similares identificadas;

g) adotar a mediação e a conciliação judiciais como soluções prévias para dirimir questões fundiárias;

h) promover o ajuizamento de ações de natureza petitória, visando ao acertamento fundiário das terras públicas;

i) disciplinar, juridicamente, o conteúdo do ato administrativo de natureza urbano-ambiental de aprovação de projeto de regularização fundiária (art. 51 da Lei 11.977, de 7 de julho de 2009);

j) criar programa de realocação com a definição de critérios e parâmetros, uma vez que, com o avanço dos processos de regularização, torna-se imprescindível promover realocações;

k) criar grupo de trabalho para estudar e elaborar propostas de aperfeiçoamento da legislação distrital referente à regularização fundiária urbana;

l) aperfeiçoar os profissionais que atuam na regularização fundiária urbana;

m) promover a regularização fundiária das unidades de conservação e dos parques distritais, observando-se o que se segue:

i) reclassificar as unidades de conservação e parques distritais;

ii) definir ou redefinir, quando necessário, as poligonais das unidades de conservação, assim como dos parques distritais, criando as respectivas unidades imobiliárias;

iii) fixar os limites das zonas de amortecimento e elaborar os planos de manejo das unidades de conservação, nos casos previstos em lei;

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iv) realocar as populações inseridas nas unidades de conservação ou parques distritais, seguindo-se a regra do art. 42 da Lei 9.985, de 18 de julho de 2000, quando for o caso.

n) definir um marco jurídico para mediação e conciliação extrajudiciais, inciso IV do art. 48 da Lei 11.977, de 2009, ainda que não autônomo, mas como etapa prévia ao processo judicial.

ASSOCIAÇÃO DOS NOTÁRIOS E REGISTRADORES DO DISTRITO FEDERAL:

a) incluir no convênio firmado entre ANOREG, SEDHAB e CODHAB a lavratura e o registro de escrituras em todos os assentamentos de interesse social;

b) lavrar e registrar escrituras com gratuidade integral para pessoas de extrema pobreza indicadas pela CODHAB;

c) informar os representantes de parcelamentos sobre a documentação e os procedimentos necessários à regularização;

d) atender, por intermédio do cartório de notas, a comunidade de assentamentos de interesse social, mediante comparecimento de equipe ao local, por dois dias, para análise de documentos, esclarecimentos e colheita de assinaturas em escrituras;

e) atender, por intermédio do cartório de notas, a comunidade de assentamentos de interesse específico, mediante comparecimento de equipe no loteamento, para colheita de assinaturas em escrituras;

f) implantar, sob coordenação da Corregedoria do TJDFT, sistema pelo qual juízes de direito e diretores de secretaria obtenham certidões de matrículas de imóveis do Distrito Federal e expeçam mandados de penhora, indisponibilidade, arresto, sequestro e demais atos judiciais;

g) realizar teste piloto do sistema mencionado no item anterior em novembro de 2011 em juízo escolhido pela Corregedoria do TJDFT.

MEDIDAS QUE SERÃO ADOTADAS A MÉDIO PRAZO PERÍODO ESTIMADO EM ATÉ 2 ANOS

GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL:

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a) promover políticas que visem incrementar a oferta de imóveis urbanos regularmente parcelados, por meio do parcelamento de terrenos públicos e privados encravados nas zonas urbanas, assim definidas pelo PDOT;

b) definir, com auxílio da Universidade de Brasília, um marco regulatório do que seja uma região metropolitana à luz da Constituição Federal.

MEDIDAS QUE SERÃO ADOTADAS A LONGO PRAZO PERÍODO SUPERIOR A 2 ANOS

GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL:

a) implementar políticas públicas para fortalecer a gestão da RIDE;

b) indicar representante do Comitê Gestor do Conselho Administrativo da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno – COARIDE.

E, por estarem ajustados quanto aos itens enumerados e quanto ao tempo para seu cumprimento, os partícipes rubricam e assinam o presente protocolo de procedimentos.

Brasília, 25 de outubro de 2011.

OTÁVIO AUGUSTO BARBOSA AGNELO SANTOS QUEIROZ FILHO Presidente do Tribunal de Justiça do

Distrito Federal e dos Territórios

Governador do Distrito Federal

ROGÉRIO LEITE CHAVES ALLAN NUNES GUERRA

Procurador-Geral do Distrito Federal Presidente da Associação dos Notários e Registradores do Distrito Federal

JOSÉ GERALDO DE SOUSA JÚNIOR

Reitor da Universidade de Brasília

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