Ementa e Acórdão
14/10/2016 SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 989.408 MATO
GROSSO
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S) :EDNEI HENRIQUEDE PAULA AGTE.(S) :JULIO CESARDOS SANTOS JORGE ADV.(A/S) :ARDONIL MANOEL GONZALES JUNIOR AGDO.(A/S) :ESTADO DE MATO GROSSO
PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO
EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. POLICIAL MILITAR. REAPRECIAÇÃO DE NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS LOCAIS. SÚMULA 280 DO STF. NECESSIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA 279 DO STF. ALEGADA CONTRARIEDADE AO ART. 5º, LV E 37 CAPUT DA CF. OFENSA REFLEXA. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. QUESTÃO INFRACONSTITUCIONAL. AGRAVO IMPROVIDO.
I - É inadmissível o recurso extraordinário com agravo quando sua análise implica rever a interpretação de normas infraconstitucionais locais que fundamentam a decisão a quo. Incidência da Súmula 280 desta Corte. Precedentes.
II - Inviável em recurso extraordinário o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos. Incidência da Súmula 279 do STF. Precedentes.
III - Esta Corte firmou orientação no sentido de ser inadmissível, em regra, a interposição de recurso extraordinário para discutir matéria relacionada à ofensa aos princípios constitucionais do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório e da prestação jurisdicional, quando a verificação dessa alegação depender de exame prévio de legislação infraconstitucional, por configurar situação de ofensa reflexa ao
Supremo Tribunal Federal
Supremo Tribunal Federal
Ementa e Acórdão
ARE 989408 AGR / MT
A C Ó R D Ã O
Acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual da Segunda Turma, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 14 de outubro de 2016.
RICARDO LEWANDOWSKI – RELATOR
2
Supremo Tribunal Federal
ARE 989408 AGR / MT
A C Ó R D Ã O
Acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual da Segunda Turma, na conformidade da ata de julgamentos, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator.
Brasília, 14 de outubro de 2016.
RICARDO LEWANDOWSKI – RELATOR
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Relatório
14/10/2016 SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 989.408 MATO
GROSSO
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S) :EDNEI HENRIQUEDE PAULA AGTE.(S) :JULIO CESARDOS SANTOS JORGE ADV.(A/S) :ARDONIL MANOEL GONZALES JUNIOR AGDO.(A/S) :ESTADO DE MATO GROSSO
PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão que negou seguimento a agravo. Eis o teor da decisão agravada:
“RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO.
ADMINISTRATIVO. POLICIAIS MILITARES. EXCLUSÃO DE CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS. REGULARIDADE DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE OFENSA CONSTITUCIONAL DIRETA. AGRAVO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
Relatório
1. Agravo nos autos principais contra inadmissão de recurso
extraordinário interposto com base na al. a do inc. III do art. 102 da Constituição da República contra o seguinte julgado da Turma Recursal dos Juizados Especiais de Mato Grosso:
RECURSO INOMINADO. JULGAMENTO REALIZADO
Supremo Tribunal Federal
14/10/2016 SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 989.408 MATO
GROSSO
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S) :EDNEI HENRIQUEDE PAULA AGTE.(S) :JULIO CESARDOS SANTOS JORGE ADV.(A/S) :ARDONIL MANOEL GONZALES JUNIOR AGDO.(A/S) :ESTADO DE MATO GROSSO
PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão que negou seguimento a agravo. Eis o teor da decisão agravada:
“RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO.
ADMINISTRATIVO. POLICIAIS MILITARES. EXCLUSÃO DE CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS. REGULARIDADE DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE OFENSA CONSTITUCIONAL DIRETA. AGRAVO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
Relatório
1. Agravo nos autos principais contra inadmissão de recurso
extraordinário interposto com base na al. a do inc. III do art. 102 da Constituição da República contra o seguinte julgado da Turma Recursal dos Juizados Especiais de Mato Grosso:
RECURSO INOMINADO. JULGAMENTO REALIZADO
Relatório
ARE 989408 AGR / MT
JULGAMENTO CORRETO. CONCURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS. ENSINO A DISTÂNCIA. ALUNOS QUE NÃO TERMINARAM O CURSO E NÃO PEDIRAM DESISTÊNCIA . ABERTURA DE SINDICÂNCIA. ALUNOS CONSIDERADOS EVADIDOS E EXCLUÍDOS DO CURSO DE FORMAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 39 DA LEI COMPLEMENTAR N. 408/2010 E ALÍNEA E DO ITEM 9.6.1 DO PLANO DE CURSO. ALUNOS QUE TINHAM CIÊNCIA DO PLANO DE CURSO. NÃO ATENDIMENTO DOS REQUISITOS. SENTENÇA MANTIDA PELOS SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. RECURSO IMPROVIDO.
1. Havendo erro material no julgamento do Recurso, deve o feito ser chamado à ordem para que seja proferido o voto correto, de acordo com o art. 463, I e II, do CPC.
2. Não há que se falar em nulidade do processo administrativo que excluiu os Recorrentes do 10º Curso de Formação de Sargentos, uma vez que foi observado o devido processo legal e proferido por autoridade competente, até porque o motivo se deu exclusivamente por evasão não justificada destes do curso, fato este que sequer foi negado pelos postulantes.
3. Conforme demonstrado nos autos, os alunos não foram considerados reprovados e sim evadidos, nos termos da alínea e do item 9.6.1 do Plano de Curso da 2ª Turma do 10º Curso de Formação de Sargento, não se aplicando o disposto na alínea g, que dá aos formandos reprovados no sistema EAD-SENASP a oportunidade de avaliação de 2ª Época. A alínea d prevê o direito de avaliação de 2ª época somente aos alunos reprovados em uma disciplina por nota final inferior a 7 (sete) pontos.
4. A representante do Ministério Público pugnou pelo conhecimento e improvimento do recurso inominado, consoante parecer de fls. 6/7.
5. A sentença que julgou improcedente a pretensão inicial, não merece reparos e deve ser mantida por seus próprios fundamentos. A súmula do julgamento serve de acórdão, nos termos do art. 46 da Lei n. 9.099/95.
6. Recurso improvido. O Recorrente arcar com os honorários
2
Supremo Tribunal Federal
ARE 989408 AGR / MT
JULGAMENTO CORRETO. CONCURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS. ENSINO A DISTÂNCIA. ALUNOS QUE NÃO TERMINARAM O CURSO E NÃO PEDIRAM DESISTÊNCIA . ABERTURA DE SINDICÂNCIA. ALUNOS CONSIDERADOS EVADIDOS E EXCLUÍDOS DO CURSO DE FORMAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 39 DA LEI COMPLEMENTAR N. 408/2010 E ALÍNEA E DO ITEM 9.6.1 DO PLANO DE CURSO. ALUNOS QUE TINHAM CIÊNCIA DO PLANO DE CURSO. NÃO ATENDIMENTO DOS REQUISITOS. SENTENÇA MANTIDA PELOS SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. RECURSO IMPROVIDO.
1. Havendo erro material no julgamento do Recurso, deve o feito ser chamado à ordem para que seja proferido o voto correto, de acordo com o art. 463, I e II, do CPC.
2. Não há que se falar em nulidade do processo administrativo que excluiu os Recorrentes do 10º Curso de Formação de Sargentos, uma vez que foi observado o devido processo legal e proferido por autoridade competente, até porque o motivo se deu exclusivamente por evasão não justificada destes do curso, fato este que sequer foi negado pelos postulantes.
3. Conforme demonstrado nos autos, os alunos não foram considerados reprovados e sim evadidos, nos termos da alínea e do item 9.6.1 do Plano de Curso da 2ª Turma do 10º Curso de Formação de Sargento, não se aplicando o disposto na alínea g, que dá aos formandos reprovados no sistema EAD-SENASP a oportunidade de avaliação de 2ª Época. A alínea d prevê o direito de avaliação de 2ª época somente aos alunos reprovados em uma disciplina por nota final inferior a 7 (sete) pontos.
4. A representante do Ministério Público pugnou pelo conhecimento e improvimento do recurso inominado, consoante parecer de fls. 6/7.
5. A sentença que julgou improcedente a pretensão inicial, não merece reparos e deve ser mantida por seus próprios fundamentos. A súmula do julgamento serve de acórdão, nos termos do art. 46 da Lei n. 9.099/95.
6. Recurso improvido. O Recorrente arcar com os honorários
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Relatório
ARE 989408 AGR / MT
advocatícios arbitrados em 20% (vinte por cento) sobre o valor atribuído à causa. Suspensa a execução em face ao disposto no art. 12, da Lei n. 1.060/50 (doc. 43).
Os embargos de declaração opostos foram rejeitados.
2. Os Agravantes alegam contrariados os arts. 5º, inc. LV, e 37,
caput , da Constituição da República e sustentam que a exclusão dos Recorrentes, em virtude da homologação da sindicância se deu por meio de atos administrativos eivados de nulidade, devido às ilegalidades existentes ao longo do procedimento administrativo (doc. 59).
3. O recurso extraordinário foi inadmitido sob os fundamentos
de ausência de ofensa constitucional direta e de incidência da Súmula n. 279 deste Supremo Tribunal.
Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO .
4. Razão jurídica não assiste aos Agravantes.
5. A apreciação do pleito recursal demandaria análise da
legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Lei Complementar estadual n. 408/2010) e reexame do conjunto fático-probatório do processo. A alegada contrariedade à Constituição da República, se tivesse ocorrido, seria indireta, a inviabilizar o processamento do recurso extraordinário. Incidem na espécie as Súmulas ns. 279 e 280 deste Supremo Tribunal:
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO SUBSCRITO POR ADVOGADO SEM PODERES NO PROCESSO. ADMINISTRATIVO. POLICIAL MILITAR. EXCLUSÃO DE CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTO: SÚMULAS NS. 280 E 454 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO (ARE n. 907.606-AgR, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 1º.12.2015).
DIREITO ADMINISTRATIVO. POLICIAL MILITAR ESTADUAL. CURSO ESPECIAL DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS. REQUISITOS. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULA DE EDITAL. ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL DO DEBATE. ANÁLISE DA OCORRÊNCIA DE EVENTUAL
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ARE 989408 AGR / MT
advocatícios arbitrados em 20% (vinte por cento) sobre o valor atribuído à causa. Suspensa a execução em face ao disposto no art. 12, da Lei n. 1.060/50 (doc. 43).
Os embargos de declaração opostos foram rejeitados.
2. Os Agravantes alegam contrariados os arts. 5º, inc. LV, e 37,
caput , da Constituição da República e sustentam que a exclusão dos Recorrentes, em virtude da homologação da sindicância se deu por meio de atos administrativos eivados de nulidade, devido às ilegalidades existentes ao longo do procedimento administrativo (doc. 59).
3. O recurso extraordinário foi inadmitido sob os fundamentos
de ausência de ofensa constitucional direta e de incidência da Súmula n. 279 deste Supremo Tribunal.
Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO .
4. Razão jurídica não assiste aos Agravantes.
5. A apreciação do pleito recursal demandaria análise da
legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Lei Complementar estadual n. 408/2010) e reexame do conjunto fático-probatório do processo. A alegada contrariedade à Constituição da República, se tivesse ocorrido, seria indireta, a inviabilizar o processamento do recurso extraordinário. Incidem na espécie as Súmulas ns. 279 e 280 deste Supremo Tribunal:
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO SUBSCRITO POR ADVOGADO SEM PODERES NO PROCESSO. ADMINISTRATIVO. POLICIAL MILITAR. EXCLUSÃO DE CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTO: SÚMULAS NS. 280 E 454 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO (ARE n. 907.606-AgR, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 1º.12.2015).
DIREITO ADMINISTRATIVO. POLICIAL MILITAR ESTADUAL. CURSO ESPECIAL DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS. REQUISITOS. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULA DE EDITAL. ÂMBITO INFRACONSTITUCIONAL DO DEBATE. ANÁLISE DA OCORRÊNCIA DE EVENTUAL
Relatório
ARE 989408 AGR / MT
AFRONTA AOS PRECEITOS CONSTITUCIONAIS INVOCADOS NO APELO EXTREMO DEPENDENTE DA REELABORAÇÃO DA MOLDURA FÁTICA CONSTANTE NO ACÓRDÃO REGIONAL. ACÓRDÃO RECORRIDO PUBLICADO EM 28.02.2013. O Tribunal a quo decidiu que não foram preenchidos, na data da matrícula, todos os requisitos previstos para a promoção, estabelecidos em Lei e no Edital do Curso Especial de Formação de Sargentos. A pretensão do agravante de obter decisão em sentido diverso demandaria a análise da legislação infraconstitucional aplicável à espécie Lei Estadual nº 5.301/1969 e Decreto nº 44.557/2007 -, das cláusulas do Edital DRH/CRS nº 05/2011 - e da moldura fática delineada nos autos. As razões do agravo regimental não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, mormente no que se refere à ausência de ofensa direta e literal a preceito da Constituição da República. Agravo regimental conhecido e não provido (ARE n. 775.610-AgR, Relatora a Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 17.9.2014).
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. INGRESSO DE CANDIDATO EM CURSO ESPECIAL DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS DA POLÍCIA MILITAR. DISCUSSÃO SOBRE PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS. SÚMULAS 279 E 454 DO STF. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. SÚMULA 283 DO STF (ARE n. 907.678-AgR, Relator o Ministro Edson Fachin, Primeira Turma, DJe 8.3.2016).
6. No julgamento do Recurso Extraordinário com Agravo n.
748.371, Relator o Ministro Gilmar Mendes, este Supremo Tribunal concluiu sem repercussão geral a alegação de contrariedade aos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal quando o exame da questão depende de prévia análise da adequada aplicação de normas infraconstitucionais:
Alegação de cerceamento do direito de defesa. Tema relativo à suposta violação aos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal. Julgamento da
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Supremo Tribunal Federal
ARE 989408 AGR / MT
AFRONTA AOS PRECEITOS CONSTITUCIONAIS INVOCADOS NO APELO EXTREMO DEPENDENTE DA REELABORAÇÃO DA MOLDURA FÁTICA CONSTANTE NO ACÓRDÃO REGIONAL. ACÓRDÃO RECORRIDO PUBLICADO EM 28.02.2013. O Tribunal a quo decidiu que não foram preenchidos, na data da matrícula, todos os requisitos previstos para a promoção, estabelecidos em Lei e no Edital do Curso Especial de Formação de Sargentos. A pretensão do agravante de obter decisão em sentido diverso demandaria a análise da legislação infraconstitucional aplicável à espécie Lei Estadual nº 5.301/1969 e Decreto nº 44.557/2007 -, das cláusulas do Edital DRH/CRS nº 05/2011 - e da moldura fática delineada nos autos. As razões do agravo regimental não se mostram aptas a infirmar os fundamentos que lastrearam a decisão agravada, mormente no que se refere à ausência de ofensa direta e literal a preceito da Constituição da República. Agravo regimental conhecido e não provido (ARE n. 775.610-AgR, Relatora a Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, DJe 17.9.2014).
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. INGRESSO DE CANDIDATO EM CURSO ESPECIAL DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS DA POLÍCIA MILITAR. DISCUSSÃO SOBRE PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS. SÚMULAS 279 E 454 DO STF. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO. SÚMULA 283 DO STF (ARE n. 907.678-AgR, Relator o Ministro Edson Fachin, Primeira Turma, DJe 8.3.2016).
6. No julgamento do Recurso Extraordinário com Agravo n.
748.371, Relator o Ministro Gilmar Mendes, este Supremo Tribunal concluiu sem repercussão geral a alegação de contrariedade aos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal quando o exame da questão depende de prévia análise da adequada aplicação de normas infraconstitucionais:
Alegação de cerceamento do direito de defesa. Tema relativo à suposta violação aos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal. Julgamento da
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Relatório
ARE 989408 AGR / MT
causa dependente de prévia análise da adequada aplicação das normas infraconstitucionais. Rejeição da repercussão geral (DJe 1º.8.2013).
Declarada a ausência de repercussão geral, os recursos extraordinários e agravos nos quais suscitada a mesma questão constitucional devem ter o seguimento negado pelos respectivos relatores, conforme o § 1º do art. 327 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.
Nada há a prover quanto às alegações dos Agravantes.
7. Pelo exposto, nego provimento ao agravo (art. 932, inc. IV,
al. a , do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal)” (documento eletrônico 79).
Os agravantes requerem que seja conhecido e provido o recurso extraordinário e sustentam, em suma, que: “os agravantes não pretendem com o recurso intentado a reanálise de fatos e provas, mas sim o de combater a evidente violação do seu direito ao exercício do contraditório e a ampla defesa.”
Afirmam, também, que “é evidente a repercussão geral existente nos presentes autos, já que sobrevindo decisão proferida de forma favorável ao pleito dos ora agravantes, tal decisão afetara uma gama de pessoas fora dele, em especial também de outros policiais militares da 2ª Turma do 10º Curso de Formação de Sargentos, despertando interesse público de toda coletividade”.
É o relatório.
Supremo Tribunal Federal
ARE 989408 AGR / MT
causa dependente de prévia análise da adequada aplicação das normas infraconstitucionais. Rejeição da repercussão geral (DJe 1º.8.2013).
Declarada a ausência de repercussão geral, os recursos extraordinários e agravos nos quais suscitada a mesma questão constitucional devem ter o seguimento negado pelos respectivos relatores, conforme o § 1º do art. 327 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.
Nada há a prover quanto às alegações dos Agravantes.
7. Pelo exposto, nego provimento ao agravo (art. 932, inc. IV,
al. a , do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal)” (documento eletrônico 79).
Os agravantes requerem que seja conhecido e provido o recurso extraordinário e sustentam, em suma, que: “os agravantes não pretendem com o recurso intentado a reanálise de fatos e provas, mas sim o de combater a evidente violação do seu direito ao exercício do contraditório e a ampla defesa.”
Afirmam, também, que “é evidente a repercussão geral existente nos presentes autos, já que sobrevindo decisão proferida de forma favorável ao pleito dos ora agravantes, tal decisão afetara uma gama de pessoas fora dele, em especial também de outros policiais militares da 2ª Turma do 10º Curso de Formação de Sargentos, despertando interesse público de toda coletividade”.
É o relatório.
Voto - MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
14/10/2016 SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 989.408 MATO
GROSSO
V O T O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Bem reexaminada a questão, verifica-se que a decisão ora atacada não merece reforma, visto que os recorrentes não aduzem argumentos capazes de afastar as razões nela expendidas.
Conforme ficou assentado na decisão recorrida, a apreciação do pleito recursal demandaria análise da legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Lei Complementar estadual n. 408/2010) e reexame do conjunto fático-probatório do processo. A alegada contrariedade à Constituição da República, se tivesse ocorrido, seria indireta, a inviabilizar o processamento do recurso extraordinário. Incidem na espécie as Súmulas ns. 279 e 280 deste Supremo Tribunal.
Outrossim, os Ministros deste Tribunal, no ARE 748.371-RG/MT, Rel. Min. Gilmar Mendes, manifestaram-se pela inexistência de repercussão geral da controvérsia acerca da violação aos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, por se tratar de ofensa meramente reflexa ao texto constitucional. A propósito, transcrevo a ementa do referido julgado:
“Alegação de cerceamento do direito de defesa. Tema relativo à
suposta violação aos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal. Julgamento da causa dependente de prévia análise da adequada aplicação das normas infraconstitucionais. Rejeição da repercussão geral”.
Isso posto, nego provimento ao agravo regimental.
Supremo Tribunal Federal
14/10/2016 SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 989.408 MATO
GROSSO
V O T O
O SENHOR MINISTRO RICARDO LEWANDOWSKI (RELATOR): Bem reexaminada a questão, verifica-se que a decisão ora atacada não merece reforma, visto que os recorrentes não aduzem argumentos capazes de afastar as razões nela expendidas.
Conforme ficou assentado na decisão recorrida, a apreciação do pleito recursal demandaria análise da legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Lei Complementar estadual n. 408/2010) e reexame do conjunto fático-probatório do processo. A alegada contrariedade à Constituição da República, se tivesse ocorrido, seria indireta, a inviabilizar o processamento do recurso extraordinário. Incidem na espécie as Súmulas ns. 279 e 280 deste Supremo Tribunal.
Outrossim, os Ministros deste Tribunal, no ARE 748.371-RG/MT, Rel. Min. Gilmar Mendes, manifestaram-se pela inexistência de repercussão geral da controvérsia acerca da violação aos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, por se tratar de ofensa meramente reflexa ao texto constitucional. A propósito, transcrevo a ementa do referido julgado:
“Alegação de cerceamento do direito de defesa. Tema relativo à
suposta violação aos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal. Julgamento da causa dependente de prévia análise da adequada aplicação das normas infraconstitucionais. Rejeição da repercussão geral”.
Isso posto, nego provimento ao agravo regimental. Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 9
Extrato de Ata - 14/10/2016
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 989.408
PROCED. : MATO GROSSO
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S) : EDNEI HENRIQUE DE PAULA
AGTE.(S) : JULIO CESAR DOS SANTOS JORGE
ADV.(A/S) : ARDONIL MANOEL GONZALES JUNIOR (13945/O/MT) AGDO.(A/S) : ESTADO DE MATO GROSSO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO
Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo
regimental, nos termos do voto do Relator. 2ª Turma, Sessão Virtual de 7 a 13.10.2016.
Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Celso de Mello, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Teori Zavascki.
Ravena Siqueira Secretária
Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 989.408
PROCED. : MATO GROSSO
RELATOR : MIN. RICARDO LEWANDOWSKI
AGTE.(S) : EDNEI HENRIQUE DE PAULA
AGTE.(S) : JULIO CESAR DOS SANTOS JORGE
ADV.(A/S) : ARDONIL MANOEL GONZALES JUNIOR (13945/O/MT) AGDO.(A/S) : ESTADO DE MATO GROSSO
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO
Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo
regimental, nos termos do voto do Relator. 2ª Turma, Sessão Virtual de 7 a 13.10.2016.
Composição: Ministros Gilmar Mendes (Presidente), Celso de Mello, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Teori Zavascki.
Ravena Siqueira Secretária