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Que futuro para os jovens agricultores no quadro da actual reforma da PAC?

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Academic year: 2021

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23. Recorda que é imperativo avaliar as políticas económicas, não só em termos da sua contribuição para o crescimento mas também do número de postos de trabalho que criam e da sua contribuição para a redução da pobreza; sublinha, neste contexto, que urge aumentar o apoio comunitário aos programas dos Estados parceiros do Mediterrâneo de modo a favorecer o estabelecimento de um clima favorável a um aumento do investimento e para oferecer aos jovens incentivos à criação de pequenas empresas, incluindo um acesso mais fácil ao microcrédito; considera, a este respeito, que o apoio da Facilidade Euro-Mediter­ rânica de Investimento e Parceria (FEMIP) deverá ser reforçado, incluindo campanhas de informação; 24. Recorda a sua proposta de criação de um Banco de Investimento e Desenvolvimento Euro-Mediter­ rânico capaz de atrair investimentos estrangeiros directos, de que a região euro-mediterrânica está carecida, e frisa que a participação dos Estados do Golfo, como primeiros investidores nesta região, poderá contribuir para a realização deste objectivo;

25. Reafirma que é necessário reforçar o estatuto das mulheres na região mediterrânica através de políticas que lhes atribuam um papel importante nas suas sociedades e da promoção da igualdade entre os géneros; salienta que o respeito das tradições e dos costumes é compatível com os seus direitos fundamentais;

26. Sublinha a necessidade de propor um conjunto interessante de programas de cooperação cultural aos parceiros mediterrânicos da UE, mediante a utilização intensificada do programa ERASMUS MUNDUS e do Euromed Audiovisual II (2006/2008), que deverão ser reforçados e prolongados e, em geral, do instrumento da Política Europeia de Vizinhança ( 1 );

27. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho, à Comissão, ao Alto Representante para a Política Externa e de Segurança Comum, aos governos e parlamentos dos Estados- -Membros e aos governos e parlamentos dos Estados do Processo de Barcelona.

( 1 ) Regulamento (CE) n. o 1638/2006 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 24 de Outubro de 2006, que estabelece disposições gerais relativas à criação do Instrumento Europeu de Vizinhança e Parceria (JO L 310 de 9.11.2006, p. 1).

Que futuro para os jovens agricultores no quadro da actual reforma da PAC?

P6_TA(2008)0258

Resolução do Parlamento Europeu, de 5 de Junho de 2008, sobre o futuro dos jovens agricultores no quadro da actual reforma da PAC (2007/2194(INI))

(2009/C 285 E/07)

O Parlamento Europeu,

— Tendo em conta a sua Resolução, de 17 de Janeiro de 2001, sobre a situação e as perspectivas dos jovens agricultores na União Europeia ( 1 ),

— Tendo em conta o Regulamento (CE) n. o 1698/2005 do Conselho, de 20 de Setembro de 2005, relativo

ao apoio ao desenvolvimento rural pelo Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (Feader) ( 2 ), — Tendo em conta a Estratégia de Lisboa, cujo objectivo consiste em tornar a UE, até 2010, a economia

baseada no conhecimento mais competitiva e mais dinâmica do mundo, ( 1 ) JO C 262 de 18.9.2001, p. 153.

(2)

— Tendo em conta as conclusões da audição pública que o Parlamento Europeu organizou em 26 de Fevereiro de 2008,

— Tendo em conta o artigo 45. o do seu Regimento,

— Tendo em conta o relatório da Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural (A6-0182/2008),

A. Considerando a prioridade conferida pela Estratégia de Gotemburgo à competitividade e à sustentabili­ dade da economia da UE e o papel crucial que os jovens agricultores podem desempenhar na realização dos seus objectivos,

B. Considerando o modelo de agricultura plurifuncional da UE e a sua capacidade de gerar o desenvolvi­ mento sustentável das zonas rurais, graças à presença disseminada de explorações agrícolas,

C. Considerando que o avanço do processo de reforma da Política Agrícola Comum (PAC) veio criar novas oportunidades para os jovens de se estabelecerem na actividade agrícola e de desenvolverem explorações agrárias, mas que essas oportunidades não se apresentam de modo uniforme em todo o território da UE, o que dificulta uma abordagem estratégica comunitária,

D. Considerando que, apesar de a falta de estatísticas recentes e exaustivas sobre o número de jovens agricultores e sobre a sua situação na UE ser lamentável, os dados Eurostat de 2003 indicam que apenas 7 % dos agricultores da UE têm menos de 35 anos e que esta percentagem tende a diminuir, enquanto a produção alimentar futura deverá continuar a aumentar;

E. Considerando que a iminente revisão da PAC (o «exame de saúde» da PAC) proporciona uma oportu­ nidade que não deve ser perdida de orientar melhor a ajuda aos jovens agricultores,

F. Persuadido da necessidade de instalar jovens, de forma viável e com conforto, para responder aos desafios da segurança alimentar e energética da União Europeia, do crescimento e do emprego em todas as zonas rurais da UE, bem como da gestão sustentável e perene do espaço rural,

G. Considerando a necessidade de se dispor de uma abordagem plurifuncional e de garantir, sobretudo, uma política de apoio aos jovens agricultores,

H. Considerando que é fundamental para as zonas rurais que os jovens se tornem proprietários das explorações agrícolas, na medida em que a agricultura continua a constituir a principal base da activi­ dade económica na maior parte destas zonas,

I. Considerando que se afigura necessário e urgente estabelecer uma estratégia europeia para incentivar o ensino e a formação dos jovens agricultores em métodos empresariais,

J. Considerando o dinamismo acentuado dos jovens agricultores no processo decisório, a sua propensão para correrem riscos, a capacidade de identificarem sinergias e complementaridades e de aplicarem opções de planeamento altamente inovadoras que ultrapassam a prática agrícola comum,

K. Considerando que, ainda que as diferentes políticas de apoio aos jovens agricultores estejam a contribuir para dinamizar a agricultura da UE, a alternância de gerações dos proprietários das explorações agrárias continua a ser um dos desafios na UE,

L. Verificando as crescentes dificuldades com que os jovens agricultores se deparam, como os elevados custos de instalação, o elevado nível de endividamento e a falta de explorações disponíveis e de formação específica; observando igualmente que a política agrícola impõe cada vez mais responsabilidades aos empresários em matéria de condicionalidade no que se refere, nomeadamente, ao ambiente, à saúde e ao bem-estar animal, à segurança alimentar e à preservação da paisagem,

M. Considerando a necessidade de dispor de um sector agrícola jovem e dinâmico, como um dos elementos essenciais para a consecução dos objectivos estabelecidos pela estratégia de Lisboa,

(3)

N. Considerando que, com o novo Regulamento relativo ao apoio ao desenvolvimento rural, será possível estabelecer uma programação para o período que expira em 31 de Dezembro de 2013,

O. Observando que 92 % do território da UE é constituído por zonas rurais, apesar de a população se distribuir em partes iguais entre a cidade e o campo,

P. Considerando que a alternância das gerações é necessária para preservar no futuro um elevado nível de qualidade dos alimentos europeus e de segurança alimentar e a auto-suficiência da UE,

1. Afirma que um dos objectivos da PAC reformada deve consistir em assegurar uma melhor alternância de gerações entre os agricultores e que, para o realizar, os instrumentos do primeiro e do segundo pilar — respectivamente a favor de uma agricultura viável e de um mundo rural desenvolvido — são particular­ mente complementares;

2. Afirma que o favorecimento da alternância das gerações de agricultores é essencial para responder aos desafios alimentar, energético, ambiental e territorial que a agricultura da UE deve enfrentar no presente e no futuro; considera que não será possível responder a todos estes desafios e às expectativas da sociedade sem uma agricultura forte e sem numerosos agricultores na UE;

3. Observa que o alargamento da UE aos novos Estados-Membros veio intensificar a diversidade cultural e a diversidade de produtos, e constitui uma oportunidade propícia para aumentar a competitividade da agricultura da UE através de uma concentração na inovação contínua e na qualidade dos produtos comu­ nitários, apostando numa política de qualidade dedicando maior atenção ao desempenho dos produtores no importante domínio da segurança dos alimentos;

4. Considera que as medidas de apoio aos jovens agricultores devem ser definidas e aplicadas tendo especialmente em conta a situação dos jovens agricultores nos novos Estados-Membros;

5. Insta, em consequência, a Comissão a apresentar propostas com vista à introdução de uma marca de qualidade europeia, que permita aos consumidores identificar facilmente os produtos que foram produzidos segundo rigorosas normas da UE em matéria de ambiente, de bem estar animal e de segurança dos alimentos;

6. Nota que, no contexto da qualidade, a diversidade da produção e dos produtos deve constituir um objectivo;

7. Constata que a principal condicionante para o rejuvenescimento do empresariado agrícola é o acesso à terra, dado o custo elevado desta;

8. Entende que, futuramente, a PAC deverá ter como objectivo suprimir os obstáculos com que os jovens se vêem actualmente confrontados para aceder à actividade agrícola, fazendo da alternância das gerações uma das suas prioridades;

9. Insta ainda a que sejam envidados esforços redobrados para explicar ao público o modelo agrícola europeu, com as suas exigentes normas em matéria de ambiente, bem-estar animal e segurança dos alimentos;

10. Considera que a instalação de jovens que criem ou se encarreguem de empresas agrícolas é uma questão muito importante para a UE alargada;

11. Salienta o facto de persistirem problemas inerentes aos elevados custos de criação de empresas, como os preços de venda e arrendamento de terrenos agrícolas, a que se vem aditar a necessidade de investir continuamente em capitais corpóreos e recursos humanos, no intuito de alcançar um nível mais elevado de inovação tecnológica e logística, mas recorda que a aquisição de equipamento e maquinaria não é suficiente para melhorar o nível de inovação técnica e logística, sendo a investigação e o acesso aos respectivos resultados essenciais para essa melhoria;

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12. Solicita à Comissão que apoie os Estados-Membros na criação de um Banco de Terras a constituir com base nas terras libertadas pela adesão à reforma antecipada; considera que se devem estabelecer apoios para a aquisição em comum de máquinas e equipamentos de elevado custo e reduzida utilização individual;

13. Convida a uma revisão do montante do prémio de instalação, que se mantém inalterado desde a sua introdução e já se afigura inadequado às necessidades dos agricultores;

14. Sublinha a importância da questão fundiária nos problemas de instalação dos jovens agricultores e solicita à Comissão que estude este fenómeno do considerável aumento do preço das terras, devido, em parte, à pressão urbana e à especulação;

15. Recomenda o desenvolvimento de instrumentos que permitam conferir prioridade, aquando da transmissão de terras agrícolas, aos jovens agricultores que se instalam sobre os agricultores que ampliam as suas explorações, nomeadamente através de um mecanismo de reforma antecipada, uma ajuda à aquisição diferida das terras, um mecanismo de instalação progressiva e o arrendamento de uma parte das terras;

16. Assinala a necessidade de aumentar a eficácia das políticas de apoio à instalação dos jovens agricul­ tores e a importância de definir critérios de prioridade subsequentes para o estabelecimento de uma classificação dos beneficiários, tomando em consideração características objectivas;

17. Convida a Comissão a propor, no seu projecto de texto legislativo relativo ao «exame de saúde» da PAC, que as ajudas a favor dos jovens agricultores previstas na legislação relativa ao desenvolvimento rural sejam incluídas como medidas obrigatórias na programação elaborada pelos Estados-Membros e que o montante dos prémios de instalação seja aumentado;

18. Entende que as medidas de apoio aos jovens agricultores devem beneficiar igualmente os novos agricultores, que podem representar uma preciosa fonte de renovação da agricultura da UE; sublinha, em consequência, que as ajudas devem ser destinadas, principalmente, aos novos agricultores e não àqueles que cessam a actividade; salienta que as medidas de apoio à retoma de explorações não podem distorcer a concorrência entre os novos agricultores e os filhos e filhas de agricultores;

19. Nota que, para evitar a desertificação das zonas agrícolas desfavorecidas e, em consequência, pros­ seguir o objectivo de coesão territorial da UE, é particularmente importante favorecer a instalação de jovens agricultores em zonas com desvantagens naturais permanentes, como as ilhas e as montanhas, em que o custo das adaptações, da construção dos edifícios e da acessibilidade são mais elevados e em que é frequentemente necessário diversificar as actividades para atingir um limiar de viabilidade suficiente;

20. Convida a Comissão a realizar um inquérito sobre a eficácia e a mais valia das diferentes medidas nacionais e europeias destinadas aos jovens agricultores, e a apresentar um relatório sobre este tema até 1 de Julho de 2009;

21. Observa que uma grande parte dos jovens agricultores considera que as ajudas ao investimento e as bonificações de juros constituem os meios mais eficazes para incentivar o seu espírito empreendedor e reforçar a sua posição concorrencial; convida a Comissão e os Estados-Membros a consagrarem uma atenção adequada à questão do apoio e dos subsídios;

22. Solicita à Comissão que realize um estudo sobre o efeito que os direitos de produção, os direitos ao pagamento único e os direitos ao prémio de instalação têm sobre o estabelecimento de jovens agricultores, uma vez que estes dispositivos geram frequentes conflitos entre gerações, que se traduzem num mais difícil acesso dos jovens que pretendem instalar-se como agricultores a estes direitos; entende que a Comissão deve extrair todas as consequências desta situação para a gestão da PAC, de modo a aumentar as possibilidades dos jovens que pretendem estabelecer-se;

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23. Observa que, para uma melhor tomada em consideração do aumento dos custos de retoma de explorações e das dificuldades de instalação em territórios frágeis, é conveniente aumentar o limite máximo comunitário de 55 000 euros aplicável às ajudas e prorrogar o prazo de conformação com as normas após a instalação de três para cinco anos;

24. Salienta que a actividade agrícola é, muito frequentemente, a última actividade presente em zonas rurais, pelo que é necessário aplicar medidas de incentivo à instalação de jovens agricultores; nota, no entanto, que, para além da viabilidade das explorações, é importante tornar o meio rural acolhedor, favorecendo a igualdade de acesso aos serviços públicos (correios, escolas, transportes colectivos, serviços de saúde, etc.) e a manutenção de serviços ao público (comércio e artesanato, estruturas de acolhimento para a primeira infância e para os idosos, habitação social e para arrendamento, etc.) e de espaços de vida social que permitam romper o isolamento (cafés, centros culturais, centros desportivos, etc.);

25. Sublinha que é conveniente desenvolver instrumentos que permitam aos jovens agricultores ausen­ tarem-se das respectivas explorações por ocasião de estágios de formação, férias, nascimentos, etc.;

26. Acolhe favoravelmente a possibilidade de condicionar a atribuição do prémio de instalação dos jovens agricultores, ainda que se trate de uma instalação parcial, a um plano empresarial voluntário, enquanto instrumento para possibilitar o desenvolvimento gradual das actividades agrárias e outras relacio­ nadas com o meio rural na nova exploração;

27. Recomenda que, no sistema de incentivos à primeira instalação, sejam previstos estímulos para os proprietários que arrendem explorações a jovens agricultores e/ou ajudas às rendas até ao décimo ano após a instalação;

28. Sublinha a dificuldade de acesso ao financiamento sentida pelos jovens agricultores que se pretendem instalar e a utilidade dos créditos bonificados, que permitem que os jovens agricultores levem a bom termo os seus projectos de instalação assegurando a perenidade desses projectos e evitando o excessivo endivida­ mento destes agricultores;

29. Assinala que, devido ao alto nível de endividamento e ao elevado montante dos custos de instalação, os jovens agricultores têm muita dificuldade em atingir uma boa posição concorrencial; convida, em consequência, a Comissão e os Estados-Membros a encontrarem novas soluções para estes problemas concretos;

30. Considera conveniente favorecer o espírito empreendedor dos jovens agricultores adoptando, para o efeito, uma regulamentação transparente, simplificada e pouco complexa e reduzindo assim os custos que lhe estão associados;

31. Considera, por conseguinte, que os Estados-Membros e as autoridades regionais devem examinar opções que permitam introduzir ou reforçar programas destinados a facultar aos novos agricultores capital inicial a taxas preferenciais;

32. Lamenta a influência, simultaneamente, de elementos de carácter especulativo e estrutural que não permitem remunerar adequadamente os factores terra, trabalho e capital, tais como as garantias exigidas para o acesso ao crédito, as elevadas taxas de juro, os entraves de ordem jurídica e fiscal e os encargos da segurança social e administrativos e considera indispensável que sejam tomadas as medidas políticas apro­ priadas para eliminar os desvios e deficiências de funcionamento que provocam distorções da concorrência;

33. Insta a Comissão e os Estados-Membros a desenvolverem novas medidas (fiscais) destinadas a ajudar os jovens agricultores a fazer face aos elevados custos dos juros que devem suportar quando adquirem as suas explorações; solicita à Comissão que, no âmbito do «exame de saúde» da PAC, apresente propostas concretas nesse sentido;

34. Exige que a outorga de determinadas medidas em benefício dos jovens agricultores se torne uma disposição de carácter obrigatório no quadro das acções previstas a título do Eixo 1 do Regulamento (CE) n. o 1698/2005, que se destinam a aumentar a competitividade do sector agrícola;

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35. Reafirma a sua opinião de que as medidas de desenvolvimento rural devem visar directamente os agricultores;

36. Entende que a Comissão deve analisar as ajudas financeiras específicas a favor dos jovens agricultores a título dos Eixos II e III da política de desenvolvimento rural, nomeadamente no que respeita à infra- -estrutura social e ao aumento da participação dos jovens das regiões rurais no mercado de trabalho;

37. Solicita que os prémios de instalação a favor dos agricultores que exercem actividades plurifuncionais (agrícolas e outras) sejam aumentados, a fim de permitir que os jovens agricultores que exercem actividades unicamente agrícolas ou que completam as receitas destas actividades com outras receitas obtidas no meio rural tenham acesso aos prémios de primeira instalação;

38. Solicita aos Estados-Membros que permitam que os jovens proprietários, homens e mulheres, que se encontram em situação precária, tenham acesso aos prémios de primeira instalação de que necessitam para adaptar a sua exploração, quer exerçam exclusivamente actividades agrícolas, quer as completem com outros rendimentos, de modo a assegurar-lhes um nível de vida médio em termos de rendimento e de trabalho;

39. Considera que os jovens agricultores da UE devem também estar em condições de competir entre si, em condições de igualdade, no interior da UE; insta, em consequência, a uma cuidadosa revisão e à subsequente aplicação do artigo 69. o do Regulamento (CE) n. o 1782/2003 ( 1 ) do Conselho, de modo a evitar eventuais distorções da concorrência no mercado interno da UE;

40. Convida a que seja assegurada total coerência entre as políticas agrícolas e de desenvolvimento rural e os objectivos que a UE se fixou no âmbito da estratégia de Lisboa, de modo a que os jovens agricultores possam operar num contexto económico dinâmico;

41. Considera que, no âmbito do «exame de saúde» da PAC, é oportuno estimular a estabilização e a segurança dos rendimentos agrícolas, condição essencial para a alternância das gerações na agricultura, através da criação, a nível da UE, de instrumentos inovadores de gestão dos riscos e das crises, a fim de fazer face às flutuações do mercado e à maior volatilidade dos preços;

42. Considera prioritário alcançar uma verdadeira simplificação e maior transparência na aplicação dos instrumentos e das medidas em benefício dos jovens empresários que desenvolvem actividades agrícolas necessárias para assegurar a viabilidade da sua exploração, inclusivamente quando essas actividades são completadas por outras, não agrícolas, ligadas ao meio rural;

43. Observa que será necessário evitar colocar em situação de desvantagem os agricultores de meia-idade que ainda estarão activos a médio prazo, embora já não sejam considerados jovens agricultores, e que deverão igualmente enfrentar os novos desafios;

44. Sublinha que, para permitir que os «gestores de amanhã» respondam às severas exigências que lhes serão impostas, é indispensável reforçar sistematicamente a sua formação profissional, de modo a assegurar uma transferência eficaz dos conhecimentos da investigação agronómica para a agricultura;

45. Crê, no caso das sucessões hereditárias, que é oportuno ponderar uma legislação mais direccionada para a preservação da unidade empresarial, no intuito de obter economias de escala e, também, economias de envergadura; defende que devem ser facilitadas sucessões hereditárias que incluam partes estranhas à família, com vista a preservar a propriedade fundiária e a permitir que os jovens empresários com formação agrícola se tornem agricultores;

46. Considera que os mecanismos nacionais de reforma antecipada apenas devem poder ser mobilizados se a exploração do agricultor que se reforma for assumida por um jovem agricultor ou que, nesse caso, devem ser bonificados;

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47. Considera que os planos globais de instalação e desenvolvimento de empresas deverão ainda contem­ plar medidas específicas de reconhecimento estatutário dos jovens empresários, assegurando a igualdade de direitos sociais entre homens e mulheres; para o efeito, é fundamental manter nas regiões rurais estruturas tão indispensáveis como as creches, os jardins de infância e os serviços de apoio às mães de família; neste contexto, insiste particularmente na importância da prestação de informação sobre o estatuto do cônjuge colaborador;

48. Assinala que a especificidade e a diversidade sociais e culturais constituem elementos de importância capital na política de valorização das produções, assim como a identificação com um território preciso e a excelência nos modos de produção, como o demonstram a reputação e o sucesso dos produtos agrícolas rotulados ou com indicação geográfica protegida;

49. Destaca que a educação alimentar, de que os jovens agricultores podem ser depositários, propicia comportamentos alimentares correctos em benefício da saúde humana e, em geral, da sociedade e con­ gratula-se vivamente com iniciativas como, por exemplo, o programa «Tellus», do Conselho Europeu dos Jovens Agricultores (CEJA), ou os projectos-piloto trans-regionais como o «Schüler auf dem Bauernhof» (alunos na quinta);

50. Sublinha a importância da disponibilidade de informações especializadas sobre as ciências alimentares e a dietética em todas as formas de acções de formação;

51. Entende que é necessário promover a profissão de agricultor e os serviços por esta prestados à sociedade para além da sua actividade produtora, a fim de atrair mais jovens para a profissão, nomeada­ mente jovens de meios familiares não agrícolas;

52. Entende que a valorização da profissão de agricultor passa igualmente por uma melhor comunicação sobre o conteúdo da PAC junto do grande público e, portanto, dos consumidores, nomeadamente sobre as exigências sanitárias, ambientais e em matéria de bem estar animal, a condicionalidade das ajudas, a multifuncionalidade, a qualidade das produções da UE, o contributo para a luta contra as alterações climáticas, a independência alimentar e os futuros desafios para a alimentação de uma população mundial que se deverá cifrar em nove biliões de pessoas em 2050;

53. Solicita o reforço da preferência comunitária, a fim de facultar aos consumidores europeus a garantia da qualidade sanitária e ambiental dos produtos que compram e de recompensar os agricultores da UE, sujeitos à concorrência de países terceiros que não respeitam o mesmo nível de exigências sanitárias, ambientais e sociais;

54. Observa que devem ser concedidas aos jovens agricultores as melhores condições para beneficiarem das vantagens que decorrem de uma maior flexibilidade da procura de bens e serviços provenientes da actividade agrícola, a par de uma maior abertura de mercados emergentes a nível internacional, na pers­ pectiva da conclusão das negociações multilaterais; considera, por conseguinte, que é importante que a Comissão negoceie, no âmbito da OMC, um acordo que confira ao sector agrícola margem suficiente para se manter concorrencial face aos países terceiros, garantindo dessa forma o futuro dos jovens agricultores; acrescenta que, neste contexto, é fundamental tomar em consideração os desafios não comerciais;

55. Considera que os jovens agricultores devem poder competir com concorrentes estrangeiros em igualdade de circunstâncias; em consequência, solicita à Comissão que confira prioridade ao reconhecimento das preocupações não comerciais enquanto critério importante nas negociações comerciais, tanto multila­ terais como bilaterais;

56. Observa que, numa óptica de programação a médio e longo prazo, a nova geração de agricultores assume as suas responsabilidades no quadro do combate às alterações climáticas, intervém como parceira do ambiente e, ao fornecer fontes de energia alternativas compatíveis com o ambiente, nomeadamente através da produção de biomassa e da exploração de instalações de produção de biogás, contribui activamente para a preservação do ambiente e para a redução das emissões de CO 2 ;

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57. Sublinha que os jovens agricultores enfrentam um duplo desafio, pois devem, por um lado, aplicar medidas tendentes a melhorar as práticas agrícolas e a torná-las mais sustentáveis e mais viáveis, e, por outro, permitir que a agricultura desempenhe um papel fundamental na gestão dos elementos do ambiente e, portanto, se transforme num sector de ponta na luta contra as alterações climáticas; salienta que, para o efeito, é necessário conferir às políticas e às medidas a favor dos jovens agricultores perspectivas a longo prazo e sustentáveis, e apoiar financeiramente os seus esforços em prol da protecção do ambiente;

58. Assinala que o sector agrícola e silvícola constitui o único exemplo de actividade económica em que, através do processo de fotossíntese, é possível absorver o dióxido de carbono (CO 2 ), o que reforça a necessidade de manter as actividades agrícolas;

59. Frisa a importância de orientar a investigação aplicada ao sector agrícola à luz da reforma da PAC; considera necessário que os agricultores da UE acedam mais facilmente aos resultados da investigação, mediante a criação de redes de intercâmbio de dados resultantes dos trabalhos de investigação e através da coordenação da investigação a nível nacional e da UE;

60. Observa que o intercâmbio entre a ciência e os seus utilizadores constitui uma necessidade absoluta, para que os resultados da investigação sejam aplicados e para que a investigação possa responder às necessidades do sector da agricultura;

61. Sublinha que é do interesse económico (aumento da produtividade) e ambiental (actualização dos conhecimentos relativos às práticas «verdes») da UE apoiar de forma crescente a formação dos agricultores ao longo da sua vida profissional; incentiva, nomeadamente, os programas que favorecem a mobilidade dos jovens agricultores no interior da UE (nomeadamente o Programa Leonardo); insiste muito especialmente na necessidade de criar instrumentos que permitam aos agricultores ausentar se das suas explorações para receber formação;

62. Propõe a criação de um programa de intercâmbio de boas práticas agrícolas a favor dos jovens agricultores;

63. Considera ser necessário elaborar um programa de intercâmbio destinado aos jovens agricultores que facilite a partilha de boas práticas, bem como uma rede de formação na qual seja central a informação sobre questões como a sustentabilidade, a bioenergia, as alterações climáticas e a competitividade; considera que tal prepararia os jovens agricultores para a tarefa de enfrentar os novos desafios nos domínios da agricultura e da alimentação;

64. Solicita a elaboração de um projecto-piloto destinado a proporcionar um programa de intercâmbio entre jovens agricultores dos países em desenvolvimento e jovens agricultores da UE, que lhes permita compreender directamente o funcionamento dos respectivos mercados, da respectiva utilização da tecnolo­ gia e dos seus métodos de adaptação às condições climatéricas predominantes;

65. Propõe a conservação, a melhoria e a divulgação das práticas de produção relacionadas com a especificidade do território e do legado cultural dos agricultores europeus;

66. Considera que a questão da manutenção das terras agrícolas está intimamente ligada à questão da instalação dos jovens na agricultura, pelo que deve ser definida uma política que permita conferir prioridade na atribuição de terras aos jovens que se instalam; convida a Comissão a elaborar um relatório sobre a problemática das terras na retoma de explorações pelos jovens;

67. Entende que é oportuno acompanhar melhor as instalações em sociedade, com a adopção de medidas específicas a essa forma de instalação que permitam não só diminuir o custo da instalação para o jovem agricultor, mas também uma organização do trabalho que favoreça a viabilidade das explorações;

68. Recomenda a introdução de uma maior flexibilidade nos processos de instalação e de transmissão das explorações, pelos seguintes meios: instalação progressiva; tomada em consideração da validação da expe­ riência profissional anterior do candidato à instalação, se este não possuir o nível de formação requerido; derrogação ao requisito de idade no caso de o candidato apresentar um projecto de instalação viável, nomeadamente nas zonas agrícolas desfavorecidas; etc.;

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69. Considera que se devem tomar as medidas necessárias para apoiar, acompanhar e aconselhar os jovens agricultores em regime de primeira instalação, visando aumentar os casos de sucesso e, paralela­ mente, minimizar ou suprir situações de desistência ou mesmo de falência;

70. Propõe a instauração de um Ano Europeu do Diálogo entre a Cidade e o Campo;

71. Convida a Comissão a apoiar, de um modo geral, os jovens agricultores que pretendam iniciar a actividade, adoptando, para o efeito, uma política fiável e procedimentos administrativos adaptados às realidades e facultando o máximo apoio à gestão empresarial;

72. Convida a Comissão a apresentar, dentro de um prazo razoável, um relatório intercalar sobre a situação dos jovens agricultores e a consultar as organizações de jovens agricultores relevantes;

73. Sublinha a necessidade de acompanhar os jovens agricultores nos anos seguintes à sua instalação e de prever um fundo de reserva específico que os ajude a ultrapassar situações imprevisíveis aquando da instalação, como uma grave ocorrência climática que afecte as colheitas ou um aumento substancial dos encargos;

74. Insta a Comissão a estudar métodos de partilha de boas práticas no domínio das técnicas agrícolas inovadoras e da gestão agrícola entre novos agricultores de toda a UE;

75. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho e à Comissão.

Trabalhos da Assembleia Parlamentar Paritária ACP-UE em 2007

P6_TA(2008)0259

Resolução do Parlamento Europeu, de 5 de Junho de 2008, sobre os trabalhos da Assembleia Parlamentar Paritária ACP-UE em 2007 (2007/2180(INI))

(2009/C 285 E/08)

O Parlamento Europeu,

— Tendo em conta o acordo de parceria entre os Estados de África, das Caraíbas e do Pacífico (ACP), por um lado, e a Comunidade Europeia e os seus Estados-Membros, por outro lado, assinado em Cotonu, em 23 de Junho de 2000 ( 1 ) (Acordo de Cotonu),

— Tendo em conta o Regimento da Assembleia Parlamentar Paritária ACP-UE (APP), aprovado em 3 de Abril de 2003 ( 2 ), com a última redacção que lhe foi dada em Wiesbaden (Alemanha) em 28 de Junho de 2007 ( 3 ),

— Tendo em conta o Regulamento (CE) n. o 1905/2006 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de

Dezembro de 2006, que institui um instrumento de financiamento da cooperação para o desenvolvi­ mento ( 4 ),

— Tendo em conta a Declaração de Kigali relativa a Acordos de Parceria Económica compatíveis com a protecção do ambiente, adoptada pela APP em 22 de Novembro de 2007 em Kigali ( 5 ) (Declaração de Kigali),

( 1 ) JO L 317 de 15.12.2000, p. 3. Acordo com a última redacção que lhe foi dada pela Decisão n. o 1/2006 do Conselho de Ministros ACP-CE (JO L 247 de 9.9.2006, p. 22).

( 2 ) JO C 231 de 26.9.2003, p. 68. ( 3 ) JO C 254 de 26.10.2007, p. 42.

( 4 ) JO L 378 de 27.12.2006, p. 41. Rectificação n. o JO L 163 de 23.6.2007, p. 24. ( 5 ) JO C 58 de 1.3.2008, p. 44.

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