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Gestão da mudança climática na cadeia de valor: desafios e conquintas

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Gestão da mudança climática na cadeia de

valor: desafios e conquintas

Sumário Executivo do CDP Supply Chain Brasil 2014

Fevereiro 2015

(2)

Introdução...3

Principais resultados de 2014...4

Gestão de emissões...5

Riscos das mudanças climáticas...6

Boas práticas...8

Histórias para se contar e replicar...9

(3)

Esta publicação foi elaborada com base nas respostas de 140 fornecedores brasileiros à solicitação de 66 empresas-membro da edição 2014 do programa CDP Supply Chain, que representam US$ 1.3 trilhões em poder aquisitivo e incluem organizações como Ford, Unilever, Walmart, Banco Bradesco, Braskem, Marfrig, entre outras.

O CDP Supply Chain permite às organizações construir estratégias para engajamento de fornecedores, por meio

da análise dos riscos e oportunidades associados às mudanças climáticas e gerenciamento das emissões de gases de efeito estufa. O programa oferece uma abordagem colaborativa e inovadora que contribui para o desenvolvimento sustentável da cadeia de valor, auxiliando tanto clientes como fornecedores a ampliarem conhecimentos e experiências em relação às mudanças climáticas e gestão da água.

Em média, mais de 50% das emissões das empresas provém da sua cadeia de valor. Se analisarmos

determinados setores como o de varejo e tecnologia da informação, percebemos que esses impactos estão ainda mais distribuídos, de modo que os fornecedores podem representar mais de 60% das emissões de carbono de uma empresa. Diante disso, a gestão de emissões ao longo da cadeia de valor se faz necessária para proteger e gerar valor para o negócio.

O Programa Supply Chain permite que as empresas atendam a demanda por informação ambiental de diferentes stakeholders por meio de um questionário único, evitando a duplicidade de esforços por meio de um processo padronizado de coleta e sistematização de informações, bem como avaliação e construção de indicadores que orientam a decisão de investimento e a gestão de risco.

Nas páginas a seguir, apresentamos os principais resultados da edição brasileira do programa CDP Supply Chain, além de boas práticas de gestão das mudanças climáticas, identificadas entre os fornecedores das empresas-membro brasileiras. O Sumário foi elaborado pelo CDP em parceria com a Gestão Origami, também responsável por implementar a metodologia de scoring do CDP para avaliar as empresas participantes do Programa Supply Chain no Brasil, avaliando as respostas das empresas de forma idônea. Em parceria com o Insper, o CDP construiu três estudos de caso de uma empresa de grande, médio e pequeno porte, mostrando quais foram os principais direcionadores que levaram à integração das mudanças climáticas à estratégia de negócios e os principais benefícios alcançados a partir da gestão de emissões e o exercício de reporte ao CDP.

Introdução

(4)

Bens de Consumo discricionário Bens de Consumo básico Energia Financeiro Industrial Tecnologia da Informação Materiais Básicos Serviços de Telecomunicação Concessionárias

Questionário módulo completo %

8,3% 12,5% 2,1% 1% 35,4% 10,4% 18,8% 5,2% 6,2% Bens de Consumo discricionário

Bens de Consumo básico Energia Financeiro Industrial Tecnologia da Informação Materiais Básicos Serviços de Telecomunicação Concessionárias

Questionário módulo SME %

9,1% 4,5% 2,3% 2,3% 18,2% 13,6% 45,5% 2,3% 2,3%

Em 2014 foram convidadas 191 empresas brasileiras foram convidadas a reportar por meio do programa CDP Supply Chain, das quais 140 responderam (61% do total), sendo 96 o questionário completo (69%) e 44 o questionário reduzido para pequenas e médias empresas(31%). No programa como um todo, em 79 países, 6.505 empresas fornecedoras dos membros do Supply Chain foram convidadas, 3.396 empresas responderam. O Brasil é o 3° maior em número de empresas convidadas/ respondentes, ficando atrás somente dos EUA e Inglaterra.

De uma amostra de nove setores econômicos1, podemos

verificar que grande parte das empresas respondentes

concentram-se nos setores industrial e de materiais. Por exemplo, das empresas que responderam o questionário completo, 54% estão nesses dois setores enquanto no questionário reduzido para pequenas e médias empresas 63%. Esta concentração acompanha uma tendência mundial de evolução na gestão corporativa das mudanças climáticas, em que empresas com maior nível de emissões diretas (escopo 1) avançam mais rapidamente no entendimento do tema em comparação às empresas com maior nível de emissão indireta (escopo 2). Além destes, aparecem com destaque também os setores de tecnologia da informação e de bens de consumo. Os gráficos 1 e 2 abaixo apresentam essa distribuição setorial.

Principais resultados de 2014

1 Consumo Discricionário, Bens de Consumo, Energia, Financeiro, Industrial, TI, Materiais, Serviços de Telecomunicações e Utilidades.

(5)

Gestão de Emissões

No que esse refere ao relato de redução de emissões, verificou-se uma tendência geral tanto no questionário completo como no reduzido de as empresas não relatarem e/ou não possuírem iniciativas ativas de redução de emissões em 2014. Por outro lado, embora somente 15% das empresas relatem reduções de emissões, os setores de bens de consumo, financeiro, tecnologia da informação, serviços de telecomunicações e de concessionárias se destacam por apresentar percentuais maiores de redução em comparação ao universo total de empresas que relatam suas reduções. Em relação às metas de redução de emissões a grande maioria das empresas relatam não possuir metas no ano de análise. Enquanto 64% das grandes empresas não possuem metas ativas de redução de emissões, esse percentual sobe para 75% nas pequenas e médias empresas. Quando se analisa esse contexto com uma lente setorial, os setores de energia e de utilidades se destacam pela maior propensão em estabelecer metas de redução de emissões.

Verificou-se que cerca de 55% das empresas, tanto de grande porte como as de pequeno e médio porte, relatam suas emissões de escopo 1 e 2. Destaca-se também, no entanto, que em média 39% das empresas de todos os portes não relatam o padrão, método ou metodologia de cálculo utilizada para coleta os dados de atividade e para calcular suas emissões. Esta falta de consistência

indica que, apesar da significativa intenção de relatar as emissões, as empresas ainda precisam avançar no sentido de formalizar seus cálculos a fim de possibilitar uma melhor comparação entre as empresas de um mesmo setor.

O engajamento dos fornecedores sobre as emissões de gases de efeito estufa e estratégias de mudança climáticas ainda é uma prática incipiente. Por exemplo, somente 13% das empresas de grande porte e 7% de pequeno porte mostram algum tipo de envolvimento. Vale destacar que os resultados mostram que as empresas dos setores financeiro, de utilidade e de bens de

consumo possuem um nível de engajamento na cadeia de valor maior do que a média geral.

A integração da mudança do clima na estratégia de negócio, se mostra presente em 46% das grandes empresas e em 43% das pequenas e médias. Setorialmente destacam-se os setores de energia, industrial e bens de consumo como aqueles cujas estratégias de negócio mais frequentemente levam em conta aspectos da mudança do clima. A diferença entre o número de empresas que reporta possuir metas de redução e o número de empresas que integra a mudança do clima na estratégia demonstra que ainda existe um caminho a ser percorrido para que as ações de mudanças climáticas deixem de ser entendidas como táticas e passem a ser tratadas como estratégicas.

(6)

Não Sabe

0%

Limite de poluição do ar

Sistema de compra e venda de carbono

Obrigação de reporte de emissão

Taxas regulatórias para energia/ combustivel Regulações ambientais gerais, incluindo gerenciamento Acordos internacionais

Falta de regulação Outros riscos regulatórios

Padrões de eficiencia e regução em produtos Rotulagem de produtos em eficiência e padrões Regulação em energia renovável

Incerteza de novas regulações Acordos voluntários Taxa de carbono Tipo de Risco 12,1% 5,7% 9,2% 10,6% 14,9% 12,1% 7,1% 1,4% 4,3% 5% 2,8% 2,1% 11,3% 1,4%

Riscos das Mudanças Climáticas

Grande parte das empresas, tanto as grandes como as de

pequeno e médio porte, não identifica riscos físicos ou de regulação como ameaça aos seus negócios. No entanto daquelas empresas que identificam riscos, o risco regulatório é percebido com maior intensidade do que o físico.

Independentemente do tamanho da empresa, as indústrias de serviços profissionais e comerciais, de materiais, de bens de capital e automobilística e seus componentes, identificam os riscos regulatórios como àqueles com potencial de gerar substantiva mudança em suas operações, receitas ou custos. Já em relação à identificação de riscos físicos destacam se as indústrias de materiais e de transportes.

O relatório riscos regulatórios tem como objetivo mostrar onde estão os riscos da mudança climática relacionados com a regulação em sua cadeia de suprimentos. Os resultados indicam, às empresas-membro, a relação desse risco no que diz respeito a probabilidade e

magnitude e o que seus fornecedores estão fazendo para

gerenciá-los. Foram relatados um total de 14 categorias de riscos regulatórios que surgem a partir legislações municipais, estaduais, federais e internacionais relacionadas à mudança climática.

A maioria das empresas que respondem ao questionário completo do Supply Chain, possuem processos de gestão de riscos climáticos integrados ao seu sistema de gerenciamento de riscos mais amplo, enquanto que uma minoria gerencia seus riscos climáticos por meio de um processo específico. Por outro lado, verificou-se que parcela significativa das empresas de pequeno e médio porte não possuem nenhum processo de gestão de riscos climáticos. Conforme o gráfico abaixo, dentre as categorias de riscos regulatórios mais citados destacaram-se cinco: regulações e taxas sobre combustíveis e energia; regulações ambientais gerais; limites para poluição do ar; incertezas sobre novas regulações; e, obrigações de relato de emissões.

(7)

A indústria de materiais foi a que mais relatou riscos regulatórios, com um total de 12 categorias de riscos com distribuição equivalente entre elas. Outras duas indústrias aparecem na sequência com relatos de uma quantidade significativa de riscos: a indústria de bens de capital e de alimento, bebidas e tabaco.

Enquanto na primeira, as categorias de risco ‘obrigação de relato de emissões’ e ‘incertezas sobre novas regulações’ aparecem com destaque, na segunda indústria ‘regulações ambientais gerais’ e ‘incertezas sobre novas regulações’ são as categorias que mais aparecem nas respostas.

Considerando-se todos os riscos regulatórios as empresas respondentes esperam que esses riscos se materializem apenas no médio e longo prazo, com parte dos riscos se tornando realidade nos próximos três anos e parte se tornando realidade em mais de 6 anos. A maior propensão a identificar riscos regulatórios, em comparação aos riscos físicos das mudanças climáticas, pode ser justificada pelo histórico de regulação a que algumas empresas com atividades em países com arranjos regulatórios específicos ao tema estão sujeitas,

como os limites de emissão. Entretanto, é necessário ressaltar que os riscos físicos das mudanças climáticas tendem a crescer em relevância na agenda das empresas. Diferentemente dos riscos regulatórios, que tendem a ser associados mais facilmente às mudanças climáticas, os riscos físicos são comumente classificados pelas empresas como riscos de suprimentos ou riscos ambientais. Este é o caso do risco de escassez de recursos hídricos, diretamente associado às mudanças do clima, porém geralmente percebido de forma isolada pelas empresas.

Neste sentido, o CDP Supply Chain reforça a sua importância principalmente com a inclusão do ‘módulo água’ no questionário. Mais do que incentivar que a cadeia de suprimentos adote medidas de mitigação das mudanças climáticas, com foco nas iniciativas de gerenciamento de emissões, as informações obtidas a partir do questionário possibilitam que as empresas-membro e seus fornecedores realizem um diagnóstico da capacidade de adaptação à um novo contexto regulatório e climático, viabilizando, desta forma, a adoção de soluções conjuntas. É esta capacidade de dividir esforços que possibilitará que as empresas continuem a gerar valor compartilhado ao longo do tempo.

(8)

Em 2014, selecionamos três empresas para elaboração dos estudos de caso. As empresas fornecedoras selecionadas, foram engajadas no Programa Supply Chain por indicação de empresas-membro das quais eram parceiras na cadeia de valor.

As informações utilizadas para desevolvimento dos casos foram as respostas das empresas por meio do CDP através da coleta de dados primários, por meio de questionários estruturados. Após análise dessas informações, as empresas receberam uma nota sudvidivida em 2 categorias: uma em Disclosure (transparência) e uma em Performance (desempenho), que tem como referência a metodologia de scoring do CDP[i]. A nota de transparência varia de 0 – 100 e indica a compreensão da empresa em relação a mudanças climáticas e o nível de abertura das informações referentes a este tema. Nesta categoria, quanto maior

a nota, ou seja, mais próxima de 100, melhor. A nota de desempenho é dada por bandas, que vão de A a E, indicando o nível de integração das mudanças climáticas à estratégia de negócio e se a empresa está conseguindo reduzir emissões, sendo A o melhor e E o pior

desempenho[ii]*. Estas informações foram repassadas ao Insper que ficou responsável por estruturar os casos, coletando adicionalmente, dados secundários relevantes sobre as empresas selecionadas. Estas informações complementares foram coletadas em fontes secundárias, tais como website, relatórios anuais das próprias

empresas e clipping de mídia.

As três empresas selecionas em 2014 para construção de estudos de caso foram: Grupo Libra em sua relação de parceria com a Braskem, Mod Line Soluções Corporativas em sua relação de parceria com o Banco Bradesco e a WEG em sua relação de parceria com a Marfrig. Na medida em que cresce a pressão por produtos

e processos menos intensivos em carbono, a

competitividade de uma companhia será determinada pela sua habilidade de mobilizar fornecedores na gestão e redução das emissões de carbono.

Apesar de complexa, essa tarefa tem proporcionado às empresas e seus fornecedores ganhos de eficiência em processos, redução de custos e, consequentemente, uma melhor performance econômica.

É que podemos observar nos estudos de caso a seguir que foram construídos em parceria com o Insper. O Insper é uma instituição de ensino superior e pesquisa sem fins lucrativos que reverte todo o resultado operacional para a realização de sua missão que é “Ser um centro de referência em educação e geração de conhecimento nas áreas de administração, economia, direito e engenharia, explorando suas complementaridades para agregar valor às organizações e à sociedade”.

No início de 2013 iniciamos uma aproximação voluntária entre CDP, representados por Juliana Lopes (Diretora do CDP na América Latina) e Lauro Marins (Gerente do Programa CDP Supply Chain) e Insper, representado pela Profa. Priscila Claro, que junto com seus alunos de graduação, tem trabalhado na formalização de iniciativas no âmbito do Programa Supply Chain, através do desenvolvimento de casos de sucesso. Nesta parceria, os representantes do CDP coletam parte substancial das informações junto às empresas, que é parte do processo anual de avaliação de empresas, e os representantes do Insper trabalham os dados de forma a estruturarem os casos, complementando com informações públicas sobre as empresas selecionadas. Nossa expectativa é desenvolver alguns casos anualmente não só para fins de premiação das melhores empresas do Programa Supply Chain, mas também para que estes possam ser trabalhados no âmbito acadêmico, em ensino e pesquisa.

Boas práticas

(9)

O Grupo Libra é um dos maiores operadores portuários e de logística de comércio exterior do Brasil com capital 100% nacional. Atualmente, o Grupo conta com cerca de três mil colaboradores. Desde 2011 é a primeira companhia do setor na América Latina a operar de forma integrada todos os modais de transporte. A atuação da empresa está estrategicamente

desenhada através de uma rede de logística integrada, composta por terminais portuários, recintos especiais para despacho aduaneiro de exportação (REDEX), Centro Logístico Industrial e Aduaneiro (CLIA), portos secos e aeroportos, distribuídos pelas cidades de Santos, Cubatão, Campinas, Uberlândia, Cabo Frio e Rio de Janeiro.

O maior impacto da empresa em relação ao meio ambiente são o consumo de combustíveis fósseis e a emissão de dióxido de carbono (CO2) em sua operação. A empresa identifica e busca mitigar os riscos regulatórios e associados a futuras obrigações em relação a taxas de emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE) ou restrições de emissão, bem como avalia regularmente potenciais oportunidades custo-efetivas de reduções de emissão. Neste sentido, o Grupo estabeleceu metas públicas de redução de emissões GEE, e vem monitorando periodicamente seu desempenho por meio de indicadores.

O Grupo Libra, através da indicação da Braskem, se propôs voluntariamente a aderir ao Programa Supply Chain, pois acredita na importância do engajamento dos fornecedores na análise dos riscos e oportunidades associados às mudanças climáticas e gerenciamento das emissões de gases de efeito estufa. Com isso, a partir de 2014 o Grupo passou a reportar suas emissões e estratégias frente às mudanças climáticas através do CDP.

Diretamente, esta ação gerou um impacto positivo pois o Grupo foi reconhecido como uma das melhores empresas pelas atividades desenvolvidas. O engajamento em monitoramento e relato das

emissões tem também permitido que o Grupo compare sua atuação com a de outras empresas do setor. Finalmente, o controle das emissões e impactos tem contribuido para manter e melhorar o desenvolvimento de estratégias, projetos e ações relacionados ao tema de emissões e sustentabilidade empresarial.

Indiretamente, a participação no Programa propiciou maior transparência e visibilidade não só sobre o desempenho do próprio Grupo mas também dos parceiros (fornecedores e clientes) ou emissões de escopo 3, tal como queima de querosene de aviação por aeronaves no Aeroporto Internacional de Cabo Frio, que é de propriedade do Grupo. Com isso, o próximo passo é estimular seus parceiros (fornecedores e clientes) a monitorarem e gerirem suas emissões e impactos.

A participação no Programa tem sido prioridade de todos os colaboradores do Grupo. Internamente, porém, os colaboradores responsáveis, por responder aos indicadores de emissões fazem parte de diversas unidades de negócio e ocupam diferentes níveis hierárquicos na organização. A equipe de SSMA (Saúde, Segurança e Meio Ambiente) e os gestores de cada unidade (Libra Terminais, Libra Aeroportos, Libra Logística e CNA) do Grupo são envolvidos diretamente, pois cada um deles realiza medições e gerenciam estas emissões em suas unidades. As informações geradas são consolidadas e reportadas a área corporativa e aos diretores. Ao todo, em torno de 40 pessoas estão envolvidas diretamente neste processo, que teve que ser adaptado para uma realidade de empresa de capital fechado.

Os ganhos e mudanças são percebidos tanto no ambiente interno quanto externo, em relação a redução de riscos e custos consequentes. Internamente, metas de redução de emissões anuais até 2017 já foram definidas para todas as unidades operacionais do Grupo. As metas variam em torno de 50% na Libra Terminais Santos e 40% na Libra Terminais Rio. Isso torna o Grupo uma referência no setor de logística

Histórias para se contar e replicar…

Nas próximas seções deste material iremos apresentar as iniciativas desenvolvidas por essas empresasreconhecidas no ano de 2014, tais como os principais aprendizados, as dificuldades enfrentadas bem como os desafios futuros.

(10)

portuária e aeroportuária no Brasil e no mercado internacional.

Um desafio para desenvolvimento dos projetos futuros, na visão da empresa, se relaciona aos investimentos em tecnologias mais limpas dada as variações e instabilidade da economia brasileira que podem impor restrições e, portanto, maior cautela. Por exemplo, investimentos em novos equipamentos portuários com fontes que substituem o diesel por eletricidade (fonte mais limpa). Este investimento já foi realizado no Rio de Janeiro, mas ainda está em análise para Santos e outras unidades. Apesar do Grupo ter sido reconhecido logo no primeiro ano de adesão ao Programa Supply Chain, o objetivo principal e maior desafio é continuar desenvolvendo projetos e ações que fechem o ciclo, envolvendo toda a cadeia de valor, engajando também os fornecedores de forma colaborativa.

Resaltamos que o principal ganho

de participar desse processo foi o

de ter recebido um feedback de uma

organização internacional como o CDP

e ter uma referência para se balizar

na gestão de emissões de gases de

efeito estufa, o que é bastante raro no

Brasil, e principalmente no setor de

logística portuária e aeroportuária. Além

disto, entendemos que isto gera uma

visibilidade externa no mercado.

(11)

A Mod Line é uma empresa brasileira do segmento moveleiro, que preza pela excelência na fabricação e na comercialização de mobiliário corporativo, oferecendo soluções para os mais diversos espaços e perfis de empresa.  Além de várias linhas de móveis, a Mod Line também produz pisos elevados, forros, divisórias e perfis. Como um dos principais insumos utilizados é a madeira uma das principais preocupações da empresa é garantir que toda madeira seja procedente de áreas reflorestadas certificadas.

A empresa possui representantes em diversas partes do país e um parque industrial localizado em Contagem, Minas Gerais. A empresa investe também em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e conta com profissionais treinados para oferecer o acompanhamento necessário, desde o processo de produção até a entrega do produto final.

Desde 2012 a Mod Line é indicada pelo Bradesco para fazer parte do Programa Supply Chain do CDP e foi categorizada na categoria Pequenas e Médias (SME – Small and Medium Companies). Anteriormente à indicação, a Mod Line já atuava na redução de emissões de dióxido de carbono através de programas de melhoria

contínua, redução de resíduos, melhora no desempenho da produção e qualidade dos processos. Adicionalmente, a participação no Programa Supply Chain gerou um aprendizado coletivo e uma visão crítica coletiva sobre a necessidade de se mensurar, com indicadores específicos, todas as emissões e impactos gerados no seu processo e no de seus parceiros.

Internamente, grande parte dos colaboradores participam do processo de coleta e integração de informações sobre os indicadores. Diretamente, há envolvimento da diretoria e dos setores de meio ambiente e qualidade que planejam e executam o programa de redução de emissões. Encarregados e líderes dos setores que geram as emissões também auxiliam na coleta dos dados, garantindo maior precisão das informações.

Dentre os resultados já alcançados pela Mod Line, destacam-se:

A

B

C

D

Redução de 21% do consumo de gás GLP em estufas de pintura,

Redução de resíduos enviados a aterros possibilitados pela segregação correta dos mesmos,

encaminhamento para reciclagem e reaproveitamento interno e externo (cerca de 150 a 200 kg por mês); Redução de mais de 30% das emissões provenientes do transporte dos funcionários (cerca de 8 toneladas métricas de CO2);

Redução de 100 toneladas métricas de CO2 devido ao estudo e programação adequada da logística de entrega de matéria-prima e produtos.

(12)

Em suma, a emissão da empresa no que tange a escopo 1 e 2 é quase nula devido aos programas de economia e produção mais limpa inseridos na gestão. A maior emissão atualmente, apesar de não ser tão alta, é relacionada ao escopo 3, geradas devido ao transporte de matérias-primas, dos produtos e dos funcionários. Na visão da empresa, apesar de não existir uma pressão para reduções drásticas e bruscas, o objetivo é manter os resultados positivos alcançados e trabalhar ainda mais para uma logística mais eficiente, reduzindo o número de viagens e consequentemente as emissões.

 

A Mod Line é um exemplo claro de empresa que também sofre diretamente com as mudanças climáticas. A irregularidade e mudança do sistema hidrológico no Brasil podem vir a ser um grande problema para os plantios de pinus e eucalipto, usados na fabricação de móveis e painéis. Tais mudanças podem encarecer e até mesmo inviabilizar toda a  produção da empresa.

O resultado final da avaliação da Mod Line no Programa demonstra que independente do porte da companhia é possível integrar as mudanças climáticas à estratégia de negócio. A empresa que é brasileira, caracterizada como pequena e média (SME) obteve, pela primeira vez no Brasil, score A- no que tange a integração das mudanças climáticas a estratégia de negócio e a redução sginificativa de emissões. Isto é um exemplo concreto de que independente do setor de atuação, do tamanho e da origem, qualquer empresa pode se tornar protagonista na busca por melhorias em seus processos e operações e também em sua cadeia de valor, visando reduzir emissões e impactos no meio ambiente e sociedade.

O Programa Supply Chain deveria

ser uma obrigação de todos os

empreendimentos, só assim a

sociedade conseguiria avaliar com

precisão e decidir por escolher

produtos e serviços de empresas que

prezam pela melhoria continua e que

buscam garantir às futuras gerações

um meio ambiente equilibrado.

(13)

A WEG S.A. é uma das maiores produtoras mundiais de soluções em eletro-eletrônicos com foco em: equipamentos industriais, equipamentos para geração, transmissão e distribuição de energia; motores elétricos para uso doméstico, resinas em geral e materiais tintoriais. Seus produtos e soluções são comercializados em mais de 100 países e plantas industriais em sete diferentes países. A WEG se compromete com os princípios da sustentabilidade em suas três dimensões: social, ambiental e econômica por meio de investimentos em projetos e ações. Isto tem gerado reconhecimento do mercado, com destaque em vários rankings relacionados a sustentabilidade (Empresas Sustentáveis da Revista Exame), gestão de pessoas (“Melhores Empresas para se Trabalhar” - Ranking Exame/Voceˆ S/A). Além disso, a WEG também faz parte do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa. O ISE identifica as empresas listadas que se destacam pelo seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e alinhamento estratégico com a sustentabilidade. Racionalizar o uso de energia tem sido uma busca incessante da indústria em geral. O Brasil tem um custo elevado de energia, prejudicando a competitividade nacional. A nível mundial também existe a preocupação com a redução de custos relacionados a energia e com o nível de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). A WEG passou a reportar ao CDP no Programa Supply Chain em 2011. Os envolvidos diretamente no Programa Supply Chain são a área de Qualidade e Meio Ambiente que é responsável pela elaboração do inventário de emissões anuais da empresa, elaboração das respostas e coordenação dos programas de eficiência energética. O departamento de Engenharia Industrial e Manutenção é responsável por desenvolver linhas de produção mais eficiente, ou seja, que utilizem uma quantidade menor de energia elétrica durante o processo. Além disso, através da modulação do funcionamento de alguns equipamentos, a fim de torná-los mais eficientes, a área de Engenharia de Produto tem como função desenvolver novos produtos com novas tecnologias que garantam aos clientes um menor consumo de energia elétrica.

Após a adesão ao Programa Supply Chain, a WEG despertou a intenção para aprimoramento da metodologia de reporte das emissões, atualmente divulgadas por receita operacional líquida (ROL). Futuramente, pretende-se depretende-senvolver um novo indicador de emissões que já está sendo estudado.

Internamente, outros programas foram desenvolvidos

(GEE), tais como programas de eficiência energética para redução do consumo de energia elétrica nos processos de fabricação dos produtos, implantação da ISO 50001 em uma das fábricas e o desenvolvimento linhas de produtos mais eficientes, beneficiando também os clientes. Dentre os exemplos, pode se citar o aprimoramento das linhas de motores elétricos que atendem aos maiores graus de eficiência existentes no mercado, o desenvolvimento de inversores de frequência que possibilitam o controle e proteção destes. Estes sistemas basicamente reduzem o consumo de energia por adequarem a potência utilizada dos motores elétricos à potência requerida no processo, evitando as perdas de energia.

Em um outro segmento de atuação, de materiais tinturiais, a WEG também passou a desenvolver, por exemplo, tintas antiincrustantes que são utilizadas em cascos de embarcações marítimas e fluviais. Esta tinta impede a proliferação de material marinho, não comprometendo o rendimento do motor destas embarcações e, por consequência, o consumo de combustível.

Dentro do Programa Supply Chain a WEG atua muito forte em oportunidades colaborativas de redução de emissões, sugerindo que as empresas que requisitam informações à ela possam se beneficiar de seu programa de eficiência energética e de seus produtos e serviços, tendo como base os próprios resultados alcançados por eles em suas unidades.

WEG S.A.

O core business da WEG é relacionado

a energia elétrica. Do ponto de

vista ambiental, a WEG busca

alinhar as preocupações globais em

relação ao uso de energia por meio

do desenvolvimento de produtos

caracterizados como tecnologia

limpa, que sejam mais eficientes na

utilização de energia (uso racional de

energia). Esta expertise tanto na área

de energias renováveis desenvolvida

pela WEG ao longo dos últimos anos,

ao lado do crescente interesse pela

utilização eficiente da energia elétrica,

têm sido o foco da empresa e de suas

estratégias.

(14)

A

B

Engajar os fornecedores no envio de informações relativas as emissões de escopo 3 a fim de aprimorar este desempenho no Programa Supply Chain. Além disso, ainda sobre os fornecedores,  a WEG tem como objetivo inseri-los no seu Programa de Eficiência Energética que vai além do envio de informações, focando na busca de soluções conjuntas;

Aprimorar a metodologia de coleta de informações devido à grande variedade de produtos desenvolvidos, e;

Aprimorar a acuracidade dos dados coletados para elaboração do inventário de emissões por meio do desenvolvimento de processos.

Por todo este engajamento e pelos resultados alcançados no Programa Supply Chain em 2014, a WEG S.A. também foi reconhecida pelo CDP como um dos casos de sucesso do ano.

A empresa tem planejamento e metas de curto, médio e longo prazo em relação ao Programa Supply Chain. A curto prazo foi estabelecido que em 2015 todas unidades da WEG (Brasil e exterior) deverão estabelecer metas de redução do consumo de energia elétrica. A médio e longo prazo os objetivos são:

(15)

Mantendo o rumo…

No atual paradigma de Desenvolvimento Sustentável e Economia Verde, a Sustentabilidade Corporativa, enquanto modelo de atuação das empresas, tem sido considerado um dos grandes temas nas agendas estratégicas de diversas organizações. Sustentabilidade Corporativa não é um estado, um resultado, que quando alcançado jamais será perdido. Sustentabilidade é uma estrada sem fim, que se altera ao longo do tempo, e que em todas as suas as dimensões, incluindo as mudanças climáticas e emissão de gases do efeito estufa, possui curvas e subidas ingrimes. Cortar caminho não é uma escolha inteligente, pois cedo ou tarde, a conta chega, por meio de pressão dos diversos stakeholders diretos ou indiretos, que influenciam a perenidade das organizações. O desafio atual no mundo corporativo é alinhar

os projetos e as ações internas e externas em

sustentabilidade com os objetivos estratégicos da empresa. Adicionalmente, é necessário controlar os resultados alcançados a cada ciclo, a fim de se realizar as ações corretivas necessárias. Neste sentido, o Programa Supply Chain do CDP têm contribuído significativamente no desenvolvimento de uma metodologia que auxilia empresas-membros e seus fornecedores no planejamento e controle de suas emissões e impactos.

Os três casos de sucesso apresentados neste material demonstram que é possível desenvolver estratégias no âmbito corporativo e na cadeia de valor, que sejam capazes de trazer o conceito de sustentabilidade corporativa para uma esfera pragmática, capaz de gerar aprendizado coletivo e desempenho superior.

Grupo Libra

- http://www.grupolibra.com.br/inc/flipbook/pt/flipbook/relatorio_anual_sustentabilidade_2013/ book2/assets/basic-html/page4.html

Mod Line

- Soluupolibra.com.br/inc/flipbook/pt/flipbook/relat

WEG S.A

. - http://www.weg.net/ri/wp-content/uploads/2014/06/Relat014/06/ral-Integrado-20131.pdf

CDP

- http://www.cdpla.net/pt-br

(16)

CDP Latin America Juliana Campos Lopes

Diretora América Latina juliana.lopes@cdp.net Diana Sanchez Gerente Administrativa diana.sanchez@cdp.net Nina Braun Gerente de Relacionamento nina.braun@cdp.net Lauro Marins

Gerente do Programa Supply Chain lauro.marins@cdp.net

Andreia Banhe

Gerente do Programa Cities andreia.banhe@cdp.net

Contatos

Rua Fiação da Saúde, sala 21, Saúde São Paulo/SP – Brasil

CEP: 04144-020 Tel.: +55 11 2305-6996 Fax: +55 11 2305-6116 www.cdpla.net/br www.cdpla.net/la

Equipe responsável pela produção do relatório:

Membros do Programa CDP Supply Chain 2014

Parceiros Estratégicos

Gestão Origami Bruno Vio

bruno.vio@gestaoorigami.com.br

Vicente Manzione Filho

vicente.manzione@gestaoorigami.com.br

Contatos

www.gestaoorigami.com.br Tel.: +55 11 3030.6746

INSPER

Priscila Borin de Oliveira Claro

Professora associada

Contatos

Tel.: +55 11 4504-2400 www.insper.edu.br

Referências

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