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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

ANÁLISE SILVICULTURAL DE CLONES DE EUCALIPTO

CULTIVADOS EM SISTEMAS DE INTEGRAÇÃO

LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA

IURY CELLA

CUIABÁ-MT 2017

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IURY CELLA

ANÁLISE SILVICULTURAL DE CLONES DE EUCALIPTO

CULTIVADOS EM SISTEMAS DE INTEGRAÇÃO

LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA

Orientador: Prof. Dr. Antonio de Arruda Tsukamoto Filho

Monografia apresentada à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso Departamento de Engenharia Florestal, da Faculdade de Engenharia Florestal – Universidade Federal de Mato Grosso, como parte das exigências para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Florestal.

CUIABÁ-MT 2017

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DEDICO

A Deus que esteve sempre em minha vida,

Protegendo e guiando o meu caminho.

Aos meus pais, modelos de fé e

Perseverança, pelo constante apoio,

À minha irmã pelo companheirismo e

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AGRADECIMENTOS

A Deus pelo dom da vida e por me permitir chegar até aqui.

Aos meus pais, Marisete e Ivo, por tudo que sou hoje, pelo apoio constante e por serem meu exemplo de vida.

A minha irmã sempre presente em minha vida, agradeço a força e colaboração sempre.

Ao Professor Antônio de Arruda Tsukamoto Filho, por me orientar e se dedicar para a concretização desta etapa.

À banca de defesa, as Professoras Sílvia da Luz Lima Mota e Daniele Aparecida Alvarenga Arriel pela colaboração e por tudo que acrescentaram ao meu trabalho.

Ao Pesquisador da Embrapa Flávio Jesus Wruck pelo suporte aos trabalhos de pesquisa desenvolvidos.

À Daiane Martine, Kelly Maria e Niliane Campos pela colaboração na coleta dos dados do experimento.

À Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e ao Departamento de Engenharia Florestal pela formação acadêmica.

À EMBRAPA Agrossilvipastoril do Estado de Mato Grosso por disponibilizar o experimento e os equipamentos utilizados.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 8 2 HIPÓTESE ... 10 3 OBJETIVOS ... 11 4 REVISÃO DE LITERATURA ... 12 5 MATERIAL E MÉTODOS ... 15 5.1 LOCALIZAÇÃO DO EXPERIMENTO ... 15 5.2 CARACTERIZAÇÃO DO EXPERIMENTO ... 15 5.3 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL ... 16 5.4 VARIÁVEIS RESPOSTAS ... 17 5.4.1 Sobrevivência ... 17

5.4.2 Altura total (Htot.) e diâmetro a 1,3 m de altura do solo (DAP) ...17

5.4.3 Avaliação qualitativa das árvores de eucalipto ... 17

5.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ... 18

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 19

6.1 RESULTADOS... 19

7 CONCLUSÕES ... 25

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iv

LISTA DE TABELAS

TABELA 1: Análise da variância para as variáveis altura e diâmetro a 1,3m do solo. No corpo da tabela encontram-se os quadrados médios (QM), os graus de liberdade (GL), as médias e o coeficiente de variação em percentagem (CV)...19 TABELA 2: Valores médios de altura e diâmetro a 1,3m do solo para os diferentes clones de eucalipto. ...20 TABELA 3: Avaliação qualitativa dos clones de eucalipto utilizados no sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta implantado no município de Santa Carmen – MT. Os valores estão em percentagem. ...20

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v

LISTA DE FIGURAS

Figura1 - Local do Experimento...15 Figura 2 – Croqui de implantação da URT no município de Santa Carmen – MT...17

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vi

RESUMO

CELLA, IURY. ANÁLISE SILVICULTURAL DE CLONES DE EUCALIPTO CULTIVADOS EM SISTEMAS DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA. 2017. Monografia (Graduação em Engenharia Florestal) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá – MT. Orientador: Prof. Dr. Antonio de Arruda Tsukamoto Filho.

O objetivo deste estudo foi avaliar o desempenho silvicultural de quatro clones de eucalipto em um plantio em sistema Integração Lavoura Pecuária Floresta (iLPF), sete anos após sua implantação na região do médio-norte mato-grossense. Avaliou-se o desempenho silvicultural dos quatro clones, quanto ao diâmetro à altura do peito (DAP) e altura total da planta (Htot) e também foi realizado uma análise qualitativa quanto aos possíveis defeitos relacionados ao desempenho da floresta e usos finais da madeira. O delineamento é de blocos casualisados com quatro tratamentos e quatro repetições. Nas parcelas foram plantados os clones: GG100, H13, 1277 e I144. O I144 foi o que melhor se desenvolveu silviculturalmente obtendo o maior valor médio do DAP, embora com uma grande presença de galhos grossos prejudicando a qualidade da madeira. O GG100 e o H13 tiveram desenvolvimento semelhante em ambos os aspectos analisados. O 1277 compreendeu a menor média de DAP, identificou-se maior suscetibilidade ao ataque de pragas e elevada mortalidade.

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vii

Abstract

The objective of this study was to evaluate the silvicultural performance of four Eucalyptus clones in a planting system in the Crop-Livestock-Forest (CLF) seven years after its implantation in the mid-north region of the Mato Grosso state. The silvicultural performance of the four clones was evaluated in relation to diameter at breast height (DBH) and total height of the plant (Htot). A qualitative analysis was also carried out on possible defects related to forest performance and final uses of wood. The experiment was set up in a randomized block design with four treatments and four replications. In the plots were planted the clones: GG100, H13, 1277 and I144. The clone I144 had the best silvicultural developed, with the highest average value of the DBH, although with a large presence of thick branches, impairing the quality of the wood. The GG100 and H13 had their development very similar in both aspects analyzed. The 1277 had the lowest average of DAP and was also very susceptible to the attack of pests and with a high mortality.

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1 INTRODUÇÃO

O sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF) é definida como um sistema de produção que alterna, na mesma área, o cultivo de espécies para produção vegetal, pastagens e florestas, de forma concomitante ou não, de modo que ocorra sinergia entre as atividades (NAIR et al., 2010).

O sistema iLPF otimiza o uso do solo devido a maior permanência de ocupação em maior parte do tempo. Viável em propriedades rurais de pequeno à grande porte, inclusive com plantio manual, a iLPF também proporciona a recuperação de áreas em degradação, uma vez que o cultivo consorciado, em sucessão ou rotacionado, promove efeitos sinérgicos entre os componentes do agroecossistema, melhorando assim a qualidade do solo (EMBRAPA, 2009).

Atualmente, a área com algum tipo de adoção de sistema ILPF no Brasil abrange 11,5 milhões de hectares. Os estados que se destacam em área de adoção são Mato Grosso do Sul, com dois milhões de hectares; Mato Grosso, com 1,5 milhão; Rio Grande do Sul, 1,4 milhão, que se destacou também como o estado com maior número de propriedades participantes de alguma das modalidades; Minas Gerais, um milhão, e Santa Catarina, com 680 mil hectares (PORTAL EMBRAPA, 2016).

O componente florestal é muito importante para o sucesso desta tecnologia, em virtude da sua alta rentabilidade financeira, além de trazer uma série de benefícios indiretos ao meio ambiente como a conservação do solo (diminuição dos efeitos da erosão, ciclagem de nutrientes), conservação da água e contribuição para atenuar os extremos climáticos de uma localidade (SANTOS, 2015).

Entre as espécies arbóreas utilizadas nos sistemas agroflorestais, as do gênero Eucalyptus vem se destacando por possuir características desejáveis. São plantas heliófitas com elevada capacidade fotossintética. Possuem sistema radicular que explora diferentes camadas do solo

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garantindo absorção, translocação, distribuição e utilização eficiente de nutrientes das camadas mais profundas para as mais superficiais permitindo a estratificação e utilização diferenciada do perfil vertical e horizontal da paisagem (MACEDO et al., 2008).

Considerando a importância do componente florestal neste sistema, cada vez mais, se faz necessário uma intensiva busca por conhecimento sobre seu crescimento e desenvolvimento, a fim de identificar materiais genéticos mais adaptados aos iLPF. Por isso este estudo vem a calhar com a busca de conhecimento em relação ao comportamento de clones de eucaliptos no sistemas de integração.

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2 HIPÓTESE

Existem materiais genéticos de eucalipto mais adaptados/rentáveis aos sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta.

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3 OBJETIVOS

Geral:

Avaliar o crescimento e a qualidade de diferentes clones de eucalipto plantados em sistema de integração lavoura-pecuária-floresta no município de Santa Carmem – Mato Grosso.

Específicos:

a) Determinar o crescimento em altura total e diâmetro a 1,3 m de altura do solo de árvores de diferentes clones de eucalipto em sistema de iLPF;

b) Avaliar a qualidade silvicultural de diferentes clones de eucalipto plantados em sistema de iLPF.

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4 REVISÃO DE LITERATURA

Entre as diferentes possibilidades de produção integrada, o sistema de iLPF (agrossilvipastoril) pode ser considerado o mais complexo, por unir sistemas agrícolas, pecuários e florestas, o que o torna capaz de fornecer vários benefícios ambientais, econômicos e sociais. Embora complexo, o sistema é indicado para qualquer nível de produção, pelo cultivo consorciado, sucessão ou rotação. (SCHEMBERGUE, A. Apud BALBINO et al., 2011).

Segundo Balbino et al. (2011), as diferenças entre os sistemas de integração hoje utilizados, são eles definidos em quatro grandes grupos:

a. Integração Lavoura-Pecuária (ILP) ou Agropastoril: sistema que integra os componentes agrícola e pecuária em consórcio, de forma a fazer rotação, sendo num mesmo ano, ou por vários anos seguidos.

b. Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) ou Agrossilvipastoril: sistema de produção que integra os componentes agrícolas e pecuário de forma rotacional, e na mesma área o cultivo florestal

c. Integração Pecuária-Floresta (IPF) ou Silvipastoril: sistema que integra plantio de floresta e pecuária consorciadas, de forma a produzir pastagem e animal, madeira e/ou

fibras.

d. Integração Lavoura-Floresta (ILF) ou Silviagrícola: sistema que integra o componente florestal e agrícola consorciados, sendo que o plantio agrícola anual ou perene.

Nos últimos anos, o Sistema ILPF vem ganhando destaque dentro das propriedades rurais, por ser mais eficiente na produção de alimentos. Além disso, o componente florestal representa uma poupança para o produtor rural, pois os custos podem ser diluídos em razão das outras atividades associadas ao sistema.

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Os trabalhos com clones se iniciaram na década de 1980 pela empresa Aracruz, com investimentos em pesquisas de propagação vegetativa, com várias espécies de eucalipto. Em sua maioria os estudos foram focados para a produção de híbridos de E. urophylla x E. grandis (MORA; GARCIA, 2000).

A utilização de clones foi um avanço muito importante, que possibilitou aumentar a produção e uniformizar a qualidade da madeira, ao gerar florestas de alta qualidade para satisfazer a demanda industrial de matéria prima (Berger et al., 2002).

A possibilidade de prever os ganhos quanto a diferentes critérios de seleção é considerada uma grande contribuição (De Paula et al., 2002). Portanto, o desempenho silvicultural de uma floresta poderia ser previsto pelas curvas de projeção do crescimento em diâmetro, altura e volume, o que simplificaria o planejamento (Berger et al., 2002). Isso é possível pelo fato de as variáveis diâmetro, altura e volume apresentarem correlações significativas entre si, em diferentes idades, o que viabiliza a eficiência na seleção precoce do material genético (Massaro et al.,2010). As principais espécies cultivadas atualmente no Brasil incluem o Eucalyptus grandis, o Eucalyptus camaldulensis e o Eucalyptus urophylla, entre outras. Além disso, foram desenvolvidos os cruzamentos entre as espécies, resultando em híbridos, como é o caso do Eucalyptus urograndis (E. grandis X E. urophylla).(MARQUES, D. Guia do Eucalipto, 2008)

O clone GG100 é um híbrido de E. grandis x E. urophylla, e foi desenvolvido pela empresa Gerdau, sendo atualmente plantado em várias regiões do Brasil. Seu desenvolvimento é muito favorável, mas em locais de menor umidade tem encontrado dificuldades para a sua sobrevivência, vindo a morrer no segundo ano de vida. Seus fins de utilização são para serraria, biomassa, energia, dentre outros. Seu incremento médio anual chega a 45 m³ (PORTAL FLORESTAL, 2014).

O clone I144 é um hibrido de E. urophylla x E. grandis, originário da empresa Arcelormital, muito bem quisto pela indústria moveleira (serraria)

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e de biomassa. O clone de início não se desenvolve rápido, mas com o passar do tempo pode chegar a até 50 m³ de incremento anual (valor este condicionado a qualidade da muda, solo (tipo, textura e estrutura), adubações, teores de nutrientes, época de plantio). Para as regiões do norte do Brasil em que os percentuais de argila são abaixo de 10, os mesmos não são recomendados. Algumas características que o diferenciam são as folhas arredondadas e o caule avermelhado (PORTAL FLORESTAL, 2014).

Já o clone H13 é também um urograndis, sendo o mais plantado no mundo para a extração de celulose. Não se adaptada a climas muito frios, apresentando em condições ideais o maior crescimento e rendimento volumétrico dentre os demais. É uma das principais fontes de matéria-prima para a indústria nacional de celulose (BM REFLORESTAMENTO, 2014).

Dentro do gênero eucalyptus, o E. camaldulensis é a espécie com mais ampla distribuição geográfica, considera-se umas das espécies mais adequadas para zonas críticas de reflorestamento, com boa adaptação a solos pobres e prolongadas estacoes secas. (MORA; GARCIA, 2000). O clone 1277 foi desenvolvido pela empresa COPENER e é um híbrido de E. camaldulensis x E. grandis. Sua madeira é de excelente qualidade, utilizada para celulose, energia, eletrificação, serraria, entre outros. É suscetível aos psilídeos, vespa da galha e percevejo dourado. É um material genético que suporta grande déficit hídrico. Mesmo com os problemas de doenças, esse clone ainda é muito plantado em regiões secas, com IMA de 39 m³/ha/ano (PORTAL FLORESTAL, 2014).

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5 MATERIAL E MÉTODOS

5.1 Localização do experimento

A área de estudo localiza-se na Fazenda Dona Isabina, no município de Santa Carmem – Mato Grosso, nas coordenadas de 12º03’58” S e 55º21’07” O.

Figura 1 - Local do Experimento. Imagem Google Maps

O clima da região é do tipo Aw (Köppen), tropical, com chuvas concentradas no verão (outubro a abril), e um período seco bem definido durante a estação de inverno (maio a setembro). A média anual da precipitação pluviométrica é 1.900 mm por ano e a média anual da temperatura ambiente é 26 ºC.

5.2 Caracterização do experimento

O preparo do solo na área experimental foi feito com uso de subsolador sulcador florestal. As plantas indesejáveis foram eliminadas

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por meio de dessecação aplicando glifosato 40 dias antes da instalação do experimento.

A área total do experimento foi de 8 ha e foi instalado no ano de 2010 pela Embrapa Agrossilvipastoril como uma Unidade de Referência Tecnológica – URT em sistema de integração lavoura-pecuária-floresta.

O componente florestal desse sistema consistiu de clones de eucalipto, plantados por ocasião da instalação do experimento no sentido leste - oeste. Para a adubação de plantio das mudas foi utilizado NPK 05– 25–15, aplicando-se 150 g por cova.

No primeiro ano de instalação do sistema a cultura agrícola foi o arroz, no segundo a soja na safra e o milho na safrinha, e no terceiro ano repetiu-se o sistema do ano anterior, mas o milho foi plantado em consorcio com a pastagem (BRS Piatã). A partir do terceiro ano conduziu-se a pastagem e o componente florestal, conduziu-sem o plantio de culturas anuais.

5.3 Delineamento experimental

O experimento foi instalado no delineamento em blocos casualizados, com quatro repetições, utilizando como tratamentos quatro clones de eucalipto denominados de H13, GG100, I144 e 1277.

Figura 2 – Croqui de implantação da URT no município de Santa Carmen – MT.

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Em cada bloco foi implantada uma parcela de cada tratamento, contendo 35 indivíduos de eucalipto plantados em linhas simples e distantes 2 m entre eles nas linhas e 24 m entre renques. No total, o experimento foi formado por 560 indivíduos.

5.4 Variáveis Respostas

5.4.1 Sobrevivência

A sobrevivência foi determinada com base no número de árvores existentes em cada tratamento após sete anos de instalação do experimento, em relação ao número de mudas inicialmente plantadas na área.

5.4.2 Altura total (Htot.) e diâmetro a 1,3 m de altura do solo (DAP)

A altura total (Htot.) das árvores de eucalipto foi medida tomando-se como referência a distância entre a superfície do solo e a extremidade superior da copa, utilizando o Hipsómetro Vertex Laser VL5.

Para a avaliação do diâmetro, foi medida a circunferência a 1,3 m de altura do solo com auxílio de uma fita métrica e os valores posteriormente convertidos em DAP pela fórmula: DAP = CAP/3,1415.

5.4.3 Avaliação qualitativa das árvores de eucalipto

As avaliações qualitativas englobaram a qualidade do fuste, presença de galhos grossos, espessamento da base (botinha) do caule e presença de cupim e formiga nas copas e no solo em um raio de 1 m do fuste de cada árvore. Para a qualidade do fuste foram estabelecidos os parâmetros bifurcado, tortuoso e ovalado.

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5.5 Análise Estatística

Os resultados da altura total e do diâmetro a 1,3 m de altura do solo foram submetidos ao teste de normalidade de Lilliefors e de homogeneidade de variâncias de Bartlett. Em seguida, os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) com nível de significância de 5% e a comparação de médias pelo teste de Tukey, p<(0,05), utilizando o software Assistat versão 7.7.

Para os dados qualitativos dos clones de eucalipto foi avaliada a presença e ausência de cada uma das variáveis medidas. Posteriormente, foi realizada uma análise descritiva com as médias em porcentagem de cada parâmetro.

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6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1 Resultados

Pela análise da variância pode-se observar que os clones diferiram estatisticamente em nível de 5% para a variável para o diâmetro (DAP). Já para a altura total não houve diferenças significativas entre os diferentes clones de eucalipto utilizados no sistema de iLPF (Tabela 1).

TABELA 1: Análise da variância para as variáveis altura e diâmetro a 1,3m do solo. No corpo da tabela encontram-se os quadrados médios (QM), os graus de liberdade (GL), as médias e o coeficiente de variação em percentagem (Cv).

Fonte de

Variação GL

Quadrados Médios

Diâmetro (DAP) cm Altura (Htot) m

Clones 3 10.78335 ** 4.12714 ns Resíduo 9 0.55796 2.60388 Media 21.50 22.70 Cv 3.47 7.11 Fc 19.3263 3.8625 F5% 6.9919 1.585

** Significativo a 5% pelo teste de F.

Para a variável DAP o clone I144 teve o melhor desenvolvimento seguido pelos clones GG100 e H13 que são iguais estatisticamente e, por fim, o clone 1277. Para a variável Htot as médias não diferem estatisticamente. (Tabela 2).

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TABELA 2: Valores médios de altura e diâmetro a 1,3m do solo para os diferentes clones de eucalipto.

Clones Médias de DAP (cm) Médias de Htot (m) GG100 21.61 b 23.43 a H13 21.55 b 23.53 a 1277 19.41 c 22.51 a I144 23.43 a 21.34 a

Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem estaticamente, segundo teste de Tukey a 5% de significância.

Pela análise qualitativa pode-se observar que em relação a qualidade do fuste, os clones H13 e 1277 obtiveram os melhores resultados, ocorreu alta presença de galhos grossos em todos os clones exceto no 1277, a variável de mortalidade foi alta apenas no clone 1277. Os resultados são demostrados no tabela 3.

TABELA 3: Avaliação qualitativa dos clones de eucalipto utilizados no sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta implantado no município de Santa Carmen – MT. Os valores estão em percentagem e demostram o número de árvores que apresentam cada uma das variáveis medidas.

Clone Fuste Botinha Galhos Grossos Formiga/Cupi m Mortalidade

Bif Tor Ova

GG100 15,0 56,0 5,0 70,7 75,0 29,3 0

H13 1,0 18,5 4,0 47,8 65,7 15,7 2

1277 2,0 3,5 1,0 30,7 12,1 17,8 25

I144 23,5 57,0 20,0 69,2 91,4 30,0 3

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6.2 Discussão

O clone I144 teve a maior média de DAP e estatisticamente a mesma altura que os demais. Portanto, foi o clone que mais se destacou na análise quantitativa, sendo por isso indicado para uso em sistema de integração lavoura-pecuária-floresta, quando o objetivo do componente florestal do sistema é a produção comercial de madeira. O clone GG100 e o H13 apresentaram média de DAP e Htot bem similares, sendo estatisticamente iguais. O clone 1277 teve um baixo desempenho no DAP. Os resultados de pesquisas verificados na literatura mostram que independente do sistema adotado, o clone I144 apresenta bom crescimento, como no trabalho realizado por Vera (2016), que ao estudar clones de eucalipto aos 32 meses de idade, encontrou DAP para o I144 18% superior ao observado para o clone 1277. Matias (2015) em seu estudo de comparação do desempenho silvicultural de clones de eucalipto em iLPF, afirmou que o clone GG100 apresentou os menores valores de área seccional, área basal e volume por planta e destacou o clone I144 como o de maior volume por hectare. O clone I144 apresentou bons níveis de adaptação e produtividade às condições ambientais. Desta forma, o uso desse clone em plantios comerciais deve proporcionar bons níveis de produtividade, desde que aplicadas adequadas técnicas silviculturais (REIS, C. A.F, 2014).

No plantio em linhas simples, com grandes espaçamentos entre linhas, como normalmente ocorre nos sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta, as árvores normalmente apresentam crescimento mais vigoroso em diâmetro em detrimento do crescimento em altura, quando comparado aos monocultivos de eucalipto plantados em espaçamentos reduzidos utilizados para energia e celulose. Isso ocorre devido a menor competição entre os indivíduos. Por esse motivo, o clone I144 apresentou maior potencial para uso em sistema de iLPF, com base na característica diâmetro das árvores.

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Quanto às avaliações qualitativas de fuste, o clone GG100 apresentou 15% de fustes bifurcados. Este parâmetro de qualidade é muito importante tendo em vista a produção de toras para serraria. Para a tortuosidade, verificou-se um valor de 56%, ou seja, mais da metade dos fustes são tortuosos, impedindo o uso da madeira para fins mais nobres. O clone H13 tem um fuste relativamente bom, pois os dados apontam que apenas o parâmetro do fuste tortuoso, com 18,5%, pode ser um ponto negativo. O clone 1277 caracteriza-se por ter um fuste mais retilíneo, com poucas bifurcações, As árvores do clone I144 apresentaram fustes com muitas bifurcações, tortuosidades e aspectos ovalados. Quanto a presença de botinhas ambos os clones apresentaram altos valores nessa variável, podemos dizer que essas protuberâncias presentes no coleto das plantas afetam na qualidade final das toras.

A grande presença de galhos grossos nos clones GG100 e I144, pensando nos seus usos para produção de bioenergia, pode ser considerada positiva, uma vez que apresentaram galhos em mais de 3/4 dos indivíduos, aumentando a quantidade de biomassa por árvore. No clone H13 foi também observada a presença de presença de galhos grossos, embora com valores inferiores aos clones GG100 e I144. Já no 1277 a presença de galhos grossos foi de apenas 12,1% revelando ser um clone que embora seja plantado em renque simples mantem a qualidade busacada em madeiras para fins nobres. A presença de galhos grossos foi marcante nos clones GG100, H13 e I144. Por ser um sistema de iLPF implantado em linha simples, a competição por crescimento em altura é menor do que em renque duplo ou triplo ou em plantio convencional. Assim sendo, a desrama natural é menor. Por outro lado, conforme afirmou Touza Vázquez (2001), as árvores que crescem em ambientes com menor restrição de espaço (arranjos menos adensados) sofrem menores deformações devido a sua maior estabilidade, no caso de uma maior incidência de ventos.

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Foi verificada a presença de formigas e cupins em todos os clones, embora isso não tenha representado alta mortalidade de árvores, uma vez que apenas o clone 1277 apresentou valores elevados de mortalidade (25%). Por outro lado, a ocorrência de formigas e cupins em todos os clones, indica que o controle deve ser mais efetivo, para evitar que o problema se agrave.

A sobrevivência de cada clone variou de acordo com os diversos fatores, como por exemplo a implantação do experimento foi no final do ano de 2010, levando em consideração que foi no início do período de chuvas garantindo umidade na fase de adaptação e crescimento inicial das mudas. Um parâmetro importante que o GG100 se destacou foi a ausência de falhas tendo o melhor nível de sobrevivência as características deste clone é seu desenvolvimento ser muito favorável, mas em locais de menor umidade tem encontrado dificuldades para sobrevivência, com isso podemos afirmar que ele não sofreu stress hídrico. Os clones H13 e I144 também tiverem um nível de sobrevivência satisfatório, sendo 98% e 97% respectivamente. Já o 1277 foi o material que pior se comportou neste parâmetro alcançando apenas 75% de sobrevivência. Embora seja um material genético que suporta grande déficit hídrico o mesmo é suscetível a muitas doenças e isso afetou seu desempenho.

Podemos avaliar que o clone I144 teve o melhor desenvolvimento no ILPF de renque simples, obtendo a maior produtividade sendo recomendo para a produção de energia devido as suas características. O clone GG100 também teve um bom desenvolvimento se destacando pela ausência de mortalidade sendo recomendo para produção de energia. O clone H13 se comportou semelhante ao GG100 quanto ao diâmetro e altura, e entre os clones urograndis teve a melhor qualidade de fuste. O clone 1277 foi o clone que apresentou as melhores características qualitativas. Não fosse pelo seu menor diâmetro, seria o clone com maior

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potencial para uso em sistema de iLPF em relação aos demais testados neste experimento.

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7 CONCLUSÕES

Com base nos resultados apresentados pode-se concluir que:

O clone I144 foi o melhor, pois entre os clones estudados foi o que mais se desenvolveu no sistema de iLPF de renque simples, sendo recomendado como um clone de alta produtividade embora com uma grande presença de galhos grossos, prejudicando a qualidade do fuste.

Os clones GG100 e H13 tiveram o comportamento silvicultural semelhante em termos de crescimento em altura e diâmetro, e quanto à qualidade de madeira o clone H13 foi superior aos clones urograndis.

O clone 1277 foi o qual teve a menor média de DAP e também foi muito suscetível ao ataque de pragas e teve alta mortalidade embora o seu desempenho quanto a qualidade foi excelente, se bem manejado pode ser um boa opção para ser utilizado para fins mais nobres.

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8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BALBINO, L. C.; BARCELLOS, A. O.; STONE, L. F. Marco referencial: integração lavoura-pecuária-floresta. Brasília: Embrapa, 2011.130p.

BERGER, R.; SCHNEIDER, P.R.; FINGER, C.A.G.; HASEILEN, C.R. Efeito do espaçamento e da adubação no crescimento de um clone de Eucalyptus saligna Smith. Ciência Florestal, v.12, p.75-87, 2002.

DE PAULA, R.C.; PIRES, I.E.; BORGES, R. de C.G.; CRUZ, C.D. Predição de ganhos genéticos em melhoramento florestal. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.37, p.159-165, 2002.

MACEDO, R. L. G.; VALE, A. B.; VENTURIN, N. Eucalipto em sistemas silvipastoris e agrossilvipastoris. INFORME AGROPECUÁRIO, Belo-Horizonte, EPAMIG, v. 29, n. 242, p. 71-85, 2008.

MASSARO, R.A.M.; BONINE, C.A.V.; SCARPITANI, E.A.; DE PAULA, R.C. Viabilidade de aplicação da seleção precoce em testes clonais de Eucalyptus spp. Ciência Florestal, v.20, p.597-609, 2010.

MATIAS, S. V. B. G. Desempenho silvicultural e qualidade da madeira de clones de eucalyptus em sistemas de integração lavoura pecuária floresta. p-80, 2015.

MORA L. A, GARCIA H.C. A cultura do eucalipto no Brasil. Sociedade Brasileira de Silvicultura, São Paulo-sp. p-41 2000.

NAIR, P. K. R. An introduction to agroforestry. Dordrecht: Kluwer Academic, 1993. 499 p.

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Referências

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