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ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL DO REGIME DE CHUVAS E DO ÍNDICE DE SEVERIDADE DE SECA DE PALMER PARA O ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

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ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL DO REGIME DE CHUVAS E DO

ÍNDICE DE SEVERIDADE DE SECA DE PALMER PARA O

ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

UFERSA

MOSSORÓ-RN

2005

(2)

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(3)

ALCINDO GOMES DE ARAÚJO FILHO

ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL DO REGIME DE CHUVAS E DO ÍNDICE DE

SEVERIDADE DE SECA DE PALMER PARA O ESTADO DO RIO GRANDE

DO NORTE.

Dissertação apresentada à Universidade

Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA,

como parte das exigências para a

obtenção do título de mestre em

Agronomia: Fitotecnia.

UFERSA

MOSSORÓ-RN

Agosto-2005

(4)

ALCINDO GOMES DE ARAÚJO FILHO

ANÁLISE ESPAÇO-TEMPORAL DO REGIME DE CHUVAS E DO ÍNDICE DE

SEVERIDADE DE SECA DE PALMER PARA O ESTADO DO RIO GRANDE

DO NORTE.

Dissertação apresentada à Universidade

Federal Rural do Semi-Árido UFERSA,

como parte das exigências para a obtenção

do título de mestre em Agronomia:

Fitotecnia.

________________________________

Pesq. Dr. Francisco Solon Dantas Neto

(Conselheiro)

________________________________

Prof. Dr. Ramiro Gustavo Valera

Camacho

(Examinador)

____________________________

Prof. Dr. José Espínola Sobrinho

(Orientador)

UFERSA

MOSSORÓ-RN

Agosto-2005

(5)

AGRADECIMENTOS

Á Deus, pelo designo de meu ser.

Aos meus familiares, pelo companheirismo e estímulo durante todo o trabalho.

Aos companheiros do Departamento de Ciências Ambientais pela compreensão

de minha ausência durante o curso.

À Universidade Federal Rural do Semi-Árido através da Coordenação de

Pós-Graduação, pela oportunidade concedida de realizar o curso.

Ao Professor Dr. José Espínola Sobrinho, pela confiança e orientação durante o

trabalho de dissertação.

Ao Professor Dr. Ramiro Gustavo Valera Camacho, pela presteza no

atendimento ao convite de participar como examinador e pelas sugestões

apresentadas que muito contribuíram para melhoria deste trabalho.

Ao Professor Dr. Francisco Solon Dantas Neto, pela idéia e por seu empenho no

trato com os dados para consolidação da dissertação.

Aos Professores da Pós-Graduação pelo saber repassado.

Aos colegas mestrandos pela recepção e pelo carinho que me dedicaram durante

a conclusão dos créditos.

(6)

BIOGRAFIA

ALCINDO GOMES DE ARAÚJO FILHO, filho de Alcindo Gomes de

Araújo (in memorian) e Maria Lopes de Araújo, nasceu em Mossoró-RN em 11 de

dezembro de 1953. Casado com Luzia Ivanilma Carlos Amorim de Araújo com quem

tem os filhos: Samir Carlos Amorim de Araújo (in memorian), Ludmila Carlos Amorim

de Araújo, Lawrence Carlos Amorim de Araújo, Poliana Carlos Amorim de Araújo e

Jenner Carlos Amorim de Araújo.

Graduado em Matemática Pura (Bacharelado) pela Universidade Federal

do Rio Grande do Norte (Natal 1974/77). Curso de Especialização em Ciências

da Computação na UFPb de 1982/83. Professor do Ensino Intermediário e

Colegial nos colégios: Padre Monte e Salesiano São José (Natal 1975/77).

Professor Adjunto do Departamento de Matemática da FURRN de 1978/81 (Hoje

UERN); Professor da Escola Superior de Agricultura de Mossoró (ESAM) desde

março de 1979. Atualmente é Professor Adjunto e exerce a função de Chefe do

Departamento de Ciências Ambientais da UFERSA.

Iniciou o mestrado em Fitotecnia área de concentração Climatologia em

março de 2004.

(7)

CONTEÚDO

página

LISTA DE FIGURAS ...

vii

LISTA DE SÍMBOLOS ...

xi

LISTA DE TABELAS...

xiii

EXTRATO ...

xiv

ABSTRACT ...

xv

1. INTRODUÇÃO ...

1

2. REVISÃO DE LITERATURA ...

4

2.1 Definição de seca ...

4

2.2 Índices de seca ...

5

2.3 Caracterização do regime de chuvas ...

8

2.4 Registros de seca ...

9

3. MATERIAL E MÉTODOS ...

11

3.1 Região de estudo e base de dados...

11

3.2 Cálculo do índice...

11

3.3 Modelo de balanço de água...

12

3.4 Coeficientes climáticos ...

14

3.5 Índice de anomalia ...

16

3.6 Índice de severidade ...

16

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...

18

4.1. Caracterização do Regime de chuvas no RN ...

18

4.1.1. Variação espacial do regime de chuvas no RN ...

19

4.1.2. Variação temporal do regime de chuvas no Rn...

21

4.1.3. Variação inter-anual e intra-anual das chuvas no RN ...

29

4.1.4. Anos mais chuvosos e anos mais secos nas Micro-regiões..

39

4.2. V

ariação intra-anual do ISSP para o Rio Grande do Norte ...

43

4.3. Variação sazonal do ISSP ajustado para o Rio Grande do Norte ....

48

5. CONCLUSÕES ...

54

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 55

(8)

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Mapa do Rio Grande do Norte destacando-se as micro-regiões

estudadas. ... 11

FIGURA 2 - Etapas e programas utilizados para a geração de mapas temáticos

... 21

FIGURA 3 – Variação espacial da precipitação pluvial média anual no Estado do

Rio Grande do Norte. ... 24

FIGURA 4 – Coeficiente de variação da precipitação pluvial média anual no

Estado do Rio Grande do Norte. ... 25

FIGURA 5 – Variação espacial da precipitação pluvial média anual no mês de

janeiro no RN. ... 26

FIGURA 6 – Variação espacial da precipitação pluvial média anual no mês de

fevereiro no RN. ... 27

FIGURA 7 – Variação espacial da precipitação pluvial média anual no mês de

março no RN. ... 27

FIGURA 8 – Variação espacial da precipitação pluvial média anual no mês de

abril no RN. ... 28

FIGURA 9 – Variação espacial da precipitação pluvial média anual no mês de

maio no RN. ... 28

FIGURA 10 – Variação espacial da precipitação pluvial média anual no mês de

maio no RN. ... 29

FIGURA 11 – Variação espacial da precipitação pluvial média anual no mês de

julho no RN. ... 29

FIGURA 12 – Variação espacial da precipitação pluvial média anual no mês de

agosto no RN. ... 30

FIGURA 13 – Variação espacial da precipitação pluvial média anual no mês de

setembro no RN. ... 30

FIGURA 14 – Variação espacial da precipitação pluvial média anual no mês de

outubro no RN. ... 31

FIGURA 15 – Variação espacial da precipitação pluvial média anual no mês de

novembro no RN. ... 31

(9)

FIGURA 16 – Variação espacial da precipitação pluvial média anual no mês de

dezembro no RN. ... 32

FIGURA 17 – Variação espacial da precipitação pluvial média anual em todo RN.

... 32

FIGURA 18 – Variação temporal da precipitação pluvial média na

MICRO-REGIÃO - LITORAL ORIENTAL. ... 33

FIGURA 19 – Percentis de chuvas mensais que excederam em 10, 50 e 90% de

todos os anos da série estudada para a MICRO-REGIÃO LITORAL ORIENTAL

... 34

FIGURA 20 – Variação temporal da precipitação pluvial média na

MICRO-REGIÃO AGRESTE. ... 34

FIGURA 21 – Percentis de chuvas mensais que excederam em 10, 50 e 90% de

todos os anos da série estudada para a MICRO-REGIÃO AGRESTE. ... 35

FIGURA 22 – Variação temporal da precipitação pluvial média na

MICRO-REGIÃO LITORAL NORTE. ... 36

FIGURA 23 – Percentis de chuvas mensais que excederam em 10, 50 e 90% de

todos os anos da série estudada na MICRO-REGIÃO LITORAL NORTE. ... 36

FIGURA 24 – Variação temporal da precipitação pluvial média na

MICRO-REGIÃO CURRAIS NOVOS. ... 37

FIGURA 25 – Percentis de chuvas mensais que excederam em 10, 50 e 90% de

todos os anos da série estudada para a MICRO-REGIÃO CURRAIS NOVOS. 37

FIGURA 26 – Variação temporal da precipitação pluvial média na

MICRO-REGIÃO SERRAS CENTRAIS. ... 38

FIGURA 27 – Percentis de chuvas mensais que excederam em 10, 50 e 90% de

todos os anos da série estudada para a MICRO-REGIÃO SERRAS CENTRAIS

... 38

FIGURA 28 – Variação temporal da precipitação pluvial média na

MICRO-REGIÃO CAICÓ. ... 39

FIGURA 29 – Percentis de chuvas mensais que excederam em 10, 50 e 90% de

todos os anos da série estudada para a MICRO-REGIÃO CAICÓ. ... 39

FIGURA 30 – Variação temporal da precipitação pluvial média na

MICRO-REGIÃO MOSSOROENSE. ... 40

(10)

FIGURA 31 – Percentis de chuvas mensais que excederam em 10, 50 e 90% de

todos os anos da série estudada para a MICRO-REGIÃO MOSSOROENSE. .. 40

FIGURA 32 – Variação temporal da precipitação pluvial média na

MICRO-REGIÃO ALTO APODÍ. ... 41

FIGURA 33 – Percentis de chuvas mensais que excederam em 10, 50 e 90% de

todos os anos da série estudada para a MICRO-REGIÃO ALTO APODÍ. ... 41

FIGURA 34 – Variação intra-anual do ISSP para a MICRO-REGIÃO

AGRESTE. ... 43

FIGURA 35 – Variação intra-anual do ISSP para a MICRO-REGIÃO ALTO

APODI. ... 43

FIGURA 36 – Variação intra-anual do ISSP para MICRO-REGIÃO CAICÓ. . 44

FIGURA 37 – Variação intra-anual do ISSP para a MICRO-REGIÃO CURRAIS

NOVOS. ... 44

FIGURA 38 – Variação intra-anual do ISSP para a MICRO-REGIÃO LITORAL

NORTE. ... 45

FIGURA 39 – Variação intra-anual do ISSP para a MICRO-REGIÃO LITORAL

ORIENTAL. ... 45

FIGURA 40 – Variação intra-anual do ISSP para a MICRO-REGIÃO

MOSSOROENSE. ... 46

FIGURA 41 – Variação intra-anual do ISSP para a MICRO-REGIÃO SERRAS

CENTRAIS. ... 47

FIGURA 42 - Histograma de freqüência relativa do ISSP para a

MICRO-REGIÃO AGRESTE. ... 48

FIGURA 43 - Histograma de freqüência relativa do ISSP para a

MICRO-REGIÃO ALTO APODÍ. ... 49

FIGURA 44 - Histograma de freqüência relativa do ISSP para a

MICRO-REGIÃO CAICÓ. ... 49

FIGURA 45 - Histograma de freqüência relativa do ISSP para a

MICRO-REGIÃO CURRAIS NOVOS. ... 50

FIGURA 46 - Histograma de freqüência relativa do ISSP para a

MICRO-REGIÃO LITORAL NORTE. ... 50

(11)

FIGURA 47 - Histograma de freqüência relativa do ISSP para a

MICRO-REGIÃO LITORAL ORIENTAL. ... 51

FIGURA 48 - Histograma de freqüência relativa do ISSP para a

MICRO-REGIÃO MOSSOROENSE. ... 52

FIGURA 49 - Histograma de freqüência relativa do ISSP para a

MICRO-REGIÃO SERRAS CENTRAIS. ... 52

(12)

LISTA DE SÍMBOLOS

λ , longitude;

φ , latitude;

h , altitude.

α

i

, coeficiente de evapotranspiração para o período i;

β

i

, coeficiente de recarga para o período i;

γ

i

, coeficiente de escoamento superficial para o período i;

δ

i

, coeficiente de perda de água do solo para o período i;

A

0

, A

1

, ... ,A

9

= coeficientes de ajustes da função;

AWC, capacidade de água disponível nas duas camadas de solo, em mm;

D,

deficiência hídrica (-) ou excesso hídrico (+);

ET, evapotranspiração atual calculada;

( )

ET

,

evapotranspiração atual;

i, índice de referência dos meses do ano (1, 2,...,12)

ISSP, Índice de Severidade de Seca de Palmer;

k

i

é um fator de ponderação para o período i, determinado por PALMER (1965) a

partir da série histórica de dados da localidade.

( )

L

, perdas de água no solo;

P, precipitação no período considerado;

( )

P

, precipitação calculada para o referido período.

PE, evapotranspiração potencial de um determinado mês, em mm d

-1

;

PL, a perda potencial de água no solo;

PL

S,

perdas potenciais de água na camada superior do solo;

PL

U,

perdas potenciais de água na camada inferior do solo;

Pp, precipitação pluvial, em mm;

Qo, radiação extraterrestre, mm d

-1

;

(13)

R, recarga (ganho líquido de umidade do solo durante um determinado período);

(

R

)

, recarga;

RO, escoamento superficial estimado;

(

RO

)

, escoamento superficial;

S, quantidade de água disponível em ambas as camadas do solo, em mm;

S

S

, Água armazenada na camada superficial, em mm;

S

U,

Água armazenada na camada inferior, em mm;

T , Temperatura média do ar, em

o

C;

Tmax, temperatura máxima diária do ar, em

o

C;

Tmin, temperatura mínima diária do ar, em

o

C;

Z,

índice de anomalia de umidade

.

(14)

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Classificação dos períodos secos e úmidos do ISSP, segundo

PALMER (1965). ... 17

TABELA 2 – Valores médios anuais e sazonais de chuva com respectivos

desvios-padrão e coeficiente de variação para as regiões analisadas. ... 19

TABELA 3 – Valores médios mensais de chuva para as regiões estudadas. .... 22

TABELA 4 – Os anos mais chuvosos e os anos mais secos na Micro-Região

Litoral oriental. ... 68

TABELA 5 – Os anos mais chuvosos e os anos mais secos na Micro-Região Alto

Apodí. ... 69

TABELA 6 – Os anos mais chuvosos e os anos mais secos na Micro-Região

Agreste. ... 69

TABELA 7 – Os anos mais chuvosos e os anos mais secos na Micro-Região

Litoral Norte. ... 69

TABELA 8 – Os anos mais chuvosos e os anos mais secos na Micro-Região

Currais Novos. ... 70

TABELA 9 – Os anos mais chuvosos e os anos mais secos na Micro-Região

Serras Centrais. ... 70

TABELA 10 – Os anos mais chuvosos e os anos mais secos na Micro-Região

Caicó. ... 71

TABELA 11 – Os anos mais chuvosos e os anos mais secos na Micro-Região

Mossoroense. ... 71

(15)

EXTRATO

O presente trabalho tem como objetivos principais fazer as análises

espaço-temporal do regime de chuva e a caracterização das secas, através do Índice de

Severidade de Seca de Palmer (ISSP), para o Estado do Rio Grande do Norte. Esse

estudo foi feito com dados pluviométricos de 137 localidades do RN e adjacências dos

Estados do Ceará e da Paraíba. As localidades foram distribuídas em oito Regiões assim

denominadas: Litoral Oriental, Agreste, Litoral Norte, Currais Novos, Serras Centrais,

Caicó, Mossoroense e Alto Apodi. Essas Regiões são consideradas climaticamente

homogêneas. Em cada Região admitiu-se uma localidade representativa levando-se em

consideração a proximidade da precipitação pluvial dessa com a média da região. A

série histórica dos dados climatológicos varia de 30 a 70 anos, de cada localidade,

referentes aos elementos de precipitação pluvial observados e de temperaturas

estimadas. Os dados de precipitação pluvial foram obtidos do banco de dados da

SUDENE e os de temperatura estimados através de uma função de superfície.

A variabilidade do total de chuva anual entre as regiões, expressa pelo

coeficiente de variação, foi de 30 a 60%, observando-se homogeneidade entre três

sub-regiões das oito estudadas. O Primeiro semestre é o maior concentrador de chuvas e

corresponde á cerca de 87,6% da chuva anual. A análise da variação espaço-temporal do

ISSP indicou alto percentual de ocorrências de secas moderadas e severas em todo o

estado. O ISSP revelou que a década de cinqüenta foi o período mais seco em todo o

Estado.

(16)

ABSTRACT

This work had as main objectives to develop a space time analysis of rainfall

regimen and a drought characterization for the state of Rio Grande do Norte (RN) in

Brazil, using the Palmer’s Drought Severity Index (PDSI). The study was carried out

with pluviometric data of 137 localities in RN and neighbor states of Ceará and Paraíba.

Localities were grouped in eight climatically homogeneous regions, namely: Litoral

Oriental, Agreste, Litoral Norte, Currais Novos, Serras Centrais, Caicó, Mossoroense

and Alto Apodi. Each region was represented by one locality with rainfall records

similar to the mean for the region. A historical series of climatological data of each

locality comprehended 30 to 70 years of records of observed rainfall and estimated

temperatures. Rainfall data was obtained from SUDENE and temperatures were

estimated using a surface function.

Total variability of yearly rainfall between regions was expressed by variation

coefficients ranging from 30 to 60%, and homogeneity was observed among three out

the eight regions studied. In the first semester was observed the larger concentration of

rainfall, corresponding to 87,6% of annual rainfall. Analysis of space time variability of

PDSI indicated occurrence of a high percentage of moderate and severe droughts in the

whole state. PDSI showed the decade of 1950 as the driest period all over Rio Grande

do Norte.

(17)

1 - INTRODUÇÃO

A seca é um fenômeno climático associado à deficiência hídrica em uma região

e sua ocorrência afeta todos os setores e atividades econômico-sociais, causando

grandes impactos na produção agrícola, na disponibilidade dos recursos hídricos, e no

abastecimento de água para a população. Como uma conseqüência direta da ocorrência

de seca, pode ser destacado: o deficiente fornecimento de água para abastecimento

humano; os prejuízos na agricultura; na indústria e na produção de energia hidroelétrica;

restrições à navegação e pesca em águas interiores. Indiretamente, pode ser responsável

pela ocorrência de incêndios florestais, problemas fitossitários, erosão de solo e, em

longo prazo, problemas de desertificação, principalmente em regiões áridas e

semi-áridas (SANTOS, 1998).

A preocupação sobre este fenômeno tem sido enfatizada em conseqüência do

aumento contínuo das necessidades de água em face das disponibilidades limitadas,

criando situações críticas quando esta disponibilidade diminui em conseqüência da

ocorrência de secas. A gravidade desses problemas está diretamente ligada à intensidade

e à duração do período de deficiência hídrica. As secas apresentam uma variação

espacial e temporal quanto à intensidade. Outro fator muito importante a ser

considerado é a observação das condições do solo de cada localidade, bem como a

média pluviométrica mensal e o período de distribuição e concentração das chuvas

dentro do ano.

Na Região Nordeste do Brasil, a ocorrência de seca é registrada com muita

freqüência, sobretudo na zona semi-árida, onde a média pluviométrica anual é em geral

muito baixa em relação a evapotranspiração, existindo casos em que todo o território de

alguns estados é afetado (BARRA, 2001).

No Estado do Rio Grande do Norte, quase toda, a extensão territorial está situada

dentro da faixa de clima semi-árido, denominada de polígono das secas, que, associado

à grande variação temporal da precipitação pluvial, proporciona com freqüência a

ocorrência de períodos de seca com diferentes intensidades.

(18)

As metodologias que permitem efetuar uma abordagem regional das secas

proporcionam um entendimento mais completo da variação espacial do fenômeno,

constituindo uma das características mais importantes no estudo das secas para uma

região, podendo ser analisada sua intensidade em localidades específicas, a partir da

análise regional.

A análise da variabilidade espacial e da variabilidade temporal das precipitações

pluviométricas de uma região destaca-se, devido à possibilidade de se realizar

estimativas com maior precisão. A precipitação pluviométrica tem grande importância

na caracterização do clima de uma região, interferindo nas alternâncias de rendimento

das culturas. O estudo dessa variável é de grande importância na caracterização do

clima da região semi-árida do Nordeste do Brasil e torna-se relevante no planejamento

de atividades agrícolas permitindo previsões com melhores aproximações e decisões

mais confiáveis. A variabilidade temporal da precipitação permite definir o grau de

correlação temporal das amostras e tem mostrado ser poderosa ferramenta de aplicação

prática, permitindo estimar precipitações com variância mínima. A análise

espaço-temporal da precipitação tem grande aplicabilidade na agricultura e apresenta uma

literatura ainda carente e pouco explorada, mas, certamente, é um assunto que se tornará

de grande importância em produções científicas.

Em síntese, a análise espaço-temporal dos eventos de seca figura como de

grande importância para o planejamento regional, notadamente nas atividades agrícolas,

onde poderá ser usada na tomada de decisão em regiões específicas, norteando políticas

de exploração racional da agricultura dessas regiões.

A maioria dos estudos de caracterização de secas baseia-se na demanda e

suprimento de água do solo, por meio de métodos climatológicos de cálculo do balanço

hídrico. PALMER (1965) desenvolveu um Índice de Severidade de Seca denominado

Palmer Drought Severity Index – PDSI

”, que tem como base os princípios do balanço

entre o suprimento e a demanda hídrica utilizando longas séries de dados climáticos,

para identificar períodos de seca e períodos úmidos, sua duração e intensidade. O Índice

de Severidade de Seca de Palmer (ISSP) é calculado utilizando dados de pluviometria e

de temperatura do ar, considerando-se as características físico-hídricas do solo de cada

localidade. Portanto, o ISSP pode também fornecer informações mais completas sobre

as condições de umidade do solo.

O presente trabalho teve como objetivos:

(19)

Analisar a variação espaço-temporal do Índice de Severidade de Seca de Palmer

(ISSP) no Estado do Rio Grande do Norte;

Disponibilizar informações para planejamento agrícola regional de práticas

sustentáveis ao manejo do semi-árido, conduzindo-o a políticas racionais de

agricultura.

(20)

2 - REVISÃO DE LITERATURA

2.1.

Definição de seca

A seca é a falta de chuvas ou o período em que a ausência dessas acarreta graves

problemas sociais. PALMER (1965) considera a seca como o intervalo de tempo,

geralmente da ordem de meses ou anos, durante o qual a precipitação reduz-se

“consideravelmente” em relação ao climatologicamente esperado ou apropriado

(CAFEC). Observa-se daí que a seca é um fenômeno que está diretamente associada à

deficiência hídrica. Sua avaliação, em termos, deve-se ser feita através da duração,

intensidade e da variação espacial e temporal. É difícil a generalização do conceito de

seca em virtude da necessidade de especificar os componentes do ciclo hidrológico

afetados pela deficiência hídrica e o período de tempo associado a essa deficiência, são

esses fatores que geram essa dificuldade (McNAB & KARL 1991). McKee

et al

. (1995)

consideram que não existe definição de seca válida para qualquer região, em qualquer

época e ainda adequada a toda e qualquer atividade. Segundo WILHITE

et al.

(1987) o

comum a todos os tipos de seca é o fato delas se originarem de um déficit de

precipitação que resulta em uma baixa disponibilidade hídrica, para a atividade que a

requer.

Segundo WILHITE & GLANTZ (1985), as secas podem ser do tipo:

meteorológica, hidrológica, agrícola e socioeconômica. A seca meteorológica é

caracterizada pela comparação entre a precipitação atual e a precipitação normal em um

dado período de tempo, em um determinado local. A definição de seca proposta por

PALMER (1965), com base na ocorrência de um período de duração em que as

disponibilidades atuais de umidade do solo em um determinado local estão

consistentemente abaixo das condições normais de umidade, é uma ilustração de

condições climaticamente apropriadas de caracterização de seca meteorológica. A seca

hidrológica caracteriza-se através dos níveis de rios e reservatórios abaixo do normal.

Foi definida por YEVJEVICH (1967) como deficiência no abastecimento de água ou

deficiência na precipitação, na precipitação efetiva e no escoamento superficial, ou

deficiência na água acumulada em reservatórios, lagos e lençóis freáticos. A seca

agrícola ocorre quando a umidade do solo é insuficiente para suprir a demanda das

plantas; segundo VAN BAVEL (1953), deveria ser definida com base nas condições de

(21)

água no solo e no conseqüente comportamento da planta. A seca socioeconômica a qual

ocorre quando o déficit de água induz a falta de bens ou serviços (energia elétrica,

alimentos, etc) devido ao volume inadequado, a má distribuição das chuvas, ao aumento

no consumo, ou ainda ao mau gerenciamento dos recursos hídricos.

A seca pode apresentar características diferentes, dependendo de interesse

específico e de sua avaliação em determinada região. Para o meteorologista, a seca

representa um longo período em que a precipitação pluvial registrada é inferior à

normal, para o referido período e local. Para o agricultor, a seca está associada à queda

na produtividade e até mesmo à perda de safra agrícola, devido à falta de água em

períodos críticos do ciclo da cultura. Para o hidrologista, a seca está associada à

deficiência de água superficial e subterrânea, afetando os níveis de água de lagos,

reservatórios e lençóis freáticos. Para os economistas, a seca ocorre quando a oferta de

produtos serviços, como água ou eletricidade, afeta as atividades humanas.

A definição de seca proposta por PALMER (1965), com base na ocorrência de

um período (meses ou anos) de duração em que as disponibilidades atuais de umidades

do solo em um determinado local estão consistentemente abaixo das condições normais

de umidade, é uma ilustração de condições climaticamente apropriadas de

caracterização de seca meteorológica. MOTHA & HEDDINGHAUS (1986)

desenvolveram um índice de disponibilidade de umidade para caracterizar a seca

agrícola que é calculada pela diferença entre a precipitação semanal normal e a

correspondente evapotranspiração potencial normal resultando em um indicador da

umidade disponível para uma determinada cultura. PALMER (1968) também

desenvolveu um índice de umidade da cultura, que apresenta o potencial de identificar a

seca agrícola. Segundo WILHITE & GLANTZ (1985), a seca socioeconômica associa a

relação entre oferta e demanda de bens econômicos com elementos de seca

meteorológica, hidrológica e agrícola.

2.2.

Índices de seca

Vários procedimentos têm sido adotados por pesquisadores na caracterização das

secas. Uma técnica amplamente utilizada no estudo das secas é o uso de índice de seca,

que consiste em equações com base em parâmetros climáticos e procedimentos

(22)

estatísticos para determinar a intensidade, a duração e a freqüência com que essa

anomalia ocorre. São muitos os índices desenvolvidos para caracterizar a seca. Dentre

tantos, citamos: Índice de Aridez; Índices Climáticos de Lang; Índice de Capot-Rey;

Índice de Birot; Índice de Seca de Bhalme & Mooley; “

Rainfall Anomaly Index

” (RAI);

Bhalme & Mooley Drought Index

” (BMDI); “

Herbst Severity Index

” (HSI); “

Lamb

Rainfall Departure Index

” (LRDI) e o Índice de Severidade de Seca de PALMER

(ISSP).

Tal procedimento tem sido utilizado em vários trabalhos, para caracterizar as

secas na Região Nordeste do Brasil (XAVIER & XAVIER, (1984); KUMAR

et al

.

(1989); LIMA

et al

. (1989); REPELLI & NOBRE (1991); AZEVEDO & SILVA (1994).

Ao analisar as secas ocorridas em Fortaleza, utilizando o índice de aridez, KUMAR

et

al

. (1989) concluíram que os índices, com base apenas em dados de precipitação, não

são adequados para a caracterização das secas. BECKER (1968) utilizou os índices

Climáticos de Lang, o índice de Capot-Rey e o índice de Birot no estudo das secas da

Região Nordeste, tendo concluído que as fórmulas baseadas apenas nos totais anuais das

variáveis climáticas são insuficientes para a caracterização da semi-aridez. LIMA

et al.

(1989) utilizaram o índice de Seca de Bhalme & Mooley e o índice de anomalia de

chuva para monitorar a ocorrência das secas em Alagoas, destacando apenas a

simplicidade desses métodos. AZEVEDO & SILVA (1994) adaptaram o índice de

Bhalme e Mooley para as condições do Estado da Paraíba, tendo concluído que mesmo

com as modificações, esse índice apresenta resultados semelhantes aos obtidos pelo

método na versão original. Um dos índices mais utilizados e mundialmente

reconhecidos para quantificação da seca é o Índice de Severidade de Seca de Palmer

(ISSP). PALMER (1965) considera que o total de precipitação requerida para manter

uma área em um determinado período sob condições de economia estável é dependente

da média dos elementos meteorológicos, das condições meteorológicas dos meses

precedentes e do mês atual para a área em estudo. O método para a estimativa da

precipitação requerida (CAFEC) baseia-se nas médias históricas de evapotranspiração,

recarga de água no solo, escoamento superficial (

runoff

) e perda de umidade do solo. A

diferença entre a precipitação ocorrida e a requerida representa uma medida

razoavelmente direta da diferença hídrica entre o mês em questão e a normal

climatológica. Quando essa diferença é apropriadamente ponderada, o valor resultante

pode ser comparado para diferentes locais e épocas.

(23)

O Índice de Severidade de Seca de Palmer (ISSP) foi testado, na região do semi-árido

do Estado do Ceará, para avaliar a severidade das secas. BARRA (2001) observou que a

variabilidade do total de chuva anual expressa pelo coeficiente de variação, variou de 40

a 50%, chegando a atingir 60% em algumas localidades. O percentual de chuva anual

que ocorre no primeiro semestre foi, em média, de 90%, o que mostra a elevada

concentração de chuva no citado período. A análise da variação temporal e espacial do

ISSP revelou alto percentual de ocorrência de secas moderadas e severas em quase todo

o Estado. As secas de grande intensidade ocorrem com muita freqüência em quase todo

o estado com exceção das localidades serranas. O ISSP mostrou-se eficaz como

ferramenta para verificar as condições de umidade do solo e indica os diferentes graus

de intensidade das secas em toda a região estudada.

Informações adicionais sobre outros índices de seca, além do Índice de

Severidade de Seca de PALMER (1965), utilizados principalmente nos Estados Unidos

e na Austrália, foram apresentadas num trabalho por HAYES (1991). Nesse trabalho foi

feita uma descrição geral dos índices e a avaliação de pontos positivos e negativos dos

seguintes índices: Índice de Precipitação Padronizado; Índice de Percentual da

Precipitação Normal; Índice de Umidade da Cultura; Índice de Suprimento de Água

Superficial; Índice de Reclamação de Seca e o Índice com Base no Método dos Decis.

O Índice de Severidade de Seca proposto por PALMER (1965), com base em

informações derivadas do balanço hídrico mensal, tem sido utilizado na caracterização

de secas, especialmente nos Estados Unidos. Todavia, podemos constatar aplicações

desse índice na Austrália (KOTHAVALA, 1997), na Europa (BRIFFA

et al

. (1994), no

Canadá (AKINREMI

et al

. (1996) e no Brasil (ASSIS

et al.

(1997). O ISSP foi utilizado

em modelos climáticos globais para simular a severidade de secas na Austrália

(KOTHAVALA (1999) e no Hemisfério Norte (JONESS

et al

. (1996).

Críticas ao ISSP de Palmer têm sido apresentadas por vários pesquisadores,

como ALLEY (1984), KARL & KNIGHT (1985) e KARL (1986). Algumas dessas

críticas estão relacionadas com os valores de ISSP calculados e os impactos das

severidades de secas ocorridas. Parte da explicação dessas discrepâncias deve-se ao fato

de não ter sido levada em consideração no desenvolvimento do índice qualquer

interação com as culturas. Outra limitação ao Método de Palmer está relacionada ao uso

da equação de Thornthwaite na estimativa da evapotranspiração potencial. Segundo

(24)

ALLEY (1984), a estimativa do escoamento superficial proposta por PALMER (1965)

talvez seja a mais séria deficiência na determinação do balanço hídrico. ALLEY (1984)

também considera arbitrárias as classes de severidades de seca proposta por PALMER

(1965) uma vez que as equações utilizadas para obter esses valores foram resultantes

apenas das séries históricas de dados de Central Iowa e Kansas.

2.3. Caracterização do regime de chuvas no Rio Grande do Norte e registros de

secas no Nordeste e no Rio Grande do Norte

2.3.1 Caracterização do regime de chuvas no Rn

A região objeto de estudo compreende oito micro-regiões representativas de 137

localidades do Estado do Rio Grande do Norte (RN) e adjacências dos estados do Ceará

e da Paraíba. Com exceção das micro-regiões Litoral Oriental e Alto Apodi (região

serrana), as demais micro-regiões estão encravadas no semi-árido do Nordeste do

Brasil. Nas características de regime de chuvas no Estado do Rio Grande do Norte,

destacam-se a sazonalidade e a variabilidade inter anual e intra-anual.

As variações intra-sazonais do regime de chuvas no Nordeste têm sido

relacionadas às penetrações de sistemas frontais KOUSKY (1979), aos vórtices

ciclônicos da alta troposfera KOUSKY & GAN (1981) e às oscilações de 30 a 60 dias

KAYANO

et al.

(1990). Segundo NOBRE & MOLION (1988), a ocorrência de chuvas

na Região Nordeste está relacionada à penetração de frentes frias antárticas no Sul do

Nordeste, ou ás frentes atlânticas de sudeste nas áreas costeiras, e à zona de

convergência inter-tropical (ZCIT) na parte norte da Região.

2.3.2 Registros das secas na Região Semi-árida do Nordeste do Brasil e no Estado

do Rio Grande do Norte:

O registro de ocorrência de secas na Região Semi-árida do Nordeste está

disponível desde o século XVI. O Quadro 1 apresenta um levantamento feito pela

Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE, em 1983, sobre a

cronologia das secas ocorridas na Região Nordeste. As primeiras secas, com mais de um

ano de duração, só foram registradas a partir de 1710. Dentre as secas identificadas

destacam-se, quanto à duração: de 1721 a 1727 e mais recentemente a de 1979 a 1983.

(25)

Através do procedimento de avaliação das médias pluviométricas das oito

micro-regiões, foi estabelecida uma classificação para os anos secos e chuvosos na

série, cujos resultados estão apresentados no Quadro 2. Destacam-se entre os anos

muito seco, em que mais de 50% da área do Estado foi assim caracterizada, os anos de

1915, 1919, 1932, 1942, 1951, 1953, 1958 e 1979. Dentre esses anos, vale mencionar

1919 e 1958, em que cerca de 98,2 e 96,15% da área do Estado foi classificada como

muito seca.

Quadro 1- Cronologia das secas ocorridas no Nordeste do Brasil (SUDENE – 1983)

Décadas Século XVI Século XVII Século XVIII Século XIX Século XX

00

1603

1608

1707

1804

1808/1809

1900

1903

10

1614

1710/1711

1814

1915

1919

20

1721/1722

1723/1724

1725/1726

1727

1824/1825

1829

30

1730

1736/1737

1830

1833

1932

40

1645

1744/1745

1746/1747

1844/1845

1942

50

1652

1751

1754

1951/1952

1953

1958

60

1760

1766

1966

70

1771/1772

1777/1778

1870

1877/1878

1879

1970

1976

1979

80

1583

1587

1783/1784

1888/1889

1980

1981

1982

1983

(26)

2.4 - Sistema de Informações Geográficas

O desenvolvimento recente da tecnologia computacional abriu inúmeras

possibilidades, tais como a capacidade de armazenar, recuperar e combinar os dados

disponíveis sobre a superfície da terra. A análise das variações espaciais constitui-se em

um requisito necessário para controlar e ordenar a ocupação das unidades físicas do

meio ambiente. Uma das técnicas disponíveis mais eficientes na análise dessas variáveis

é encontrada nos Sistemas de Informações Geográfica (SIGs).

De acordo com CÂMARA e MEDEIROS (1996), o termo SIG é aplicado para

sistemas que realizam o tratamento computacional de dados geográficos. Um SIG

armazena a geometria e os atributos dos dados que estão georreferenciados, isto é,

localizados na superfície terrestre e numa projeção cartográfica.

Algumas definições de sistema de informação geográfica são propostas de

acordo com sua multiplicidade de usos e visões possíveis desta ferramenta, que aponta

para uma perspectiva interdiciplinar de sua utilização. ARONOFF (1989) define como

sendo um conjunto manual ou computacional de procedimentos utilizados para

armazenar e manipular dados georreferenciados; COWEN (1988), como um sistema de

suporte à decisão que integra dados referenciados espacialmente num ambiente de

respostas a problemas e SMITH et al. (1987) define SIG como um banco de dados

indexados espacialmente, sobre o qual opera um conjunto de procedimentos para

responder a consultas sobre entidades espaciais. O desenvolvimento de sistemas

computacionais para aplicações gráficas e de imagens vem influenciando de maneira

crescente as áreas de Cartografia, de mapeamento, de análise de recursos naturais e de

planejamento urbano e regional. Esta tecnologia automatiza tarefas realizadas

manualmente e facilita a realização de análises complexas, através da integração de

dados de diversas fontes e da criação de um banco de dados geocodificado (CÂMARA

e FELGUIRAS, 1993).

Segundo Aspiazú & Brites, citados por FERREIRA (1997), os sistemas de

informações geográficas são técnicas empregadas na integração e análise de dados

provenientes de fontes, as mais diversas, como imagens fornecidas por satélites

terrestres, mapas, cartas climatológicas, censos e outros. Os atuais sistemas de

informações geográficas além de permitir a realização de análises dos dados existentes,

também podem ser usados para projetar e simular situações ideais e potenciais com

previsões e modelos de simulações (DAVIS Jr. e FONSECA, 1996).

(27)

FERREIRA (1997) afirma que especialistas de várias áreas do conhecimento

têm utilizado a tecnologia do SIG como instrumento para mapear e indicar respostas às

várias questões do planejamento urbano e regional, do meio rural, do levantamento dos

recursos renováveis, descrevendo os mecanismos das mudanças que operam no meio

ambiente e auxiliando no planejamento e manejo dos recursos naturais de regiões

específicas. A utilização dos sistemas de informações geográfica permite verificação

clara e objetiva, rápida e precisa da distribuição espacial e temporal de determinados

fenômenos que ocorrem em uma área conhecida, constituindo-se uma importante

ferramenta para tomada de decisão nas mais variadas situações de manejo dos recursos

naturais.

Vários pesquisadores têm utilizado os sistemas de informações geográficas como

ferramenta para analisar a abrangência característica dos vários aspectos climáticos de

uma região. ASSAD et al. (1994), RIBEIRO et al. (1997) e PAIVA (1998), em estudos

sobre veranicos, utilizaram um sistema de informações geográficas para regionalizar a

probabilidade de ocorrência deste fenômeno para diferentes regiões. SILVA (1997)

estudou o risco climático para o arroz de sequeiro no Estado de Goiás analisando sua

abrangência pela aplicação de um SIG. ASSAD e EVANGELISTA (1994) fizeram uso

de um SIG em estudos de freqüência da precipitação pluvial analisando a variação

espacial da mesma nas regiões do cerrado brasileiro. ASSAD e SANO (1993) propõem

a utilização de sistemas de informações geográficas como ferramenta importante em

metodologias para espacialização de dados de chuva.

(28)

3 – MATERIAL E MÉTODOS

3.1 – Região de estudos e dados

O estudo do regime de chuvas e das severidades de seca no Estado do Rio

Grande do Norte foi feito em 137 localidades do RN e adjacências dos Estados do Ceará

e da Paraíba. As localidades foram distribuídas em oito micro-regiões assim

denominadas: Litoral Oriental; Agreste; Litoral Norte; Currais Novos; Serras Centrais;

Caicó; Mossoroense e Alto Apodi. Estas Regiões são consideradas climaticamente

homogêneas (ver mapa abaixo). Em cada região admitiu-se uma localidade

representativa levando-se em consideração a proximidade da precipitação pluvial média

da localidade com a média da precipitação da região. O quadro 2 apresenta as

micro-regiões estudadas, suas localidades representativas, e as respectivas coordenadas

geográficas.

A série histórica dos dados climatológicos varia de 30 a 70 anos, para cada

localidade, referentes aos elementos de precipitação pluvial mensal.

Quadro 2 – As Micro-Regiões, as localidades representativas e suas coordenadas

geográficas.

Região Nome

Local. Representativa

Altitude Latitude Longitude

1

Litoral Oriental

Natal

8

-5.80

-35.22

2

Agreste

São Paulo do Potengi

97

-5.90

-35.77

3

Litoral Norte

João Câmara

140

-5.53

-35.82

4

Currais Novos

Currais Novos

400

-6.30

-36.50

5

Serras Centrais

Florânia

210

-6.12

-36.82

6

Caicó

Caicó

143

-6.45

-37.10

7

Mossoroense

Governador Dix-Sept

36

-5.47

-37.52

8

Alto Apodi

Martins

645

-6.08

-37.92

A FIGURA 1 apresenta as micro-regiões climaticamente homogêneas do estado do Rio

Grande do Norte, área principal do estudo.

(29)

Figura 1 - Micro-regiões climaticamente homogêneas do RN

Os dados de precipitação pluvial foram obtidos do banco de dados da SUDENE.

Os dados de temperatura foram estimados através das coordenadas geográficas das

localidades estudadas, utilizando-se a função de ajuste (superfície quadrática), segundo

SILVA

et al.

(1987), dada por:

T = A

0

+ A

1

λ

+ A

2

φ

+ A

3

h + A

4

λ

2

+ A

5

φ

2

+ A

6

h

2

+ A

7

λφ

+ A

8

λ

h + A

9

φ

h

em que:

T , Temperatura média do ar (

o

C);

λ

, longitude;

φ

, latitude;

h , altitude.

A

0

, A

1

, ... ,A

9

= coeficientes de ajustes da função.

(30)

No estudo foi utilizada a metodologia desenvolvida por Palmer (1965) para

calcular os Índices de Severidade de Seca (ISSP) que indicarão o início e a severidade

da seca. Para o cálculo do ISSP foram utilizados os dados mensais de precipitação

pluvial, temperatura média, evapotranspiração potencial, perdas de água no solo e

condições de umidade do solo, os quais determinam as secas hidrológicas e agrícolas

(meteorológica).

3.3 – Modelo do Balanço de Água no Solo

Na determinação do ISSP será usado um modelo para contabilizar a variação do

armazenamento de água no solo. O solo foi dividido em duas camadas: superficial (L

S

)

e inferior (L

U

). Na camada superficial considerou-se um armazenamento de 25 mm

correspondente à capacidade de campo.

As perdas de água na camada superficial e na camada inferior dependem do

conteúdo de umidade inicial, da taxa de evapotranspiração potencial (PE) e da

capacidade de água disponível do solo (AWC), e foram determinadas pelas equações 1 e

2.

(

)

(

,

)

,

min

.

min

PE

Pp

o

que

for

menor

L

S

=

S

S

AWC

S

L

Pp

PE

L

U S U

=

(

)

; para L

U

S

U

(1)

(2)

onde:

S

S

e S

U

PE

Pp

AWC

=

=

=

=

Água armazenada nas camadas superficial e inferior,

respectivamente, mm;

evapotranspiração potencial, mm;

precipitação pluvial, mm;

capacidade de água disponível nas duas camadas de solo, mm.

A evapotranspiração potencial foi estimada utilizando-se o método de

Thorntwaite (1948), de acordo com a seguinte equação:

(31)

)

8

,

17

(

)

(

0023

,

0

0,5 min max

+

=

Qo

T

T

T

PE

(3)

onde:

PE

Qo

Tmax

Tmin

T

=

=

=

=

=

evapotranspiração potencial, mm d

-1

;

radiação extraterrestre, mm d

-1

;

temperatura máxima diária do ar,

o

C;

temperatura mínima diária do ar,

o

C;

temperatura média diária do ar,

o

C;

A umidade necessária para que o solo atinja a capacidade de campo é definida

pelo componente de Recarga Potencial (PR), estimado pela equação:

PR=AWC-S

(4)

Em que S é a quantidade de água disponível em ambas as camadas do solo, em mm.

O modelo de balanço de água no solo considera a ocorrência de escoamento

superficial quando a precipitação potencial (P) supera a recarga potencial, dado pelo

termo escoamento superficial potencial (PRO), de acordo com a equação:

PRO=P-PR

(5)

A perda potencial de água no solo (PL), representa a quantidade de água no solo

que foi perdida por evapotranspiração, assumindo-se que não ocorreu precipitação no

período, e é determinada pela equação:

(32)

Onde: PL

S

e PL

U

são as perdas potenciais de água no solo nas camadas superior e

inferior, respectivamente, obtidas pelas equações 7 e 8.

(

S

)

S

PE

S

PL

=

min

,

(

)

AWC

S

PL

PE

PL

U S U

=

(7)

(8)

3.4 – Coeficientes Climáticos

A partir dos componentes do balanço de água foram determinados quatro

coeficientes climáticos que refletem a média histórica das condições climáticas para o

período analisado. Os valores atuais dos componentes, foram calculados pelas equações

9, 10, 11 e 12.

PE

ET

i

=

α

PR

R

i

=

β

PRO

RO

i

=

γ

PL

L

i

=

δ

(9)

(10)

(11)

(12)

onde:

α

i

, coeficiente de evapotranspiração para o período i;

β

i

, coeficiente de recarga para o período i;

(33)

γ

i

, coeficiente de escoamento superficial para o período i;

δ

i

, coeficiente de perda de água do solo para o período i;

ET , evapotranspiração atual;

R , recarga (ganho líquido de umidade do solo durante um determinado período);

RO , escoamento superficial;

Esses coeficientes serão utilizados para cálculo dos valores de “CAFEC”, que

representam o valor particular de um determinado parâmetro que seria climaticamente

apropriado para as condições de tempo e da localidade analisada. As condições

climaticamente apropriadas serão calculadas para os componentes de precipitação

( )

P

,

evapotranspiração atual

( )

ET

, recarga ( )

R

, escoamento superficial (

RO

)

e perdas de

água no solo

( )

L

, calculados pelas equações 13, 14, 15 e 16.

ET

PE

=

α

R

PR

=

β

PRO

O

R

ˆ

=

γ

PL

L

ˆ

=

δ

(13)

(14)

(15)

(16)

A combinação das equações 13, 14, 15 e 16 gera a equação 17 que expressa a

quantidade de precipitação

P

necessária, em um determinado período, para atender às

demandas médias de evapotranspiração, escoamento superficial e água armazenada no

solo, baseada nas condições de umidade antecedente.

(34)

P

ET

R

RO

L

∧ ∧ ∧ ∧ ∧

=

+

+

(17)

3.5 – Índice de Anomalia de Umidade (Z)

A diferença entre a precipitação atual e a precipitação adequadamente apropriada

(CAFEC) é um indicador da deficiência ou do excesso hídrico para o período analisado

em um determinado local, e é determinada pela equação:

=

P

P

D

(18)

onde:

D , deficiência hídrica (-) ou excesso hídrico (+);

P , precipitação do período considerado;

P

, precipitação calculada para o referido período.

O cálculo do índice de anomalia de umidade (Z), é determinado pela equação 19.

Z = k

i

. D

(19)

Onde:

k

i

é um fator de ponderação para o período i, determinado por PALMER (1965)

a partir da série histórica de dados da localidade.

3.6 – Índice de Severidade de Seca de Palmer (ISSP)

Com o valor do índice de anomalia de umidade (Z), o Índice de Severidade de

Seca de Palmer (ISSP) é calculado para o período analisado, através da equação:

(35)

1 1

0

,

103

3

− −

+

=

i i i i

ISSP

Z

ISSP

ISSP

(20)

Os valores do ISSP variam de > 4 (extremamente úmido) a < – 4 (seca extrema),

e considera-se que os valores entre -0,99 e 0,99 representam condições próximas ao

normal. Ver Tabela 1.

TABELA 1 - Classificação dos períodos secos e úmidos do ISSP, segundo PALMER

(1965).

Índice (X)

Classificação

> 4,00

Extremamente úmido

3,00 a 3,99

Muito úmido

2,00 a 2,99

Moderadamente úmido

1,00 a 1,99

Ligeiramente úmido

0,99 a -0,99

Próximo do normal

-1,00 a -1,99

Ligeiramente seco

-2,00 a -2,99

Seca moderada

-3,00 a -3,99

Seca severa

< -4,00

Seca Extrema

Os Índices de Severidade de Seca foram calculados para cada localidade e, a

partir dos dados locais georeferenciados, foi feita a espacialização desses índices, os

mesmos materializados, em forma de mapas temáticos, e explicitam os períodos

analisados.

3.7 - Espacialização dos resultados

A espacialização dos resultados foi feita para os dados mensais e anuais de

precipitação pluvial, considerando cada localidade estudada, utilizando-se um sistema

de informações geográficas através do software Idrisi, desenvolvido pelo Departamento

de Geografia da Klark University, nos EUA.

(36)

A partir de um mapa na escala de 1:500.000 gerou-se um vetor do contorno do

Estado do Rio Grande do Norte, o qual foi transformado em uma imagem matricial,

gerando um mapa booleano. Os resultados dos cálculos dos parâmetros estudados para

cada localidade foram organizados em arquivos, padrão ASCII, os quais possuíam as

coordenadas geográficas das localidades, com o respectivo valor pontual do parâmetro

estudado, ou seja, um arquivo de dados georreferenciado. Estes arquivos foram

convertidos em arquivos do tipo vetorial, através de programas de

importação/conversão de arquivos no Idrisi, gerando vetores de pontos, que trazem a

localização geográfica e a característica de cada ponto, isto é, o valor do parâmetro na

localidade.

Por meio do programa INTERPOL, efetuou-se a interpolação dos valores

pontuais georreferenciados, contidos nos arquivos de vetores de pontos. Utilizou-se um

interpolador linear cujo modelo matemático utiliza a média ponderada dos n pontos

vizinhos mais próximos, ponderados por um peso dos pontos de controle mais

próximos. O peso no ponto interpolado é dado por:

G

X

d

d

i i i m i n i m i n

=









= =

1 1

1

(21)

em que:

G

i

= peso estimado no ponto interpolado;

X

i

= peso do i-ésimo ponto amostrado;

d

i

= distância euclidiana do i-ésimo ponto amostrado i ao ponto interpolado; e

m = expoente da função de distância.

As imagens resultantes da interpolação produzem áreas com valores comuns

dos parâmetros estudados em toda a matriz. Estas imagens foram então reclassificadas

para divisão dos valores em classes, para melhor interpretação visual do parâmetro em

todo o Estado. Para isso, foi utilizado o programa RECLASS do Idrisi.

Finalmente, por meio do programa OVERLAY do Idrisi, cruzou-se a imagem

(37)

reclassificação dos valores dos parâmetros, efetuando-se um overlay multiplicativo, que

resultou nos mapas temáticos do parâmetro estudado no âmbito do Estado do Rio

Grande do Norte.

Na Figura 2 é apresentado um fluxograma explicitando as etapas e os

programas utilizados para geração das imagens com utilização do software Idrisi.

Figura 2 – Etapas e programas utilizados para a geração de mapas temáticos com

feições dos parâmetros estudados, pela aplicação de um Sistema de

Informações Geográficas.

(38)

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Caracterização do Regime de Chuvas no Estado do Rio Grande do Norte

A distribuição de chuvas no estado do Rio Grande do Norte caracteriza-se por elevada

variação interanual e intra-anual. Na Tabela 2 são apresentados os valores das médias anuais e

semestrais da precipitação pluvial, desvio padrão e coeficiente de variação para as regiões

estudadas. As chuvas médias anuais variaram de 412,8 mm na região litoral norte a 1543,7 mm

na região litoral oriental.

Os valores observados na região litorânea oriental tendem a aumentar no sentido sul

quando apresentam seus maiores valores. A precipitação anual média do Estado foi de 762,2 mm.

Verificou-se uma variação acentuada entre as regiões Litoral Norte 412,8 mm e Litoral Oriental

1543,7 mm, em relação à média. As regiões Litoral Oriental e Alto Apodi apresentaram

precipitação anual média bem superior a média anual do Estado, sendo que a região Litoral

Oriental supera essa média em 102%, enquanto Alto Apodi supera em 67,8%. Nas regiões Serras

Centrais, Caicó e Mossoroense a precipitação média anual ficou próximo da média, enquanto nas

regiões Agreste, Litoral Norte, e Currais Novos o desempenho foi consideravelmente inferior,

onde a região Litoral Norte, a que atingiu menor desempenho, obteve apenas 54,16% da média

anual do Estado.

O período chuvoso concentra-se no primeiro semestre correspondendo a 87,2% da

precipitação média do Estado. Os meses de março e abril apresentam o período mais chuvoso

para 75% das regiões. A ocorrência da precipitação restante está distribuída na pré-estação

chuvosa, de novembro a janeiro, com cerca de 14,2% (137 mm), e no período seco, de junho a

outubro, com apenas 97 mm, correspondendo a 10%. Os resultados indicam que os meses mais

chuvosos são março e abril, com precipitação média mensal superior a 200 mm, enquanto os

meses de agosto a outubro são os mais secos, com precipitação média mensal inferior a 10 mm.

A análise estatística descritiva, através dos desvios-padrão e coeficientes de variação,

confirma as conclusões já citadas. Nas regiões, Litoral Oriental e Alto Apodi, os coeficientes de

variação ficaram entre 32,3 e 38,2. Nas regiões Serras, Centrais, Caicó e Mossoroense a variação

ficou entre 45,6 e 46,3 e as regiões, Agreste, Litoral Norte e Currais Novos entre 53,4 e 58,9.

Esses valores dos CV apontam para homogeneidade na precipitação nos três sub-conjuntos das

regiões citadas e indicam que as regiões Serras Centrais, Caicó e Mossoroense apresentam

melhor correlação.

(39)

TABELA 2 – Valores médios anuais e sazonais de chuva com respectivos

desvios-padrão e coeficiente de variação para as regiões analisadas.

Chuva anual 1º Semestre 2 º Semestre Região Media (mm) Desvio Padrão (mm) CV (%) Media (mm) Desvio Padrão (mm) CV (%) Media (mm) Desvio Padrã o (mm) CV (%) % de Chuva no 1º Semestre em relação ao total anual 1 Litoral Oriental 2 Agreste 3 Litoral Norte 4 Currais Novos 5 Serra Centrais 6 Caicó 7 Mossoroense 8 Alto Apodí 1543,7 522,9 412,8 433,8 651,6 683,8 725,1 1124,5 498.0 282,5 242,9 231,8 301,4 311,6 334,4 429,2 32,3 54,0 58,9 53,4 46,3 45,6 46,1 38,2 1114,6 410,1 381,7 394,8 597,8 625,1 668,2 1030,4 398,7 233,5 227,1 216,6 290,7 286,9 320,6 385,1 35,8 56,9 59,5 54,9 48,6 45,9 48,0 37,4 429,1 112,8 31,1 39,0 53,8 58,7 56,9 94,2 185,6 68,8 32,7 40,3 49,9 58,6 53,2 90,8 43,3 61,0 105,0 103,3 92,8 99,9 93,5 96,4 72,2 78,4 92,5 91,0 91,7 91,4 92,2 91,6 Média 762,2 652,8 109,4 87,2

4.1.1 Variação espacial do regime de chuvas no RN.

A Figura 3 ilustra a variação espacial da chuva no RN através da média pluvial anual. A

região Litoral Oriental indica melhor média entre 1301mm a 1550mm e maior concentração entre

as coordenadas geográficas (latitude e longitude) -35,2° e -5,75°. Percebe-se ainda em torno das

coordenadas geográficas -38,0° e -6,0° valores superiores a 1100mm que compreende a

micro-região das serras na micro-região do Alto Apodi. Da micro-região Litoral Norte, Agreste até a micro-região de

Currais Novos, Zona Central do Estado, as médias anuais de precipitação variaram entre 300 mm

e 500 mm indicando alta variabilidade na precipitação. Nas regiões Serras Centrais, Caicó e

Mossoroense apresentam uma precipitação anual média variando entre 600 mm e 900 mm que

justifica a baixa variabilidade na precipitação.

(40)

FIGURA 3 – Variação espacial da média pluvial anual no Estado do Rio Grande do

Norte. Cada ponto representa uma localidade coletora de dados.

Na Figura 4 é ilustrada a variação espacial da chuva no RN através do coeficiente de

variação. Observa-se que a região Litoral Oriental é a que apresenta menores coeficientes de

variação na chuva anual, ou seja, os valores de chuva ao longo dos anos sofrem baixa

variação, como pode ser observado. Além da faixa litorânea oriental, a região do Alto Apodí,

na porção sudoeste do Estado, também apresenta elevados índices pluviométricos,

principalmente na região serrana, com valores que chegam a 1124,5 mm em média,

apresentando baixa variação intra-anual. Apesar desses altos valores observados nessas

regiões, há uma predominância no RN de média de precipitação entre 500 e 700 mm (46,5%

do seu território).

Os coeficientes de variação encontrados se coadunam com os dados de precipitação

anual média e confirmam a avaliação feita anteriormente.

Observa-se ainda que, nas regiões com menores coeficientes de variação ocorreram

maiores médias anuais de chuvas e nas regiões onde ocorreram os maiores coeficientes de

variação ocorreram as menores médias anuais de chuvas. As regiões que apresentaram

coeficientes de variação intermediários foram as que apresentaram ocorrências de chuvas

próximas da normal. Isto posto, podemos admitir que: a variabilidade de chuvas anuais está

relacionada a ocorrência de secas, aos anos normais e aos anos com enchentes.

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