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CURSO ESPECIAL PRÉ VESTIBULAR PARA APENADOS DAS PENITENCIÁRIAS ESTADUAIS DE LONDRINA COMO INSTRUMENTO DE EDUCAÇÃO E RESSOCIALIZAÇÃO

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Anais da

Semana de Pedagogia da UEM

ISSN Online: 2316-9435

XX Semana de Pedagogia da UEM

VIII Encontro de Pesquisa em Educação / I Jornada Parfor

Universidade Estadual de Maringá, 17 a 20 de setembro de 2013.

CURSO ESPECIAL PRÉ VESTIBULAR PARA APENADOS DAS

PENITENCIÁRIAS ESTADUAIS DE LONDRINA COMO INSTRUMENTO DE EDUCAÇÃO E RESSOCIALIZAÇÃO

MORAES, Aline C. A. alinemoraes.edu@gmail.com CACIONE, Cleusa (Orientadora) cleusacacione@gmail.com Universidade Estadual de Londrina

Educação e Diversidade

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo apresentar o projeto de extensão desenvolvido na Universidade Estadual de Londrina em parceria com a Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos: “Curso Especial Pré Vestibular Voltados aos Apenados das Penitenciarias Estaduais de Londrina – PR”, que abrange uma demanda específica de adultos do sexo masculino maiores de 18 anos.

A escolha deste objeto de pesquisa ocorre por entendermos que a situação do aprendente enquanto “encarcerado” é um diferencial a ser explorado pelos governantes. Autores acertam que pensar a educação escolar no presídio significa refletir acerca das possíveis contribuições para a vida dos encarcerados em relação à sociedade em geral, além da valorização e o desenvolvidos propiciados a estes que estão margem da sociedade. Outro ponto chave para os apenados, é a remição ou diminuição da pena através do tempo de estudo e méritos conquistados.

A educação é um direito humano fundamental. O acesso ou não a esse direito atua ora como causa ora como consequência da pobreza e exclusão social. O Brasil apresenta uma elevada desigualdade social, com um padrão de desenvolvimento excludente. Até o final do século XX, as políticas de desenvolvimento social do país, em particular aquelas da área da educação, eram direcionadas ao atendimento urbano e seguindo uma matriz cultural, política e econômica, ocasionando exclusão social de grupos específicos. Outros fatores determinantes da exclusão social de grande importância estão associados ao padrão cultural da sociedade brasileira onde prevalecem discriminações de natureza racial, étnica, de gênero e tantas outras,

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2 configurando verdadeiros obstáculos à inclusão a processos de mobilidade social. Nessa perspectiva, é necessário constituir no ambiente escolar o enfrentamento e desconstrução do preconceito, permitindo que a escola escape da lógica reprodutivista que a orienta e transforme-se em um espaço sociocultural de defesa e de busca do princípio ético de respeito à diversidade humana. Partindo deste pressuposto, fizemos um levantamento da situação de escolarização dos apenados do Paraná, no mês março de 2013, em média, somente 30,69% dos apenados das Unidades Penais estão matriculados no Programa de Escolarização, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação, sendo 4913 apenados contemplados com Ensino Fundamental e Médio de um universo de mais de dezessete mil apenados custodiados pela Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos/SEJU. Esse problema se agrava, visto que:

• não há vagas suficientes para que todos estudem nas Unidades Penais, portanto, nem todos têm acesso às atividades de estudo;

• há limitações físicas – de salas de aula - e estruturais nas penitenciárias e os seus procedimentos de segurança dificultam a implementação de alguns tipos de projetos laborais e educacionais;

Logo, vislumbra-se uma ampliação da oferta de escolarização e vagas em cursos preparatórios, livres e de qualificação profissional, presenciais ou a distância, no Sistema Penal, em que permitirão a ascensão aos estudos, reinserção no mercado de trabalho, na sociedade e a oportunidade de mudar a sua vida e de sua família. Porém o que temos visto é que está modalidade educativa vem sendo mais debatida no cenário nacional, devido ao grande número de detentos que se encontram nas instituições penais do Brasil, assim como de outros países, que possuem pouco ou nenhum grau de escolaridade.

Simultaneamente, aproximadamente, dez milhões de pessoas se encontram na prisão e as possibilidades de acesso à educação ao longo da vida não são completamente conhecidas.

Naturalmente, a situação é muito diferente em cada país: programas e atores são diferentes e há situações específicas em cada prisão. A promoção e organização de programas educacionais, neste caso, são sempre consequências das decisões políticas das autoridades de cada país (...) (DE MAYER, 2006, p. 18)

Com estas informações, percebemos que o perfil escolar do sujeito que se encontra nas penitenciárias se constitui, na grande maioria, de não concluintes do

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3 Ensino Fundamental e Médio, além de uma expressiva quantidade de pessoas que ainda não foram alfabetizadas.

Nesta representatividade, a educação é apontada como “meio” de tentar nivelar os saberes relevantes a estes sujeitos, pois, de acordo com Onofre (2007, p.21), “[...] a escola na prisão é apontada pelo aluno como um espaço fundamental para que possa valer seu direito à cidadania à aprendizagem da leitura e da escrita, permanecer essencial para que seja adquirido o mínimo de autonomia.” Esta modalidade educativa de atendimento aos educandos presos passa a ser considerada como maneira de proporcionar aos apenados a sua reinserção e ressocialização à sociedade.

Reabilitação, reeducação, ressocialização, reinserção social e outros são termos equivalentes para designar a pretensão dos discursos bem intencionados com vistas a alcançar os fins da chamada terapia penal: devolver a pessoa presa à sociedade para que ela possa ser um cidadão útil e produtivo. (SILVA, 2003. Revista de Sociologia Política)

Desta forma é aplicada à educação a função transformadora destes sujeitos, sendo está descrita como capaz de modificar os indivíduos envolvidos, possibilitando melhores condições de tolerância à rotina na prisão e melhores condições sociais.

Neste contexto, as opções de ensino ofertadas ao sistema carcerário são de oficinas profissionalizantes, assim como a oferta do ensino formal que oportuniza a conclusão dos níveis de Ensino fundamental e Médio, enquanto o detento cumpre sua sentença, e nesta perspectiva que Universidade Estadual de Londrina, juntamente com a Secretaria de Estado da Justiça , Cidadania e Direitos Humanos, oferece o curso Pré Vestibular preparatório para o Enem e para Vestibular da Universidade Estadual de Londrina, oferecendo conteúdos que possibilitem a conquista de uma vida igualitária na sociedade com a entrada na Universidade. E tal como dito por Paulo Freire, é por isso também que é possível, em qualquer sociedade, fazer algo institucional e que contradiz a ideologia dominante. Isso é que eu chamo de uso dos espaços de que a gente dispõe. ( 2004, p. 38).

Diante do exposto, justifica-se a necessidade da oferta de escolarização e cursos preparatórios que visem à conclusão do Ensino Médio e ou entrada na Universidades, dentro das Unidades Penais, por assim entender como pressuposto legal da Constituição Federal que, em seu Artigo 205, prevê a educação como direito de todos e dever do Estado e da família, e que será promovida e incentivada com a colaboração da

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4 sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. É considerado o Termo de Cooperação Técnica nº 001/2012 –SEJU/SEPL/SETI/IESS que tem como objeto compatibilizar o planejamento e execução de projetos e ações nas áreas de Direitos Humanos, dentre eles, a Educação, visando promover a socialização e a profissionalização no Sistema Penal do Estado do Paraná.

O Plano Diretor do Sistema Penal do Estado do Paraná, que visa à integração da esfera federal com a estadual em direção à solução para a crise carcerária no país e o cumprimento dos dispositivos contidos na Lei de Execução Penal (LEP), Lei nº 7.210/1984, com vistas à concreção dos princípios constitucionais, notadamente os de respeitar a dignidade da pessoa humana, respeitar os direitos humanos, erradicar a marginalização e promover o bem de todos.

Portanto, além do pressuposto legal da iniciativa de responsabilidade social da Universidade Estadual de Londrina, das direções das Unidades Penais para viabilizar as metas do Plano Diretor do Estado para do Paraná para o Sistema Prisional, deste quadriênio, transformando-as de fato em “unidades escolas”, estratégias de ofertas de escolarização e certificação aos apenados, deverão ser uma constante nos programas e projetos de ressocialização e reinserção dos apenados, considerando que mais de 1.800 apenados possuem o Ensino Médio completo.

Destaca-se ainda a importante atuação da Universidade Estadual de Londrina (UEL), nos cursos presenciais e a distância, consolidando as ações educativas sob sua jurisdição, destacadamente no ensino superior e pós-graduação. Tendo a sustentação pedagógica desta conceituada instituição de ensino e a proposta de oferta de curso especial para ENEM e pré-vestibular voltado aos apenados dos Estabelecimentos Penais de regime fechado de Londrina, será mais uma inédita estratégia de oferta de escolarização, uma vez que não há outra via possível de socialização, senão pela Educação.

A educação existe onde hão há escola e por toda parte pode haver redes e estruturas sociais de transferência de saber de uma geração a outra onde ainda não foi sequer criada a sombra de algum modelo de ensino formal e centralizado. Porque a educação aprende com o homem a continuar o trabalho da vida. A vida que transporta de uma espécie para a outra, dentro da história da natureza, e de uma geração a outra de viventes, dentro da história da espécie, os princípios por meio dos quais a própria vida aprende e ensina a sobreviver e a evoluir em cada tipo de ser. (BRANDÃO,1993, p. 15)

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5 Em ambos os casos, o modo como se procede à oferta de ensino e o interesse dos indivíduos se confrontam, pois a demanda para o ensino profissionalizante e o ensino formal nas instituições de ensino em geral são diferentes do que oferece à instituição penal, visto que há por parte do detento um interesse pela educação profissionalizante que garante a remição de pena voltada para o trabalho, conforme descrito na Seção IV da LEI DE EXECUÇÃO PENAL 7210/84.

Da Remição

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semi-aberto poderá remir, pelo trabalho, parte do tempo de execução da pena.

§ 1º A contagem do tempo para o fim deste artigo será feita à razão de 1 (um) dia de pena por 3 (três) de trabalho.

§ 2º O preso impossibilitado de prosseguir no trabalho, por acidente, continuará a beneficiar-se com a remição.

§ 3º A remição será declarada pelo Juiz da execução, ouvido o Ministério Público.

Art. 127. O condenado que for punido por falta grave perderá o direito ao tempo remido, começando o novo período a partir da data da infração disciplinar.

Art. 128. O tempo remido será computado para a concessão de livramento condicional e indulto.

Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará, mensalmente, ao Juízo da execução, ao Ministério Público e à Defensoria Pública cópia do registro de todos os condenados que estejam trabalhando e dos dias de trabalho de cada um deles.

Parágrafo único. Ao condenado dar-se-á relação de seus dias remidos.

Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código Penal declarar ou atestar falsamente prestação de serviço para fim de instruir pedido de remição.

A “Remição da Pena”, nestes termos, pode ser o que representa a preferência do preso por determinado tipo de educação, uma vez que este tem a possibilidade de trabalhar e diminuir os dias de sentença, além de lhe proporcionar uma remuneração repassada à sua família.

Na sociedade atual, em que a escolarização passou a ser mais exigida, principalmente no acesso e permanência ao “mercado de trabalho”, a educação formal para estes adultos presos acaba tornando-se uma segunda opção:

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Diante do exposto, pode-se perceber a importância dada ao trabalho dentro do sistema penitenciário e como se compreende o mesmo independente da atividade desenvolvida, como programa de ressocialização. Em linhas gerais, como é possível evidenciar o trabalho destinado aos internos sempre está associado ao suor, ou seja, ao esforço físico e não intelectual. (ONOFRE, 2007 p.44)

A oportunidade de aprender nas prisões é um seguimento a ser explorado pelos governantes. Para Português (2001, p.357), “as práticas efetivas que regulam o cotidiano das prisões são absolutamente desconhecidas pela sociedade, mantendo-se opacas até mesmo com relação aos órgãos públicos que lhes são afins”. Assim, como afirma Onofre:

Pensar a educação escolar no presídio significa nesse sentido refletir sua contribuição para a vida dos encarcerados e da sociedade em geral, por meio da aprendizagem participativa e da convivência fundamentada na sua valorização e no desenvolvimento de si mesmo. (ONOFRE, 2007 p.23).

De acordo com a “Declaração Mundial de Educação para Todos”, de 1990, uma das prerrogativas para que se efetive a educação voltada ao encarcerado, ocorre porquanto a mesma promova o enriquecimento de valores culturais e morais comuns nos indivíduos, desenvolvendo a construção de identidade e da dignidade do indivíduo e da sociedade.

Neste vetor, a educação carcerária recebe atenção na promoção destes objetivos e “valores culturais e morais comuns”, a fim de cumprir o papel do Estado na ampliação das políticas públicas educacionais.

Uma educação consciente pode até mudar a natureza física do Homem e suas qualidades, elevando-lhe a capacidade a um nível superior. Mas o espírito humano conduz progressivamente à descoberta de si próprio e cria, pelo conhecimento do mundo exterior e interior, formas melhores de existência humana. A natureza do Homem, na sua dupla estrutura corpórea e espiritual, cria condições especiais para a manutenção e transmissão de sua forma particular e exige organizações físicas e espirituais, ao conjunto das quais damos o nome de educação. Na educação, como o homem a pratica, atua a mesma força vital, criadora e plástica que espontaneamente impele todas as espécies vivas à conservação e propagação do seu tipo. É nela, porém, que essa força atinge o mais alto grau de intensidade, através do esforço consciente do conhecimento e da vontade, dirigida para a consecução de um fim. (JAEGER. 1995.)

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7 LDB - LEIS DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO 9394/96

A LDB é reconhecidamente o mais importante documento, abaixo da Constituição Federal, acerca da organização educacional brasileira, porquanto elenca em seus artigos as condições de escolarização na educação formal, sua efetivação na educação infantil, no ensino fundamental e médio, bem como a formação dos profissionais envolvidos. Esta lei propõe, em meio a seus princípios, assegurar a gratuidade da oferta de educação a qualquer cidadão. Estados e municípios são compulsoriamente obrigados a fornecer com igualdade de condições, o acesso e a permanência ao ensino nos níveis acima elencados. Tal direito também é estendido a quem não pode concluí-lo em idade apropriada, incluindo em âmbito nacional a normatização da educação de jovens e adultos. Partindo deste ponto a Universidade Estadual de Londrina, entra com projeto extensionista que oferece isto aos apenados e cumpre sua função social de retorno a sociedade, aos investimentos que lhe são dirigidos enquanto entidade pública.

Será neste rol taxativo de princípios legais que a educação de indivíduos apenados também será responsabilidade do gestor público, a fim de que tal oferta e permanência ocorram.

LEI DE EXECUÇÕES PENAIS 7210/84

A Lei de Execução Penal nº 7.210 de 11 de julho de 1984, dos artigos 17 ao 21 traz na “Seção V” a assistência educacional para os detentos:

“Garantia à Assistência: Instrução e Formação Profissional”; Ensino Profissionalizante e Ensino Fundamental Obrigatório;

17. A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a formação profissional do preso e do internado.

Art. 18. O ensino de primeiro grau será obrigatório, integrando-se no sistema escolar da unidade federativa.

Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico.

Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional adequado à sua condição.

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8 Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com entidades públicas ou particulares, que instalem escolas ou ofereçam cursos especializados.

Art. 21 Em atendimento às condições locais dotar-se-á cada estabelecimento de uma biblioteca, para uso de todas as categorias de reclusos, provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos.

A lei datada de 1984 apresenta a obrigatoriedade da educação para os detentos, mas, conforme citado anteriormente, as discussões acerca do direito educacional são recentes, sendo que “quanto mais o Estado ampliar seus investimentos em educação, bem estar saúde habilitação ou emprego, tanto maior será "o vigor da força de atuação da ordem social sobre os indivíduos. Nessa perspectiva também é importante mostrar a sociedade que a penitenciária esta sendo utilizada para o “fim que lhe é encaminhado”, executar a pena, mas também reinserir o sujeito à comunidade e a educação.

A oferta de ensino é dirigida unicamente na modalidade jovens e adultos, já que a demanda a ser atendida é composta por presos adultos que não tiveram acesso ou permanência à escolarização na idade apropriada e agora podem ter a chance de conquistar um diploma do ensino Médio ou até mesmo superior, tal qual nosso anseio.

A organização das aulas nas Penitenciárias Estaduais de Londrina são oferta-as por módulos, sendo oferecida uma de cada vez, totalizando 64h/aula por disciplina. O proporciona aos alunos todas as disciplinas específicas do semestre.

Tal disposição se deve à conclusão de algumas disciplinas, dada a rotatividade dos alunos, visto que as sentenças podem ser diferenciadas, concluídas ou dotadas de outras medidas como, por exemplo, a mudança de presídio.

Em ambas as instituições, as aulas são fornecidas de segunda a sexta- feira, no período matutino e vespertino. As aulas acontecem turmas coletivas, contando com fluxo de 25 a 30 alunos regulares num mesmo espaço, número este que pode variar conforme a capacidade da sala. A este grupo é possível o cumprimento da frequência regular nas aulas, com dias e horários determinados para o atendimento destes alunos, seguindo a um cronograma.

Conforme ONOFRE (2007 p, 25):

a troca de experiências com o professor e com outros alunos leva-os a um convívio que não é movido pelo ódio, pela vingança ou rejeição. A escola é um espaço onde as tensões se mostram aliviadas, o que justifica sua existência e seu papel na ressocialização do aprisionado.

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9 Esta postura e a mediação do professor em meio aos conflitos podem promover a igualdade de acesso e permanência destes alunos ao ensino regularmente e fomentar neles um novo objetivo além da diminuição da pena, mas também o ingresso na Universidade Pública.

OBJETIVOS

Objetivamos com este Projeto de Extensão da Universidade Estadual de Londrina em parceria com a Secretaria de Estado da justiça, Cidadania e Direitos Humanos ofertar aos apenados dos Estabelecimentos Penais de regime fechado de Londrina, a realização de curso preparatório ao vestibular.

Contemplaremos a qualificação dos apenados nos dos Estabelecimentos Penais (PEL e PEL II), para os exames do ENEM e Pré-vestibular proporcionando o acesso ao saber acadêmico e a (re) conquista de cidadania. Desta forma estimula-los pela busca do conhecimento científico, oportunizar a ressocialização por meio da oferta educacional proporcionando meios concretos aos apenados para participarem, com êxito, nas provas do Vestibular e do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).

Por meio das aulas ministradas pelos instrutores, proporcionar condições aos apenados, de obterem êxito em vestibulares e no Exame Nacional do Ensino Médio, bem como concorrerem para a formação acadêmica e profissional, em busca da reintegração social. Por fim também contribuir com a remição de pena por meio do educação.

METODOLOGIA

A opção metodológica pauta-se inicialmente no estudo diretivo do Plano Diretor do Sistema Penal do Estado do Paraná. Posterior a isso fecha-se uma parceria com a Secretaria de Estado da Justiça , Cidadania e Direitos Humanos, onde fica estabelecido que o curso será ministrado por instrutores da UEL, sendo 01 estudante/acadêmico de cada respectivo curso de graduação licenciatura, relativo à disciplina a ser trabalhada, qualificados para atender ao objeto do presente projeto, assumindo compromisso em instrumentos jurídicos próprios, que atendam às normas vigentes aplicáveis no que diz respeito à formalização do mesmo. Os instrutores são, preferencialmente, alunos do 3º e 4º ano dos cursos de graduação envolvidos no projeto.

Todos os equipamentos, materiais de consumo e serviços estarão a cargo da UEL tal qual como produção de matérias didáticos para desenvolvimento do curso.

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10 Cabendo aos Estabelecimentos Penais a organização das turmas e cedência do espaço para implementação do curso.

Em termos de probabilidade de execução do projeto, será considerando o suporte institucional relatado anteriormente, bem como o comprometimento dos Estabelecimentos Penais na oferta de estrutura necessária, levando-se em conta que o custo/benefício do projeto é positivo. Os benefícios sociais do projeto são relatados na justificativa, qual seja, a otimização do processo de (re) inserção social, por meio da oferta de conhecimentos que contribuam para que os apenados obtenham êxito nos exames vestibulares e no ENEM, concorrendo à vagas no ensino superior.

RESULTADOS

Após o primeiro ano realização do curso ou seja 2013, será aplicada uma avaliação aos alunos/apenados, para averiguação dos resultados, caso a nota seja igual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero) a Universidade Estadual de Londrina conferirá aos apenados/alunos certificado de participação no Curso Especial para o ENEM e Pré-Vestibular aos Apenados da PEL e PEL II, com a carga horária de 600h ou igual ao número de horas assistidas. E ainda a partir dos resultados obtidos pelos alunos/apenados em exames vestibulares e ou ENEM, estes deverão serão divulgados e encaminhados à UEL.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento inédito deste Projeto de Extensão ainda se encontra em fase de teste, devidos a este ser o primeiro ano de sua realização e implantação no Paraná. Porem esperamos alcançar nossos objetivos oportunizando condições aos apenados, de obterem êxito em vestibulares e no Exame Nacional do Ensino Médio, bem como concorrerem para a formação acadêmica e profissional, em busca da reintegração social. E também contribuir com a formação mais humana dos estudantes das licenciaturas da Universidade Estadual de Londrina, ampliando assim a a noção da diversidade educacional, bem como o vasto campo de atuação da educação na construção de uma sociedade mais digna e igualitária.

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Referências

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