• Nenhum resultado encontrado

A normalização contabilística em. Rogério Fernandes Ferreira*(II)

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A normalização contabilística em. Rogério Fernandes Ferreira*(II)"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

A normalização contabilística em

Rogério Fernandes Ferreira*(II)

A segunda parte deste trabalho prossegue com a análise à produção bibliográfica de Rogério Fernandes Ferreira sobre a normalização, com especial destaque para os artigos e para alguns dos livros onde muitos

deles aparecem compilados.

Por J. F. Cunha Guimarães ** Artigo recebido em agosto de 2011 O Professor publicou artigos sobre a normalização contabilística em todas as revistas nacionais na área da Contabilidade e em jornais nacionais, sendo, como já referimos, o maior publicista nacional.

Destacamos especialmente os artigos publicados na extinta «Revista de Contabilidade e Comércio»18, e no igualmente extinto «Jornal do Técnico de Contas e da Empresa», dos quais era colaborador permanente.19

Como o próprio Professor referiu, o primeiro artigo que escreveu sobre normalização contabilística foi elaborado quando ainda era estudante, como transcrevemos20: «Era ainda estudante e já dedicara um artigo, em revista escolar, em defesa cheia de candura da normalização contabilística.»

Várias foram as críticas («no bom sentido», leia-se), sugestões e correções do Mestre que influenciaram a normalização contabilística nacional.

De notar que muitos dos trabalhos do Professor resultaram de questões que os profissionais de Contabilidade, advogados, gestores, empresários, etc., lhe colocavam no dia-a-dia, e que, por aquela via, o Professor fazia questão de partilhar/divulgar, como forma de contribuir para o debate, sempre numa atitude de invulgar humildade, característica dos grandes mestres que, tendo consciência do seu saber/conhecimento, reconhecem que muito mais é o que têm para conhecer/desvendar.

A este propósito é nosso hábito referir que «quanto maior é o conhecimento, maior é a ignorância.»

O Professor foi (é e será) um exemplo de conhecimento, social/humano, humildade, afabilidade, educação, etc., para todos aqueles que gostam da Contabilidade, da Fiscalidade, da Auditoria, da Gestão e outras áreas conexas, que jamais será esquecido.

Através de uma pesquisa efetuada no menu «Base de Dados (Pesquisa)» do nosso portal Infocontab, em www.infocontab.com.pt, no quadro seguinte resumimos o primeiro artigo sobre normalização contabilística escrito pelo Professor nas principais revistas de contabilidade nacionais.

Publicações

A seguir apresentamos, por ordem cronológica, as publicações (livros, separatas) sobre normalização contabilística elaboradas pelo Professor, além das duas atrás enunciadas:

«A Regulamentação Legal e a Normalização Técnica das Contabilidades» (1966): Esta publicação constitui uma separata da «Revista de Contabilidade e

(2)

tal , foi publicada nessa revista nas pp. 5-11.

Nesta pequena reflexão, o Professor apresenta uma definição de Conta-bilidade, referindo que é, em termos simples, a técnica que o empresário utiliza por excelência para o conhecimento e “controle” da sua gestão, quer quanto à situação patrimonial em geral quer quanto aos resultados das atividades desenvolvidas.

Acrescenta ainda que a contabilidade permite igualmente que se apurem elementos relativos à gestão com vista a:

− Dar cumprimento às exigências da lei comercial e fiscal; − Esclarecer os sócios e colaboradores;

− Prestar informações a instituições de crédito a que se recorreu ou a clientes e fornecedores com que se negoceia;

− Fornecer elementos estatísticos a organismos ou entidades incumbidas da agregação de dados das empresas.

O Professor ressaltou, desta forma, o denominado «paradigma da utilidade» da Contabilidade perante os diversos utentes (utilizadores/stakeholders) da empresa, e, com base nesse pressuposto, reforça a sua importância no contexto do então Código da Contribuição Industrial (CCI) e do apuramento do respetivo lucro tributável e, por consequência, a necessidade da normalização contabilística das contabilidades das empresas.

Título Revista

Revista Número Data Páginas

A Regulamentação legal e a Normalização Técnica das Contabilidades RCC 129 Janeiro-março de 1966 5 a 11 Questões de Contabilidade: I - A Normalização Contabilística JTCE 45 Maio de 1970 10 A Propósito de um Curso de Planeamento e Normalização de Contabilidade JC 5 Agosto de 1977 1 Normalização e

Evolução Contabilística Eurocontas 6

Março de 1995 10 e 11 Taxonomia Contabilística Revistas da OROC (Revisores & Empresas) 18 Julho/setem-bro de 2002 27 a 29 Qual a Peça Contabilística Mais Relevante? TOC 31 Outubro de 2002 44 Taxonomia

Contabilística Boletim APECA 109

Julho/outubro

(3)

Releva-se ainda que nesta altura o Professor definiu a Contabilidade como «técnica», mas o seu pensamento foi evoluindo ao longo dos tempos acabando por a considerar também como ciência, embora, diga-se em abono da verdade, nunca se tenha preocupado muito com esse debate, na esteira do seu grande Mestre, Professor Fernando Vieira Gonçalves da Silva, que o considerava uma «ciênciomania».

«Com Vista a uma Eventual Normalização Contabilística (Algumas Notas)» – 1968: Este pequeno livro, editado em 1968 pela Sociedade

Portuguesa de Contabilidade (SPC), com 23 páginas (Fig. 5), é o texto de uma comunicação que RFF apresentou na sede da SPC. Para além de alguns aspetos conceptuais da normalização contabilística, o Professor destacou a temática das provisões, considerando a falta de unanimidade conceptual, com reflexos acentuados na regulamentação profissional e no apuramento dos resultados. Referiu-se, em particular, às implicações fiscais em sede do CCI sobre a matéria. RFF reforçou a ideia de que uma «normalização» adequada estende-se também às regras de normalização das contas, à fixação de modelos de apresentação das cifras contabilísticas e de critérios uniformes, todos eles válidos para o cálculo dos custos, para a valorimetria dos stocks, para as amortizações, para as provisões, etc.

Ou seja, RFF apelou aos principais aspetos conceptuais relacionados com a valorimetria do património da empresa e salientou também as vantagens da normalização contabilística para os diversos utentes/stakeholders.

O II capítulo do livro, o mais extenso, intitula-se «Provisões». Nele, RFF descreveu os seus principais aspetos conceptuais contabilísticos e fiscais no âmbito do art.º 33.º do CCI.

«Normalização Contabilística (Algumas Reflexões)» – 1970: Sete anos

antes da publicação do primeiro Plano Oficial de Contabilidade (POC/77), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 47/77, de 7 de fevereiro, RFF elaborou o artigo com o título supra, publicado como separata da «Revista de Contabilidade e Comércio» n.º 147, de julho/setembro de 1970 (Fig. 6), com 60 páginas, e, como tal, também, publicado na mesma revista nas pp. 261-64, e que corresponde, como consta no asterisco aposto no título, a «excertos do livro em preparação sob o título “Iniciação à Técnica Contabilística”», Ed. Ática.21 O texto inicia-se com o conceito de normalização contabilística entendido como todo um conjunto de terminologia, esquemas e regras de contabilização uniformemente adotadas por várias empresas de um setor ou de um país, falando-se, assim, de normalizações setoriais e normalização nacional, respetivamente.

Esta publicação corresponde à do Centro de Estudos Fiscais da DGCI, referida já neste trabalho.

«O Plano Oficial de Contabilidade – Ensaios e Estudos Críticos» (1992): O

livro «O Plano Oficial de Contabilidade (Ensaios e Estudos Críticos)», Ed. Escher, Lisboa, janeiro de 1992, com 367 páginas (Fig. 7), é uma análise crítica ao POC/89, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 410/89, de 21 de novembro, e encontra-se dividido em quatro capítulos:

Capítulo I – Introdução;

Capítulo II – Princípios contabilísticos e critérios de fiscalidade; Capítulo III – Apreciação de questões contabilísticas;

(4)

Como resulta, essencialmente, dos títulos dos capítulos II e IV, RFF limita as suas críticas ao POC/89, alargando-as aos aspetos fiscais, em sede do Código do IRC, relativamente a algumas temáticas de índole contabilístico-fiscal, nomeadamente as provisões (art.º 33.º do CIRC), a valorimetria das existências (art.º 25.º do CIRC), as amortizações (por exemplo, trespasses), a contabilização dos encargos com férias, as despesas confidenciais, as reavaliações livres do imobilizado, a contabilização dos subsídios (por exemplo, investimentos) e as locações financeiras.

Na verdade, não podemos esquecer que a influência da Fiscalidade na Contabilidade é um facto indiscutível e indissociável e, nomeadamente, para o apuramento do lucro tributável do IRC e para apuramento de outros impostos, nomeadamente o IRS (especialmente a categoria B) e o IVA.

É nesta conformidade que RFF aborda aqueles matérias na ótica contabilístico-fiscal e numa perspetiva de interdisciplinaridade.

Com efeito, quantos factos (operações) patrimoniais das empresas são relevados na contabilidade sem que sejam previamente influenciados pela análise fiscal? Ou seja, o fator fiscal influencia muitas vezes as decisões do órgão de gestão e, como tal, apenas a posteriori se verifica o seu impacto nas demonstrações financeiras.

«Separados pelo Atlântico, Unidos pela Contabilidade» (2006)22: A feliz

ideia da publicação deste livro foi da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas e, em particular, do seu Bastonário, António Domingues de Azevedo, tendo surgido na sequência de um ciclo de conferências desenvolvidas em Portugal e nas ilhas da Madeira e dos Açores pelos Professores RFF e António Lopes de Sá.

O livro, com 368 páginas, foi apresentado e distribuído aos participantes no 2.º Congresso dos TOC, realizado no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, nos dias 3 e 4 de novembro de 2006 (Fig. 8).Fig. 5 -‐ Com Vista a uma Eventual Normalização Contabilística (Algumas Notas) Fig. 7 -‐ O Plano Oficial de Contabilidade (Ensaios e Estudos Críticos) Fig. 6 -‐ Normalização Contabilística (Algumas Reflexões) Fig. 4 - A Regulamentação Legal e a Normalização Técnica das Contabilidades

(5)

Fig. 5 - Com Vista a uma Eventual Normalização Contabilística (Algumas Notas)

Fig. 6 - Normalização Contabilística (Algumas Reflexões)

Fig. 7 - O Plano Oficial de Contabilidade (Ensaios e Estudos Críticos)

(6)

Fig. 9 - Normalização Contabilística Internacional - Depoimentos

Fig. 10 – Últimos Estudos

Fig. 11 - Condecoração de RFF com a Ordem de Instrução Pública (Grande Oficial), em 10 de junho de 2009

Destacamos que RFF foi (e ainda é), o maior publicista até à data, não só sobre essa temática (normalização contabilística), mas também, em

particular, sobre Contabilidade e Fiscalidade e respectiva

(7)

De ressaltar que os dois saudosos Mestres/Professores se tratavam por «irmãos», sendo que o Professor Lopes de Sá era luso-brasileiro, ou melhor, brasileiro-luso, e dizia, insistentemente, com orgulho, que era mais português que os naturais de Portugal, pois ele havia optado e os naturais de Portugal não.

O livro é uma compilação de artigos elaborados pelos dois Mestres/Professores e divide-se em duas partes. A primeira, com 113 páginas, é da autoria de RFF, sob o título «Evoluções e Inovações na Contabilidade», sendo constituída por diversos artigos críticos de análise às NIC/NIRF e ao SNC. A segunda parte, com 228 páginas, é da autoria do Professor Lopes de Sá, e apresenta um conjunto significativo de reflexões sobre a sua teoria do neopatrimonialismo. Como referimos, os dois Mestres/Professores, apesar dos seus constantes apelos e provocações, não tiveram companhia relevante nessa cruzada científica, ou seja, foram duas “almas” a pregar no deserto.

De notar que os dois organismos representantes dos profissionais de Contabilidade de Portugal (Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas) e do Brasil (Conselho Federal de Contabilidade), deliberaram a institucionalização do Congresso Luso-Brasileiro de Contabilidade, em memória dos dois Mestres. O primeiro realizou-se em 22 e 23 de outubro de 2010 na cidade de Florianópolis (Brasil), e o segundo no passado dia 11 de julho de 2011, no Centro Cultural de Belém, sendo que ambos assumiram o tema geral «Separados pelo Atlântico, Unidos pela Contabilidade», precisamente o título daquele livro.

Quis o destino que os dois “irmãos” falecessem em 2010 (António Lopes de Sá em 7 de junho e RFF em 12 de julho). Ou seja, no ano em que entrou em vigor o SNC “calaram-se” as suas duas vozes mais críticas, permanecendo os seus escritos para estudo.

Este facto levou-nos a elaborar um artigo sob o título «Uma estranha e infeliz coincidência em 2010 (!) - As NIC/SNC e o falecimento dos Professores António Lopes de Sá e Rogério Fernandes Ferreira»23, o que, efetivamente, nos deixa a pensar.

«Normalização Contabilística Internacional – Depoimentos» (2008): Na

década passada e na perspectiva da alteração do modelo contabilístico então em vigor (POC/89), por força, nomeadamente, das exigências da União Européia face ao Regulamento 1 606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de julho de 2002, (conhecido pela designação «Regulamento NIC»), a CNC apresentou ao Governo, em 2003, um documento intitulado «Projeto de Linhas de Orientação para um Novo Modelo Contabilístico».

Este foi o ponto de partida, e a principal motivação para RFF desenvolver um conjunto significativo de artigos e comunicações, que, infelizmente, como o próprio Professor algumas vezes nos confidenciou e lamentou, não teve o devido acompanhamento pela comunidade académica ligada à Contabilidade, que adormeceu perante tal inevitabilidade.

(8)

Como é sabido, apesar de aquele projeto ter sido elaborado em janeiro de 2003 e a CNC ter definido um programa de ação que cumpriu para a sua execução, o novo modelo contabilístico, designado Sistema de Normalização Contabilística (SNC), só viria a ser aprovado pelo Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de julho, bem como os restantes instrumentos legais complementares (Portarias e Avisos), e entrou em vigor em 1 de janeiro de 2010. Ou seja, foram sete anos de tempo perdido!...

Nessa sua cruzada de análise crítica das NIC e das normas contabilísticas e de relato financeiro (NCRF) que constituem a base do SNC, RFF apenas teve a prestimosa companhia do Professor luso-brasileiro António Lopes de Sá. Os dois foram, indiscutivelmente, os únicos que ousaram dissertar sobre essas matérias e, assim, nos levaram a pensar (aqueles que se interessam) nos aspetos conceituais e terminológicos ligados ao novo modelo.

Na sequência, RFF publicou um livro de algumas das suas principais reflexões, intitulado «Normalização Contabilística Internacional – Depoimentos», editado pela Associação Portuguesa das Empresas de Contabilidade e Administração (APECA), com 112 páginas (Fig. 9). O Professor, além dos mencionados aspetos conceituais e terminológicos assentes no novo paradigma, apresenta algumas das principais características do SNC e um conjunto de contributos sobre o relatório do Grupo de Trabalho para análise do SNC criado em 5 de maio de 2008 pela então CTOC, destacando ainda a proposta da sua Direção para a constituição da nova Comissão de Normalização Contabilística (CNC). RFF elogiou o trabalho da CTOC e do seu Presidente, António Domingues de Azevedo, referindo que «é de se tirar o chapéu… Revela mestria, ambição, vontade de vencer, de fazer, de alcançar, de ganhar… Dir-se-á que estamos perante um vencedor irreticente (…).»

«Últimos Estudos» (2010): O último livro de RFF, com o título em epígrafe e

335 páginas (Fig. 10), ficou concluído praticamente dois/três meses antes do seu falecimento e só viria a ser publicado após esse infortúnio, em setembro de 2010, sendo uma homenagem da OTOC ao seu membro honorário.

Não sendo um livro específico sobre a normalização contabilística contém alguns temas nomeadamente sobre o SNC, compilando artigos publicados nos últimos tempos em diversos jornais e revistas, encontrando-se agrupados em quatro capítulos:

− I – Temas variados (ética, política e há filosofia); − II – Temas de Gestão e Economia;

(9)

− III – Temos sobre Petróleo;

− IV – Temas de Contabilidade e Fiscalidade.

Particularmente no último tema, RFF apresenta algumas reflexões sobre aspetos conceptuais da contabilidade, das NIC e do SNC, do qual extraímos o seguinte texto sob o título «Tentando não discordar das NIC (reanalisar)»24: «Neste artigo prossigo comentários, não com ideia prévia de desaprovar algo e mais com a preocupação de encontrar motivações que se reputem aceitáveis (ou não). Assim, declaro considerar corretas e relevantes as soluções das NIC (Normas Internacionais de Contabilidade), do ponto de vista da ciência da gestão.

Ora, as NIC estão para além da prudência e do pragmatismo tradicionais. Acolhem apuramentos mais sofisticados e menos seguros, na base de valorizações de muitos ativos em termos de lucros esperados, estimativas presentes relativas a anos futuros com as quais se afetará património, capital próprio, lucro de exercício. É passar a considerar-se que vale mais considerar “pássaros a voar” do que “pássaros na mão”.»

Outras publicações: Noutros livros publicados, RFF compilou artigos sobre as

mencionadas áreas, nos quais inclui também trabalhos sobre a normalização contabilística.25

Conclusões

O presente artigo surgiu na sequência de um outro sob o título «Rogério Fernandes Ferreira e a Normalização Contabilística», e no contexto de uma comunicação que preparamos para apresentar (não o fizemos por motivo de doença)26, em 12 de julho de 2011, no ISEG, numa conferência de home-nagem ao Mestre/Professor Rogério Fernandes Ferreira.

Neste trabalho não tivemos a pretensão de efetuar uma análise sistemática e crítica da obra de RFF no âmbito da normalização contabilística, pois apenas nos limitamos a descrever alguns dos principais aspetos das publicações elaboradas pelo Professor.Destacamos que RFF foi (e ainda é), o maior publi-cista até à data, não só sobre essa temática, mas também, em particular, sobre Contabilidade e Fiscalidade e respectiva interdisciplinaridade.

No que tange especialmente à normalização contabilística, relevamos o facto de a sua própria tese de doutoramento se intitular precisamente «Normalização Contabilística», o que evidencia, desde logo, ter este sido um dos temas da sua preferência nos seus artigos, livros, comunicações e outros escritos.

Repetimos: nenhum outro investigador em Portugal se debruçou tanto como RFF sobre essa temática, sendo uma das suas principais preocupações até aos últimos momentos da sua vida, como se comprova, nomeadamente, pelo seu último livro, com o sugestivo título «Últimos Estudos» (Ed. OTOC, Lisboa, agosto de 2010).

Tivemos o privilégio de ter uma forte relação de amizade com o Professor. Com efeito, os nossos contactos pessoais (reuniões no seu escritório), telefonemas e correio eletrónico, bem como a participação conjunta em diversas realizações (congressos, jornadas…), e em atividades associativas (OTOC, APOTEC e ADCES) cimentaram essa grande amizade.

Este envolvimento motivou-nos para a iniciativa de organizar um processo e de desenvolver um conjunto de ações sugerindo a condecoração nacional do Professor, nomeadamente junto do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, do Presidente das Ordens Honoríficas, as Direções das associações de

(10)

profissionais a que o Professor esteve ligado (OROC, OTOC, Ordem dos Advogados, Ordem dos Economistas, APOTEC, Associação Fiscal Portuguesa).

A iniciativa teve êxito, pois o Professor viria a ser condecorado com a Ordem de Instrução Pública (Grande Oficial) no dia 10 de junho de 2009 (Fig. 11). Foi um dia muito feliz para todos os profissionais da contabilidade e da fiscalidade e, em particular, para nós, por aquelas razões.

Estamos convencidos que a obra do Professor continuará a ser objeto de estudo nas universidades e, muito sinceramente, sentimos já a falta das suas ímpares análises críticas, dos seus pensamentos, dos seus alertas, dos seus desafios, etc., pois, como o próprio lamentava, não há massa crítica na classe profissional dos professores, o que se pode constatar, nomeadamente, pelo número reduzido de professores que elaboram artigos/trabalhos e publicam em revistas nacionais e internacionais. Em suma, infelizmente, não há uma cultura de escrita e de investigação teórica e prática a nível universitário, apesar da proliferação de mestres e doutores, que dê seguimento à iniciativa do Professor. Esperamos que este lamento possa constituir um “despertar” de consciências.

* Artigo gentilmente cedido pela direção da revista «Contabilidade & Empresas» ** Presidente do Conselho Fiscal

da OTOC Vogal da Comissão de História

da Contabilidade da OTOC ROC n.º 790 TOC n.º 2 586 Notas

18 O último número (n.º 240) foi publicado em janeiro de 2011.

19 Por minha solicitação, o Professor passou também a ser colaborador permanente da revista Contabilidade & Empresas do Grupo Vida Económica, da qual sou Diretor desde Janeiro de 2010, o que infelizmente teve pouca duração devido ao seu falecimento menos de sete meses depois.

20 Fernandes Ferreira, Rogério, «Retrospetiva da Normalização Contabilística em Portugal», Gestão, Contabilidade e Fiscalidade, Ed. Notícias, Lisboa, 1997, p. 114.

21 O livro foi efetivamente publicado em 1970.

22 Elaborámos um artigo com este título, publicado na Revista TOC n.º 129, de dezembro de 2010, pp. 38-41 e disponível para download no Portal Infocontab no menu «Atividades Pessoais/Artigos (Download)/Por Título/N.º 323.»

23 Publicado no Jornal AIMinho n.º 113, de dezembro de 2010, p. 19 e disponí-vel para download no Portal Infocontab no menu «Atividades Pessoais/Artigos (Download)/Por Título/N.º 313».

24 Ob. cit. p. 326.

25 A lista completa das publicações consta do nosso artigo referido no rodapé n.º 1 e no menu «Mestres-Professores/Rogério Fernandes Ferreira (1929 - 2010)» do nosso Portal Infocontab.

Referências

Documentos relacionados

A utilização da ferramenta APR nas atividades indicadas anteriormente, revela-se uma contri- buição importante para a gestão de segurança do trabalho na indústria da

O campo de estudo das relações de trabalho, em sua tradição anglo-saxônica de industrial relations (IR), nunca chegou a ter repre- sentação importante nas ciências

b) Ser titular do 12.º ano de escolaridade ou de curso que lhe seja equiparado, a que corresponde o grau de complexidade 2 de acordo com o previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo

Com isso, buscou- se (i) analisar o consumo de materiais dos subsistemas estruturais de acordo com a classe de resistência característica do

Agora, imagine que há um observador no Sol e de lá ele vê você deitadinho em sua cama; como a Terra gira em torno do Sol e você está sobre a Terra, logo ele perceberá você

Pintura de arquivo e restauração de uma trinca em sala de curativos; Troca de 7 (sete) lâmpadas fluorescentes e 2 (dois) reatores 2x40 wts; Instalação de suporte de papel toalha

Esses desafios apresentados são barreiras relevantes para que esses novos produtos entrem no mercado brasileiro de forma competitiva, substituindo assim a rota

Se excepcionalmente você ficar grávida durante o uso de Pietra ED (dienogeste), existe uma maior probabilidade em usuárias de medicamentos contendo progestógenos, como dienogeste,