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Após ‘furar’ acordo, Santos
força Voxx a assinar patrocínio
O F E R E C I M E N T O
Q U I N TA - F E I R A , 2 3 D E J U L H O D E 2 0 1 5
US$ 10 mi
é o quanto a Emirates deve
pagar por ano de patrocínio ao
circuito de tênis da ATP
N Ú M E R O D O D I A
E D I Ç Ã O • 3 0 2
O Santos entrou em campo nes-ta quarnes-ta-feira (22) contra o Sport, na Vila Belmiro, exibindo a marca da Voxx Suplementos na barra do calção. O contrato de um ano foi assinado no fim da tarde, após o clube ter feito pressão para que a empresa aceitasse a proposta poucas horas depois da divulga-ção da matéria da Máquina do Esporte sobre a confusão envol-vendo o anúncio precipitado do acordo por parte do clube.
Segundo a reportagem apurou, os trâmites foram iniciados às 13h38. O contrato foi assinado menos de quatro horas depois, às 17h. Nesse intervalo, o diretor de comunicação do Santos, Fabia-no Farah, chegou a ligar para a redação ameaçando processar o veículo por publicar uma notícia inverídica e que o acordo seria di-vulgado às 16h, o que não houve.
Na conversa, Farah ainda afir-mou que o gerente de marketing Paulo Cesar Verardi não tem po-der de decisão dentro do clube.
O negócio foi feito tão às pres-sas que o clube apenas usou seus perfis no Twitter e no Facebook para divulgar o acerto e minimizar a polêmica. Nem um comunicado à imprensa estava preparado.
No início da tarde, por volta das 13h, a reportagem da Máquina do Esporte entrou em contato com a gerente de comunicação da Voxx, Marina Gil, para obter mais de-talhes sobre a negociação com o time paulista. A executiva contou que o clube tinha anunciado o
contrato pela rede social durante a manhã, mas, ao ser notificado pela empresa de que o negócio não estava selado, tinha retirado o post do ar em seguida.
As negociações, segundo Ma-rina Gil, ainda estavam em fase embrionária. A empresa iniciou recentemente uma forte investida no futebol e estampa seu logo em cinco clubes: América-MG, Botafogo, Figueirense, Fluminen-se e Portuguesa. A ideia é ampliar a gama de clubes patrocinados. POR PRISCILA BERTOZZI
diretor de conteúdo da Máquina do Esporte
POR ADALBERTO LEISTER FILHO
Como posicionar bem sua marca
no patrocínio esportivo? A
Emira-tes, mais uma vez, está próxima de
dar aula sobre o tema.
Descontente com os escândalos de
corrupção nos gramados, a
compa-nhia aérea decidiu, no final de 2014,
não renovar contrato com a Fifa.
Parecia uma estratégia arriscada
dar espaço para que uma
concor-rente se tornasse a companhia aérea
oficial do futebol. A crise de imagem
que assolou a Fifa a partir de maio
mostrou que a decisão foi acertada.
Por outro lado, ao deixar a
federa-ção, a empresa economizou cerca de
US$ 30 milhões por ano. Essa verba
de marketing poderia ser
direciona-da a ativações direciona-das propriedireciona-dades que
a Emirates já conta. Seu logotipo já
estampa alguns uniformes nas
prin-cipais ligas europeias: Arsenal,
Ben-fica, Hamburgo, Milan, Olympiakos,
PSG e Real Madrid. Ou seja, um
time em cada mercado-chave.
Mesmo assim, sobra dinheiro. Por
isso, a empresa deve anunciar, nos
próximos dias, o patrocínio máster
do tênis. Nada mais adequado. O
circuito internacional da ATP
con-ta com eventos o ano inteiro,
espa-lhados por todo o planeta. Dá para
planejar ações específicas para cada
país em que a Emirates atue.
Ao relacionar sua imagem ao
gla-moroso esporte das quadras, a
em-presa também estará mais próxima
dos clientes endinheirados.
Em resumo, a Emirates dá uma
lição importante ao mercado: mais
importante do que gastar suas
mi-lhas em patrocínio esportivo é
di-recionar seus voos para onde a
em-presa se relacione de forma mais
próxima com seu consumidor.
Patrocínio esportivo precisa
ter o cliente como meta
D A R E D A Ç Ã O
A partida entre Criciúma e Grêmio estreou uma ativação que tem feito sucesso nos estádios brasileiros desde a Copa do Mundo, em 2014: os copos personalizados da Coca-Cola. O clube se junta ao Figueirense entre aqueles que contam com a ação em Santa Catarina.
A responsável pela ativação é a Vonpar, que distribui a Coca-Cola no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. A ação teve início após a Copa do Mundo com o Internacional e o Grêmio. No Mundial, os copos personalizados pela marca tiveram apelo entre os torcedores, que procura-ram o objeto como souvenir do torneio.
Agora, a empresa transportou a ideia para San-ta CaSan-tarina, com a inclusão recente de Figueiren-se e Criciúma no projeto. Na partida da Copa do Brasil, uma equipe da empresa imprimia fotos de torcedores com o copo gratuitamente. As
ima-gens eram recolhidas de redes sociais.
No caso do Criciúma, que recebeu a ação nes-ta semana, o contrato com a Vonpar é renovado anualmente, algo que acontece desde 2010. Os copos da Coca--Cola, no entanto, passam por um primeiro teste. A ação deve conti-nuar até o fim do ano, mas não tem datas definidas.
No Rio Grande do Sul, a ativação já está em uma segunda fase. Após os copos personali-zados com as cores e símbolos dos dois times, agora a Vonpar faz desenhos personalizados.
Vonpar amplia ação e coloca copos da
Coca-Cola em Santa Catarina
POR DUDA LOPES4
O Fluminense busca um profis-sional para liderar seu departa-mento de marketing, com o plano de aumentar as receitas por meio de sócios, além de gerenciar acor-dos comerciais. E, por enquanto, o escolhido é Marcone Barbosa, executivo do Cruzeiro.
Procurado pela Máquina do Es-porte, Marcone Barbosa preferiu a discrição. O executivo cruzeiren-se confirmou as negociações com o Fluminense, mas afirmou não ter nada fechado por enquanto. O Fluminense também não con-firmou a contratação do profissio-nal, até porque o presidente do clube, Peter Siemsen está viajan-do em férias no momento.
Desde a saída de Rodrigo Terra, no fim de 2014, o Fluminense está
sem um diretor de marketing. A área conta com um gerente, Dilson Motta, e um vice--presidente, Mar-cello Gonçalves. O departamento tem conseguido alguns sucessos desde a saída da Unimed, algo que gerou apreensão
no clube. Somente neste ano, o time já acertou com Matte Viton, Frescatto e Voxx, que amenizaram a saída do antigo parceiro.
Pelo Cruzeiro, Marcone Barbosa tem atingido algumas metas que impressionam o meio do futebol. A principal delas é o modo como
o clube consegue arrecadar com sócios-torcedores e bilheteria. Em 2014, a soma dos dois fatores chegou a R$ 85,8 milhões, quase três vezes a quantia paga pela Caixa ao Corinthians, o maior contrato de patrocínio entre clu-bes no Brasil. E que tem compen-sado a falta de um aporte máster. POR DUDA LOPES
O Botafogo lançará um novo uniforme para esta temporada. O clube acertou com a Puma a data de estreia da nova camisa, que deverá ocorrer apenas na segunda quinzena de agosto. Ou seja, o time só entrará em campo com a vestimenta no segundo turno da Série B.
A demora pouco usual se deve ao modo como foi fechado o novo contrato com a Puma. Até o início deste ano, o clube negociava com a forne-cedora de material esportivo, com a possibilidade de mudança na marca.
O novo contrato foi fechado em abril deste ano, o que atrasou o lançamento do novo uniforme do
time. Para a nova vestimenta, a Puma deverá abrir mão dos detalhes em dourado, que fazem parte do uniforme desde a última temporada.
Botafogo e Puma são parceiros desde 2012, mas a negociação para renovação se arrastou. Um con-trato menor chego a ser fechado no início deste ano, apenas para cobrir o Campeonato Carioca.
A questão é que, na segunda divisão, a diretoria do Botafogo não quis fechar um contrato em lon-go prazo em um período de baixa. O acordo atual tem validade até o fim do próximo Campeonato Carioca, quando o clube já deve estar de volta à Série A do Campeonato Brasileiro.
Com atraso, Botafogo marca data para lançar uniforme
Fluminense busca diretor de
marketing do Cruzeiro
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A aproximação dos Jogos Olím-picos de 2016 tem feito com que as empresas, patrocinadoras do evento ou não, façam suas apos-tas para tentar destaque no país. Geralmente, a saída encontrada é contratar atletas que possam ter chance de destaque em 2016.
A Hyundai, porém, inseriu um ícone da cidade do Rio de Ja-neiro no seu “time de atletas”. A montadora coreana vai patrocinar o Cristo Redentor até 2017.
A empresa anunciou ontem, em evento no Rio de Janeiro, um acordo para fornecer conexão de internet gratuita aos quase 3 milhões de visitantes do Cris-to. Além do ponto turístico, vai apoiar os atletas Martine Grael e Kahena Kunze (vela) e os arquei-ros Marcus Vinícius D’Almeida e Andrey Muniz de Castro.
“A gente já queria fazer uma ação com grandes ícones do país. E o que 99% das pessoas que vêm ao Rio de Janeiro fazem? Vi-sitam o Cristo e querem compar-tilhar isso. Mas não tinha conexão de internet”, diz Cassio Pagliarini, diretor de marketing da Hyundai.
Ao oferecer o wifi no Cristo, a empresa não viola regras do COI de patrocínio olímpico. Para fazer conexão com o evento, a saída foi buscar o patrocínio a atletas. A escolha do tiro com arco foi feita pela relação da Hyundai
com o esporte na Coreia do Sul, sede da empresa. Já a duplista da vela foi uma oportunidade.
“Os atletas coreanos são o grande expoente do esporte. E a Hyundai trabalha com o tiro com arco lá. Há várias coisas que você pode associar no esporte quando faz uma mensagem publicitária. Já as meninas da vela foi a opor-tunidade de pegar gente que está na crista da onda e que é jovem. São pessoas da idade que temos conquistado com o HB20”. Até 2017, a empresa pretende usar os atletas em campanhas para o meio digital e eventos. O foco é construir histórias que rela-cionam os carros da marca com a batalha diária deles no esporte.
“Apoiar atletas é promover his-tórias de vida”, diz William Lee, presidente da Hyundai no Brasil.
O contrato, inicialmente de dois
anos, só não foi maior por conta do momento de queda de ven-das do mercado de automóveis.
“A gente gostaria de ter uma relação mais perene. O que acon-tece é que o mercado brasileiro está passando por uma crise vio-lenta, então estamos aplicando muito hoje em varejo. Mas a ideia é apoiar essas pessoas porque nós acreditamos que elas passam das Olimpíadas. A Olimpíada é a primeira grande competição in-ternacional deles”, diz Pagliarini.
Segundo o executivo, a marca deve investir o dobro da verba de patrocínio em ativações. Uma das ideias é fazer com que o esporte seja inserido em ações para o consumidor. Uma delas pode ser filhos de clientes tendo de prati-car tiro com arco em lojas. POR ERICH BETING, NO RIO DE JANEIRO*
Com Cristo Redentor, Hyundai
inova em “time de atletas”
* O repórter viajou ao Rio de Janeiro a convite da Hyundai
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RECORD
14h25 • Vôlei feminino (semifinal)
18h25 • Brasil x Uruguai (semi fut. masc.)
RECORD NEWS
11h30 • Atletismo (eliminatória e medalha)
14h30 • Handebol (semifinal masc. e fem.)
18h30 • Atletismo (medalha)
21h55 • EUA x Brasil (basquete masc.)
SPORTV
10h50 • Atletismo (eliminatória e medalha)
14h55 • Karatê (eliminatória)
18h50 • Atletismo
O PA N N A T V
21h55 • EUA x Brasil (basquete masc.)
SPORTV 2
10h55 • Hipismo
18h • Brasil x Uruguai (semifinal fut. masc.)
20h30 • Atletismo (medalha)
21h50 • Vôlei feminino (semifinal)
SPORTV 3
11h25 • Rep. Dom. x Argentina (basq. masc.)
17h • Karatê (medalha)
18h25 • Atletismo (medalha)
20h30 • Boxe (medalha)
POR REDAÇÃO
A quatro dias do encerramento dos Jogos Pan--Americanos, a maior surpresa no quadro geral de medalhas é a Colômbia disputando, medalha a me-dalha, a quarta posição geral com a potência esporti-va que é Cuba e, em alguns momentos, ameaçando até mesmo o Brasil na briga pelo terceiro posto.
Com ainda muitas medalhas a disputar, a delega-ção colombiana já conquistou mais medalhas doura-das do que há quatro anos, em Guadalajara (25 a 24). A campanha só não pode ser mais celebrada pois o desempenho em pódios caiu 30% em relação a 2011. Mas melhor campanha em Pans foi garantida com a comenda dourada de Caterine Ibargüen, bicampeã pan-americana do salto triplo. Segunda colocada do ranking mundial, a colombiana obteve um salto de 15,08 m, mais de meio metro à frente da brasileira Keila Costa, medalha de prata. No degrau inferior do pódio, mais uma atleta do país, Yosiry Urrutia.
“Foi maravilhoso ver duas colombianas subindo ao
pódio no salto triplo. Acredito que isso nunca tinha acontecido em Pan-Americanos”, disse Ibargüen.
A ascensão colombiana mostra os efeitos de inves-timentos pesados na formação esportiva e na for-mação multiesportiva. O país não deixou de ganhar medalhas em suas provas tradicionais, como levan-tamento de peso e ciclismo, mas adicionou conquis-tas em novas competições, como ginástica artística e golfe. Com a diversificação, o país ficou menos de-pendente de estrelas isoladas, como era costume.