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ASSOCIAÇÃO CULTURAL ISRAELITA DE BRASÍLIA ACIB

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Academic year: 2021

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ASSOCIAÇÃO CULTURAL ISRAELITA DE BRASÍLIA – ACIB

       CARTA DO ORIENTE­MÉDIO

Os  observadores  atentos  dos  assuntos  do  Oriente­Médio  sabem  que  a  cobertura  feita  por  quase  toda  a  mídia  distorce  sistematicamente  a  realidade  do  conflito  árabe­ israelense. A “Tablet” on line publicou na internet em 26 de agosto último um ensaio  de  Matti  Friedman,  ex­correspondente  em  Israel  da  agência  de  notícias  Associated  Press,  uma  das  duas  maiores  do  mundo,  que  desconstrói  esse  fenômeno.  A  Carta  traduziu “The Israel Story” com cortes e adaptações estilísticas.

A “NARRATIVA” SOBRE ISRAEL

A Força de Defesa de Israel descobrir um túnel de terror. Hamas disparados de áreas  civis e se esconderam em túneis

Quando  a  histeria  amainar,  acredito  que  os  acontecimentos  em  Gaza  não  serão  lembrados como particularmente importantes. Essa não foi a primeira das guerras árabes  com  Israel  nem  será  a  última.  A  execução  das  operações  militares  por  Israel  diferiu  pouco  de  qualquer  outro  exército  de  país  ocidental  contra  um  inimigo  similar  nos  últimos anos, exceto pela natureza mais imediata da ameaça a sua própria população e  pelos maiores esforços feitos para evitar mortes de civis.

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Operação  borda  protetora ­ O  BBC  Watch  recebeu  muitas  queixas  sobre  preconceito  anti Israel sobre o conflito Israel ­ Gaza (bbcwatch.org).

A importância duradoura dessa guerra está no modo pelo qual ela foi descrita e a  reação  que  suscitou  no  mundo,  assim  como  na  maneira  como  isso  refletiu  o  ressurgimento  de  um  antigo  e  pervertido  padrão  de  raciocínio  e  a  migração  deste  das  margens  para  o  centro  do  discurso  ocidental  –  a  saber,  uma  obsessão  hostil  com  os  judeus.  A  chave  para  compreender  esse  ressurgimento  não  se  encontra  entre  os  jihadistas  atuando  na  internet,  os  teóricos  das  conspirações  ou  ativistas  radicais,  mas  sobretudo entre pessoas educadas e respeitáveis do jornalismo internacional.

Neste  ensaio  vou  tentar  fornecer  algumas  ferramentas  para  que  se  possa  entender  as  matérias jornalísticas sobre Israel. Adquiri essas ferramentas como uma “insider”: Entre  2006 e o final de 2011 fui reporter e editora do escritório de Jerusalem da Associated  Press, uma das duas maiores agências de notícias do Ocidente. Tenho vivido em Israel  desde 1995 e feito matérias sobre o país desde 1997.

QUAL A IMPORTÂNCIA DA “NARRATIVA” SOBRE ISRAEL ?

A  alocação  de  recursos  humanos  é  a  melhor  maneira  de  medir  a  importância  de  uma  “história”  para  uma  agência  de  notícias.  Quando  eu  era  a  correspondente  da  AP,  a  agência  tinha  mais  de  40  pessoas  cobrindo  Israel  e  os  territórios  palestinos.  Isso  era  substancialmente mais do que a equipe da AP na China, na Rússia ou na Índia ou em  todos os 50 países da África subsaariana somados. Era um número maior do que o dos  jornalistas que a AP tinha em todos os países onde ocorreram os levantes da “primavera  árabe”. 

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Presidente Bashar al­ Assad e da guerra civil da Síria

A mídia decidiu que o conflito em Gaza é mais importante que, por exemplo, o conflito  na  Síria,  que  em  3  anos  (antes  do  surgimento  do  Estado  Islâmico)  causou  190  mil  mortes, ou seja,  70 mil mais do que o número de pessoas que morreram em todos  os conflitos árabe­israelenses desde que ele começou há um século. Mais importante  do  que  as  mais  de  1.600  mulheres  assassinadas  no  Paquistão  no  ano  passado  (271  depois  de  serem  estupradas  e  193  delas  queimadas  vivas),  mais  do  que  a  presente  dominação do Tibet pela China, os massacres no Congo (mais de 5 milhões de mortos  desde 2012) ou as guerras de drogas no México  (60.000 mortos entre 2006 e 2012). A  mídia “acredita” que Israel é o asunto mais importante do mundo, ou quase. 

O QUE É IMPORTANTE NA NARRATIVA SOBRE ISRAEL E O QUE NÃO É Um jornalista trabalhando com os correspondentes  estrangeiros em Israel compreende  rapidamente  que  “o  que  é  importante”  na  narrativa  sobre  o  conflito  é  Israel.  Quem  observar  a  cobertura  jornalística  descobre  que  não  se  faz  nenhuma  análise  da  sociedade  ou  das  ideologias  dos  palestinos,  das  características  dos  grupos  armados  palestinos ou uma investigação sobre o governo palestino. A narrativa determina que  êles existam como vítimas da parte que interessa nessa narrativa (Israel).

Corrupção,  por  exemplo,  é  uma  preocupação  candente  para  muitos  palestinos  dominados  pela  Autoridade  Palestina,  mas  quando  eu  e  outro  reporter  sugerimos  um  artigo  sobre  o  assunto,  fomos  informados  pelo  chefe  do  escritório  que  a  corrupção  palestina  não  interessa,  mas  a  corrupção  israelense  sim  –  e  nós  a  cobrimos  amplamente.

As ações israelenses são analisadas e criticadas, cada defeito da sociedade israelense é  noticiado  agressivamente.  Eu  decidi  contar  as  matérias  divulgadas  pelo  nosso  escritório sobre as diversas falhas da sociedade israelense. 

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Hamas freqüentemente chamam a destruição de Israel e elogiar os atos de terror

A Constituição do Hamas, por exemplo, não só prega a destruição de Israel como o  assassinato  dos  judeus  e  atribui  aos  judeus  terem  organizado  as  revoluções  francesa  e  russa  e  as  duas  guerras  mundiais;  a  Constituição  nunca  foi  mencionada  numa  matéria  enquanto  eu  estava  na  AP,  embora  o  Hamas  tenha  ganho  uma  eleição  nacional palestina e se tornado um dos atores mais importantes da região. 

Para  traçar  um  paralelo  com  os  acontecimentos  deste  verão:  Um  observador  poderia  pensar que a decisão do Hamas nos últimos anos de construir uma infraestrutura militar  por debaixo da infraestrutura civil de Gaza mereceria ser noticiada. Mas não foi o caso.  As  instalações  do  Hamas  não  eram  importantes  em  si  mesmas  e  por  isso  foram  ignoradas. O que era importante era a decisão de Israel de atacá­las. Qualquer veterano do corpo de jornalistas locais sabe que a intimidação de jornalistas  pelo Hamas é real e eu mesma a vi em ação como editora do noticiário da AP. Durante  os combates de Gaza em 2008­2009  eu pessoalmente apaguei um detalhe­chave – que  combatentes do Hamas se vestiam como civis e eram contados como civis na lista de  baixas – devido a uma ameaça feita a nosso reporter em Gaza. A orientação era então,  como  é  atualmente,  não  informar  os  leitores  que  uma  matéria  foi  censurada,  a  menos que a censura tenha sido feita pelos israelenses. 

Mas se os críticos imaginam que jornalistas estão clamando por cobrir o Hamas e estão  sendo impedidos por assassinatos e intimidações, não é geralmente o caso. Há muitas  maneiras  de  reportar  as  ações  do  Hamas  sem  correr  maiores  riscos,  se  houver  a  vontade  de  fazê­lo:  Citando  um  autor  de  Israel,  sem  citar  autoria,  citando  “fontes  israelenses”. Reporteres têm muitos recursos a sua disposição, quando querem.

O fato é que a maioria dos jornalistas em Gaza acredita que o seu trabalho consiste  em  registrar  a  violência  de  Israel  contra  civis  palestinos.  Essa  é  a  essência  da  narrativa  sobre  Israel.  Adicionalmente,  tem  de  trabalhar  sob  a  pressão  dos  prazos  e  frequentemente correndo riscos e muitos não falam o árabe e têm apenas a mais tênue 

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noção  do  que  está  ocorrendo.  São  dependentes  de  jornalistas  palestinos  e  de  informantes que ­ ou temem o Hamas, ou apóiam o Hamas ou ambas as coisas. Não  é  uma  coincidência  que  os  poucos  jornalistas  que  documentaram  a  presença  de  combatentes e lançamentos de foguetes do Hamas em áreas civis não pertencessem às  grandes agências noticiosas com grandes e permanentes operações em Gaza. Êles foram  na  sua  maioria  profissionais  isolados,  secundários  e  recém­chegados  –  um  finlandês,  uma equipe da Índia, alguns outros.

O QUE MAIS NÃO É CONSIDERADO IMPORTANTE ?

Em inícios de 2009, por exemplo, dois dos meus colegas obtiveram a informação de que  o  Primeiro­Ministro  de  Israel  Ehud  Olmert  havia  feito  uma  significativa  oferta  negociadora  à  Autoridade  Palestina  há  alguns  meses  e  que  os  palestinos  a  haviam  considerado insuficiente. Isso não foi publicado e era – ou deveria ter sido – uma das  maiores notícias do ano. Os reporteres obtiveram a confirmação de ambos os lados e  um  deles  chegou  a  ver  um  mapa,  mas  os  dirigentes  do  escritório  decidiram  que  não  publicariam a história.

Alguns jornalistas ficaram furiosos mas não adiantou. Nossa narrativa era de que os  palestinos  eram  moderados  e  os  israelenses  recalcitrantes  e  cada  vez  mais  extremistas. Noticiar a oferta de Olmert – tal como aprofundar o exame do Hamas –  faria a “narrativa” parecer tola. E assim fomos instruídos a ignorá­la, o que foi feito  por mais de ano e meio. COMO É MOLDADA A NARRATIVA SOBRE ISRAEL ? A narrativa é moldada nos mesmos termos em uso desde o começo dos anos 1990 – a  busca de uma “solução de dois Estados”. A premissa é de que se trata de um conflito  “israelo­palestino”, significando que é um conflito que ocorre numa terra que Israel  controla – 0,2 porcento do mundo árabe – na qual os judeus são a maioria e os árabes a  minoria.  O  conflito  seria  mais  acuradamente  descrito  como  sendo  “árabe­ israelense”ou  “judeu­árabe”,  isto  é,  um  conflito  entre  6  milhões  de  judeus  e  300  milhões  de  árabes  dos  países  vizinhos.  Talvez  “israelo­muçulmano”  fosse  mais  preciso, para levar em conta a inimizade de países não­árabes como o Irã e a Turquia e,  mais amplamente, 1 bilhão de muçulmanos no mundo. Esse conflito tem se desenrolado  sob diferentes formas ao longo de um século, antes que Israel existisse, antes que Israel  houvesse capturado os territórios palestinos de Gaza e da Margem Ocidental do Jordão  e antes que o termo “palestino” estivesse em uso.

Apresentar  a  questão  como  “israelo­palestina”  permite  descrever  os  judeus,  um  ínfima minoria no Oriente­Médio, como o lado mais forte. Isso inclui implicitamente  a  presunção  de  que  se  o  problema  palestino  fosse  resolvido,  o  conflito  também  o 

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seria, embora nenhuma pessoa informada acredite hoje em dia que isso seja verdadeiro.  Essa  definição  também  permite  que  os  “assentamentos”  israelenses  na  Margem  Ocidental do Jordão, que eu acredito seja um sério erro moral e estratégico da parte de  Israel, sejam descritos não como o que são – mais um sintoma negativo do conflito  – mas antes a sua causa.

Um observador que entenda de Oriente­Médio vê a região como um vulcão e o Islã  radical  como  a  lava,  uma  ideologia  cujas  diversas  encarnações  estão  atualmente  formatando  esta  parte  do  mundo.  Israel  é  uma  pequena  aldeia  nas  encostas  do  vulcão.  O  Hamas  é  o  representante  local  do  Islã  radical  abertamente  dedicado  à  destruição de Israel, assim como o Hizbolá é o representante do Islã radical no Líbano,  o Estado Islâmico na Síria e no Iraque, o Talibã no Afeganistão e no Paquistão, e assim  por diante.

O  Hamas  não  é,  como  êle  admite  livremente,  parte  do  esforço  para  criar  um  Estado palestino ao lado de Israel. Ele tem objetivos diferentes, que não esconde e  que são semelhantes aos dos grupos listados acima. 

Um observador poderia também legitimamente contar a história através das lentes das  minorias do Oriente­Médio, que estão todas sob intensa pressão do Islã – quando as  minorias  estão  desamparadas,  seu  destino  é  o  dos  yazidis  ou  dos  cristãos  no  norte  do  Iraque,  como  acabamos  de  ver,  e  quando  elas  estão  armadas  e  organizadas  podem  defender­se  e  sobreviver,  como  no  caso  dos  judeus  e  ­  esperemos  ­  dos  curdos.  Em  outras palavras, há muitas maneiras diferentes de ver o que está acontecendo aqui. A  narrativa  sobre  Israel  é  moldada  como  se  não  tivesse  nada  a  ver  com  acontecimentos nas redondezas porque o “Israel” do jornalismo internacional não  existe no mesmo universo geopolítico que o Iraque, a Síria ou o Egito. A narrativa  não é sobre acontecimentos correntes, é sobre outra coisa.  

O VELHO QUADRO SINISTRO

Durante séculos, os judeus, sem um Estado próprio, foram o alvo da má­vontade das  populações  onde  viviam.  Eram  o  símbolo  do  que  estava  errado.    Se  se  queria  condenar a ganância, os judeus eram gananciosos. Covardia? Os judeus eram covardes.  Você era comunista? Os judeus eram capitalistas. Era você capitalista? Nesse caso os  judeus  eram  comunistas.  O  traço  essencial  do  judeu  era  ter  graves  defeitos  de  caráter.  Era  o  seu  papel  na  tradição  cristã  –  a  única  razão  aliás  pela  qual  a  sociedade européia se interessava por êles.

George  Orwell  escreveu  em  1942  sobre  a  Guerra  Civil  Espanhola:  “Vi  relatos  jornalísticos  que  não  tinham  nenhuma  relação  com  os  fatos...Eu  vi,  na  realidade,  a  história sendo escrita não em termos do que tinha acontecido, mas do que devia ter  acontecido de acordo com as posições dos partidos políticos”. Orwell entendeu que a  “Espanha”  não  era  realmente  sobre  o  “país  Espanha”  –  era  sobre  um  conflito 

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entre  dois  sistemas  totalitários,  o  alemão  e  o  russo.  Ele  sabia  que  estava  testemunhando uma ameaça à civilização ocidental, assim o escreveu, e estava certo. A força ascendente na nossa parte do mundo não é a democracia ou a modernidade. É  uma poderosa corrente do Islã que assume formas diferentes e às vezes conflitivas e que  está  disposta  a  empregar  extrema  violência  com  o  objetivo  de  unir  a  região  sob  seu  controle e confrontar o Ocidente. 

Israel não é uma “idéia”, um símbolo do bem ou do mal ou um tema para testar as  opiniões das pessoas durante um jantar. É um pequeno país numa parte ameaçadora  do mundo que está ficando cada vez mais ameaçadora. Deveria receber uma cobertura  da  imprensa  tão  crítica  quanto  qualquer  outro  e  compreendido  levando  em  conta  o  contexto  e  as  proporções.  Israel  não  é  uma  das  mais  importantes  narrativas  do  mundo,  nem  mesmo  do  Oriente­Médio.  Israel  é  um  pontinho  no  mapa,  um  show  secundário que casualmente suscita uma carga emocional inusitada. 

Muitos  no  Ocidente  claramente  preferem  o  velho  conforto  de  esmiuçar  defeitos  de  caráter dos judeus e cultivar o sentimento de superioridade que isso lhes traz, em  vez de confrontar uma triste e perturbadora realidade. eles podem convencer­se de  que tudo isso é um problema de judeus, e mesmo causado por êles. Mas os jornalistas  entretêm essas fantasias ao custo de sua credibilidade e da sua profissão. E, como disse  Orwell, o mundo entretém fantasias sob seu próprio risco.     Nota da Redação   ­ Há uma explicação complementar para o comportamento das grandes empresas da  mídia:  Elas  procuram  ajustar  a  sua  “narrativa”  ao  que  percebem  ser  a  opinião  dominante,  para  assim  preservar  a  sua  credibilidade  e  aceitação  pelo  público.  Além  disso,  no  noticiário  da  televisão,  por  exemplo,  os  jornalistas  precisam  simplificar  a  narrativa  para que a audiência tenha a impressão de que “acompanha” o assunto.   ­ Durante os 50 dias (08.07 a 26.08)  que a mídia dedicou intensamente  ao conflito em  Gaza, a CNN International, por exemplo, teve tempo mais do que suficiente para contar  a história no seu verdadeiro contexto e não o fez, o que parece espelhar a opinião de  Matti Friedman de que o Estado judeu é objeto de uma certa “má­vontade” que não se  vê em situações análogas quando envolvem outros países. ­ Vale notar que, para o seu  noticiário sobre o Oriente­Médio, a CNN dispõe de um  convênio com a Catar Foundation e o Catar tem apoiado as mesmas causas dos Irmãos  Muçulmanos.  Agora que o tema dominante é o Estado Islâmico, que representa uma  ameaça  às  grandes  potências  ocidentais,  a  CNN,  como  os  demais  atores  da  mídia  internacional,  relatam fielmente as suas monstruosidades, sem procurar atenuantes e  justificativas, como havia feito em benefício do Hamas e reserva suficiente espaço para  análises abrangentes. 

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Assim,  no  seu  mais  prestigioso  programa  de  entrevistas,  conduzido  por  Christiane  Amampour,  o  conhecido  analista  político  americano  de  origem  iraniana  Reza  Aslan    explicou aos telespectadores que o sucesso do Estado Islâmico deve­se também ao fato  de  que  houve  uma  radicalização  das  populações  muçulmanas,  que  “o  salafismo­ wahhabismo é um virus que se infiltrou entre os muçulmanos... e que nossos governos  (Estados  Unidos,  Grã­Gretanha)  deixaram  a  Arábia  Saudita  difundi­lo”.  É  louvável  que tais verdades sejam proclamadas pela mídia internacional, mesmo quando se cita  apenas a Arábia Saudita e se esquece do seu rival Catar...      

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