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Aprovação de Contas e Distribuição de Lucros Breves Apontamentos

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Academic year: 2021

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O final do primeiro trimestre é tradicionalmente marcado, na vida das Sociedades Comerciais, pelas assembléias anuais de aprovação de contas e distribuição de resultados. Entendemos, assim, ser relevante contribuir com pequenos apontamentos sobre os direitos dos sócios àquela distribuição de lucros, quando estes existam.

Princípios Gerais

A parte geral do Código das Sociedades Comerciais estabelece logo que, independentemente do tipo de sociedade comercial, todos os sócios têm direito a participar nos lucros (art. 21º do CSC), e que essa participação deverá acontecer na medida da respectiva percentagem no capital da sociedade, salvo se a lei ou o contrato estabelecerem diferentemente (art. 22º). O artigo 22º impede ainda, através da sanção da nulidade, que se estabeleçam cláusulas nos estatutos da sociedade excluindo um sócio da participação nos lucros ou deixando ao critério de terceiros a modalidade da divisão de lucros.

Casos de proibição legal de distribuição de dividendos

Contudo, a distribuição de lucros pela sociedade aos seus sócios apenas pode ser efetuada caso se verifiquem determinados pressupostos legalmente definidos. Desde logo, os sócios não podem deliberar a distribuição de lucros enquanto não estiverem completamente amortizadas as despesas de constituição, investigação e desenvolvimento, exceto se o montante das reservas livres e dos resultados transitados for, pelo menos, igual ao montante daquelas despesas não amortizadas (art.º 33º, nº2).

Depois, não podem também ser distribuídos aos sócios os lucros do exercício que sejam necessários para cobrir prejuízos transitados ou necessários para formar ou reconstituir as reservas obrigatórias impostas pela lei ou por contrato (art.º 33º, nº1). Finalmente, não podem também ser distribuídos lucros quando a situação líquida da sociedade, de acordo com as contas aprovadas, for inferior à soma do capital e das reservas que a lei ou contrato não permitem distribuir aos sócios ou se tornasse inferior a esta soma em conseqüência da distribuição (art.º 32º).

Os membros da administração da sociedade devem recusar-se a executar deliberações dos sócios de distribuição de resultados sempre que (i) tenham sido tomadas contra as proibições referidas acima, (ii) tenham sido baseadas em contas falsas ou enfermando de vícios cuja correção levaria a que distribuição violasse aquelas proibições e (iii) tenham ocorrido alterações no patrimônio social que levassem a que aquelas

Março 2012

Aprovação de Contas e Distribuição de Lucros

Breves Apontamentos

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deliberações, se tivessem em conta essas alterações, fossem ilegais (art. 31º, nº2). Os administradores que se recusem a executar uma deliberação da sociedade com base nestes fatos devem, nos 8 dias seguintes à sua decisão, requerer a realização de um inquérito judicial às contas da sociedade, salvo se, entretanto, a sociedade tiver sido citada para uma ação de invalidade de deliberação com fundamento nesses mesmos motivos (art. 31º, nº3). O incumprimento destas regras, por parte de gerentes ou administradores, determina a responsabilização civil dos mesmos por eventuais prejuízos causados à sociedade, sócios e/ou terceiros nos termos gerais da responsabilidade civil da administração prevista no CSC.

Um dos corolários desta responsabilização dos gerentes ou administradores das sociedades relativamente ao controlo da legalidade da distribuição de lucros aos sócios é o de que estes apenas são obrigados a restituir os lucros indevidamente recebidos a esse título se a sociedade ou os credores sociais demonstrarem que o(s) sócio(s) em causa conheciam a irregularidade da distribuição ou, tendo em conta as circunstâncias não a deviam ignorar (art. 34º).

Direito (mínimo) aos Lucros

Dispõe o artigo 217º (para as sociedades por quotas) e o artigo 294º (para as sociedades anônimas) que não pode deixar de ser distribuído aos sócios metade do lucro do exercício que, nos termos da lei (isto é respeitados os critérios acima estabelecidos) seja distribuível aos sócios. No entanto, este direito dos sócios a 50% por cento do lucro distribuível não é absoluto podendo ser afastado por uma disposição dos estatutos ou por deliberação da assembléia geral tomada por, pelo menos, 75% do votos representativos do capital social.

A interpretação da exceção àquele direito dos sócios não é, contudo, unânime, tendo sido, ao longo dos tempos, alvo de diferentes posições por parte dos autores e da jurisprudência.

Por um lado estavam os autores que, arrogando-se a defesa dos sócios minoritários recusavam que, com base naquela exceção contratual ou deliberativa, uma sociedade pudesse decidir não distribuir lucros do exercício aos seus sócios uma ou uma percentagem inferior aos 50% legalmente estabelecidos.

Por outro, aqueles que entendiam e entendem que a disposição legal tanto permite estabelecer percentagens superiores aos 50% (única possibilidade aceite pelos primeiros autores) como determinar a completa retenção dos lucros da sociedade no seu patrimônio através da não distribuição de lucros.

Esta segunda posição, que confere maior poder de decisão e autonomia aos sócios, foi sendo progressivamente sufragada pelos tribunais portugueses, reconhecendo estes que os sócios têm o direito de decidir, quer no momento da constituição da sociedade e das suas regras internas (vertidas nos estatutos) quer a cada momento da sua vida (mediante deliberação tomada para o efeito), se as necessidades próprias das sociedades determinam que, num determinado momento, se revela mais importante

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conservar o proveito gerado pela sociedade no seu próprio patrimônio, em vez de os distribuir pelos sócios.

Primeiramente acolhida no Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça de 7 de Janeiro de 1993, esta última posição foi muito mais tarde reafirmada pelo mesmo Supremo Tribunal de Justiça a 12 de Outubro de 2010, bem como pelos Tribunais da Relação de Évora (09-11-2006), Guimarães (09-03-2010) e Porto (19-05-2010 e 12-09-2011). Os tribunais portugueses não acolheram, contudo, acriticamente aquela posição. Pelo contrário, as decisões conhecidas sobre o assunto procedem a um “Check & Balances” entre os interesses dos vários sócios através da análise do interesse social de tal deliberação. Na verdade, os tribunais apenas aceitam que o princípio do direito mínimo dos sócios a 50% do lucro da sociedade gerado num determinado exercício seja afastado por uma deliberação social, se tal deliberação se fundamentar num interesse sério da sociedade ou da maioria dos sócios numa perspectiva de longo prazo. Aos sócios minoritários assiste, assim, o direito de requererem a anulação de uma deliberação social que impeça a distribuição de, pelo menos, 50% do lucro distribuivel do exercício, através do instituto do abuso de direito ou, mais concretamente, do abuso de maioria. Sempre que os sócios minoritários conseguirem demonstrar que tal deliberação foi tomada com o intuito de satisfazer o propósito de um ou mais sócios conseguirem para si, ou para terceiros, vantagens especiais, em prejuízo da sociedade ou de outros sócios, ou simplesmente com o propósito de prejudicar a sociedade ou os sócios minoritários, a deliberação poderá ser anulada, tendo os sócios direito à distribuição de parte dos lucros gerados pela sociedade.

Nestes termos, uma deliberação tomada por uma maioria qualificada dos sócios nas próximas assembleias anuais no sentido de não procederem à distribuição de qualquer percentagem do lucro da sociedade ou, de uma percentagem inferior a 50% deve sempre fundamentar-se num interesse sério da sociedade por forma a evitar estar ferida de ilegalidade e poder ser judicialmente anulada. De igual modo, um sócio minoritário a quem, por deliberação, seja vedada a distribuição da parte correspondente a, pelo menos 50% dos lucros do exercício distribuiveis da sociedade deve aferir se tal deliberação foi ou pode ter sido tomada abusivamente para que, atempadamente, a possa impugnar.

BREVES DE LEGISLAÇÃO

Instituição do Tribunal da Propriedade Intelectual e do Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão.

Decreto-Lei n.º 67/2012 de 20 de março

O referido Decreto-Lei vem instituir os novos tribunais especializados em matérias de Propriedade Intelectual e Concorrência, Regulação e Supervisão, no seguimento da sua criação pela Lei nº 46/2011, de 24 de Junho. O presente Decreto-Lei fixa os respectivos quadros de juízes e magistrados do Ministério Público e determina a sua

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Revogação do Código Florestal

Lei n.º 12/2012, de 13 de Março Revoga o Código Florestal

BREVES DE JURISPRUDÊNCIA

Anulação de deliberações sociais de aprovação de contas

Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça de 09.02.2012, disponível em www.dgsi.pt Processo: 436-04.08TBMNC.G1.S1

Neste Acórdão o Supremo Tribunal de Justiça confirmou um Acórdão da Relação que declarou anulável as deliberações de aprovação de contas relativas a dois exercícios da sociedade nas quais se encontravam inscritos empréstimos efetuados por acionistas à sociedade, empréstimos estes que foram previamente considerados nulos por violação do pacto social e da lei.

Nomeadamente, os empréstimos efetuados pelos sócios violavam uma disposição do pacto social que exigia que “a contratação de empréstimos ou de qualquer tipo de financiamento, incluindo a admissão de obrigações” fosse previamente deliberada por maioria qualificada de 75% dos votos representativos do capital social.

Os empréstimos acionistas foram ainda considerados nulos por terem sido efetuados por sócios que eram, à data, administradores da sociedade, não tendo a realização desses empréstimos sido precedida de uma deliberação do Conselho de Administração, onde o administrador mutuante estaria impedido de votar, o que consubstanciou uma violação do artigo 397º do CSC dai resultando igualmente a nulidade de tais mútuos. Na seqüência destas nulidades, aceites por todas as partes no processo, o Tribunal da Relação e o Supremo Tribunal de Justiça deram razão aos autores que pretendiam anular as deliberações de aprovação de contas em que tais mútuos figuravam com essa mesma qualidade, i.e., de empréstimos de acionistas. Entendeu o STJ que aqueles mútuos foram irregularmente contabilizados pelo que as contas aprovadas padeciam de irregularidades que determinaram a anulabilidade das referidas deliberações, nos termos do art.º 58º, nº 1, AL. a) do CSC.

Responsabilidade do vendedor por defeitos do produto em contratos de compra e venda com transporte contratado na modalidade “Cost & Freight”

Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça de 31.01.2012 disponível em www.dgsi.pt; Processo 13/2002.L1.S1

Neste acórdão o Supremo Tribunal de Justiça considerou que o fato de, em determinado contrato de compra e venda internacional de mercadorias, ter sido

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convencionado que o transporte se faria na modalidade “Cost and Freight” não desresponsabiliza o vendedor relativamente à conformidade do produto vendido e à inexistência de defeito.

Na verdade, apesar de aquele Incoterm estabelecer que o vendedor cumpre a sua obrigação contratual quando a mercadoria transpõe a amurada do navio no porte de embarque, passando, a partir desse momento, a correr por conta do comprador o risco da sua deterioração ou perda, tal fato não implica a irresponsabilidade do vendedor caso o comprador não possa examinar a mercadoria no ato de embarque, uma vez que os eventuais vícios da mercadoria só podem ser detectados e denunciados após o respectivo levantamento no porto de desembarque.

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A presente Newsletter foi elaborada pela Cuatrecasas, Gonçalves Pereira & Associados, RL com fins exclusivamente informativos, não devendo ser entendida como forma de publi cidade. A informação disponibilizada bem como as opiniões aqui expressas são de carácter geral e não substituem, em caso algum, o aconselhamento jurídico para a resolução de casos concretos, não assumindo a Cuatrecasas, Gonçalves Pereira & Associados, RL qualquer responsabilidade por danos que possam decorrer da utilização da referida informação. O acesso ao conteúdo desta newsletter não implica a constituição de qualquer tipo de vínculo ou relação entre advogado e cliente ou a constituição de qualquer tipo de relação jurídica. A presente newsletter é gratuita e a sua distribuição é de carácter reservado, encontrando-se vedada a sua reprodução ou circulação não expressamente autorizadas.

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In the life of commercial companies, the end of the first quarter is traditionally characterised by the holding of general meetings for the approval of accounts and distribution of profit and loss. In this connection, we believe it is appropriate to contribute these short observations on the right of members to the distribution of profits, should that be the case.

General Principles

The general part of the Código das Sociedades Comerciais (Companies Code) establishes that, irrespective of the type of commercial company, all members are entitled to participate in the distribution of profits (Article 21 of the Companies Code), and that such participation is to take place in the proportion of their respective holdings in the company, unless otherwise provided for by the law or by the articles of association (Article 22). In accordance with Article 22 it is also prohibited to include in the by-laws clauses to exclude a member from participating in the distribution of profits or to leave the decision of how the profits are to be divided to third parties, any such clause being deemed to be null and void.

Prohibition to distribute profits established in the law

However, the distribution of profits by the company to its partners can only occur if certain requirements set out in the law are fulfilled. To begin with, members cannot resolve to distribute profits before incorporation, research and development costs have been fully amortised, unless the amount of the free reserves and of the profit and loss brought is, at least, the same as the amount of non-amortised costs (Article 33(2). Year’s profits that are necessary to cover loss brought forward or to create or reconstitute the mandatory reserves established in the law or in the by-laws (Article 33(1)) cannot be distributed to members either.

Finally, no profits shall be distributed were the net situation of the company, according to the approved accounts, is less than the capital plus the reserves that cannot be distributed to shareholders according to the law or the by-laws, or where it would fall below this sum as a result of the distribution (Article 32).

The members of the company’s direction should refuse to implement shareholders’ resolutions to distribute profits where (i) the resolutions have been adopted against any of the prohibitions above, (ii) the resolutions have been adopted based on false accounts or flawed accounts and remedying that flaw would lead to the distribution breaching those prohibitions and (iii) there have been changes in the company’s assets

March 2012

Approval of Accounts and Distribution of Profits

Short Observations

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as a result of which those resolutions would be unlawful if they took the changes into account (Article 31(2)). Directors who refuse to implement a resolution of the company based on these facts should, within 8 days from the decision, request the performance of a judicial survey of the company’s accounts, unless, in the meantime, the company is served with proceedings applying for the nullity of the resolution on those same grounds (Article 31(3)). Failure of the managers or directors to comply with these rules, gives rise to civil liability of the same for possible loss caused to the company, shareholders and/or to third parties under the general terms of civil liability of directors, provided for in the Companies Code.

One of the corollaries of the liability of managers and directors of companies for the control of the lawfulness of the distribution of profits to shareholders is that the latter are only obliged to return the profits unduly received as a result of that distribution where the company and its creditors provide evidence that the shareholder(s) in question was(were) aware of or could not ignore the unlawfulness of the distribution, considering the circumstances (Article 34).

(Minimum) Right to Profits

In accordance with Article 217 (for private limited liability companies – “sociedades por

quotas”) and Article 294 (for public limited liability companies “sociedades anônimas”)

half the year’s profit which, in accordance with the law (this is, complying with the criteria referred to above) is eligible to be distributed to the shareholders, must mandatorily be distributed. However, this right of shareholders to 50% of the distributable profits is not absolute and may be excluded by a provision of the by-laws or by a resolution of the general meeting adopted by, at least, 75% of the votes representing the share capital.

The interpretation of the exception to that right of shareholders, however, is not unanimous, and has, over the years, raised differing views of authors and case law. On the one hand, there were authors who, in defence of minority shareholders rejected that, based on that exception established in the by-laws or by resolution, a company could resolve not to distribute profits to its shareholders in a percentage lower than the 50% provided for in the law.

On the other hand, there are those who believed and believe that the legal provision permits both to establish percentages of more than 50% (the only possibility accepted by the authors above) and to determine that all the profit be retained within the company without distributing it.

The latter view, which confers more decision power and autonomy to the shareholders, has been progressively sustained by Portuguese courts, which acknowledge that shareholders have the right to decide, both upon the incorporation of the company and establishment of its internal rules (set out in the by-laws) and at every moment of the corporate life (by means of a resolution adopted to that effect), if, at any given moment, it is more important for the company’s needs to retain the profit within the

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This latter view was adopted for the first time by the Supreme Court of Justice on 7 January 1993 and much later confirmed, again, by the Supreme Court of Justice on 12 October 2010 as well as by the courts of appeal of Évora (09-11-2006), Guimarães (09-03-2010) and Porto (19-05-2010 and 12-09-2011).

However, the Portuguese courts have not adopted that view without criticism. On the contrary, the decisions on this subject established “Check & Balances” between the interests of the various shareholders by analysing the interest of such resolution for the company. Actually, courts only accept that the right of shareholders to a minimum distribution of 50% of the company’s profit in any given year may be excluded by resolution, where such resolution is based on a serious interest of the company or of the majority of the shareholders from a long-term standpoint. Therefore, minority shareholders are entitled to apply for the cancellation of a resolution preventing the distribution of, at least, 50% of the distributable profit, on grounds of the abuse of right or, more specifically, abuse of majority. Where minority shareholders manage to prove that the resolution was adopted in order to enable one or more shareholders to obtain special advantages for themselves or for third parties to the detriment of the company and other shareholders, or simply in order to harm the company or its minority shareholders, the resolution may be deemed null and void and the shareholders will be entitled to participate in the distribution of part of the profits generated by the company.

In this connection, if a resolution adopted by a qualified majority of shareholders at subsequent general meetings of the company not to distribute any percentage of the profits of the company or a percentage of less than 50% is to be lawful and not liable to being set aside by the court, the same must always be based on a serious interest of the company. Likewise, a minority shareholder who is precluded by resolution to participate in the distribution of a part corresponding to, at least, 50% of the year’s profits of the company, should analyse whether such resolution was or might have been adopted unfairly so that he may challenge it on time.

LEGAL FLASH NEWS

Establishment of the Intellectual Property Court and of the Competition, Regulation and Supervision Court.

Decree-Law No. 67/2012 of 20 March

This Decree-Law establishes the new courts specialised in Intellectual Property and Competition, Regulation and Supervision matters, in furtherance of Law No. 46/2011, of 24 June. This Decree-Law establishes the corresponding list of judges and public prosecutors and their coming into operation on a date to be fixed by Government’s

Portaria.

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Law No. 12/2012 of 13 March Repealing the Forestry Code

CASE LAW HIGHLIGHTS

Cancellation of company’s resolutions of approval of accounts

Judgment of the Supreme Court of Justice of 09.02.2012, available on www.dgsi.pt Case: 436-04.08TBMNC.G1.S1

The Supreme Court of Justice upheld a judgment of the Court of Appeal which declared voidable the resolutions of approval of two years’ accounts, in which loans by shareholders to the company - previously declared null and void on grounds of the breach of the by-laws and of the law - were entered.

In particular, the loans made by the shareholders were in breach of a provision of the by-laws setting out that “the taking out of loans and of any other type of financing, including the issue of bonds” was to be previously resolved by a qualified majority of 75% of the votes representing the share capital.

The loans by shareholders were also considered null and void on account of having been made by shareholders who, at the time, were directors of the company, and not having been preceded by a resolution of the Board of Directors at which the borrower director was not allowed to vote, which amounted to a breach of Article 397 of the Companies Code, which implies that the loans are null and void.

As a result of the invalidity of the resolutions, which was accepted by all the parties to the proceedings, the Court of Appeal and the Supreme Court of Justice held in favour of the plaintiffs who sought to annul the resolutions of approval of the accounts in which those loans were entered as such, i.e., as loans from shareholders. The Supreme Court of Justice considered that those loans had been mistakenly entered and that therefore the accounts were irregular which determined the voidability of the said resolutions, in accordance with Article 58(1)(a) of the Portuguese Companies Code.

Liability of the vendor for products defects in purchase agreements including transport in the “Cost & Freight” arrangement

Judgment of the Supreme Court of Justice of 31.01.2012 available on www.dgsi.pt; Case 13/2002.L1.S1

In this judgment, the Supreme Court of Justice considered the fact that a certain contract for the international sale of goods set out that transportation would be provided in the “Cost and Freight” form does not release the seller from liability with regard to the conformity of the sold product and the absence of defects.

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shipment, the risk of loss of or any damage to the goods being from that point onwards passed from the seller to the buyer, such does not imply that the seller is released from liability where the buyer cannot examine the goods upon shipment, since any possible defects of the goods can only be detected and notified after the same are collected at the port of discharge.

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Referências

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