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FORMAÇÃO E FUTURO PROFISSIONAL DOS SOLICITADORES

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Academic year: 2021

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António Manuel Pedroso Leal – Solicitador – CP 2198 CR Sul Página 1

FORMAÇÃO E FUTURO PROFISSIONAL

DOS SOLICITADORES

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António Manuel Pedroso Leal – Solicitador – CP 2198 CR Sul Página 2 Aprendemos que a formação, na nossa profissão forense, é o suporte essencial para a afirmação contínua da qualidade do profissional. Esta é uma verdade inquestionável, pois o desafio constante da humanidade é a melhoria do conhecimento, ontem inalcançável, hoje ultrapassado.

São constantes as alterações normativas, o profissional forense tem obrigatoriamente de se actualizar permanentemente, de forma a poder corresponder aos desafios que lhe são lançados, tendo por horizonte alcançar a almejada melhoria do seu desempenho e do prestígio global da classe.

Quando o profissional integra uma classe profissional, como a nossa, que tem uma missão determinada pelo seu estatuto de utilidade publica, é esta que regula a sua formação, planeando, executando e proporcionando os meios necessários, com vista a uniformizar procedimentos e a melhorar a qualificação dos seus membros.

Sobre esta matéria é determinante o percurso legislativo e as competências que forem atribuídas aos Solicitadores. Teremos sempre presente em memória a especialização que foi criada para os Solicitadores de Execução, a qual em 2003 mobilizou muitos à nova actividade mas que na ausência de um adequado plano de formação e acompanhamento, levou muitos colegas ao abandono.

No IV Congresso, defendi publicamente que deveria haver uma estratégia de Markting para a actividade da Solicitadoria, em boa hora o fiz, pois hoje posso fazer aqui referência positiva à campanha nacional do Balcão Único do Solicitador, que promoveu a actividade do Solicitador, também como utilizador das ferramentas informáticas ao serviço da moderna prática do Notariado e dos Registos.

Em minha opinião, face às características do nosso mercado, esta campanha deveria também estender-se internacionalmente.

Todos temos que contribuir para que a nossa classe de Solicitadores se regenere acompanhando as práticas modernas, criando verdadeiros especialistas e excelentes profissionais em diversas áreas, onde o nosso desempenho seja de excelência e, desde logo, satisfaça com êxito a missão que nos cabe na sociedade.

Cabe aqui uma breve, mas tão necessária, referência à ética profissional porque muitas são as vezes em que esta não está presente, nas nossas relações entre profissionais associados.

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António Manuel Pedroso Leal – Solicitador – CP 2198 CR Sul Página 3 Abrangendo todas as áreas, entendemos ser absolutamente necessária a criação de um plano de formação continuo, com carácter obrigatório, que garanta o alcance dos desejáveis padrões de qualidade na nossa classe, prestigiando-a e aos profissionais que integram.

Mais que uma necessidade, reconhecida pela Câmara dos Solicitadores, desde logo esta seja uma exigência que deverá ser determinada por este Congresso. A licenciatura é só um ponto de partida que se quer induza e mantenha activa a formação dos novos profissionais e a sua verdadeira integração no mercado de trabalho, como trabalhadores independentes altamente especializados, necessários e considerados.

Existem modelos de formação que poderão ser adoptados, cada opção merecerá naturalmente ampla discussão, todavia a aposta é, como aqui afirmamos, estabelecer o carácter de obrigatoriedade para cada especialidade e também para a generalidade dos Solicitadores.

É certo que os bons formandos resistem a uma formação de qualidade duvidosa, mas mesmo assim acreditamos que a transmissão de conhecimentos tem de obedecer a critérios de qualidade, assegurada pela boa escolha dos formadores.

É portanto na conjugação de diversos factores, onde é nuclear o desejo de melhorar, que se extrai de cada Congresso de Solicitadores, decisões que alavancam a afirmação da nossa Classe de Solicitadores, no Saber, no Saber Fazer e no Fazer Bem.

Falar no futuro profissional dos Solicitadores é uma tarefa difícil, quase impossível, pois o acesso ao futuro pertence aos visionários, onde este Solicitador não tem participação.

Fácil será trazermos referências às nossas experiências, individuais ou colectivas, ao passado e presente da nossa actividade profissional, a qual adquiriu, nos últimos 10 anos, uma dinâmica e transformação que não encontramos paridade noutras profissões.

O sucesso e afirmação dos nossos pares, serviu para trazer ao ensino, ávido de clientela, uma maior oferta de licenciaturas em Solicitadoria, que rapidamente trouxe ao mercado de trabalho uma maior oferta de operadores na área.

Deparamos actualmente com um vasto conjunto de licenciados em Solicitadoria que ingressaram na classe, por mérito próprio, mas que por razões emergentes das alterações produzidas no mercado de trabalho, não preencherão as expectativas individuais desla licenciatura e até do desempenho da profissão de Solicitador.

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António Manuel Pedroso Leal – Solicitador – CP 2198 CR Sul Página 4 Deste modo, é também nossa responsabilidade, atentos ao espírito de solidariedade que deve imperar numa organização de classe, encontrar caminhos que possam rapidamente trazer sucesso os nossos muitos colegas, recentemente chegados à profissão.

Porventura, alguns dirão que limitar o ingresso na Câmara dos Solicitadores, através de elevados índices de exigência no acesso, ou criar números clausus para o ingresso nas áreas de especialização, seriam medidas indicadas para permitir a melhor integração dos profissionais recém chegados.

Pessoalmente, questiono quanto à adopção de medidas desta natureza, em nossa opinião, por não contribuírem positivamente para a solução de um problema, antes condicionam o tão desejado crescimento, esse sustentado em oportunidades para os colegas profissionais.

Vimos afirmando, sem reservas, que o ingresso na Câmara dos Solicitadores, exige um novo modelo com conteúdos de aprendizagem prática. Esta tarefa prossegue na esfera da responsabilidade da própria Câmara dos Solicitadores. Não podemos fazer perdurar no tempo o acesso ao exercício da profissão a quem conclui a sua formação académica e necessita de ingressar no mercado de trabalho, permitindo a sua subsistência e autonomia de vida.

Sem excluir as provas de ingresso, no final de um estágio de formação profissional de índole exclusivamente prática, desde logo, se reitera como mais adequado um modelo obrigatório de formação continua.

Após o ingresso na profissão, a formação contínua obrigatória permite garantir, aos novos solicitadores, a sua integração qualificada no mercado de trabalho. Trazendo-lhes inclusive a oportunidade de aflorarem situações práticas que lhes hão-de surgir. Não se esgota nunca a aprendizagem, sendo assim possibilitado aos novos solicitadores obter dos seus experientes prelectores a tão necessária ajuda para a contínua afirmação de profissional forense.

Estamos no contexto de abordagem do futuro, mas é nossa convicção e sempre afirmaremos que não haverá futuro se não houver presente, é aqui que reside o verdadeiro desafio de mudança.

Podemos hoje afirmar que a nossa actividade profissional de Solicitador preenche múltiplas competências, necessárias à sociedade moderna em que vivemos, por isso desde logo se impõe que nos relacionemos com o mundo global.

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António Manuel Pedroso Leal – Solicitador – CP 2198 CR Sul Página 5 Temos capacidades e qualificação para assegurar ainda outras competências especializadas, o futuro aliado a uma visão mais ampla e reformista do sistema judicial poderá despertar-nos a apetência e o concurso à sua materialização.

Os meios de comunicação e de transporte e a língua já não são hoje o desafio que gerações de homens e mulheres deste Portugal, enfrentaram e, mesmo assim, venceram na diáspora que marcou a nossa história.

Teremos, cada vez mais, que despertar para o facto de os mercados além fronteiras serem um desafio e uma solução que também a nossa classe saberá enfrentar.

Aqui fundeamos uma breve abordagem que nos leva aos países da CPLP, onde sabemos existir uma enorme carência de profissionais da nossa área de práticos do direito e onde podemos aportar, levando o nosso espírito de classe onde é do trabalho que vivemos o sucesso e com a humildade que nos caracteriza, realizarmos “Obra”.

É uma enorme oportunidade que não podemos, também como portugueses, ignorar e que teremos necessariamente de procurar, criar protocolos e promover nesses novos países em desenvolvimento a profissão de Solicitador.

Podemos empenhadamente contribuir, actuando profissionalmente ou promovendo o ensino naqueles países emergentes, obtendo o reconhecimento da profissão de Solicitador e a sua afirmação nos seus mercados de trabalho.

Temos comunicações de colegas que estão em Angola e em Moçambique, os quais reclamam o reconhecimento da profissão naqueles países, onde as nossas competências serão aí uma importante alavanca para o almejado desenvolvimento e estabilidade social.

Permito-me referir uma conversa pessoal com a Srª Ministra da Justiça de Moçambique, na qual dada nota da missão e competência dos Solicitadores, ficou a convicção de grande receptividade para uma maior cooperação.

O desafio que o futuro nos impõe é também uma obrigação! Deste modo, teremos de olhar para o nosso percurso de Solicitadores e no imediato criar as condições que nos permitam alcançar mais trabalho, para mais Solicitadores, elevando permanentemente a qualidade destes profissionais de excelência.

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António Manuel Pedroso Leal – Solicitador – CP 2198 CR Sul Página 6

Todos queremos, para o futuro da nossa classe de Solicitadores:

Mais competências, melhor competência, politica de inclusão na classe e acesso aos novos mercados da CPLP.

Referências

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