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Enquadramento Macroeconómico

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Academic year: 2021

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Enquadramento Macroeconómico

ÍNDICE

Economia Internacional

030

Evolução Global

030

União Europeia

031

Economia Portuguesa

032

Evolução Globa

l

032

Agregados de Depósitos e Crédito

033

Taxas de Juro

034

Evolução Cambial

035

(2)

30

Enquadramento Macroeconómico

Relatório do Conselho de Administração 200

9

ECONOMIA INTERNACIONAL

   EVOLUÇÃO GLOBAL

No final de 2008, a disseminação dos efeitos da crise nos mercados financeiros à economia mundial fez­‑se sentir de forma bastante acentuada, o que conduz­iu a que o crescimento mundial se fixasse, nesse ano, em 3,1%.

O cenário de crise verificado no segundo semestre de 2008 prolongou‑se pelo ano de 2009, designadamente, durante o primeiro trimestre, não obstante as medidas concertadas tomadas pelos governos e bancos centrais. Nesse período, assistiu‑se a uma deterioração da conjuntura económica, caracteriz­ada por decréscimos bastante significativos no investimento e no comércio internacional, que se reflectiu numa subida considerável da taxa de desemprego.

A partir do segundo trimestre de 2009, assistiu‑se a uma estabiliz­ação na economia mundial, dado que a grande maioria dos países apresentaram resultados menos negativos, tendo, inclusivamente, algumas nações, como o Japão, a Alemanha e a França, tal como Portugal, alcançado crescimentos trimestrais positivos.

INDICADORES ECONÓMICOS

(Taxas de variação em %) PIB (a) Inflação Desemprego

2008 2009 2008 2009 2008 2009 União Europeia 1,0 ‑4,0 3,7 (b) 1,0 (b) 7,0 (b) 9,1 (b) Área do Euro 0,6 ‑3,9 3,3 0,2 7,5 9,4 Alemanha 1,2 ‑4,8 2,8 0,2 7,2 7,6 França 0,3 ‑2,3 3,2 0,1 7,4 9,1 Reino Unido 0,5 ‑4,8 3,6 2,1 5,7 8,0 Espanha 0,9 ‑3,6 4,1 ‑0,4 11,3 18,1 Itália ‑1,0 ‑4,8 3,5 0,7 6,8 7,6 EUA 0,4 ‑2,5 3,8 ‑0,4 5,8 9,2 Japão ‑1,2 ‑5,3 1,4 ‑1,2 4,0 5,2 Rússia 5,6 ‑9,0 14,1 11,7 n.d. n.d. China 9,6 8,7 5,9 ‑1,1 n.d. n.d. Índia 7,3 5,6 9,1 7,8 n.d. n.d. Brasil 5,1 ‑0,4 5,9 4,2 n.d. n.d.

OECD: Economic Outlook ‑ Novembro de 2009. (a) FMI: World Economic Outlook Update – Janeiro de 2010. (b) CE: European Economic Forecast – Novembro de 2009. n. d. – Não disponível.

Os indicadores positivos que foram sendo difundidos conduz­iram a constantes reavaliações em alta, por parte do FMI, do crescimento mundial, tendo esta Instituição divulgado, em 26 de Janeiro deste ano, o World Economic Outlook, que aponta para um decréscimo de 0,8% do produto, em 2009.

Embora em desaceleração, não deixa de ser assinalável o crescimento das economias emergentes, nomeadamente a China e a Índia, com taxas estimadas em 8,7% e 5,6%, respectivamente, constituindo‑se como as principais dinamiz­adoras do crescimento económico mundial. União Europeia Área do Euro EUA Japão Rússia China Índia Brasil ‑10,0% 0 5% 10,0% 2008 2009

Produto Interno Bruto

‑5%

Nas economias mais avançadas, a intervenção das instituições monetárias internacionais e as medidas específicas tomadas pelos diversos governos tiveram um papel preponderante na estabiliz­ação dos mercados financeiros e da própria economia real que parece estar a verificar‑se.

De modo a estimular o mercado interbancário e fomentar a concessão de crédito, a Reserva Federal norte‑americana reduz­iu a sua taxa directora para um intervalo próximo de z­ero em

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Dezembro de 2008, enquanto que o BCE interveio por quatro vezes em 2009, fixando a taxa directora em 1% a 13 de Maio. Adicionalmente, estas instituições procederam, ainda, a injecções constantes de liquidez no mercado monetário através de leilões a taxas de juro reduzidas e por prazos alargados.

O papel dos governos foi igualmente fundamental: assistiu‑se à entrada dos Estados no capital das instituições em dificuldades, à compra de activos tóxicos e tem vindo a ser implementado um conjunto de projectos com vista a fomentar a actividade económica. A intervenção de governos e bancos centrais foi de tal forma determinante que, actualmente, o debate está centrado na discussão da hipótese de a estabilização da actividade económica ser efectiva ou ser apenas uma reacção positiva, de natureza conjuntural, dos agentes económicos aos estímulos concedidos.

Interessa, no entanto, referir que, a médio e longo prazo, as ajudas estatais deverão ser progressivamente reduzidas, dado que, de acordo com um estudo publicado pela Comissão Europeia, a não contenção de custos conduzirá a um rácio da dívida pública de 120% do PIB em 2020 na Zona Euro.

Por outro lado, a margem para intervenção dos bancos centrais encontra‑se algo limitada, dado que as taxas de juro estão já a níveis historicamente baixos.

Paralelamente, a nível da inflação, os últimos meses de 2009 reflectem uma tendência de crescimento. Em Julho, o conjunto dos países da OCDE verificaram uma diminuição na taxa anual de inflação de 0,6%, devido, em grande medida, ao efeito de base já que os preços se encontravam a níveis bastante elevados no período homólogo, com destaque para o preço do petróleo.

No entanto, o esbatimento do efeito de base e o prolongamento dos empréstimos dos bancos centrais, a uma taxa reduzida, contribuíram para um aumento da taxa de inflação dos países da OCDE, tendo esta ficado situada em 0,5% no mês de Novembro.

A crise ainda está a ter repercussões na taxa de desemprego na generalidade das economias dado que, não obstante a melhoria dos indicadores de crescimento económico, se observa um aumento continuado do número de desempregados. Este aspecto constitui, porventura, o principal vector de preocupação sobre a sustentabilidade do crescimento económico verificado a partir do 2.º trimestre de 2009, pelo impacto directo que tem sobre o consumo privado e sobre os níveis de confiança dos agentes económicos.

   UNIÃO EUROPEIA

Segundo dados do Eurostat, a Zona Euro apresentou um crescimento no seu produto de 0,4% no terceiro trimestre de 2009 face ao trimestre anterior, o que evidencia uma melhoria em relação aos ‑0,1% verificados no período precedente. Em termos de variação homóloga real, a quebra do PIB foi de 4,0%, após 4,8% no segundo trimestre.

INDICADORES ECONÓMICOS DA UNIÃO EUROPEIA E ÁREA DO EURO

(Taxas de variação em %)

União Europeia Área do Euro 2008 2009 2008 2009 Produto Interno Bruto (PIB) (a) 1,0 ‑4,0 0,6 ‑3,9

Consumo privado 0,8 ‑1,7 0,4 ‑1,0 Consumo público 2,2 2,0 2,0 2,0 FBCF ‑0,3 ‑11,4 ‑0,4 ‑10,7 Procura Interna 0,7 n.d. 0,6 n.d. Exportações 1,6 ‑13,8 1,0 ‑14,2 Importações 1,4 ‑13,4 1,1 ‑12,5

Taxa de Inflação (IHPC) 3,7 1,0 3,3 0,3

Rácios

Taxa de desemprego 7,0 9,1 7,5 9,5

Saldo do Sector Púb. Adm. (em % do PIB) ‑2,0 ‑1,7 ‑1,1 ‑1,0

CE: European Economic Forecast – Novembro de 2009. (a) FMI: World Economic Outlook Update – Janeiro de 2010.

Esta evolução deve‑se, em grande medida, à melhoria verificada nas exportações e na formação bruta de capital fixo.

Num contexto de crise económica, os níveis de poupança tendem a aumentar com uma consequente redução ao nível do consumo privado. No entanto, este indicador tem registado um comportamento alisado, quando comparado com as restantes componentes, verificando um decréscimo trimestral de apenas 0,1%, sendo a variação homóloga negativa em 1,0%.

Para este fenómeno, concorreram dois conjuntos de factores. Por um lado, o nível reduzido do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), que registou uma taxa média de variação de 0,3% em 2009. Por outro lado, o aumento no rendimento disponível, derivado da manutenção do nível de salários, a par de medidas discricionárias com vista à manutenção dos níveis de emprego.

Não obstante a melhoria relativa na Formação Bruta de Capital Fixo no terceiro trimestre do ano, este indicador apresentou uma redução de 11,4% (variação homóloga).

De acordo com os últimos dados divulgados pela Comissão Europeia (Novembro de 2009), a FBCF e as Exportações serão os principais responsáveis pelo decréscimo da actividade

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económica em 2009, com reduções de 10,7% e 14,2%, respectivamente, que se traduzirão numa contracção do PIB de 4%.

Em 2009, o BCE prosseguiu a política de redução das taxas de referência, de forma a dinamizar o mercado monetário interbancário, com o objectivo último de facilitar o acesso ao crédito por parte de empresas e particulares e fomentar o crescimento económico. A par da redução da taxa directora para 1% a 13 de Maio, o BCE tem ainda procedido a diversos leilões de modo a injectar liquidez no sistema financeiro. A 24 de Junho de 2009, procedeu à primeira operação de refinanciamento a 12 meses, tendo realizado mais duas novas operações a este prazo, em Setembro e Dezembro, a uma taxa de 1% num montante total de mais de 172 mil milhões de euros.

O nível de inflação na Zona Euro, medido pelo IHPC, apresentou uma taxa de variação média de 0,3% em 2009, face aos 3,3% verificados em 2008. Esta dinâmica está associada à diminuição do preço dos bens energéticos, bem como à desaceleração dos preços dos produtos alimentares.

Um motivo de preocupação para a recuperação económica prende‑se com a elevada taxa de desemprego, que atingiu um patamar de 10% em Novembro. Apesar de se verificar uma recuperação gradual da economia europeia, os efeitos no nível de desemprego não se deverão sentir de imediato, em função do desfasamento entre o aumento da procura e o seu reflexo na necessidade de mão‑de‑obra por parte das empresas.

ECONOMIA PORTUGUESA

   EVOLUÇÃO GLOBAL

No quarto trimestre de 2009, a economia portuguesa não confirmou a tendência de recuperação iniciada no segundo trimestre do ano, evidenciando um decréscimo trimestral de 0,2%. Em termos homólogos reais, o PIB diminuiu 2,7%, o que representa, apesar de tudo, uma notória melhoria face ao verificado nos primeiros três meses do ano (­‑3,8%). Esta performance esteve associada a um menor abrandamento da procura interna (­‑1,1% face a ‑2,0% no trimestre anterior), apresentando a procura externa líquida um contributo positivo (­0,2%).

INDICADORES DA ECONOMIA PORTUGUESA

(­em %)

2007 2008 2009

PIB (Taxas de variação real) 1,8 0,0 ‑2,7

Consumo privado 1,6 1,7 ‑0,9 Consumo público 0,0 0,7 2,0 FBCF 2,7 ‑1,3 ‑11,7 Procura Interna 1,6 1,1 ‑2,9 Exportações 7,9 ‑0,5 ‑12,5 Importações 6,1 2,7 ‑10,8

Taxa de Inflação (IHPC) 2,4 2,7 ‑0,9

Rácios (a)

Taxa de desemprego 8,0 7,6 9,5

Défice do SPA (­em % do PIB) (­a) ‑2,6 ‑2,7 ‑9,3

Dívida Pública (­em % do PIB) (­a) 63,5 66,3 76,6

BP: Boletim Económico de Inverno – Janeiro de 2010. (­a) OE: Orçamento de Estado para 2010 ‑ Janeiro de 2010.

Esta evolução é explicada pela diminuição mais acentuada das Importações face às Exportações. A dinâmica menos negativa da componente de Exportações de Bens no 4.º trimestre (­‑1,4% face a ‑9,8% no trimestre precedente) deve‑se, em grande medida, à componente de Bens, que passou de uma variação homóloga de ‑10,1% no 3.º trimestre para ‑0,6%.

Desde a disseminação da crise nos mercados financeiros à economia real, o investimento tem evidenciado uma forte diminuição. De acordo com o INE, este agregado verificou uma substancial melhoria ao obter apenas um decréscimo de 9,0% (­variação homóloga) no quarto trimestre de 2009, que é explicada pela Formação Bruta de Capital Fixo em Material de Transporte. Após uma taxa de variação homóloga de ‑37% no segundo trimestre de 2009, este agregado obteve um crescimento de 4,4% no último trimestre do ano. Esta evolução específica é parcialmente justificada pelo efeito de base em função do investimento efectuado no primeiro semestre de 2008 em material aeronáutico.

Para o exercício de 2009, o INE apurou uma redução do PIB de 2,7%, que se ficará a dever, essencialmente, à quebra de 12,6% na FBCF, bem como à diminuição em 11,6% das Exportações, e que deverá ser apenas parcialmente compensada pela redução das Importações (­‑9,2%).

Empresas

Caixa

Esta revista faz parte integrante do Diário Económico nº 4598 de 27 de Março de 2009.

Novos

desafios

para as empresas

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33 Enquadramento Macroeconómico Relatório do Conselho de Administração 200 9

Esta dinâmica não pode ser dissociada do contexto internacional desfavorável verificado nos últimos dois anos.

Em primeiro lugar, a crise nos mercados financeiros que rapidamente se disseminou ao comércio internacional.

Seguidamente, face às restrições de liquidez, verificou‑se uma maior restrição nas condições de acesso ao crédito, tanto pela maior exigência nos critérios de aprovação do mesmo, como pelo aumento dos prémios de risco, associados a um maior incumprimento por parte de particulares e empresas.

Estas duas dinâmicas tiveram ainda como consequência uma redução nos níveis de confiança dos agentes económicos, que induziram a um menor volume de consumo privado e investimento.

Indicadores da Economia Portuguesa

Exportações Importações 2009 2008 2007 -13% PIB Inflação -11% -9% -7% -5% -3% -1% 0 1% 3% 5% 7% 9%

As medidas de política orçamental que foram implementadas pelo Governo Português em 2009 de modo a relançar a economia terão tido um relevante impacto nas contas públicas, tendo sido antecipado no Orçamento de Estado que a dívida pública portuguesa atinja os 76,6% do PIB, face aos 66,3% verificados em 2008.

De acordo com o Orçamento de Estado, o défice orçamental também deverá ter sofrido um acréscimo de 2,7% para 9,3% em 2009.

O mercado de trabalho está a ser seriamente afectado pela crise económica, repercutindo‑ ‑se num aumento da taxa de desemprego, que atingiu os 10,1% no final de 2009. Não obstante o aumento verificado face a 2008 (7,8%), esta evolução beneficiou das medidas de política constantes na “Iniciativa Emprego 2009” que abarcam medidas de apoio ao emprego, estímulo à inserção de jovens e desempregados, a par de um reforço da protecção social. Ao nível da inflação, a taxa de variação homóloga do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) em Dezembro situou‑se em ‑0,1%, o que representa uma aceleração face ao verificado nos dois meses anteriores, fixando‑se a variação média anual nos ‑0,9%. Este indicador encontra‑se 1,2 pontos percentuais abaixo da Área Euro.

   AGREGADOS DE DEPÓSITOS E CRÉDITO

O agregado de liquidez M3, excluindo a circulação monetária, registou um decréscimo de 4,2% face ao período homólogo. Do total de depósitos, merece realce a evolução dos Depósitos de Sociedades Não‑Financeiras, com um crescimento de 4,3%.

AGREGADOS MONETÁRIOS EM PORTUGAL (a)

(TAxAS DE VARIAçãO ANuAl)

2007 2008 2009 (c)

M3, excluindo circulação monetária 9,0% 13,2% -4,2%

Depósitos Totais 5,0% 9,6% ‑0,3%

Depósitos de Sociedades Não‑Financeiras ‑1,5% ‑2,0% 4,3%

Depósitos de Particulares e Emigrantes 8,1% 14,4% 0,7%

Crédito Interno Total 11,4% 10,3% 6,5%

Crédito às Administrações Públicas (b) ‑3,5% 20,8% 119,5%

Crédito a Sociedades Não‑Financeiras 14,2% 11,3% 3,7%

Crédito à Habitação 8,5% 4,3% 2,5%

Crédito ao Consumo e Outros Fins 11,3% 6,2% 1,8%

Fonte: Banco Portugal – Boletim Estatístico, Janeiro 2010.

(a) Taxas de variação com base nos saldos de fim do mês. Nos agregados de Depósitos, não estão incluídos os de IFNM e nos de Crédito estão incluídos os créditos titularizados.

(b) líquido dos Passivos face à Administração Central. (c) Novembro de 2009.

O Crédito Interno Total manteve a tendência de exercícios anteriores de crescimento superior ao dos Depósitos Totais. Neste agregado, deve ser assinalado o crescimento significativo do Crédito às Administrações Públicas, enquanto que o Crédito à Habitação, com uma variação de 2,5%, manteve a desaceleração verificada nos anos anteriores.

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34 Enquadramento Macroeconómico Relatório do Conselho de Administração 200 9     TAXAS DE JURO

Em Outubro de 2008, o BCE inverteu a sua política monetária orientada para um controlo apertado da inflação e iniciou um processo de redução das taxas de referência, concluído a 13 de Maio de 2009 com a fixação da taxa directora em 1%, de forma a dinamizar o mercado monetário interbancário, com o objectivo último de facilitar o acesso ao crédito por parte de empresas e particulares e fomentar o crescimento económico.

As taxas de mercado utilizadas como indexantes das operações de crédito registaram, ao longo do ano, uma redução acentuada, atingindo, sobretudo a partir de Agosto, uma estabilização em níveis historicamente baixos, com as Euribor para prazos iguais ou inferiores a 6 meses abaixo de 1%.

5,0 J F M A M J J A S O N D 4,0 3,0 2,0 1,0 J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D 1m 6m 3m 12m 2007 2008 2009

Euribor

(*) 0,0 6,0

Fonte: Banco de Portugal.

(*) Valores Relativos ao último dia do mês. % 2009 2008 Crédito ao Consumo Crédito à Habitação C. Soc. Não-Fin. 15,0% 35,0% 55,0% 75,0% 95,0% 125,0%

Evolução do Crédito em Portugal

C. Admin. Púb. 0,0% 2007 115,0% -5%

Crédito à Habitação Depósitos Totais

M3, excluindo Circulação Monetária Crédito Interno Total

2006

Moeda e Crédito

(Taxas de variação homóloga)

-5% 0% 15%

5% 10%

JAN. MAR. MAI. JUL. SET. NOV. JAN. MAR. MAI. JUL. SET. NOV. JAN. MAR. MAI. JUL. SET. NOV. JAN. MAR. MAI. JUL. SET. NOV.

2007 2008 2009

Empresas

Caixa

Esta revista faz parte integrante do Diário Económico nº 4724 de 25 de Setembro de 2009.

Nishan Akgulian/Corbis/VMI

MICROFINANCIAMENTO Lance o seu negócio

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35 Enquadramento Macroeconómico Relatório do Conselho de Administração 200 9 TAXAS DE JURO (1) (%) 2007 2008 2009

Dez. Dez. Mar. Jun. Set. Dez.(4)

Taxa dos FED Funds 4,25 0-0,25 0-0,25 0-0,25 0-0,25 0-0,25 Taxa Directora do BCE 4,00 2,50 1,50 1,00 1,00 1,00 Euribor Overnight 3,92 2,35 1,64 0,4 0,53 0,41 1 mês 4,288 2,603 1,121 0,751 0,438 0,45 3 meses 4,684 2,892 1,51 1,099 0,753 0,7 6 meses 4,707 2,971 1,67 1,313 1,016 0,994 12 meses 4,745 3,049 1,812 1,504 1,236 1,248

Novas Operações de Crédito

Sociedades Não-Financeiras (2) 5,69 5,75 4,19 3,72 3,42 3,19

Particulares – Habitação 5,18 4,96 3,02 2,54 2,29 2,23

Depósitos a Prazo e de Poupança (3)

Sociedades Não-Financeiras 4,75 4,49 2,62 2,07 1,62 1,49

Particulares 3,23 3,89 3,31 2,44 2,17 2,03

Fonte: Banco de Portugal – Boletim Estatístico, Jan./2010. (1) Taxas relativas ao último dia do mês.

(2) Operações acima de 1 milhão de euros. (3) Depósitos com prazo acordado até 2 anos.

(4) Nov. 09 para Novas Operações de Crédito e Depósitos a Prazo e de Poupança.

Embora as taxas passivas também tenham registado um decréscimo, em linha com as taxas activas, é de assinalar que, no segmento de particulares, essa redução foi menos acentuada, pelo menos comparativamente ao crédito à habitação.

   EVOLUÇÃO CAMBIAL

A taxa de câmbio do euro face ao dólar registou, em Dezembro de 2009, um valor médio de 1,461 USD, o que representa uma valorização de 8,62% face ao ano anterior. Com uma evolução quase constante, a taxa de câmbio EUR/USD valorizou-se para os níveis observados no final de 2007.

Comparativamente à libra esterlina, a taxa de câmbio manteve-se praticamente inalterada ao longo de 2009, enquanto que face ao iene registou uma valorização de 7,1%.

Taxas de Câmbio do Euro

Valores médios mensais

J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D 2007 2008 2009 USD GBP 1,40 1,20 1,00 0,80 0,60 1,60

Fonte: Banco de Portugal.

JPY 110 120 130 140 150 160 170 180 JPY USD  e  GBP

TAXAS DE CÂMBIO DO EURO

(Valores médios mensais em %)

USD GBP JPY

Dez. 07 1,457 0,726 163,55

Dez. 08 1,345 0,904 122,51

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36 Enquadramento Macroeconómico Relatório do Conselho de Administração 200 9    MERCADO DE CAPITAIS

Os primeiros meses de 2009 foram ainda marcados por um ambiente sombrio dominado pelo fortalecimento da interacção entre a crise financeira e a actividade económica, com a divulgação de indicadores económicos mundiais negativos e o aumento da aversão ao risco por parte dos investidores.

Um sinal de que a crise financeira ainda não tinha terminado foi dado pela revisão em baixa dos ratings atribuídos a bancos e empresas não-financeiras. Também os bancos nacionais não escaparam a esta situação, tendo sido alvo de downgrade por parte das agências de

rating. Paralelamente, foram ainda atribuídos outlooks negativos aos ratings de várias

instituições financeiras, assim como ao da República Portuguesa.

A partir do segundo trimestre, contudo, os mercados financeiros apresentaram uma gradual normalização no seu funcionamento, num ambiente de menor volatilidade e de aumento da procura, por parte dos investidores, de activos com risco mais elevado, apoiados pela revisão em ligeira alta das projecções para a economia mundial e por medidas de politica monetária menos convencionais por parte dos Bancos Centrais, complementadas por incentivos de apoio à estabilidade financeira por parte dos governos.

Mediante um ambiente de optimismo moderado, os mercados accionistas, a reflectirem a divulgação de resultados mais positivos pelas empresas, registaram uma recuperação substancial generalizada. Também as dívidas, privada e pública, apresentaram um incremento nos volumes emitidos e uma redução dos respectivos spreads.

Estes factores tiveram impactos positivos nos balanços da maioria das instituições financeiras, incluindo as nacionais, permitindo, deste modo, uma recuperação do valor das respectivas carteiras de títulos, dos resultados relacionados com operações financeiras e, ainda, contribuindo para um reforço dos respectivos fundos próprios.

  Mercado accionista

Os primeiros meses de 2009 foram para o mercado accionista de continuação da tendência de queda forte observada em 2008, tendo as perdas registadas até aos mínimos do ano verificados na primeira metade de Março ascendido a cerca de 25% nos mercados desenvolvidos ocidentais.

Índices BoLsistas

2008 2009

Índice Variação Índice Variação

Dow Jones (Nova Iorque) 8 776 -33,9% 10 428 18,8%

Nasdaq (Nova Iorque) 1 577 -40,5% 2 269 43,9%

FTSE (Londres) 4 434 -31,3% 5 413 22,1% NIKKEI (Tóquio) 8 860 -42,1% 10 546 19,0% CAC (Paris) 3 218 -42,7% 3 936 22,3% DAX (Frankfurt) 4 810 -40,4% 5 957 23,8% IBEX (Madrid) 9 196 -39,4% 11 940 29,8% PSI-20 (Lisboa) 6 341 -51,3% 8 463 33,5%

As medidas de política monetária e fiscal implementadas pelas autoridades, e a consequente estabilização do sistema financeiro mundial, permitiram encetar, a partir daí, uma recuperação dos mercados accionistas numa magnitude sem paralelo em décadas, conduzindo a que se encerrasse o ano com os maiores ganhos dos últimos anos. As subidas ascenderam a 19% no Dow Jones e no Nikkei e 21% no EuroStoxx50, enquanto o PSI20 subiu 33%, o melhor registo desde 1997, sendo a segunda melhor prestação entre os mercados accionistas europeus, depois do AEX holandês com uma subida de 36%. Destaque, em 2009, para os mercados emergentes, onde o desempenho dos mercados accionistas superou largamente o verificado nos mercados desenvolvidos.

Esta inversão na tendência dos mercados foi sustentada, ao longo do ano, pela melhoria da conjuntura macroeconómica mundial, assim como pelas surpresas positivas ao nível dos resultados das empresas, fruto, em particular, das medidas de ajustamento implementadas na componente de custos, num quadro de partida em que as valorizações das empresas se encontravam a níveis muito deprimidos.

  Mercado oBrigacionista

Depois de, em 2008, o mercado de obrigações ter sido marcado por um violento alargamento dos spreads da dívida privada face à dívida pública e por uma não menos significativa redução nas taxas de rendibilidade desta última (em função da acentuada deterioração das economias e dos incisivos cortes de taxas pelos bancos centrais), o desempenho deste mercado no ano de 2009 foi caracterizado por uma expressiva recuperação ao nível da dívida privada por oposição ao aumento do prémio de risco na dívida pública.

O comportamento da dívida privada evidenciou dois períodos marcadamente diferentes. Até à primeira metade de Março, este mercado, à semelhança dos outros activos de risco, apresentava um registo negativo, com os spreads a alargarem, impulsionados, em particular pela dívida do sector financeiro (e dentro deste pelo segmento de dívida subordinada) que

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Relatório do Conselho de Administração 200

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atingiram novos máximos, um sinal de que era neste sector que a crise se manifestava de forma mais aguda. As medidas decididas e enérgicas anunciadas, então, pelos governos e bancos centrais, em particular os norte‑americanos, inverteram o rumo dos acontecimentos, permitindo ao mercado de dívida privada encetar um período de estreitamento de spreads, que, no final do ano, era já de cerca de 65% face aos máximos.

Na dívida pública, a principal dicotomia encontra‑se entre o registo obtido pelas maturidades mais curtas da curva de rendimentos, que, na maioria dos países, desceram ao longo do ano (vários registaram, inclusivamente, mínimos históricos em 2009), e os prazos mais longos, que subiram (embora de forma modesta na maioria dos casos), o que teve como consequência um aumento significativo da inclinação da curva de rendimentos. Enquanto as obrigações a curto e médio prazo beneficiaram dos cortes de taxas por parte dos bancos centrais e da expectativa de que estas permanecessem baixas por um período prolongado de tempo, as maturidades mais longas foram afectadas pela melhoria dos indicadores económicos e pelo avolumar das necessidades de financiamento dos governos, algo que nem mesmo a compra destes títulos em mercado por parte de alguns bancos centrais (FED e Banco de Inglaterra) conseguiu anular. A principal excepção ao comportamento ainda assim benigno das taxas de rendibilidade das obrigações de governo no ano de 2009 registou‑se nos EUA, onde, depois dos mínimos históricos observados no final de 2008, as taxas subiram, no caso dos prazos mais longos de forma já algo significativa (de 2,05% para 3,85% a 10 anos).

As obrigações da dívida pública portuguesa seguiram, de forma geral, a evolução das taxas da Área do Euro. Numa primeira fase, a dívida pública dos países europeus sofreu um alargamento de spreads face à dívida alemã, ao qual Portugal não ficou incólume, e que foi motivado pela preocupação dos investidores com a deterioração das contas públicas e aumento da dívida decorrente da crise económica e das intervenções no sistema financeiro que ocorreram em alguns países europeus. Porém, também aqui foi visível, a partir de Março, um expressivo retrocesso, tendo sido possível encerrar o ano com um estreitamento face aos níveis do final do ano anterior na maioria dos casos, incluindo Portugal.

Referências

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