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Resolução de algumas questões do questionário I por Leonel Figueiredo de Alencar Professor da disciplina Morfossintaxe do Alemão UFC

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Palavras-chave: léxico mental, dicionário, morfologia, morfossintaxe do alemão, morfema, prefixo, sufixo,

circunfixo, lexicologia, lexicografia, abreviatura, acrônimo, palavra ortográfica, palavra morfológica, palavra sintática, lexema, lema, unidade lexical, forma de citação

MEIBAUER, Jörg et al. Einführung in die germanistische Linguistik [Introdução à lingüística germânica]. Stuttgart: Metzler, 2002.

Capítulo 2, "Léxico e Morfologia", Seção 2.1, "Léxico", S. 15-21

Resolução de algumas questões do questionário I por Leonel Figueiredo de Alencar – Professor da disciplina Morfossintaxe do Alemão – UFC

Última atualização: 14.2.2006 23:28 – Versão 1.0 – Comentários, críticas, correções e sugestões ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| /////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////// Questão 7) Questão 8) Questão 9 Questão 10 Questão 11 Questão 12 Questão 13 Questão 14 Questão 15 Questão 16 Questão 17 Questão 18 ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| ///////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

Q7) Nesta questão, a tabela deve ser completada a partir da aplicação, à análise da frase (1), dos conceitos de palavra ortográfica, palavra morfológica, morfema, palavra simples, palavra complexa e palavra sintática. Essa noções são explicadas na seção 2.1.3 do capítulo 2 de Meibauer et al. (2002).

(1) Die Deutschlehrerinnen hatten vor, die Stahltür des Hochhauses zu öffnen. 'As professoras de alemão tencionavam abrir a porta de aço do edifício.'

A primeira dessas noções é a mais simples de todas. Segundo Meibauer et al. (2002:17), uma palavra ortográfica é uma seqüência contínua de letras delimitada por espaços em branco.1 Desse modo, uma palavra ortográfica não pode conter dentro de si nenhum espaço

em branco. Com base nesse conceito, a frase-exemplo contém 10 palavras ortográficas. Note-se que as Note-seqüências hatten vor "tencionavam" e zu öffnen "abrir" são interrompidas por

(2)

espaços em branco, constituindo, portando, quatro palavras ortográficas. Na variante de (1) em (2), contudo, há apenas 9 palavras ortográficas, pois não há espaço em branco dentro da seqüência de letras aufzumachen, que conta, portanto, como uma única palavra ortográfica. Esse contraste entre (1) e (2) pode ser verificado em editores de texto como o Word, que emprega o critério ortográfico para a contagem de palavras de um texto.

(2) Die Deutschlehrerinnen hatten vor, die Stahltür des Hochhauses aufzumachen. 'As professoras de alemão tencionavam abrir a porta de aço do edifício.'

Segundo a definição do capítulo, uma palavra morfológica consiste num morfema livre ou numa combinação livre de morfemas. O morfema, por sua vez, é tradicionalmente definido como a menor unidade de construção das palavras dotada de significado. Essa definição implica que, para identificar os morfemas constitutivos de uma cadeia sintática qualquer, é preciso saber o que é o significado de uma expressão lingüística. Não há, porém, consenso entre os lingüistas a esse respeito.

Com certeza, não será difícil identificar em (1) as cadeias hoch 'alto', Tür 'porta', Stahl 'aço' e Haus 'casa', 'prédio', 'edifício' etc. como constituindo unidades mínimas de significado, i.e. morfemas. De fato, podemos determinar facilmente o significado de cada um desses elementos, na medida em que podemos enumerar entidades da realidade extralingüística que se enquadram nas respectivas categorias conceptuais. Do mesmo modo, na cadeia Lehrerin pode-se identificar facilmente a noção de 'ensinar', expressa por meio da raiz lehr-. Com um pouco mais de esforço, os sufixos -er e -in, que integram dezenas de outros substantivos deverbais do alemão, como Malerin 'pintora' e Leserin 'leitora', serão também identificáveis como unidades mínimas de significado, à semelhança, respectivamente, dos sufixos do português -or e -a em pintora.

Contamos na frase (1) 21 morfemas, como podemos ver em (3). Seguindo a convenção de Meibauer (2002), utilizamos o símbolo + para indicar a segmentação das palavras em morfemas. Os números assinalados por # indicam a quantidade de morfemas das seqüências imediatamente precedentes. No Quadro 1 abaixo, apresentamos uma classificação desses morfemas.

(3) D+ie #2 Deutsch+lehr+er+in+nen #5 hat+t+en vor #3, d+ie #2 Stahl+tür #2 d+es #2 Hoch+haus+es #3 zu öffn+en #2.

Enquanto não há, como vimos, a menor dificuldade, por exemplo, em identificar 5 morfemas na forma Deutschlehrerinnen, algumas explicações se fazem necessárias a respeito da análise das formas verbais hatten vor e zu öffnen. No primeiro caso, a partícula separável

vor não é morfema, pois é destituída, nesse caso, de significado. É verdade que existe em

alemão a preposição vor 'diante de'. Do mesmo modo, há o verbo haben 'ter'. No entanto, o significado de vorhaben 'tencionar' não pode ser depreendido a partir da combinação dos

(3)

significados de vor e haben (o que resultaria na noção de 'ter diante'), do mesmo modo que o significado de Maler 'pintor' é depreensível a partir dos significados de mal- e -er, correspondentes aos morfemas do português pint- e -or. A agramaticalidade do exemplo abaixo evidencia que essa não é a tradução correta de vorhaben:

(4) *As professoras de alemão tinham diante abrir a porta de aço do edifício. Morfema Classificação

d- raiz do artigo definido

-ie sufixo flexional (plural, nominativo)2 Deutsch raiz nominal

lehr- raiz verbal

-er sufixo derivacional (forma substantivos a partir de verbos)

-in sufixo derivacional (forma substantivos femininos a partir de masculinos)

-nen3 sufixo flexional (plural)

hat-...vor raiz verbal

-t sufixo de pretérito (verbos fracos)

-en sufixo flexional (3 ª pessoa do plural)

d- raiz do artigo definido

-ie sufixo flexional (feminino, singular, acusativo)

Stahl raiz nominal

Tür raiz nominal

d- raiz do artigo definido

-es sufixo flexional (neutro, singular, genitivo)

hoch raiz adjetival

Haus raiz nominal

-es sufixo flexional (neutro, singular, genitivo)

zu ...-en "infinitivo com zu"

öffn- raiz verbal

Quadro 1: Classificação dos 21 morfemas de (3).

A partícula vor integra junto com hat- a raiz verbal. Trata-se de um único morfema, o qual se apresenta de forma descontínua na frase (1), mas que, noutros contextos sintáticos, pode constituir parte de uma única palavra morfológica, como em (5).

2 Não há necessidade de especificar o gênero gramatical para as formas do artigo no plural, já que, no alemão,

não há, nesse caso, uma diferenciação formal entre os gêneros. Isso pode ser representado em PROLOG por meio do predicado genus(_), em que a variável anônima _ serve para qualquer gênero.

3 Essa análise baseia-se no dicionário Duden Deutsches Universalwörterbuch. Alternativamente, pode-se

(4)

(5) weil die Deutschlehrerinnen vorhat+t+en #3, die Stahltür des Hochhauses zu öffnen

'porque as professoras de alemão tencionavam abrir a porta de aço do edifício' Também se tem um morfema descontínuo em zu öffnen, pois o elemento zu faz parte da flexão de infinitivo -en. Enquanto o "infinitivo puro" öffnen, exigido tipicamente por verbos modais como wollen 'querer', é marcado apenas por uma flexão de natureza sufixal (veja-se a variante (6) de (1)), o "infinitivo com zu", exigido por verbos não-modais como vorhaben 'tencionar', é marcado pelo circunfixo zu-...-en.4

(6) Die Deutschlehrerinnen wollten die Stahltür des Hochhauses öffnen. 'As professoras de alemão tencionavam abrir a porta de aço do edifício.'

Se o circunfixo zu-...-en em (3) é um morfema, à semelhança do -en de öffnen em (6), que significado podemos lhe atribuir? Como vimos acima, um morfema, segundo a concepção usual, é uma unidade mínima de significado. Certamente, se zu-...-en é dotado de significação, isso não ocorre da mesma forma que com a raiz nominal Deutsch 'alemão' ou o sufixo -in de feminino, pois esses dois elementos remetem a determinados aspectos da realidade extralingüística. O significado dos morfemas de infinitivo (admitindo que se trate mesmo de significado) é de natureza interna à língua. Para alguns autores, elementos como o -en do infinitivo possuem um "significado categorial", pois expressam categorias gramaticais da língua (cf. Kloeke 1982:160). Por exemplo, o sufixo -en na forma öffn+en expressa o significado categorial de "infinitivo puro" (i.e. sem o elemento zu). Outros autores preferem reservar a noção de significado para elementos como Deutsch 'alemão' ou -in 'feminino', interpretáveis em termos de categorias da realidade extralingüística (cf. Löbner 2003:16). Dadas essas dificuldades envolvendo a noção de significado, apresenta-se, na seção 2.3.1 de Meibauer et al. (2002:29), uma definição de morfema que dela prescinde. Nessa concepção, o

zu e o -en do infinitivo são morfemas porque expressam propriedades extrafonológicas.

Em (3), há oito palavras morfológicas, ou seja, oito itens que satisfazem a definição de palavra morfológica, que é um morfema livre ou uma combinação livre de morfemas. Isso se pode verificar em (7). Diz-se que um elemento é livre, nesse caso, quando pode ocorrer sozinho numa frase. O morfema d-, i.e. a raiz do artigo definido, por exemplo, não é livre. A combinação Deutschlehr- também não é livre. A forma do artigo definido die e a combinação

Stahltür, no entanto, são livres.

4 Sobre a noção de circunfixo, consulte-se Meibauer et al. (2002:32). A análise de zu öffnen como resultado da

combinação da raiz verbal öffn- e um cincunfixo não é, naturalmente, a única possível. Alternativamente, zu pode ser considerado um prefixo que toma um verbo no infinitivo presente como base. Esse tipo de análise, que preserva o princípio da ramificação binária na estrutura das palavras (cf. Meibauer et al. 2002:36), é também aplicável a formas de particípio como geöffnet 'aberto' e geschlossen 'fechado'.

(5)

(7) D+ie #1 Deutsch+lehr+er+in+nen #1 hat+t+en vor #1, d+ie #1 Stahl+tür #1 d+es #1 Hoch+haus+es #1 zu öffn+en #1.

A frase (1) só contém, portanto, palavras morfológicas complexas, algumas das quais contêm em si outras palavras morfológicas. Por exemplo, Deutschlehrerinnen é uma palavra morfológica que comporta em si as palavras morfológicas Deutsch, Deutschlehrer,

Deutschlehrerin, Lehrer, Lehrerin e Lehrerinnen, do mesmo modo que Hochhauses comporta hoch, Haus, Hauses e Hochhaus, também todas elas palavras morfológicas.

Na variante de (1) em (8), há também exatamente oito palavras morfológicas. As palavras Frau e will, contudo, são simples.

(8) D+ie #1 Frau #1 will #1 d+ie #1 Tür #1 d+es #1 Hoch+haus+es #1 öffn+en #1. 'A mulher quer abrir a porta da casa.'

Embora a frase (1) não apresente nenhuma palavra simples (Simplex) sozinha, se realizarmos uma segmentação de todas as palavras complexas em morfemas, como em (3), obteremos as seguintes palavras mono-morfemáticas (Simplizia), i.e. morfemas que ocorrem livremente: Deutsch, Stahl, Tür, hoch e Haus. Os exemplos a seguir evidenciam que esses morfemas são livres:

(9) a. Die Tür ist aus Stahl. 'A porta é de aço.'

b. In diesem Haus wird Deutsch gesprochen. 'Nesta casa fala-se alemão.'

c. Diese Tür ist hoch. 'Esta porta é alta.'

A última noção a ser aplicada na análise da frase (1) é a de palavra sintática. Conforme a definição dada por Meibauer et al. (2002), as palavras sintáticas são as formas vocabulares (Wortformen), i.e. os diferentes elementos de um mesmo paradigma, constituído por uma determinada unidade lexical. No caso de (1), o número de formas vocabulares coincide com o de palavras morfológicas. Na variante de (1) em (10), porém, há apenas 7 formas vocabulares, pois as duas últimas ocorrências da palavra die (destacadas em negrito) instanciam a mesma forma vocabular do artigo definido, caracterizada pelos traços [feminino], [singular] e [acusativo].

(10) Die Deutschlehrerin hatte die Absicht, die Stahltür zu öffnen. 'A professora de alemão tinha a intenção de abrir a porta de aço.' Em resumo, a tabela da questão deve ser preenchida da seguinte forma:

(6)

Palavras ortográficas 10

Palavras morfológicas 8

Morfemas 21

Morfemas livres (Simplizia) 5

Palavras complexas 8

Palavras sintáticas 8

Q8) A forma de citação de uma palavra morfológica é aquela forma do paradigma que é utilizada nos dicionários como título do verbete (artigo de dicionário) onde se descreve a palavra. Aplicando essa noção à frase (1), temos as formas de citação der, Deutschlehrer,

vorhaben, Stahltür, Hochhaus e öffnen.

Propriedades

Fonológicas ['haUsty:r]5

Morfológicas [Haus+tür], feminino, classe flexional 4 (cf. Meibauer 2002:23)

Sintáticas substantivo

Semânticas hipônimo de Tür 'porta'

Quadro 2: Entrada simplificada de Haustür 'porta da casa'.

Q9) Lema (em alemão das Lemma, die Lemmata) é o nome técnico dado em lexicografia a cada um dos verbetes (artigos) de um dicionário. Exemplos de lemas no Duden

Deutsches Universalwöterbuch: der, Deutschlehrer, vorhaben, Hochhaus e öffnen. A noção

de lema é também muito importante na lingüística de corpus, subdisciplina da lingüística computacional que trabalha com grandes coleções de textos (os chamados corpora) em formato digital. Há programas de computador capazes de lematizar esses bancos de dados, i.e. atribuir cada forma vocabular a um determinado lema. Por exemplo, formas como öfnnest e

aufzumachen são atribuídas automaticamente aos lemas öffnen e aufmachen, respectivamente.

Desse modo, o usuário de um corpus eletrônico só precisa realizar uma busca pelos lemas

öffnen e aufmachen para obter frases com as diferentes formas desses verbos.

Uma entrada lexical consiste no conjunto de informações de natureza fonológica, morfológica, sintática e semântica que o falante de uma língua possui armazenadas em seu léxico mental a respeito de um determinado lexema. Um exemplo de entrada lexical (simplificada) para o lexema Haustür 'porta da casa' é dado no Quadro 2 acima.

Q10) Sob o aspecto semântico, as palavras diferem quanto à capacidade de expressar significado de forma autônoma ou não. Enquanto as palavras Haus 'casa', 'edifício' etc. e Tür 'porta', que correspondem a morfemas livres, possuem um significado autônomo, um morfema preso (gebunden) como -er só pode expressar um significado combinando-se, por exemplo,

(7)

com uma raiz verbal: Lehrer 'professor', Maler 'pintor'. Outras palavras, como zu no exemplo (1), aparentemente não têm significado ou, se o têm, esse significado não é da mesma natureza que o de elementos como o sufixo -er ou a raiz verbal mal-, correspondentes em português a -or e pint- em pintor.

Q11) A lexicologia é a subdisciplina da lingüística voltada para o léxico2, que é um dos

subcomponentes de um modelo teórico da faculdade humana da linguagem. A construção do léxico2 fundamenta-se em evidências sobre o léxico mental (=léxico3). A lexicografia, pelo

contrário, tem como objeto o léxico1, i.e. o dicionário.

Q12) Como o exemplo de entrada lexical para a palavra Haustür 'porta da casa' no Quad acima mostrou, o conhecimento do falante sobre cada uma das palavras de sua língua consiste num feixe de informações de natureza fonológica, morfológica, sintática e semântica.

Q13) No léxico, há também entradas lexicais para unidades abaixo do nível da palavra, como prefixos (por ex. be-, que, entre outras funções, forma verbos transitivos a partir de bases intransitivas, cf. (11)) e sufixos (por ex. -bar, equiparável ao sufixo -vel do português, que forma adjetivos a partir de verbos transitivos, cf. (12)).

(11) a. Die Kinder lachten über den Lehrer. 'As crianças riram do professor.'

b. Die Kinder belachten den Lehrer.

as crianças.NOM riram o professor.ACUS

'As crianças riram do professor.' (12) a. Dieses Problem kann man lösen. 'Pode-se resolver este problema.'

b. Dieses Problem ist lösbar. 'Este problema é solucionável.'

Q14) Não há consenso entre os teóricos a respeito da inclusão ou não das formas vocabulares no léxico. Para Meibauer et al. (2002:19), as duas posições são defensáveis. Conforme o primeiro ponto de vista, as diferentes formas assumidas por um mesmo lexema não são listadas individualmente no léxico. Em vez disso, a entrada lexical do lexema indica o modelo pelo qual a palavra se flexiona. Desse modo, não há no léxico uma entrada lexical específica para uma forma como Hauses (genitivo singular de Haus 'casa'), uma vez que é na entrada lexical de Haus 'casa' que consta a informação de que esse substantivo se flexiona conforme o tipo flexional 1, classe esta constituída pelos substantivos neutros fortes como, por exemplo, Kind 'criança', Buch 'livro' e Feld 'campo'. Nessa abordagem, a produção das formas flexionadas constitui um processo que ocorre fora do léxico. Pelo segundo ponto de vista, todas as formas flexionadas aparecem em entradas próprias no léxico. Essa proposta

(8)

Q15) Tanto as abreviaturas (Abkürzungen) quanto os acrônimos (Akronyme) e as reduções (Kürzungen) constituem processos de formação de palavras responsáveis pelo enriquecimento do léxico. No primeiro tipo, tipicamente se forma uma nova palavra a partir das letras iniciais das palavras de uma expressão-base. As letras que constituem a abreviatura, contudo, são pronunciadas individualmente. Um exemplo em português é a sigla TRE, derivada da expressão-base Tribunal Regional Eleitoral. No acrônimo, também se utilizam letras ou sílabas iniciais das palavras de uma expressão-base. Nesse caso, porém, pronuncia-se a expressão derivada como uma palavra qualquer da língua, i.e. as letras não são soletradas individualmente como na abreviatura. Um exemplo disso em português é a expressão INCRA, derivada de Instituto Nacional de Reforma Agrária. Finalmente, nas reduções, forma-se uma nova palavra a partir de uma ou mais sílabas iniciais de uma expressão-base, como, por exemplo, nos seguintes casos em português: auto < automóvel, refri < refrigerante e ar <

(aparelho de) ar condicionado.

Abkürzung Kürzung Akronym

Mathe < Mathematik ++++++++

Kripo < Kriminalpolizei ++++++++

WG < Wohngemeinschaft ++++++++

Zoo < Zoologischer Garten ++++++++

PC < Personalcomputer ++++++++

Mofa < Motorfahrad ++++++++

CD < Compact Disc ++++++++

Q16) O léxico não consiste apenas de palavras como Haus 'casa', Stahl 'aço' etc. Há tanto unidades menores que a palavra, como vimos na questão 13), quanto unidades compreendendo mais de uma palavra. Esse é o caso das expressões idiomáticas, como, por exemplo, das Handtuch werfen 'desistir', que significa literalmente 'jogar a toalha' (cf. (13)). Freqüentemente, o significado de uma expressão idiomática não é depreensível a partir do significado das palavras que a compõem, como se exemplifica em (14).

(13) Weil die Mannschaft nicht geschlossen hinter ihm stand, warf der Trainer das Handtuch.6

'Porque o time não o estava apoiando unanimemente, o treinador desistiu.' (14) Der Unternehmer schob dem Politiker den schwarzen Peter zu.

o empresário empurrou o pedro negro para o político 'O empresário jogou a culpa no político.'

(9)

Q17) No léxico mental, as entradas lexicais se organizam em diferentes tipos de estruturas. Uma das mais importantes formas de organização dos itens lexicais é o campo semântico, constituído de itens que compartilham uma ou mais propriedades semânticas. Por exemplo, as palavras Mädchen 'moça', Junge 'rapaz', Mann 'homem' e Frau 'mulher' constituem um desses campos, caracterizado pelo fato de todos os integrantes do campo apresentarem uma especificação positiva ou negativa para as propriedades semânticas [feminino] e [adulto]. Os itens que constituem esse campo diferem entre si por meio dessas especificações, representadas como traços semânticos (semantische Merkmale). Por exemplo,

Mädchen 'moça' tem os traços [+feminino] e [-adulto], distinguindo-se de Junge 'rapaz',

marcado como [-feminino] e [-adulto].

Outras formas de organização do léxico envolvem as relações semânticas de hiperonímia e hiponímia. Os termos em alemão designativos de águas (Gewässer), como

Wasserlauf 'curso d'água' e Rinnsal 'regato', formam uma dessas estruturas. De fato, Wasserlauf é hiperônimo de Rinnsal (e, conseqüentemente, Rinnsal é hipônimo de Wasserlauf), i.e. todo regato é um curso d'água. As relações inversas de hiperonímia e

hiponímia, contudo, não subsistem nesse caso, pois nem todo curso d'água é um regato, i.e.

Rinnsal não é hiperônimo de Wasserlauf.

Essas são apenas duas das formas de organização no léxico mental. A existência dessas estruturas é comprovada por meio de experimentos psicolingüísticos que recorrem, por exemplo, às associações que diferentes informantes fazem, em testes, entre as palavras. Comprovou-se nesses testes que mais da metade das pessoas associam uma palavra como

Hammer 'martelo' a Nagel 'prego'.

Q18) Em construção. Q19) Em construção. Q20) Em construção

Referências

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