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RELATÓRIO DE ATIVIDADES DO CNSA (Exercício de 2012)

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RELATÓRIO DE ATIVIDADES DO CNSA

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CONTEÚDO PÁGINA

1. INTRODUÇÃO ... 3

2. ATIVIDADE DESENVOLVIDA EM 2012 ... 4

2.1 - Desenvolvimento do atual modelo de supervisão ... 4

2.2 - Supervisão do controlo de qualidade ... 4

2.2.1 - Caraterização da atividade de auditoria em Portugal ... 4

2.2.2 - Controlo de qualidade ... 5

2.3 - Ações de enforcement ... 10

2.4 - Atividade regulatória ... 10

2.5 - Cooperação institucional do CNSA ... 10

2.6 - Divulgações ... 11

2.7 - Análise de reclamações ... 11

3. RECURSOS AFETOS ... 11

3.1 - Recursos humanos ... 12

(3)

1.

I

NTRODUÇÃO

Nos termos da alínea n) do n.º 1 do artigo 11.º dos Estatutos do Conselho Nacional de Supervisão de Auditoria (CNSA), aprovados pelo Decreto-Lei n.º 225/2008, de 20 de novembro, apresenta-se o relatório de atividades desenvolvidas pelo CNSA em 2012.

O CNSA é constituído por representantes do Banco de Portugal (BdP), da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), do Instituto de Seguros de Portugal (ISP), da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (OROC) e da Inspecção-Geral de Finanças (IGF). Em 2012, o Conselho foi composto pelo Dr. José António da Silveira Godinho, membro do Conselho de Administração do BdP, que presidiu, pelo Prof. Doutor Carlos Francisco Ferreira Alves, membro do Conselho Diretivo da CMVM (até março de 2012, a CMVM foi representada pela Dra. Maria dos Anjos Capote), pela Prof. Doutora Maria de Nazaré Esparteiro Barroso, membro do Conselho Diretivo do ISP (até agosto de 2012, o ISP foi representado pelo Dr. Rui Carp), pelo Prof. Dr. José de Azevedo Rodrigues, Presidente do Conselho Diretivo da OROC, e pela Dra. Maria Isabel Castelão Silva, Subinspetora Geral da IGF.

O Secretariado Permanente foi composto pelo Dr. Pedro Pereira, indicado pelo BdP, que foi designado Secretário-Geral em 20 de dezembro de 2011 para um mandato de três anos, pela Dra. Andreia Carvalho, que substituiu o Dr. Mário Freire a partir de outubro de 2012, ambos indicados pela CMVM, pelo Dr. Tiago Mateus, indicado pelo ISP, pela Dra. Ana Cristina Doutor, indicado pela OROC, e pelo Dr. Ricardo Jerónimo, indicado pela IGF.

O CNSA assume a responsabilidade final pela supervisão:

i) Da aprovação e do registo dos revisores oficiais de contas (ROC) e das sociedades de revisores oficiais de contas (SROC);

ii) Da adoção das normas em matérias de deontologia profissional, de controlo de qualidade interna das SROC e de procedimentos de auditoria; e

iii) Da formação contínua, do controlo de qualidade e de sistemas de inspeção e disciplinares.

A criação desta estrutura, na qual se integram entidades com competências de supervisão e regulação das entidades de interesse público (EIP)1, visou assegurar uma supervisão eficaz do exercício da atividade de auditoria em Portugal e, simultaneamente, uma cooperação e coordenação eficazes entre Estados-Membros.

1 São assim designadas as entidades cujos valores mobiliários se encontrem admitidos à negociação em mercado regulamentado, as instituições de crédito que estejam obrigadas à revisão legal das contas, as empresas de seguros e outras entidades consideradas de relevância pública significativa em razão do seu tipo de atividade ou da sua dimensão (conforme previsto no artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 225/2008, de 20 de novembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 71/2010, de 18 de junho). Para os ROC e SROC destas entidades estabelecem-se requisitos mais restritos, designadamente ao nível da periodicidade do controlo de qualidade (externo), de regras de transparência e de rotação.

(4)

2.

A

TIVIDADE DESENVOLVIDA EM

2012

O exercício em referência foi caraterizado pelo aprofundamento da supervisão do controlo de qualidade, incluindo a verificação da adoção de medidas para as situações de melhoria e recomendações apresentadas pelo CNSA em ciclos anteriores, pelo prosseguimento dos trâmites necessários em relação a um procedimento administrativo desencadeado pelo CNSA junto de uma SROC e de dois dos seus sócios, bem como pela participação do CNSA nas discussões sobre as propostas legislativas da Comissão Europeia para a atividade de auditoria.

2.1 -

Desenvolvimento do atual modelo de supervisão

Em 2012 foi mantido o modelo de funcionamento, assente numa estrutura flexível de recursos humanos, privilegiando-se, além dos trabalhos desenvolvidos pelos membros permanentes do Conselho e do Secretariado Permanente, a constituição de grupos de trabalho, integrando técnicos de uma ou mais entidades representadas no CNSA, sempre que as matérias em apreço necessitavam de uma análise técnica específica e aprofundada.

Contudo, a experiência obtida desde o início de funções do CNSA e os desafios decorrentes da intensificação das suas atividades, fundamentam a necessidade de reforço da alocação de recursos técnicos em maior permanência a determinados projetos bem como a sistematização e melhoria contínua dos procedimentos implementados.

2.2 -

Supervisão do controlo de qualidade

O CNSA, no exercício das suas funções e na sequência do planeamento realizado, desenvolveu a sua atividade de supervisão do controlo de qualidade programado para o ciclo 2011/2012, ao abrigo do seu Regulamento n.º 654/2010, publicado no Diário da República, 2.ª Série, de 30 de julho.

2.2.1 - Caraterização da atividade de auditoria em Portugal

Em 31 de dezembro de 2012, encontravam-se inscritos 1.273 ROC, dos quais apenas 897 exerciam efetivamente a atividade de revisão legal de contas.

Dos ROC em atividade, cerca de 76% estão inseridos em SROC, como sócios ou sob contrato de prestação de serviços.

Neste âmbito, encontram-se registadas 208 SROC, correspondendo a um aumento de 5,1% face ao ano anterior. Em termos médios, estas sociedades apresentam um número de sócios inferior a três, revelando um exercício de atividade assente em pequenas sociedades, algumas delas unipessoais.

(5)

O volume de atividade dos ROC e SROC, em funções de interesse público, foi de aproximadamente 245 milhões de Euros em 2011 (últimos valores disponíveis2). Deste montante 4,6% foi faturado por ROC que atuam individualmente e o restante por SROC.

ROC

01.01.2012 Admissões Levantamento de suspensão

Alterações

de regime Suspensões Falecidos Cancelamentos 31.12.2012

Revisores em actividade 223 -4 219 116 -1 115 548 20 -5 563 Revisores suspensos 103 4 -6 13 114

Revisores sem atividade 231 67 6 -19 -13 -10 262

TOTAL 1.221 71 - - - -9 -10 1.273 01.01.2012 31.12.2012 SROC 198 208 Fonte: OROC Constituições 10

MOVIMENTO NO REGISTO DE ROC E DE SROC

Em regime individual Contratados Sócios de SROC Liquidações - Alterações em 2012 Alterações em 2012

A atividade de auditoria em Portugal carateriza-se assim por uma estrutura de pequenas entidades de auditoria, cujo universo não é muito extenso, refletindo a estrutura de pequenas e médias empresas que carateriza o tecido empresarial nacional.

2.2.2 - Controlo de qualidade

A realização regular de ações de controlo de qualidade constitui um meio eficaz para assegurar um nível elevado de qualidade dos serviços de auditoria. Desta forma, e por imperativo legal, os ROC e SROC de EIP são submetidos a um controlo mais frequente, por exemplo com uma periodicidade máxima de três anos, sendo este período alargado para seis anos para os restantes revisores. Os ROC e SROC objeto de controlo são selecionados em ato de sorteio público.

À semelhança de anos anteriores, procurou-se beneficiar dos conhecimentos adquiridos inerentes ao exercício de atividades de supervisão, por parte dos diversos membros que

2 Fonte: OROC.

(6)

integram o CNSA, conjuntamente com a experiência acumulada pela OROC e o conhecimento da profissão adquirido no desenvolvimento do sistema de controlo de qualidade.

No seguimento do anteriormente exposto e no contexto da análise dos resultados individuais do controlo de qualidade da OROC, a atividade desenvolvida pelo CNSA, no âmbito das suas competências de supervisão, atendeu às seguintes considerações:

• A identificação, no âmbito do controlo de qualidade, de deficiências na organização do ROC ou SROC ou nos trabalhos desenvolvidos, impulsiona frequentemente, face à sua natureza preventiva, a emissão de recomendações no sentido de as referidas deficiências serem superadas;

• A OROC dispõe de poderes disciplinares, que serão exercidos pelo Conselho Disciplinar, caso o Conselho Diretivo decida remeter-lhe os referidos processos, sempre que se conclua pela violação dos deveres estabelecidos no quadro legal e regulamentar aplicável à atividade dos ROC e SROC;

• Apesar do caráter tendencialmente preventivo destas verificações, o controlo de qualidade pode, contudo, dar igualmente origem ao exercício de competências sancionatórias, quer de cariz disciplinar, quando exercidas pela OROC, quer de cariz contraordenacional, competência do CNSA;

• A análise efetuada deve tomar, por isso, em consideração as especificidades do controlo de qualidade, respetiva natureza, finalidades, abrangência e complexidade das verificações realizadas, sem contudo descurar o objetivo de melhoria contínua da qualidade da atividade de auditoria que deve presidir à atuação da OROC e do CNSA no quadro das respetivas atribuições e competências;

• A análise dos resultados do controlo de qualidade visa, em última instância, impulsionar a definição conjunta de alguns objetivos gerais que apontem para uma evolução positiva no quadro das deficiências detetadas e, bem assim, uma reflexão relativa às ações desenvolvidas como consequência do controlo de qualidade realizado e respetivo acompanhamento.

O controlo de qualidade programado, que foi objeto do desenvolvimento das ações de supervisão levadas a efeito pelo CNSA, abrangeu o ciclo iniciado em 2 de abril de 2011 e que terminou em 31 de maio de 2012, encontra-se repartido entre ROC e SROC de EIP, SROC de outras entidades e ROC de outras entidades.

O sorteio público e a posterior seleção de dossiês determinaram a seguinte amostra:

Número de dossiês Número de entidades EIP Outras entidades Total ROC/SROC de EIP 22 67 38 105

SROC de outras entidades 23 - 43 43 ROC de outras entidades 36 - 36 36

81

67 117 184

Fonte: OROC

(7)

O controlo de qualidade efetuado pela OROC compreende:

• O controlo horizontal, que corresponde à avaliação global da atividade de cada ROC e SROC, designadamente no que se refere à forma de exercício das funções, aos meios humanos, materiais e sistema interno de controlo de qualidade utilizados e à observância dos deveres legalmente estabelecidos; e

• O controlo vertical, que corresponde à verificação de que os ROC e SROC dispõem de dossiês de trabalho que suportam os pareceres emitidos e que comprovam que o trabalho foi realizado de acordo com o previsto nas normas de auditoria em vigor. Em resultado dos controlos de qualidade realizados, a Comissão do Controlo de Qualidade apresentou conclusões de acordo com as seguintes categorias:

• Sem nada de especial a referir – O controlo não revelou a necessidade de serem efetuados quaisquer reparos e a documentação técnica observada pelo controlador-relator foi considerada adequada para suportar a opinião emitida;

• Com observações e recomendações de menor relevância – Existem algumas observações de menor relevância, que o ROC/SROC deverá tomar em consideração;

• Com observações e recomendações de relevância – Existem observações de relevância que requerem imediata intervenção do ROC/SROC no sentido de serem superadas as deficiências detetadas;

• Com resultado insatisfatório – A documentação observada pelo controlador-relator revela deficiências e insuficiências de tal forma que foi considerada insuficiente para suportar a opinião emitida;

• Anulados – Em situações de comprovada ausência de atividade, morte ou cancelamento da atividade.

N.º % N.º % N.º % N.º % N.º % N.º % N.º % N.º %

Sem nada de especial a

referir 29 36% 41 50% 9 41% 13 54% 4 17% 2 10% 16 44% 26 68% Com observações e recomendações de menor relevância 31 38% 22 28% 6 27% 7 29% 17 74% 11 55% 8 22% 4 11% Com observações e recomendações de relevância 14 17% 15 18% 7 32% 3 13% 2 9% 6 30% 5 14% 6 16%

Com resultado insatisfatório 2 3% 2 2% - - 1 4% - - 1 5% 2 6% - - Anulados 5 6% 2 2% - - - - - - - - 5 14% 2 5%

Total de entidades 81 100% 82 100% 22 100% 24 100% 23 100% 20 100% 36 100% 38 100%

Fonte: OROC, mas refletindo também as reclassificações apresentadas pelo CNSA.

SÍNTESE DAS CONCLUSÕES DO CONTROLO HORIZONTAL 2011/2012

SROC de outras entidades

2011/2012 2010/2011

ROC de outras entidades

2011/2012 2010/2011 2011/2012 2010/2011

TOTAL ROC/SROC de EIP

(8)

No que se refere às conclusões do controlo horizontal no ciclo 2011/2012, em termos gerais, verificou-se uma quebra acentuada de situações em que nada de especial existe a referir (50% para 36%) e um aumento significativo dos casos com observações e recomendações de menor relevância, tendo esta categoria passado a ser preponderante. No caso de ROC/SROC de EIP, as situações com observações de relevância sofreram um acréscimo acentuado (de três para sete).

As principais situações detetadas resultaram da não adequação do sistema interno de controlo de qualidade implementado (54%) e da desadequação dos recursos humanos utilizados (11%). As questões relativas a ética, deontologia e independência sofreram uma redução de 13% para 5%.

N.º % N.º % N.º % N.º % N.º % N.º % N.º % N.º %

Sem nada de especial a referir 89 48% 93 50% 72 68% 70 64% 12 28% 14 38% 5 14% 9 23%

Com observações e recomendações de menor

relevância 64 35% 53 29% 24 23% 19 17% 24 56% 14 38% 16 44% 20 52%

Com observações e

recomendações de relevância 19 10% 30 16% 8 8% 17 16% 6 14% 8 22% 5 14% 5 13%

Com resultado insatisfatório 7 4% 7 4% 1 1% 3 3% 1 2% 1 2% 5 14% 3 8%

Anulados 5 3% 2 1% - - - - - - - - 5 14% 2 5% Total de dossiês 184 100% 185 100% 105 100% 109 100% 43 100% 37 100% 36 100% 39 100%

2010/2011 2011/2012 2010/2011

Fonte: OROC, mas refletindo também as reclassificações apresentadas pelo CNSA.

2011/2012 2010/2011 2011/2012 2010/2011 2011/2012

SÍNTESE DAS CONCLUSÕES DO CONTROLO VERTICAL 2011/2012

TOTAL ROC/SROC de EIP SROC de outras entidades ROC de outras entidades

No controlo vertical, foram detetadas sete situações com resultado insatisfatório (incluindo um dossiê de auditoria a EIP) e dezanove casos com observações de relevância que exigem acompanhamento subsequente.

Das situações com resultado insatisfatório, para um processo disciplinar entretanto concluído foi determinada a aplicação da pena de suspensão pelo período de um ano. Dos restantes processos, um processo aguarda o trânsito em julgado, dois processos estão em fase de recurso e três processos estão ainda na fase de acusação e defesa.

As principais situações detetadas resultaram de insuficiências na execução de trabalho em áreas chave (52%), da omissão de reservas e ênfases na Certificação Legal das Contas e/ou outras deficiências no relato (34%) e da prática de honorários não adequados (8%).

Em termos globais, incluindo as situações decorrentes do controlo de qualidade, o Conselho Disciplinar da OROC analisou 70 processos nos últimos três anos, tendo emitido 48 decisões de sancionamento e 22 de arquivamento, destacando-se a aplicação, em situações relacionadas com a qualidade do trabalho, de 8 multas acima de 5.000 Euros e a suspensão de 4 ROC por períodos superiores a três anos, conforme quadro infra:

(9)

Movimento global entre 2010 e 2012

Transitados de 2009 15

Instaurados em 2010 29

Instaurados em 2011 24

Instaurados em 2012 25

Encerrados em 2010 (decisões proferidas) -28

Encerrados em 2011 (decisões proferidas) -22

Encerrados em 2012 (decisões proferidas) -20

Redução processos por terem sido apensados -2

Transitados para 2013 21

Decisões proferidas entre 2010 e 2012

Qualidade do trabalho Ética e deontologia Incompa-tibilidades Quotas e seguro Relatórios de transparência Total Advertência 2 9 1 12 Advertência registada 1 4 1 6 Multa de 1.000€ a 2.499€ 1 5 6 Multa de 2.500€ a 4.999€ 3 1 2 6 Multa de 5.000€ a 10.000€ 8 1 2 11 Censura 1 1 Suspensão de 1 ano 1 1 Suspensão de 3 anos 1 1 Suspensão de 5 anos (1) 1 2 3 Arquivamento 22 18 22 5 0 2 69 (1)

Inclui uma situação de uma única pena disciplinar pelas infrações acumuladas que foram apreciadas em dois processos disciplinares distintos (conforme art.º 20.º do Regulamento Disciplinar da OROC).

Fonte: OROC

MOVIMENTO NOS PROCESSOS DISCIPLINARES

Da supervisão efetuada aos dossiês e à informação recolhida no ciclo de controlo de qualidade 2011/2012, o CNSA concluiu, em termos gerais, que este decorreu conforme o plano estabelecido. Os meios utilizados não se revelaram desajustados face a esse plano e aos objetivos prosseguidos.

Em resultado da análise substantiva efetuada por parte do CNSA, foram detetadas algumas situações que carecem de melhoria, identificadas no “Relatório sobre os resultados do controlo de qualidade e respetiva supervisão do ciclo 2011/2012”3, que deram lugar a um conjunto de recomendações sobre a qualificação das falhas detetadas, a diferenciação da metodologia para SROC de maior dimensão, a documentação do trabalho realizado pelos controladores-relatores e respetivas conclusões, a introdução de melhorias nos guias de controlo de qualidade, o histórico dos processos, a aplicação de procedimentos de confirmação externa e a adequação dos honorários praticados. Posteriormente a este relatório foram propostas pelo CNSA alterações de classificação em quatro processos e oito dossiês, ao nível do controlo horizontal e vertical, respetivamente, às quais foi dado seguimento por parte da OROC.

(10)

2.3 -

Ações de enforcement

Em 2012, foi dada continuidade a um processo administrativo transitado do ano anterior, desencadeado junto de uma sociedade de ROC e de dois dos seus sócios, na sequência de uma ação de inspeção realizada pelo CNSA, o qual culminou com o envio do relatório e decisão aos visados.

No âmbito das atribuições previstas na alínea e) do n.º 1 do artigo 3.º dos seus Estatutos, o CNSA instaurou um processo de contraordenação a uma SROC, também na sequência de uma ação de inspeção, a qual foi concluída no ano anterior.

2.4 -

Atividade regulatória

Conforme dispõe a alínea c) do n.º 1 do artigo 11.º dos seus Estatutos, compete ao CNSA emitir parecer prévio relativamente às normas do sistema de controlo de qualidade, deontológicas e de auditoria.

No exercício dessas competências, deu-se início à análise do projeto de Revisão da Diretriz de Revisão/Auditoria 841 – Verificação das Entradas em Espécie para Realização do Capital das Sociedades assim como do projeto da Diretriz de Revisão/Auditoria 865 – Relatório sobre Operações de Cedência de Ativos – Carta-Circular n.º 13/12/DSP do Banco de Portugal.

2.5 -

Cooperação institucional do CNSA

Em 2012, o CNSA participou no processo de definição da posição nacional acerca da proposta de Diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho, que visa alterar a Diretiva n.º 2006/43/CE, de 17 de maio, relativa à revisão legal das contas anuais e consolidadas, e da proposta de Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho, relativo aos requisitos específicos para a revisão das contas de EIP, ambas apresentadas pela Comissão Europeia em novembro de 2011. Para este efeito, a contribuição do CNSA incluiu a participação ativa, através do seu Secretário-Geral, em sete reuniões do Grupo de Direito das Sociedades realizadas em 2012, em apoio à Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia.

O CNSA cooperou com o Ministério das Finanças quanto à representação de Portugal no Audit Regulatory Committee (AuRC).

Em linha com os objetivos estratégicos definidos para o ano de 2012, nomeadamente de cooperar com autoridades competentes de outros Estados-Membros do Espaço Económico Europeu e de países terceiros, tendo em vista o maior reforço e harmonização da qualidade da atividade de auditoria, o CNSA participou nos trabalhos desenvolvidos em 2012 ao nível do International Forum of Independent Audit Regulators (IFIAR), do Grupo Europeu dos Órgãos de Supervisão dos Auditores (EGAOB) e do European Audit Inspections Group (EAIG), salientando-se a participação na reunião plenária do IFIAR realizada em outubro de

(11)

2012 e a cooperação em matéria de controlo de qualidade entre autoridades congéneres de Estados-Membros do Espaço Económico Europeu.

No que diz respeito à cooperação com países terceiros, e decorrente dos contatos encetados pelo Public Company Accounting Oversight Board (US PCAOB) junto do CNSA, no sentido de ponderar a eventual celebração de um protocolo de cooperação, estão em curso os estudos necessários para este efeito.

O Presidente do CNSA participou, a convite da OROC, na sessão do Sorteio Público de Controlo de Qualidade referente ao ciclo 2012/2013, realizado em 5 de julho de 2012. O CNSA esteve também representado por um dos seus Membros, a convite da OROC, na Comemoração dos 40 anos da Profissão de Revisor Oficial de Contas.

2.6 -

Divulgações

O CNSA procedeu à divulgação, pública e centralizada, dos registos de ROC e SROC mantendo-se, contudo, as competências para esse registo cometidas à OROC e à CMVM. Durante o ano de 2012, o CNSA procedeu ainda à divulgação do seu Plano de atividades para esse mesmo ano, bem como do relatório sobre os resultados do controlo de qualidade e respetiva supervisão do ciclo 2011/2012.

2.7 -

Análise de reclamações

No ano de 2012, o CNSA recebeu dez reclamações, cuja análise revelou que não se enquadravam no âmbito das suas atribuições, pelo que foram arquivadas e remetidas para as autoridades competentes respetivas, quando aplicável.

3.

R

ECURSOS AFETOS

O CNSA tem um enquadramento financeiro e orçamental especial. Com efeito, estabelece o artigo 27.º (“Financiamento”), dos respetivos Estatutos, que:

«1 – Os meios financeiros necessários ao funcionamento do CNSA estão a cargo das entidades que o compõem, que prestam também o apoio técnico e administrativo necessário ao seu funcionamento, sem prejuízo das receitas próprias.

2 – Constituem, nomeadamente, receitas próprias do CNSA o montante correspondente a 40% do produto das coimas e das custas dos processos de contraordenação, revertendo o remanescente para o Estado.

3 – O critério de financiamento das despesas que resultem de outros encargos, além dos técnicos e administrativos, decorrentes da prossecução das atribuições do CNSA é fixado por Portaria do membro do Governo responsável pela área das Finanças, sob proposta do CNSA.»

(12)

Decorre do supra exposto que as despesas necessárias ao funcionamento do CNSA são suportadas (i) por receitas próprias, inscritas num orçamento específico do CNSA, a partir do momento em que tenham lugar e até o limite das mesmas; ou, (ii) na ausência de receitas próprias ou por sua insuficiência, por dotações/verbas dos orçamentos das entidades representadas, correspondentes a duas parcelas:

• Ao apoio técnico e administrativo referido no n.º 1 do artigo 27.º dos Estatutos do CNSA, especialmente traduzido, sob o ponto de vista orçamental, nos encargos com as remunerações do pessoal afeto à execução das ações decorrentes das atribuições do CNSA; e

• Aos outros encargos (despesas residuais), repartidos pelas entidades representadas de acordo com o critério fixado, ao abrigo do n.º 3 do artigo 27.º do referido diploma, pela Portaria n.º 611/2009, de 8 de junho.

Nestes termos, o CNSA evidencia no seu orçamento, separadamente, (i) as despesas a financiar por receitas próprias (caso existam, o que ainda não se verificou), a realizar diretamente pelo CNSA de acordo com o regime financeiro e orçamental que lhe é aplicável e (ii) as despesas residuais a processar, autorizar e pagar no âmbito do orçamento de cada uma das entidades representadas, a pedido do CNSA.

3.1 -

Recursos humanos

Os recursos humanos afetos ao CNSA provêm das instituições que o compõem. O Conselho realizou 12 reuniões durante o ano de 2012, sendo secretariado pelo Secretário-Geral. O Secretariado Permanente realizou 30 reuniões durante o mesmo período.

Para alguns dos projetos desenvolvidos foram constituídas equipas pluridisciplinares e com diversas valências que tiveram por missão a análise e preparação técnica dos documentos em causa. Essas equipas foram integradas por técnicos afetos pelas instituições representadas no CNSA, contando ainda com o envolvimento de um ou mais membros do Secretariado Permanente, conforme aplicável. Em agosto de 2012, foram reforçados os recursos técnicos, através da alocação exclusiva de uma colaboradora do Banco de Portugal para apoio técnico às atividades do CNSA.

O CNSA manteve ainda um apoio administrativo composto por uma técnica do Banco de Portugal afeta em exclusividade e um outro técnico que exerceu funções a tempo parcial. O CNSA contou igualmente com apoio informático fornecido pela CMVM para efeitos da manutenção das infraestruturas e da atualização e manutenção do respetivo sítio na Internet. Em termos globais e tomando em consideração um indicador de dias de trabalho úteis despendidos nos diferentes projetos, assinala-se que, para o desenvolvimento das atividades do CNSA foram despendidos 1.504 dias de trabalho, o que representa o equivalente ao trabalho efetuado por cerca de sete pessoas afetas a tempo inteiro (oito pessoas no ano anterior).

(13)

2012 2011

CNSA - Reuniões do Conselho 72 101

Secretariado Permanente 138 142

Inspeções e atuação sancionatória 276 704

Equipas e grupos de trabalho afetos a diversos

projetos incluindo apoio jurídico 432 316

Cooperação internacional 134 31

Apoio administrativo e informático 452 449

1.504 1.742

RECURSOS HUMANOS AFETOS AO CNSA

Número de dias

Sobre a redução do número de dias relativos a “Inspeções e atuação sancionatória”, importa salientar que, não obstante a atuação sancionatória desenvolvida em 2012 referida no ponto 2.3 acima, no decurso de 2011 foram concluídas três ações de inspeção.

O aumento relativo a “Cooperação internacional” deveu-se essencialmente ao referido no primeiro parágrafo do ponto 2.5 acima.

3.2 -

Recursos materiais e organizativos

No que respeita a recursos materiais, é de realçar que o CNSA se encontra sedeado no terceiro piso do n.º 7 da Rua do Crucifixo, em Lisboa, cuja utilização exclusiva foi cedida pelo Banco de Portugal.

Considerando todo o equipamento instalado, incluindo computadores, impressoras, fotocopiadora, equipamento de escritório, bem como o que corresponderia a uma renda praticada na zona, os valores de infraestrutura ascendem a 58 milhares de Euros (semelhante ao ano anterior), totalmente suportados pelo Banco de Portugal a título de contribuição em espécie.

Durante o ano 2012, os custos comuns a repartir, em partes iguais, pelas entidades representadas no CNSA e que foram integrados no seu orçamento operacional, cifraram-se em 47 milhares de Euros4 (22 milhares de Euros em 2011), com o seguinte detalhe:

4 Inclui cerca de 3 milhares de Euros relativos aos meses de novembro e dezembro de 2011. De referir que o aumento dos custos de 2011 para 2012 resultou da contratação de serviços de um advogado no âmbito de um processo administrativo que corre os seus trâmites.

(14)

2012 2011 Segurança e outros encargos com as instalações 15.738 12.287 Trabalhos especializados (honorários) 14.760 -

Comunicações e eletricidade 7.584 2.620

Outros serviços (quota IFIAR) 9.000 7.500

47.082

22.407

Total em Euros

CUSTOS COMUNS A REPARTIR

Ponderando os custos com recursos humanos e materiais, que são suportados nos orçamentos de cada uma das entidades que compõem o CNSA, mas que foram afetos à atividade do CNSA, a estimativa, considerando o efeito das medidas de contenção salarial, ascendeu a um total de 406 milhares de Euros (422 milhares de Euros em 2011).

Por fim, tomando como referência os custos inerentes ao controlo de qualidade desenvolvido pela OROC, pode afirmar-se que, de forma consolidada, os custos de supervisão da atividade de auditoria, em 2012, ascenderam a 624 milhares de Euros (620 milhares de Euros em 2011).

Referências

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