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TRIBUNAL DA RELAÇÃO JUIZ CANDIDATURA ANTIGUIDADE ERRO NOS PRESSUPOSTOS DE FACTO DISCRICIONARIEDADE DIREITO DE AUDIÇÃO AUDIÊNCIA PRÉVIA ÓNUS DA PROVA

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Supremo Tribunal de Justiça Processo nº 5/20.5YFLSB Relator: ROSA TCHING Sessão: 29 Outubro 2020 Votação: UNANIMIDADE

Meio Processual: AÇÃO ADMINISTRATIVA Decisão: JULGADA PROCEDENTE A ACÇÃO

TRIBUNAL DA RELAÇÃO JUIZ CANDIDATURA ANTIGUIDADE FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO VIOLAÇÃO DE LEI

ERRO NOS PRESSUPOSTOS DE FACTO DISCRICIONARIEDADE PRINCÍPIO DA IGUALDADE

INAMOVIBILIDADE DOS MAGISTRADOS JUDICIAIS

DIREITO DE AUDIÇÃO AUDIÊNCIA PRÉVIA ÓNUS DA PROVA

Sumário

I. Na distribuição dos juízes pelas secções do Tribunal da Relação, impõe-se observar, a par dos critérios estabelecidos, sucessivamente, no artigo 49º, nº 2 da LOSJ, os critérios enunciados no artigo 44.º, n.os 2 e 3, do EMJ,

funcionando o critério da antiguidade dos juízes, consagrado nos artigos 20, nº 2 e 44, nº 4, ambos do EMJ, como critério supletivo e residual, a atender em última instância e em caso de igualdade por aplicação dos demais

critérios.

II. A «conveniência do serviço», estabelecida no artigo 49º, nº 2 da LOSJ como critério na distribuição dos juízes pelas secções, confere ao Presidente da Relação a chamada discricionariedade criativa, caraterizada por um poder que, embora vinculado aos preceitos legais, deixa-lhe uma margem de

verdadeira discricionariedade para operar o preenchimento do conceito indeterminado de «conveniência do serviço», nomeadamente mediante o

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aditamento de novos pressupostos, tais como a « capacidade de

relacionamento, interação e congregação de esforços com os restantes nomeados» e as «condições pessoais para receber os processos da nova Secção em condições de igualdade/equidade com os restantes nomeados». III. A atuação administrativa de concretização do conceito indeterminado de «conveniência do serviço», na medida em que envolve a formulação de

valorações próprias do exercício da função, só é sindicável em casos de erro manifesto de apreciação ou de aplicação do critério manifestamente

inadequado.

IV. O critério da « preferência manifestada», estabelecido no artigo 49º, nº 2 da LOSJ permite, nos termos legais, delimitar negativamente o universo de vagas a preencher pelos juízes que não manifestaram preferência por integrar a nova secção, na medida em que, existindo vários candidatos opositores que manifestaram expressamente essa sua preferência, nenhum destes candidatos pode ser preterido por alguém que não manifestou

qualquer preferência em integrar a nova secção, sob pena de violação de lei por erro sobre os pressupostos e violação do princípio da inamovibilidade dos juízes.

V. Tendo a Lei n.º 55/2019, de 5 de agosto, criado no Tribunal da Relação ……… uma secção em matéria de propriedade intelectual e de concorrência, regulação e supervisão, a acrescer às secções já instaladas e à qual passaram a ser distribuídas as causas previstas nos artigos 111.º e 112.º da LOSJ, o despacho do Sr. Juiz Presidente do Tribunal da Relação que consagra a especialização desta nova secção em duas áreas, a cível e a criminal, para efeitos de reservar a esta última os processos de contraordenação a que

aludiam o n.º 1 do artigo 112.º da LOSJ, padece de vício de violação de lei, por erro sobre os pressupostos, o que determina a sua anulação e,

consequentemente, a anulação do ato impugnado, nos termos do artigo 173.º, n.º 2, do CPTA.

VI. No âmbito da ação administrativa, a repartição do ónus da prova, nos

termos do artigo 342º do Código Civil, deve ser efetuada em função da posição substantiva que as partes ocupam na relação jurídica material que está

subjacente ao procedimento administrativo.

Assim, sempre que estejam em causa os atos de conteúdo positivo em que a Administração impõe comandos, proibições ou ablações, competirá à entidade administrativa provar a existência dos pressupostos legais da sua atuação.

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E, quando tenham sido praticados atos de conteúdo negativo, pelos quais a Administração nega um interesse pretensivo do administrado, caberá a este demonstrar que preenche os requisitos legais da autorização ou benefício que pretende obter.

VII. O princípio da igualdade, consagrado no artigo 13.º da Constituição da Républica Portuguesa, postula que o Sr. Presidente do Tribunal da Relação, no âmbito de um procedimento tendente a nomear, distribuir e afetar juízes

desembargadores a uma nova secção, deve utilizar critérios substancialmente idênticos para todos os interessados em integrar essa secção.

VIII. O objetivo subjacente à consagração do direito à audição dos

interessados, previamente à tomada de decisões administrativas suscetíveis de afetar os seus interesses, expressamente consagrado no artigo 121º do CPA, é proporcionar aos interessados a possibilidade de se pronunciarem sobre o objeto do procedimento, a fim de chamarem a atenção do órgão competente para a decisão da relevância de certos interesses ou pontos de vista, podendo, desse modo, influir na determinação do sentido da decisão final.

IX. A omissão de realização da audiência prévia, fora das situações de

dispensa previstas no n.º 1 do artigo 124.º do CPA, constitui violação de uma formalidade essencial do ato e fundamento de anulação da decisão final por vício de forma.

Texto Integral

Processo n.º 5/20.5YFLSB ***

ACORDAM NA SECÇÃO DE CONTENCIOSO DO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

I. Relatório

1. AA, Juíza Desembargadora do Tribunal da Relação ………, instaurou a presente ação contra o Sr. Juiz Presidente do Tribunal da Relação ….…..,

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indicando como contrainteressados o Sr. Juiz Desembargador Dr. BB, a Sra. Juíza Desembargadora Dra. CC e o Sr. Juiz Desembargador Dr. DD.

Impugna a autora o Despacho n.º 14/2019, datado de 16 de outubro de 2019, que decidiu a instalação da «Secção de Propriedade Intelectual e de Concorrência, Regulação e Supervisão» e nomeação de Juízes/as Desembargadores/as, proferido ao abrigo da Competência Própria nos termos do disposto no artigo 49.º, n.º 2, da LOSJ ex vi artigo 71.º, n.º 1, do mesmo diploma, pedindo a:

a) Anulação do despacho impugnado, por vício de violação de lei, por erro nos pressupostos de facto e preterição ilegal da audiência prévia, com ofensa do disposto nos arts. 13.°, 216.°, n.° 1, e 266.°, n.°2, da CRP; arts. 3.°, 6.°, 9.°, 121.° e 124.° do CPA; arts 6.°, e 20.°, n.° 2, e 44.° ex vi 49.°, n.° 1, do EMJ; e arts. 49.°, n.° 2, ex vi 71.°, n.° 1, da LOSJ;

b) Condenação da entidade demandada na prática do ato devido, expurgando o procedimento tendente à instalação da Nova Secção de Propriedade

Intelectual, Concorrência, Regulação e Supervisão do Tribunal da Relação ………, de todas as invalidades alegadas, bem como daquelas que, ao abrigo do disposto no art. 95.°, n.° 3, do CPTA, hajam sido oficiosamente identificadas, e, tudo, com as legais consequências.

2. O Sr. Juiz Presidente do Tribunal da Relação ………, contestou,

impugnando os factos alegados pela autora, que não resultem provados pelos documentos juntos aos autos. E sustentando, no essencial, que o critério subjacente à prolação do ato impugnado foi o da «conveniência de serviço», pugnou pela improcedência da ação por falta de fundamento legal. 3. A autora replicou, respondendo à matéria da exceção .

4. Através de requerimento, veio a entidade demandada pugnar pela

inadmissibilidade da dedução de réplica pela autora, na sequência do que foi proferido despacho a admitir esse articulado e a indeferir o requerido pela entidade demandada.

5. Junto aos autos o parecer do Ministério Público, foi o mesmo notificado às partes.

6. Findos os articulados, foi proferido despacho que, considerando que o processo já continha os elementos suficientes para o Tribunal, com

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que, no caso dos autos, já se mostrava plenamente assegurada a «discussão de facto e de direito, dispensou a realização de audiência prévia, ao abrigo do disposto nos arts. 27º, nº1, al. a) e 87-B, nº2, ambos do CPTA.

5. Colhidos os vistos, cumpre apreciar e decidir. ***

II. Delimitação do objeto do recurso

São as seguintes as questões suscitadas pela demandante:

1ª- vício de violação de lei, por erro sobre os pressupostos de direito, na

aplicação o regime dos artigos 49.º, n.º 2, da LOSJ, e 44.º, n.os 2 e 3, do EMJ; 2ª- violação do princípio da inamovibilidade dos juízes (artigo 6.º do EMJ); 3ª- vício de violação de lei por erro sobre os pressupostos de facto na

apreciação das candidaturas da autora e dos contrainteressados providos; 4ª- violação do princípio da igualdade;

5ª- preterição de audiência prévia ***

III. Fundamentação

3.1. Fundamentação de facto

Tendo em atenção a posição das partes expressas nos seus articulados e o acervo documental junto aos autos, está provada, com relevância para a decisão a proferir nos presentes autos e de acordo com as várias soluções de direito plausíveis, a seguinte matéria de facto:

1) A autora é Juíza Desembargadora, tendo tomado posse:

a. no Tribunal da Relação …….., como Juíza Auxiliar, a 00-00-2006;

b. no Tribunal da Relação ……..., como Juíza Desembargadora, a 00-00-2007; c. de novo, no Tribunal da Relação ………, por transferência, a 00-00-2011. (cf. docs. 2, 3 e 4 juntos à petição inicial).

2) Quer como Juíza Auxiliar, quer como Juíza Desembargadora, a autora exerceu sempre as suas funções em Secções Cíveis, quer no Tribunal da

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Relação ………., quer no Tribunal da Relação ……...

3) No Tribunal da Relação de ………, eram distribuídas pelas Secções Cíveis: a. desde 30-03-2012 as causas vindas do Tribunal da Propriedade Intelectual, criado pela Lei n.° 46/2011, de 24-06 e instalado o através da Portaria n.º 84/2012. de 29-03;

b. até 29-03-2012 as causas da mesma natureza que fossem provenientes do Tribunal de Comércio da área desta Relação.

4) A 13-12-2018 o Sr. Juiz Presidente do Tribunal da Relação ……… subscreveu e divulgou o Despacho n.º 16/18, com o seguinte teor:

I. Considerando que:

— A Lei n.º 62/213, de 26 de agosto (Lei da Organização do Sistema

Judiciário), alterada pela Lei n.º 23/2008, de 5 de junho de 2018, procedeu à organização das Secções dos Tribunais da Relação adotando um critério de reforço da sua especialização, o qual num primeiro grau (I) determina a criação de Secções de família e menores, de comércio, de propriedade

intelectual e de concorrência, regulação e supervisão, dependendo do volume ou da complexidade do serviço, como decorre do seu art.° 67.°, n.° 4, num sendo grau (II) determina, por um lado (II. a), que os processos de

concorrência, regulação e supervisão sejam distribuídos à mesma secção criminal ou à mesma Secção Cível segundo a sua natureza, como dispõe o seu art° 67.°, n.° 5, e por outro (II. b) que as causas referidas nos artigos 111.° (tribunal da propriedade intelectual), 113.° (tribunal marítimo) e 128.° (juízos de comércio) sejam sempre distribuídas à mesma secção cível.

— Este Tribunal da Relação ……… mantém a sua organização em Secções Cíveis (5), Criminais (3) e Social (1);

— O volume de serviço e a complexidade do serviço não aconselham a criação de Secções para as matérias em causa, como decorre do mapa estatístico em anexo, que faz parte integrante deste despacho.

— Não se vislumbra fundamento legal, ao nível da organização e

funcionamento deste Tribunal da Relação, para o protelamento do comando legal, acima referido em II e decorrente dos art.°s 67.°, em especial, os n.os 4 e 5, 74 n.os 1 e 2, 54.°, em especial, os n.os 2 e 3, todos da Lei n.° 62/2013, citada,

Tendo sido ouvidos/as os/as Exm.°s/as Juízes/as Desembargadores/as do

Tribunal da Relação …….., quer individualmente, quer na sua organização em Secções, uma primeira vez em outubro de 2017 e uma segunda vez em

novembro de 2018,

II. No uso dos poderes que me são conferidos pelos art.°s 76.°, n.° 1, 62.°, n.° 1, als. f) e h), da Lei n.° 62/2013, de 26 de junho, pelo art.° 7.°, n.° 1, al. d) e f), da Lei n.° 2/2004, de 15 de janeiro, aplicável, ex vi, art.° 4.°, n.° 2, do Dec.

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Lei n.° 177/2000, de 11 de agosto, e pela al. a) da Deliberação n.° 1273/18 do Conselho Superior da Magistratura, publicada no Diário da República, 2.ª Série, de 21 de novembro de 2018, determino o seguinte:

A) As causas referidas nos artigos:

— 111° (tribunal da propriedade intelectual);

— 112.°, n.os 2 e 4 (tribunal da concorrência, regulação e supervisão) — 113.° (tribunal marítimo);

— 128.° (juízos de comércio);

Sejam sempre distribuídas à mesma secção Cível.

B) As causas referidas no artigo 112.° (tribunal da concorrência, regulação e supervisão), com exceção das previstas nos seus n.os 2 e 4,

Sejam distribuídas à mesma Secção Criminal.

C) A determinação das Secções Cíveis e Criminal para cada uma das matérias antes referidas será feita por sorteio, a realizar no dia 21 de dezembro, às 10,30 horas, no Salão Nobre do Tribunal.

D) O sorteio será realizado sob a direção do Presidente do Tribunal, com a participação dos/as Senhores/as escrivães/ãs e com a presença da Exm.ª Vice-Presidente, dos/as Exm.°s/as Presidentes das Secções e demais Juízes/as

Desembargadores/as e Procuradores/as Gerais- Adjuntos/as que queiram assistir ao ato,

E) As Secções que venham a ser comtempladas com uma das matérias não entrarão no sorteio das seguintes. 

F) O resultado do sorteio entrará em vigor na 1.ª distribuição geral, de 7 de janeiro, de 2018.

G) Nessa primeira distribuição e seguintes, a distribuição será realizada na Secção Central da seguinte forma:

G. 1) Serão primeiramente distribuídas pelos/as Juízes/as Desembargadores/as das Secções comtempladas no sorteio as matérias referidas em A) e B).

G. 2) Numa segunda fase será feita a distribuição dos restantes processos pelo conjunto dos /as Juízes/as Desembargadores/as das Secções, segundo a

organização em Cível, Criminal e Social.

III. Publique-se nos termos habituais {Juízes/as Desembargadores/as, Procuradores/as-Gerais Adjuntos/as, Funcionárias/os) e entregue cópia às Exm.as Vice-Presidente e Procuradora-Geral Distrital.

……….., 13 de dezembro de 2018. O Presidente do Tribunal da Relação

[assinatura aposta sob a forma autógrafa, ilegível] (EE)

(cf. doc. 5 junto à petição inicial).

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do qual resultou, além do mais, que, a partir de 07-01-2019:

a. As causas da competência do Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão referidas no artigo 112.° da LOSJ, com exceção das previstas nos n.os 2 a 4, passaram a ser distribuídas na 3.ª Secção Cível;

b. As causas da competência do Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão referidas no artigo 112.°, n.os 2 a 4, da LOSJ, passaram a ser distribuídas na 2.ª Secção Penal;

c. As causas da competência do Tribunal da Propriedade Intelectual referidas no art. 111.° da LOSJ passaram a ser distribuídas na 8.ª Secção Cível.

(cf. doc. 5 junto à petição inicial).

6) A autora serve na ..ª Secção Cível do Tribunal da Relação ……… desde a data da sua posse em 2011, constando da última lista de antiguidade do CSM com o número 000.

7) A 25-09-2019 o Sr. Juiz Presidente do Tribunal da Relação …….. subscreveu e divulgou comunicação em papel timbrado da entidade demandada com o seguinte teor:

EXMOS/AS JUÍZES/AS DESEMBARGADORES/AS CAROS/AS COLEGAS

No próximo dia 1 de outubro entra em vigor a Lei n.° 55/2019, de 5 de agosto, que, entre outras disposições, criou no Tribunal da Relação ……… uma

Secção em matéria de propriedade intelectual e de concorrência, regulação e supervisão, à qual são distribuídas as causas previstas nos art.°s 111.° e 112.° (da Lei n.° 62/2013 de 26 de agosto), como resulta do disposto no seu art.° 3,° e do texto do n.° 5, do art.° 67.,° da Lei n.° 62/2013, na redação do art.° 2.° da mesma Lei.

Criada tal Secção “ope legis", urge dar cumprimento aos citados comandos legais, procedendo à sua instalação, para entrada em funcionamento.

Como é indiscutível, essa instalação pressupõe a decisão de diversas questões que são próprias de um tal ato e que o legislador não deixará de ter tido em consideração.

1) A primeira dessas questões prende-se com a previsão e execução orçamental.

Esta despesa, com logística e pessoal não foi prevista no orçamento de 2019, sendo necessário verificar se existe margem para a sua execução, em especial, no que respeita à requisição e afetação de funcionários judiciais.

2) A segunda questão tem a ver com o movimento dos Juízes Desembargadores e a recomposição das Secções já existentes.

O movimento Judicial Ordinário de 2019 não teve em consideração a Lei n.° 55/2019, que lhe é posterior, e a composição das Secções atuais foi feita, como não podia deixar de ser, no quadro legislativo em vigor, nomeadamente, no

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que respeita à especialização, à data determinada pela Lei n.° 62/2013. 3) Uma terceira questão que se nos coloca de imediato em face desta nova especialização é a de sabermos se, com ela, o legislador quis abandonar a velha especialização entre Direito/Processo Penal e Direito/Processo Civil, reunindo nesta nova Secção concorrência, regulação e supervisão

contraordenacional e concorrência, regulação e supervisão cível (1.ª parte, do n.° 2, do art.° 54.° e n.° 5 do art.° 67.°, da Lei n.° 62/2013, na redação do art.° 2.°, da Lei n.° 55/2019), ou se quis manter aquela velha separação e remeter para esta nova Secção apenas a concorrência, regulação e supervisão cível (2.ª parte do n.° 2, do art.° 54.da Lei n.° 62/2013, na redação do art.° 2.° da Lei n.° 55/2019).

4) O número de Juízes/as deve ser (1) igual ou próximo ao das restantes

secções ou (2) menor, de acordo com o número de processos correspondentes a essa especialização?

5) 0 número de processos por Juiz (1) deverá ser igual ao das restantes

secções, (2) poderá ser maior ou menor e (3) no primeiro caso, poderão os/as Juízes/as receber processos de outras matérias, em ordem a que seja mantido o principio da distribuição equitativa de trabalho?

6) Quais os critérios para a afetação de Juízes Desembargadores a essa Secção?

7) A competência para a instalação, em especial, no que respeita às questões referida em 4), 5) e 6), é do Presidente do Tribunal da Relação …….. ou do Conselho Superior da Magistratura?

8) Tendo em atenção as questões referidas em 1) e 2) e o início do Ano Judicial, a nova Secção deverá ser instalada em janeiro de 2020 ou em setembro de 2020, após o movimento Judicial?

9) Aceitando-se como melhor interpretação a acima referida na 1.ª parte do n. ° 3 (concorrência, regulação e supervisão contraordenacional e cível), a

distribuição deve ser igual entre os Juízes Desembargadores ou respeitar a separação matéria contraordenacional e matéria cível, como se fossem duas subsecções?

10) Atento o quadro legal de constituição do Tribunal em matéria

contraordenacional, ao Presidente da Secção deverá ser distribuída apenas matéria cível?

11) No caso do número anterior, a entrada do Presidente na distribuição de natureza cível deverá ser igual à dos restantes Juízes Desembargadores ou deverá ser reforçada em ordem a atingir a capitação dos restantes Juízes Desembargadores da Secção?

12) A organização dos turnos legais (1) deverá ser feita em ordem a que o relator das decisões sobre matérias da competência funcional dessa Secção

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seja sempre um Juiz Desembargador dessa Secção ou (2) poderá englobar tais matérias (2.1) no cível ou (2.2) no penal, consoante a matéria do processo? Para além destas, muitas outras questões poderão ser abordadas nesta fase de instalação da nova Secção, sendo certo que, pelo menos algumas delas,

exigirão clarificação e decisão prévia a essa instalação.

Para o efeito, convido todos/as os/as colegas a pronunciarem-se por escrito, no prazo de dez dias, a contar do dia seguinte à expedição/recebimento desta comunicação, devendo os respetivos contributos ser enviados para o Gabinete de Apoio aos/às Juízes/as Desembargadores/as (GAJD).

Após tratamento das sugestões/propostas recebidas, pelo GAJD, serão as mesmas enviadas ao Conselho Superior da Magistratura em conjunto com a minha proposta sobre a instalação da nova Secção, a que se seguirão os restantes termos legais na matéria, em conformidade com a decisão e/ou orientação do Conselho Superior da Magistratura.

Grato pela atenção.

…………, 25 de setembro, de 2019. O Presidente do Tribunal da Relação

[assinatura aposta sob a forma autógrafa, ilegível] (EE)

(cf. doc. 6 junto à petição inicial).

8) Por email de 30-09-2019 foram divulgados os números da distribuição das matérias da competência da Nova Secção, a saber:

a. Ano de 2016, 120 processos, sendo:

i. Tribunal da Propriedade intelectual – 102;

ii. Tribunal da Concorrência Regulação e Supervisão - 18 (inclui os processos cíveis e contraordenações);

b. Ano de 2017, 174 processos, sendo: i. Tribunal da Propriedade Intelectual – 96;

ii. Tribunal da Concorrência Regulação e Supervisão - 78 (inclui os processos eiveis e contraordenações);

c. Ano de 2018, 182 processos, sendo:

i. Tribunal da Propriedade Intelectual – 115;

ii. Tribunal da Concorrência Regulação e Supervisão - 67 (inclui os processos cíveis e contraordenações);

d. Ano de 2019, 212 processos, sendo:

i. Tribunal da Propriedade Intelectual – 144;

ii. Tribunal da Concorrência Regulação e Supervisão 68 (inclui os processos cíveis e contraordenações).

(cf. doc. 7 junto à petição inicial).

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subscreveu e divulgou, por correspondência eletrónica, comunicação em papel timbrado da entidade demandada com o seguinte teor:

Tendo recebido do Conselho Superior da Magistratura aval para que seja o Tribunal da Relação a proceder à instalação da nova Secção, criada pela Lei n. ° 55/2019, com a agilização dos respetivos procedimentos, ponderadas as respostas recebidas no GAJD no seguimento das comunicações de 25 e 30 de setembro (foram recebidas doze respostas, sendo dez individuais e duas de Secções), em ordem a que se não repita o alongar da especialização já

determinada pela Lei n.° 62/2013, nas suas anteriores versões, convido os/as Exm.os/as Juízes/as Desembargadores/as a manifestarem o seu interesse na nomeação para a nova Secção, com indicação dos respetivos fundamentos, no prazo de cinco (5) dias, incluindo aqueles/as que anteriormente tenham

manifestado a vontade de integrarem as Secções especializadas.

Por ter interesse para essa formação e manifestação de vontade, informo desde já que:

I. NÚMERO DE JUIZAS/ES DESEMBARGADORAS/ES.

A nova Secção será constituída por 3 Juízas/es Desembargadoras/es, sendo 2 provenientes das Secções Cíveis e 1 das Secções Criminais.

II. CRITÉRIOS DE NOMEAÇÃO DAS/OS JUÍZAS/ES DESEMBARGADORAS/ES. a) — Antiguidade como Juiz/a Desembargador/a.

b) — Apetência, dedicação e experiência profissional nas matérias da nova Secção, Propriedade Intelectual, Direito Contraordenacional, em especial, na vertente da Concorrência, Regulação e Supervisão.

c) — Capacidade de relacionamento, interação e congregação de esforços com os restantes nomeados, necessários à implementação desta nova Secção com apenas 3 Juízas/es Desembargadoras/es, que concentrarão sobre si as

matérias determinantes da sua criação por ato legislativo.

d) — Condições pessoais para receber os processos da nova Secção em condições de igualdade/equidade com os restantes nomeados.

III. NA AUSÊNCIA DE CANDIDATOS A NOMEAÇÃO DAS/OS JUÍZAS/ES DESEMBARGADORAS/ES OBEDECERÁ AOS SEGUINTES CRITÉRIOS: a) — Menor antiguidade como Juiz/a Desembargador/a, com exclusão das/os Juízas/es Desembargadoras/es que iniciaram funções no dia 5 de setembro de 2019.

b) — Apetência, dedicação e experiência profissional nas matérias da nova Secção, Propriedade intelectual, Direito Contraordenacional, em especial, na vertente da Concorrência, Regulação e Supervisão.

c) — Capacidade de relacionamento, interação e congregação de esforços com os restantes nomeados, necessários á implementação desta nova Secção com apenas 3 Juízas/es Desembargadoras/es, que concentrarão sobre si as

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matérias determinantes da sua criação por ato legislativo. 

d) — Condições pessoais para receber os processos da nova Secção em condições de igualdade/equidade com os restantes nomeados.

IV. DISTRIBUIÇÃO DE PROCESSOS NA NOVA SECÇÃO.

Tendo em atenção os elementos estatísticos desde 2016 e considerando que a/ o Presidente da nova Secção não receberá processos de Concorrência,

Regulação e Supervisão, de natureza Contraordenacional, por aplicação das regras próprias da constituição do respetivo coletivo (art.°s 12.°, 418.° e 419. °, do C. P. Penal), em ordem a assegurar a equidade na distribuição de

trabalho, a/o mesma/o entrará na distribuição da propriedade intelectual a 125%.

V. TRANSICÇÃO PARA A NOVA SECÇÃO.

As/os Juízas/es Desembargadoras/es nomeados sairão da distribuição geral no dia seguinte ao da nomeação, mantendo-se como relatores nos processos já recebidos.

……….., 8 de outubro de 2019.

O Presidente do Tribunal da Relação

[assinatura aposta sob a forma autógrafa, ilegível] (EE)

(cf. doc. 8 junto à petição inicial).

10) A 14-10-2019 a ora autora manifestou por escrito a sua preferência para a nova Secção, indicando os respetivos fundamentos, em cumprimento da

comunicação referida em 1.9., através de comunicação com o seguinte teor: Exmo. Sr. Presidente do Tribunal da Relação ……..,

Juiz Desembargador EE:

AA, Juíza Desembargadora em exercício na ..ª Secção deste Tribunal da Relação, tendo interesse e vontade, bem assim como (muito)boa preparação técnica, manifesta a V.Excia . interesse, requerendo a sua nomeação para a Secção Especializada em Matéria de Propriedade Intelectual e de

Concorrência Regulação e Supervisão, pelos motivos que sumariamente elenca:

1 — Experiência de oito anos neste Tribunal da Relação onde exerce funções desde …….. de 2011, nesta área de especialização, tendo proferido e

apreciado em sede de recurso de apelação diversas decisões provenientes da primeira instância.

2 — A partir de ………. de 2018, com a atribuição à ..ª Secção das causas provenientes da Propriedade Intelectual.

3 — Frequência no ano de 2004 de dois cursos de direito da concorrência no âmbito comunitário (artigo 37.º do Tratado de Roma) em …….. e em ……... 4 — Sempre teve interesse pelas matérias da área da especialização, de tal

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modo que na faculdade optou pelo ramo das ciências jurídico-económicas, com a correspondente sua licenciatura.

5 — Finalmente, a requerente, desde sempre - e diga-se em abono da verdade de modo solitário - defendeu a especialização técnica da Magistratura por áreas das Ciências Jurídicas, por entender, que deste modo se obtém uma justiça mais célere e mais sábia, com superior evolução técnica,

correspondendo melhor às expectativas dos diversos espectros sociais. 6 — A nomeação para esta Secção Especializada constitui assim para a requerente a possibilidade de poder continuar a exercer as suas funções, como sempre desejou, num percurso de contínua evolução técnica, cada vez mais profunda, dirigida a uma ciência especializada, de que gosta, e

consequentemente com uma resposta judicial mais eficiente. Pede, e espera deferimento,

……….., 14 de outubro de 2019 AA

(cf. doc. 10 junto à petição inicial).

11) No dia 04-10-2019 pelas 12h34m, já a aqui autora havia recebido um email do secretariado do Sr. Juiz Presidente do Tribunal da Relação ……… com o seguinte teor:

Exma. Senhora Juíza Desembargadora AA

Por determinação do Exmo. Senhor Presidente do Juiz Presidente do Tribunal da Relação ……….., Juiz Desembargador EE, venho por este meio informar que a redução de distribuição terminou a 1/10/2019 devendo o respetivo pedido ser renovado com a brevidade possível.

Com os melhores cumprimentos. FF

(cf. doc. 9 junto à petição inicial).

12) No dia 10-10-2019 a ora autora entregou em mão na Secretaria do

Tribunal da Relação ……….., na qual se consignava, além do mais, o seguinte: DECLARAÇÃO MÉDICA

Para os devidos efeitos se declara que a beneficiaria acima identificada continua em tratamento desta especialidade […]

É aconselhável […] continuar afastada de situações de grande pressão e exigência na execução de suas tarefas e outras.

A sua recuperação depende muito da ausência de situações de stress.

Continua a não ser previsível uma melhoria significativa num período inferior a 6 meses sendo de considerar por igual tempo uma redução de 50 por cento de trabalho a não comprometer seu estado de saúde […]

(cf. doc. 11 junto à petição inicial e fls. 39 da certidão 2 junta à contestação). 13) A 15-10-2019 o Sr. Juiz Presidente do Tribunal da Relação ………. exarou

(14)

sobre a declaração médica referida em 1.12. despacho com o seguinte teor: Atento o período de tempo com redução de distribuição já decorrido, convido a Exma. Juíza Desembargadora a apresentar proposta de reajustamento de

redução de distribuição ao seu estado de saúde, considerando também a sua integração no conjunto do Tribunal.

Prazo: dez dias. Lx. 15/10/2019 EE

(cf. doc. 11 junto à petição inicial).

14) No dia 16-10-2019, pelas 14h01m, a aqui autora recebeu um email do secretariado do Sr. Juiz Presidente do Tribunal da Relação ………. dando conta do despacho referido em 13 (idem).

15) No mesmo dia 16-10-2019 o Sr. Juiz Presidente do Tribunal da Relação …….. subscreveu instrumento escrito em papel timbrado do Gabinete do Presidente da entidade demandada com o seguinte teor:

Posicionamento dos juízes desembargadores que manifestaram a sua preferência peia sua distribuição pela nova “Secção de Propriedade

Intelectual e de Concorrência, Regulação e Supervisão”, em face dos critérios divulgados pela Comunicação de 8 de outubro de 2019 e determinação do Juiz Desembargador das Secções Criminais, para a mesma Secção, segundo os critérios fixados nessa Comunicação para a ausência de candidatos.

I. Na sequência da Comunicação de 8 de outubro passado, manifestaram a sua preferência pela nova Secção os Exm.os Juízes Desembargadores das atuais Secções Cíveis: 1) BB. 2) CC. 3) GG. 4) HH. 5) II. 6) AA,

Nenhum/a Juiz/a Desembargador/a das atuais Secções Criminais se propôs integrar a nova Secção,

II. Na Comunicação de 8 de outubro passado foram fixados os seguintes CRITÉRIOS DE NOMEAÇÃO DOS JUÍZES DESEMBARGADORES.

a) Antiguidade como Juiz/a Desembargador/a.

b) Apetência, dedicação e experiência profissional nas matérias da nova Secção, Propriedade Intelectual, Direito Contraordenacional, em especial, na vertente da Concorrência, Regulação e Supervisão.

(15)

restantes nomeados, necessários à implementação desta nova Secção com apenas 3 Juízes/as Desembargadores/as, que concentrarão sobre si as matérias determinantes da sua criação por ato legislativo.

d) Condições pessoais para receber os processos da nova Secção em condições de igualdade/equidade com os restantes nomeados.

III. Em face desses critérios o posicionamento de cada um/a das/os Exm.as/os Julzas/es Desembargadoras/es é o seguinte:

1) BB.

a) Antiguidade como Juiz/a Desembargador/a - N.º 000 na antiguidade CSM: b) Apetência, dedicação e experiência profissional nas matérias da nova Secção. Propriedade intelectual, Direito Contraordenacional, em especial, na vertente da Concorrência, Regulação e Supervisão - manifestou interesse nesta especialização desde que a sua implementação começou a ser feita no Tribunal da Relação …….., tendo-lhe sido deferido pedido de transferência para a Secção que até este momento recebe a matéria da Propriedade Intelectual, apresentando a fundamentação em anexo.

c) Capacidade de relacionamento, interação e congregação de esforços com os restantes nomeados, necessários à implementação desta nova Secção com apenas 3 Juízes/as Desembargadores/as, que concentrarão sobre si as matérias determinantes da sua criação por ato legislativo - apresenta boa capacidade de relacionamento e interação com o coletivo de Juízes/as Desembargadores/as.

d) Condições pessoais para receber os processos da nova Secção em

condições de igualdade/equidade com os restantes nomeados - O interesse e a ação no âmbito das matérias da nova Secção, referidos na resposta ao critério b), não o tem impedido de entrar na distribuição a 100%.

Preenchendo os critérios b), c) e d), o Exm.° Juiz Desembargador apresenta condições para integrar a nova Secção, que só poderão ser ultrapassadas por Juiz Desembargador que, preenchendo os mesmos critérios, apresente maior antiguidade (critério a)).

2) CC.

a) Antiguidade como Juiz/a Desembargador/a - N.° 000 na antiguidade do CSM.

b) Apetência, dedicação e experiência profissional nas matérias da nova Secção, Propriedade intelectual, Direito Contraordenacional, em especial, na vertente da Concorrência, Regulação e Supervisão - manifestou interesse nesta especialização desde que a sua implementação começou a ser feita no Tribunal da Relação …….., tendo feito pedido de transferência para a Secção que até este momento recebe a matéria da Propriedade Intelectual, de que desistiu, apresentando o currículo em anexo.

(16)

c) Capacidade de relacionamento, interação e congregação de esforços com os restantes nomeados, necessários à implementação desta nova Secção com apenas 3 Juízas/es Desembargadoras/es, que concentrarão sobre si as matérias determinantes da sua criação por ato legislativo - apresenta boa capacidade de relacionamento e interação com o coletivo de Juízes/as Desembargadores/as.

d) Condições pessoais para receber os processos da nova Secção em condições de igualdade/equidade com os restantes nomeados - Neste momento tem condições para receber os processos da nova Secção em

condições de igualdade/equidade com os Juízes/as Desembargadoras/es que a venham a integrar.

Preenchendo os critérios b), c) e d), a Exm.ª Juíza Desembargadora apresenta condições para integrar a nova Secção, que só poderão ser ultrapassadas por Juiz Desembargador que, preenchendo os mesmos critérios, apresente maior antiguidade.

3) GG.

a) Antiguidade como Juiz/a Desembargador/a - N.° 00 na antiguidade do CSM. b) Apetência, dedicação e experiência profissional nas matérias da nova

Secção, Propriedade intelectual, Direito Contraordenacional, em especial, na vertente da Concorrência, Regulação e Supervisão - manifestou interesse nesta especialização desde que a sua implementação começou a ser feita no Tribunal da Relação …………, tendo feito pedido de transferência para a

Secção que até este momento recebe a matéria da Propriedade Intelectual, de que desistiu, apresentando o currículo em anexo.

c) Capacidade de relacionamento, interação e congregação de esforços com os restantes nomeados, necessários à implementação desta nova Secção com apenas 3 Juízes/as Desembargadores/as, que concentrarão sobre si as matérias determinantes da sua criação por ato legislativo - apresenta

dificuldades de relacionamento e interação, inter pares, que são conhecidas, estando documentadas nos processos da ..ª secção cível, as quais são melhor supridas, quer pelo funcionamento de uma secção com mais de 12 Juízes Desembargadores, em face desta secção com apenas 3, quer pela distribuição de matérias por 5 secções em vez da sua concentração em apenas uma, como acontece com a nova secção.

d) Condições pessoais para receber os processos da nova Secção em condições de igualdade/equidade com os restantes nomeados - Neste momento tem condições para receber os processos da nova Secção em de igualdade/equidade com os Juízes/as Desembargadoras/es que a venham a integrar.

(17)

critérios b) e d) e não preenche o critério c), só podendo ser integrado nos dois lugares correspondentes a Juízes Desembargadores provenientes das Secções Cíveis perante Juiz Desembargador com idêntico posicionamento e menor antiguidade.

4) HH.

a) Antiguidade como Juiz/a Desembargador/a - N.° 00 na antiguidade do CSM. b) Apetência, dedicação e experiência profissional nas matérias da nova

Secção, Propriedade intelectual, Direito Contraordenacional, em especial, na vertente da Concorrência, Regulação e Supervisão - manifestou interesse nesta especialização desde que a sua implementação começou a ser feita no Tribunal da Relação ………., não lhe sendo conhecidas ações práticas na matéria, tendo apresentando a declaração em anexo.

c) Capacidade de relacionamento, interação e congregação de esforços com os restantes nomeados, necessários à implementação desta nova Secção com apenas 3 Juízas/es Desembargadoras/es, que concentrarão sobre si as matérias determinantes da sua criação por ato legislativo - apresenta boa capacidade de relacionamento e interação com o coletivo de Juízes/as Desembargadores/as.

d) Condições pessoais para receber os processos da nova Secção em condições de igualdade/equidade com os restantes nomeados - Desde há longos anos que tem redução na distribuição, recebendo agora a 30%, situação intercalada com períodos de baixa médica/saída da distribuição, sendo que a sua integração no trabalho do Tribunal é plenamente conseguido no conjunto das secções cíveis e a sua colocação nesta Secção exigiria desde logo o aumento do número de Juízes/as Desembargadores/as que foi fixado. Do conjunto dos quatro critérios, a Exm.ª Juíza Desembargadora preenche o critério c), parte do critério b) e não preenche o critério d), só podendo ser integrada nos dois lugares correspondentes a Juízes Desembargadores provenientes das Secções Cíveis perante Juiz Desembargador com idêntico posicionamento e menor antiguidade.

5) II.

a) Antiguidade como Juiz/a Desembargador/a - Iniciou funções como Juíza Desembargadora em ……….. de 2019, aguardando-se atualização da lista de antiguidade do CSM. No conjunto agora em análise é a Juíza

Desembargadora com menor antiguidade.

b) Apetência, dedicação e experiência profissional nas matérias da nova Secção, Propriedade Intelectual, Direito Contraordenacional, em especial, na vertente da Concorrência, Regulação e Supervisão - Tem interesse notório nas matérias da nova Secção, sobre elas apresentando o curriculum em anexo, c) Capacidade de relacionamento, interação e congregação de esforços com os

(18)

restantes nomeados, necessários à implementação desta nova Secção com apenas 3 Juízas/es Desembargadoras/es, que concentrarão sobre si as matérias determinantes da sua criação por ato legislativo - tendo iniciado funções como Juíza Desembargadora em ……… de 2019, não existem elementos que permitam questionar a sua capacidade de relacionamento e interação para implementação da nova Secção.

d) Condições pessoais para receber os processos da nova Secção em condições de igualdade/equidade com os restantes nomeados - Neste momento tem condições para receber os processos da nova Secção em de igualdade/equidade com os Juízes/as Desembargadoras/es que a venham a integrar.

Preenchendo os critérios b), c) e d), a Exm.ª Juíza Desembargadora apresenta condições para integrar a nova Secção, que só poderão ser ultrapassadas por Juiz Desembargador que, preenchendo os mesmos critérios, apresente maior antiguidade, não lhe sendo aplicável a 2.ª parte do critério a), do conjunto de critérios fixados para a eventualidade de ausência de proponentes.

6) AA.

a) Antiguidade como Juiz/a Desembargador/a-N.º 000 na antiguidade do CSM. b) Apetência, dedicação e experiência profissional nas matérias da nova

Secção, Propriedade Intelectual, Direito Contraordenacional, em especial, na vertente da Concorrência, Regulação e Supervisão - Tem-se manifestado a favor da implementação da especialização nos Tribunais Superiores, sem ações concretas em conformidade, integra a ...ª Secção Cível, à qual têm sido distribuídos desde 7 de janeiro de 2019 os processos provenientes do Tribunal da Propriedade Intelectual.

c) Capacidade de relacionamento, interação e congregação de esforços com os restantes nomeados, necessários à implementação desta nova Secção com apenas 3 Juízas/es Desembargadoras/es, que concentrarão sobre si as matérias determinantes da sua criação por ato legislativo - apresenta boa capacidade de relacionamento e interação com o coletivo de Juízes/as Desembargadores/as.

d) Condições pessoais para receber os processos da nova Secção em condições de igualdade/equidade com os restantes nomeados - Desde há longos anos que tem redução de distribuição, agora a 50%, situação

intercalada com períodos de baixa médica/saída de distribuição, sendo que a sua integração no trabalho do Tribunal é plenamente conseguido no conjunto das secções cíveis e a sua colocação nesta Secção poderia demandar o

aumento do número de Juízes/as Desembargadores/as que foi fixado.

Do conjunto dos quatro critérios, a Exm.ª Juíza Desembargadora preenche o critério c), parte do critério b) e não preenche o critério d), só podendo ser

(19)

integrada nos dois lugares correspondentes a Juízes Desembargadores provenientes das Secções Cíveis perante Juiz Desembargador com idêntico posicionamento e menor antiguidade.

IV. A apreciação feita em III permite-nos estabelecer a seguinte ordem de preferência: 1.º BB. 2.º CC. 3.º II. 4.º GG. 5.º HH. 6.º AA

Nos termos da Comunicação de 8 de outubro e do despacho de instalação da Secção de 16 de outubro, integrarão a nova Secção os dois primeiros Juízes Desembargadores.

V. NA AUSÊNCIA DE CANDIDATOS A NOMEAÇÃO.

São os seguintes os critérios fixados para a ausência de candidatos a nomeação;

a) Menor antiguidade como Juiz/a Desembargador/a com exclusão das/os Juízas/es Desembargadoras/es que iniciaram funções no dia 5 de setembro, de 2019.

b) Apetência, dedicação e experiência profissional nas matérias da nova Secção, Propriedade Inteletual, Direito Contraordenacional, em especial, na vertente da Concorrência, Regulação e Supervisão,

c) Capacidade de relacionamento, interação e congregação de esforços com os restantes nomeados, necessários à implementação desta nova Secção com apenas 3 Juízes/as Desembargadores/as, que concentrarão sobre si as matérias determinantes da sua criação por ato legislativo.

d) Condições pessoais para receber os processos da nova Secção em condições de igualdade/equidade com os restantes nomeados,

Não tendo sido apresentadas quaisquer declarações de preferência na colocação na nova Secção pelos Juízes Desembargadores das Secções Criminais, apesar das aturadas diligências coletivas e individuais do

Presidente da Relação, e devendo a Secção integrar um Juiz Desembargador proveniente dessa área, com exceção dos Juízes Desembargadores que

iniciaram funções no passado dia 5 de setembro (sem experiência nas Secções Criminais da Relação), a aferição dos critérios do/a Juiz/a Desembargador/a a colocar na nova Secção deverá começar peia Juíza Desembargadora menos antiga.

A Exm.ª Juíza Desembargadora, JJ, colocada na ..ª Secção Criminal, é a Juíza Desembargadora menos antiga, devendo a aferição dos citados critérios ser

(20)

feita, em primeira linha, em relação a ela.

Ora, a Exm.ª Juíza Desembargadora, JJ, preenchendo os critérios a) e c), não preenche o critério d), uma vez que se encontra numa situação de redução de distribuição em 30%, ainda não estabilizada e que poderá ser revista a curto prazo.

A Exm.ª Juíza Desembargadora, JJ não se encontra, pois, em condições pessoais para receber os processos da nova Secção em condições de igualdade/equidade com os restantes nomeados. 

O segundo Juiz Desembargador na mesma ordem inversa de antiguidade é o Exm.° Juiz Desembargador, DD, atualmente na ..ª Secção Criminal, já com provas dadas neste Tribunal da Relação, o qual preenche os critérios a), c) e d) e também o critério b), uma vez que estando colocado na ..ª Secção

Criminal, à qual foi cometida a matéria contraordenacional da concorrência, regulação e supervisão, nela trabalhou sem subterfúgios e com a desenvoltura com que tratou as restantes matérias criminais.

A nomeação de Juiz Desembargador proveniente das Secções Criminais, em aplicação dos citados critérios, deverá, pois, recair sobre o Exm.° Juiz

Desembargador, DD.

VI. COMPOSIÇÃO DA NOVA SECÇÃO.

Atento o supra exposto em I a V, nos termos do disposto no art.° 49.°, n.° 2, aplicável ex vi art.° 71.º, ambos da Lei n.° 62/2013, de 26 de agosto,

considerando o grau de especialização dos nomeandos, a conveniência do serviço e a preferência manifestada, integrarão a “Secção de Propriedade Intelectual e de Concorrência, Regulação e Supervisão” os Exm.°s Juízes Desembargadores:

1) BB. 2) CC. 3) DD.

………., 16 de outubro de 2019.

O Presidente do Tribunal da Relação

[assinatura aposta sob a forma autógrafa, ilegível] (EE)

(cf. doc. 13 junto à petição inicial).

16) No mesmo dia 16-10-2019 o Sr. Juiz Presidente do Tribunal da Relação …………. subscreveu instrumento escrito em papel timbrado do Gabinete do Presidente da entidade demandada com o seguinte teor:

DESPACHO N.º 14/2019

INSTALAÇÃO DA “SECÇÃO DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E DE

(21)

AS DESEMBARGADORES/AS.

1) Na sequência das comunicações de 25 e 30 de setembro e de 8 de outubro e em cumprimento do disposto no art° 67.°, n.° 5, da Lei n.° 62/2013, de 26 de agosto, na redação da Lei n.° 55/2019, de 5 de agosto, declaro instalada a partir do dia 18 de outubro próximo a “SECÇÃO DE PROPRIEDADE

INTELECTUAL E DE CONCORRÊNCIA, REGULAÇÃO E SUPERVISÃO -S.P.I.C.R.S”, que acrescerá às Secções já instaladas, sem atribuição de número, atenta a configuração específica em face das restantes.

2) Nos termos do disposto nos art.°s 49.°, n.° 2 e 71.°, da Lei n.° 62/2013, de 26 de agosto, considerando o grau de especialização, a conveniência do serviço e a preferência manifestada, nomeio para integrarem a “SECÇÃO DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E DE CONCORRÊNCIA, REGULAÇÃO E SUPERVISÃO - S.P.I.C.R.S”, os Exm.°s Juízes Desembargadores:

— BB. — CC. — DD.

3) A nova Secção funcionará na ..ª sala do ……do edifício do Tribunal, sito no ……….. ...

4) O apoio à nova Secção será prestado pela Exm.a Escrivã-Adjunta, KK e em sua substituição pelas/os restantes Exm.as/os funcionárias/os judiciais afetas/ os ao Gabinete de Apoio aos Juízes Desembargadores (GAJD).

5) As respetivas Sessões realizar-se-ão semanalmente, nas manhãs de Terça-feira, na Sala …….

6) Até ao ato eleitoral determinado pelos art.°s 65.° e 78.da Lei n.° 62/2013, de 26 de agosto, a presidência da Secção caberá ao Juiz Desembargador mais antigo.

7) Os/as Juízes/as Desembargadores/as nomeados sairão da distribuição geral no próximo dia 17, mantendo-se como relatores nos processos já recebidos e entrarão na distribuição própria da nova Secção no dia 21 de outubro.

8) O presidente da Secção não entrará na distribuição de Concorrência,

Regulação e Supervisão Contraordenacional e entrará na restante distribuição a 125%.

9) O expediente em papel da nova Secção, incluindo a capa de processo, usará papel comum de impressão, branco, formato A4.

Divulgue-se nos termos habituais, dando-se conhecimento ao Exm.° Vice-Presidente do Conselho Superior da Magistratura, entregando-se cópia à Exm.a Vice-Presidente e ao Exm.° Procurador-Geral Distrital, atualizando a informação constante do sítio do Tribunal.

…….., 16 de outubro de 2019.

(22)

[assinatura aposta sob a forma autógrafa, ilegível] (EE)

(cf. doc. 1 junto à petição inicial).

17) No mesmo dia 16-10-2019 pelas 17h04m a aqui autora recebeu um email dando conta do teor dos despachos referidos em 1.15. e 1.16.

(cf. doc. 12 junto à petição inicial).

18) A 15-11-2019 o Sr. Juiz Presidente do Tribunal da Relação ………. exarou despacho com o seguinte teor:

Por despacho de 27 de março de 2019, foi prorrogada a redução de

distribuição da Exm.ª Juíza Desembargadora, AA, em 50%, até 1 de outubro de 2019.

No seguimento de comunicação para o efeito, de 4 de outubro, de 2019, a Exm.ª Juíza Desembargadora apresentou declaração médica, a 10 de outubro de 2019, sugerindo a manutenção dessa redução por mais seis meses, em ordem “...a não comprometer o seu estado de saúde e devendo ainda manter-se em tratamento desta especialidade”.

Em 15 de outubro foi proferido despacho, notificado à Exm.ª Juíza

Desembargadora a 16 de outubro, nos seguintes termos: “Atento o período de tempo com redução de distribuição já decorrido, convido a Exm.ª Juíza

Desembargadora a apresentar proposta de reajustamento de redução de distribuição ao seu estado de saúde, considerando também a sua integração no conjunto do Tribunal. Prazo dez dias”.

Decorrido este prazo, em sede desta matéria, a Exm.ª Juíza Desembargadora nada disse. Após 1 de outubro, estando esta matéria dependente de

reapreciação e não tendo havido alteração da situação clinica descrita nos documentos apresentados, foi mantida a redução da distribuição em 50%. Cumpre-nos agora proceder à reapreciação da redução de distribuição. Nesta sede, considerando:

a) A situação clínica da Exm.ª Juíza Desembargadora que resulta de uma anterior situação de baixa médica, dos documentos posteriores, de 24/1/2017, 5/4/2017, .9/1/2018, 3/4/2018, 29/8/2018, 27/3/2019 e do documento de 10 de outubro de 2019,

b) O tempo de duração da redução de distribuição e a sequência de anterior situação de baixa médica,

c) A necessidade de atender no âmbito da distribuição à situação do conjunto do Tribunal, no que respeita a afeções de saúde,

Defiro parcialmente o requerido documentalmente pela Exm.ª Juíza

Desembargadora, reduzindo-lhe a distribuição em 30% (entra na distribuição a 70%) até 30 de abril de 2020, inclusive, data até à qual deverá apresentar novo documento médico, requerendo como tiver por conveniente.

(23)

DN (Comunicando-se à Exm.ª Juíza Desembargadora e verbalmente à Secção Central).

…….., 15 de novembro de 2019.

[assinatura aposta sob a forma autógrafa, ilegível] (EE)

(cf. fls. 41 da certidão 2 junta à contestação).

19) A aqui autora beneficiou de redução de distribuição de 50% nos seguintes períodos:

a. Entre janeiro/fevereiro de 2017 e julho de 2017; b. Entre 22-01-2018 e 01-10-2019.

(cf. docs. 14 e 15 juntos à petição inicial; vide também fls. 35 do ).

20) A autora beneficiou de um período de baixa médica entre 12-08-2015 e novembro de 2016.

(cf. doc. 16 junto à petição inicial).

21) A autora nunca teve distribuição suspensa, salvo no período de baixa médica referido em 1.19.

(cf. docs. 15 e 16 juntos à petição inicial).

22) A autora exerce funções na ..ª Secção recebendo em distribuição, anualmente, e desde que tem redução de serviço de 50 %, com início em janeiro/fevereiro de 2017, uma média de 70/80 processos anuais.

(cf. doc. 17 junto à petição inicial)

*

1) Factos Não Provados

São os seguintes os factos alegados e a dar como não provados com relevância para a decisão a proferir nos presentes autos:

2.1. No dia 10-10-2019 a autora declarou verbalmente ao Sr. Juiz Presidente do Tribunal da Relação ………… que estava a ponderar manifestar a sua preferência pela Nova Secção, pelo que requeria que a declaração médica referida em 1.12. não fosse atendida e fosse guardada pelo Sr. Juiz Presidente, até tomada de decisão.

2.2. A indicação médica para redução em 50% do serviço distribuído à autora refere-se a uma base de cerca de 130 processos distribuídos anualmente por cada desembargador.

*

(24)

A convicção do Tribunal quanto aos factos provados formou-se com base na análise crítica dos documentos juntos com os articulados bem como dos documentos constantes do processo administrativo, que não foram impugnados.

A resposta negativa dada à factualidade alegada pela autora nos artigos 17.º, 28.º e 53.º da petição inicial e supra descrita nos pontos 2.1. e 2.2, dos factos não provados assentou na circunstância de se tratar de matéria

expressamente impugnada nos artigos 2º, 3º e 6º da contestação da entidade demandada e de a autora não ter apresentado em nenhum momento, quer no procedimento administrativo, quer na petição inicial e demais instrumentos processuais produzidos já em sede contenciosa, qualquer meio de prova que suportasse ou atestasse tais asserções, sendo que, tratando-se de factos

essenciais ( porquanto respeitam ao acerto dos pressupostos em que laborou a entidade demandada para praticar o ato impugnado), era sobre a autora que recaia o ónus da respetiva prova, nos termos artigo 342.º, n.º 1, do Código Civil.

E porque não logrou fazê-lo, é ela que tem de suportar a desvantagem da falta de prova da verificação dos factos enunciados em 2.1. e 2.2.

***

3.2. Fundamentação de direito 3.2.1. Enquadramento preliminar:

No caso sub judice, vem impugnado o Despacho n.º 14/2019, datado de 16 de outubro de 2019, proferido pelo Sr. Juiz Presidente do Tribunal da Relação …………., no âmbito de um procedimento tendente a nomear, distribuir e afetar juízes desembargadores à nova Secção de Propriedade Intelectual e de Concorrência, Regulação e Supervisão, criada naquele tribunal em

observância do disposto na Lei n.º 55/20109, de 5 de agosto.

Trata-se e um ato administrativo que foi procedido de um procedimento de tipo «concursal», com apresentação de curricula e candidaturas por 6 juízes desembargadores para o preenchimento de 3 vagas, em observância ao disposto no artigo 49.º da Lei n.º 62/2013, de 26 de agosto (Lei da

Organização do Sistema Judiciário, adiante designada abreviadamente por LOSJ).

(25)

De sublinhar que, peticionando a autora a anulação do despacho n.° 14/2019, de 16 de outubro de 2019, do Presidente da Tribunal da Relação …………., bem como a condenação da autoridade recorrida na prática de ato que cumpra as vinculações legais, e, designadamente, inclua a ora recorrente na Nova Secção de Propriedade Intelectual e de Concorrência, Regulação e Supervisão, estamos, ainda assim, no âmbito de uma ação de condenação, prevista o no artigo 66.º do Código de Processo nos Tribunais Administrativos (daqui por diante designado pela sigla CPTA), pois, tal como resulta das

disposições conjugadas do nº 3 deste mesmo artigo e do artigo 67.º, n.º 1, alínea c), e n.º 4, alínea b) e defendem Mário Aroso de Almeida / Carlos Alberto Fernandes Cadilha, nenhum obstáculo legal existe a que um

particular, confrontado com a prática de um ato de conteúdo ambivalente que, constituindo uma situação de vantagem em benefício de terceiro tem o alcance de recusar essa situação de vantagem ao interessado[1], possa « propor uma ação de condenação à prática de ato devido, dirigida a obter a condenação da Administração a proceder à substituição dos atos em causa pelo ato devido, caso em que a impugnação do ato está implícita no próprio pedido condenatório […]»[2].

De realçar ainda que, tendo a entidade demandada atuado, no caso dos autos, no exercício de prerrogativas de discricionariedade ( quando fixou, ao abrigo do art. 49º, nº1, da LOSJ, o número de vagas a preencher e a distribuir à nova secção; quando, nos termos do nº 2, deste mesmo artigo, densificou o conceito de » conveniência de serviço» e quando apreciou os curricula e as

candidaturas dos candidatos opositores a tais vagas), os poderes de

pronúncia do tribunal inserem-se nos consagrados no art. 71º, nº2 do CPTA, cabendo, por isso, a este Tribunal apreciar todas as questões de invalidade apontadas pela autora, a fim de identificar e especificar todos os aspetos vinculados a observar pela autoridade administrativa, por forma a evitar que, em caso de eventual reexercício da atividade administrativa, reincida nas ilegalidades cometidas.

*

Feitas estas considerações e posto que o tribunal é o competente, não há nulidades que invalidem todo o processo, sendo este o próprio, as partes são legítimas, dotadas de personalidade e capacidade judiciárias e estão

devidamente representadas em juízo e que inexistem outras exceções ou questões prévias que importe conhecer, impõe-se decidir as questões suscitadas pela autora e que consistem em saber se:

(26)

1ª- o despacho de 08-10-2019 que fixou os critérios de distribuição dos Juízes Desembargadores pela Secção de Propriedade Intelectual e de

Concorrência, Regulação e Supervisão[3], padece de vício de violação de lei, por erro sobre os pressupostos de direito, na aplicação do regime dos artigos 49.º, n.º 2, da LOSJ, e 44.º, n.os 2 e 3, do EMJ;

2ª- o despacho de 08-10-2019, que fixou os critérios de distribuição dos Juízes Desembargadores pela Secção de Propriedade Intelectual e de Concorrência, Regulação e Supervisão[4] constitui violação do princípio da inamovibilidade dos juízes (artigo 6.º do EMJ);

3ª- o Despacho n.º 14/2019, datado de 16 de outubro de 2019, que nomeou, distribuiu e afetou os Juízes Desembargadores à nova Secção de Propriedade Intelectual e de Concorrência, Regulação e Supervisão enferma vício de violação de lei por erro sobre os pressupostos de facto na apreciação das candidaturas da autora e dos contrainteressados providos;

4ª- este mesmo despacho viola o princípio da igualdade e 5ª- consubstancia preterição de audiência prévia.

*

3.2.2. Dos critérios fixados no despacho de 08.10.2019 (violação de lei, erro sobre os pressupostos de direito, violação de inamovibilidade)

3.2.2.1. Insurge-se a autora contra os critérios estabelecidos pelo Sr. Juiz Presidente do Tribunal da Relação ………. no seu despacho de 08-10-2019, alegando que os mesmos padecem do vício de violação de lei, por erro sobre os pressupostos de direito, na aplicação do regime dos artigos 49.º, n.º 2, da LOSJ, e 44.º, n.os 2 e 3, do EMJ, porquanto a entidade demandada não só criou critérios não previstos nem acomodados nos artigos 49.º, n.º 2, da LOSJ, e 44.º, n.os 2 e 3, do EMJ, como não observou alguns dos critérios que decorriam, vinculativa e imperativamente, destes mesmos artigos.

Mais sustenta que aquele despacho consubstancia violação do princípio da inamovibilidade, consagrado no artigo 6.º do EMJ, quer por consagrar a manutenção da especialização em duas áreas (cível e criminal), quer por ter afetado à nova secção juízes que não haviam apresentado candidatura (ou seja, aparentemente contra a sua vontade).

(27)

3.2.2.2. A este respeito importa começar por esclarecer que a LOSJ, na

redação que lhe foi entretanto atribuída pela Lei n.º 23/2018, de 5 de junho de 2018, procedeu à organização das secções dos tribunais da Relação, adotando um critério de reforço da sua especialização, porquanto determinou: i) por um lado, a criação de secções de família e menores, de comércio, de propriedade intelectual e de concorrência, regulação e supervisão, dependendo do volume ou da complexidade do serviço, como decorria do seu artigo 67.°, n.° 4; ii) por outro lado, que os processos de concorrência, regulação e supervisão fossem distribuídos à mesma secção criminal (artigo 112.º, n.º 1 — decisões em matéria contraordenacional) ou à mesma secção cível (artigos 111.º e 112.º, n.os 2 a 4), segundo a sua natureza, como dispunham os seus artigos 54.º, n.º 3, e 67.°, n.° 5; e iii) por outro lado ainda, que as causas referidas nos artigos 111.° (tribunal da propriedade intelectual), fossem sempre distribuídas à mesma secção cível (cf. artigo 54.º, n.º 2).

Porém, a Lei n.º 55/2019, de 5 de agosto, veio alterar substancialmente esse quadro. Segundo o disposto nos artigos 54.º, n.os 2 e 3, e 67.º, n.º 5, da LOSJ, com a redação atribuída por esta Lei n.º 55/2019, de 5 de agosto: i) no STJ, as causas referidas nos artigos 111.º, 112.º e 113.º da LOSJ são sempre

distribuídas à mesma secção cível; ii) é criada no Tribunal da Relação ……… uma secção em matéria de propriedade intelectual e de

concorrência, regulação e supervisão, à qual passam a ser distribuídas as causas previstas nos artigos 111.º e 112.º, e que acresce às secções instaladas nesse tribunal.

Foi precisamente para ir ao encontro das exigências decorrentes da alteração à LOSJ pela Lei n.º 55/2019, de 5 de agosto, que criou a nova secção em

matéria de propriedade intelectual e de concorrência, regulação e supervisão, que o Sr. Juiz Presidente do Tribunal da Relação ………….. proferiu os

despachos de 08 e de 16-10-2019, debatidos nos presente autos

De sublinhar, por um lado, que, apesar da fixação do número de juízes que compõem cada Secção ser da competência do CSM, quer no Supremo Tribunal de Justiça (por aplicação direta do artigo 49.º, n.º 1, da LOSJ), quer nos

Tribunais da Relação (por aplicação da mesma norma, neste caso por força da remissão operada pelo artigo 71.º do mesmo diploma), o CSM, através da sua Deliberação n.º 697/2019, de 24 de maio, publicado no Diário da República, 2.ª Série, n.° 113, de 14-06-2019, delegou a competência para fixar o número e composição das secções dos respetivos Tribunais da Relação nos seus

(28)

E, por outro lado, que, por força do disposto no artigo 49.º, n.º 2, aplicável ex vi artigo 71.º [5], ambos da LOSJ, a competência para distribuir os juízes pelas secções é uma competência própria do Presidente do Tribunal da

Relação e que os critérios estabelecidos para essa distribuição são, por ordem sucessiva, os seguintes:

i) o seu grau de especialização; ii) a conveniência do serviço; e iii) a preferência manifestada.

Mas, para além destes critérios, há também que atender aos critérios

estabelecidos no artigo 44.º, n.os 2 e 3, do EMJ, na redação atribuída pela Lei n.º 114/2017, de 29 de dezembro[6] , que, subordinado à epígrafe «Colocação e preferências», dispõe[7] que:

« 2 — O provimento de lugares em juízos de competência especializada depende de:

a) Frequência de curso de formação na respetiva área de especialização; b) Obtenção do título de mestre ou Doutor em Direito na respetiva área de especialização; ou

c) Prévio exercício de funções, durante, pelo menos, três anos, na respetiva área de especialização.

3 — Quando apenas se verifique a condição constante da alínea c) do número anterior, o magistrado frequenta curso de formação sobre a respetiva área de especialização, no prazo de dois anos.

4 - Sem prejuízo do disposto nos n.os 1 e 2, constituem fatores atendíveis nas colocações, por ordem decrescente de preferência, a classificação de serviço e a antiguidade».

Por fim, cumpre ter presente que a distribuição dos juízes desembargadores pelas secções observa ainda a ordem de procedência constante, quer do artigo 20.°, n.° 2, do EMJ, segundo o qual «[o]s magistrados judiciais

guardam entre si precedência segundo as respetivas categorias, preferindo a antiguidade em caso de igualdade», quer do artigo 44.º, nº4 [8] do EMJ, do qual resulta que o reconhecimento da antiguidade enquanto critério a atender nas colocações vale tão só nas seguintes condições:

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i) sempre «sem prejuízo» do critério da especialização consagrado nos n.os 2 e 3 do mesmo artigo, isto é, só é aplicável o critério da antiguidade depois da aplicação do da especialização, e apenas em caso de insuficiência de tal critério para determinar, por si só, a colocação; e

ii) sendo precedido, em todo o caso, do critério da classificação de serviço. Vale tudo isto por dizer que, no que concerne à distribuição dos juízes pelas secções do Tribunal da Relação, impõe-se observar, a par dos critérios estabelecidos, sucessivamente, no artigo 49º, nº 2 da LOSJ, os critérios enunciados no artigo 44.º, n.os 2 e 3, do EMJ, funcionando o critério da antiguidade dos juízes, consagrado nos artigos 20, nº 2 e 44, nº 4, ambos do EMJ, como critério supletivo e residual, a atender em última instância e em caso de igualdade por aplicação dos demais critérios.

3.2.2.3. Enunciado o quadro normativo aplicável ao caso dos autos, vejamos, então, se o ato de 08-10-2019, reproduzido em 1.9. do probatório, observou os critérios legais acabados de enunciar no procedimento administrativo que culminou com a prolação do despacho n.° 14/2019, aqui impugnado, tendo em conta que aí se deixou consignado, além do mais, o seguinte:

I. NÚMERO DE JUIZAS/ES DESEMBARGADORAS/ES.

A nova Secção será constituída por 3 Juízas/es Desembargadoras/es, sendo 2 provenientes das Secções Cíveis e 1 das Secções Criminais.

II. CRITÉRIOS DE NOMEAÇÃO DAS/OS JUÍZAS/ES DESEMBARGADORAS/ES. a) — Antiguidade como Juiz/a Desembargador/a.

b) — Apetência, dedicação e experiência profissional nas matérias da nova Secção, Propriedade Intelectual, Direito Contraordenacional, em especial, na vertente da Concorrência, Regulação e Supervisão.

c) — Capacidade de relacionamento, interação e congregação de esforços com os restantes nomeados, necessários à implementação desta nova Secção com apenas 3 Juízas/es Desembargadoras/es, que concentrarão sobre si as

matérias determinantes da sua criação por ato legislativo.

d) — Condições pessoais para receber os processos da nova Secção em condições de igualdade/equidade com os restantes nomeados.

III. NA AUSÊNCIA DE CANDIDATOS A NOMEAÇÃO DAS/OS JUÍZAS/ES DESEMBARGADORAS/ES OBEDECERÁ AOS SEGUINTES CRITÉRIOS: a) — Menor antiguidade como Juiz/a Desembargador/a, com exclusão das/os Juízas/es Desembargadoras/es que iniciaram funções no dia 5 de setembro de 2019.

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